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A Freira e o Mafioso - Romance D - Fic Dark - 230529 - 153248
A Freira e o Mafioso - Romance D - Fic Dark - 230529 - 153248
1ª Edição
Brasil, 2021
Plágio é crime!
Capítulo 1
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Epílogo
Capítulo 1
Clara
Após a oração, todas seguimos para a sala de jantar, era uma área
ampla com uma grande mesa e várias cadeiras em torno. Eu fiquei de pé para
ajudar a servir o desjejum. O padre e a madre sentaram nas cabeceiras da
mesa. Eu e as irmãs responsáveis pela preparação da refeição, servimos os
alimentos. Na cozinha, a irmã Mary sussurrou no meu ouvido.
Ando firme até a sala, seguro as lágrimas, não é permitido chorar, isso
significa fraqueza na fé, preciso me manter firme e agradecer a Deus por está
sendo castigada, isso significa que ele está me fortalecendo para as
dificuldades da vida de entrega total. Entrei no recinto e me ajoelhei no chão
duro e frio. Fiquei nessa posição a manhã toda, orando e pedindo perdão a
Deus.
Estava com tamanha fome que pensei que iria sucumbir, mas me
mantive firme, já se passaram muito tempo, não sei que horas são agora, mas
provavelmente era perto da hora do almoço. A madre falou que ficaria toda
amanhã. Escuto a porta abrir-se e intensifico a oração. Não me movo, meus
joelhos estão doendo, mas não ouso sair da posição. Escuto a ordem da
Madre.
— Levante-se!
O faço imediatamente, levanto-me e mantenho a cabeça abaixada em
sinal de respeito. Mãos atrás das costas. Ela se aproxima de mim e segura
meu rosto, me fazendo olha-la.
— Você é a tentação do diabo Clara, sua beleza não deve ser vista por
ninguém.
Passei o resto da tarde na Creche. Ali era o lugar que mais gostava de
ficar, me sentia bem, crianças sempre me fizeram ter um sorriso nos lábios. A
creche ficava dentro dos muros do convento em um prédio afastado da casa
principal das freiras. Era uma escola mantida pela igreja, mas os professores
não faziam parte da vida religiosa.
Ela riu.
— Sim, mais ou menos. E você já pensou que irá privar-se de ter seus
próprios filhos?
— Eu não penso sobre isso, cuidar dessas crianças órfãs já preenche
todo meu ser, não sinto necessidade de ter meus próprios filhos.
— Entendo.
Maximus
— Entra! — ordenei.
***
— Sei disso meu jovem, por isso tenho uma proposta que será
vantajoso para ambos.
Não disse nada, apenas esperei.
— Sabe que não tive um filho homem, apenas uma filha, Lorena.
— Sei disso.
— Ela ainda é solteira, então pensei que podemos unir nossas famílias
através do casamento.
— Por que acha que aceitaria sua imposição?
— Não é uma imposição, é um negócio, sei que disputas entre as
famílias não é bom para nossas organizações.
— Então me propõe paz através do casamento?
— Por que não? Você precisa se casar, ter seu filho. Lorena foi
educada para ser esposa de um mafioso.
— Não tenho interesse em me casar agora.
Sei que o acordo será vantajoso para mim, no entanto, apenas quis
deixá-lo angustiado. Aceitarei a junção, já tinha planos para a futura esposa.
***
— Meu marido irá matá-lo seu saco de bosta — ela falou cuspindo no
chão.
Paguei minha pistola dourada, ela tem sorte, irei matá-la com a pistola
dourada, apenas mato pessoas com ela que merecem. Aproximei-me, a
mulher me encarava com os olhos esbugalhados.
— Não!
— Sim, vai para o inferno.
— Seu desgraçado, desejo que você encontre uma mulher que te faça
rastejar igual uma serpente traiçoeira, porque é isso que você é, que ela
esmague a sua cabeça com um pisão.
— Papa.
— E aí filhão, se divertindo?
— Não muito, Rui parece um robô, nem ao menos brinca comigo.
— Mas esse é o trabalho dele, proteger você e não brincar.
— Eu sei.
— Em breve terá uma babá.
— Uma mulher?
— Sim.
— Está falando sério? Ela é uma das suas namoradas?
— Suposto que não tenho namoradas, somente amantes e você sabe
disso. Mas a moça não é uma delas, ela é da igreja.
— Sério? Tipo como o padre Gaspard?
— Mais ou menos.
— Maneiro! Será que ela fará todas as minhas vontades?
— Se não fizer, chamarei a atenção dela.
— Legal!
— Agora vai para dentro de casa com Rui.
O menino seguiu para dentro e eu entrei no carro para mais uma noite
de diversões.
Capítulo 3
Clara
Desci e andei pelo corredor até o banheiro. liguei o chuveiro frio para
tomar meu banho. A água gelada bateu em minha pele quente e me fez
estremecer, comecei a bater os dentes, a água estava tão fria que até meus
ossos doíam, mas não reclamei, fiz tudo de bom grado e agradeço a Deus por
pelo menos ter um local para me banhar. Nunca tomei banho quente, isso é
um luxo que não existe no convento, então já estou acostumada.
***
— Sua mãe morreu de hemorragia, seu parto foi complicado, ela não
foi para o hospital. Te contei tudo isso para que você entenda o que
aconteceu. Eu sei que é doloroso, mas essa é sua história.
***
Foi assim, por conta disso, sempre fui estigmatizada pelo fato de ter
nascido fruto de um estupro. Todas me chamavam e até hoje me chamam de
filha do pecado, porém, não me abalo mais, sofro sim, mas sempre me agarro
as orações, porque o único que pode me ajudar é Deus.
Madre superiora
Clara
Meu coração deu um pulo, o medo tomou conta de mim, todas às vezes
que a Madre me chama em sua sala, coisa boa não acontece. Segurei meu
crucifixo e apertei com força.
— Vamos logo Clara, não a deixe esperando.
— Vai Clara — a professora falou.
Fiz o que me mandou, mas antes, ajoelhei-me e beijei suas mãos que
estavam estendidas.
— Então Clara, já está de maior, por isso, irá para a Itália, será babá de
uma criança.
— Eu?
— É claro que é você, está vendo outra Clara aqui?
— Mas eu não quero ir Madre, por favor, não me faça ir.
— Você não tem escolha, Clara, irá e isso já foi decidido.
— Mas ficarei lá para sempre? Eu quero entrar para a ordem, não me
façam ir, por favor.
— Serão somente três meses, depois que retornar poderá seguir sua
vocação.
Deus! Irei para a Itália, nunca nem sai para a rua do convento, que dirá
fazer uma viagem para outro país. Estava com um frio na barriga. Senti algo
muito ruim, como se fosse um mau presságio. Arrepiei-me. Segurei minha
cruz e pedi proteção a Deus e a virgem Maria.
***
Clara
Agora chegava a casa das pessoas que me chamaram, não fazia ideia
quem eram, o único membro que me falaram foi o menino que tomarei conta,
mas nada sei sobre seus pais. Porém, ao avistar a mansão a minha frente, já
deduzi que são pessoas de muitas posses, eu nunca vi uma casa tão linda
como aquela, o jardim de frente era bem cuidado, havia um chafariz lindo e
uma escadaria que levava para a entrada. O motorista parou na frente e um
homem veio me receber. A porta do carro foi aberta para eu descer. O homem
aproximou-se e perguntou educadamente.
— Senhorita Clara?
— Sim.
— Sou Riccardo e lhe levarei para conhecer o menino, mas antes quero
lhe fazer algumas perguntas.
— Sim, Senhor.
— O motorista levará a sua mala para dentro.
— Eu não tenho mala, senhor, somente essa sacola.
Estava constrangida por não entender o que eles falavam, mas com
certeza era sobre mim, pois não desviavam os olhos da minha figura,
inclusive o outro homem me olhava como se tivesse me despedindo. Decidi
perguntar sobre a mãe do menino.
— Não falaram nada para ela, provavelmente nem sabe que está na
casa de um mafioso. Tenho pena dela.
— Fica quieto Matteo, estou tentando raciocinar.
Eu não entendi nada do que ele disse, nunca ouvi alguém falar aqueles
palavriados.
Sentei em uma das poltronas e o jogo iniciou. Era algo muito violento,
Alessio usava algo como uma arma e atirava nos personagens. Ele ria ao
matar aqueles desenhos. Me senti incomodada, achei um jogo muito violento
para um menino tão pequeno, falarei com o pai dele sobre isso.
Levei um choque com aquela revelação, não sei se ele fala essas coisas
de verdade, mas era estranho um menino tão pequeno falar sobre matar
pessoas com tamanha naturalidade. Olhei em direção do Senhor Riccardo e
ele somente suspendeu os ombros. Parecia não se importar com esse fato.
Às horas foram passando e eu conheci toda a rotina do Alessio, na
verdade, ele não tinha uma rotina, os empregados faziam tudo que ele queria,
o menino era extremamente mimado, ele não tratava as pessoas mal, não
precisava, todos o atendia prontamente sem nem ao menos contesta-lo.
Pensei sobre isso, acho que terei que falar com o pai dele sobre sua rotina,
não quero ser chata, mas acho que criança precisa de um pouco de disciplina.
— Papa.
— Oi! Garotão, como foi seu dia?
— Conheci a babá nova.
— A sim, e você gostou dela?
— Ela parece uma boneca, mas tem uma roupa estranha.
O homem voltou seu olhar sobre mim, o que vi em suas órbitas azuis
me fez ter calafrios. Meu Deus! Em que lugar vim parar?
Capítulo 5
Maximus
Ele saiu rapidamente. Voltei a olhar para a garota, seu rosto estava
levemente ruborizado, sua boca rosada um pouco aberta e seus cabelos
dourados, presos com alguns fios soltos a deixavam encantadora. Nunca senti
uma atração tão forte por uma mulher. Eu vou matar o Riccardo por ter me
trazido essa tentação. Puta Merda!
— Filho, leve a Senhorita Clara até seu quarto, irei para o escritório
falar algo importante com o Riccardo e já os procuro para jantarmos.
— Posso comer salgadinho?
— É claro filho, peça para a cozinheira.
— Eu acho que ele não deve comer salgadinho antes do jantar, senhor
Ferrara.
Parei para pensar um pouco, não sou um homem com falta de sexo,
tenho isso disponível a qualquer momento que quiser, e minhas
acompanhantes não são menininhas inexperientes, sabem fazer tudo que
gosto na cama. Mas ela é algo diferente, eu não sei, mas não é só desejo
sexual que senti por ela, é algo possessivo, como se não quisesse que ela
fosse de mais de ninguém, somente minha, minha.
Riccardo riu.
— Ela será uma boa distração, mas por enquanto, sua integridade física
ficará intacta. Só não garanto que voltará para o convento, tão pura quanto
chegou aqui — ri.
— Quero ver até quando.
— Isso não é problema seu. Agora vamos jantar.
— Tá certo! Já me arrependi por não ter mandado a menina embora
antes de você olhar para ela.
— Agora já era, ela está sob meus domínios.
— Desejo sorte para a pobrezinha.
Riccardo e eu seguimos para a sala de jantar. Ao chegarmos nos
deparamos com Matteo, um dos meus chefes de segurança que tem livre
acesso à casa e de vez enquanto faz as refeições conosco.
Olhei para a petulante freira, ela está brincando com fogo e não sabe
disso, mas de certa forma gostei por ela ter me desafiado e feito o contrário
do que mandei, vou pô-la em seu lugar, de uma maneira bem prazerosa.
Sem opção, ela fez o que mandei, acabou escolhendo uma cadeira
próximo ao Alessio e manteve a cabeça baixa. A comida começou a ser
servida, não conseguia parar de olhar para aquela criatura, ela é linda, uma
beleza ímpar, sou acostumado a ter mulheres lindíssimas, mas igual a essa
garota, não se igualam, será difícil manter minhas mãos longe dela.
Começamos a comer, a freira era a única que ainda não havia tocado
em sua comida, observava curioso o que ela estava fazendo. A vi juntar as
mãos e orar, ela agradecia a Deus pela refeição. A fiz parar.
Clara
— Isso é tesão garota, é o que um homem sente quando tem nas mãos
uma coisinha linda assim como você.
Uma de suas mãos, deslizou pela minha perna por cima do vestido.
— Não! — Protestei.
Sem esperar mais, andei rapidamente, mas ainda pude ouvir sua risada
e voz.
