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Introdução ......................................................................................................................... 3
Objectivos gerais ............................................................................................................... 3
Objectivos específicos ...................................................................................................... 3
Metodologia ...................................................................................................................... 3
1.Remessa Documentária .................................................................................................. 4
1.1. Definição ................................................................................................................ 4
1.2. Origem ................................................................................................................... 4
1.3. Intervenientes ......................................................................................................... 4
1.4. Documentos que constituem as Remessas ............................................................. 5
1.5. Objectivos das Remessas ....................................................................................... 5
1.6. Passos de uma operação de remessa documentária (óptita do exportador) ........... 6
1.7. Regras Relativas às cobranças ............................................................................... 7
1.8. Esquematização global da Operação de Remessa Documentária .......................... 8
2.1. Fases de Intervenção dos Bancos ........................................................................... 9
2.2. Encargos de cobrança .......................................................................................... 10
2.3. Financiamento de Remessas de exportação ......................................................... 12
2.3.1. Operação de concessão de crédito ................................................................ 12
2.4. Encargos bancários .............................................................................................. 13
3. Remessa Documentária de Importação (RDI) ............................................................ 14
3.1. Banco Cobrador ................................................................................................... 14
3.1.2. Funções do Banco Cobrador ......................................................................... 15
3.2. Fases de Intervenção do Banco Apresentante ...................................................... 15
3.4. Encargos de cobrança .......................................................................................... 17
4. Crédito Documentário ................................................................................................. 18
4.1. Definição .............................................................................................................. 18
4.2. Origem ................................................................................................................. 18
4.3. Objectivos fundamentais dos Créditos Documentários ....................................... 18
4.4. Passos de uma operação de Crédito Documentário (óptica do importador) ........ 19
4.5. Intervenientes ....................................................................................................... 19
4.6. Regras relativas aos Créditos Documentários...................................................... 20
4.7. Modalidades de créditos documentários .............................................................. 21
4.8. Formas de utilização do crédito ........................................................................... 21
4.8.1. Créditos especiais.......................................................................................... 22
4.9. Cláusulas Especiais .............................................................................................. 22
5. Crédito Documentário de importação (CDI) .............................................................. 23
5.1. Fase de Emissão/Notificação/Confirmação ......................................................... 23
5.1.1. Verificação da proposta/pedido – carta contrato do ordenador .................... 24
5.1.2. Análise do risco de crédito/decisão comercial .............................................. 25
5.1.3. Abertura do CDI e seu envio ao banco intermediário................................... 25
5.4. Fase de Apresentação dos Documentos/Negociação/Aceite/Pagamento ............ 26
5.4.1. Verificação dos documentos recebidos pelo banco intermediário ................ 26
5.4.2. Pagamento dos documentos ao banco intermediário .................................... 27
5.4.3. Débito e entrega dos documentos ao ordenador ........................................... 27
5.5. Encargos Bancários dos CDI ............................................................................... 28
1
6. Crédito Documentário de Exportação (CDE) ............................................................. 28
6.1. Fase de emissão/notificação/confirmação............................................................ 29
6.1.1. Aspectos específicos do CDE ....................................................................... 30
6.2. Fase da Apresentação dos documentos/Negociação/Aceite/Pagamento ............. 31
6.3. Encargos Bancários dos CDE .............................................................................. 32
7. Caso prático dos Créditos Documentários .................................................................. 33
7.1 CDI........................................................................................................................ 33
Conclusão........................................................................................................................ 35
Bibliografia ..................................................................................................................... 36
2
Introdução
No presente trabalho o grupo irá debruçar sobre as cartas de crédito existentes,
caracterizando as suas formas em termos de, conceitualização, origem, aspectos
específicos de cada um e a sua respectiva esquematização, também algumas regras de
cálculo inerentes em cada uma dessas formas.
O trabalho contará com uma explicação exaustiva de como funcionam as Remessas
Documentárias, tanto como, os Créditos Documentários. Iremos demonstrar de forma
sintetizada algumas regras fixadas pela Câmara de Comercio internacional (CCI).
A carta de crédito é um instrumento que tem por via garantir uma melhor experiência no
comércio internacional, através da certificação de segurança entre as partes envolvidas.
