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ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE

Professor: Maurini Elizardo Brito


E-mail: rumar@rumarconsult.com.br
OBJETIVO

Propiciar uma visão geral sobre confiabilidade e sua aplicação à engenharia

RESULTADO ESPERADO

Os participantes passam a conhecer os conceitos e técnicas principais da


confiabilidade, por uma perspectiva de aplicação, e se tornam aptos a
aprofundar o conhecimento nesta área
CONCEITOS INICIAIS

CONFIABILIDADE

Probabilidade de um produto oferecer o desempenho esperado,


dentro de condições especificadas, por um dado período de tempo

DISPONIBILIDADE

Probabilidade de um produto estar em condições de operar a um


dado momento qualquer
CONCEITOS INICIAIS

CONFIABILIDADE

DISPONIBILIDADE
CONCEITOS INICIAIS

CONFIABILIDADE

100%
Gerenciar a confiabilidade de um equipamento é, em síntese,
gerenciar os riscos de falha, adotando ações mitigatórias
para reduzir ao máximo a probabilidade e/ou o impacto da falha

A probabilidade de
falha atende à
definição de AMEAÇA

0%
100% PROBABILIDADE DE FALHA
CONCEITOS INICIAIS

Busca de Informações

DESCONHECIDO CERTEZA

INCERTEZA RISCO Nível de


Informação

Nenhum Pleno

O risco é gerenciável
CONCEITOS INICIAIS

RISCO

Evento futuro que possui uma probabilidade de ocorrência


e, caso ocorra, produz um impacto

AMEAÇA OPORTUNIDADE

Risco cujo impacto causa uma perda Risco cujo impacto causa um ganho
CONCEITOS INICIAIS

RISCO

UM EVENTO + UMA
POSSIBILIDADE + EFEITO (S)

Causa Raiz Probabilidade Impacto (s)


CONCEITOS INICIAIS

Probabilidades

Roubo Baixa Alta


Causas raiz Colisão Alta Alta
Incêndio Baixa Média

Impactos Perda do carro Perda do carro


CONCEITOS INICIAIS

A PROBABILIDADE

Possibilidades: 1, 2, 3, 4, 5, 6 Universo U

Probabilidades:

 Lance = 1 Uma chance em seis = 1/6 = 0,1666 = 16,7%


 Lance = par Três chances em seis = 3/6 = 0,5 = 50%
 Lance = 3 ou 5 Duas chances em seis = 2/6 = 0,333 = 33,3%

Probabilidade: razão entre o nº de possibilidades favoráveis e o


universo de possibilidades
CONCEITOS INICIAIS

A PROBABILIDADE

Se o seu carro está no Rio, qual a probabilidade mais realista?

Universo (espaço amostral): sua definição influencia a avaliação do risco


CONCEITOS INICIAIS

A PROBABILIDADE

Lance = 3 no primeiro dado OU par no segundo


Uma chance Três chances
em seis em seis

Probabilidade: 0,1666 + 0,50 = 0,7666 = 76,67%

Lance = 3 no primeiro dado E par no segundo


Uma chance Três chances
em seis em seis

Probabilidade: 0,1666 x 0,50 = 0,0833 = 8,33%


CONCEITOS INICIAIS

O VALOR DO RISCO

R = risco
p = probabilidade, 0 ≤ p ≤ 1
I = impacto, -∞ < I < ∞

Se I for monetizado = Valor Monetário Esperado (VME)


CONCEITOS INICIAIS

O VALOR DO RISCO

Vale a pena
comprar o risco?

Impactos R$ 2.000.000,00 R$ 20.000,00


Chance de sinistro 10% 10%
VME R$ 200.000,00 R$ 2.000,00

Preço do seguro R$ 70.000,00 R$ 1.000,00

35% do VME 50% do VME


GERENCIAMENTO DE RISCOS

E agora? Gerenciar riscos ou gerenciar a crise?

