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RELATÓRIO RETROSPECTIVO
1999-2009
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Nota de Abertura
É com sentido de responsabilidade mas também com orgulho que trazemos a público este relatório. Expor
a perspectiva do regulador, ao escrutínio do público, é parte da afirmação da personalidade do CRA. Este
não é um relatório que reporte sobre todo o desenvolvimento do Quadro de Gestão Delegada, nos últimos
10 anos, mas sim a síntese dos relatórios que o CRA vem submetendo anualmente ao Governo sobre a
evolução da qualidade do serviço ao consumidor, os desafios do processo e o exercício e desenvolvimento
do mandato do CRA. Ora em diante, faremos uma síntese de declarações constantes dos relatórios
anteriores, que ilustram o percurso 2000-2008:
No CRA, o peso das responsabilidades situa-se na proporção inversa da sua dimensão e capacidade.
(...) Este é o relatório possível, numa análise que reflecte o estado das coisas nesta fase de
arranque, bastante atribulada, própria de processos novos (2000/2002).
...os investimentos foram, de certo modo, preteridos a favor da renegociação contratual. Apesar disso,
não houve rotura do serviço ao consumidor... 2003 constitui um ano de transição para uma situação
desejavelmente de maior estabilidade (...) o que representa ...uma demonstração da capacidade do
sistema e das instituições do QGD em resolver as situações de crise. (2003)
O regulador deve saber encontrar o seu próprio e específico percurso, de forma a incentivar a que o
serviço chegue a mais gente, para ser uma mais-valia no alcance dos objectivos de desenvolvimento
do País. (...) Estamos no caminho certo, vamos conquistando a estabilidade no sistema de
“Gestão Delegada”, mas muito há ainda a fazer! (...) Estamos conscientes que o que fazemos, ou
somos, no CRA é também o resultado da acção combinada dos nossos parceiros do Quadro de
Gestão Delegada (QGD). O firme apoio, a orientação e a confiança do Governo permite-nos dar
passos seguros. (2004/2005)
No CRA, gostamos de usar a expressão “o futuro está em curso” para definir esse desafio
permanente de consolidarmos o que fazemos mas evoluindo sempre. As solicitações, ano pós ano,
para o desenvolvimento do CRA e da função regulatória representam, ao mesmo tempo, a nossa
maior valia e o nosso maior perigo. (...) A urgência de respondermos às necessidades dos mais
pobres, nas periferias urbanas, leva-nos a pensar em formas alternativas e não-convencionais de
extensão do serviço, o que vai continuar a ser um importante desafio nos próximos anos. (...)
Preparamos “orientações estratégicas” em sintonia com o PARPA II e o Programa Quinquenal do
Governo, e em consulta com os actores chave. (2006)
Mais do que lutarmos “por um serviço justo, confiável e sustentável”, a nossa bandeira da primeira hora,
temos que ser ainda mais audaciosos no nosso contributo à redução da pobreza. Temos que nos
bater por uma frente mais ampla e dizemos, ÁGUA PARA TODOS! (2006)
Importantes acções têm estado a ser realizadas para a melhoria e extensão do serviço de
abastecimento de água. A cobertura tem crescido nos últimos anos. O grande foco de atenção é
agora a expansão das redes e uma exploração mais eficiente dos sistemas. (...) O Governo aprovou
uma nova Política de Águas, dando continuidade e aprofundando as reformas do sector. A
experiência da gestão delegada é apreciada favoravelmente. A ampliação da regulação e do papel do
CRA está nela bem patente! (2007)
Tendo já decorrido 2008, como está a situação? Como resultado do esforço de investimento do Governo, a
confiança dos parceiros de cooperação, e a melhoria paulatina na exploração dos sistemas, permitiu confirmar a
tendência crescente da cobertura e uma melhoria significativa na qualidade de serviço, o que mostra o grau de
maturação do QGD e do esforço combinado das suas instituições e apoio e confiança do Governo.
Há agora que preservar e consolidar os ganhos! Manter consistentemente a melhoria da qualidade do serviço é um
grande desafio. Assim, a luta continua, após estes primeiros
10 Anos,
Por um Serviço Justo e Sustentável
Para Todos!
12 de Março de 2009
O Presidente
Manuel Carrilho Alvarinho
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SUA EXCELÊNCIA A PRIMEIRA MINISTRA DA
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Dra. LUÍSA DIOGO
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Estamos a caminhar para um
momento de maturidade do
Quadro de Gestão Delegada
“...Vamos entrar numa nova etapa.
Foi feito um grande esforço de
mobilização de investimentos, a
níveis nunca antes registados, (...)
No entanto, não nos deve preocupar
agora apenas contar quantos
quilómetros de tubos vamos fazer
mas sim que temos que viabilizar o
acesso ao serviço por todos! (...)
O Quadro de Gestão Delegada, em
existência real à cerca de 8 anos e do qual o CRA faz parte, tem-nos
dado provas de estar assente em princípios que se transformaram num
marco, numa referência no sector e por isso vamos começar a estender
estas lições aos sistemas de menor dimensão.
...Os processos de mudança e de desenvolvimento institucional medem-
se por unidades de 10 anos. Julgo que estamos a caminhar para um
momento de maturidade do Quadro de Gestão Delegada, nalguns
aspectos, mas, noutros, há ainda muito a fazer.
...O nosso CRA tem dado provas de estar a se tornar numa instituição
pró-activa e ganhando consistência no processo do seu crescimento.
Uma equipa pequena, ciente que não pode nem deve fazer tudo em
isolamento, numa instituição que marca presença. O Governo no quadro
da sua nova política do sector quer ver esta função estendida a outros
sistemas.
... Um ambiente de parceria mas de responsabilização mútua é
estratégia subjacente do Quadro de Gestão Delegada. O Regulador é
mais eficaz na medida em que potencia o importante papel do gestor do
património, neste caso o FIPAG, e viabiliza o esforço dos Operadores.
...Temos ciente que hoje a Taxa de Cobertura no abastecimento de água
à população urbana é ainda baixa mas está a crescer de forma
consistente, e existe o potencial para o alcance das metas do grande
desafio que são os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.”