Com um jeito nervoso, peguei minha sacola, tirei de dentro meu terço e
o lenço para as orações. Coloquei-o sobre a cabeça e ajoelhei-me próximo à
cama. Juntei as mãos e apoiei os cotovelos no colchão. Comecei a rezar o
terço com fervor. Pedia a Deus e Nossa Senhora para me proteger e me
mostrar uma direção. Na minha cabeça ecoava o tempo todo para ir embora,
estou em perigo nessa casa. O pequeno Alessio apesar de mimado, me
pareceu um menino solitário, eu gostei dele e adoraria acompanhá-lo e cuidar
de seu bem-estar nesse período, mas o pai dele era a personificação do
demônio e depois do que fez, vejo-me em perigo se continuar nessa casa.
Mas o que fazer meu Deus? Como irei embora?
Após a oração, tinha tomado uma decisão. Não posso continuar aqui,
irei embora. Falarei com o Senhor Riccardo no dia seguinte e pedirei para me
enviar de volta para o convento. Com essa decisão, levantei-me e guardei as
coisas na sacola. Olhei às horas no pequeno relógio digital na mesa de
cabeceira, marcava 10 da noite. Andei pelo quarto e segui até a janela.
Afastei a cortina e percebi que os fundos davam para um jardim. Estava sem
sono, meus nervos muito abalados, além do mais precisava olhar as
redondezas da casa para me prevenir, se por acaso o Senhor Riccardo não me
deixar ir embora, terei que me arriscar e sair sozinha, fugir se for preciso.
Tentava fugir dos braços dele, mas era impossível, ele me segurava
apenas com um dos braços em volta da minha cintura e mesmo assim não
consegui me desvencilhar. Ele segurou em meus pulsos e começou a me
puxar, eu pedia desesperada para me deixar em paz, mas nada o fazia recuar.
Ao chegarmos próximo à piscina, ele deixou a arma sobre a mesa, eu olhava
para aquele objeto horrorizada.
— Vim para a piscina esfriar minha libido, mas você veio me tentar
novamente, não recusarei uma oferta desses, freirinha.
Capítulo 7
Maximus
Percebo que ela olha algumas vezes para arma que deixei em cima da
mesa. Esboço um sorriso zombeteiro, ou está com medo do que eu posso
fazer com a pistola, ou pensa em pega-lá para se proteger de mim, a segunda
opção é tão patética que nem me abalo. Aproximo-me dela e percebo-a
afastar-se, seu rosto está apavorado, mas não olha para mim, continua com a
cabeça baixa. Ela olha para trás algumas vezes, com certeza pensando em
correr.
— Ouse correr, e vou te pegar — ri.
— Abre os olhos, freirinha, não é isso que queria ver, sou todo seu.
— Sente como ele está? Você deixou ele assim, agora terá que acalma-
lo.
Ela vira o rosto de lado, sigo seu olhar, está focado na pistola em cima
da mesa.
Estreitei meus braços em volta dela e senti seu corpo através das
roupas largas. Caralho, ela é perfeita, tenho certeza que tem um corpo
incrível, na medida certa para mim. E os cabelos, macios me deixa fascinado.
Quando levá-la para a cama, saberei saborear essa florzinha, ela desabrochará
em meus braços, ensinarei tudo para ela. Por agora, somente quero deixá-la
assustada, adoro vê-lá desesperada para fugir de meus braços. Isso é um
delicioso desafio, nunca uma mulher quis escapar de meus braços antes, no
entanto, a freirinha luta pelo inevitável, ela será minha no momento certo.
Sinto sem coração puro e jovem bater loucamente no peito. Ela tenta
escapar de mim, sem me tocar, mas em um momento ela espalma suas
pequenas mãos em meu peito e tenta empurrar. Suas palmas estão ásperas,
provavelmente pelo trabalho no convento.
— Calma! Calma!
Assim ela fez. Nadei até a beirada e a fiz sentar na borda. Em seguida
saí da água e a peguei no colo. Ela se debatia de frio e nervoso. Entrei na casa
e a levei para o andar de cima. Adentrei em um dos quartos de hóspedes e
segui para o banheiro, a coloquei no chão. Peguei uma toalha e comecei
enxuga-lá, ela não fazia nenhum movimento para me impedir, parecia que
estava em choque.
***
Clara
Meu corpo estava trêmulo, não conseguia parar de tremer, não sei se é
de frio ou do estado nervoso que me encontro, talvez os dois. Estou nessa
casa a menos de 24 horas e já aconteceram tantas coisas que parece surreal.
Passo as mãos pelo corpo como se estivesse limpando a palma, ele me fez
encostar naquilo. Senti uma vontade de vomitar, estava com nojo, não só por
ele ter me obrigada a pegar em seu órgão sexual, mas pelo fato de sentir um
calor estranho por todo meu corpo, inclusive em minha intimidade.
Ouvi a voz dele e dei um sobressalto, não queria tirar as roupas e ficar
só de robe, mas se não fizer ele entrará e me obrigará. Imediatamente,
comecei a despir-me, fiquei somente de lingerie, não as tirarei, jamais ficarei
nua mesmo que esteja encoberta com o roupão. Usei o robe e atei bem o nó
da faixa na cintura. Olhei em volta e vi uma toalha, a peguei e sequei os
cabelos. Arrumei-os.
Sem saída, o segui. O quarto era lindo, em tons de bege com detalhes
branco e marrom. A cama era enorme. Ele sentou na beirada e bateu no
colchão me convidando a sentar do lado oposto dele. Havia uma bandeja bem
arrumada com o lanche. Sentei e não sabia o que fazer, ele descontraído,
colocou os pés sobre a cama, encostou as costas na cabeceira e pos as mãos
atrás da nuca.
Naquele momento ouvi uma batida de leve na porta e ele ordenou que
entrasse. Uma empregada adentrou o cômodo, a reconheci, era a mesma que
havia me recebido mais cedo. Meu rosto pegou fogo, imaginei o que ela
estava pensando sobre aquela situação.
Ela pegou a bandeja e saiu. Fui até a porta e estava aberta, olhei através
do batente. Voltei para dentro, andei de uma lado para outro pensando o que
fazer. Depois de ponderar, tomei uma decisão, ficarei nesse quarto essa noite,
não posso arriscar contraria-lo. Suspirei fundo e segui para o banheiro, olhei
a banheira convidativa. Nunca tomei banho em um local tão luxuoso e ainda
mais em uma banheira.
Voltei para o quarto, estava tão cansada sobre tudo que aconteceu
naquele dia que só queria dormir. Olhei às horas e já eram mais de meia-
noite. Subi na cama e me embrulhei no edredom. Fiz minha oração e assim
que terminei, ajeitei-me no travesseiro e apenas um pensamento povoava
minha mente antes de pegar no sono, no dia seguinte irei embora e nada me
impedirá.
Capítulo 8
Clara
A pergunta dele me faz ficar constrangida, senti meu rosto queimar por
causa do sangue que se agitava em minhas veias, tive plena consciência o que
aquela pergunta significava. Era estranho uma criança tão pequena ter um
vocabulário desses, isso era um absurdo, mas compreendo porque é assim,
com o pai que tem é compreensivo esse comportamento. Decidi ignorar sua
pergunta e lhe ensinar bons modos.
— Não irei para meu quarto, Marise, esperarei a senhorita Clara aqui
mesmo, tenho meu vídeo game portátil comigo.
Ele levantou e saiu do quarto correndo, percebi que ele só fez porque
barganhou algo. Suspirei fundo, sinto muito ter que deixá-lo, mas não posso
ficar mais nessa casa. Percebe-se que é uma criança que precisa demais de
disciplina, mas não serei eu que lhe ensinarei. Nesse momento Marise voltou
do banheiro e se surpreendeu por Alessio não está mais no quarto.
— Suas roupas estão secas no banheiro, também trouxe sua sacola com
seus pertences. Encontrei uma foto no bolso do seu vestido e guardei na sua
sacola. O café da manhã será servido às dez horas. Com licença.
Pulei de susto quando subitamente a porta foi aberta e ele entrou. Meus
olhos arregalaram e minhas pupilas dilataram, o choque foi tamanho que
petrifiquei. Não esperava de forma alguma que alguém entrasse em um
banheiro sem bater antes, não tranquei a porta porque já estava acostumada
não fazer isso no convento, pois não era permitido, mas me arrependo por
minha imprudência, não me encontro no convento, mas na casa daquele
homem demoníaco.
O mais rápido que consegui, coloquei meu braço em cima dos seios e
uma das mãos na genitália cobrindo-a. Virei-me de frente para ele e curvei o
corpo para tentar me tapar o máximo que podia. Ele sorriu caçoísta e andou
em minha direção, meu coração batia tão acelerado que tive a impressão que
iria desfalecer. Porém, precisava pedir.
— Contudo, nossa primeira vez não será sobre a pia do banheiro, não
sou uma adolescente que não consegue controlar os instintos masculinos. A
terei freirinha sobre a minha cama forrada em cetim negro, e essa noite será a
mais longa da sua vida.
Nada saia da minha garganta, por sorte ou azar não sei, Alessio
aproximou-se e pegou no meu pulso me puxando.
Não disse nada, não queria ter contato com mais ninguém daquela
casa, muito menos com os homens.
— Na hora. Vamos!
— Sente-se!
Sem ter o que fazer, me dirigi a cadeira que sentei na noite anterior e
me acomodei.
— Espero que essa seja a última vez que tenho que lembra-lá,
senhorita Clara, que fará todas as refeições conosco. Entendido?
— Sim senhor!
— Ótimo!
— Alessio, acho que devemos entrar agora, já deve ser quase hora do
almoço.
— Não estou com fome, vamos continuar brincando.
— Mas não agora, há responsabilidades também, vamos lavar as mãos
para comer.
— Mais tarde podemos jogar vídeo game?
— Sim, mas primeiro deve descansar o almoço.
Entramos e Marise veio em nossa direção.
— Só um minuto.
— Sinto muito Senhorita Clara, mas não posso atender seu pedido.
— Por favor Sr. Riccardo, não posso ficar nessa casa.
— Senhorita Clara, você sabe quem é o Maximus Ferrara?
— Não!
— Então lhe direi, ele é um mafioso, sabe o que significa?
— Alguém que comete crimes?
— Muito mais que isso, ele chefia uma das maiores organizações
criminosas da Itália.
Clara
Não podia acreditar que teria que passar os próximos três meses a
mercê de um mafioso. A minha situação piorava a cada dia, jamais imaginei
que estava na casa de um criminoso. Levei a mão ao estômago e cambaleei,
não me sentia bem.
Todavia, preciso tentar mais uma vez, suplicar se for preciso para que
o Sr. Riccardo me envie de volta, ele é minha última esperança. Levantando a
cabeça e o encarando com os olhos marejados, juntei às duas mãos e pedi,
demonstrando todo meu desespero.
Parei de falar, agora via nos olhos dele deboche, ele estava caçoando
do meu desespero.
— Vai cuidar do Alessio, Senhorita Clara, não há nada que possa fazer
para mudar sua situação, apenas a aceite. Maximus é generoso com suas
amantes, se é que me entende.
Ele me observou por alguns segundos, não sabia o que seus olhos
expressavam, pois, usava os óculos de sol, mas percebi que não havia mais
um tom de sarcasmo. Vi que ele fez um gesto quase imperceptível com a
cabeça e o homem que tinha me parado antes, aproximou-se do carro e abriu
a porta.
Hesitei, não queria entrar no carro, mas não tenho saída, para todos os
lados há seguranças ou capangas, não sei, com certeza eles me segurarão se
correr. O portão naquele momento começou a fechar. Diante da minha
hesitação, ele tirou os óculos escuros e me olhou ameaçador, deixando claro
que se eu correr ou fazer qualquer outro gesto que não seja entrar no carro, as
consequências serão desastrosas. Sem saída, acatei sua ordem, sentei-me do
seu lado, estática, olhando para a frente. O homem fechou a porta e o vidro
da janela subiu lentamente. O carro entrou em movimento.
— Que dizer que prefira caminhar até a Inglaterra somente para fugir
de mim.
— Não estava fugindo, senhor, apenas quero voltar para o convento,
esse lugar não é para mim. Sinto muito se não posso cuidar do seu filho, terá
que encontrar outra babá.
