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ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3

1.1. Objectivo Geral ................................................................................................. 3

1.2. Objectivos Específicos ...................................................................................... 3

1.3. Metodologia ....................................................................................................... 3

II. OPÇÕES DE COMPRA E VENDA ........................................................................... 4

2.1. Opções de compra ............................................................................................. 4

2.2. Opções de venda ................................................................................................ 4

III. VALOR DA OPÇÃO NA DATA DE EXPIRAÇÃO ................................................ 5

3.1. Valor da opção de compra na data de expiração ............................................... 5

3.2. Valor da opção de venda na data de expiração .................................................. 7

IV. LUCROS NA DATA DE EXPIRAÇÃO ................................................................... 8

4.1. Lucro da opção de compra na data de expiração ............................................... 8

4.2. Lucro da opção de venda na data de expiração ................................................. 9

4.3. Lucro de uma straddle na data de expiração ................................................... 11

4.4. Lucro de uma strip na data de expiração ......................................................... 12

4.5. Lucro de uma strap na data de expiração ........................................................ 12

4.6. Lucro de uma butterfly spread na data de expiração ....................................... 13

V. ALGUMAS PROPRIEDADES IMPORTANTES DO VALOR DAS OPÇÕES ..... 15

5.1. Valor relativo de opções de compra com características diferentes ................ 15

5.2. Valor mínimo de uma opção de compra europeia ........................................... 16

5.3. Exercício antecipado de uma operação americana .......................................... 17

5.4. Paridade put call .............................................................................................. 18


VI. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 21

VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 22


I. INTRODUÇÃO
As opções fazem parte de um grupo de instrumentos financeiros denominados
derivados. De uma forma genérica, uma opção é um contrato que dá ao detentor o
direito de comprar ou vender determinado título financeiro, em certa data estipulada ou
dentro de certo período de tempo a um preço particular.

Considerando o que está patente no parágrafo inicial, o grupo propõe este tema, com
vista a abordar os aspectos essências numa operação financeira que envolve as opções,
que são consideradas um dos tipos de derivados mais populares. Com isso, através da
investigação feita pelo grupo, o leitor será capaz de compreender como são valorizadas
as opções na data de expiração, o lucro proveniente das mesmas na data de expiração,
entre outros.

1.1. Objectivo Geral


Apresentar e analisar as ferramentas de cálculo usadas para avaliar a valorização das
opções.

1.2. Objectivos Específicos


 Fornecer uma visão elementar dos tipos mais comuns de opções e dos que se podem
obter na combinação destes;

 Quantificar através de fórmulas, o cálculo do valor das opções nos diferentes


momentos em que podem ser transaccionadas;

 E expor algumas propriedades fundamentais relativas a valorização das opções.

1.3. Metodologia
Para a elaboração do trabalho, o grupo procedeu à busca de informação em livros
sobre mercados e investimentos financeiros, gestão de activos financeiros, dentre
outros.

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II. OPÇÕES DE COMPRA E VENDA

2.1. Opções de compra


Uma opção de compra (ou call option, na terminologia inglesa) concede ao seu
detentor o direito de comprar um certo número de acções de uma dada empresa, a um
determinado preço, numa certa data ou antes de uma certa data.

Uma opção de compra especifica vários elementos. Por um lado, indica de qual
empresa é que são as acções que o detentor da opção tem direito a comprar. Por outro,
indica o número de acções que podem ser adquiridas e qual é o preço a que elas podem
ser adquiridas. Este preço designa-se por preço de exercício (em inglês, exercise price
ou striking price). Por fim, a opção especifica até quando é que a opção de compra pode
ser exercida, e esta data é conhecida por data de expiração.

2.2. Opções de venda


Uma opção de venda ou put option, concede ao seu detentor o direito de vender um
certo número de acções de uma dada empresa, a um determinado preço, numa certa data
ou antes de uma certa data. O preço a que as acções podem ser vendidas, designa-se por
preço de exercício, e a data em que o direito pode ser exercido (ou até quando pode ser
exercido) é a data de expiração.

Quando uma opção só pode ser exercida na data de expiração é designada por opção
europeia. Quando uma opção pode ser exercida em qualquer momento do tempo até à
data de expiração designa-se por opção americana.

