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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

RESUMO DO TEXTO E ANÁLISE DO LIVRO


A CHUVA PASMADA DE MIA COUTO

Beatriz Massassane Chival: 41190407

Maxixe, junho, 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

RESUMO DO TEXTO E ANÁLISE DO LIVRO

A CHUVA PASMADA DE MIA COUTO

Trabalho de Campo a ser


submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Ensino
de Português da UnISCED.

Tutor: Florentino Maria

Beatriz Massassane Chival: 41190407

Maxixe, junho, 2022

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Índice

Introdução…………………………………………………………………………………………………4

Objectivo Geral..…………………………………………………………………………………………4

Objectivos Específicos…………………………………………………………………………………4

Metodologia………………………………………………………………………………………………4

Resumo do texto A Chuva Pasmada de Mia Couto..……………………………………………5

Analise do Livro A Chuva Pasmada de Mia Couto.……………………………………………7

Considerações Finais...……………………………………………………………………………….9

Referencias bibliográficas…………………………………………………………………………..10

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Introdução

O resumo e a analise do texto/livro de Mia Couto intitulado A Chuva Pasmada é o tema


deste trabalho de Campo da teoria. Na primeira parte faremos o resumo do texto a Chuva
Pasmada. De seguida faremos analise do livro como o mesmo título no qual
constataremos que ele traz-nos uma história surpreendente de uma chuva suspensa no ar,
que se recusa a emprenhar a terra árida. É um cacimbo indeciso que enlouquece todos.
Porém, é a loucura desta "inundação sem chão" que faz com que as almas, até aí secas de
sonhos e de segredos abafados, se desvelem e procurem a água umas nas outras. A história
é contada na primeira pessoa, por um narrador participante, em jeito de memória de
adolescência de uma criança que observa as personagens nas suas mutações.

Objectivo Geral:

o Analisar o livro a Chuva Pasmada

Objectivos Específicos:

o Estudar a obra a chuva pasmada de Mia couto


o Resumir o texto a chuva pasmada
o Compreender o livro a chuva pasmada

Metodologia:

Face a este trabalho de investigação da Teoria e Análise imensuráveis técnicas e métodos


foram aplicados para dar à luz o mesmo sendo respectivamente o uso das referências
bibliográficas, o uso do manual desta cadeira, incluindo a Web (internet).

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Resumo do texto a Chuva Pasmada

Um Gotejar Sem Chuva esse dia, meu pai apareceu em casa todo molhado.
Espreitámos na janela: era uma chuvinha suspensa, flutuando entre céu e terra.

Leve, pasmada, aérea.

Meus pais chamaram àquilo um "chuvilho".

E riram-se, divertidos com a palavra.

Até que o braço do avô se ergueu:


- Não riam alto, que a chuva está é dormindo...
Durante todo dia, o chuvilho se manteve como um cacimbo sonolento e espesso.

As gotas não se despenhavam, não soprava nem a mais pequena brisa.

A vizinhança trocou visitas, os homens fecharam conversa nos pátios, as mulheres se


enclausuraram.

Ninguém se recordava de um tal acontecimento.

Poderíamos estar sofrendo maldição.


E passou-se um dia sem que a chuva descesse.

Nos juntámos na varanda interrogando os céus.

Sob o alpendre fazia muito silêncio.

Meu avô, no assento de balanço, chefiava a vigília.

Ao lado, a cadeira sagrada de sua falecida esposa, nossa avó Ntoweni.


Saímos todos com pás, vassouras e panos, todos menos o avô que mal se erguia
sozinho.

E varremos o ar, socando as gotas como se agredíssemos fantasmas.

Mas a chuva não tombava, as gotas viravolteavam no ar e depois, como aves tontas,
voltavam a subir.
Ao fim de um tempo, meu pai se afastou de nós para não vermos uma sombra pousar
em seu rosto.
- De onde vem isto?

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- Perguntou ele em voz quase viva, não querendo ficar calado, mas evitando ser ouvido.

- Deve ser feitiço

- Sugeriu o avô.
- Não disse a mãe.

- São fumos que vêm da nova fábrica.


De pouco valera a cerimónia dos mandadores das nuvens.
O avô sorriu.

Seus olhos rodaram como que lhe engordando o rosto.

E respondeu: Inimigos?

com a idade fui descobrindo que acabamos fazendo coisas bem piores que os nossos
inimigos.

Entre indagações e suspeitas, os nervos floriam na pele de todos.

Minha mãe era a mais inconformada.


- O que podemos é falar com o senhor Padre.
- Esse também não é o caminho

- Disse o avô.

- Somos pobres, não temos anjos nem santos.


- Mas temos Deus que é de todos...
Meu velho tesourou a conversa, retirando-se para o pátio.

Apoiou-se no muro do poço e ficou espevitando o isqueiro.