O carro parou em frente a mansão, mas ninguém fez o gesto para abrir
a porta, então decidi eu mesmo fazê-lo, porém fui impedida por uma mão
grande que agarrou com violência meu maxilar e me fez voltar para ele. Seu
rosto agora era uma máscara de ódio, seus olhos mostravam uma fúria
incontida.
— Você não irá a lugar nenhum, menina, seu lugar agora é aqui de
preferência nos meus braços e minha cama — ele falou entre os dentes —
Então aconselho-a que o melhor a fazer é entender isso e aceitar quanto antes,
caso contrário, não responderei pelos meus atos.
— Trouxe sua babá de volta, Alessio, ela queria fugir e voltar para a
Inglaterra para atrás dos muros e a frieza do convento.
Corei, ele fitou-me com olhar cheio de luxúria antes de seguimos para
a sala principal da casa.
O Sr. Riccardo que até então, apenas observava a cena, deu uma
gargalhada. Me senti inquieta e envergonhada, posso ser inocente, mas
percebo a malícia nos comentários do Sr. Ferrara e pior, sou caçoada por
todos, eles me veem como uma órfã pobre coitada feita para ser maltratada e
tratada como um ser inferior.
Corei e senti a temperatura subir. Ele sorriu para mim e eu fiquei mais
embaraçada ainda, claramente a mensagem era para mim. Alessio também
riu, a criança nem ao menos se chocou, ele estava acostumado a ouvir esse
tipo de palavreado por parte do pai, por isso não tem pudores e só repete
aquilo que lhe ensinaram. Toda aquela situação era desconcertante.
— O que foi senhorita Clara, não aprova a forma como educo meu
filho? — ele perguntou.
— Isso não cabe a mim, Senhor Ferrara, é seu filho e pode educa-lo
como achar melhor.
— Está vendo Alessio, até as freiras mentem.
— Não estou mentindo...
— Mas é claro que está, vejo pela sua expressão que desaprova a
maneira que falo com ele.
— Não estou aqui para aprovar ou desaprovar algo, Senhor, serei
apenas a babá temporária dele e se o senhor me permitir, gostaria de falar-lhe
coisas sobre a minha visão.
— Tem carta-branca, Senhorita Clara, se quer bancar a mãe dele.
— Não quero ser a mãe dele — protestei.
— Eu gostaria que você fosse minha mãe, Senhorita Clara.
— Me desculpe Alessio, não disse isso porque não gostaria de ser sua
mãe, é que eu sou apenas a babá é em breve irei embora para o convento,
você sabe disso não é?
— Sim.
— Então, enquanto estiver aqui, a gente vai se divertir bastante.
— Legal! Mas acho que tenho uma ideia melhor.
— Papa, você pode comprar a Senhorita Clara para ser a minha mãe
para sempre?
— Eu posso comprar o que você quiser, filho.
— Oba!
— Senhor, eu acho que não deveria...
— Quieta Senhorita Clara, quem decide sou eu, não você.
O tom dele não deixava dúvida que não devo mais contestar, então
apenas baixei minha cabeça e consenti, estou sem saída, a minha vida estava
sendo dominada pelo pai e filho.
Capítulo 10
Clara
Olhei para ele com pesar, pobre menino, ver no pai a imagem de herói.
Não o julgo, para ele deve ser assim mesmo. A figura do pai veio a minha
mente, era tão alto, porte atlético, ombros largos, a imagem nua e crua da
masculinidade e que fazia pensar em tudo que era proibido. Deus! O que está
acontecendo comigo, não posso pensar nele dessa maneira.
— Senhorita Clara?
— Porque elas são muito pobres, muitas não tem papai e nem mamãe.
— Eu não tenho mãe.
— Eu também não tenho.
— O que aconteceu com sua mãe?
— Ela morreu.
— Minha mãe também, alguém a sequestrou e acabou com a vida dela.
— Sinto muito, Alessio.
— Eu não a conheci, meu pai falou que ela não valia nada, que foi bom
ter morrido.
Fiquei chocada com a maneira que ele falou da morte da mãe, senti
meu peito apertar, o pai dele o está ensinado a ser frio e desprovido de
sentimentos. Dizer a uma criança tão pequena que a morte da mãe foi bom é
um absurdo sem tamanho, mesmo que a mulher não tenha sido uma boa
pessoa em vida, devemos sempre lembrar das coisas boas. Não posso mudar
seu pensamento, não cabe a mim isso, mas pelos menos quero deixar uma
pouco de humanidade nesse menino, ele ainda tem salvação.
— Alessio, vamos rezar para Deus e a Virgem Maria pela alma de sua
mãe?
— Por quê?
— Por que sempre devemos rezar pelos mortos, você me ajuda?
— Não sei fazer isso.
— É fácil, junte as mãos e fecha os olhos, pense no céu, é para lá que
as almas vão.
— Então não vai dar certo, meu pai falou que a alma da minha mãe foi
para o inferno.
— Desculpe Alessio, o que quis dizer é que talvez seu pai só falou isso
de brincadeira.
— Meu pai não brinca.
— Está bem. Vamos fazer o seguinte, ao invés de pedirmos pelas
almas que tal pedirmos pelas crianças que não tem o que comer?
— Como vamos fazer isso?
— Em oração, como te falei.
— Mas como Deus vai me escutar, por acaso ele ler pensamentos?
— Sim, Deus tem poderes mágicos.
— Sério?
— Sim, você não pode vê-lo, mas pode senti-lo. Fecha os olhos e sinta.
Tentei andar até a porta, mas ele não deixou, me segurou no braço e
me puxou de volta. Bati em seu corpo enorme.
Meu protesto foi em vão, ele segurou em meu pulso e me arrastou até o
quarto, tentei me livrar, mas a mão dele parecia garra. Ele abriu a porta do
quarto que dormir na noite anterior e me empurrou para dentro, quase caí,
mas me recompus e me afastei o máximo que pude. Ele bateu a porta com
força e trancou-a. Meu coração batia acelerado e minhas pernas pareciam
gelatina.
Ele tomou meu rosto em suas mãos e acariciou meus lábios com o
polegar, que tremeram sob o seu toque. Em seguida aproximou-se de mim
mais ainda e encostou seus lábios em meu rosto. A respiração dele era
quente. Como trilha de fogo, ele deslizou os lábios pelo meu rosto até
encontrar minha boca. Seus lábios roçaram nos meus, então ele me abraçou e
apoderou-se de minha boca em um beijo que abalou minha alma. Havia algo
de cruel, possessivo, impetuoso e primitivo em seu gesto e isso me assustou
mais ainda. Tentei inutilmente me livrar, mas ele forçou-me deitar na cama e
cobriu-me com seu corpo.
— Viu feirinha, não tente negar, você nasceu para isso, e não vejo a
hora de provar da sua doçura.
— Bom dia!
— Bom dia, senhorita Clara, hoje estou animado, vamos às compras.
— Sim, por isso vim ajudá-lo, primeiro vai tomar um banho, vou
separar sua roupa.
— Alessio, meu filho, não diga uma coisa dessas para a freira, é capaz
dela jogar água benta em nós.
— O que é água benta?
— Água santificada, mas só quem acredita nessas baboseiras isso tem
algum efeito.
— Padre Gaspard acredita e a senhorita Clara também.
— Os religiosos acreditam nessas coisas.
Ele correu para meu colo e me abraçou. Fiquei sem ação e chocada ao
mesmo tempo.
— Agora que as coisas foram esclarecidas, não vejo necessidade de
formalidades, você pode chamá-la de clara Alessio, assim como eu também o
feirei.
— Senhor, não acho...
— Maximus, me chamará pelo primeiro nome a partir de agora.
Abalada pelo rumo daquela situação, fiquei quieta, mas minha cabeça
não parava de planejar uma maneira de ir embora antes que me envolvesse
demais na vida deles, principalmente pelo Alessio, ele sofrerá de qualquer
maneira quando me for em três meses, então era melhor cortar o mal pela
raiz. Alessio mencionou um padre chamado Gaspard, se ele o conhece
provavelmente já veio na casa, darei um jeito de entrar em contato com ele e
lhe pedir ajuda.
— Separei todas as roupas que você estiver no estoque, das casuais até
vestidos de noite. Clara irá experimentar todos.
— Não acho necessário, Senhor...
— Maximus, não repetirei. Agora faça o que mandei, não quer que eu
mesmo a faça entrar no provador.
— Mandei jogar aquele saco fora, você não precisa mais daquilo.
— Não tinha o direito de fazer isso, Senhor...
Parei de falar quando percebi seu olhar mortal sobre mim, era difícil
tratá-lo pelo primeiro nome, essa é uma intimidade que não quero ter com
ele, contudo, se eu não fizer ele impōe sua vontade. Repeti o protesto agora
falando o nome dele.
— Não foi difícil. E sobre a roupa, esqueça, você não as terão de volta.
— Você está muito bonita, Clara.
— Obrigada, Alessio.
— Agora vamos para o restaurante almoçar, pediremos sua sobremesa
preferida, Alessio.
— Oba!
Alessio estava muito animado e a alegria do menino me contagiou
também, pelo menos ele estava se divertindo.
— Fugindo, freirinha?
O olhei, ele vestia apenas uma calças de moletom, seus braços e
peitoral musculosos estavam todos a vista. Aflita, tentei passar por ele, mas
fui impedida por seus braços poderosos se fechando na minha cintura.
Maximus
A fiz sentir minha ereção, ela suspirou fundo e um gemido tímido saiu
dos seus lábios. Estou adorando o jeito que ela tenta esconder que também
sente tesão, vontade de descobrir os prazeres da carne. Meu desejo por ela é
impossível de controlar. O meu corpo exigia saborear aquela flor rara, ela é
uma tentação onde um homem quer se perder. Nunca em minha vida, senti
tamanha atração. Meu apetite sexual sempre fora enorme, não fico sem sexo
um dia se quer e meu cardápio é extenso e variado. No entanto, fazem três
dias que não fodo uma mulher, desde que ela entrou no meu caminho, eu a
quero e nada menos que ela vai me satisfazer agora. Só eu sei quantos banhos
frios tenho tomado para tentar esfriar minha libido inflamada, toda vez que a
provoco.
E hoje não tomarei banho frio, vou levá-la para a cama, e não a
forçarei, nunca precisei forçar mulher nenhuma a ter relação comigo, muito
pelo contrário. Todavia, não usarei a força, mas a sedução. Ela é apenas uma
menina que acabou de ser tornar mulher, cederá facilmente. Mas confesso
que a resistência dela está me deixando com uma vontade de pega-la nos
ombros, jogá-la na cama e possuí-la com ferocidade. Os meus demônios
internos se manifestam quando estou com ela, sinto necessidade de ver sua
pele rosada por meus tapas. Mas na nossa primeira vez, tentarei ser cuidadoso
para não assusta-la mais que já está, contudo, não me frearei nas próximas
vezes. Tenho muitos planos deliciosos para fazer com ela.
Ela fez o que mandei e eu segui para meu quarto, peguei o celular e fiz
a chamada para o pediatra dele que atendeu prontamente.
Fiquei irritado, esse moleque vai ingerir essa Porra nem que eu tenha
que enfiar goela abaixo. Clara percebendo minha intenção de obrigá-lo a
beber a força, disse calmamente.
Alessio, abriu a boca e Clara levou a xícara aos seus lábios, assim que
o líquido entrou no estômago, ele começou a ter ânsia de vômito. Clara o
pegou e levou para o bananeiro e o menino vomitou tudo. Quando terminou,
ele estava trêmulo e fraco, mas já não sentia dor. Clara o pegou e levou para a
cama que já estava arrumada e o deitou.
— Obrigada!
— Ele dormirá agora, seu corpo vai se recuperar, ele é um menino
forte.
O médico saiu do quarto acompanhado da empregada.
— Obrigado!
— Senhor Ferrara...
Ela se calou e somente sua respiração forte era ouvida. Deslizei meus
lábios em seus cabelos e a estreitei contra meu corpo.
Com isso, a soltei e saí do quarto, segui para meu próprio a passos
largos e fui direto para o banheiro. Andei nervoso de um lado para o outro, de
novo terei que me contentar com banho frio. Fui para frente do espelho e me
encarei, peguei no pênis e o massageei, ele estava duro só de pensar nela. Eu
preciso me livrar disso, então sem pensar, coloquei o pau para fora das calças
e fui até o vaso, comecei me masturbar, a muito anos que não faço isso,
nunca precisei, me satisfazia fudendo uma mulher, agora por causa dessa
menina, tenho que recorrer a esse artifício.
