Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
comporta o suspense, sendo uma de suas principais características a dialogia, que, em parte, consiste
em explicitar ao leitor os caminhos trilhados (e os planejados) em direção às respostas para as
questões que orientam a pesquisa. Assim, conforme o Manual de Procedimentos para Elaboração de
Projetos e Relatórios de Pesquisa (São Paulo: ICH/UNIP, 2023), a Introdução de um projeto ou de um
relatório de pesquisa deve localizar o leitor em relação às condições nas quais a pesquisa foi ou será
desenvolvida. Tendo em vista o texto acima, considere as afirmativas a seguir: A introdução de um
projeto de pesquisa inclui dados sobre o levantamento bibliográfico realizado, a explicitação dos
objetivos, a formulação de hipóteses e as justificativas acadêmica e social da investigação.
artigo apresenta dados coletados em pesquisa participativa realizada por meio de grupos
de reflexão com pais e mães separados. A investigação teve como objetivo avaliar dificuldades quanto
ao exercício da parentalidade após a separação conjugal bem como a possibilidade do uso de grupos
de reflexão em tais situações. Destacam-se, no artigo, vivências e queixas de pais e de mães que
participaram de cada um dos dois grupos organizados no que diz respeito ao convívio com os filhos
após a dissolução conjugal. Conclui-se que a divisão tradicional entre guardiães e visitantes acarreta
dificuldades próprias a cada uma das categorias, o que pode ser bem compreendido quando os pais
se reúnem para o debate sobre o tema. BRITO, L. M. T.; CARDOSO, A. R.; OLIVEIRA, J. D. G. Debates
entre pais e mães divorciados: um trabalho com grupos. Psicol. cienc. prof., pg. 810-823, 2010. Tendo
em vista os aspectos que diferenciam uma pesquisa qualitativa de uma pesquisa quantitativa,
podemos afirmar que a pesquisa acima é: Quantitativa porque estuda o grau de dificuldade para
exercer a parentalidade após a separação conjugal. IV. Qualitativa porque utiliza debates e
discussões em âmbito grupal como ferramenta de coleta de dados.
Este relato de experiência pessoal apresenta características do sofrimento psíquico vivenciado por
agentes de segurança penitenciária (ASPs) e delimita os elementos psicodinâmicos que emergem no
trabalho de vigilância prisional. A partir de um espaço para o acolhimento desses trabalhadores,
pôde-se apreender: o esvaziamento do sentido do trabalho, a sensação de enclausuramento em
algumas funções, a temerosidade em relação à segurança e a representação social pejorativa do
trabalho. A atenção em saúde mental permitiu a compreensão de vivências ansiogênicas, a
elaboração dos aspectos psicodinâmicos mobilizados pelas exigências institucionais e ainda propiciou
a mobilização subjetiva para o enfrentamento das práticas disciplinares institucionais. RUMIN, C. R. et
al. O sofrimento psíquico no trabalho de vigilância em prisões. Psicologia Ciência e Profissão, n.4,
p188-199, 2009. III. Tendo em vista a discussão sobre práticas disciplinares institucionais em um
sistema penitenciário, é possível supor que o livro “Vigiar e punir”, de Foucault, deva estar incluído
nas referências. IV. Pelos conceitos utilizados no resumo é possível supor que o autor Christophe
Dejours tenha sido lido. V. Trata-se de uma experiência clínica no âmbito do sistema prisional.
O presente trabalho consiste em investigar e refletir do ponto de vista clínico a questão dos
imigrantes e do desenraizamento e seus efeitos no self da pessoa. Interessa-me como clínico
investigar como o sofrimento aparece nessas pessoas e os dispositivos que elas utilizam para lidar
com eles. Acredita-se que o desenraizamento é um adoecimento que pode deixar feridas profundas
no sentimento de si mesmo do imigrante e de seus descendentes. Utilizou-se do método de história
de vida para análise e discussão dos relatos de cinco imigrantes. A fim de tecer considerações sobre
os depoimentos, partiu-se da teoria psicanalítica winnicottiana sobre o processo maturacional, com
as contribuições de Safra (1999-2004), a noção de desenraizamento de Simone Weil e os conceitos de
hilética e espiritualidade de Edith Stein. Seis aspectos se evidenciaram como importantes e comuns
dos depoentes: o estranhamento, a depressão, a moradia, a língua, a espiritualidade e a amizade.