Sentei-me junto dele, quieto até que ele espetou o braço bem no fundo do poço e
acendeu a chama.
- Seu avô vai secar.
O nosso mais-velho estava minguando, empedernido, desde que ficara viúvo.
Emagrecera tanto que, quando saíamos para o campo, o amarrávamos à perna da

cadeira, e à varanda. com medo dos ventos da tarde.

Era assim que o deixávamos, sentado, olhando o rio.


O velho apontou o pé direito, todo inchado.

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- Essa é Ntoweni, minha falecida...
Para enxotar a solidão, o avô dera nome aos pés.

Cada um baptizado por engenho de seus delírios, em jogo de marionetas.


- Nunca, avô. Desencontrámo-nos. E como era ela?
- Ntoweni era tão bonita que nem precisava ser jovem...
Todos me falavam da sua beleza, mas ela não gostava de ser bela.
Passaram-se mais dias. O rio emagrecera mais do que o avô, os terrenos
encarquilharam, o milho amarelecia.
Nessa noite, a lua estava cheia.

No escuro, o luar se replicava nas mil gotinhas, acendendo um fantástico presépio. Nunca
eu tinha assistido a tanta luz nocturna, o estrelar do céu mesmo sobre o nosso tecto.

Análise do livro A Chuva Pasmada


O livro a CHUVA PASMADA traz-nos a história surpreendente de uma chuva suspensa
no ar, que se recusa a emprenhar a terra árida. É um cacimbo indeciso que enlouquece
todos. Porém, é a loucura desta "inundação sem chão" que faz com que as almas, até aí
secas de sonhos e de segredos abafados, se desvelem e procurem a água umas nas outras.
A história é contada na primeira pessoa, por um narrador participante, em jeito de
memória de adolescência de uma criança que observa as personagens nas suas mutações.

O avô velho era como que um "rio seco que fluía num sonho" de navegar até chegar ao
mar. Ficara assim depois da mulher, que considerava a sua água, morrer, pois ligavam-se
"como a aranha e o orvalho, um fazendo teia no outro". O pai, mais velho que o avô,
porque "a velhice não é uma idade, é uma desistência", estava pasmado como a chuva,
estancara-se junto à vida, sufocado pelo próprio umbigo.

A mãe, com segredos de "mulher e água", o amor pelo seu homem que não a procurava,
pois desistira dela como da vida. Mas "o amor não é a semente, é semear" e ela consegue
inundá-lo de sangue, de amor, provocando-lhe ciúme. A tia com "propósitos de sombra",
nunca casara, e via na indecisão da chuva um castigo para a sua secura.

avô, detentor da memória maior é o elo entre todos e obstina-se em fazer a sua viagem.
As pontes entre o céu e a terra são criadas e a chuva resolve cair. Cumpre-se a intenção
do avô: "ele queria o rio sobrando da terra, vogando em nosso peito, trazendo diante de
nós as nossas vidas de antes de nós.

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O termo pasmada do livro refere-se a uma reação e não uma ação; é uma consequência.
Só é possível ficar pasmado diante de algo, mediante uma situação ou pessoa. O resultado
gerado é de espanto e surpresa, deixando muitas vezes em um estado de inexpressividade
o pasmado ou pasmada. A chuva da história de Mia Couto está entre o céu e a terra em
função da grande quantidade de fumaça liberada pela fábrica instalada na aldeia. A chuva
e a população de Sembora ficaram “pasmadas”, sem atitude frente aos abusos e injustiças
cometidos pela fábrica: “Aquela chuva se imobilizava junto ao solo?
Pois também, o meu pasmado pai, tinha estancado junto à vida” (COUTO, 2004, p. 69).
A passagem revela que a criança estava ciente da situação política e social de sua família,
pois é feita uma crítica ao pai do narrador e ao resto da vila, que estavam apáticos diante
daquela realidade.

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Considerações Finais

Já na fase final deste trabalho de campo da teoria que teve como tema principal o resumo
e analise do texto/livro a chuva pasmada conclui que a chuva ficou presa entre céu e terra
em uma pequena vila e retrata como a família do narrador-criança lida com a
circunstância. Não se sabe ao certo se o protagonista relata o acontecido muito ou pouco
tempo depois, como se pode notar na primeira frase do livro: “Nesse dia, meu pai
apareceu em casa todo molhado. Estaria chovendo?” (COUTO, 2004, p. 6). Noutro ponto
vimos que como o próprio título do livro indica, a água merece relevo no texto. O
elemento realiza na história um pano de fundo para a discussão de questões profundas,
como o papel desempenhado pela tradição.

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Referencias bibliográficas

CHICUMULE, Fernando. (2022). Manual de Teoria da Análise da Narrativa – 3º Ano,


Beira: UnISCED.

COUTO, Mia. (2004). A Chuva Pasmada. Lisboa: Editorial Caminho.

BACHELARD, Gaston. A água e os sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. São


Paulo: Martins Fontes, 2002.

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