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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
GERENCIAL
AULA 6
CONVERSA INICIAL
médio prazo, que envolve vários setores da empresa e altera algo muito importante na organização:
Isso tem vários efeitos. O primeiro deles é que pode haver colaboradores que se sintam
ameaçados pelo novo sistema, não tendo, portanto, o empenho esperado no projeto e, em casos
mais extremos, até mesmo tentando sabotar a iniciativa. Depois, há a necessidade de treinamento e
capacitação, pois o novo sistema certamente terá recursos mais avançados e desconhecido dos
usuários. Também os processos são impactados e muitos deles passam a ter novos fluxos, o que
organizacional, que deve estar alinhada com os novos processos es novos sistemas.
de gestão, os ERPs.
CONTEXTUALIZANDO
nasça pequena, até mesmo micro, e devido ao bom trabalho de seus gestores e funcionários comece
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ativos etc.
Com isso também os processos do início da empresa já não mais atendem de forma eficiente o
novo estágio da organização. No começo, é normal que a pequena empresa controle as informações
com base em planilhas, no máximo um sistema free (uso gratuito) ou uma pequena aplicação em
ferramentas como o MS-Access. Mas à medida que a organização cresce, se não houver um
planejamento de sistemas de informação, esse cenário, que era suficiente no início, pode ser um
Essa decisão tem a ver com qual abordagem será usada para os novos sistemas: implantam-se
sistemas isolados para cada processo (financeiro, contábil, marketing, vendas, RH, produção etc.) ou
um sistema único, ERP, para cobrir todas essas funções? A primeira opção pode ser válida? Ou se
parte para um ERP diretamente? E os custos? Quanto à cultura organizacional, como ela deve ser
O cenário acima descrito é muito comum. E a organização que experimenta o crescimento irá
passar por todas essas questões. A chave para atravessar esse caminho com êxito é uma gestão
Vimos em aulas anteriores que os SI podem ser classificados quanto à sua abrangência ou ao
seu nível funcional. Nesta aula, veremos com mais detalhes os SI destinados aos níveis funcionais ou
hierárquicos. São aqueles sistemas destinados aos três níveis da empresa: operacional, tático e
estratégico.
Esses sistemas são distinguidos conforme o tipo de decisão tomado em cada um desses níveis.
No nível operacional, as decisões são rotineiras e quase sempre estruturadas. No nível tático, as
decisões misturam informações estruturadas e não estruturadas. Já no nível estratégico (alta direção),
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Todos os dias é que as pessoas façam compras em um mercado, abasteçam o carro ou usem o
caixa eletrônico do banco. Todas essas atividades geram informações que são gravadas em algum
SPT. São destinados a informatizar o nível operacional da organização. Eles existem em praticamente
todos os setores: vendas, RH, financeiro, estoques, marketing etc. Quem os opera são os
Turbam et al. (2007, p. 33) definem um SPT como “sistema de suporte ao monitoramento, coleta,
Já O’Brien (2013, p. 307) afirma que um SPTs são “sistemas de informação interfuncionais que
Repare que as duas definições são similares e mencionam as transações básicas de negócios.
Quais são essas transações? São aquelas que automatizam as tarefas corriqueiras da organização. Por
cadastro, escolhemos os produtos, usamos uma forma de pagamento e uma transportadora para o
frete. Todas essas informações são gravadas em vários SPT, interligados entre si.
Desempenho – o SPT deve tem um tempo de resposta rápido, tempo este medido em
Disponibilidade – o sistema deve estar disponível (“no ar”) o máximo de tempo possível; o
padrão da indústria é que esse tempo seja de pelo menos 99,5% do tempo no ar; isso é
Integridade de dados – o sistema deve garantir que os dados não se percam ou não sejam
corrompidos, mesmo que haja problemas de software ou hardware; para isso, deve ter bons
sistemas de backup; aqui também entra a questão de acesso simultâneo aos dados (lembremos
Modularidade – capacidade que o SPT deve ter de acrescentar novos módulos e recursos, por
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Facilidade de uso – o SPT deve ter uma interface amigável, intuitiva e de fácil uso; importante
por dois fatores: muitos SPT são operados pelo cliente final, caso das lojas virtuais, e também
porque seus usuários podem ser colaboradores sem tanta familiaridade com computadores.
