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03/03/23, 12:42 UNINTER

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
GERENCIAL
AULA 6

Prof. Luciano Furtado C. Francisco


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CONVERSA INICIAL

A implantação de sistemas de informação não é uma tarefa simples, seja um sistema

desenvolvido internamente ou pacotes de softwares prontos, que geralmente necessitam

customizações e migrações de dados de sistemas antigos. Trata-se de um projeto, geralmente de

médio prazo, que envolve vários setores da empresa e altera algo muito importante na organização:

sua cultura empresarial.

Isso tem vários efeitos. O primeiro deles é que pode haver colaboradores que se sintam

ameaçados pelo novo sistema, não tendo, portanto, o empenho esperado no projeto e, em casos

mais extremos, até mesmo tentando sabotar a iniciativa. Depois, há a necessidade de treinamento e

capacitação, pois o novo sistema certamente terá recursos mais avançados e desconhecido dos

usuários. Também os processos são impactados e muitos deles passam a ter novos fluxos, o que

exige adaptação de todos (aí entra a resistência de certos colaboradores, já citada).

Logo, a implantação de sistemas de informação requer um conhecimento prévio da cultura

organizacional, que deve estar alinhada com os novos processos es novos sistemas.

Esse cenário ocorre na implantação de qualquer tipo de sistema de informação, que


conheceremos nesta aula. Ao final, vamos estudar as bases do principal deles: os sistemas integrados

de gestão, os ERPs.

Venha com a gente e tenha uma ótima aula!

CONTEXTUALIZANDO

Um dos objetivos principais de qualquer organização é o crescimento. É comum que a empresa

nasça pequena, até mesmo micro, e devido ao bom trabalho de seus gestores e funcionários comece

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a ganhar corpo. Aumentam a quantidade de clientes, o faturamento, o número de colaboradores,

ativos etc.

Com isso também os processos do início da empresa já não mais atendem de forma eficiente o

novo estágio da organização. No começo, é normal que a pequena empresa controle as informações

com base em planilhas, no máximo um sistema free (uso gratuito) ou uma pequena aplicação em

ferramentas como o MS-Access. Mas à medida que a organização cresce, se não houver um

planejamento de sistemas de informação, esse cenário, que era suficiente no início, pode ser um

dificultador das atividades, havendo a necessidade de uma decisão firme.

Essa decisão tem a ver com qual abordagem será usada para os novos sistemas: implantam-se

sistemas isolados para cada processo (financeiro, contábil, marketing, vendas, RH, produção etc.) ou

um sistema único, ERP, para cobrir todas essas funções? A primeira opção pode ser válida? Ou se

parte para um ERP diretamente? E os custos? Quanto à cultura organizacional, como ela deve ser

conduzida nessa implantação?

O cenário acima descrito é muito comum. E a organização que experimenta o crescimento irá

passar por todas essas questões. A chave para atravessar esse caminho com êxito é uma gestão

eficiente dos processos de implantação de sistemas de informação.

TEMA 1 – SISTEMAS PARA OS DIFERENTES NÍVEIS HIERÁRQUICOS

Vimos em aulas anteriores que os SI podem ser classificados quanto à sua abrangência ou ao

seu nível funcional. Nesta aula, veremos com mais detalhes os SI destinados aos níveis funcionais ou

hierárquicos. São aqueles sistemas destinados aos três níveis da empresa: operacional, tático e

estratégico.

Esses sistemas são distinguidos conforme o tipo de decisão tomado em cada um desses níveis.

No nível operacional, as decisões são rotineiras e quase sempre estruturadas. No nível tático, as

decisões misturam informações estruturadas e não estruturadas. Já no nível estratégico (alta direção),

as decisões são quase sempre com informações não estruturadas.

1.1 SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE TRANSAÇÕES – SPT

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Todos os dias é que as pessoas façam compras em um mercado, abasteçam o carro ou usem o

caixa eletrônico do banco. Todas essas atividades geram informações que são gravadas em algum

sistema de informação. Esses sistemas são os chamados Sistemas de Processamento de Transações –

SPT. São destinados a informatizar o nível operacional da organização. Eles existem em praticamente

todos os setores: vendas, RH, financeiro, estoques, marketing etc. Quem os opera são os

colaboradores do nível operacional.

