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1. Introdução
O estudo das múltiplas dimensões do ser humano, nos micro e macro contextos em
que se insere, são de suma importância para entender as relações que se estabelecem
entre os diversos sujeitos, permitindo desta forma encontrar algumas respostas que
auxiliem as relações interpessoais a fluírem positivamente e o próprio auto conceito a
ser trabalhado no sentido de erigir sujeitos mais saudáveis, altruístas e empáticos, que
criem sociedades sustentáveis e equitativas. Quando entramos neste campo, estamos
no campo das ciências sociais.
Apesar de não ser o objetivo deste trabalho considerei importante iniciar esta análise
referindo o papel fundamental das ciências sociais para a humanidade, apesar das
mesmas terem sido durante muito tempo desvalorizadas em comparação com as
ciências exatas. Não obstante, conseguiram alcançar o seu lugar, ao demonstrarem
que as metodologias por elas usadas são fidedignas, honestas e recolhem e trabalham
dados que conduzem a conclusões que não se confundem de modo algum com
afirmações do senso comum, que derivam de observações sem qualquer tipo de
metodologias e impregnadas de preconceitos e juízos de valor.
Não é de todo fácil proceder a investigações no campo das ciências sociais, devendo
quem pretende fazer um trabalho sério de investigação neste campo, estudar
aprofundadamente métodos e técnicas de investigação.
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“… fazer pesquisa de campo é ter vontade de agarrar os fatos, de discutir com os
pesquisados, de compreender melhor os indivíduos e os processos sociais. Sem essa
sede de descobrir, sem essa sede de saber, quase que de destrinchar, o campo torna-
se uma formalidade, um exercício escolar, chato, sem interesse.” (Beaud & Weber,
2007, p.15)
2.1. Rutura
O filósofo Gaston Bachelard refere na sua obra A Formação do Espírito Científico que
existe um perigoso prazer intelectual na generalização apressada e fácil; sendo que a
psicanálise do conhecimento objetivo deve examinar com cuidado todas as seduções
da facilidade, essa é a condição para se chegar a uma teoria da abstração científica
verdadeiramente sadia e dinâmica. (Bachelard, 1938,p.69) Este pensamento está
intimamente relacionado com o conceito de rutura que é aqui apresentado, enquanto
um dos três actos do conhecimento científico. Como o próprio nome indicia, neste
primeiro ato do procedimento científico tem de se romper com preconceitos, deve
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existir uma libertação de ideias pré-concebidas, deixando-se a intuição para o campo
do senso comum.
No caso aqui analisado a sua autora consegue empreender um estudo liberto das suas
próprias crenças e pré-conceitos, mesmo numa temática tão sensível como a saúde
mental, sendo a mesma uma profissional de saúde, que aprofunda a visão de saúde
mental das pessoas que não estão ligadas à área da saúde.
Está dado o primeiro passo para que se proceda sem grandes avanços e recuos para a
investigação, pois a pesquisa pelo que se quer saber foi escrutinada e resultou numa
pergunta objetiva e passível de um trabalho de campo.
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-Observação indireta; - Entrevistas (em profundidade); - Etnometodologia; -estudo de
casos.
A pesquisa qualitativa foi escolhida por se mostrar como a meais indicada para o
campo de investigação social e cultural das percepções da doença mental.
A etapa três situa-se entre a rutura e a construção, pois por um lado é resultado das
leituras efetuadas, que conduziram a uma formulação mais consistente da
problemática, levantamento de questões, dificuldades e dúvidas, as quais ajudam a
clarificar o caminho a seguir, logo a construção.
2.2. CONSTRUÇÃO
2.2.1. Etapa 4 - A construção do modelo de análise
2.3. VERIFICAÇÃO
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Com o software Statistical Package for the Social Sciences, foi possível realizar uma
análise sociográfica à amostra tendo em atenção diversas variáveis (sociais, culturais,
etc).
O estudo apresentado chega a diversas conclusões, podemos apontar aqui três delas:
Obviamente, que este caso analisado tem relevância na sua área de investigação, pois
com as conclusões a que chegou permite que os profissionais de saúde tenham em
atenção as perspectivas leigas acerca da saúde mental nas suas diversas dimensões
quer para o indivíduo quer para a sua família e sociedade em que se enquadra. O que
permitirá encontrar respostas mais adequadas e evitar a exclusão social das pessoas
que têm alguma doença mental.
3. Conclusão
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Após a análise sumária do trabalho de campo segundo a matriz analítica fornecida na
sala virtual, na Unidade Curricular de Metodologias das Ciências Socias, ficou mais
claro os passos que são necessários dar para a construção de um trabalho de
investigação válido que possa ser reconhecido e aceite pela comunidade científica.
Quanto ao caso específico analisado está muito completo e abarca todas as sete
etapas apontadas neste trabalho.
Bibliografia:
Beaud, S., Weber, F. (2007). Guia para a Pesquisa de Campo – produzir e analisar
dados etnográficos. Rio de Janeiro: Editora Vozes