Saiba mais
Veja no vídeo a seguir o que significa sistemas de missão crítica. Disponível em: <https://ww
pelos departamentos acima do nível operacional e abaixo do nível estratégico. Sua função é fazer o
Esses níveis também fazem uso de sistemas de informação, que são os SIG – Sistemas de
Informação Gerencial. Esses sistemas acompanham constantemente o nível das operações por meio
de indicadores, que serão usados para tomada de decisão. Por exemplo, um gerente de vendas tem
de ter informações constantes sobre a venda de cada produto e assim decidir quais estratégias irá
Os SIG apresentam as suas informações por meio de relatórios gerenciais e gráficos. Suas
informações vêm do SPT. São softwares independentes? Na maioria das vezes, o SIG é um módulo
do SPT, acessado apenas pelos gestores táticos. Em outros casos são softwares separados, mas com
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primeiros se ocupam das atividades internas, o estratégico olha muito mais para fora da empresa. Ele
busca a sustentabilidade e a competitividade da organização. Seu olhar principal está nos clientes,
concorrentes, fornecedores e parceiros. Logo, os SI do nível estratégico também seguem essa linha.
desenvolvessem novas estratégias. A tecnologia criou uma nova arena de competição entre as
empresas e se de um lado ela criou esse novo cenário, de outro ela se consolidou como uma
ferramenta indispensável para a implantação das estratégias. Um ciclo de retroalimentação.
estratégicas. Daí o papel dos sistemas de informações estratégicas ou Strategic Information Systems
(SISs).
Segundo Hemmaftar (2010, citado por Eleutério, 2015, p. 110), um sistema de informação é dito
estratégico quando:
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de mercado;
Fornece respostas rápidas, garantindo a qualidade de indicadores de desempenho.
A diferença entre eles está no objetivo de cada sistema. Os SADs visam solucionar problemas
específicos, complexos e pontuais. Já os SAE ajudam a alta direção a identificar oportunidades e
ameaças ao negócio.
Sistemas de Apoio à Decisão – SAD: há situações nas quais os gestores têm de tomar decisões
complexas baseados em informações não muito claras e objetivas. Por exemplo, abrir o capital
da empresa, adquirir um concorrente ou fazer uma nova fábrica. São problemas não
estruturados (que já estudamos). Aí entram os SAD, ou em inglês, os DSS – Decision-Support
Importante sabermos que decisões complexas significa que a decisão é sobre um assunto não
trivial, específico e bem peculiar. Os SAD usam informações estruturadas, mas também informações
não estruturadas, como dados da economia, projeções de mercado, riscos, informações do setor em
que atua, dados de concorrentes etc.
Saiba mais
Veja no artigo a seguir mais informações sobre SADs e seu funcionamento. Disponível em: <
https://www.e-setorial.com.br/servicos/solucoes-de-apoio-a-decisao>. Acesso em: 1 jun. 2020.
Sistemas de Apoio Executivo (SAE): uma empresa sofre muitas influências do mundo externo.
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com dashboards (painéis de informações), gráficos e outras formas visuais. Nesse aspecto são
bem parecidos com os SAD. Em geral, os SAE fazem parte dos pacotes de BI dos sistemas ERP,
A parte financeira é vital para qualquer empresa, dessa forma os SIGs votados à gestão dos
Por meio de relatórios diversos, os SIGs financeiros contemplam a função primordial de qualquer
SIG, que é o apoio à gestão. Também apoiam o planejamento e o controle financeiro da empresa,
especialmente em empresas maiores, que trabalham com orçamentos pré-determinados por área.
Também agregam algumas funções analíticas, por meio de ferramentas de análises quantitativas,
indicadores financeiros, observação de tendências, avaliação de riscos, projeções baseadas em se-
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então. Para isso, em geral, os SIG financeiros se aglutinam com os SAD ou com os SAE, quando tais
Controle contábil;
Administração de caixa;
Planejamento orçamentário;
Administração de Investimentos.
Veja na figura a seguir, como funciona um SIG financeiro, no âmbito dos diversos níveis
funcionais.