(Extractos do Discurso de Sua Excelência o Ministro de Obras Públicas e Habitação
de Abertura da Conferência sobre Regulação, Setembro de 2007)
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ÍNDICE
Capítulo I ......................................................................................................................................... 10
Capítulo II ........................................................................................................................................ 17
3.1 Antecedentes......................................................................................................................... 31
Capítulo V........................................................................................................................................ 52
Anexos Técnicos
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Abreviaturas
PA Política de Águas
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Capítulo I
No quadro geral de
reformas de políticas
económicas e sociais que
se seguem em meados da
década de noventa, o
Governo inicia um
processo de reflexão
profunda sobre a situação
e os desafios do
relançamento do sector de
Águas, processo que
culmina com a adopção
da Lei de Águas, em
1991 . Em 1995, entretanto, é adoptada uma nova Política Nacional de Águas (PNA)2. No
1
espírito da nova PNA, o abastecimento de água urbano é repensado numa óptica de primazia
à criação de condições de sustentabilidade e na garantia do funcionamento eficiente das infra-
estruturas, mais do que a mera obra física. Este pacote regulatório vai ser complementado
pela Política Tarifária de Águas (PTA)3, aprovada em 1998.
No seu conjunto, estes três documentos estabelecem, entre outros, os seguintes princípios e
objectivos:
1 o
Lei n. 16/91, de 3 de Agosto.
2 º º
Resolução n. 7/95, de 8 de Agosto, revogada pela Resolução n. 46/2007 de 21 de Agosto.
3 º
Resolução n. 60/98 de 23 de Dezembro.
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Propiciar serviços de abastecimento prestados por operadores privados que procurem
a excelência de gestão, financeira e operacional.
Com a função de assegurar a convergência dos interesses das entidades integrantes do QGD é
igualmente criado o Fórum de Coordenação da Gestão Delegada4, como órgão consultivo
do MOPH, integrando autoridades relevantes ao nível central e municipal, e presidido pela
DNA. É no quadro do Fórum Coordenador que ocorre o arranjo institucional propiciador de
um envolvimento crescente das Autarquias Locais no QGD, medida essencial que abre
caminho para o objectivo de defesa dos interesses dos consumidores.
4
Decreto n. °72/98, de 23 de Dezembro
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Entre os factores de fragilidade dos sistemas das quatro capitais provinciais, destacavam-se
os seguintes: a precariedade da estrutura de mercado herdada quando os serviços de
abastecimento de água eram geridos de forma descentralizada em cada cidade; dificuldades
na implementação da nova política do Governo visando promover o desenvolvimento de
serviços descentralizados financeiramente viáveis e o facto de que os serviços nas capitais
provinciais não tinham ainda atingido o nível de organização adequado para receber contratos
isolados de cessão de exploração e não iria provavelmente atrair operadores qualificados para
contratos de gestão, a curto prazo.
5
In Mozambique’s Experience with the Delegated Management of Urban Water Supply Services,
1999-2007.Case study of FIPAG submitted by Thelma Triche for the World Bank. Maputo, Janeiro de
2009.
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pressionado pelos seus accionistas, tinha tomado a decisão de vender a SAUR e eliminar os
seus projectos não lucrativos.
O Contrato de Cessão Revisto entra em vigor em Abril de 2004 e vai terminar no dia 30 de
Abril de 2014, quinze anos após a entrada em vigor do Contrato original, de 1999. Por outro
lado, o Contrato de Gestão das quatro capitais do Centro e Norte do País (Beira, Quelimane,
Nampula e Pemba), foi revisto para o período Abril 2004 - Março 2007 e, subsequentemente,
estendido por um ano adicional, tendo terminado em Março de 2008. Neste momento,
encontra-se em fase de concurso a contratação de novos operadores privados para a gestão
dos mesmos, a ser efectuada em regime de contrato de cessão de exploração. Espera-se que
os novos operadores estejam contratados até meados de 2009.
Com entrada em vigor dos contratos revistos, encerra-se um período de desempenho prenhe
de percalços: em consequência, a maioria das obras inicialmente planificadas para serem
concluídas dentro dos primeiros cinco anos dos contratos originais, apenas seriam concluídas
em Setembro de 2007, três anos após a entrada em vigor dos contratos revistos. O ano de
2007 vai, por isso, marcar uma viragem na experiência de implementação do QGD no País,
pois nesse ano foi concluída a maior parte das obras de reabilitação e expansão dos sistemas
de abastecimento de água, facto que veio aumentar a disponibilidade de água para mais
consumidores, melhorar a qualidade e fiabilidade do serviço. Esta viragem foi acentuada com
o alargamento do QGD às quatro Cidades do Sul do País, segundo o processo que a seguir se
rememora.
6
Diploma Ministerial Conjunto n°67/2004, de 21 de Abril.
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Como avaliação final, e com base nas evidências produzidas ao longo dos dez anos do seu
percurso, conclui-se que o QGD foi uma opção adequada para promover um ambiente de boa
governação, transparência e prestação de contas, através da separação de funções e poderes,
na prestação do serviço público e, em termos práticos e operacionais, constitui uma
plataforma eficaz de colaboração entre o Governo Central e os Municípios. Importa agora
consolidar e reproduzir de forma adequada estes ganhos ao nível dos sistemas dos centros
urbanos de menor dimensão.
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Testemunho
Engo. Roberto Colin Costley-White
Fevereiro de 2009.”
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Capítulo II
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Os dados do período 2000-2003 referem-se à média representativa do período atendendo a precariedade da informação no período inicial dos
contratos típicos destes processos.
8
Recria as condições contratuais para os sistemas em fase de transição para a delegação da gestão.
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2.2 Cobertura Versus Qualidade de Serviço
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Os valores de cobertura das 4CS são referentes a 2006 ano de arranque de acções na sequência da integração no QGD, e assume-se que
a situação é similar em 2005.
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Analisando a produção per capita, de forma absoluta, pode deduzir-se que os sistemas que,
em 2008, registaram redução (vide Quadro 2.2.) poderão ter atingido o limite de expansão
das respectivas redes. No entanto, estes valores devem ser interpretados com reservas se
atendermos que a maior parte das ligações realizadas nestes últimos anos foram para as
periferias urbanas e para consumidores tipicamente de consumo mínimo de 10 m3/mês, o
equivalente a 50/60 l/p/d (litros/pessoa/dia) e fontanários cuja capitação é de 20 l/p/d
associado ao facto do número padrão de 500 pessoas servidas por fontanário se mostrar
sobredimensionado em muitos casos.