Turbam et al. (2007, p. 33) definem um SPT como “sistema de suporte ao monitoramento, coleta,

armazenamento, processamento e disseminação das transações básicas do negócio da organização”.

Já O’Brien (2013, p. 307) afirma que um SPTs são “sistemas de informação interfuncionais que

processam os dados resultantes de transações de negócios”.

Repare que as duas definições são similares e mencionam as transações básicas de negócios.

Quais são essas transações? São aquelas que automatizam as tarefas corriqueiras da organização. Por

exemplo, quando compramos um produto em um site de comércio eletrônico, preenchemos um

cadastro, escolhemos os produtos, usamos uma forma de pagamento e uma transportadora para o

frete. Todas essas informações são gravadas em vários SPT, interligados entre si.

1.1.1 ATRIBUTOS FUNCIONAIS DE UM SPT

Para um bom funcionamento, os SPT devem ter os seguintes atributos:

Desempenho – o SPT deve tem um tempo de resposta rápido, tempo este medido em

quantidade de transações x um período de tempo, quanto maior melhor o desempenho.

Disponibilidade – o sistema deve estar disponível (“no ar”) o máximo de tempo possível; o

padrão da indústria é que esse tempo seja de pelo menos 99,5% do tempo no ar; isso é

especialmente importante para sistemas chamados de missão crítica.

Integridade de dados – o sistema deve garantir que os dados não se percam ou não sejam

corrompidos, mesmo que haja problemas de software ou hardware; para isso, deve ter bons
sistemas de backup; aqui também entra a questão de acesso simultâneo aos dados (lembremos

da marcação de assento em sistemas de reserva de voos).

Modularidade – capacidade que o SPT deve ter de acrescentar novos módulos e recursos, por

necessidades de negócios ou atualizações de hardware ou sistema operacional.

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Facilidade de uso – o SPT deve ter uma interface amigável, intuitiva e de fácil uso; importante

por dois fatores: muitos SPT são operados pelo cliente final, caso das lojas virtuais, e também

porque seus usuários podem ser colaboradores sem tanta familiaridade com computadores.

Saiba mais

Veja no vídeo a seguir o que significa sistemas de missão crítica. Disponível em: <https://ww

w.infowester.com/missaocritica.php>. Acesso em: 1 jun. 2020.

1.2 SISTEMAS PARA O NÍVEL GERENCIAL – SIG

Na hierarquia organizacional, o nível médio, também chamado de tático – é o representado

pelos departamentos acima do nível operacional e abaixo do nível estratégico. Sua função é fazer o

controle das atividades dos níveis operacionais.

Esses níveis também fazem uso de sistemas de informação, que são os SIG – Sistemas de
Informação Gerencial. Esses sistemas acompanham constantemente o nível das operações por meio

de indicadores, que serão usados para tomada de decisão. Por exemplo, um gerente de vendas tem

de ter informações constantes sobre a venda de cada produto e assim decidir quais estratégias irá

adotar para cada produto.

Os SIG apresentam as suas informações por meio de relatórios gerenciais e gráficos. Suas

informações vêm do SPT. São softwares independentes? Na maioria das vezes, o SIG é um módulo

do SPT, acessado apenas pelos gestores táticos. Em outros casos são softwares separados, mas com

integração. Na figura a seguir, a estrutura genérica de um SIG, conforme Eleutério (2015).

Figura 1 – Estrutura genérica de um SIG

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Fonte: Eleutério, 2015, p. 105.

1.3 SISTEMAS PARA O NÍVEL ESTRATÉGICO – SIS (STRATEGIC INFORMATION


SYSTEM – SISTEMA DE INFORMAÇÃO ESTRATÉGICA)

Os níveis gerenciais e estratégicos têm uma diferença fundamental de atuação. Enquanto os

primeiros se ocupam das atividades internas, o estratégico olha muito mais para fora da empresa. Ele
busca a sustentabilidade e a competitividade da organização. Seu olhar principal está nos clientes,

concorrentes, fornecedores e parceiros. Logo, os SI do nível estratégico também seguem essa linha.