Este garante que ambas as partes entrem em um consenso sobre a transacção e não saiam
prejudicadas. A operação é intermediada por bancos que se localizam junto as partes em
negociação.
Objectivos gerais
Investigar e analisar as principais etapas levadas a cabo para a constituição de uma carta
de crédito pela banca.
Objectivos específicos
Ø Identificar os intervenientes nas operações;
Ø Conhecer os documentos que constituem cada forma de carta;
Ø Saber as regras gerais inerentes no comercio internacional;
Ø Saber os circuitos das operações de cada forma de carta.
Metodologia
Foi usada para a elaboração deste trabalho, o método de pesquisa bibliográfica, através da
pesquisa em livros e de algum material disponibilizado na internet, tendo para isso, o
grupo, feito a divisão do trabalho para efeitos de melhor elaboração, o local onde foram
recolhidos os dados da presente pesquisa foram, algumas bibliotecas e sites de internet.
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1.Remessa Documentária
1.1. Definição
É um serviço bancário de cobrança de um conjunto de documentos (que, geralmente,
transmitem a propriedade de mercadoria), executado em rigorosa conformidade com
instruções recebidas. (Segundo IFB)
1.2. Origem
Esta operação teve sua origem no período após a II Guerra Mundial, ao se verificar um
grande incremento das trocas internacionais, que introduziu nos mercados novos
intervenientes, exportadores (vendedores) e importadores (compradores), cujo
conhecimento mútuo era insuficiente.
O método do envio directo dos documentos pelo exportador ao importador permite que
este (o importador) tome posse, de imediato, da mercadoria, ficando o pagamento, a
posteriori, quase exclusivamente depende da sua vontade – liquidação directa.
Assim houve a necessidade de analisar novas formas de encaminhamento dos
documentos que, como sabe, transmitem a propriedade dos produtos vendidos, de
maneira a obter uma maior segurança e controlo do pagamento (ou aceite de efeito) por
parte do comprador, antes de este tomar posse das mercadorias. Por forma a alcançar esse
objectivo foi criada a operação bancaria denominada por Remessa documentária.
1.3. Intervenientes
Demonstremos os intervenientes desta operação pelo seguinte quadro:
Intervenientes Caracterização
Cedente (ordenador, remetente, É o cliente que confia a operação de
exportador, vendedor). cobrança ao seu banco.
Banco remetente (banco do cedente). É o banco ao qual o cedente confia a
operação de cobrança.
Banco encarregado da cobrança (banco É todo o banco, distinto do banco
cobrador). remetente que intervenha na operação de
cobrança.
Banco apresentante (banco do sacado). É o banco encarregado da cobrança, que
faz a apresentação ao sacado.
Sacado (importador ou comprador). É aquele a quem de ser feita a
apresentação de acordo com a ordem de
cobrança.
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1.4. Documentos que constituem as Remessas
Quanto ao tipo de documentos que constituem as remessas, as cobranças designam-se
por:
Ø Cobranças simples: quando compostas apenas por documentos financeiros;
Ø Cobranças documentárias: quando compostas por documentos comerciais,
acompanhados ou não por documentos financeiros.
Tipos de documentos
Financeiros Comerciais
Ø Letras de câmbio; Ø Facturas;
Ø Promissórias; Ø Documentos de embarque;
Ø Cheques; Ø Títulos de propriedade ou
Ø “Recibos” ou outros instrumentos documentos análogos;
análogos utilizados para obter o Ø Entre outros.
pagamento da importância em
dinheiro
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Remessa de documentos contra pagamento (Cash against documents – CAD)
Neste caso, o banco apresentante não deve entregar os documentos ao sacado, a não ser
contra pagamento
Remessa de documentos contra aceite (Document against acceptance)
Ao utilizar este tipo de remessa, o banco apresentante entrega os documentos contra aceite
de uma letra.
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Daqui ressalta a necessidade de os bancos receberem instruções completas, claras,
precisas e concisas.