Essa investigação procurou enfocar as condições para o enraizamento. A possibilidade de alguém
testemunhar o percurso de vida dos depoentes e criar uma narrativa de sua história mostrou-se uma
experiência significativa e enraizadora. MAALOUF, J. F. O sofrimento de imigrantes: um estudo clínico
sobre os efeitos do desenraizamento no self. 2005. 297 f. Tese (Doutorado em Psicologia) - Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2005. A investigação científica aqui descrita é do tipo
(assinale a correta): Pesquisa qualitativa.
Foi encomendado que você realize uma pesquisa sobre trabalhadores de uma plataforma de petróleo
marítima em alto-mar, com enfoque da Psicologia Social. A principal característica desses
trabalhadores é que, devido à grande distância das plataformas em relação ao continente, se mostra
impossível a volta para casa ao final da jornada de trabalho, o que os obriga a realizarem na própria
plataforma suas atividades não relacionadas ao trabalho. Com esta pesquisa se espera entender
como esses trabalhadores percebem e reagem à fusão entre os espaços público e privado na
plataforma e as possíveis consequências disto. Quanto à realização da pesquisa acima citada,
podemos afirmar que: a pesquisa seria qualitativa por ter como objeto de investigação a percepção
que os sujeitos têm das experiências vividas na plataforma. Trata-se, portanto, de um estudo de
aspectos subjetivos dos sujeitos.
Considere as seguintes palavras da Profa. Dra. Carolina Bori, discutidas no artigo “Onde
falta melhorar a pesquisa em Psicologia no Brasil sob a Ótica de Carolina Martuscelli Bori”: O
conhecimento não se reduz a uma “prateleira de supermercado”, nem às contribuições de cada
cientista, ao longo da história, as “mercadorias” a escolher ou descartar sem exame e avaliação
cuidadosos.” Com base na ótica da Dra. Carolina Bori, é correto afirmar que: I. O conhecimento é um
processo em construção e é preciso levar em consideração também os assuntos que não nos
agradam, com os quais não nos identificamos, para poder questioná-los. II. O conhecimento se
produz também, e talvez principalmente, pela crítica e questionamento constantes do que já
existe. III. O conhecimento, quando se reduz a um produto numa “prateleira de supermercado”, é
reduzido à sua dimensão meramente técnica e à sua reprodutibilidade.
Para Gonzáles Rey (2005) a pesquisa qualitativa não serve apenas para o estudo de
grupos pequenos e de casos. A pesquisa qualitativa é uma forma de produzir conhecimento que,
apesar de não usar o conceito de amostra em sua forma tradicional, também envolve o estudo de
grupos grandes, em estudos comunitários e institucionais, por exemplo. O conhecimento produzido
no estudo de grupos se apoia em princípios epistemológicos, ou seja, não é o tamanho do grupo
que define os procedimentos de construção do conhecimento.
Toda pesquisa em psicologia no Brasil deve colaborar, em maior ou menor grau, para a
ciência e para o desenvolvimento da sociedade brasileira. Por isso é preciso reconhecer a grande
responsabilidade dos pesquisadores. Nesse sentido, é preciso que os pesquisadores tratem de: I.
Coletar dados referentes às condições concretas da história dos participantes e considerar o
contexto em que os indivíduos ou grupos estão inseridos. II. Dominar conhecimentos de sua área
para poder colocá-los a serviço da sociedade.
“Conforme o aluno vai avançando nos estudos, menos ele deixa de ser ‘educando’, e
mais vai se tornando um ‘pesquisador’, dentro de um processo produtivista, no qual o formalismo
certificador tende a suplantar o conteúdo e secundarizar a relevância social da produção acadêmica.
Menos o estudante deixa de ser preparado para transformar a sociedade, e mais é moldado para se
adaptar a ela. Exasperação da competitividade e da individualidade, numa maratona de “produção”
que, em muitos casos, provocaria inveja em Taylor. Iniciados como pesquisadores, vários estudantes
produzem artigos em série, qualificam o seu currículo Lattes e buscam pontuações acadêmicas.
Inúmeros pensam o aprendizado para os próprios objetivos, enquanto a comunidade não-douta sofre
com a carência de fraternidade, altruísmo e justiça social...” Márcio Andrade e Paulo César Barboza,
Diário Popular, Pelotas-RS, 22/09/2012 - a trilha acadêmica seguida pelos estudantes não está
preocupada com questões de relevância social em suas produções científicas, ou seja, voltam-se
apenas para o enriquecimentos de seus currículos.
o que diz respeito aos princípios de não maleficência e beneficência em pesquisa com
humanos, podemos afirmar que: O pesquisador tem que avaliar sobre as consequências da
exposição dos pesquisados aos métodos e técnicas que serão empregados na pesquisa.