Se atendermos que os investimentos nesta fase são, prioritariamente, dirigidos para a redução
de perdas, expansão de redes e angariação de clientes, é de esperar que o alvo de 60% fixado
no PQG 2004-2009 venha a ser alcançado no corrente ano.
Em relação às 4CS, estas ainda não possuem laboratórios e as análises são feitas em
colaboração com o CHAEM Maputo.
Relativamente à percentagem de análises Fora do Limite Contratual (FLC), ela tem variado
ao longo dos anos, não sendo possível determinar com exactidão sua a tendência. No Quadro
1 do Anexo de Informação Técnica, estão apresentadas as percentagens das análises cujos
valores estão Dentro do Limite Contratual (DLC) dos parâmetros Coliformes fecais, Cloro
Residual e Turvação.
Relativamente a 4CN, de
uma maneira geral
constata-se que o
parâmetro com forte
incidência sobre a saúde
pública (Coliformes
Fecais) atingiu uma
percentagem elevada de conformidade, com excepção de Nampula que esteve um pouco
abaixo do alvo (100% de conformidade) em 2005 e 2006. Relativamente ao Cloro Residual,
em 2006 e 2008, o sistema de Nampula registou uma percentagem baixa de conformidade de
apenas 68% e 74,5 % respectivamente. Por último, destaca-se a turvação, que em 2006,
atingiu um valor muito baixo no sistema da Beira/Dondo (apenas 45%), registando-se o
mesmo no sistema de Pemba que, em 2007 e 2008 atingiu valores baixos de conformidade de
apenas 48% e 21% respectivamente, devido ao alto teor de ferro na água dos furos que se
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deposita no fundo dos reservatórios formando lamas que são arrastadas para a rede. Para as
4CS a informação disponível sobre o controle destes parâmetros é referente ao ano de 2008,
com excepção de Chókwè, que não disponibilizou esta informação. Quanto às restantes
Cidades, o Sistema de Xai-Xai registou uma percentagem baixa de conformidade de
Coliformes Fecais de apenas 91%. Esta situação é resultado das latrinas que muitas vezes são
construídas sem que se respeite a distância mínima que as deve separar dos furos. Quanto aos
outros dois parâmetros a percentagem de conformidade é aceitável e encontra-se dentro do
contratualmente exigido.
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Quanto aos bairros críticos10 (veja anexo étnico) nota-se nas 4CN, de 2005 para 2008, uma
Quadro 2.3.Bairros Críticos redução de zonas afectadas
(vide Quadro 2.3), situação
Cidade 2005 2008 que, no entanto, prevalece em
Pescadores, Costa de Sol, Bagamoyo, Hulene A&B.
alguns bairros de
Bagamoyo, Hulene A&B, 3 de Maputo/Matola e Nampula.
Maputo Fevereiro, Laulane e Mahotas.
A conclusão, em Maputo, das
Mussumbuluko, Sikuama, Tsalala, Mussumbuluko, Sikuama, adutoras para Maxaquene e
km 15, Malhampsene, Singatela, Tsalala, km 15, partes de
Matola Patrice Lumumba, São Damaso, Malhampsene, Singatela, Patrice
Laulane a partir do
Acordos de Lusaka Lumumba, São Damaso, Acordos Chamanculo reforçou e
de Lusaka.
aumentou a capacidade de
Estoril, Macúti, Palmeiras Ponta- reserva e melhorou a
Gêa, Chota, Matacuane, parte de
Beira Macurungo, Chipangara Bambu,
fiabilidade do serviço. A
Dunda, partes de Maquinino e expansão da rede para
Aeroporto.
Laulane e Mahotas veio
Dondo Mafarinha reduzir a falta de água
naqueles bairros e
Zona Militar, zona adjacente a Zona Militar, zona adjacente a
UCM e Escola Primária 7 de Abril, UCM e Escola Primária 7 de particularmente no Bairro da
Nampula Muatala, parcial Abril; Costa do Sol, mas pode estar
Muatala (parcialmente),
Muhala Expansão,
Namutequeliua em direcção ao
Namutequeliua em direcção ao Aeroporto. Muhala Expansão, a provocar uma redução nas
Aeroporto. Muahivire Expansão- nova zona horas de distribuição no
sistema como um todo.
Saguar, Aeroporto, Brandão, Mapia,
Popular, Torrone Novo, 17 de
Quelimane Setembro, Incídua.
Em Nampula a situação
Partes do Alto Gingone e Zona Alta poderá vir a ser modificada
de Cimento e partes localizadas de logo que se concluam as
Pemba Cariacó.
acções já iniciadas de
instalação de adutoras e
expansão da rede para aqueles bairros, com vista a aumentar a disponibilidade de água e
responder à urbanização rápida que a cidade está sendo objecto.
Nas 4CS, onde a actuação do CRA é mais recente, estão em curso obras de expansão dos
sistemas e não se julga relevante reportar as zonas críticas nesta fase.
10 2
Bairros abastecido de água em menos de 4 horas de distribuição e pressão inferior a 0.5 kgf/cm .
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2.5 Eficiência de exploração
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Comparativamente ao alvo contratual de
água não contabilizada, em 2008, o
sistema de Maputo/Matola, ao situar-se em
54% de perdas, ultrapassou ligeiramente o
alvo contratual de 55% estabelecido na
sequência da Revisão Periódica. Quanto
aos Quatro Sistemas que estavam sob
Contrato de Gestão, os sistemas de
Nampula e Pemba ao reduzirem em 2008,
para 30 e 40% alcançaram o alvo
contratual fixado para 2007 em 33% e
45% respectivamente, enquanto
Beira/Dondo com 45% e Quelimane 41%
ficaram aquém dos alvos fixados em 36 e
30%, designadamente. Para as 4CS, neste
período, não foram fixados alvos
quantitativos fora da obrigatoriedade de
reportarem este indicador. No entanto, é
notório o esforço que está sendo realizado
nestes sistemas para a redução de perdas,
mesmo considerando que Inhambane teve
um ligeiro aumento. No entanto, importa
fazer alguma reserva aos números de 2008
que estão a ser alvo de consolidação.