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1.8. Esquematização global da Operação de Remessa Documentária
Tipos de Remessa
Intervenientes Procedimentos
Ø Prepara os documentos
Ø Remete os documentos ao Banco
Cedente (exportador) remetente
Ø Recebe aviso de crédito do produto
líquido
Remessa de
exportação
Ø Recebe documentos do cedente
(exportador)
Ø Verifica documentos e instruções de
cobrança
Ø Remete documentos Banco
Banco Remetente apresentante/ Banco cobrador
(banco do exportador)
Ø Recebe aviso de cobertura (aviso de
crédito) do Banco apresentante / Banco
cobrador
Ø Credita o cedente (exportador)
Banco
cobrador Ø Recebe documentos do banco
remetente ou do banco cobrador
Ø Verifica documentos e instruções de
cobrança
Banco apresentante Ø Apresenta documentos ao sacado
(banco importador) (importador)
Ø Entrega documentos contra
aceite/pagamento
Ø Debita importador (sacado)
Ø Efectua cobertura (credita Banco Remessa de
importação
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2. Remessa Documentária de Exportação (RDE)
Recordemos que, na esquematização das Operações de Remessa Documentária na Banca,
ela assume características de remessa de exportação no país de exportação das
mercadorias, e de remessa de importação no país de importação das mercadorias.
Portanto neste tópico, vamos analisar apenas as remessas de exportação.
Neste caso, os intervenientes e o esquema ficarão reduzidos a:
Cedente Banco
Remetente
ou
Banco Cobrador Banco apresentante
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2a Fase (Manutenção da remessa em carteira)
Efectuada a expedição dos documentos para o banco cobrador ou para o banco
apresentante, o banco remetente deve controlar o recebimento do aviso de recepção dos
documentos e manter-se atento:
Ø Às notícias sobre o resultado da apresentação dos documentos ao sacado,
questionando o banco cobrador ou banco apresentante, se necessário (se não
receber notícias dentro de um período razoável);
Ø Ao controlo dos prazos de aceite e/ou de pagamento;
Ø À transmissão das notícias recebidas do banco cobrador ou do banco apresentante
ao cedente;
Ø À obtenção do cedente de instruções complementares de cobrança, quando
necessárias, e à sua pronta transmissão ao banco cobrador ou ao banco
apresentante.
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Ø Encargos internos: os cobrados pelo banco remetente;
Ø Encargos externos: os cobrados pelos bancos não residentes (Banco cobrador e/ou
Banco apresentante).
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residentes para cobrarem as suas despesas dos sacados e cobrar as despesas internas do
cedente.
O banco apresentante, porém, se não tiver recebido instruções expressas de que as suas
despesas não podem ser abandonadas, no caso de recusa do pagamento de despesas pelo
sacado, poderá entregar-lhe os documentos e ressarcir-se dos seus encargos junto do
banco remetente.
Se o cedente transmitir instruções expressas de que o pagamento de despesas não pode
ser dispensado, o banco apresentante não entregará os documentos e solicitará instruções
ao banco remetente.
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Formas de financiamento Caracterização
O adiantamento é efectuado sobre parte do
valor da remessa , por exemplo, 70%,
80%, etc., e em moeda nacional, sendo o
Adiantamento
contravalor determinado a câmbio
provisório (normalmente, câmbio do dia
da efectivação do crédito).
O desconto incide sobre o valor total da
remessa (100%), podendo revestir as
seguintes formas:
Ø Desconto com recurso: no qual o
crédito é concedido ao exportador,
salvo boa cobrança da remessa,
ressalvando o banco financiador o
direito de regresso contra o
exportador no caso de
incumprimento do comprador
(importador).
Desconto Ø Desconto sem recurso: no qual o
banco remetente compra a remessa
ao exportador, renunciando o
direito de se virar contra ele, em
caso de incumprimento por parte do
importador.
Em qualquer uma destas formas, o
desconto pode ser feito tanto em moeda
estrangeira como em moeda nacional.
Os descontos em moeda nacional pode
ainda ser efectuado a câmbio definitivo ou
provisório.
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Ø Encargos de cobrança: (internos e externos), perfeitamente idênticos aos
indicados nas operações de cobrança.
Ø Juros: Pelo período de financiamento, isto é, desde a data de crédito ao
exportador até à data de recepção do aviso de cobertura da remessa mais dois dias
úteis (data-valor spot).