Gerenciar riscos é uma ação proativa

Em essência, é uma ação de


Qualidade Assegurada

Gerenciar riscos é mais barato


e mais seguro
GERENCIAMENTO DE RISCOS

COMO FUNCIONA BENEFÍCIOS

 Identifica as ameaças e oportunidades  Melhora a qualidade do planejamento


 Avalia probabilidade e impacto  Melhora a qualidade da decisão
 Prioriza os riscos (por criticidade)  Melhora a capacidade de resposta
 Define um plano de ação  Reduz o custo da não qualidade
 Monitora a aplicação do plano  Reduz a ocorrência de acidentes
 Avalia a efetividade das ações
 Monitora a evolução dos riscos
GERENCIAMENTO DE RISCOS

PLANEJAMENTO

 Definição do objeto de análise


 Definição de premissas e restrições
 Critérios de classificação e priorização Gerenciar riscos sem planejamento cria um evento
futuro de alta probabilidade e impacto chamado
 Procedimento de mapeamento dos riscos
Fracasso
 Técnicas de mapeamento a serem utilizadas
 Modelo do plano de ação
 Procedimento para monitoramento das ações
 Procedimento para monitoramento dos riscos
 Sistema de relatórios de riscos
GERENCIAMENTO DE RISCOS

OBJETO PREMISSAS E RESTRIÇÕES

O que será analisado e quais


os limites da análise?
Quais as hipóteses assumidas para
suprir lacunas de informação?
Quais as limitações impostas pela
empresa ou cliente?
GERENCIAMENTO DE RISCOS

CRITÉRIOS

Probabilidade de
Impacto Detectabilidade Urgência
Ocorrência

Faixas de Faixas de impacto Níveis de dificuldade Faixas de


probabilidade em custo / prazo / de detecção probabilidade
X desempenho X X
pontuação X pontuação pontuação
pontuação
OU
OU
Estimativa de
probabilidade p Precificação do
impacto I

1
GERENCIAMENTO DE RISCOS

MAPEAMENTO

Mediador

Brainstorming Mapa de Riscos


Pessoas competentes
no objeto e no contexto

Informações e procedimento
2
GERENCIAMENTO DE RISCOS

TIPOS DE RISCOS

CONTEXTUAIS ORGANIZACIONAIS AMBIENTAIS

 Mudanças regulatórias  Competências  Licenciamento


 Situação do mercado  Alçadas  Mudanças normativas
 Situação de fornecedores  Processos  Condicionantes
 Logística  Meios de produção  Custos específicos
 Condições climáticas  Compliance
 Enquadramento legal
GERENCIAMENTO DE RISCOS

TIPOS DE RISCOS

OPERACIONAIS FINANCEIROS TÉCNICOS

 Treinamento  Fundos  Projeto


 Insumos  Garantias  Materiais e Componentes
 Matérias primas  Câmbio  Fabricação
 Sobressalentes  Fluxo de caixa  Construção & Montagem
 Garantias  Inadimplência  Comissionamento
 Assistência Técnica  Inflação  SMS
 Relações trabalhistas
GERENCIAMENTO DE RISCOS

PRIORIZAÇÃO

Pontuação de
ocorrência
Matriz Probabilidade x Impacto

5
4
3
2
1

1 2 3 4 5 Pontuação de
impacto
GERENCIAMENTO DE RISCOS

A AVALIAÇÃO DOS RISCOS – qualitativa


Exposição aos Riscos
MA M A A MA MA

Probabilidade
A B M M A MA
M B M M M A
B MB B M M A
MB MB MB B B M
MB B M A MA
Impacto

Prob Ameaças Oportunidades


0,90 0,05 0,09 0,18 0,36 0,72 0,72 0,36 0,18 0,09 0,05
0,70 0,04 0,07 0,14 0,28 0,56 0,56 0,28 0,14 0,07 0,04
0,50 0,03 0,05 0,10 0,20 0,40 0,40 0,20 0,10 0,05 0,03
0,30 0,02 0,03 0,06 0,12 0,24 0,24 0,12 0,06 0,03 0,02

0,10 0,01 0,01 0,02 0,04 0,08 0,08 0,04 0,02 0,01 0,01

0,05 0,10 0,20 0,40 0,80 0,80 0,40 0,20 0,10 0,05

Impacto Fonte: PMI


GERENCIAMENTO DE RISCOS

PRIORIZAÇÃO

PR ou
Pontuação de Ocorrência VME
Pontuação de Impacto
Pontuação de Detectabilidade
Pontuação de urgência +
Níveis de
criticidade
Pontuação do Risco (PR)