A globalização, o comércio eletrônico e a internet fizeram com que as organizações

desenvolvessem novas estratégias. A tecnologia criou uma nova arena de competição entre as
empresas e se de um lado ela criou esse novo cenário, de outro ela se consolidou como uma
ferramenta indispensável para a implantação das estratégias. Um ciclo de retroalimentação.

Hoje, devido à enorme quantidade de informações e da complexidade da gestão, não é mais


possível ser competitivo sem os sistemas de informação. E competitividade é atribuição das áreas

estratégicas. Daí o papel dos sistemas de informações estratégicas ou Strategic Information Systems
(SISs).

1.3.1 FUNÇÕES DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO ESTRATÉGICA

Segundo Hemmaftar (2010, citado por Eleutério, 2015, p. 110), um sistema de informação é dito

estratégico quando:

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Apoia decisões estratégicas;

Integra processos, visando otimizar os recursos;


Utiliza os bancos de dados da empresa no sentido de inovar e descobrir novas oportunidades

de mercado;
Fornece respostas rápidas, garantindo a qualidade de indicadores de desempenho.

1.3.2 TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS

São dois os tipos de SISs:

Sistemas de Apoio à Decisão (SAD);


Sistema de Apoio Executivo (SAE).

A diferença entre eles está no objetivo de cada sistema. Os SADs visam solucionar problemas
específicos, complexos e pontuais. Já os SAE ajudam a alta direção a identificar oportunidades e

ameaças ao negócio.

Sistemas de Apoio à Decisão – SAD: há situações nas quais os gestores têm de tomar decisões
complexas baseados em informações não muito claras e objetivas. Por exemplo, abrir o capital

da empresa, adquirir um concorrente ou fazer uma nova fábrica. São problemas não
estruturados (que já estudamos). Aí entram os SAD, ou em inglês, os DSS – Decision-Support

Systems (sistemas de suporte às decisões).

Importante sabermos que decisões complexas significa que a decisão é sobre um assunto não
trivial, específico e bem peculiar. Os SAD usam informações estruturadas, mas também informações

não estruturadas, como dados da economia, projeções de mercado, riscos, informações do setor em
que atua, dados de concorrentes etc.

Saiba mais

Veja no artigo a seguir mais informações sobre SADs e seu funcionamento. Disponível em: <
https://www.e-setorial.com.br/servicos/solucoes-de-apoio-a-decisao>. Acesso em: 1 jun. 2020.

Sistemas de Apoio Executivo (SAE): uma empresa sofre muitas influências do mundo externo.

Regulamentações governamentais, movimentos de concorrentes, políticas econômicas,

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alterações na economia etc. Assim, os gestores estratégicos precisam antecipar essas


influências ao máximo, logo contam com os SAE, sistemas de apoio executivo, em inglês,

Executive Information Systems (sistemas de informações executivas). Conforme Laudon e


Laudon (2010, p. 46), “os SAEs ajudam os gerentes seniores a tomar decisões não rotineiras que

exigem bom senso e capacidade de avaliação e percepção, agregando dados de diversas


fontes, internas e externas”. Veja que os autores definem os SAE e estabelecem a diferença dele

para os SAD, quando mencionam gerentes seniores. Os SAE observam principalmente as


informações externas, para dar aos gestores condições de se antecipar em decisões

estratégicas, sendo proativos. O SAE busca principalmente sinais de alerta do ambiente


externo. Os SAE devem apresentar as informações de modo amigável, resumido, sumarizado,

com dashboards (painéis de informações), gráficos e outras formas visuais. Nesse aspecto são
bem parecidos com os SAD. Em geral, os SAE fazem parte dos pacotes de BI dos sistemas ERP,

usam data mining e data warehouses, todos conceitos que já estudamos.

TEMA 2 – SIG PARA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

A parte financeira é vital para qualquer empresa, dessa forma os SIGs votados à gestão dos

recursos financeiros são dos mais desenvolvidos e comuns nas organizações.