Banco Cobrador
Banco Remetente
ou
Banco Apresentante
Sacado (Importador)
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3.1.2. Funções do Banco Cobrador
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No caso de remessa a prazo, cujos documentos comerciais tenham sido levantados contra
aceite e os documentos financeiros conservados em poder do banco apresentante para
cobrança no vencimento, este banco deverá:
Ø Avisar repentinamente o sacado para o pagamento no vencimento;
Ø Avisar o banco remetente/banco cobrador no caso de insucesso;
Ø Efectuar o protesto por falta de pagamento nos prazos legais, no caso de lhe terem
sido transmitidas instruções neste sentido.
3a fase (Liquidação da remessa pelo importador)
No caso de o importador (sacado) desejar efectuar o pagamento da remessa, transmitirá
essa sua decisão ao banco apresentante.
A liquidação poderá processar-se:
Ø Por caixa: o importador liquida a remessa com o dinheiro nas caixas do banco
apresentante.
Ø Por débito de conta: debitando a conta do importador junto ao banco
apresentante. Neste caso, é normal o sacado fornecer uma autorização escrita de
débito da sua conta.
O banco apresentante entregará ao importador os documentos comerciais e/ou financeiros
em seu poder.
4a fase (Cobertura/devolução dos documentos)
Esta fase pode ter dois caminhos:
Ø A cobertura ao banco remetente/banco cobrador;
Ø A devolução dos documentos.
Cobertura ao banco remetente/banco cobrador
Obtido o pagamento do sacado, resta ao banco apresentante, para fechar o ciclo da
operação, proceder à cobertura da remessa ao banco remetente/banco cobrador, de
harmonia com as instruções recebidas.
A cobertura será efectuada pelo valor da cobrança, deduzido dos respectivos encargos (se
for o caso), podendo processar-se por uma das seguintes formas:
Ø O banco apresentante autoriza o banco remetente a debitar a sua conta nostro
junto dos seus livros; ou
Ø O banco apresentante credita o banco remetente num terceiro banco que lhe tenha
sido indicado.
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Devolução dos documentos
No caso de insucesso da operação de cobrança, o banco apresentante procederá à
devolução dos documentos ao banco cobrador/banco remetente, solicitando o reembolso
das suas despesas.
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vencimento: valor fixo por mês ou
fracção.
Despesas de correio (portes) Valor fixo por remessa
Despesas de telecomunicações Valor fixo por acto, consoante o destino.
A regras quanto à cobrança dos encargos bancários são iguais às das remessas de
exportação.
4. Crédito Documentário
4.1. Definição
O crédito documentário é um instrumento de crédito pelo qual um banco (emitente) se
responsabiliza, sob ordem do seu cliente (ordenador) a pagar determinada quantia ao
vendedor (beneficiário) geralmente por intermédio de outro banco. (Segundo IFB)
4.2. Origem
Este instrumento surge como forma de reduzir os riscos inerentes das transacções de
comércio internacional, que as remessas documentárias não conseguem extinguir. Riscos
como:
Ø Atrasos no pagamento dos documentos;
Ø O não pagamento no vencimento, dos documentos financeiros aceites ou
subscritos;
Ø A recusa de levantamento dos documentos por parte do importador, o que pode
ocasionar elevadas despesas de retorno.
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Ø Facilitar a obtenção de crédito bancário por parte do exportador, quer na fase de
preparação da mercadoria para a exportação, quer na fase posterior ao seu
embarque.
4.5. Intervenientes
Os intervenientes desta operação são:
4.5.1 Ordenador/importador: responsabiliza um banco de proceder à abertura do
crédito.
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4.5.2. Banco emitente: é o banco do ordenador e, por essa razão, o encarregado por este,
da abertura do crédito.
4.5.3. Banco intermediário: é um banco domiciliado no país ou na localidade do
beneficiário. O seu grau de responsabilidade depende da natureza da sua intervenção.