Valor Monetário Esperado

VME = p . I
3
GERENCIAMENTO DE RISCOS

PRIORIZAÇÃO

Método de Mosler *

Critério de Função (F) – impactos negativos sobre a atividade da organização


Critério de Substituição (S) – possibilidade de substituição dos meios impactado
Critério de Profundidade (P) – impacto sobre a imagem da organização
Critério de Extensão (E) – extensão do impacto fora da organização
Critério de Agressão (A) – probabilidade de ocorrência da ameaça
Critério de Vulnerabilidade (V) – impacto financeiro da ameaça

* Utilizado para avaliação de riscos organizacionais


GERENCIAMENTO DE RISCOS

PRIORIZAÇÃO

Método de Mosler

Critério Níveis
1 2 3 4 5
Função Muito leve Leve Médio Grave Muito grave
Substituição Muito fácil Fácil Sem muita dificuldade Difícil Muito difícil
Profundidade Muito leve Leve Limitado Grave Muito grave
Extensão Interno Local Regional Nacional Internacional
Agressão Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta
Vulnerabilidade Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta
GERENCIAMENTO DE RISCOS

PRIORIZAÇÃO

Método de Mosler

Importância do risco – I = F x S

ER Classe de Risco
Danos causados pelo risco – D = P x E
2 a 250 Muito pequeno
251 a 500 Pequeno
Magnitude do Risco (C) – C = I x D
501 a 750 Médio
751 a 1000 Grande
Probabilidade – PR = A x V
1001 a 1250 Elevado

Grandeza do Risco – ER = C x PR
GERENCIAMENTO DE RISCOS

PRIORIZAÇÃO

Método de Mosler

Análise Avaliação
item Risco Classe de Risco
F S P E A V I D C PR ER
GERENCIAMENTO DE RISCOS

PLANO DE AÇÃO

Criticidade Estratégia Ação


Eliminar Ações preventivas para desfazer a ameaça
Transferir Ações para realocar a ameaça a terceiros
Mitigar Ações para reduzir o impacto em caso de ocorrência
Tolerar Acompanhar e agir apenas se ocorrerem e de acordo com a situação

AÇÃO = RESULTADO + RESPONSÁVEL + PRAZO

4
GERENCIAMENTO DE RISCOS

BOAS PRÁTICAS

 Envolver o maior número possível de pessoas competentes no assunto


 Envolver patrocinadores, alta administração, usuários e clientes
 Definir claramente as responsabilidades no gerenciamento de riscos
 Assegurar que os participantes entendam as regras do processo
 Assegurar que os participantes tenham acesso às informações necessárias
 Assegurar a liberdade de expressão (regras de convivência)
 Focar nas causas raiz, não nos sintomas dos riscos
 Reservar tempo suficiente para a atividade
GERENCIAMENTO DE RISCOS

ACOMPANHAMENTO DE RISCOS

1. Designar um responsável
2. Acompanhar sistematicamente as ações planejadas
3. Adotar medidas corretivas para as ações desviantes
4. Reaplicar periodicamente o mapeamento dos riscos
5. Manter atualizado o plano de ação
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Métodos Métodos
Indutivos Dedutivos

Riscos de Riscos Riscos Humanos


Material Humanos e Materiais

HAZOP FMEA FTA ETA

Adaptado de NASA Lewis Research Center – Tools of Reliability Analysis


MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Hazard and Operability Analysis - HAZOP

 Técnica qualitativa, de brainstorming e indutiva


 Busca identificar perigos de operação em instalações industriais, sistemas e equipamentos
 Premissa de que os perigos são causados por desvios de projeto ou das intenções da operação
 Avalia projetos, ambientes físicos / operacionais e procedimentos
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Hazard and Operability Analysis - HAZOP

DEFINIÇÃO PREPARAÇÃO APLICAÇÃO ACOMPANHAMENTO

 Escopo  Planejamento  Validação de resultados


 Objetivos  Coleta de dados  Relatório
 Responsabilidades  Organização  Monitoramento das ações
 Equipe  Reavaliação de componentes

Adaptado de Product Quality Research Institute – Risk Management Training Guides


MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Hazard and Operability Analysis - HAZOP

 Dividir o sistema em componentes ou o processo em etapas


 Selecionar um componente / etapa e identificar a intenção do projeto
 Buscar desvios usando palavras-guia em cada elemento / etapa
 Identificar causas e consequências
APLICAÇÃO  Verificar se existe um problema relevante
 Identificar dispositivos de detecção, proteção e alarme
 Identificar possíveis medidas mitigatórias
 Definir ações corretivas
 Repetir o processo para todos os componentes / etapas