Eles concentram as informações, financeiras, contábeis e fiscais da empresa. São as informações

de registros de receitas e despesas, contas a pagar e receber, recolhimento de tributos, pagamento


de funcionários e encargos, caixa, notas fiscais, conciliação bancária etc.

Por meio de relatórios diversos, os SIGs financeiros contemplam a função primordial de qualquer

SIG, que é o apoio à gestão. Também apoiam o planejamento e o controle financeiro da empresa,
especialmente em empresas maiores, que trabalham com orçamentos pré-determinados por área.

Nesses casos o SIG financeiro ajuda a controlas esses limites departamentais.

No âmbito contábil, os SIG financeiros fornecem diversos relatórios, como demonstrativos de


resultados, balancetes e balanços.

Também agregam algumas funções analíticas, por meio de ferramentas de análises quantitativas,
indicadores financeiros, observação de tendências, avaliação de riscos, projeções baseadas em se-

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então. Para isso, em geral, os SIG financeiros se aglutinam com os SAD ou com os SAE, quando tais

análise são mais complexas.

Um SIG financeiro é composto normalmente pelos seguintes módulos:

Controle contábil;

Administração de caixa;
Planejamento orçamentário;

Administração de Investimentos.

Veja na figura a seguir, como funciona um SIG financeiro, no âmbito dos diversos níveis
funcionais.

Figura 2 – Diagrama de um SIG financeiro

Fonte: Eleutério, 2015, p. 128.

TEMA 3 – SIG PARA CRM

Na era da informação, o relacionamento com os clientes é fundamental. A concorrência é pesada


e ampla, não são mais apenas os concorrentes da mesma cidade, região ou país. Portanto, esse

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assunto se tornou uma das maiores preocupações das empresas.

Mas em que consiste esse relacionamento? E como a tecnologia e os sistemas de informação


podem ajudar?

O relacionamento com os clientes se baseia em três frentes: marketing, vendas e atendimento. É


comum nos dias de hoje que essas atividades estejam muito relacionadas, compartilhando

informações sobre os clientes, seu perfil, suas necessidades e seus hábitos e comportamento.

3.1 GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

Para que as tarefas acima sejam feitas com êxito, é preciso gerenciar o relacionamento com os
clientes. Isso é conhecido pela sigla em inglês CRM, Customer Relationship Management (gestão de

relacionamento com o cliente). Essa gestão é baseada na interação da empresa com os seus clientes
e o valor que seus produtos ou serviços podem gerar para esses clientes. De acordo com Santos

(2015, p. 33) “a gestão de relacionamento com o cliente é ação fundamental, sem a qual as empresas
não conseguiriam cuidar de seus clientes e nem gerar valor para eles”.

Portanto, a empresa tem de fazer ações de gestão nesse relacionamento. Deve planejar,

executar, avaliar e ajustar as ações que promovem essa interação, desde a prospecção de clientes, a
abordagem, a venda, o pós-venda, ações de marketing (digital e off-line) e atendimento. Só um

relacionamento constante e flexível promove o que toda empresa deseja de seus clientes: a
fidelização.

Para auxiliar nesta complexa tarefa, entram os sistemas de CRM.

3.2 SISTEMAS DE CRM

Conforme Madruga (2010, p. 91), um sistema de CRM é “a integração de tecnologia e processos


de negócios, para satisfazer as necessidades de clientes em qualquer interação, envolvendo a

aquisição, análise e uso do conhecimento de clientes para venda mais eficiente de produtos e
serviços”. Bons sistemas de CRM têm ferramentas para entender seus clientes, o valor que eles

esperam dos produtos e serviços da empresa.

Em geral os sistemas de CRM abrangem as três atividades de interação com clientes: marketing,
vendas (por meio de automação das tarefas de vendas) e atendimento. Eleutério (2015) descreve essa
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arquitetura na figura abaixo:

Figura 3 – Módulos do CRM

Fonte: Eleutério, 2015, p. 130.