Exemplo 1: Os investidores A e B assinaram um contracto que concede o direito ao


investidor B de comprar 500 acções da empresa QWERTY, ao preço de 100,00MT por
acção, em qualquer altura durante os próximos 6 meses. Neste momento, o preço das
acções da empresa é de 90,00MT.

4
Este contracto é uma opção de compra americana, com o preço de exercício de
100,00MT e a data de expiração de 6 meses. O investidor B detém o direito de opção, é
o comprador da opção, e o investidor A é o vendedor da opção.

O exemplo acima ilustra os vários elementos presentes num contracto. Mostra que
uma opção pode ser vista como uma “aposta” entre dois investidores, sobre a evolução
futura do preço da acção. O investidor B está convencido que o preço da acção vai subir
acima de 100,00MT durante o período que a opção pode ser exercida. Em contrapartida,
o investidor A está a “apostar” na permanência do preço abaixo dos 100,00MT, mas ao
mesmo tempo está a arriscar quando assina este contracto, porque se o preço da acção
subir, por exemplo, para 140,00MT, o investidor A vai ter de comprar 500 acções a
140,00MT e entregá-las ao investidor B por apenas 100,00MT e, logo, terá uma perda
de 20.000,00MT 1. Por conseguinte, o investidor A só estará disposto a assinar o
contracto se receber algo em troca. O montante que o investidor B paga ao A para ele
estar disposto a assinar este contracto é o preço da opção (também designado por
prémio).

III. VALOR DA OPÇÃO NA DATA DE EXPIRAÇÃO

O valor da opção na data de expiração depende do preço da acção que lhe está
subjacente, na data de expiração.

3.1. Valor da opção de compra na data de expiração


Exemplo 2: Consideremos uma opção de compra que dá ao seu detentor o direito de
comprar uma acção da empresa QWERTY, por 100,00MT, na data de expiração.

Se, na data de expiração, o preço da acção for inferior a 100,00MT, o detentor da


opção não vai querer exercer o seu direito de adquirir a acção por 100,00MT, porque
consegue comprá-la por um preço inferior no mercado. Isto é, nestas circunstâncias o
valor da acção é 0. Em contrapartida, se na data de expiração, o preço da acção da
empresa for superior a 100,00MT, o detentor da opção vai querer exercer o seu direito,
porque vai comprar por 100,00MT uma acção cujo preço de mercado é superior a

1
(500 acções * 140,00MT) – (500 acções – 100,00MT)

5
100,00 MT. Por exemplo, se o preço da acção for de 140,00 MT, o detentor da opção
ganha 40,00 MT se exercer a opção de compra.

Consideremos uma opção de compra com preço de exercício E e com data de


expiração T . Designemos por ST o valor da acção que está subjacente à opção, na data
de expiração.

Se ST ≤ E , o comprador da opção não vai querer exercer o seu direito de adquirir a


acção ao preço E , porque é possível comprar a acção no mercado por ST ≤ E. Por
conseguinte, se ST ≤ E , o valor da opção na data de expiração é 0. Em contrapartida, se
o preço da acção naquela data for superior ao preço do exercício, o comprador da opção
ganha, se exercer o seu direito de adquirir a acção ao preço E .

O comprador da opção pode adquirir a acção por E e vendê-la por ST , tendo um


ganho por acção de ST − E . Assim, se ST > E , o valor da opção na data de expiração é
ST ̶ E. Resumido, o valor da opção de compra na data de expiração, CT , é dado por:

0 se 𝑆𝑆𝑇𝑇 ≤ 𝐸𝐸
𝐶𝐶𝑇𝑇 = � ⇔ CT = max[0, S T − E ]
𝑆𝑆𝑇𝑇 − 𝐸𝐸 se 𝑆𝑆𝑇𝑇 > 𝐸𝐸.

Representação gráfica do valor da opção de compra na data de expiração, como


função do preço naquela data. O valor da opção é 0 para ST ≤ E , logo é representado
pelo segmento de recta horizontal entre a origem e E. Para ST > E o valor é ST − E ,
logo, é semi-recta com declive 1 que parte de E .

Valor da
call

E ST
Figura 1: Valor da opção de compra na data de expiração, como função de ST.