Adaptado de Product Quality Research Institute – Risk Management Training Guides


MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Hazard and Operability Analysis - HAZOP

EXEMPLO DE PALAVRAS GUIA

NÃO ASSIM COMO


MENOS CEDO
ANTES
INVÉS DEPOIS

OUTRO MAIS TARDE


MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Hazard and Operability Analysis - HAZOP

Palavra Causas
Nº Elemento Desvio Consequências Proteções Comentário Ações Resp.
Guia possíveis
Operador
Operador
consegue Instalar alarme
Detergente NÃO Reservatório Limpeza não verifica
1 NÃO Detergente realizar de nível baixo
foi lançado vazio realizada reservatório
verificação no reservatório
antes de iniciar
visual?
Incluir
OUTRO Operador Detergente Vasilhames identificação do
Limpeza
2 OUTRO Detergente detergente foi colocou o segregado no são detergente do
ineficaz
usado produto errado depósito semelhantes treinamento do
operador

Adaptado de Product Quality Research Institute – Risk Management Training Guides


MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Failure Mode and Effects Analysis - FMEA

 Técnica qualitativa, de brainstorming e indutiva


 Busca identificar modos de falha e seus efeitos em sistemas
 Busca identificar ações corretivas ou mitigatórias para as falhas e seus efeitos
 Técnica mais utilizada nas fases iniciais de desenvolvimento de equipamentos e sistemas
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Failure Mode and Effects Analysis - FMEA

Projeto Executivo
Projeto Projeto
Fabricação e Comissionamento Operação
Conceitual Básico
Montagem

FMEA do FMEA de
FMEA dos projeto FMEA final e de adequação
conceitos Prevenção manutenção Diagnóstico de
e Detecção falhas

* Adaptado de NASA Lewis Research Center – Tools of Reliability Analysis


MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Failure Mode and Effects Analysis - FMEA

 Identificar as funções e o ambiente operacional do sistema


 Identificar os componentes do sistemas e suas funções
 Identificar os modos de falha de cada componente
 Identificar os efeitos das falhas no nível superior do componente
 Determinar a criticidade das falhas
 Definir a Lista de Componentes Críticos
 Definir ações corretivas
 Monitorar a aplicação das ações
 Repetir o processo para todos os componentes

Adaptado de NASA Lewis Research Center – Tools of Reliability Analysis


MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Failure Mode and Effects Analysis - FMEA

Modo de Falha Mecanismos de Falha

 Como ocorre a falha?  Sobrecarga (mecânica ou elétrica)


 Qual a frequência da falha?  Fadiga
 Quais componentes interagem para que  Desgaste
a falha ocorra?
 Contaminação
 Qual a raridade da falha?
 Oxidação
 Quem está familiarizado com a falha?
 Retirada de componentes
 Falsa manobra

Adaptado de NASA Lewis Research Center – Tools of Reliability Analysis


MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Failure Mode and Effects Analysis - FMEA

SISTEMA ________________

Modos
Frequência Gravidade Segurança Criticidade
Componente Função de Causas Efeitos Controles Ações Resp. Prazo
F G S FxGxS
Falha

5
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Fault Tree Analysis - FTA

 Técnica dedutiva que permite avaliação qualitativa ou quantitativa de riscos


 Busca identificar modos de falha em instalações industriais, sistemas e equipamentos
 Identifica falhas humanas e de material
 Permite o entendimento operacional de um processo
 Adequado para análise de acidentes
 Pode ser usada em conjunto com a FMEA
 Pode ser muito demorada e cara
 Depende bastante da habilidade dos analistas
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Fault Tree Analysis - FTA

ANÁLISE DESENVOLVIMENTO ANÁLISE ANÁLISE


PRELIMINAR DA ÁRVORE QUALITATIVA QUANTITATIVA

 Definição do  Regras de criação  Identificação dos  Probabilidade dos


sistema e seus Conjuntos de Corte eventos base
 Desenho da árvore
limites
 Identificação dos  Probabilidade dos CMC
 Compreender o Conjuntos Mínimos de
sistema Corte
 Definir o evento
de topo
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Fault Tree Analysis - FTA