— Chefe!
— Estou de saída, só voltarei amanhã.
— Irá sozinho?
— Mande três soldados me seguirem, eu mesmo irei dirigir.
— Claro!
***
Maximus
— Não faz isso na frente da freira, perderá todas as chances com ela.
— Foda-se!
— Papa!
— Vem Alessio, vamos jogar vídeo game enquanto esperamos seu pai
falar com a senhorita Clara.
— Você vai brigar com ela, papa?
— Moleque, faça o que mandei, vai com o Riccardo.
— Levante-se!
Isso me fez ficar com mais raiva e com gesto brusco, peguei no rosto
da freira pelo maxilar e apertei a fazendo olhar para mim. Seus lindos olhos
me encaravam aterrorizados, eles brilhavam pelas lágrimas que se formaram.
Caralho! Ela fica mais linda quando me olha assim, eu preciso demais dela, o
pau já está ereto e dolorido. Aproximo a boca do rosto jovem dela, a minha
barba roça naquele pele acetinada. A menina não usa nenhum artifício para
atrair os homens, nenhuma maquiagem, mas sua aparência fresca me deixa
mais fascinado.
A ignorei e continuei:
— Você é minha, somente minha e somente para mim, sorrirá,
somente para mim, viverá, somente para mim, dará prazer, capire?
Mas não farei isso agora, a hora dela chegará quanto antes, eu a terei
de todas as maneiras possíveis, ela será a minha amante, a farei dela minha
mulher e a marcarei para sempre. Eu serei o dono do seu corpo, da sua vida,
de seus pensamentos.
Paro de beija-la e olho para seu rosto, ela chora, os lábios estão
inchados e trêmulos, suas bochechas ruborizadas. Esboço um sorriso cruel e a
solto. Ela cambaleia. Seguro o pau dentro das calças massageando.
Ela não fala nada, me deleito da sua aparência, ela quer correr e, ao
mesmo tempo ficar.
— Vai cuidar do Alessio, antes que eu trepe com você agora.
***
Clara
Meu coração parecia que rasgaria meu peito e pularia para fora.
Segurei minha cruzinha, todo meu corpo tremia. Subi as escadas rapidamente
e fui direto para o quarto do Alessio, eu sei que é covardia minha, mas penso
que se estiver próxima do menino ele não fará nada comigo. Meu Jesus! Eu
estou apavorada, passo as mãos trêmulas nos lábios e sinto dor, ele me
machucou, preciso olhar minha aparência antes de entrar no quarto do
Alessio. Fui até o banheiro do corredor, entrei e tranquei a porta.
— Alessio...
Ele olhou para mim com uma feição de alerta, me desfiando a desafia-
lo.
— Ela vai casar com Jesus!
— Isso não irá acontecer, Alessio, ela se casará, mas não com Jesus.
— E com quem ela irá casar?
— Comigo.
Aquilo para mim era um absurdo sem tamanho, ele não pode dizer uma
coisa dessas, nem de brincadeira, não me casarei com ele. O deixarei saber
disso.
— O Senhor não pode falar essas coisas para o Alessio li, não me
casarei com o Senhor.
— Alguém aqui lhe fez algum pedido para negá-lo? Eu não lhe pedi,
eu lhe comuniquei que irá se casar comigo.
— Acho que ela gosta de Jesus, papa.
— Alessio, vai para seu quarto e espere um instante lá, eu e a Clara já
iremos em seguida e prometo que mais tarde jogaremos vídeo game juntos.
— Legal!
Clara
Alessio como sempre ficou muito feliz com a presença do pai e já foi
tagarelando as coisas que fizemos. O pai sentou-se do meu lado e para meu
espanto me beijou na boca na frente do menino. Não foi um beijo profundo,
apenas pressionou seus lábios contra o meu, contudo foi suficiente para me
deixar constrangida. Fiquei tão chocada que não tive reação, meu rosto pegou
fogo de vergonha. Alessio por sua vez vibrava de alegria.
— Vamos Clara, estenda a mão direita e para de ficar com essa cara de
tonta.
Com as mãos trêmulas, entendi-a para que ele colocasse o anel que
ficou perfeito, porém, o aro em contato com minha pele parecia queimar-me,
era absurdo pensar que estava sendo obrigada aceitar esse casamento. Para
minha surpresa, ele me segurou pela cintura e me puxou para perto do seu
corpo, meus olhos o focaram apavorados, não só pelo fato dele ter me
segurado daquela maneira, mas pela reação imediata do meu corpo ao seu
toque. Ainda para piorar, me sentia constrangida pelo Alessio está
presenciando tudo isso, por esse motivo, sentia meu rosto arder de vergonha,
provavelmente estou vermelha como pimentão.
— Você fica encantadora quando cora, moça estranha.
Meu coração deu um baque, não só pela pergunta, mas pela forma
como me chamou. Arregalei os olhos com indignação, não tenho nem a
pretenção de casar com ele, que dirá pensar em filhos. Sei que Alessio é uma
criança e não entende essas coisas, mas as atitudes do pai dele são
desprezíveis, ele sabe que não poderei ser rude com o menino. Decidi dar-lhe
uma resposta vaga. Volte-me para ele e falei com ternura.
Percebi que seus olhos estavam fincados em meu peito e para meu
desespero, os mamilos enrijeceram marcando o tecido da blusa de seda que
estava usando. Os pêlos dos braços também estavam arrepiados, por sorte
usava uma blusa de manga comprida. Contudo, cruzei os braços e esfreguei-
os tentando disfarçar o máximo.
— Sim, um pouco.
— Então posso aquecer você.
— Sei como será entre nós, seu corpo já me reconhece, freirinha. Tem
sorte por eu esperá-la até o casamento, poderia tê-la agora se quisesse.
Oh! Deus. Aquilo era loucura, não posso ceder assim. Sem pensar
muito, comecei a remexer tentando escapar, mas o gesto o fez me atacar com
brutalidade, o beijo se tornou duro, exigente. As mãos dele forçaram minhas
coxas até abri-las me machucando. Então ele parou de me beijar com
brusquidão e segurou em meu queixo com uma das mãos me apertando,
parecia que queria quebrar minha mandíbula.
— Você acha que pode comigo, garota? Se quiser te comer agora você
não escapará. Me provoque e verá do que sou capaz.
O dia passou tranquilo, Maximus saiu logo após o café da manhã, dei
graças a Deus. A tarde para minha surpresa, recebi a visita do padre Gaspard,
um senhor de idade, com pouco cabelo, corpulento e vestido com a batina e o
colarinho clerical. Uma esperança acendeu-se em mim, essa era uma chance
para pedi-lhe ajuda.
O padre tinha uma voz alta e um sotaque italiano bem acentuado, mas
falava um Inglês perfeito. Eu pedi a Marise para trazer o lanche enquanto nos
acomodávamos. O padre voltou-se para o Riccardo e pediu:
— Opa!
— Sim.
— E penso que quer minha ajuda para se livrar do seu destino.
— Mais... Mais...
O padre riu alto. Eu apenas baixei minha cabeça e tive certeza que
desse padre jamais receberei ajuda, aliás, de ninguém, nenhuma pessoa
ousaria desafiar Maximus Ferrara.
— Não fique triste, se sairá muito bem, é uma menina esperta e muito
bonita, o convento não era o seu lugar. Agora terá um nome e uma posição.
Após colocar Alessio na cama aquela noite, decidi sair da casa e sentar
em um dos bancos do jardim. A noite estava fria, mas não me importei,
apertei o casaco sobre o corpo e escondi as mãos no bolso. Pensei o que o
padre me falou, sobre a sorte que tive em me tornar esposa dele. Talvez ele
tenha razão, minha situação poderia ser pior.
Nitidamente percebi sua voz pastosa, parecia que estava bêbado. Para
meu espanto maior, ele praticamente desabou do meu lado no banco, senti o
cheiro forte do whiskey e de fato era o que ele estava bebendo, pois, havia
uma garrafa já pela metade em sua mão. Ele virou a garrafa no gargalo e
bebeu mais um pouco, fez uma careta balançado a cabeça de uma lado para o
outro. Naquele momento, decidi ir embora, não era boa ideia ficar sentada ao
lado dele à noite, quase na penumbra e ainda por cima com ele nesse estado.
Fiz menção de levantar, mas fui impedida pela mão dele que me segurou no
pulso.
— Senta aí, agora entendo tudo, não me dava bola porque estava dando
para o chefão né?
— Senhor Matteo, não sei sobre o que está falando, me solta por favor,
está me machucando.
Com isso ele tentou me beijar, então desviei o rosto e tentei de todas as
maneiras me soltar, mas mesmo estando alterado pela bebida uma mulher não
consegue encontrar forças para se livrar do aperto de um homem e isso me
deixava revoltada. Então usei as palavras:
O mordi no anti braço com toda a força, ele gritou e me soltou, naquele
momento, o senti sendo puxado com força de cima de mim e lançado longe,
olhei aterrorizada para o Maximus, ele parecia completamente alterado pela
fúria. Sem piedade, avançou sobre o Senhor Matteo e começou a espancar-
lo. O homem tentou se defender e os dois começaram a brigar. A cada golpe
que Maximus deferia em seu rosto eu ouvia seus ossos quebrando e me
encolhi no banco. O senhor Matteo tentava acetar o outro, mas não
conseguia, talvez por causa de seu estado de embriaguez. A violência da luta
era tanta que em um determinado momento, os dois praticamente caíram em
cima de mim no banco, levantei-me e corri até a parede colocando as mãos
no ouvido e comecei a gritar por socorro.
Clara
Meu sangue gelou quando ele virou para mim. Seus olhos pareciam
duas chamas incandescentes, ele não piscava, suas pupilas delatadas pareciam
vidradas. Com um gesto brusco ele tirou o sobretudo, o lançou longe, a
próxima peça foi o terno e em seguida a gravata que foi arrancada com
violência e lançada no chão. Enquanto ele se despia, não desviava os olhos do
meu rosto. Eu também o encarava apavorada, precisava ter coragem para lhe
pedir que me deixasse ir para meu quarto, mas a voz não saia tamanho era
meu medo. Quando ele começou desatar o cinto, a intenção dele ficou claro
para mim, então sussurrei.
— Não!
— Tira a roupa! — ele ordenou seco.
— Não, por favor, Sr.Ferrara — solucei ao falar.
A fúria que ele estava tentando segurar explodiu. Com gesto brusco,
puxou o cinto e jogou longe. Avançou sobre mim como um furacão, me
segurou pelos dois braços me puxando para junto do seu corpo. Sua boca
encostou na minha e ele perguntou entre os dentes, a voz uma corrente de
ódio.
Sua boca deslizou pelo meu ombro e desceu a alça do meu sutiã,
praticamente ele os arrancou do meu corpo, assustei-me e abri os olhos e um
suspiro profundo saiu da minha garganta ao sentir sua boca apossando-se de
um dos meus seios, a outra mão, massageava com sofreguidão o outro. Eu
não poderia permitir isso, precisava fazê-lo parar.
Assim ele reiniciou sua posse, podia sentir toda sua masculinidade
contra a minha pele, eu não conseguia encontrar forças para impedi-lo, eu não
sei se queria encontrar forças, eu não sei de nada, qualquer pensamento
racional se perdeu quando ele desceu sua boca entre as minhas pernas,
traçando um caminho de beijos até meu sexo que ainda estava com a
calcinha. Suspirei fundo quando ele a arrancou do meu corpo com um puxão,
o tecido se rasgou como se fosse uma peça de papel.
— Minha.
— Minha.
***
Não fazia ideia quanto tempo havia se passado, a única certeza que
tinha era que precisava sair daquele quarto, não me importava para aonde iria,
só quero me afastar, andar, sumir. Olhei para ele que dormia profundamente,
um sorriso de satisfação desenhado em seu rosto.
Minha mente não parava de pensar sobre o que havia acontecido, após
me possuir mais uma vez, sem carinho, ele me levou para o chuveiro e me fez
tomar banho junto com ele. Ao mesmo tempo, ele me encostou no vidro do
boxe e de novo me teve. Meu corpo oscilava entre prazer e dor, mas mesmo
assim me sentia culpada e me recriminava por ter sentido e cedido ao desejo
da carne, eu havia sucumbido ao demônio, não consegui lutar contra ele.