O gráfico 2.12 apresenta a comparação dos níveis de cobranças registados em 2006 e 2008. Da
leitura do mesmo nota-se que as taxas de cobrança de 2005 situaram-se próximo ou acima de
90% resultado da recuperação de cobranças de anos anteriores. Em 2009, os números situaram-
se entre 85 e 90%, níveis aceitáveis para taxa de cobrança de facturação corrente do período.
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A principal e mais frequente causa de reclamar 11 em todos os sistemas prende-se com a
Facturação (excesso de facturação, escalões ou preços e outros) seguida de Serviço (falta de
abastecimento, corte indevido) e Produto (Qualidade e outros). Durante longos períodos, por
ausência e/ou não, de leitura de contadores, parte dos consumidores era facturada com base
em estimativas, distorcendo, em muitos casos, os reais volumes de água consumidos, situação
que se pretendeu regularizar com a operacionalização do Sistema informático. A extrapolação
dos volumes das últimas leituras, para períodos outrora facturados com base em estimativa,
fez com que os valores
Quadro 2.4. Evolução das Reclamações
Sistema 2004 2005 2006 2007 2008 facturados fossem
Total 15.520 21.128 20.122 21.645 15.456 bastante elevados.
Maputo/Matola Facturação 15.520 21.128 17.101 9.524 7.573 O Sistema de
Percentagem 100% 100% 85% 44% 49%
Maputo/Matola é aquele
Total 1.214 1.081 913 1.888 1.105
que pela sua grandeza
Beira/Dondo Facturação 1.165 1.078 879 1.888 1.061
Percentagem 96% 100% 96% 100% 96% atendeu a mais
Total 932 292 849 318 516 reclamações sobre
Nampula Facturação 404 249 762 313 377 facturação, e raramente
Percentagem 43% 85% 90% 98% 73%
sobre o “Produto”
Total 351 551 293 366 487
(Quadro 2.4). A avaliar
Quelimane Facturação 289 381 258 354 370
Percentagem 82% 69% 88% 97% 76% pelas reclamações
Total 1.411 1.351 1.070 2.332 510 apresentadas em recurso
Pemba Facturação 652 526 673 1.997 393 ao CRA, a demora na
Percentagem 46% 39% 63% 86% 77%
resposta era uma das
Total 778 806 1,533
causas, indiciando o não
Chókwè Facturação 210 467 1,41
Percentagem 27% 58% 92% cumprimento do prazo
Total 1.489 562 1.170 de 14 dias fixado
Xai-Xai Facturação 372 354 936 contratualmente.
Percentagem 25% 63% 80%
Total 333 664 725
Nas 4CN nota-se que
Inhambane Facturação 157 485 660
Percentagem 47% 73% 91% Quelimane tem estado a
Total 736 819 responder as
Maxixe Facturação 707 655 reclamações em menos
Percentagem 96% 80%
de 15 dias (vide Gráfico
2 do Anexo de Informação Técnica); em Pemba há uma tendência decrescente, enquanto é
crescente em Nampula e Beira/Dondo, o número de reclamações respondidas naquele
período. Observa-se que o grosso das reclamações nas 4CN tem sido respondido entre 5 a 15
dias.
11
O aumento das reclamações, por um lado, pode significar maior confiança do Consumidor para com o Operador, o acreditar
que vale a pena reclamar porque haverá solução; por outro, pode significar um exacerbar da degradação das condições de
serviço.
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2.6.3. Instrumentos de Defesa e Participação dos Consumidores
No concernente aos instrumentos de defesa dos interesses dos consumidores, O CRA
estabeleceu a figura de Delegado que actua baseado nos Municípios, tornando o CRA mais
acessível aos consumidores dos sistemas situados longe da sua sede em Maputo. Para que tal
fosse possível, foram celebrados acordos de parceria com os Municípios da Beira e Dondo,
Quelimane, Nampula, Pemba, Chókwè, Xai-Xai, Inhambane e Maxixe. O sistema de
Maputo/Matola teve um tratamento diferenciado, estando em curso acções para
estabelecimento do Delegado e uma mais ampla parceria CRA/Município.
Em 2008, após um processo de auscultação pública aos consumidores, foi introduzido o novo
Contrato de Fornecimento de Água Potável designado por Contrato de Adesão, por via da
Deliberação N˚1/2008, de 4 de Junho publicada no BR N o23, Série I. Este instrumento
representa um notável desenvolvimento na definição das obrigações Consumidor/Operador e
dá contribuições adicionais aos direitos dos consumidores.
Estando as 4CS em fase de preparação para a licitação da sua gestão, foram desenhados
mecanismos de consulta, tanto das autoridades provinciais, municipais incluindo a sociedade
civil. Neste contexto foi realizado um fórum regional e dois fóruns de consulta a nível de
cada cidade. O principal objectivo destes fóruns é promover a participação e coordenação dos
actores chave no processo de melhoria da qualidade do serviço do abastecimento no âmbito
dos planos de reabilitação e expansão dos sistemas.
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Quadro 2.4: Evolução de Investimentos em infra-estruturas 2000-2008
Total 79.237,40
O ano de 2007 coincidiu com a conclusão da maior parte das obras de reabilitação e expansão
dos sistemas de abastecimento de água, que tiveram início em 2002, o que veio aumentar a
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disponibilidade de água para mais consumidores, melhorar a qualidade e fiabilidade do
serviço. Assim, em todos os nove sistemas, foram concluídas as obras de reabilitação e
expansão, que totalizaram cerca de 80,000,000.00 USD (Oitenta milhões dólares
americanos), (Vide Quadro 2.5 Evolução de Investimentos). Os Sistemas de Nampula,
Quelimane, Maxixe e Xai-Xai foram os que tiveram uma melhoria significativa de serviço, a
considerar, pelo estado obsoleto e de falta de fiabilidade do serviço em que se encontravam.
Nas 4CS do Sul teve início em Agosto de 2008, a segunda fase das obras de expansão dos
sistemas, financiadas pelo Banco Africano de Desenvolvimento e o Governo de
Moçambique. Os impactos esperados com a conclusão da segunda fase são o aumento da
capacidade de produção para os sistemas de Xai-Xai e Chókwè; aumento da capacidade de
reserva para o sistema de Xai-Xai e extensão da rede em todos os sistemas.