Considere as referências abaixo, com base nas normas da ABNT (2018), e assinale a
alternativa correta: WAGNER, R. A presunção da cultura. In WAGNER, R. A invenção da cultura. São
Paulo: Cosac Naify, 2010, Cap. I, p. 27- 46.
Considere as referências abaixo e assinale a correta com base nas normas da ABNT
(2018): UNTHER, H. Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão? Psic.: Teor. e
Pesq.,Brasília,v.22,n.2,Aug.2006.Disponívelem:https://www.scielo.br/j/ptp/a/
HMpC4d5cbXsdt6RqbrmZk3J/abstract/?lang=pt Acesso em 30 set 2022.
Considere as referências abaixo e assinale a correta com base nas normas da ABNT
(2018): ECO, U. O excesso, de Rabelais em diante. In ECO, U. A vertigem das listas. Rio de Janeiro:
Record, 2010, Cap. 15, p. 244-277.
Este artigo relata uma pesquisa cujo objetivo foi identificar, na legislação federal de
saúde, em que medida e de que forma as políticas públicas contemplam a atuação do psicólogo na
atenção básica no Brasil, ampliando a compreensão da inserção dos psicólogos no Sistema Único de
Saúde (SUS). Utilizou-se o método de pesquisa documental, e os resultados mostraram que as
políticas tratam da inclusão do psicólogo nas equipes de saúde em apenas 14 dos 964 documentos
pesquisados. Há prevalência de inclusão nos níveis secundário e terciário de atenção. No modelo de
atenção preconizado, a relação que o profissional de Psicologia estabelece com a atenção básica se
dá através do Apoio Matricial às equipes de saúde da família. Entretanto, identificou-se que este
constitui atuação de nível secundário. Concluiu-se que a configuração das políticas de saúde não
favorece a efetivação de uma atuação do psicólogo condizente com as demandas da atenção básica.
Entende-se que o SUS deveria contar com psicólogos nas unidades locais de saúde, inseridos nas
equipes de saúde da família que desenvolvessem trabalho interdisciplinar voltado para a atenção
integral, e com psicólogos especialistas locados nos núcleos e nos centros nos níveis secundário e
terciário. BOING, E.; CREPALDI, M. A. O psicólogo na atenção básica: uma incursão pelas políticas
públicas de saúde brasileiras. Psicologia Ciência e Profissão, n. 3, p.635-649, 2010. Tendo em vista o
texto acima, assinale a afirmativa correta: Além dos documentos referentes à legislação federal de
saúde, é possível supor que nas discussões tenham sido utilizados artigos científicos sobre a
inserção e atuação do psicólogo no sistema público de saúde.
Os aspectos éticos relacionados a pesquisa com humanos têm sido cada vez mais
discutidos, considerando-os leia atentamente afirmativas a seguir: Quando fazemos uma pesquisa
com humanos é importante que o mesmo seja informado de todos os procedimentos aos quais
será submetido, o que chamamos de consentimento livre e esclarecido. III Quando fazemos
pesquisas com humanos é importante pensar na contrapartida, ou seja, o que pode ser oferecido
para a população pesquisada como um retorno da pesquisa realizada. IV Quando realizamos uma
pesquisa com humanos, é preciso sempre assegurar a confidencialidade, privacidade e proteção da
imagem, uma vez que as pesquisas podem em sua dimensão política comprometer a forma como a
sociedade compreende e olha determinados sujeitos.
“O que sempre houve na história desse país foi o ato criminoso de apropriação dos
saberes tradicionais para o “bem” da ciência acadêmica. Pesquisadores que baseiam e desenvolvem
seus projetos em cima de saberes tradicionais estabelecidos por gerações. E o que esses mestres dos
saberes tradicionais ganham com isso? Esquecimento, mero reconhecimento como informante, em
suma, um pé bem dado na bunda... I Garantir que as pesquisas em comunidades, sempre que
possível, traduzir-se-ão em benefícios cujos efeitos continuem a se fazer sentir após sua conclusão.