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3.2. Valor da opção de venda na data de expiração
Consideremos uma opção de venda ou put option com preço de exercício E , e data
de expiração T, e seja ST o preço da acção naquela data. Se ST ≥ E , o vendedor da put
não vai querer exercer o seu direito de vender a acção por E , porque é possível vender
a acção no mercado de capitais por ST ≥ E . Logo, se ST ≥ E , o valor da opção é nulo.
Em contrapartida, se ST < E o comprador da opção de venda vai querer exercer o seu
direito, porque pode vender por E uma acção que no mercado custa apenas ST < E ,
ganhando assim E − ST . Ou seja, se ST < E , o valor da opção de venda é E − ST . Em
outras palavras, se designarmos por PT o valor da put na data de expiração, ele é dado
por:

𝐸𝐸 − 𝑆𝑆𝑇𝑇 se 𝑆𝑆𝑇𝑇 < 𝐸𝐸


𝑃𝑃𝑇𝑇 = � ⇔ PT = max[ E − S T ,0].
0 se 𝑆𝑆𝑇𝑇 ≥ 𝐸𝐸.

O gráfico representa o valor da opção de venda na data de expiração, como função


do preço da acção naquela data. Se ST ≥ E a opção de venda não é exercida e o seu
valor é 0, logo é representada pela semi-recta horizontal que parte de E . Se ST < E o
valor da opção de venda é E − ST e, consequentemente, é representada pelo segmento
da recta de declive -1, e com intersecção na origem igual a E .

Valor da
put

E ST

Figura 2: Valor da opção de venda na data de expiração como função de ST.

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IV. LUCROS NA DATA DE EXPIRAÇÃO

Para o cálculo do lucro obtido com a compra ou venda de uma opção temos de ter
em consideração o preço da opção.

4.1. Lucro da opção de compra na data de expiração


O lucro do comprador que detiver a mesma até à data de expiração, é o valor que foi
calculado anteriormente retirando o preço que o comprador pagou para adquirir a opção
(sendo mais precisos, este preço tem de ser capitalizado até à data de expiração).
Designando por C o valor capitalizado do preço da call option, o lucro do comprador da
opção na data de expiração é dado por:

−𝐶𝐶 se ST ≤ 𝐸𝐸
∏c=� ⇔ ∏ 𝑐𝑐 = max[0, 𝑆𝑆𝑇𝑇 − 𝐸𝐸] − 𝐶𝐶
𝑆𝑆𝑇𝑇 − 𝐸𝐸 − 𝐶𝐶 se ST > 𝐸𝐸.

O lucro do vendedor da opção de compra é o simétrico ao lucro do comprador da


opção. Quando S T ≤ E o comprador não exerce a opção e, logo, o lucro do vendedor é
C . Mas quando S T > E o comprador exerce a opção e o lucro do vendedor é

C + E − ST (recebe C + E do comprador mas tem que pagar ST pela acção). As figuras


abaixo representam graficamente o lucro do comprador e o lucro do vendedor de uma
call option com preço de exercício E , como função do preço da acção na data de
expiração, ST .

Lucro Comprador da call

E
ST

Preço da
call
Figura 3 (a): Lucro do comprador de uma opção de compra.

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Lucro Vendedor da call

Preço da
Call

E ST

Figura 3 (b): Lucro do vendedor de uma opção de compra.

Uma call option envolve apenas, uma transacção entre dois indivíduos, o comprador
e o vendedor. O comprador tem lucros positivos quando o preço da acção é elevado na
data de expiração, o vendedor da opção tem lucros positivos quando o preço da acção é
baixo na data de expiração. O comprador da opção está a “apostar” num preço da acção
elevado, e o vendedor “aposta” num preço baixo.

4.2. Lucro da opção de venda na data de expiração


Abaixo está graficamente representado o lucro do comprador e o lucro do vendedor
de uma put option, ou seja, opção de venda, com preço de exercício E na data de
expiração T , como função do preço da acção na data de expiração. Se designarmos por
P o valor capitalizado do preço da put option o lucro da opção de venda, na data de
expiração, sera:

𝐸𝐸 − ST − 𝑃𝑃 se ST < 𝐸𝐸
∏p=� ⇔ ∏ p = max[E− ST , 0] − P
−𝑃𝑃 se ST ≥ 𝐸𝐸.

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O lucro do vendedor da opção de venda é simétrico do lucro do comprador.

Lucro Comprador da put

E
ST

Preço da
put

Figura 4 (a): Lucro do comprador de uma opção de venda.

Lucro Vendedor da put

Preço da
put

E ST

Figura 4 (b): Lucro do vendedor de uma opção de venda.