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Testemunho
o
Eng. Nelson Hanry de Pena Beete
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Capitulo III
Sustentabilidade e tarifas
3.1 Antecedentes
Em 1987, o Governo através do Programa de Reabilitação Económica (PRE) imprimira
esforços de correcção da desaceleração de crescimento da economia e do desequilíbrio nas
estruturas patrimoniais e financeiras das empresas. Como resultado directo, os desafios do
ambiente empresarial evidenciaram rápidas mudanças, e o mundo empresarial ficou ainda
mais complexo. Um número extraordinariamente elevado de empresas passou a enfrentar
problemas acentuados de desaceleração do crescimento, decréscimo de rentabilidade e fraca
utilização da capacidade instalada.
O sector de água não foi excepção e a década de 1990 corresponde a um período em que
muitas das infra-estruturas de abastecimento de água se encontravam em estado precário, e a
maioria da população não tinha acesso a um regular abastecimento de água potável.
Esta situação era ainda agravada pelas tarifas baixas, que não permitiam remunerar os
investimentos em infra-estruturas, cobrir os custos de operação e manutenção e as despesas
de reabilitação e expansão de novos sistemas.
No presente capítulo faz-se uma análise breve da sustentabilidade económico - financeira dos
sistemas do quadro de gestão delegada. Para o efeito, compara-se a variação das receitas e
dos custos operacionais, verificados entre 2006 e 2008, de forma a aferir a capacidade das
empresas de cobrir os respectivos custos operacionais, nomeadamente, a tendência dos
últimos anos.
Porque a tarifa também concorre para a variação das receitas fundamentais para a
sustentabilidade da exploração e dos investimentos, no presente capítulo aborda-se a questão
da evolução das tarifas médias de referência de cada cidade, comparadas com as
programadas, e por fim a questão da estrutura tarifária.
De referir que a análise de sustentabilidade e avaliação da tarifa cingiu-se aos anos 2005 a
2008, por que no período anterior, a informação existente era menos fiável e com menor
relevância para ilustrar as actuais tendências.
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3.2. Evolução de Receitas versus Custos Operacionais
O Quadro 3.1. mostra a comparação entre as receitas e os custos operacionais das empresas,
entre 2006 e 2008. De referir que os valores de receitas registados em 2006 são inferiores aos
custos operacionais do mesmo ano. O nível reduzido das receitas, até então, deveu-se
particularmente ao baixo número de ligações, aliado às baixas tarifas aplicadas e ainda a um
menor desempenho operacional dos sistemas.
3
Quadro 3.1 - Receitas vs Custos Operacionais (10 Mt)
Descrição 2006 2008
Receitas Custos Cobertura Receitas Custos Cobertura
Maputo - Matola 428,752 496,571 0.86 554,156 490,364 1.13
Beira – Dondo 75,379 86,350 0.87 98,630 89,538 1.10
Quelimane 15,240 16,904 0.90 35,115 36,867 0.95
Nampula 45,222 96,472 0.47 61,163 57,612 1.06
Pemba 20,755 25,973 0.80 25,446 20,856 1.22
Xai – Xai 9,907 11,851 0.84 23,682 21,098 1.12
Chókwè 9,395 7,956 1.18 17,860 15,765 1.13
Inhambane 13,249 12,832 1.03 22,690 16,459 1.38
Maxixe 3,985 3,742 1.07 9,652 6,670 1.45
Importa salientar que há ainda outros custos a considerar, caso a caso, nomeadamente os
encargos financeiros, as amortizações de imobilizado, e ainda outros custos “adiados”, para
os casos das cidades, com excepção de Maputo, que ainda não contribuem para o serviço da
dívida, nem para a taxa de regulação.
Página 32 de 76
percentagem de água não contabilizada e na eficiência comercial, como se pode ver na
Quadro 3.2 que apresenta as variações relativas ocorridas na tarifa média e nas receitas, no
período 2006 e 2008.
Da observação do quadro, verifica-se que em quase todas as cidades a taxa de aumento das
receitas foi muito acima da taxa de crescimento das tarifas, graças ao aumento do volume
facturado. Destaque vai para as cidades de Quelimane, Beira – Dondo, Xai-Xai e Maxixe,
que duplicaram as receitas.
O Quadro 3.4. mostra as tarifas médias efectivas dos sistemas em gestão delegada e o alvo
programado. O incremento tarifário havido em 2007, não foi ainda suficiente para que os
valores destas cobrissem os alvos respectivos.
3
Quadro 3 .3 - Tarifa Média de Água Potável - 2005 / 2008 (Mt/m )
Página 33 de 76
investimentos. E esperava-se o alcance, em 2008, dos alvos de tarifas fixados para estes
sistemas, o que representaria a fase final do processo de ajustamentos, iniciado em 2002. No
entanto, a contenção de ajustamentos das tarifas em 2008, e previsível em 2009, vai obrigar a
uma reprogramação dos alvos tarifários.
O sistema de abastecimento de água a Maputo e Matola, que representa 2/3 das receitas totais
dos sistemas em análise, é obviamente muito importante para a sustentabilidade dos
investimentos, produzindo-se implicitamente um ambiente de subsídio cruzado, e por isso as
tarifas são, neste caso, particularmente monitoradas como se expõe a seguir.
O Gráfico 3.1. mostra de forma comparada, a situação da tarifa média vigente e a tarifa
programada. Como se pode notar, ocorre um afastamento entres as duas curvas a partir de
2007, acentuando se em 2008/9.
20,00
18,45
17,60
15,83
15,11
15,00
13,60 15,11
14,06
12,50 12,70
12,05
11,28
10,00 10,24
5,00
2005 2006 2007 2008 2009
T arifa Operado r (AdeM) T arifa Média Consumidor Tarifa Média Prorgamada
As tarifas vigentes tiveram o seu último ajustamento em Maio de 2007, e desde então têm
sido contidas, por razões derivadas do aumento geral de preços de produtos e de serviços
básicos, em 2008, que de certa forma afectara o poder de compra dos moçambicanos. Porém,
esta medida está a ter impacto directo e imediato na liquidez das empresas e do FIPAG,
pondo em risco o cumprimento das obrigações financeiras, em especial o serviço da dívida.
Para acautelar a situação, estão a ser ponderadas medidas complementares para acomodar
esta realidade e recuperar o processo de ajustamento regulares de tarifas a partir de 2010.