Sem perceber, cheguei até a saída, observei que o portão estava aberto,
mas não havia ninguém por perto. A chuva ainda caia muito forte e os
trovões rompiam no firmamento. Continuei andando sem destino, as lágrimas
inundavam meu rosto mesclando-se com a água da chuva. Atravessei o
portão e continuar caminhando. A rua era íngreme, descia com os meus pés
mergulhados na correnteza da água que escorria pela rua abaixo. As grandes
árvores que ladeavam os dois lados da rua, balançam suas folhas a força do
vendo. Aquela noite assemelhava-se comigo mesma, com todos os
sentimentos que me perturbavam.
Clara
Espalmei as mãos na rocha que havia segurado meu corpo e usei como
apoio para tentar sentar. Assim que consegui, apoiei as costas na pedra e
comecei avaliar meu corpo. Olhei para os braços e percebi que o tecido do
casaco havia se rasgado em algumas regiões, as pernas que estavam expostas,
sofreram algumas escoriações. Aparentemente não tinha nenhum osso
quebrado. Naquele momento, a chuva começou a diminuir de intensidade.
A chuva já não era tão intensa, agora era apenas uma garoa, porém, o
vento e meu corpo molhado, me faziam sentir muito frio. Andei alguns
metros e cheguei na estrada pavimentada. Verifiquei de um lado para o outro
antes de descer e seguir para a esquerda. Observei a iluminação das casas
naquela direção, será lá que pedirei ajuda. Iniciei a caminhada tremendo de
frio, com muita dor e o corpo coberto pela lama, mas não podia me lamentar
agora, meu único pensamento era tentar encontrar abrigo antes de sucumbir
de vez.
— Eu sou Inglesa.
— Vamos levá-la para o hospital — O senhor avisou em Inglês.
— Não, não, me leva para o convento, eu quero ir para o convento.
— Convento?
— Sim, por favor, eu quero voltar para o convento.
Não sei quanto tempo se passou, dormir e fui acordado por pessoas que
não conhecia. Olhei em volta e percebi que estava em um local grande, já
havia amanhecido e vi entre a névoa do cansaço físico um rosto de anjo, ela
usava um hábito das freiras e falava comigo carinhosamente.
— Nós vamos cuidar de você.
Me deixei levar, não tinha forças, percebi que estava com o corpo
muito quente, talvez tinha febre, não sei, porém, me senti acolhida e
protegida ali.
— Maximus.
— Ela está delirando, a febre está muito alta e nenhum medicamento
faz efeito. Vamos rezar para que ela consiga sair dessa — alguém falou.
— Maximus — Movi a cabeça de uma lado para o outro.
— Calma, você ficará bem e a levaremos para o Maximus.
— Não! — Exclamei apavorada.
— Shiii! Tudo ficará bem minha querida, tudo ficará bem.
— Clara, Clara.
— Alessio — sussurrei delirando.
— Bom dia!
Virei meu rosto e me deparei com uma freira sorridente, somente seu
rosto estava visível. Ela usava o hábito e o véu negro com a borda branca.
Todas as coisas que ele fez comigo, vieram a tona em minha mente e
para meu horror, aquelas cenas fizeram meu corpo reagir de maneira
vergonhosa. Minha pele arrepiou-se e meus mamilos enrijeceram, minha
intimidade latejou e meu rosto aqueceu-se, com certeza fiquei vermelha com
todos a quelas sensações pecaminosas. Desviei os olhos da joia cheia de
vergonha e falei baixo.
— O que a fez nos procurar, Clara? O casal que a trouxe disse que
você pediu o tempo todo que a trouxesse para o convento ao invés de um
hospital. Além do mais, eles falaram que você disse que era uma noviça.
— Obrigada!
— Por agora, deixo-a aos cuidados da irmã Liz.
Minha vida parecia perfeita exceto por uma coisa, a falta que ele fazia,
chorava toda noite com saudades do Alessio, e sim, sentia a falta dele. Orava
a Deus fervorosamente para tirar aquele sentimento do meu coração, eu não
queria sentir aquilo, mas a medida que o tempo passava, maior era aquele
sentimento, ele me corroía por dentro, como uma doença maligna. Não
consigo identificá-lo, na verdade, não consigo denomina-lo, não sabia se era
desejo, atração, paixão, amor... Não, não, negava veementemente que poderia
sentir aquilo por ele.
Em uma das manhãs, decidi falar com a Madre superior, havia tomado
uma decisão.
— Eu não quero amá-lo, por isso lhe imploro, aceita meu pedido para
me tornar freira, por favor.
— Minha querida, se é seu desejo de coração você pode iniciar seu
noviciado, na verdade, acho que já pode entrar na leva da primeira fase e
fazer os votos temporários junto com as outras noviças na próxima ordenação
que será em breve. Assim, você será uma freira, mas sem o compromisso
final, por isso não precisará cortar os cabelos se não desejar e ter mais tempo
para pensar se é isso que quer mesmo até seus votos finais. No entanto,
receberá o hábito, o véu e será chamada de irmã.
— Seria maravilhoso — falei animada.
— Sim.
— Então assim seja.
Maximus
— Clara.
Nenhum sinal dela, Puta que Pariu! Será que ela está no quarto do
Alessio? Saio do cômodo como um furacão e vou para a do Alessio. Entrei
com cuidado para não acordar o garoto. Fui até a cama e observei meu filho
dormindo profundamente. Também procurei no banheiro, closet e nada.
Irritado, passei as mãos entre os cabelos. Decidi voltar para meu quarto
e trocar de roupa, ela tem que estar em algum lugar dessa casa.
O portão não foi fechado. Alguma coisa aconteceu para que não
fechassem o portão. Avancei o vídeo e por volta de três da manhã a
tempestade começou. Alguns minutos depois, vi a Clara saindo, quase não
dava para percebê-la, pois a chuva era muito forte, mas com certeza era ela.
— Eu vou matar todos esses seguranças incompententes.
— Maximus, calma, primeiro precisamos encontrar a Clara, pelo
horário que ela saiu até agora, já se passaram algumas horas, ela pode estar
ferida em algum lugar.
Parti em meu carro, estava furioso com todos, mas também com Clara,
como ela fez uma coisa dessas após a noite maravilhosa que tivemos? Eu sei
que ela sentiu prazer comigo e não foi apenas uma vez. Evidentemente que
ela ficou assustada pelo que aconteceu, a maneira como matei o Matteo, para
mim, matar alguém é algo corriqueiro, principalmente um Filho da Puta que a
estava molestando. Tenho ciência que para ela foi pavoroso, mas ainda assim,
sair de casa naquelas condições foi loucura. Ela tem que entender que agora é
mulher de um mafioso. Pretendia introduzi-la ao meu mundo sombrio, mas
não farei isso sutilmente, mostrarei para ela a verdade nua e crua.
Ainda não tinha encontrado nenhuma pista sobre ela, porém Riccardo
me chamou a atenção para um fato.
Antes de viajar, fui até o quarto do Alessio, ele estava tão debilitado,
seus olhinhos castanhos já não tinham o brilho de antes, sua apetência era
pálida e abatida, quase não comia, só chamava por ela.
Sou um homem frio, emoções, era algo que não podia sentir, então
reprimia, porém, ver o meu filho sentindo-se rejeitado era de partir o coração.
A clara me pagará, mas a maneira que pretendo puni-la me dará muito prazer.
Antes que a velha pudesse ter reação, avancei sobre ela e agarrei no
seu pescoço, comecei a estrangular-la.
***
— il demone voltou.
— Vai se foder, desembucha logo essa Porra.
— Temos uma pista, padre Gaspard entrou em contato e disse que entrou um
nome novo na lista do clero da Igreja.
Riccardo jogou um envelope na minha direção. Peguei-o e abri, havia uma
ficha com uma foto anexada. Olhai para a foto fixamente, somente o rosto
dela a mostra, seus olhos azuis lindo e sua boca tentadora. Ela estava vestida
com o hábito religioso. Li os dados: irmã Clara da ordem Franciscana
secular.
Ri irônico, pois se agora ela é uma freira, será a freira do mafioso e meu pau
não sairá da buceta dela.
Capítulo 17
Clara
O silêncio que se seguiu só era cortado pelo pulsar do meu coração que
se assemelhava a tambores dentro do meu peito. Eu não conseguia olhar para
ele, contorcia as mãos uma nas outras em busca de coragem para lhe dizer
que agora era uma freira e nada ele poderia fazer sobre isso.
O estalar do tapa no meu rosto foi alto, a força do golpe me fez virar a
face e cambalear. As lágrimas desceram como cachoeira, não podia acreditar
que aquilo estava acontecendo. Levei uma das mãos ao rosto no lugar que me
atingiu, mas senti que ele me puxou com força. Eu estava aterrorizada sem
saber o que ele fará em seguida. Como se eu fosse uma pena ele me
suspendeu com um dos braços, com a outra mão, segurou em meu maxilar e
apertou, falou com ódio.
Eu não conseguia falar nada de tão apavorada estava, mas ele queria
uma resposta e me sacudiu com violência.
— Entendeu, Porra!
— Si-i-im — Gaguejei parecendo um ratinho assustado.
— Você sabe o que causou com essa fuga ridícula? Tem ideia de como
deixou o Alessio?
Ele me empurrou com força e eu bati na parede, o ódio dele era denso.
Eu estava apavorada, mas também preocupada com Alessio, contudo não
tinha coragem de lhe perguntar o estado de saúde dele, pois o homem estava
possesso de raiva e uma pergunta sobre isso, poderia provocar uma resposta
mais violenta ainda.
— Obrigada!
— Não lhe faça mal, senhor Ferrara, ela ficou muito doente, quase
morreu e não parava de chamar pelo seu nome e a do menino Alessio.
Maximus não demonstrou nenhuma simpatia pelo o que ela disse, com
a voz diabólica ordenou:
Maximus voltou a me puxar, ainda olhei para trás, aquela cena da irmã
Liz no chão, as outras irmãs tentando ajudá-la a levantar, irmã Donatella em
prantos, me partiu o coração. Eu sou culpada por tudo isso, jamais me
perdoarei.
— Maximus, para onde nós vamos, pensei que me levaria para casa
por causa do Alessio.
Não assimilei imediatamente o que ele queria dizer, mas olhei para ele,
seu rosto era uma máscara diabólica.
Ele riu cínico e moveu-se até um sofá. De costas para mim, ele retirou
a última peça da vestimenta ficando completaste nu com toda a plenitude de
um deus pagão. Arregalei os olhos ao me deparar com suas nádegas
musculosas, eu não sei o que estava acontecendo, mas não consegui desviar
os olhos. Ele virou-se de frente e contemplei aquele membro latente com toda
sua plenitude, meu coração parecia que sairia pela boca e não era de medo,
mas de algo muito mais letal, poderoso e luxurioso. Ele Sentou-se e fez um
sinal com os dedos me chamando.
— Maximus....
— Não me faça ir até aí — ameaçou.
— Ajoelhe-se.
Assim o fiz, mas não olhei para aquilo, porém ele não teve pena de
mim, segurou na minha nuca e forçou para baixo.
— Engoli essa porra, vai logo, quero que reze todo o terço enquanto
chupa meu pau. E faça isso direito.
— Levante-se e dispa-se.
— Pronto, você não vai precisar desse lixo enquanto estiver aqui,
quando voltarmos para casa, sairá para comprar seu enxoval e não quero
nunca mais, vê-la vestida com esses sacos de batatas. Se vestirá para me
satisfazer.
— Agora é hora de comer a sua buceta, você me pagará por ter fugido
de mim, mas o lugar que fará isso será na minha cama e embaixo de mim.
Capítulo 18
Maximus
Ah! Se ela soubesse que essa resistência me deixa mais louco por ela,
não me desafiava, eu estou entusiasmado como nunca estivesse na
perspectiva de fuder uma mulher. Meu corpo tem fome dela e isso é excitante
e diferente. Sei que ela também quer e gosta, mas essa fixação de ser freira a
deixa cega. Contudo, derrubarei todas essas idiotices de sua cabeça, ela não
foi feita para viver uma vida celibatária, não mesmo e mostrarei isso para ela.
Minha mão agora deslizou entre as suas pernas, encontrei minha fonte
de prazer quente e molhada. Massageio com vigor sua buceta, ela apertou as
pernas e tentou me impedir de tocar. Ela ainda insistia resistir a mim.