Descrevendo as três atividades:

Automação da Equipe de Vendas – uso de ferramentas como smartphones, tablets, notebooks e

a internet, possibilitando que a equipe de vendas acesse o sistema de qualquer local, mantendo
informações de vendas e clientes.

Atendimento ao cliente – tarefas de registro e gerenciamento do contato com clientes e

potenciais clientes; também são ferramentas de apoio às equipes de atendimento (call-center,

robôs de atendimento, suporte técnico) com geração de protocolos e rastreio de atendimento.


Marketing – módulo que usa das informações das equipes de atendimento e de vendas para

analisar e projetar novos produtos, campanhas de marketing e vendas, identificar nichos e

tendências de consumo.

Saiba mais

Veja no vídeo a seguir como funcionam os robôs de atendimento. Disponível em: <https://y
outu.be/FgO2f29tDAo>. Acesso em: 1 jun. 2020.

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TEMA 4 – SIG PARA MANUFATURA, GESTÃO DE PESSOAS E


PROJETOS

A necessidade de informações, bem como o volume de dados que a tecnologia proporciona,


alcançou praticamente todas as áreas das organizações. Dessa forma, os processos de produção,

gestão de pessoas (ou gestão de RH) e projetos também possuem SIGs para os auxiliarem. Vamos

entender cada um.

4.1 SIG NA MANUFATURA

Em geral esses SIGs são encontrados em indústrias. Seu papel é auxiliar nas tarefas de
planejamento e controle do processo de produção. Podemos dizer que são descendentes diretos

dos sistemas MRP e MRP-II, das décadas de 1970 e 1980. Por isso, normalmente os SIGs de

manufatura são módulos de sistemas ERP.

SIGs de manufatura gerenciam os cinco pilares de um processo de produção: matérias-primas,

máquinas e equipamentos, pessoal, instruções/especificação de trabalho e instalações. São em geral


compostos de quatro subsistemas:

Projeto e Engenharia – permite que engenheiros façam a prototipagem de novos produtos, por

meio de ferramentas de CAD, computer-aided design (design auxiliado por computador) e CAE,

computer-engineering design (engenharia auxiliada por computador).

Planejamento e Escalonamento da Produção – controla e otimiza cargas de trabalho, alocação


de máquinas e equipamentos, planejamento de mão-de-obra, processos de produção e

aquisição de materiais, matérias-primas e ferramentas.

Controle de Processos – também conhecidos como sistemas de controle industrial ou PCS,

process control system (sistema de controle de processos), automatizam o processo de


produção usando dados coletados na linha de produção.

Gestão da Qualidade – chamados de QIS – Quality Information Systems (sistemas de informação

para a qualidade); automatizam o controle de qualidade dos produtos fabricados, otimizam

processos, monitoram lotes de produtos, analisam falhas no processo e indicam a variabilidade


em relação aos padrões de fabricação.

4.2 SIG NA GESTÃO DE PESSOAS


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Nas últimas décadas, a força humana de trabalho passou de um custo para um ativo valioso nas

organizações. As pessoas hoje são diferenciais competitivos.

Assim, os SIGs para gestão de pessoas auxiliam os gestores de RH nas tarefas de recrutamento e

seleção, folha de pagamento, gestão de convênios e benefícios, planejamento das ações de


treinamento e desenvolvimento profissional, segurança e saúde no trabalho e avaliação de

desempenho. Normalmente os SIGs de RH possuem os módulos abaixo:

Administração de Pessoal – armazena e controla informações sobre os colaboradores,

recrutamento e seleção, custos de pessoal, análise de rotatividade e planejamento de

contratações.
Treinamento e Desenvolvimento – trata de avaliações de desempenho, planejamento de

capacitação, elaboração e execução de treinamentos e programas de crescimento profissional.

Gestão de Salários – folha de pagamento, administração de benefícios, incentivos e

planejamento de cargos e salários; automatiza o antigo departamento pessoal.