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Para além das opções de compra e venda, há muitos produtos que podem ser obtidos
combinando os vários tipos de opções. A seguir apresentamos alguns exemplos deste
tipo de carteiras. O objectivo da apresentação destes exemplos, é familiarizar o leitor ao
cálculo do lucro na data de expiração.

4.3. Lucro de uma straddle na data de expiração


A combinação de uma opção de compra e de uma opção de venda, com a mesma
data de expiração e o mesmo preço de exercício é designada por straddle. O detentor da
straddle exerce a put se o preço da acção na data de expiração for superior ao preço do
exercício. Usando a notação anterior, o lucro do comprador de uma straddle na data de
expiração é dado por:

𝐸𝐸 − ST − (𝑃𝑃 + 𝐶𝐶)
� � se ST < 𝐸𝐸 , ST ≥ 𝐸𝐸.
ST − 𝐸𝐸 − (𝑃𝑃 + 𝐶𝐶)

Nas figuras abaixo, está representado graficamente o lucro do comprador e o lucro


do vendedor de uma straddle, na data de expiração. Com base nestas figuras, podemos
concluir que o comprador de uma straddle está a apostar em variações elevadas (para
baixo ou para cima) no preço da acção. Em contrapartida, o vendedor está convencido
que o preço da acção vai divergir do preço de exercício.

Lucro Comprador da straddle

E
custo da ST
call e put

Figura 5 (a): Lucro do comprador de uma straddle.

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Lucro Vendedor da straddle

E ST

Figura 5 (b): Lucro do vendedor de uma straddle.

4.4. Lucro de uma strip na data de expiração


A combinação de duas opções de venda e uma de compra com a mesma data de
expiração e o mesmo preço de exercício é designada por strip. Se ST for inferior a E as
duas opções de venda são exercidas, enquanto que, se ST > E a opção de compra é que
é exercida. Por conseguinte, o lucro do comprador da strip, na data de expiração, é dado
por:

2(𝐸𝐸 − ST ) − (2P + C) se ST < 𝐸𝐸



ST − E − (2P + C) se ST ≥ 𝐸𝐸.

Embora o comprador da strip esteja a apostar na variabilidade dos preços da acção


(o seu lucro é positivo quando o preço da acção é bastante abaixo ou bastante acima do
preço de exercício), ele aposta mais numa descida do preço da acção (os seus lucros são
maiores quando o preço da acção baixa do que quando sobe).

4.5. Lucro de uma strap na data de expiração


A combinação de duas opções de compra e uma opção de venda, com a mesma data
de expiração e o mesmo preço de exercício é designada por strap. O lucro do comprador
na data de exercício :

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𝐸𝐸 − ST − (P + 2C) 𝑠𝑠𝑠𝑠 ST < 𝐸𝐸

2� ST − E� − (P + 2C) 𝑠𝑠𝑠𝑠 ST ≥ 𝐸𝐸.

O comprador da strap também aposta em grandes oscilações dos preços da acção,


mas está mais convencido que vai ocorrer uma subida do preço da acção.

4.6. Lucro de uma butterfly spread na data de expiração


A combinação de uma opção de compra com preço de exercício E1 , a venda de duas
opções de compra com preço de exercício E2 e a compra de uma opção de compra com
E3 + E1
preço de exercício E3 (com E2 = ), todas com a mesma data de expiração
2
chama-se butterfly spread.

A determinação do lucro do comprador de uma butterfly spread é um pouco mais


complicada porque aqui temos de considerar os valores de ST em quatro intervalos

distintos: se ST < E , se E1 ≤ ST < E2 , se E2 ≤ ST < E3 e se ST ≥ E3 . Designemos por

C1 , C2 , C3 o valor capitalizado do preço das opções de compra com preço de exercício

E1 , E 2 , E3 respectivamente. O custo capitalizado da butterfly spread é

Cbs = C1 + C3 − 2C2 . O lucro do comprador na data de expiração é:

𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑆𝑆𝑇𝑇 < 𝐸𝐸1


−𝐶𝐶𝑏𝑏𝑏𝑏
𝑠𝑠𝑠𝑠 𝐸𝐸1 ≤ 𝑆𝑆𝑇𝑇 < 𝐸𝐸2
𝑆𝑆 − 𝐸𝐸1 − 𝐶𝐶𝑏𝑏𝑏𝑏
� 𝑇𝑇 𝑠𝑠𝑠𝑠 𝐸𝐸2 ≤ 𝑆𝑆𝑇𝑇 < 𝐸𝐸3
𝐸𝐸2 − 𝐸𝐸1 − 𝑆𝑆𝑡𝑡 − 𝐶𝐶𝑏𝑏𝑏𝑏
𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑆𝑆𝑇𝑇 ≥ 𝐸𝐸3.
−𝐶𝐶𝑏𝑏𝑏𝑏

Nas figuras que se seguem, está representado graficamente o lucro do comprador e o


lucro do vendedor de uma butterfly spread.