Porta de entrada
Porta lógica E
Evento de topo Porta de saída
Evento externo
Evento
intermediário

Evento controlado Porta lógica OU


Porta condicional
Evento base
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Fault Tree Analysis - FTA

Regras de criação

1. As entradas das portas são eventos, e portas não se conectam diretamente entre si
2. Todas as entradas de uma porta devem ser definidas antes do detalhamento prosseguir
3. Eventos devem ser definidos por completo (o que são, como e quando ocorrem)
4. Eventos devem ser classificados como defeitos (componentes) ou falhas (sistema)
5. Eventos devem ser imediatos, necessárias e suficientes
6. Se uma falha se propaga através do funcionamento normal de um componente, então
deve-se assumir que o componente está funcionando normalmente

Adaptado de Jane Marshall – Introduction to Fault Tree Analysis e Clifton Ericsson II – Fault Tree Analysis
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Lâmpada não acendes

Fault Tree Analysis - FTA P1

Lâmpada Não há correntes Defeito


queimada

P2
C2 C3
Interruptor Bateria Conectores soltos Interruptor
Bateria Lâmpada aberto descarregada inoperante
C1
C4
P3
C6 C5
Interruptor
C1 C2 C3 C4 C5 C6
Falha
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Fault Tree Analysis - FTA

PORTAS CONJUNTOS ÁLGEBRA BOOLEANA

AE B A U
B A.B

A OU B AU B A+B
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Fault Tree Analysis - FTA

LEIS CONJUNTOS

Comutativa A.B=B.A / A+B=B+A


A . (B . C) = (A . B) . C
Associativa
A + (B + C) = (A + B) + C
Distributiva A . (B + C) = A . B + A . C
Inalterabilidade A.A=A / A+A=A
Absorção A+A.B=A
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Fault Tree Analysis - FTA

ET = E1 E E2
ET E1 = B1 OU B2
E2 = B3 OU B4

ET = (B1 OU B2) E (B3 OU B4)

E1 E2 ET = (B1 E B3) OU (B2 E B4) OU (B1 E B4) OU (B2 E B3)


ET = B1 . B3 + B2 . B4 + B1 . B4 + B2 . B3

B1 B2 B3 B4
Conjuntos de corte

Adaptado de Jane Marshall – Introduction to Fault Tree Analysis


MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Fault Tree Analysis - FTA

Sequência de
portas E
Conjunto de Corte

Sequência de eventos necessários para que


o evento de topo aconteça

Conjunto Mínimo de Corte

Conjunto de corte que contém o menor


número de eventos
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

A A=B.C
B=1+D
A = (1 + D) . (3 + E)
C=3+E
A=1.3+1.E+D.3+D.E
B C D=2+3
E=1.2

1 D 3 E
A = 1 . 3 + 1 . (1 . 2) + (2 + 3) . 3 + (2 + 3) . (1 . 2)
A = 1 . 3 + 1 . 1 . 2 + 2 . 3 + 3 . 3 + 2 . 1. 2 + 3 . 1 . 2
1 2 A=1.3+1.2+2.3+3+2.1+3.1.2
2 3 A=1.3+1.2+2.3+3+3.2.1
A=1.2+3

Adaptado de MRS, VALER, IME – Curso de Especialização em Transporte de Carga Ferroviária


MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

Fault Tree Analysis - FTA

Algoritmo de Vasely-Fussel

1. Elaborar a Árvore de Falhas


2. Iniciar o algoritmo pela porta de nível mais alto, listando suas entradas em uma coluna
3. Se houver entradas intermediárias, desdobrar a primeira em uma nova coluna
4. Prosseguir o desdobramento em colunas sucessivas até que todas sejam “base”
5. Voltar à primeira coluna que ainda possuir entradas intermediárias e repetir o processo
6. Quando só existirem entradas “base”, os conjuntos mínimos de corte estarão
identificados e classificados por ordem
MÉTODOS DE MAPEAMENTO DE RISCOS INDUSTRIAIS

A B 2 2 2 2
1 D 3 G 3 8 3 8
C 1 1 3 9 3 9
B 1
C C C 1 1
C E
2 2 F
2 D E F
3 8 3 8
3 9 3 9 Conjuntos de corte de 1ª ordem:
4 5 6 7 1 1 2, 1, 6, 7
3 G 4 5 4 5
F 6 Conjuntos de corte de 2ª ordem:
8 9 7 3-8, 3-9, 4-5