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informações sobre os clientes, seu perfil, suas necessidades e seus hábitos e comportamento.
Para que as tarefas acima sejam feitas com êxito, é preciso gerenciar o relacionamento com os
clientes. Isso é conhecido pela sigla em inglês CRM, Customer Relationship Management (gestão de
relacionamento com o cliente). Essa gestão é baseada na interação da empresa com os seus clientes
e o valor que seus produtos ou serviços podem gerar para esses clientes. De acordo com Santos
(2015, p. 33) “a gestão de relacionamento com o cliente é ação fundamental, sem a qual as empresas
não conseguiriam cuidar de seus clientes e nem gerar valor para eles”.
Portanto, a empresa tem de fazer ações de gestão nesse relacionamento. Deve planejar,
executar, avaliar e ajustar as ações que promovem essa interação, desde a prospecção de clientes, a
abordagem, a venda, o pós-venda, ações de marketing (digital e off-line) e atendimento. Só um
relacionamento constante e flexível promove o que toda empresa deseja de seus clientes: a
fidelização.
aquisição, análise e uso do conhecimento de clientes para venda mais eficiente de produtos e
serviços”. Bons sistemas de CRM têm ferramentas para entender seus clientes, o valor que eles
Em geral os sistemas de CRM abrangem as três atividades de interação com clientes: marketing,
vendas (por meio de automação das tarefas de vendas) e atendimento. Eleutério (2015) descreve essa
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a internet, possibilitando que a equipe de vendas acesse o sistema de qualquer local, mantendo
informações de vendas e clientes.
tendências de consumo.
Saiba mais
Veja no vídeo a seguir como funcionam os robôs de atendimento. Disponível em: <https://y
outu.be/FgO2f29tDAo>. Acesso em: 1 jun. 2020.
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gestão de pessoas (ou gestão de RH) e projetos também possuem SIGs para os auxiliarem. Vamos
Em geral esses SIGs são encontrados em indústrias. Seu papel é auxiliar nas tarefas de
planejamento e controle do processo de produção. Podemos dizer que são descendentes diretos
dos sistemas MRP e MRP-II, das décadas de 1970 e 1980. Por isso, normalmente os SIGs de
Projeto e Engenharia – permite que engenheiros façam a prototipagem de novos produtos, por
meio de ferramentas de CAD, computer-aided design (design auxiliado por computador) e CAE,
Nas últimas décadas, a força humana de trabalho passou de um custo para um ativo valioso nas
Assim, os SIGs para gestão de pessoas auxiliam os gestores de RH nas tarefas de recrutamento e
contratações.
Treinamento e Desenvolvimento – trata de avaliações de desempenho, planejamento de
processos ou métodos de trabalho, o faz informalmente, por meio de algumas reuniões e delegação
das tarefas a certas pessoas, que depois as cumprem à sua maneira. Esse é o motivo do insucesso de
várias dessas iniciativas. Empresas mais profissionalizadas usam projetos para gerenciar essas
atividades.
Saiba mais
Leia o artigo a seguir para entender mais sobre projetos organizacionais. Disponível em: <ht
tps://administradores.com.br/artigos/projeto-o-pilar-para-o-desenvolvimento-organizacional>.
Acesso em: 1 jun. 2020.
Projetos são realizados por meio de uma metodologia específica, cujo conceito é de Project
Management (gerenciamento de projetos). Isso é feito para garantir o êxito da iniciativa e diminuição
de chance de fracassos. Algumas organizações trabalham essencialmente por projetos, como
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Para auxiliar na tarefa de gestão de projetos, existem os SIGs para gestão de projetos. São
sistemas que apoiam os gerentes e equipes de projetos, usando interfaces, ferramentas e relatórios
gerenciais. Esses sistemas oferecem suporte às três tarefas principais da gestão de projetos, que são:
interdependência com outras tarefas; o gerente de projeto pode verificar o status de cada
projetos permite cadastrar e manter esse orçamento, bem como o gerente pode acompanhá-lo,
parte) dos departamentos e funções da organização em um único sistema, com um banco de dados
também púnico, além de permitir a customização dos processos e fluxos de trabalho, agilizando as
atividades.