As receitas disponíveis para o serviço da dívida são representadas no gráfico acima, pelo
intervalo entre as curvas da tarifa do operador (AdeM) e da tarifa do Consumidor, intervalo
esta que se reduz drasticamente em 2008/9. Salienta-se que a Tarifa do Operador tem sido
mantida desde 2006 a preços constantes.
Página 34 de 76
3.2. Estrutura Tarifária
A estrutura tarifária para os sistemas integrados no Quadro de Gestão caracteriza-se por ter
três categorias de consumo, nomeadamente: fontanários públicos; doméstica (ligação no
quintal ou ligação domiciliário); e Geral (Comércio, Industria e Público), situação histórica
herdada dos anos 80.
MT/m3
Notar
Gráfico 3.2 - Tarifa Equivalente p/ Consumo Específico
que o
Maputo e Matola - 2008 gráfico apresenta
20,00
várias linhas,
18,50
17,08
sendo a inferior
16,43
15,25
de 9.00MT/m3,
15,11
15,00 FONTANÁRIOS correspondente a
tarifa aplicada aos
12,00 MÉDIA GERAL fontanários
10,00
públicos, cujo
9,00
DOMÉSTICA valor é constante
e equivalente a
GERAL
cerca de 60% da
5,00
Tarifa Média de
10 m3 20 m3 30 m3 40 m3
Referência, de
15.11 MT/m3. Há
ainda a salientar que a tarifa do consumo mínimo representa 80% da Tarifa Média.
A linha superior de 18.50MT/m3, representa a Tarifa Geral que é aplicada aos consumos
industrial, público e comercial. A linha da Tarifa Geral também é constante para todos os
níveis de consumo específico, e corresponde a 122% da Tarifa Média.
É de referir que em 2005 constatou-se que a actual estrutura tarifária estava a tornar-se
desajustada relativamente aos padrões de consumo, o que significa uma maior concentração
de consumidores no escalão de consumo mínimo. E aliado a isso, a própria estrutura é de
Página 35 de 76
difícil percepção, por possuir vários escalões de consumo, onde os valores das tarifas não
estão claramente relacionados com os custos, facto que, de certa forma, não evidencia ao
Consumidor a importância
Gráfico 3.3 - Estrutura de Consumo de economizar e
60% racionalizar o uso da água.
2006 2008
50%
52% O gráfico 3.3. mostra a
48%
40% situação do sistema de
30% Maputo e Matola, para os
32%
anos 2006 e 2008, onde se
20% 25% 23%
20% observa a migração para o
10% escalão do consumo
0% mínimo de 20% de
0 - 10 m3 10 - 20 m3 20 - 30 m3 consumidores. E por sua
vez, neste escalão, um
número significativo de ligações consome volumes abaixo de 10m3/mês.
Assim, para mitigar estes efeitos, em 2008 foi desenhada uma nova estrutura tarifária para os
consumidores finais, que assegura o equilíbrio entre a qualidade do serviço prestado e o preço
praticado e, promova a recuperação dos custos de produção, e de despesas de reabilitação e
expansão de novos sistemas, através da prática de preços social e economicamente justos,
sempre à luz da Política Tarifária de Águas. Outra dificuldade na actual estrutura tarifária é
com a diminuição da capacidade
Gráfico 3.4 Maputo-Subsídio Cruzado do subsídio cruzado por meio da
tarifa geral que atingiu já em
2005, níveis de tarifas
excessivamente altos para a
situação do País, como se ilustra
no gráfico 3.4 seguinte.
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Testemunho
o
Eng . Arnaldo Lopes Pereira
Podemos partir de um modelo onde se assumem determinados pressupostos e com eles construir o
equilíbrio financeiro da operação, mas cedo se constatará que distinguir o que é manutenção e o que é
um investimento de reposição, nem sempre é fácil, que razões justificáveis levaram a que
investimentos previstos tivessem sido adiados, que uma revisão de tarifas prevista para determinada
data também tem que ser adiada: é verdade que o próprio contrato contempla revisões periódicas e
extraordinárias, estas nem sempre fácil de se materializar, onde se procurará repor o equilíbrio alterado
no modelo inicial. Mas são sempre processos longos e que geram riscos de se extremarem posições
entre o cedente e o operador que podem pôr em risco a continuidade do contrato e do serviço
Vivi todos estes problemas durante um certo período em que estive ligado à administração das Águas
de Moçambique e em que passámos por momentos conturbados e de descalabro financeiro do
operador e, ainda, a saída do seu accionista maioritário, a SAUR International, situação que se veio a
resolver com a tomada dessa posição por um dos accionistas minoritários, a Águas de Portugal. Mas
foi uma situação que gerou, na altura e ainda por um largo período, uma grande tensão e ansiedade
quer no cedente, o FIPAG, resolutamente empenhado em soluções que menos perturbação criassem
na prestação do serviço, mas firm emente decidido a não alterar as regras do jogo, quer no operador,
certamente disposto a correr riscos, mas cioso de corrigir os desbalanços em que a operação tinha
incorrido até aí.
E foi aqui que, de forma clara e concreta, tive a oportunidade de ver melhor o papel do regulador, o
CRA “...órgão de salvaguarda dos interesses dos utentes dentro do equilíbrio com os interesses do
operador e sustentabilidade económica do sistema e da conciliação dos interesses do operador privado
com o cedente ...” e que aqui testemunho. Com a discrição que é seu cunho, mas com a determinação
no cumprimento do seu mandato, a intervenção do CRA e, seja-me permitido, em particular do seu
Presidente, o Eng.º Manuel Alvarinho, sem nada impor, antes apontando caminhos onde a conciliação
dos interesses em jogo se tornasse possível, foi decisiva para que um acordo fosse alcançado e
salvaguardados os interesses dos utentes.
Comemoramos hoje os 10 anos do CRA que, como em muitas das nossas instituições, foram anos de
aprendizagem mas também de crescimento e solidificação, com resultados já notáveis e bem visíveis
na melhoria do serviço ao consumidor em várias cidades do País: os desafios pela frente são ainda
enormes mas o caminho já percorrido é um garante de que os havemos de vencer. Parabéns ao CRA.