— Não foge não, eu vou te fuder até fazê-la esquecer seu próprio
nome.
Com isso, a suspendi nos braços e levei para a cama. Joguei-a sobre o
colchão e deitei sobre ela. Meu corpo estava em chamas, meu desejo por ela
inflando. Preciso dessa buceta engolindo meu pau. A forcei abrir às pernas,
ela tentou lutar, mas seu esforço foi inútil, facilmente a fiz abrir-se e me
posicionei entre suas coxas, meu pau deslizou naquela buceta deliciosa.
Beijei a curva do seu pescoço modificando o lóbulo da sua orelha.
Voltei a explorar seu corpo agora com as mãos e beijar seu rosto. Desci
até sua buceta e falei sussurrando de desejo:
Separei mais ainda as pernas dela e comecei a passar meu pau entre
sua fenda por toda extensão até a bunda. Apertei suas nádegas e forcei o
pênis em sua entrada apertadinha. Ela choramingou de angústia, mas não vou
comer o cuzinho dela ainda, primeiro vou me deliciar de sua buceta por
algum tempo e quando sentir que ela está pronta para a segunda etapa da
nossa relação, isso vai ser tornar mais sujo ainda. Não terei limites com ela.
Por enquanto, apenas o básico.
Levei a boca até um dos seus pequenos seios e o suguei com vigor, o
outro esfreguei o mamilo enrijecido e sensível entre os dedos e belisquei. Ela
suspirou fundo tentando não demostrar o quanto estava lhe dando prazer.
Alternei entre os dos seios até deixá-los vermelhos e entorpecidos. Em
seguida, deslizei minha língua em sua barriga, lambendo-a até chegar entre
suas pernas. Deslizei as mãos entre as coxas, interna e voltei para cima em
sua virilha dedilhando sua buceta até enterrar um dos dedos nela sentido sua
umidade.
Comecei a investir rápido, não vou ser gentil, estou de joelhos e a fodo
sem piedade.
— Está gostando, freirinha? Recebe meu pau, ele é todo seu, assim
como você é minha, minha putinha gostosa, caralho. Vou te mostrar o que é
ser minha mulher.
— Ainda você quer ser uma porra de uma freira? Quer? Nunca será, eu
vou te corromper, vou te levar para meu mundo, para o inferno.
Com uma estocada mais profunda cheguei no meu limite, meu corpo
estremeceu e a preenchi com minha porra. Rosnei, fechei os olhos enquanto
me derramava todo dentro dela. Na nossa primeira vez eu não gozei dentro
dela em nenhuma das nossas fodas, mas agora foda-se, eu quero que ela
receba toda o sêmen e não estou preocupado se engravida-la.
Enquanto convulsionava de prazer tomei sua boca e introduzi a língua
em um beijo erótico. Mantinha seu corpo delicado muito apertado ao
encontro do meu, aumentando o valor do beijo até ouvi-la gemer. Acariciei
todo seu corpo e afastei a boca da dela, a olhei profundamente. Ela estava
com os olhos fechados.
— Abre os olhos.
Seus lindos olhos azuis se abriram e ela me encarou. Todo o corpo dela
estava arrepiado, comecei a mover meu peito musculoso em seus seios
empinados e ela reagiu gemendo.
Saí de cima dela e rolei para o lado, trouxe-a para junto do meu corpo.
Ficamos parados até as respirações voltarem ao normal. Senti meu peito
molhado por causa das lágrimas dela. Ficamos assim por alguns minutos, até
me sentir pronto novamente.
Sem saída e sentindo dor pelo meu puxão, ela abriu a boca. Me abaixei
um pouco e aproximei meu pau alguns centímetros de sua boca. Intensifiquei
os movimentos da mão até chegar no prazer e liberei minha porra dentro da
boca dela. O líquido esbranquiçado saiu em um jato só, como um tiro e caiu
certeiro em sua cavidade bucal. Com o restante, lambuzei seu rosto. Ela
tentou cuspir, mas a segurei com a cabeça virada e mandei ela engolir tudo.
Finalizo soltado-a na cama, humilhada, encolhida chorando. Deitei-me do seu
lado e a abracei, moldurado seu corpo ao meu. Estava satisfeito como nunca
estive, nos completamos. Agora eu sou dela e ela é minha e não tem mais
volta. Passamos a tarde nos amando, incansavelmente.
***
Clara
Me sentia nas nuvens, meu corpo estava saciado e dolorido, mas não
era desagradável, era uma dor maravilhosa. Deslizei minhas mãos pelo meu
corpo marcado pelo sexo que fizemos quando de repente, senti um solavanco.
Abri meus olhos rapidamente saindo do meu sonho. Olhei para o Maximus
assustada. Ele também me olhava. Mesmo antes de formular algum
raciocínio, outro solavanco sacudiu a cama. Sentei-me assustada enquanto
Maximus se levantou para verificar na janela o que estava acontecendo.
— Vista isso.
Quando ele saiu da cabine, comecei a orar e pedir a Deus para nos
salvar, não só por mim e Maximus, mas pelo Alessio, será um golpe muito
grande para o menino se perder o pai. Minutos depois, Maximus voltou e
gritou:
Clara
Observei a volta e não havia nada para olhar, apenas o azul profundo
do mar e o céu sem nuvens, já alaranjado por causa do crepúsculo do sol
poente. Logo à noite chegará e essa perspectiva me deixava mais apreensiva.
Não podia acreditar que estava em um bote salva-vidas em meio a um mar
imenso com o homem que me machucou de todas as maneiras.
— Não tenha medo, não deixarei que nada lhe aconteça, cuidarei de
você.
Achei estranho a maneira como ele falou, parecia que não dava muita
importância a isso. Mas deixei minhas conjecturas de lado e comecei a rezar e
agradecer a Deus por ter nos salvados. O vento forte esvoaçava meus cabelos
e fazia as ondas baterem com força no bote. O mar estava barulhento agora e
o bote era erguido muito alto pelas ondas e mergulhava novamente. Maximus
parou de remar e ordenou:
Assim fiz, o bote seguiu a força das ondas, parecia que não íamos
conseguir, algumas vezes o bote inclinava para o lado e parecia que viraria,
eu orava e me segurava forte. A água também atingiu a gente e ficamos
completamente molhados. Quando Maximus percebeu que estávamos
próximos, suficiente da margem, levantou-se e anunciou:
Fiz o que ele mandou e entrei no bote, ele também tirou o colete e seu
peito liso e musculoso ficou a mostra. Ágil, retirou da mochila alguns pacotes
de biscoitos e frutas desidratada e também uma pequena lanterna e acendeu, o
breu da noite já havia devorado tudo.
Pele contra pele, nos tornamos um só, sem perceber, levei minhas
mãos ao ombro dele, era a primeira vez que o tocava, seus músculos rígidos
de encontro às minhas palmas me fizeram sentir sensações voluptuosas,
pecaminosas. Ele gemia de prazer e falava cheio de luxúria.
— Você sabe como me deixa? Sabe o que sinto quando estou dentro de
você, de fodendo? Te fazendo minha? Sabe caralho! Sabe o quão gostosa
você é? Porra!
E assim ele se entregou ao gozo, seu pênis liberou sua carga potente,
senti meu canal sendo preenchido por seu líquido quente. Ele também gemia
e movia os quadris contraindo-se. Sentia-me parte dele e nosso corpos
pulsavam no mesmo ritmo em uma paixão que preenchia aquele bote. Ele
tombou sobre mim e assim ficamos. Ele era pesado e me sufocava, mas não
ousei falar e nem ao menos me mover. Apenas sentia seu cheiro másculo e
fechei os olhos.
Clara
Desci do bote e fiquei desorientada, não sabia que direção seguir para
procurá-lo, não era possível que ele tinha me deixado, sozinha. Comecei a
respirar acelerado, com medo e apreensiva. Decidi chamá-lo.
— Maximus.
— Maximus.
Com essas palavras ele esmagou seus lábios nos meus e me beijou.
Suspirei fundo e fiquei passiva, ele me puxou para junto de seu corpo
musculoso e sem querer minhas mãos espalmaram em seu peito desnudo.
Podia sentir o bater do seu coração, forte, sua pele quente e os músculos rijos.
Senti vontade de deslizar as mãos pelo seu corpo. Ele deixou minha boca, eu
liberei um suspiro bobo de perda. Meu rosto ficou vermelho de
constrangimento pelo meu comportamento. Percebendo meu deslize, ele me
olhou de maneira debochada e falou no mesmo tom.
— Pode me tocar, pode sentir falta dos meus beijos, sou todo seu.
— Maximus...
— Fala meu nome de novo com esse sotaque Inglês.
Ele murmurou com voz cheia de luxúria. Então repeti o nome dele.
Ele deslizou as mãos por minha barriga e encontrou meu sexo, respirei
fundo quando senti seus dedos passarem entre a rachadura. Eu tentei manter
as pernas o mais fechada possível para evitar aquele contato, mas nada
adiantou, ele introduziu um dos dedos e começou a mover. Os movimentos
dele me causou incômodo e dor.
Ele aumentou a pressão e enfiou mais ainda o dedo, eu gemi com uma
mistura de dor e prazer, pois enquanto me introduzida com o dedo,
massageava o clitóris.
— Está gostoso?
— Não.
— Não? Você prefere meu pau em você?
— Maximus, eu não quero, por favor.
Para meu total espanto, ele me soltou, o gesto foi tão surpreendendo
que eu fiquei desorientada por alguns instantes. Ouvi ele se mover atrás de
mim e decidi virar para ver o que ele fazia.
Não disse nada, bebi a água que desceu refrescante, era incrível como a
natureza é perfeita e não deixei de agradecer a Deus por aquele alimento. Ele
também abriu um para ele e ficamos e silêncio degustando nossa refeição
improvisada.
Com isso, ele me levou para a lagoa e nadamos juntos, na verdade, ele
nadou e eu apenas segurava nele. Ficamos embaixo da cachoeira. Abri a boca
para beber água e me lavar. Ao abrir os olhos, vi o Maximus me observando
com olhos de desejo e sem mais me agarrou e me beijou avidamente. Suas
mãos afagam meu corpo e me leva até uma parte rasa da lagoa onde haviam
várias pedrinhas. Ele em deitou ali mesmo e começou a beijar todo meu
corpo formando um caminho de fogo com a língua e os lábios em minha pele
molhada.
Tomou meus seios nas mãos e os apertavam tanto que me fez sentir
dor, suspirei entrecortado, a abrir a boca com se estivesse me afogando.
Agora ele subia até minha boca e mais uma vez tomou meus lábios nos seus.
— Queria que esse momento durasse para sempre.
— O que foi?
— Nada, só estava pensando como você é hábil e sabe fazer tantas
coisas.
— Sou um mafioso, não aprendemos somente atirar em pessoas, mas
sobrevier em condições precárias. Somos treinados as mais diversas
situações. Alessio também passará por esse treinamento.
Naquela noite fizemos amor a luz das estrelas. Após o ato, chorei
baixinho. Maximus percebeu meus soluços e me abraçou.
— Não fique triste.
— Estou com saudade do Alessio e preocupada com ele, deve estar
sofrendo muito a sua ausência.
— Não se preocupe com Alessio, ele está bem.
— Como você sabe?
— Apenas confie em mim. Agora tire essas lágrimas dos olhos e me
beija, quero você de novo.
Contudo, não era só desejo sexual que aflorava dentro de mim, era um
sentimento muito maior, mais letal e perigoso. Fechei os olhos em angústia,
eu não sei o que fazer, tenho muito medo de me entregar por completo, ele
está sendo muito bom aqui na ilha, em nenhum momento me bateu, claro que
o sexo era sempre que ele queria, não podia protestar. Embora o sexo seja
intenso, na maioria das vezes era gentil e carinhoso. Me sentia entre a cruz e
a espada, ele era muito complexo e não sei como lidar com ele.
— Doce.
— Senta aqui.
— Como assim? — perguntei confusa.
— Desliza sua buceta no meu pau, deixa ele entrar tudo e cavalga em
cima dele.
— Eu não sei fazer isso.
— Não sabe, aprende, vem, não me faça ir até aí te buscar.
Sem saída fui até ele engatinhando, quando cheguei próximo, ele me
pegou nos braços e me fez sentar em seu colo com as penas abertas. Já sentia
toda sua potência.