Pode assim, assumir uma das seguintes funções:
Ø Notificador: quando se limita a transmitir ao beneficiário os termos e condições
do crédito documentário, sem qualquer compromisso ou responsabilidade da sua
parte, apenas garantindo a sua proveniência e autenticidade;
Ø Negociador: quando para além de entrar com notificador, aceita o pedido do banco
emitente para negociar os documentos, quando os mesmos lhe forem apresentados
pelo beneficiário, rigorosamente em ordem;
Ø Confirmador: quando confirma o crédito documentário aos beneficiários,
assumindo ele próprio, responsabilidade idêntica à do banco emitente. Ficando por
sua responsabilidade, pagar ao beneficiário, sem direito de regresso.
4.5.4. Beneficiário/exportador: é o destinatário da operação, aquele a favor do qual o
crédito é emitido.
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Ø Os bancos devem examinar os documentos com razoável cuidado, a fim de se
assegurarem de que aparentemente, estão em conformidade com as condições de
crédito.
Ø Os documentos que não concordem entre si serão considerados como não
apresentado, aparentemente, conformidade com os termos e condições do crédito;
Ø Todos os créditos documentários devem estipular a data de validade para
apresentação dos documentos para pagamento aceite ou negociação;
Ø Os bancos não assumem qualquer obrigação ou responsabilidade pelas
consequências decorrentes da demora e/ou extravio no trânsito de quaisquer
mensagens, cartas ou documentos, ou pela demora, mutilação ou outros erros
ocorridos na transmissão de qualquer telecomunicação.
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Assim os créditos documentários podem ser:
Ø A vista: se o crédito estipula pagamento à vista;
Ø A prazo: se o crédito estipula pagamento diferido
Ø Por aceite: se o crédito estipula a obrigação do aceite de letras sacadas pelo
beneficiário;
Ø Por negociação: se o crédito estiver domiciliado para a negociação no banco
intermediário.
Estas duas cláusulas se diferem entre si, pelo facto de, enquanto na red clause o
adiantamento ser efectuado em confiança, na green clause o adiantamento só é concedido
depois de a mercadoria estar pronta para embarque e depositada à ordem do banco.
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5. Crédito Documentário de importação (CDI)
O crédito documentário entra no circuito bancário no país de importação por iniciativa
do ordenador/importador.
É o ordenador que propõe a operação ao seu banco (emitente), o qual se aceitar a proposta,
procede à sua abertura e transmite-o ao beneficiário/exportador, socorrendo-se dos
serviços de um seu correspondente no país de exportação, que assume a designação de
banco intermediário.
Na operação de crédito documentário existem duas fases separadas no tempo:
Ø Fase de emissão/notificação/confirmação;
Ø Fase da apresentação dos documentos/negociação/pagamento.
Vejamos, então, como funciona cada uma delas no CDI.
Ordenador
Banco
emitente
Banco intermediário
Beneficiário
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5.1.1. Verificação da proposta/pedido – carta contrato do ordenador
A verificação da proposta /pedido compreende a análise de dois aspectos:
Ø O aspecto formal, que incide sobre a identificação do ordenador, do
beneficiário e de eventuais garantes, número de contas, conferência de
assinaturas, selagem da carta-contrato, etc.;
Ø O aspecto técnico, que incide sobre os documentos e as condições de utilização
da carta de crédito, sua correcção e compatibilidade das diversas condições
entre si.
Sob o ponto de vista técnico, os principais aspectos a considerar são os que se enumeram:
Ø O Montante (Qtd mercadoria*preço unitário);
o Se o montante for máximo, quer dizer que, em nenhuma circunstância, o
valor a pagar ao beneficiário pode exceder a importância do crédito.
o Se o montante for “cerca de”, quer dizer que é permitida uma variação
máxima de 10%, para mais ou para menos, articuladamente com a
quantidade de mercadoria. Quando no montante é estabelecido a condição
“cerca de”, deve ser também introduzida na quantidade de mercadoria.
Quando o preço unitário é “cerca de” , o montante do crédito também deve
estabelecer igual condição, se se mantiver constante a quantidade de
mercadoria.
Ø Deve existir compatibilidade entre a utilização e o pagamento;
Ø Se for autorizado “transbordo”, o documento de seguro deve mencionar
expressamente qual ou quais os transbordos previstos.
Ø A Expedição/O Destino devem ser adequados ao meio de transporta a utilizar.