Quando, no interesse da comunidade, houver benefício real em incentivar ou estimular mudanças
de costumes ou comportamentos, o protocolo de pesquisa deve incluir, sempre que possível,
disposições para comunicar tal benefício às pessoas e/ou comunidades;II Assegurar aos
participantes da pesquisa os benefícios resultantes do projeto, seja em termos de retorno social,
acesso aos procedimentos, produtos ou agentes da pesquisa;
Assinale a afirmativa que diz respeito aos princípios de não maleficência e beneficência
em pesquisa com humanos: O pesquisador tem que avaliar sobre as consequências da exposição
dos pesquisados aos métodos e técnicas que serão empregados na pesquisa.
As normas sobre ética em pesquisa com seres humanos sintetizam o que determinada
sociedade considera correto e justo para guiar o comportamento dos pesquisadores, num dado
momento histórico. Implicam, portanto, uma discussão sobre a ciência e sua inserção social. (...) A
definição sobre o que pesquisar é frequentemente influenciada (e muitas vezes definida) pela
disponibilidade de financiamentos, e o pesquisador trabalha a partir de sua inserção social, sendo
profundamente marcado pelas questões de gênero, etnia, condição socioeconômica e, ainda, por seu
pertencimento a uma comunidade acadêmica específica. (GUERRIERO; MINAYO, 2013). Isso posto,
sobre as Resoluções 196/96 e 466/12 que versam sobre as diretrizes brasileiras sobre ética em
pesquisa, temos: II a nova Resolução, ao contrário da anterior, abarca a pesquisa cuja abordagem
pressupõe uma interação intersubjetiva (pesquisador-pesquisado).
Segundo Botomé (2007), as pesquisas devem ser realizadas: como opção de serviço:
devem ser realizadas porque a população precisa ser auxiliada para poder acompanhar os
cientistas e estar junto com eles.
Cremos que a polêmica quantitativo versus qualitativo, objetivo versus subjetivo não
pode ser assumida simplistamente como uma opção pessoal do cientista ao abordar a realidade. A
questão, a nosso ver, aponta para o problema fundamental que é o próprio caráter específico do
objeto de conhecimento: o ser humano e a sociedade. Esse objeto que é sujeito se recusa
peremptoriamente a se revelar apenas nos números ou a se igualar com sua própria aparência. Desta
forma coloca ao estudioso o dilema de contentar-se com a problematização do produto humano
objetivado ou de ir em busca, também dos significados da ação humana que constrói a história. É um
desafio na busca dos caminhos. MINAYO, M. C. S. O desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa
em saúde. SP/RJ HUCITEC-ABRASCO, 1998, p.36. o dilema que se coloca é o do conhecimento do ser
humano, que não se revela em sua completude por meio de um ou outro método, o que obriga o
pesquisador a decidir por determinado caminho, mesmo sabendo de suas limitações.
O aluno ativo, conforme as reflexões de Botomé (2007), reflete uma concepção do papel
da Universidade no universo social.
Este aluno desempenha uma função específica, que não se restringe aos muros dos
centros de ensino superior. saber como construir novos conhecimentos.
Para realizar o trabalho de conclusão de curso, João resolveu pesquisar sobre o estresse
em professores de nível superior. Após realizar uma busca na literatura sobre o tema, ele estabeleceu
o seguinte objetivo para sua pesquisa: Identificar os professores das universidades do Centro Oeste
que apresentam estresse. precisará padronizar o instrumento de coleta de dados e utilizar uma
amostra de respondentes que seja representativa de todos os professores de nível superior do
Centro Oeste.
Quando falo com um amigo, estou interessado em detectar a intenção da pessoa que
fala; e quando recebo uma carta de um amigo estou interessado em entender o que o autor queria
dizer. Nesse sentido, fiquei perplexo ao ler o jeu de massacre de Derrida sobre um texto assinado por
John Searle. Ou melhor, considerei-o somente como um exercício esplêndido de paradoxos
filosóficos, sem esquecer que Zeno, ao demonstrar a impossibilidade do movimento, no entanto
estava consciente de que, para fazê-lo, tinha pelo menos de mover a língua e os lábios. Mas há um
caso em que sinto simpatia por muitas teorias voltadas para o leitor. Quando um texto é colocado
numa garrafa – e isso não acontece só com a poesia ou a narrativa, mas também com A crítica da
razão pura – isto é, quando um texto é produzido não para um único leitor destinatário, mas para
uma comunidade de leitores, o/a autor/a sabe que será interpretado/a não segundo as suas
intenções, mas de acordo com uma complexa estratégia de interações que também envolve os
leitores, ao lado de sua competência na linguagem enquanto tesouro social. Por tesouro social
entendo não apenas uma determinada língua enquanto conjunto de regras gramaticais, mas também
toda a enciclopédia que as realizações daquela língua implementaram, ou seja, as convenções
culturais que uma língua produziu e a própria história das interpretações anteriores de muitos textos,
compreendendo o texto que o leitor está lendo. ECO, U. Interpretação e superinterpretação. São
Paulo: Martins Fontes, 1993. Tendo em vista o texto acima, podemos afirmar que de acordo com Eco:
um texto poderá ser interpretado de modos diferentes, dependendo do meio cultural e linguístico
da comunidade de leitores.