— Fica de cócoras, agache aqui e deixa sua buceta encontrar meu pau.
Foi a única palavra que consegui dizer antes dele me beijar, mas
daquela vez era diferente, não era somente necessidade física simplesmente.
Naqueles dias que passamos juntos, o conheci melhor e vi muito mais que um
mafioso, mais que um homem perigoso. Descobri que precisava dele.
Assim nos perdemos mais e mais uma vez no fogo da paixão, no ápice
do desejo e da entrega.
— Hora de ir embora.
O encarei sem entender, será que algum barco havia nos, encontrado?
— Ponderei. Tirei essa dúvida quando ele jogou para mim um vestido e uma
calcinha, tirados da mochila.
— Vista-se.
E para meu maior espanto, ele pegou um celular e fez uma chamada.
Clara
Senti um arrepio de revolta, não podia acreditar que ele havia feito
isso. Fiquei estarrecida e não me movi, tudo foi planejado, nunca ficamos
perdidos... Jesus! Ele me manipulou, me enganou, me fez aceitá-lo. Fechei os
olhos de indignação, ouvi-o ordenar.
— Achou o quê? Que gosta do meu toque, da minha posse sobre seu
corpo?
Ele apertou mais ainda meu braço e foi mais invasivo com seu toque
na minha intimidade.
— Olhe para baixo, amore mio, tenho uma surpresa para você.
— Clara!
— Alessio!
— Não chore, meu pai trouxe você de volta, ele a salvou, eu te disse
que ele é um super-herói.
— É sim — falei entre risos e lágrimas.
— E agora vai ter casamento, está tudo pronto e eu serei o pajem.
— Eu sei. Sinto muito Alessio por ter ido embora sem se despedir de
você.
— Meu pai falou que você se perdeu.
— É... É..
Estava tão impactada com tudo que não protestei, não adiantaria, estou
sem saída, não tem a quem recorrer, nada que eu fizer mudará meu destino.
Além do mais tem o Alessio, o menino estava radiante de felicidade, não
estragaria a felicidade dele me rebelando contra meu próprio casamento.
— Aqui está.
" Clara, assim como Santa Clara, você veio a esse mundo para ser luz e
iluminar as trevas. Mesmo que tudo parece sombrio, não apague essa luz.
Santa Clara te protegerá."
Irmã Liz
Seguimos para o quarto do Alessio que era tão grande quanto o outro
na mansão. Havia uma varanda linda que dava para o mar, aliás, todas as
janelas eram voltadas para o mar.
— Alessio, seu pai disse que ficou doente quando eu fui embora, quero
que saiba que não era minha intenção te magoar, você lembra que te falava
que iria embora?
— Sim!
— Por isso fui, mas assim como você, senti muito a sua falta e também
fiquei doente.
— O que aconteceu?
— Eu peguei chuva e fiquei com pneumonia.
— Isso é grave? Você já está bem?
— É grave sim, mas as bondosas freiras cuidaram de mim.
— Você foi para o convento?
— Sim!
— Mas não irá mais não é? — Ele perguntou em um tom de angústia.
— Não, ficarei com você para sempre, até Deus permitir.
— Oba! Essa é a melhor notícia do mundo.
Clara
Sem protestar, fiz o que ela mandou ainda sem acreditar em tudo
aquilo. Para finalizar, ela me fez usar sapatos forrados de tecido de seda.
— Está lindíssima.
— Obrigada!
— Gostaria de mais alguma coisa antes do horário da cerimônia? — A
mulher perguntou solicita.
— Sim, gostaria muito de falar com o padre antes de ir, avise-o que em
confissão, se não for pedir muito.
— Providenciarei, com licença.
— Obrigada Padre.
— Você é um anjo, pequena Clara e será a luz na vida do Senhor
Ferrara.
— Eu não sei se conseguirei, ele é tão, tão, tão...
— Tão poderoso, perigoso? — O padre completou.
— Sim, e também dono de si e violento.
— O Senhor Ferrara não é um homem bom e nunca o será, tenha em
mente isso, você não mudará sua essência, mas pode conseguir muitas coisas
dele, aliás já conseguiu. Ele irá se casar com você e reparar o relacionamento
de vocês.
— Mas ele está me obrigando a tudo isso, padre, o Senhor acha certo?
— Não é certo, contudo, sinta-se com sorte, para o Senhor Ferrara isso
é uma gentileza.
— Mas ele matou um homem, na minha frente e também a madre.
— Fiquei sabendo do ocorrido e compreendo ter ido embora assustada,
mas entenda minha filha, ele é um mafioso, tem suas próprias regras e
infelizmente matar pessoas para ele é algo corriqueiro.
— Isso é horrível, não consigo achar natural.
— Clara, você e o Senhor Ferrara são como água e óleo, anjo e
demônio, mas que foram unidos por um sentimento forte, arrisco amor. Você
o, ama?
— Eu não sei.
— Mas ele a ama e isso não é uma suposição, mas uma certeza.
— Ele, ele... te disse alguma coisa? — Perguntei um tanto apreensiva
com um medo incomum sondando meu coração pela resposta.
— Não, um homem como ele não falaria seus sentimentos assim, mas
para mim isso é tão óbvio quanto a certeza que o sol nascerá amanhã.
— Eu acho que o senhor está equivocado, ele só me ver como um
objeto, uma mãe para o Alessio e isso me assusta.
— Minha criança, ele se livrou da mãe do menino, não casaria apenas
para ter uma mãe para o filho.
— Se livrou da mãe do Alessio? Como assim?
— Oh! Eu em minha boca — o padre levou a mão a boca e depois
apenas desconverso — não liga para o que falei, pense apenas que ele casará
com você não para substituir a mãe do Alessio. Além do mais você também
não é alheia a ele.
— Eu não tenho certeza dos meus sentimentos.
— Escute para seu coração, sem barreiras e medo, ele te dirá seus
sentimentos. Por agora, apenas siga o seu destino, não há nada que você
possa fazer.
Ti amo
Meu coração disparou, eu posso não entender italiano, mas sou capaz
de ler a palavra amor. É uma confissão de amor ou apenas dito da boca para
fora?
Ainda dava tempo de protestar? Correr, não aceitar todo esse suplício?
Creio que não, o máximo que aconteceria era ter um adiamento por alguns
minutos, nada que eu faça aqui surtirá efeito, apenas preciso aceitar que ele
será meu marido. Senti as pernas tremerem e o coração acelerar com esse
ideia.
Baixei os olhos e torci as mãos uma nas outras, isso é uma pequena
amostra que tipo de casamento terei, era pior que uma prisão perpétua.
Clara
Ainda com receio, coloquei a mão no coz das calças do pijama e desci
lentamente, todo o resto do seu corpo magnífico mostrou-se, ele ficou
completaste nu. Meu coração começou a bater mais forte, olhei para sua
nudez fascinada por sua masculinidade perfeita. Meus olhos vagaram e se
detiveram na plenitude de sua virilidade, recuei um passo impactada e
assustada ao mesmo tempo, não por ver seu membro, pois já conhecia toda
sua magnitude, mas pela minha reação, eu quero sentir tudo aquilo dentro de
mim, eu quero que ele me possua, preciso que me possua.
A respiração dele era irregular, sua excitação era sentida contra minha
pele, eu abri as penas o máximo que consegui, meu músculo vaginal pulsava
pronto para recebê-lo. Ele segurou-me com força pelo ombro e me puxou
para cima com violência, eu bati na cabeceira da cama, o gesto me assustou e
um gemido de choque e protesto saiu dos meus lábios.
— Não fodo criança, eu arrombo, até agora fui gentil com você,
contudo na cama eu não quero só uma esposa, eu quero uma puta, uma
esposa puta. E não sairá dela sem ter muitos orgasmos, se assim eu quiser,
freirinha.
— Hoje não iniciarei o sexo anal, mas se prepare esposinha, pois adoro
comer um cu e o seu parece maravilhoso.
Depois, ele lambeu o ânus e a vagina, ele passava a língua entre minha
fenda da bunda até e entrada da minha vagina. Meu corpo começou a reagir
aquela exploração. Em seguida ele me virou e jogou em meu rosto seu pênis
ereto, respirava acelerado e observei toda sua extensão pétrea e venosa, as
veias saltitavam tamanho era sua ereção.
— Engole amore.
Ele estava de joelho sobre a cama, então pegou em uma mexa dos
meus cabelos da nuca e puxou-os rente raiz, empurrou minha cabeça até seu
membro e eu o segurei. Em seguida levei-o a boca e ele empurrou a minha
cabeça, abri a boca o máximo que pude para alojá-lo em minha cavidade
bucal, minhas mandíbulas doeram e praticamente engasguei. Mas ele
começou a mover os quadris e eu tentava acompanhá-lo.
Continuei movendo, o pênis parece que ficou maior, não podia caber
mais tudo em minha boca antes da garganta se fechar, gemia abafado, eu
havia encontrado meu limite, mas a cada golpe que ele fazia e puxava meu
cabelo, aprofundava aquele pau que cortou a minha respiração. Naquele
momento ele uivou como um animal e ejaculou em minha garganta, para não
engasgar deixei que o líquido descesse, ele empurrou minha cabeça de
encontro a ele, sentia o pênis contraindo dentro da minha boca. Em seguida
ele o retirou de uma vez e ainda liberou esperma em meus lábios, o sêmen
escorreu e lambuzou meus seios. Fiquei com os olhos fechados recebendo
todo o seu esperma.
***
Maximus
Bufo, eu a cercarei de todos os cuidados, ela não fará nada sem que eu
saiba ou autorize, quando disse que a prenderia com as correntes do
casamento, não era metaforicamente, era real, eu a prendi a mim, até sua
respiração será controlada por mim e seu corpo, pertence a mim.
Sorri satisfeito.
— Mama!
— Bom dia meu amor. — Ela falou abaixando-se e abraçando o
menino.
— Dormiu bem?
— Sim. — Ela falou um pouco constrangida, percebi.
— Posso ajudar?
— É claro, vem!
Maximus
— Então deve ter sido nesse momento que eles deram de cara com as
freiras e decidiram se divertir.
— Provavelmente.
— Bom, agora só preciso mandar colher uma amostra de sangue da
Clara para o teste de DNA e termos certeza que o homem é pai dela para
decidir seu destino.
— Como fará isso? A clara não pode saber que descobrimos o
paradeiro do suposto pai dela.
— Eu...
— Isso é verdade?
— Clara meu amor, o que você está fazendo aqui? Sabe que não gosto
de ser interrompido quando estou tratando de negócios. Além do mais é
muito feio escutar a conversa dos outros.
— Eu não tive a intenção, estava passando e ouvi a conversa, a porta
não estava fechada.
— O que você ouviu?
— O suficiente.
— É melhor contar logo para ela — Riccardo sugeriu.
— Por favor Maximus, eu preciso vê-lo, falar com ele, saber por quê...
Ela começou a chorar baixinho. Suspirei fundo e fiz um sinal para que
o Riccardo saísse da sala, o que fez imediatamente fechando a porta
silenciosamente. Fui até lá e a tranquei. Clara me encarava assustada.
Aproximei-me dela e segurei em sua cintura, ela liberou um pequeno suspiro
ao perceber que estava excitado. Passei o polegar em seu rosto enxugando as
lágrimas. Adora esse jeitinho tímido dela, sua boca tentadora que me convida
o tempo todo para serem beijados. Curvei-me e beijei a curva do seu pescoço,
empurrando-a contra a mesa.
Desci uma das minhas mãos até a borda do seu vestido e o subi, ela
ainda tentou me impedir.
— Para, preciso saber sobre o homem, por favor Maximus.
— Você saberá, mas agora quero te fuder gostoso, sobre a minha mesa.
Sem mais, a fiz sentar sobre o tampo e abri suas pernas, puxei sua
calcinha de lado e comecei a massagear sua buceta macia, ela respirava
afobado e segurou em meu pescoço. Em um gesto rápido, abri minhas calças
e projetei meu pau que aquela altura tinha uma ereção completa. Cuspi na
mão e afastei a calcinha, passei a saliva em sua lisura que já se encontrava
molhada. Ela gemeu e resmungou ao mesmo tempo, enquanto a massageava
preparando-a para receber meu pau.
Ouvi um soluço vindo dela, percebi que ela começou a chorar, afastei-
a e olhei para seu rosto banhado de lágrimas.