O investidor também pode combinar uma opção com a acção que lhe serve de base.
Por exemplo, o investidor pode deter uma acção e vender uma opção de compra sobre
essa acção. Esta combinação aumenta a rentabilidade se o preço da acção for baixo, mas
diminui a rentabilidade se o preço da acção for elevado.

Se o investidor combinar uma acção com uma put option reduz a rentabilidade se o
preço da acção no futuro for elevado, mas garante uma rentabilidade mínima se o preço
da acção for baixo.

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Lucro Comprador da butterfly spread

E1 E2
E2 ST

Figura 6 (a): Lucro do comprador da butterfly spread.

Lucro Vendedor da butterfly spread

E2
E1 E2 ST

Figura 6 (b): Lucro do vendedor da butterfly spread.

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V. ALGUMAS PROPRIEDADES IMPORTANTES DO VALOR DAS
OPÇÕES

Estas propriedades são baseadas em argumentos de racionalidade e de arbitragem e


devem ser satisfeitas por qualquer modelo de valorização das opções.

5.1. Valor relativo de opções de compra com características diferentes


Uma opção de compra europeia dá ao seu detentor o direito de adquirir determinado
número de acções, ao preço de exercício, na data de expiração. Em contrapartida, numa
opção de compra americana a opção pode ser exercida em qualquer momento até à data
de expiração.

O que podemos dizer sobre o valor relativo de uma opção de compra americana e
de uma opção de compra europeia, sobre uma mesma acção, com a mesma data de
expiração e o mesmo preço de exercício?

Se tivermos uma opção de compra americana e outra europeia sobre uma mesma
acção, tendo ambas a mesma data de expiração e o mesmo preço de exercício, a opção
de compra europeia não pode ter um preço superior à opção americana. Isto porque a
opção de compra americana, oferece ao seu detentor as mesmas oportunidades que a
opção europeia, e oferece-lhe ainda a possibilidade de exercer antes da data de
expiração. Este direito de exercer antes da data de expiração não pode ter valor
negativo. Por conseguinte, a opção americana não pode valer menos que a europeia.

Se tivermos duas opções de compra sobre a mesma acção, com a mesma data de
expiração, aquela que tiver um preço de exercício mais baixo não pode valer menos do
que a de preço de exercício mais alto.

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5.2. Valor mínimo de uma opção de compra europeia
Uma propriedade importante de uma opção de compra europeia é que o seu valor,
que não pode ser inferior a 0, nem pode ser inferior à diferença entre o preço da acção e
o valor actualizado do preço do exercício.

Seja r a taxa de juro sem risco entre o momento em que a opção de compra está a
ser avaliada e a data de expiração. Designemos por 𝑆𝑆0 o preço corrente da acção, por 𝐶𝐶0
o preço corrente da opção de compra, e por 𝐸𝐸 o preço de exercício. Em termos formais,
a propriedade anterior diz-nos que:

𝐸𝐸
𝐶𝐶0 ≥ max �0, 𝑆𝑆0 − �
1 + 𝑟𝑟

Como a opção de compra não pode ter um valor negativo porque o seu detentor só
vai exercer o direito de aquisição quando isso é lucrativo, na pior das hipóteses, a opção
não é exercida e tem valor nulo.

Consideremos duas carteiras diferentes. A primeira carteira é uma opção de compra


𝐸𝐸
e uma obrigação cujo valor na data de expiração é 𝐸𝐸 e, logo, o valor actual é .A
1+𝑟𝑟

segunda carteira é acção que está subjacente à opção. A tabela seguinte representa o
valor de cada uma destas carteiras na data de expiração, em função do preço da acção na
data de expiração, 𝑆𝑆𝑇𝑇 .