Conceito bem definido por Kronke (2012, citado por Eleuterio, 2015, p. 142), ao afirmar que o
ERP é “uma suíte de aplicativos, um banco de dados e um conjunto de processos inerentes para a
consolidação das operações da empresa em uma única e coerente plataforma de comunicação”.
Se observarmos uma empresa qualquer, veremos que seus processos são, naturalmente,
interligados. Isso porque a empresa é um sistema, conceito que já estudamos. Por exemplo, ao
efetuar uma venda, são acionados processos financeiros, contábeis, fiscais, RH e de logística – para
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ficarmos nos básicos, pode haver outros. Esses processos compartilham informações e se os sistemas
são separados (departamentais) ou mesmo manuais, essa passagem de informações é mais difícil e
demorada, sujeita também a erros. O ERP elimina tais problemas, pois, como a base de dados é
A padronização dos processos é outro benefício que os ERPs trazem às empresas. O próprio ERP
Os ERPs são “descendentes” dos sistemas MRP, material requirement planning (planejamento e
requisição de materiais) e dos MRP2, que agregaram funções de otimização da produção. Eram
sistemas usados na linha de produção das fábricas, surgiram nas décadas de 1970 e 1980.
Com o sucesso dos MRP, começou-se a pensar em estender esses benefícios às demais áreas da
empresa. Assim surgem, nos anos 1980, os ERP. Inicialmente voltados a grandes empresas, mas com
o tempo foram evoluindo e hoje temos ERPs para todos os portes e tipos de empresas, bem como
ERPs que funcionam na nuvem, dispensando instalações e hardwares próprios.
Eleutério (2015) nos mostra a linha de evolução dos ERP no tempo, na figura a seguir:
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TROCANDO IDEIAS
Muitas pequenas e médias empresas no Brasil ainda controlam suas operações por meio de
sistemas locais (departamentais) ou por planilhas. Isso acaba tendo efeitos negativos na gestão das
organizações.
Mas por que muitas destas empresas continuam com este cenário, apesar das más
Coloque sua opinião e vivência nesses ambientes, se as teve. Discuta com os colegas e no fórum
NA PRÁTICA
Você foi chamado pela empresa ACME Ltda., uma indústria de equipamentos hospitalares de
médio porte (350 funcionários) para ser o consultor em implantação de sistemas integrados de
gestão. A ACME tem hoje um cenário no qual existem diversos sistemas departamentais, isolados e a
integração das informações é difícil (quase inexistente). A empresa trabalha muito por projetos e vem
experimentando crescimento significativo nos últimos anos. Dessa forma, a empresa formulou a você
quatro perguntas, para iniciar os trabalhos de consultoria para adquirir e implantar um software ERP:
3. A ACME tem uma equipe interna de TI, qual será a participação dela no processo?
Nessa atividade prática, você deve responder essas quatro perguntas aos diretores da empresa
ACME.
Mãos à obra!
FINALIZANDO
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Caro aluno, essa aula apresentou os diversos tipos de sistemas de informação para os três níveis
empresariais: operacional, tático e estratégico.
Vimos que no nível operacional se trabalha com sistemas SPT – sistemas de processamento de
transações, para registrar as informações das atividades básicas da empresa. No nível tático ou
médio, há os sistemas de informação gerencial, que podem ser isolados ou módulos do SPT, com
relatórios sobre as atividades operacionais, para estes gestores fazerem análises e tomarem decisões
internas. No nível estratégico, os sistemas de informação podem ser os SAD – sistemas de apoio à
decisão ou SAE – sistemas de apoio executivo, ambos para decisões estratégicas. A diferença é que
os SAD visam resolver problemas específicos e os SAE objetivam identificar oportunidades e ameaças
de mercado. Ambos usam tecnologias como data warehouse, data mining e BI.
Em seguida estudamos os SIGs para áreas específicas: financeiro, gestão de pessoas, projetos,
Por fim, os sistemas integrados de gestão, os ERP. Tendência em todas as empresas, são sistemas
que automatizam tosos os processos da organização, em uma única base de dados e que podem ser
Forte abraço!
REFERÊNCIAS
2015.
LAUDON, K; LAUDON, J. Sistemas de informação gerenciais. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010.
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