4.3 SIG EM PROJETOS

Quando uma organização decide criar ou alterar um produto/serviço, implementar novos

processos ou métodos de trabalho, o faz informalmente, por meio de algumas reuniões e delegação

das tarefas a certas pessoas, que depois as cumprem à sua maneira. Esse é o motivo do insucesso de
várias dessas iniciativas. Empresas mais profissionalizadas usam projetos para gerenciar essas

atividades.

Saiba mais

Leia o artigo a seguir para entender mais sobre projetos organizacionais. Disponível em: <ht

tps://administradores.com.br/artigos/projeto-o-pilar-para-o-desenvolvimento-organizacional>.
Acesso em: 1 jun. 2020.

Projetos são realizados por meio de uma metodologia específica, cujo conceito é de Project

Management (gerenciamento de projetos). Isso é feito para garantir o êxito da iniciativa e diminuição
de chance de fracassos. Algumas organizações trabalham essencialmente por projetos, como

empresas de software, indústrias de equipamentos customizados etc.

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Para auxiliar na tarefa de gestão de projetos, existem os SIGs para gestão de projetos. São

sistemas que apoiam os gerentes e equipes de projetos, usando interfaces, ferramentas e relatórios

gerenciais. Esses sistemas oferecem suporte às três tarefas principais da gestão de projetos, que são:

Gestão de Tarefas – automatiza a criação, delegação e acompanhamento da execução das


tarefas do projeto, se estão dentro do prazo, atribuindo os recursos necessários e a

interdependência com outras tarefas; o gerente de projeto pode verificar o status de cada

tarefa e tomar medidas corretivas se necessário.

Gestão do Orçamento – cada projeto deve contar com um orçamento (pessoal,


aquisição/aluguel de máquinas, equipamentos e insumos etc.) assim o SIG de gestão de

projetos permite cadastrar e manter esse orçamento, bem como o gerente pode acompanhá-lo,

verificando se os custos estão dentro do estipulado no orçamento.

Gestão de Colaboração – permite a comunicação e o compartilhamento de recursos,


importante sobretudo quando a equipe está fisicamente em locais diversos; conta com

ferramentas de compartilhamento de arquivos, armazenamento de documentos, controle de

versões de arquivos e ferramentas de comunicação remota.

TEMA 5 – SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO – ERP

Os ERPs, Enterprise Resource Planning (planejamento de recursos empresariais), são a evolução


dos sistemas de informações empresariais. Sua principal característica é integrar todos (ou a maior

parte) dos departamentos e funções da organização em um único sistema, com um banco de dados

também púnico, além de permitir a customização dos processos e fluxos de trabalho, agilizando as

atividades.

Conceito bem definido por Kronke (2012, citado por Eleuterio, 2015, p.  142), ao afirmar que o

ERP é “uma suíte de aplicativos, um banco de dados e um conjunto de processos inerentes para a
consolidação das operações da empresa em uma única e coerente plataforma de comunicação”.

5.1 VANTAGEM E BENEFÍCIOS DO ERP

Se observarmos uma empresa qualquer, veremos que seus processos são, naturalmente,

interligados. Isso porque a empresa é um sistema, conceito que já estudamos. Por exemplo, ao
efetuar uma venda, são acionados processos financeiros, contábeis, fiscais, RH e de logística – para
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ficarmos nos básicos, pode haver outros. Esses processos compartilham informações e se os sistemas

são separados (departamentais) ou mesmo manuais, essa passagem de informações é mais difícil e

demorada, sujeita também a erros. O ERP elimina tais problemas, pois, como a base de dados é

única, os processos são interligados, esse compartilhamento de informações é imediato, propiciando


assim grande agilidade e confiança nos processos.

A padronização dos processos é outro benefício que os ERPs trazem às empresas. O próprio ERP

estabelece e controla o fluxo de informações e permissões dos colaboradores em cada processo ou

informação. Isso é dificilmente visto em organizações com sistemas diversos e departamentais.

5.2 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DOS ERPS

Os ERPs são “descendentes” dos sistemas MRP, material requirement planning (planejamento e
requisição de materiais) e dos MRP2, que agregaram funções de otimização da produção. Eram

sistemas usados na linha de produção das fábricas, surgiram nas décadas de 1970 e 1980.