Carteiras Se 𝑆𝑆𝑇𝑇 ≤ 𝐸𝐸 Se 𝑆𝑆𝑇𝑇 > 𝐸𝐸


Obrigação 𝐸𝐸 𝐸𝐸
Call 0 𝑆𝑆𝑇𝑇 − 𝐸𝐸
Carteira 1 𝐸𝐸 𝑆𝑆𝑇𝑇
Acção 𝑆𝑆𝑇𝑇 𝑆𝑆𝑇𝑇

Por conseguinte, se 𝑆𝑆𝑇𝑇 > 𝐸𝐸 ambas as carteiras têm o mesmo valor, mas se 𝑆𝑆𝑇𝑇 ≤ 𝐸𝐸 a
carteira formada pela opção e pela obrigação tem um valor superior à acção. Mas então
o preço da carteira não pode ser inferior ao preço da acção:

𝐸𝐸 𝐸𝐸
𝐶𝐶0 + ≥ 𝑆𝑆0 ↔ 𝐶𝐶0 ≥ 𝑆𝑆0 − .
1 + 𝑟𝑟 1 + 𝑟𝑟

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5.3. Exercício antecipado de uma operação americana
Uma propriedade curiosa de uma opção americana é que nunca compensa exercer a
opção antes da data de exercício se a acção não pagar dividendos ou se o preço de
exercício for ajustado pelo pagamento de dividendos. Por outras palavras, uma opção de
compra americana vale mais viva do que morta. Vale mais manter a opção viva e não a
exercer, do que exercer a opção, e deixar assim de ter a opção de exercício no futuro.

Vejamos isto através de um exemplo:

Suponha que uma acção esteja sendo vendida por 60,00MT e que um investidor
detenha uma opção de compra americana com preço de exercício de 50,00MT.
Suponha, ademais, que o investidor acredite que o preço da acção vá cair entre agora e a
data de vencimento.

Nestas condições, sem dúvidas, o investidor irá preferir exercer a opção de compra
hoje, do que mantê-la e exercer a opção mais tarde. Mas também, existe outra opção:
vendê-la a outro investidor. Portanto, se a opção de compra, tem preço de mercado
superior aos 10,00MT que o investidor obteria exercendo a opção 2, é preferível vender a
opção de compra.

Este exemplo mostra que a opção americana tem duas fontes de valor. A primeira
fonte é o valor de exercer imediatamente a opção, a segunda é o valor do direito de
opção entre o momento presente e a data de expiração.

Em termos mais formais é fácil demonstrar que nunca compensa exercer uma opção
americana sobre uma acção que não pague dividendos até à data de expiração. Sabemos
que uma opção americana vale pelo menos tanto como uma opção europeia. Sabemos
também que o valor de uma opção europeia nunca pode ser inferior ao máximo entre 0 e
E
S0 − .
1+ r

2
Preço da acção de 60,00MT – preço de exercício de 50,00MT.

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Resumindo:

E
Valor da opção americana ≥ Valor da opção europeia ≥ S 0 − > S0 − E .
1+ r
O que mostra que, o valor de uma opção americana se não for exercida é superior ao
valor obtido se for exercida, S 0 − E .

Note-se que este resultado admite que a acção não paga dividendos. Se a acção pagar
dividendos pode compensar exercê-la já na expectativa de receber os dividendos.

5.4. Paridade put call


Nas opções europeias existe uma relação muito precisa entre o preço de uma opção
de compra e o preço de uma opção de venda, com o mesmo preço de exercício e a
mesma data de expiração, esta relação é designada por paridade put call e tem uma
implicação prática muito importante: se soubermos valorizar a opção de compra, então
também sabemos o valor da opção de venda com a mesma data de expiração e o mesmo
preço de exercício.

Podemos combinar uma opção de venda a acção sobre a qual a opção está escrita e
um empréstimo, para que os payoffs obtidos sejam exactamente iguais aos de uma
opção de compra. Mas isso implica que o preço daquela carteira terá de ser igual ao
preço de uma opção de compra. Esta é a ideia básica para deduzirmos a relação entre o
preço da opção de compra e o preço da opção de venda.

O valor dessa carteira é:

 ST + E − ST = E

 ST + 0 = ST

Repare-se que, se àquele valor subtrairmos E obtemos o valor da opção de compra


com o preço de exercício E , na data de expiração. Por conseguinte, uma carteira
incluindo a acção, a opção de venda e um empréstimo que é reembolsado na data de
expiração com reembolso igual a E , tem o mesmo valor que uma opção de compra na
data de expiração.