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Capitulo IV
4.1 Introdução
O CRA é uma das duas instituições públicas criadas ao abrigo dos Decretos 72 e 74/8, de 23
de Dezembro, que estabelecem o Quadro de Gestão Delegada (QGD). No âmbito do QDG, e
segundo os termos da sua própria Visão e Missão, o CRA define-se como “o garante que
toda a cadeia de valor funciona de forma satisfatória e sustentável, enquadrada nas
necessidades de abastecimento presentes e futuras e em padrões de qualidade de água e do
serviço”12.
O CRA inicia o seu funcionamento em Fevereiro de 2000, tendo desde logo, pela frente, o
sério desafio de dotar-se de uma capacidade institucional adequada, sustentada por recursos
técnico-profissionais e financeiros à altura das suas atribuições e das legítimas expectativas
de desempenho de qualidade, por parte de todos os actores relevantes: o Governo, o Cedente,
o Operador e o Consumidor.
Desde então, e ao longo destes quase dez anos de actividade, assumindo-se sempre como um
projecto “em construção”, o CRA vai procurar cumprir com o seu mandato, criando a sua
personalidade e capacidade institucional de forma paulatina, tendo como perspectiva futura
alcançar:
12
www.cra.org.mz
Página 38 de 76
4.2 O Mandato Regulatório do CRA
4.2.1. Natureza do Mandato
O CRA procurou desde o início, cumprir com o seu Mandato e, no contexto em que este se
situa, na moderna concepção da administração pública: em regimes de monopólio, como
sucede com o serviço público do abastecimento de água, importa substituir o efeito regulador
das “forças de mercado”, por uma regulação económica, promovendo a eficiência económica,
no equilíbrio entre padrões de serviços e níveis de preços, de forma social e economicamente
justa. A regulação deve ainda mitigar os riscos políticos percebidos pelo Governo e os riscos
económicos percebidos pelo Operador privado, tudo no melhor interesse de bom serviço ao
consumidor. A tendência internacional é que a função de regulação seja exercida por
autoridade independente.
Página 39 de 76
eventualmente, venham a surgir no âmbito da execução dos contratos de gestão
delegada.
Para o exercício do seu Mandato, o Plenário é apoiado pelo Secretário do Conselho o qual
dispõe de uma equipa técnica multidisciplinar, serviços administrativos e dos Delegados do
CRA, como abaixo se
ilustra.
Visão
Um serviço de abastecimento de água justo, confiável e sustentável para todos.
Missão
Regular o serviço do abastecimento de água integrado no Quadro de Gestão
Delegada, e promover a provisão de um serviço justo, eficiente, de elevada qualidade
e acessível para todos.
Valores do CRA
Da síntese dos conteúdos em que se traduzem as orientações estratégicas
estabelecidas, o CRA definiu como seus Valores, os seguintes:
Serviço Universal
Uma regulação que viabilize o acesso sustentável ao serviço por todos os
consumidores actuais e futuros;
A acção regulatória que promova um serviço social, economicamente
justo, capaz de satisfazer os consumidores e os provedores de serviço;
Participação
As entidades reguladas e os consumidores devem ser consultados na
tomada de decisão sobre aspectos fundamentais da regulação e na
avaliação prévia do seu impacto.
Pragmatismo
Disponibilidade do recurso ao processo e opções alternativas de regulação,
de acordo com a realidade e condições específicas do serviço em cada
sistema de abastecimento de água.
Consistência e Confiabilidade
Uma regulação previsível e estável do sistema que permita e viabilize a
acção dos responsáveis pelo serviço, e promova a confiança pelos
consumidores e o equilíbrio dos interesses em presença;
Prestação de Contas e Transparência
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Os objectivos, processos e decisões regulatórias, bem como os respectivos
custos, são expostos às autoridades competentes e ao conhecimento
público.
Cabe sublinhar que o CRA encetou esforços, desde os primeiros anos da sua existência, no
sentido de institucionalizar formatos de colaboração activa, como o “Quadro de Colaboração
CRA - Município” para avaliar/monitorar o nível de satisfação dos consumidores e a
qualidade do serviço. Para uma mais efectiva prossecução deste objectivo foi instituída a
figura do Delegado do CRA junto dos Municípios. De salientar, a este respeito, a nomeação
dos primeiros Delegados residentes em cada Município, a partir de 2003.
O CRA encarou, também, as ONGs e outras organizações da sociedade civil como parceiros
úteis, em particular na defesa dos consumidores, notavelmente na acção nas zonas peri-
urbanas, onde vive a população mais vulnerável.
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O CRA começa a preparar-se para a eventual ampliação do seu papel em escala e âmbito. Por
exemplo, recomenda então o CRA, que o actual QGD não deve ser estendido mecanicamente,
antes devendo estar assente em “responsabilidades definidas a vários níveis, com a regulação
a realizar-se a dois níveis: Central e Local (regulação indirecta), susceptível de maior eficácia
para os sistemas mais pequenos.
Vai tomando corpo uma “Nova Visão” a médio prazo. É assim que a finais de 2006, o CRA
submete ao Governo um documento de “Orientações Estratégicas do CRA, 2007-2009”.
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“regulação compartilhada” ou ainda “regulação indirecta”, através do envolvimento das
Autarquias locais e, progressivamente, da sociedade civil.
Dois importantes momentos vão marcar este processo de reflexão sobre a visão do
desenvolvimento do CRA, a saber:
Dada a natureza das suas atribuições, enquanto entidade supervisora de projectos e serviços,
o CRA vai exigir para o seu quadro de pessoal, uma equipa técnica qualificada e experiente,
merecedora de respeito e consideração, desafio que só vai poder ser respondido de forma
gradual e paulatina. Assim, o CRA vai optar por um crescimento da sua capacidade através
de contratação externa, na base de uma rede de profissionais em regime liberal, mobilizados à
medida das necessidades.
Regulação económica;
Salvaguarda dos interesses dos consumidores;
Conciliação dos interesses do Cedente e do Operador;
Acompanhamento e aconselhamento dos processos de gestão delegada;
Identificação das necessidades dos consumidores actuais e futuros; e,
Funcionamento e melhoria do Quadro da Gestão Delegada.
Técnicos Superiores 4 6 16 22
Técnicos Médios 3 7 6 9
Técnicos básicos 2 2 6 7
O CRA tem estado a conter o crescimento programado do seu Quadro de pessoal, em função
da disponibilidade de receitas próprias (ver ponto 4.3).