Há um programa chamado Big Brother Brasil (deveria ser com z, mas não é...) e um Brasil
do big brother. (...)III. Segundo DaMatta, somos constituídos socialmente; pensamos e vemos o
mundo de acordo com as marcas feitas em nós, pelo mundo no qual fomos lançados. O que
falamos e professamos não é de nossa autoria, mas do lugar, do tempo, da língua, da família etc.
nos quais nascemos e crescemos. IV. Quando DaMatta diz “...indivíduos no sentido pleno da
palavra...” ele provavelmente se refere a um conceito que passou a vigorar a partir do liberalismo
dos séculos XVII e XVIII. O homem foi tomado como fundamento primeiro de todas as coisas –
permanente e invariável no tempo; célula básica da sociedade. V. Para o indivíduo, constituído sob
os ideais românticos, sua privacidade é seu tesouro máximo e deve ser mantida longe dos olhares e
controles alheios. A defesa da inviolabilidade da intimidade do indivíduo foi uma marca do
romantismo cujos vestígios se encontram na contemporaneidade. Isto explica o nosso fascínio
diante da possibilidade de “olhar o outro pelo buraco da fechadura”.
A ciência sempre avançou pela dúvida e pelas perguntas, que mudam de qualidade nos
diferentes contextos históricos. Hoje, a novidade é que elas não são mais feitas para obter
informações e sim por excesso de conhecimento. Por isso, as perguntas que fazem avançar o
conhecimento, que Souza Santos (1997, p.117) denomina “interrogações poderosas”, são as contra
hegemônicas, com capacidade de penetrar nos pressupostos epistemológicos e ontológicos do saber
constituído, como as indagações que unem ciência e virtude, introduzindo a ordem do valor e da
ética nos conceitos científicos. (O sofrimento ético-político como categoria de análise da dialética
exclusão/inclusão. IN: SAWAIA, B. B. In: As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da
desigualdade social. Petrópolis: Vozes. 2009). I. O texto acima supera a perspectiva epistemológica
do uso moralizador e normatizador de conceitos científicos que culpabilizam o indivíduo por sua
situação social. E nesse sentido, implementam a postura ética do pesquisador. III. O texto acima
propõe uma superação das relações de poder, tradicionalmente apoiadas no princípio da
neutralidade científica. Aspecto esse que determinava uma ética desvinculada dos sujeitos da
pesquisa.
É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir a palavra, se meus ruídos interiores forem
silenciados. Só posso ouvir a verdade do outro, se eu parar de tagarelar. (Rubens Alves) II. Pode se
relacionar a frase acima a um tipo de recorte da realidade e escuta do sujeito que privilegia o
ponto de vista do pesquisador e que irá enriquecer o conteúdo investigado e delimitar a verdade
sobre o objeto da pesquisa
Maria Amélia Matos e Gerson Yukio Tomanari (2002), dois conceituados pesquisadores
em Psicologia Experimental, em seu livro “Análise do comportamento no laboratório didático”
afirmam que qualquer forma de conhecimento só avançou significativamente quando suas
observações puderam ser quantificadas. A afirmação de Matos e Tomanari se baseia no caráter de
cientificidade da ciência psicológica. Sob a luz da cientificidade pode-se afirmar que: I. Algumas
abordagens em psicologia, garantem sua cientificidade a partir da partilha de métodos e
procedimentos reconhecidos pela comunidade científica. II. Algumas abordagens em psicologia
garantem sua cientificidade a partir de uma ideia reguladora e pela partilha de princípios, como no
caso dos trabalhos de natureza qualitativa, regulados pela teoria subjetiva que os embasa.