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Análise 3º Ano Beatriz
Análise 3º Ano Beatriz
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Índice
Introdução…………………………………………………………………………………………………4
Objectivo Geral..…………………………………………………………………………………………4
Objectivos Específicos…………………………………………………………………………………4
Metodologia………………………………………………………………………………………………4
Considerações Finais...……………………………………………………………………………….9
Referencias bibliográficas…………………………………………………………………………..10
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Introdução
Objectivo Geral:
Objectivos Específicos:
Metodologia:
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Resumo do texto a Chuva Pasmada
Um Gotejar Sem Chuva esse dia, meu pai apareceu em casa todo molhado.
Espreitámos na janela: era uma chuvinha suspensa, flutuando entre céu e terra.
Mas a chuva não tombava, as gotas viravolteavam no ar e depois, como aves tontas,
voltavam a subir.
Ao fim de um tempo, meu pai se afastou de nós para não vermos uma sombra pousar
em seu rosto.
- De onde vem isto?
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- Perguntou ele em voz quase viva, não querendo ficar calado, mas evitando ser ouvido.
- Sugeriu o avô.
- Não disse a mãe.
E respondeu: Inimigos?
com a idade fui descobrindo que acabamos fazendo coisas bem piores que os nossos
inimigos.
- Disse o avô.
Sentei-me junto dele, quieto até que ele espetou o braço bem no fundo do poço e
acendeu a chama.
- Seu avô vai secar.
O nosso mais-velho estava minguando, empedernido, desde que ficara viúvo.
Emagrecera tanto que, quando saíamos para o campo, o amarrávamos à perna da
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- Essa é Ntoweni, minha falecida...
Para enxotar a solidão, o avô dera nome aos pés.
No escuro, o luar se replicava nas mil gotinhas, acendendo um fantástico presépio. Nunca
eu tinha assistido a tanta luz nocturna, o estrelar do céu mesmo sobre o nosso tecto.
O avô velho era como que um "rio seco que fluía num sonho" de navegar até chegar ao
mar. Ficara assim depois da mulher, que considerava a sua água, morrer, pois ligavam-se
"como a aranha e o orvalho, um fazendo teia no outro". O pai, mais velho que o avô,
porque "a velhice não é uma idade, é uma desistência", estava pasmado como a chuva,
estancara-se junto à vida, sufocado pelo próprio umbigo.
A mãe, com segredos de "mulher e água", o amor pelo seu homem que não a procurava,
pois desistira dela como da vida. Mas "o amor não é a semente, é semear" e ela consegue
inundá-lo de sangue, de amor, provocando-lhe ciúme. A tia com "propósitos de sombra",
nunca casara, e via na indecisão da chuva um castigo para a sua secura.
avô, detentor da memória maior é o elo entre todos e obstina-se em fazer a sua viagem.
As pontes entre o céu e a terra são criadas e a chuva resolve cair. Cumpre-se a intenção
do avô: "ele queria o rio sobrando da terra, vogando em nosso peito, trazendo diante de
nós as nossas vidas de antes de nós.
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O termo pasmada do livro refere-se a uma reação e não uma ação; é uma consequência.
Só é possível ficar pasmado diante de algo, mediante uma situação ou pessoa. O resultado
gerado é de espanto e surpresa, deixando muitas vezes em um estado de inexpressividade
o pasmado ou pasmada. A chuva da história de Mia Couto está entre o céu e a terra em
função da grande quantidade de fumaça liberada pela fábrica instalada na aldeia. A chuva
e a população de Sembora ficaram “pasmadas”, sem atitude frente aos abusos e injustiças
cometidos pela fábrica: “Aquela chuva se imobilizava junto ao solo?
Pois também, o meu pasmado pai, tinha estancado junto à vida” (COUTO, 2004, p. 69).
A passagem revela que a criança estava ciente da situação política e social de sua família,
pois é feita uma crítica ao pai do narrador e ao resto da vila, que estavam apáticos diante
daquela realidade.
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Considerações Finais
Já na fase final deste trabalho de campo da teoria que teve como tema principal o resumo
e analise do texto/livro a chuva pasmada conclui que a chuva ficou presa entre céu e terra
em uma pequena vila e retrata como a família do narrador-criança lida com a
circunstância. Não se sabe ao certo se o protagonista relata o acontecido muito ou pouco
tempo depois, como se pode notar na primeira frase do livro: “Nesse dia, meu pai
apareceu em casa todo molhado. Estaria chovendo?” (COUTO, 2004, p. 6). Noutro ponto
vimos que como o próprio título do livro indica, a água merece relevo no texto. O
elemento realiza na história um pano de fundo para a discussão de questões profundas,
como o papel desempenhado pela tradição.
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Referencias bibliográficas
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