Ø A cada um dos Incoterms, deve corresponder a exigência de um documento de
transporte específico e, eventualmente, documento de seguro e ainda a
correspondente indicação quanto ao pagamento do frete.
a) CIF: Exigência de conhecimento de embarque; Frete; Exigência de
documento de seguro.
b) FOB: Exigência de conhecimento de embarque; Frete a pagar; Não
exigência de documento de seguro.
c) CIP: Documento de transporte- carta porte aéreo ou CMR ou guia
caminho de ferro; Frete pago; Exigência de documento de seguro.
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Ø Documentos: O documento de transporte deve ser adequado ao Incoterm (CIF,
C&F, FOB, CIP) e respeitar as condições estabelecidas no item “Transbordos”
e “Expedição”.
O documento de seguro deve exigir, para além dos riscos adequados ao
transporte, os riscos específicos da mercadoria.
Ø Prazo de apresentação dos documentos após a expedição das mercadorias.
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5.4. Fase de Apresentação dos Documentos/Negociação/Aceite/Pagamento
Nesta fase, os documentos fazem o circuito inverso do crédito na emissão, uma vez que
a iniciativa da apresentação dos documentos pertence ao beneficiário/exportador.
Esquematicamente teremos:
Banco Notificador
Banco Intermediário
Beneficiário Banco Negociador
Banco Confirmador
Banco
Emitente
Ordenador
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5.4.2. Pagamento dos documentos ao banco intermediário
Se o banco emitente considerar os documentos devidamente em ordem, deve efectuar o
pagamento ao banco intermediário.
As formas de pagamento ao banco intermediário variam em função da
posição/intervenção deste último na operação. Demonstremos as diferenças inerentes:
Ø Banco Notificador: normalmente, este ao remeter os documentos, dá a indicação
sobre a forma como pretende receber o pagamento, cabendo ao banco emitente
respeitar.
Ø Banco Confirmador: este exige ao banco emitente a indicação de um banco
terceiro, onde possam obter directamente o reembolso dos seus pagamentos e, o
banco confirmador ao entregar os documentos, informa o banco emitente que
aceitou a sua indicação e pediu o seu reembolso.
Ø Banco Negociador: este irá se apoiar nas formas de pagamento das duas outras
posições, onde irá proceder como notificador, nos casos em que não pedir
indicação de um banco reembolsador ao banco emitente, e, como confirmador, no
caso contrário ao referido acima.
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5.5. Encargos Bancários dos CDI
Preçário
Descrição Comissões sobre o valor do crédito Outros
Forma de Cálculo Mínimo/Máximo Encargos
Pré-aviso _ _
Abertura (Emissão) % sobre o valor do crédito*, Mínimo/ -
por trimestre ou fracção
Pagamento % sobre valor do pagamento Mínimo/Máximo
Prorrogação % sobre o valor do saldo* em Mínimo/ -
aberto, por mês ou fracção
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Ø Fase de apresentação dos documentos/negociação/aceite/pagamento.
Banco Notificador
Banco Intermediário
Banco Emitente Banco Negociador
Banco Confirmador
Beneficiário
(Exportador)
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6.1.1. Aspectos específicos do CDE
São aspectos específicos dos CDE os seguintes:
Ø Transmissão do CDE ao beneficiário;
Ø Domiciliação para pagamento/negociação
Ø Verificação técnica da carta de crédito;
Ø Confirmação.
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Ø Recolha de elementos sobre o banco emitente: situação económica ou financeira
e nível de responsabilidade;
Ø Valor e prazo da operação;
Ø Constituição de garantias.
Banco Notificador
Banco Intermediário
Beneficiário
Banco Negociador Banco Emitente
(Exportador)
Banco Confirmador
Assim podemos notar que os circuitos dos créditos documentários e dos documentos são
iguais, quer no CDI, que no CDE. Trata-se das duas fases de uma mesma operação
bancária, uma na óptica do país importador e outra, na óptica do país exportador.