Olhei para ela, tão linda e inocente. Eu sou um filho da puta insensível,
eu sei, só penso nos meus desejos, sim, mas Porra! Como explicar para ela o
que realmente faz comigo? Eu nunca senti conflitos internos, nunca me
preocupei com nada, nem com ninguém, mas pela primeira vez estou com
medo. Ri por dentro, caralho, eu estou com medo de lhe confessar meus
sentimentos e ser rejeitado. Ah! Sim, a obrigarei a viver comigo, mesmo que
me rejeite, mas eu não quero que ela o faça.
Ela me encarava com suspense, respiração presa, não sei o que ela
espera ouvir, mas também não sei se quero revelar.
— Você não entende, que sou louco por você, a quero do meu lado até
me tomar um velho, quero dividir o carvalho da minha vida com você, ter
filhos, acordar e dormir juntos, fazer amor... porra!
Clara imediatamente seguiu para a porta, mas antes dela sair a segurei
no braço e falei:
Clara
Eu entendi quando ele disse que me amava, ele sempre diz essas
palavras em italiano quando está gozando, eu não entendo seu idioma, mas
por tanto ouvi-lo falar a mesmas coisas já sabia que eram palavras de amor,
no entanto, ele só fala quando estamos transando, em nenhum outro
momento, então penso que só diz da boca para fora, apenas de sentir prazer, é
luxúria apenas, não tem nada a ver com amor.
Porém, por outro lado, ele me deu a chance de ir embora, eu ainda não
acredito que realmente ele cumprirá com o que disse, de verdade não sei, mas
pela sua atitude nas últimas horas, acho que ele não estava blefando. Todavia,
isso não me deixa feliz, eu queria me sentir alegre e saltitante, mas não, eu
sinto angústia, medo e incerteza.
E eu, quero ir? Me pergunto isso desde ontem, na verdade, não dormi
direito, rolei a noite toda na cama pensando na vida, nas minhas decisões. Eu
preciso que ele realmente demonstre que terei a escolha. Minha alma e corpo
estavam em conflito. O corpo quer ficar, mas a alma quer ser livre. Mas que
liberdade? Me pergunto e eu mesmo respondo, a liberdade de fazer minhas
próprias escolhas, mesmo que essa escolha seja não ser livre.
— Ele está aqui, não entrarei com você, mas saiba que estarei
vigiando.
— Obrigada!
Olhei para o homem sentado de cabeça baixa, ele estava preso nos
pulsos por algemas. As mãos em cima da mesa, ombros caídos, parecia um
homem derrotado. Penso que ele não percebeu a minha presença, pois nem ao
menos se moveu. Andei vacilante até próximo à mesa e sentei-me na cadeira
de frente para ele. Engoli algumas vezes em seco e o chamei:
— Senhor Drumond?
— Não senhor Drumont, não vim aqui para lhe desejar a morte, muito
pelo contrário, eu quero entender, por que fez o que fez com minha mãe? Por
quê?
— Por que.... eu não tenho uma resposta para isso, mas se você quiser
me ouvir, eu posso te dizer que não teve um único dia da minha maldita vida
que não me atormento pelo que fiz, absolutamente nenhum. Você acredita em
mim?
— Eu quero ouvi-lo.
— Todos esses anos, lembro aquela noite, não, não colocarei a culpa
na bebida, eu estava bem consciente do que estava fazendo. A princípio não
queria, mas eu e os outros, só pensamos em assusta-las, porém, as coisas
foram aconteceram e saíram fora de controle. Elas não resistiram, não
gritaram, somente rezavam. Eu ainda lembro da voz de sua mãe, ela orava a
Deus e a virgem Maria. Eu fui o último, os outra já haviam abusado dela. E
eu fiz, não tem justificativa, não tem.
Fiquei em silêncio, era doloroso demais ouvi-lo, talvez não tenha sido
uma boa idea ter vindo, meu coração doía muito, me sentia uma aberração
por ter nascido desse ato abominável. O homem voltou a falar.
Olhei paga aquele homem e não sentia nada, nenhum sentimento. Ele
para mim era apenas uma pessoa qualquer. Nem ao menos isso, era nada.
— Senhor Drumond, quero que saiba que meus sentimentos pela sua
pessoa é nula, mas eu não o condeno, se há um perdão para o que fez, então o
receba, minha mãe, que Deus a tenha, teria orgulho de minha atitude, porque
ela era boa. Jamais guardarei rancor. Que o Senhor siga sua vida junto da sua
família, não quero absolutamente nada vindo do Senhor, nem mesmo
reconhecimento.
Andei até a porta sem olhar para trás e sai, me sentia leve e em paz.
Uma página da minha vida acabou de ser virada para sempre. Maximus
apareceu e me encarou, eu queria abraçá-lo, mas nada fiz.
Ele falou rude, tentei argumentar, mas não consegui, andei até o carro
que estava com as portas abertas me esperando e entrei. Segui para casa com
lágrimas nos olhos.
***
Maximus
— Decisão certa.
— O que acontecerá com minha família? — O homem perguntou.
— Isso não é mais assunto seu.
— Mas o que eles pensarão? Preciso contacta-los pelos menos para me
despedir.
— Você estará morto para eles.
Continuei andando e sai do cômodo seguido do Riccardo. Parei no
meio do armazém, peguei um cigarro e um isqueiro de ouro do bolso e
acendi. Puxei a fumaça para dentro dos meus pulmões e soltei no ar. Riccardo
apenas me olhava, esperando minhas ordens. É, sou o chefe de uma das
maiores organizações criminosas da Itália, homem temido por muitos e
respeitado por outros. Ninguém entrou no meu caminho e viveu para contar a
história. E cá estou, em conflito comigo mesmo, em fazer o certo.
Não disse nada, joguei a ponta do cigarro no chão, esmaguei com o pé,
ajeitei o paletó e andei a passos decididos até o carro que já estava com as
portas abertas. Segui para casa.
Capítulo 26
Clara
E esse amor está dentro de mim a algum tempo, até um pouco antes da
ilha, lá só cresceu mais ainda e eu sofro desde então por sentir isso por ele.
Deus! Que confusão, como é possível amá-lo? Como isso aconteceu? Eu
realmente não sei, porém, agora ele me deu a opção de ir embora e eu já
tomei minha decisão, independente do que conversarmos, nada mudará, a não
ser que ele...
Senti calafrios quando ele voltou a me olhar e falou com voz sonora e
firme.
— O momento que realmente percebi que não era só desejo sexual que
eu sentia por você, foi quando a vi na varanda com o Matteo. A partir daquele
dia, tudo mudou.
— O que mudou?
Maximus sorriu sem humor, como se ele estivesse rindo dele mesmo.
Passou os dedos entre os cabelos e me encarou buscando as palavras certas,
como se quisesse confessar algo íntimo.
Uma tristeza caiu sobre meu coração e uma dúvida surgiu, ele só havia
casado comigo para me prender a ele e não dá a chance de nenhum outro
aproximar-se de mim. Não foi por amor, mas possessão.
— Posso dizer que esse foi o método eficaz para conseguir o que
queria. Eu tenho o poder, e se eu usasse o caminho da conquista, teria que ser
um santo e estou longe de ser um. Não sou um homem bom, não serei um
homem bom, não tenho pretensão de o ser. Entenda Clara, eu sou assim e
nada mudará isso.
— Clara, tudo que vivemos até hoje, viveria de novo e de novo com
você. Sou um homem que quando quer algo, apenas toma, e eu a queria
demais. Não me arrependo de nada, absolutamente nada do que aconteceu
entre nós. No entanto, pelas circunstâncias como tudo aconteceu, quero te dar
a liberdade.
— Por quê?
— Porque... Porque eu te amo! É isso, te amo, porra!
— Ama? — perguntei hesitante, pois sei que ele já disse que me amava
algumas vezes, mas nunca senti que fosse amor de verdade, no entanto,
agora....
— Sim, te amo muito, não é só desejo, obsessão, é amor, o sentimento
mais nobre descrito de todas as maneiras, inclusive pela bíblia e eu posso
citar cada palavra: "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se
vangloria, não se orgulha.
Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não
guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a
verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." Não é assim? Pois,
aqui estou, me desnudando e dizendo que te amo e sou capaz de abrir mão de
você para provar o meu amor.
Entre risos e lágrimas, segurei em seu rosto com às duas mãos, falei
emocionada:
— Sim, claro que também me assustei e fiquei com medo de você, mas
o que realmente me fez ir embora foi a culpa por ter gostado de transar com
você.
— Ah! Clara.Eu não acredito.
— Eu sou uma boba, eu sei, mas a intensidade desse sentimento me
assustou mais do que o assassinato do senhor Matteo. Sofri muito enquanto
estive no convento, pensando em você e no Alessio.
— No entanto, se tornou freira.
— Sim, foi a maneira que encontrei de esquecê-lo. Aí depois que você
me encontrou, me bateu e me fechei ainda mais em minha concha.
— Sinto muito ter batido em você, mas entenda, você havia fugido de
mim, contudo, prometo que isso não se repetirá, não haverá mais
necessidade.
— Eu não planejei fugir, aconteceu, vi o portão aberto e saí. Mas agora
não importa mais, já passou e eu quero ficar com você, ser sua esposa,
amante e mãe do Alessio.
— Você é tão linda amore mio. Tira a roupa, quero vê-lá por inteiro —
ele falou entre um beijo e outro.
Colocando a mão no bolso, ele tirou uma caixa média, preta de veludo
e me entregou.
— Abra!
— É verdadeiro?
— Sim, é tão verdadeiro como o amor que sinto por você. Use-o, eu te
ajudo a colocá-lo.
— Abre-se para mim minha flor, eu vou te foder agora. Diga que me
quer dentro de você.
— Sim, eu quero.
— Maximus...
— Ah! Caralho! Como te quero.
Dias depois
Sorri tímida.
Clara
5 anos depois
Senhor, minha vida deu uma volta de 360 graus. De uma órfã e
candidata a freira, para uma mulher com marido e filhos. Hoje é nosso
aniversário de 5 anos casados, longos cinco anos onde aprendi muitas coisas
sobre meu marido. Ele não é perfeito, está longe de ser, mas a cada ano que
passo o amo cada vez mais e esse amor é recíproco, Maximus demostra o
quanto me ama todos os dias com palavras, gestos e atos. Sem contar o pai
incrível que ele é para nossos filhos, Alessio e Melissa, nossa princesa. Ele é
doido por ela, nunca vi um pai tão babão.
Contudo, eu o temo, até porque ouvi alguns rumores sobre a forma que
a primeira esposa morreu, padre Gaspard já deixou escapar algumas coisas e
sem querer ouvi o Senhor Riccardo falando sobre isso, claro que não tenho
certeza de nada e, na verdade, nem quero ter, prefiro ficar no absoluto sobre
isso.
Acho que já falei demais não é Senhor, peço-lhe que cuide do meu
marido, apesar de tudo eu o amo muito e não quero que nada de mal o
aconteça, proteja meu filho Alessio, que o coração dele não seja totalmente
atingido pela frieza e maldade, e por fim, abençoe a minha filha Melissa, ela
é meu pedacinho e foi concebida com muito amor. Obrigada Senhor, por
tudo.
Amém.
Quando ele fala essas coisas meu coração acelera, por isso amo esse
homem cada dia mais.
— Alessio não é filho biológico da sua mama, ele tem uma mama
diferente e os olhos dele são parecidos com os dela.
— Onde está ela?
— Ela morreu a muitos anos atrás.
— Sim filha, ela está no céu com os anjos, por isso agora eu sou a
mamãe do Alessio também.
— Não sei se ela está no céu filha, sua mãe tem o hábito de dizer que
as pessoas vão para o céu quando morrem.
— Maximus, por favor, não fala assim. — Indaguei.
— Tudo bem, se quer acreditar nisso!
— Alessio!
— Oi irmãzinha — Ele mexeu no cabelo dela bagunçando todo o
penteado.
— Vamo jogar videogame, vamo vamo!
— Se fala vamos! — Ele a corrigiu, como Maximus faz.
— Como foi seu dia na escola, filho? — Perguntei.
— Bem mama.
Após deixar as crianças na cama, fui para meu quarto e meu marido.
Ri com humor, ele tem razão, nunca pedi, mas Deus sabe o que é
melhor para nós, por isso o agradeço todos os dias.