Adaptado de MRS, VALER, IME – Curso de Especialização em Transporte de Carga Ferroviária


CONFIABILIDADE

Visão tradicional Visão competitiva

Produção como cliente Produção e manutenção responsáveis pelo produto


Manutenção conserta Não produção e não qualidade são despesas
Manutenção é despesa
CONFIABILIDADE

PERDAS DE CONFIABILIDADE
Projeto

 Sistema, equipamento, componente ou material mal especificado


Fabricação /
Obtenção
 Sistema, equipamento, componente ou material fora das especificações

Operação
 Uso inadequado de um sistema, equipamento, componente ou material
 Aplicação inadequada de um procedimento
Manutenção

 Sistema, equipamento, componente ou material em condições inadequadas para uso


CONFIABILIDADE

OBJETIVOS DE UMA POLÍTICA DE CONFIABILIDADE

 Evitar, reduzir a probabilidade ou reduzir a frequência de ocorrência de defeitos e falhas

 Identificar e corrigir as causas dos defeitos e falhas que venham a ocorrer

 Definir maneiras de lidar com os defeitos e falhas, quando ocorrem

 Avaliar a confiabilidade de novos projetos, sistemas, equipamentos, componentes e materiais

Adaptado de Warwick Manufacturing Group – Introduction to Reliability – Product Excellence Using Six Sigma
CONFIABILIDADE

GESTÃO DA CONFIABILIDADE

 Requer envolvimento da alta gerência

 Parte integrante do desenvolvimento de produtos

 Métodos de confiabilidade integrados no projeto (design) do produto

 Orientada por Planos de Confiabilidade

 A custódia dos Planos pertence à equipe de projeto

Adaptado de Warwick Manufacturing Group – Introduction to Reliability – Product Excellence Using Six Sigma
CONFIABILIDADE

PLANO DE CONFIABILIDADE

 Estratégia de Confiabilidade a ser adotada


 Organização para a Confiabilidade
 Atividades a serem realizadas
 Cronograma
 Procedimentos para Confiabilidade de Fornecedores
 Padrões corporativos a serem utilizados
 Procedimento de coleta e análise de dados de confiabilidade
 Procedimento de lições aprendidas
 Procedimento de análise e registro de riscos
 Procedimento de monitoramento da confiabilidade

Adaptado de Warwick Manufacturing Group – Introduction to Reliability – Product Excellence Using Six Sigma
CONFIABILIDADE

REQUISITOS DE CONFIABILIDADE

 Descrição completa das condições de transporte, armazenagem, operação e manutenção

 Descrição dos modos de falha relevantes para o desempenho

 Definição dos critérios de confiabilidade aplicáveis

Adaptado de Warwick Manufacturing Group – Introduction to Reliability – Product Excellence Using Six Sigma
CONFIABILIDADE

CRITÉRIOS DE PROJETO PARA CONFIABILIDADE

 Uso de componentes certificados ou previamente testados nas condições especificadas


 Margens de segurança adequadas nos dimensionamentos
 Minimizar a complexidade
 Analisar os modos de falha no projeto (HAZOP, FMEA)
 Eliminar ou mitigar os modos de falha ou defeitos críticos identificados
 Usar lições aprendidas de produtos semelhantes ou de projetos anteriores

Adaptado de Warwick Manufacturing Group – Introduction to Reliability – Product Excellence Using Six Sigma
CONFIABILIDADE

Reliability Enhancement Methodology Model (REMM)

 Todo novo produto pode se basear nos projetos de produtos existentes


 Foco nas diferenças entre o novo projeto e os projetos anteriores (funcionalidades, ambiente
e fabricação / montagem, operação e manutenção)
 Foco nos riscos do novo projeto
 Ferramenta de “projeto para confiabilidade”

Adaptado de Warwick Manufacturing Group – Introduction to Reliability – Product Excellence Using Six Sigma
CONFIABILIDADE

Reliability Enhancement Methodology Model (REMM)

Definir
requisitos Identificar as Ajustar o
do projeto diferenças projeto
Monitorar
Gerar plano de
ações de
confiabilidade
confiabilidade
Selecionar Aplicar
Rever lições
produtos metodologia de
aprendidas
semelhantes confiabilidade
Gerar Caso de
Confiabilidade
Dados