Consideremos uma opção de compra e uma opção de venda, sendo ambas opções
europeias com data de expiração T , e preço de exercício E . Designemos por C o

18
preço da opção de compra e por P o preço da opção de venda. Vamos admitir que a
acção que serve de base às opções não paga dividendos até à data de expiração e que é
possível emprestar ou pedir emprestado à taxa de juro sem risco, sendo r a taxa de juro
entre a data de aquisição e a data de expiração.

Carteiras Se ST ≤ E Se ST > E

Acção ST ST

Put E − ST 0
Empréstimo −E −E
Carteira A 0 ST − E

Call 0 ST − E

Consideremos as duas carteiras de activos seguintes: a carteira A é constituída por


uma opção de venda de uma acção com preço de exercício E e data de expiração T ,
pela acção correspondente, e por um empréstimo de E que é reembolsado em T .
(1 + r )
A segunda carteira é uma opção de compra da mesma acção com preço de exercício E
e data de expiração T . É fácil verificar que estas duas carteiras têm exactamente o
mesmo valor na data de expiração.

Como os dois investimentos têm exactamente o mesmo valor na data de expiração,


se o seu preço não for igual o investidor pode fazer arbitragem, comprando a carteira
mais barata e vendendo a mais cara. Por exemplo, se a carteira A fosse mais barata que
a opção de compra, o investidor poderia comprar a carteira A e vender opção de
compra, realizando assim um lucro imediato sem incorrer em qualquer risco. Ora, isto
implica que, para que não existam oportunidades de arbitragem, o preço da opção de
compra tem de ser igual ao preço da carteira constituída pela acção, pela opção de venda
e pelo empréstimo, ou seja:

E
C = S +P−
1+ r

Esta relação é designada por paridade put call.

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Se as opções fossem americanas, o argumento de arbitragem que usamos não seria
valido porque o facto de as carteiras terem o mesmo valor na data de expiração não
significa que tenham o mesmo valor antes dessa data.

Pode compensar exercer uma opção de venda americana antes da data de exercício.

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VI. CONCLUSÃO

Conforme se referiu na parte introdutória do respectivo trabalho, uma opção é um


contrato que oferece ao proprietário, o direito de comprar ou vender determinado título
mobiliário, numa data estipulada, a um preço particular. Com isso, é passível dizer que
nesta operação, existem aspectos indispensáveis que podem ser do interesse dos
intervenientes deste contrato, ou seja, dos investidores. Tais aspectos foram os que
tratou-se durante o desenvolvimento do trabalho, isto é, o valor duma opção na data de
expiração, lucros na data de expiração. Com estas ferramentas os investidores passam a
ter melhor controlo sobre as suas investidas, mais do que isso, conseguem tomar
decisões menos arriscadas levando-lhes ao resultado desejado.

Embora o trabalho, esteja exclusivamente virado para a análise dos modelos


matemáticos usados no cálculo da valorização das opções, o grupo destaca que
compreender os aspectos relevantes a negociação das opções em termos mais teóricos
também é de relevante importância, como por exemplo, a celebração do contrato e os
termos constantes do contrato, ambiente em que são negociadas as opções, ou melhor,
em que tipo de mercado se transaccionam, como são transaccionados, e o que mais se
julgar importante.

É também imprescindível, citar a importância que este tema possui na área da gestão
financeira, ou em termos mais usais, para o gestor financeiro. O investimento em
opções (generalizando em derivados), impulsionam os retornos e reduzem os riscos,
com a finalidade de contribuir positivamente para o objectivo de maximizar o preço da
acção de empresa.

Finalizando, o grupo pôde concluir que o crescimento dos mercados de opções tem
sido acompanhado de enorme interesse por avaliar contratos de opções, tanto entre
académicos quanto entre o pessoal envolvido em actividades práticas no mercado
financeiro.

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VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ELTON, Edwin et al. Moderna Teoria de Carteira e Análise de Investimentos. 8.ª


ed. Rio de Janeiro, Elsevier Editora, 2012.

 PIRES, Cesaltina. Mercados e Investimentos Financeiros. 3.ª ed. Lisboa, Escolar


Editora, 2011.

 GITMAN, Lawrence. Princípios de Administração Financeira. 10.ª ed. São Paulo,


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