As tarefas do banco intermediário nesta segunda fase, consoante a função assumida, são
as seguintes:
Função Tarefas
Ø Recepção dos documentos do beneficiário;
Ø Envio dos documentos ao banco emitente;
Notificador Ø Recepção do aviso de crédito do banco emitente;
Ø Emissão de aviso de crédito ao beneficiári
Ø Recepção dos documentos do beneficiário;
Ø Análise dos documentos;
Negociador Ø Envio dos documentos ao banco emitente/aviso de
crédito ao beneficiário/pedido de reembolso do
pagamento efectuado
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6.3. Encargos Bancários dos CDE
Observemos pelo seguinte quadro-resumo:
Preçário
Descrição Comissões sobre o valor do crédito Outros
Forma de Cálculo Mínimo/Máximo Encargos
Pré-aviso _ _
Notificação e/ou Entrega _ _
Confirmação % sobre valor da
negociação*, por trimestre ou Mínimo/ -
fracção
Aumento de Valor:
Ø Crédito confirmado % sobre o valor do aumento*, Mínimo/ -
por trimestre
_
Ø Crédito notificado _
Alterações (sem aumento
_ Comissão fixa
de valor) _
de
Negociação (à vista e/ou
% sobre o valor da processamento
a prazo) Mínimo/ -
negociação
Pagamento (crédito à % sobre o valor do
vista) pagamento Mínimo/ -
Aceite ou Pagamento % sobre o valor do
Diferido (crédito a prazo aceite/pagamento diferido, Mínimo/ -
por trimestre ou fracção
Transferência _ _
Manuseamento (créditos _ _
notificados)
Documentos com _ _
Divergências
Cancelamento
Telecomunicações Taxa fixa mínima (swift) variável consoante o
destino
*Quando crédito é “cerca de” as comissões são cobradas por 110%
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7. Caso prático dos Créditos Documentários
7.1 CDI
Dada uma cotação CIF Maputo de (USD 7820,00), referente a importação de 1000 (mil)
garrafões de água à USD 7,26 cada e, 10.000 (dez mil) tampas das mesmas garrafas à
USD 0,056 cada. O cliente pretende pedir a abertura de um CDI do valor da cotação,
valido por 120 dias, para a utilização em Tokyo. O cliente pretende a abertura da CDI por
Swift.
Ele pretende saber qual banco mais acessível para solicitar a abertura por Pré-aviso, entre
Millennium BIM e o Banco Mais.
Podemos calcular a comissão de abertura e aviso de débito ao cliente tendo em conta os
encargos de cada um dos bancos, e verificar a melhor opção.
Mínimo
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Total do aviso de débito ao cliente = USD 252,83
Mínimo
Conclusão: Portanto, a partir dos cálculos pudemos ver que a melhor opção para
abertura por Pré-aviso, dentre os dois bancos, é a 1a que tem a sua abertura no
Millennium BIM de USD 252,83.
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Conclusão
É de concluir que, existe um exaustivo trabalho tanto nas remessas documentárias, como
nas aberturas dos créditos documentário, uma vez que existe uma data de procedimentos
a ter em conta, e qualquer falha ou desentendimento entre as partes, pode comprometer o
acordo, e levar a uma data de custos desnecessário, ou implicar a repetição do
percurso/circuito já antes tomado, levando a outros custos adicionais.
Pudemos também concluir que, para além dos impasses referidos, essas operações
garantem uma maior segurança nas transacções, uma vez que envolve partes residentes
em países diferentes, e seria difícil confiar uma transacção a grandes distâncias, estas
aparecem como um meio de união entre as partes, por forma a encontrar consenso na
negociação.
Outro aspecto notado, foi o das remessas documentárias serem mais acessíveis que os
créditos documentários, pelo facto de possuir menos encargos bancários em relação a este
último. Mas existe o custo dessa diferença de preço, uma vez que os créditos
documentários possuem maior garantia de segurança nas operações em relação as
remessas.
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Bibliografia
https://ind.millenniumbim.co.mz/InternalProviders/Documents/precario_completo.pdf
Instituto de Formação Bancária. (1997). Operações Bancárias de estrangeiro I (10a
ed.). Portugal.
Instituto de Formação Bancária. (1997). Operações Bancárias de Estrangeiro II (10a
ed.). Portugal.
Instituto de Formação Bancária. (2010). Produtos Bancários e Financeiros (15a ed.).
Lisboa, Portugal.
36