Adaptado de Warwick Manufacturing Group – Introduction to Reliability – Product Excellence Using Six Sigma
CONFIABILIDADE

Failure Reporting and Corrective Action System (FRACAS)

 Sistema usado para gerenciar as falhas / defeitos de um produto durante o seu ciclo de vida
 Usado do início do projeto até a retirada de serviço do produto
 Registra as falhas, as condições de ocorrência e acompanha as ações corretivas
 Toda a equipe envolvida com o produto utiliza o FRACAS
 Cada evento FRACAS possui um responsável que o acompanha até a solução da falha e de
sua causa
 Um responsável FRACAS assegura o funcionamento do sistema
 O FRACAS pode ser assemelhado ao Caso de Confiabilidade do REMM

Adaptado de Warwick Manufacturing Group – Introduction to Reliability – Product Excellence Using Six Sigma
CONFIABILIDADE

Medição da confiabilidade
f (t) – Distribuição das
probabilidades de falha de um item
ao longo do tempo

F (t) – Probabilidade acumulada de


falha de um item ao longo do tempo

F (t) – Probabilidade de um item


falhar no intervalo de tempo (0, t]

Adaptado de Marvin Rausant – System Reliability Theory – John Wiley & Sons
CONFIABILIDADE

Medição da confiabilidade
Função Confiabilidade* (R)

Probabilidade de um item não falhar


no intervalo de tempo (0, t]

* Também chamada Função Sobrevivência

Adaptado de Warwick Manufacturing Group – Introduction to Reliability – Product Excellence Using Six Sigma
CONFIABILIDADE

Medição da confiabilidade

Função Taxa de Falhas* (h)

Probabilidade de falha de um item em um intervalo de


tempo t + Δ t, condicionada ao item não ter falhado até t

h (t) =[F (t + Δ t) - F (t)] / R (t)


Sendo T o tempo de falha do item,

h = p (t < T ≤ t + Δ t │ T > t) Se Δ t → 0, h (t) = f (t) / R (t)

h = p (t < T ≤ t + Δ t) / p (T > t)

F (t) F (t + Δ t) R (t)

* Também chamada Função de Risco


CONFIABILIDADE

Medição da confiabilidade
Curva da Banheira

Taxa de falhas

Curva empírica*
β<1 β=1 β>1

Mortalidade Desgaste
Vida útil
infantil

h (t) h (t) = constante h (t) Tempo


decrescente crescente

* Adaptado de Marvin Rausant – System Reliability Theory – John Wiley & Sons
CONFIABILIDADE

Medição da confiabilidade

Distribuições de probabilidades de vida

Exponencial - descreve bem falhas ocorridas em intervalos aleatórios de tempo, sendo o número
esperado de falhas constante por longos intervalos de tempo

Weibull - adequada a situações onde a função taxa de falhas é inconstante

Lognormal - adequada a situações onde a função taxa de falhas é crescente


CONFIABILIDADE

Medição da confiabilidade

Distribuição exponencial

Se h (t) for uma distribuição exponencial, então:


Taxa de Falha
CONFIABILIDADE

Indicadores da confiabilidade

Mean Time to Failure (MTTF) - Tempo médio esperado de funcionamento antes da falha
Utilizado para itens não reparáveis

Median Life - T para R (t) = 0,50


Metade dos itens falhará antes de T, e a outra metade depois

Mean Time Between Failures (MBTF) -


CONFIABILIDADE

Confiabilidade de Sistemas

A
A B C

Componentes em série
B
Componentes redundantes
Rs = RA * R B * R c
Rs = RA + RB – (RA * RB)

Adaptado de Warwick Manufacturing Group – Introduction to Reliability – Product Excellence Using Six Sigma
CONFIABILIDADE

Referências

RIBEIRO, J., FOGLIATO, F. – Confiabilidade e Manutenção – 1ª ed., Brasil, Campus, 2009

JORDAN, P.R. – Processos de Confiabilidade na Indústria do Óleo e Gás – 1ª ed., Brasil,


Interciência, 2016

SILVERMAN, M., BAHRET, A. - How Reliable is Your Product? 50 Ways to Improve Product
Reliability – 2ª ed., USA, Super Star Press, 2016
Boa Sorte e
Não Desistam!
IPETEC – Instituto de Pesquisa, Educação e Tecnologia
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