Com o sucesso dos MRP, começou-se a pensar em estender esses benefícios às demais áreas da

empresa. Assim surgem, nos anos 1980, os ERP. Inicialmente voltados a grandes empresas, mas com

o tempo foram evoluindo e hoje temos ERPs para todos os portes e tipos de empresas, bem como
ERPs que funcionam na nuvem, dispensando instalações e hardwares próprios.

Eleutério (2015) nos mostra a linha de evolução dos ERP no tempo, na figura a seguir:

Figura 4 – Linha do tempo dos ERPs

Fonte: Eleutério, 2015, p. 145.

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TROCANDO IDEIAS

Muitas pequenas e médias empresas no Brasil ainda controlam suas operações por meio de
sistemas locais (departamentais) ou por planilhas. Isso acaba tendo efeitos negativos na gestão das

organizações.

Mas por que muitas destas empresas continuam com este cenário, apesar das más

consequências e das dificuldades em trabalhar dessa forma? Falta de informação? Cultura

organizacional? Receio da mudança?

Coloque sua opinião e vivência nesses ambientes, se as teve. Discuta com os colegas e no fórum

de seu ambiente virtual.

NA PRÁTICA

Você foi chamado pela empresa ACME Ltda., uma indústria de equipamentos hospitalares de
médio porte (350 funcionários) para ser o consultor em implantação de sistemas integrados de

gestão. A ACME tem hoje um cenário no qual existem diversos sistemas departamentais, isolados e a

integração das informações é difícil (quase inexistente). A empresa trabalha muito por projetos e vem
experimentando crescimento significativo nos últimos anos. Dessa forma, a empresa formulou a você

quatro perguntas, para iniciar os trabalhos de consultoria para adquirir e implantar um software ERP:

1.   O que é melhor, um ERP local ou em nuvem?

2.   Como deve ser a preparação para se implantar o ERP?

3.   A ACME tem uma equipe interna de TI, qual será a participação dela no processo?

4.   Qual o tempo de implantação?

Nessa atividade prática, você deve responder essas quatro perguntas aos diretores da empresa
ACME.

Mãos à obra!

FINALIZANDO

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Caro aluno, essa aula apresentou os diversos tipos de sistemas de informação para os três níveis
empresariais: operacional, tático e estratégico.

Vimos que no nível operacional se trabalha com sistemas SPT – sistemas de processamento de
transações, para registrar as informações das atividades básicas da empresa. No nível tático ou

médio, há os sistemas de informação gerencial, que podem ser isolados ou módulos do SPT, com

relatórios sobre as atividades operacionais, para estes gestores fazerem análises e tomarem decisões

internas. No nível estratégico, os sistemas de informação podem ser os SAD – sistemas de apoio à
decisão ou SAE – sistemas de apoio executivo, ambos para decisões estratégicas. A diferença é que

os SAD visam resolver problemas específicos e os SAE objetivam identificar oportunidades e ameaças

de mercado. Ambos usam tecnologias como data warehouse, data mining e BI.

Em seguida estudamos os SIGs para áreas específicas: financeiro, gestão de pessoas, projetos,

CRM e manufatura, cada qual com suas características e recursos principais.

Por fim, os sistemas integrados de gestão, os ERP. Tendência em todas as empresas, são sistemas
que automatizam tosos os processos da organização, em uma única base de dados e que podem ser

usados por toda a empresa, facilitando e agilizando os processos.

Forte abraço!

REFERÊNCIAS

ELEUTÉRIO, M. A. M. Sistemas de informações gerenciais na atualidade. Curitiba: InterSaberes,

2015.

LAUDON, K; LAUDON, J. Sistemas de informação gerenciais. São Paulo: Pearson Prentice Hall,

2010.

O’BRIEN, J. A. Administração de sistemas de informação. São Paulo: McGraw-Hill, 2013.

SANTOS, A. de A. ERP e Sistemas de Informações Gerenciais. São Paulo: Atlas, 2013.

TURBAN, E. et al. Tecnologia da informação para a gestão: transformando os negócios na

economia digital. Porto Alegre: Bookman, 2010.

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