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Qual a função do manganês nas

plantas?
O manganês (Mn) é um elemento químico classificado como essencial
para as plantas, tendo sua essencialidade demonstrada pelos
pesquisadores Mazé e McHargue no ano de 1915.

Para que um elemento seja considerado essencial, ele precisa


contemplar os três critérios propostos pelos pesquisadores Daniel
Israel Arnon e Perry Robert Stout no livro Plant Physiology:
1. Na ausência do elemento, a planta não completa o seu ciclo de vida;
2. O elemento não pode ser substituído por outro;
3. O elemento deve estar diretamente envolvido no metabolismo da
planta, como constituinte de um composto essencial, ou ser
necessário para a ação de um sistema enzimático.
Dessa forma, podemos afirmar que o manganês, apesar de ser
requerido em menores quantidades pelas culturas agrícolas, é tão
importante quanto aqueles nutrientes mais absorvidos, como
o potássio, o magnésio e o enxofre por exemplo.
Quando o manganês é absorvido pelas plantas, ele passa a
desempenhar diversas funções metabólicas vitais, contribuindo para:

o Síntese de proteínas, carboidratos e lipídeos;


o Funcionamento dos cloroplastos;
o Divisão e extensão celular;
o Processo de fotossíntese;
o Processo de respiração;
o Ativação enzimática;
o Fotólise da água.
Várias enzimas da fase escura da fotossíntese, da glicólise, do ciclo
do ácido cítrico e do metabolismo secundário das plantas, por
exemplo, dependem do manganês para serem ativadas ou terem a
sua atividade modulada.

É o que destaca a pesquisadora Amanda Hernandes, no


estudo Influência do manganês no crescimento e na composição
mineral de mudas de caramboleira.
Essas diferentes funções desempenhadas pelo manganês nas plantas
podem gerar diferentes impactos na produção e qualidade de culturas
agrícolas de grande importância econômica para o Brasil, como
o milho e a soja.
No estudo Produtividade e componentes de produção do milho
safrinha no cerrado em função de nitrogênio, cobre, manganês e
fungicida, Fabiano Andrei Bender da Cruz observou que a aplicação
de manganês aumentou o diâmetro de espiga de milho.
Já no estudo Adubação com manganês em soja: efeitos no solo e na
planta, Anderson Santos Pinto observou que a aplicação de
manganês proporcionou o aumento na produção de grãos de soja.

Mas, se o manganês é exigido em pequenas quantidades pelas


plantas, é realmente necessário aplicar fertilizantes?

Quando aplicar manganês nas


plantas
A adubação com manganês é uma prática que muitas vezes é
indispensável na agricultura, uma vez que diversas condições do
solo e do ambiente  podem reduzir a disponibilidade desse nutriente
para as plantas.
Solos alcalinos, com baixa atividade microbiológica e com elevados
teores de cobre e zinco, quando associados à períodos de
seca prolongados, tendem a reduzir a disponibilidade de manganês no
solo.
Além disso, naturalmente, alguns solos apresentam baixos teores de
manganês. O que é o caso dos Latossolos Amarelos, Argissolos
Vermelho-Amarelos e Espodossolos presentes na Amazônia.

É o que apresenta o pesquisador Ramendra Singh, em seu


estudo Disponibilidade de micronutrientes em classes dominantes de
solos do tropico úmido brasileiro. II. Manganes.
Com isso, as plantas passam a acumular uma quantidade reduzida de
manganês nos seus tecidos e podem apresentar sintomas de
deficiência quando a concentração desse nutriente cai abaixo de 15-
20 ppm. É o que indica o  International Plant Nutrition Institute (IPNI).
Plantas deficientes em manganês podem apresentar um tamanho
reduzido e serem mais susceptíveis ao ataque de fitopatógenos, já
que esse nutriente está envolvido com as funções de divisão e
extensão celular e produção de metabólitos secundários.
Entretanto, na prática, a forma mais comum de identificar a deficiência
de manganês nas plantas é através da constatação de regiões
amareladas entre as nervuras das folhas mais novas, além dos baixos
teores de manganês nos tecidos amostrados.
Para evitar essa condição, são recomendadas práticas adequadas de
adubação associadas ao manejo correto da correção do solo, já que a
concentração de manganês no solo é altamente dependente do pH.
Dentre as diferentes fontes de manganês disponíveis no mercado, o
sulfato de manganês está entre as mais adotadas pelos agricultores.
Contudo, a elevada solubilidade em água desse fertilizante nem
sempre favorece a disponibilidade desse nutriente no solo.
Isso acontece porque a rápida disponibilização de manganês na
solução do solo por esse fertilizante pode, temporariamente, inibir a
absorção de outros nutrientes e elevar os teores desse nutriente a um
nível tóxico para as plantas.
Nesse contexto, os solos ácidos, com aeração deficiente e com
excesso de umidade, podem agravar ainda mais a ocorrência de
quantidade tóxicas de manganês no solo.

Diante disso, existem alternativas ao uso do sulfato de manganês?

Fontes de manganês para as


plantas
Com o avanço das tecnologias e das pesquisas sobre as fontes de
manganês para as plantas, novos fertilizantes vêm sendo lançados no
mercado com o intuito de amenizar ou superar as limitações que as
fontes convencionais desse nutriente apresentam.

Esse é o caso, por exemplo, do BAKS® e do K Forte®, dois fertilizantes


multinutrientes produzidos e comercializados pela empresa Verde
Agritech.
Eles, diferentemente das fontes convencionais de manganês,
apresentam uma liberação progressiva de nutrientes no solo e um
longo efeito residual, o que favorece a nutrição das plantas ao longo
do seu ciclo produtivo.
Além disso, são capazes de oferecer diversos outros benefícios para a
parte física e biológica do solo, que também contribuem para a maior
disponibilidade do manganês para as plantas.

Assim, o constante investimento em novas fontes de manganês para


as plantas é imprescindível para potencializar todos os benefícios que
esse nutriente traz para a agricultura.

Entender a importância do
manganês e fazer uma adubação
adequada pode melhorar o manejo
da lavoura
Em resumo, embora seja um nutriente que é requerido em
quantidades pequenas pelas plantas, o manganês é indispensável
para o bom desenvolvimento e produtividade das lavouras.

Isso porque, conforme a Lei de Liebig, ou Lei dos Mínimos, a


produtividade de uma lavoura é limitada pela ausência de qualquer um
dos nutrientes essenciais para as plantas, mesmo que todos os outros
estejam disponíveis em quantidades adequadas.
Assim, realizar o manejo correto, de forma a garantir que a nutrição
com manganês na agricultura seja adequada pode fazer a diferença
para a lavoura!

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