13
Inclui os Delegados do CRA, em regime de part-time, sendo 4 de nível superior e 3 de nível médio
Página 46 de 76
Assim, o CRA inicia a operacionalização efectiva do seu mandado através do seu primeiro
Plano Estratégico cobrindo o período 2003-2005, e no qual vai estabelecer cinco Objectivos
Principais, visando, nomeadamente: i) Promover a revisão do sistema e estrutura tarifária à
luz da Política Tarifária de Águas; ii) Consolidar o papel regulador do CRA a nível nacional;
iii) Estabelecer canais de comunicação para protecção do consumidor; iv) Apoiar a definição
de um QGD descentralizado e de um marco regulatório nacional; e finalmente, v) Estabelecer
um sistema para monitorar os serviços.
Contudo, a acção do órgão vai ser ainda, muito influenciado pelo processo de renegociação
dos contratos ente o FIPAG e a AdeM (ver Capitulo 1), o qual absorveu de modo
significativo a direcção da instituição. Frequentemente solicitado pelas partes em modo
informal para ajudar a alcançar uma solução mutuamente aceitável, o CRA vai seguir muito
de perto todo o processo negocial, até ao seu desfecho final em Dezembro de 2003.
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O ano de 2006 foi marcado pelo desenvolvimento das Orientações Estratégicas do CRA que
serviram de base para a elaboração do Plano Estratégico 2006-2009.
2007 foi um ano de muitas realizações, tendo como pano de fundo, a criação de capacidade
institucional. Vários estudos e acções foram realizados com vista a dotar o Regulador de
ferramentas para melhor levar a cabo a sua missão. Os produtos essenciais destes estudos
foram:
Durante o ano, o CRA participou ainda, na preparação do novo projecto financiado pelo
Banco Mundial, designado “Water Services and Institutional Support”, o qual tem como
importante objectivo a transferência da experiência da Gestão Delegada aos sistemas
secundários. O Projecto teve o seu início em 2008.
Outra acção de vulto foi o início, em parceria com o FIPAG, de processo de diálogo com o
Município de Maputo para a definição de estratégia de integração dos Pequenos Operadores
Privados, no quadro formal de abastecimento de água.
Página 48 de 76
Durante o ano em causa, realizou-se um processo de auscultação pública sobre o novo
Contrato de fornecimento de Água Potável (Contrato de Adesão), o qual entrou em vigor em
2008.
Finalmente, reportar que 2008, foi o ano em que foi posta à prova a capacidade técnica e
institucional do Regulador, ante o processo de Revisão Periódica do Contrato de Cessão de
Exploração do Sistema de Maputo, cuja Deliberação do CRA, em Maio, foi aceite pelas
Partes. Outra actividade importante em 2008 foi o acompanhamento pelo CRA, junto ao
FIPAG, da preparação do Caderno de Encargos para o concurso de selecção de novos
operadores dos sistemas de Beira/Dondo, Quelimane, Nampula e Pemba.
Se estas receitas permitiam, até 2003, cobrir todos os custos correntes, relativos à regulação
dos cinco sistemas então integrados, nos últimos 2 anos têm sido, apenas suficientes para
pagar salários dos trabalhadores e pouco mais. De facto, o CRA tem estado a conter o
necessário crescimento do quadro técnico, programado no Plano de Negócios, 2007-2009.
Em 2004, o CRA passa a gerir directamente os fundos para suporte financeiro ao seu
desenvolvimento, alocados pelo Banco Mundial. Deste modo, o CRA vai empenhar, entre
2000 e 2008, cerca de US$5 milhões, em consultorias, equipamento, assistência técnica e
formação.
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casos, os fundos foram usados para financiar algumas despesas correntes, bem como
comparticipar nos investimentos de capacitação institucional.
Página 50 de 76
Testemunho
Página 51 de 76
Capítulo V
Consideramos, por isso, serem decisivos os próximos anos para o sucesso da Gestão
Delegada e seu desenvolvimento sustentado. Assim, de modo resumido, os principais
desafios e perspectivas seriam:
O nível de perdas de água, por razões técnicas (condutas com fugas de água) ou por razões
designadas por comerciais (consumo real não facturado), começa agora a ser mais
realisticamente avaliado e é muito elevado. Há cidades que teoricamente podem ter 24/24
horas de distribuição de água mas com várias zonas onde mal chega a água por problemas de
rede e seu maneio. De 2007 a 2008, nota-se uma tendência de melhoria no controle da
distribuição de água.
A Tarifa ao Consumidor atingiu em 2007, 80% dos alvos de cobertura de custos dos alvos
estabelecidos, mas no entanto, ela tem estado a ser contida até hoje, por razões de mitigação
de vários bens e serviços básicos, o que vai obrigar um grande esforço de acomodação de
programas em curso, ou planificados.
O QGD tem estado a atrair investimentos adicionais e novos investidores, em particular para
a Cidade de Maputo que pode melhor sustentar créditos. Maputo precisa de aumentar em
muito a sua capacidade de oferta de água pois é o sistema em que tem sido mais difícil
aumentar o número de horas de distribuição. Os restantes sistemas, mais pequenos, foram já
beneficiados em obras que aumentaram em muito a capacidade de produção de água até
2007.
A carteira de projectos sob gestão do FIPAG, rondava em cerca de 150 milhões de Dólares
em 2004, em 2008 esse valor atingiu cerca de 400 milhões de Dólares, para o período até
2012 aproximadamente. Uma parte significativa deste investimento representa créditos que
obrigam a um serviço da dívida que tem de ser sustentado por receitas adicionais
provenientes das tarifas ao consumidor.
Página 53 de 76
O futuro da expansão da gestão delegada estará possivelmente na sua aplicabilidade aos
sistemas mais
pequenos, com um
s
na quadro contratual e
rba
U l um processo de
ias ma
Sis
r i f er n f or gua
Em em t
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as
Op 40
% U autoridades locais,
até de o:
20 Água Urbana A l v com apoio do nível
15
15 Cidades/13 Sistemas provincial e central.
As medidas e
Interacç
Interacção com o orientações deste
Saneamento Urbano
CONHECER
O NOSSO processo estão já a ser
Alvo: Principais Cidades “MERCADO”
MERCADO” preparadas pelo
Governo, o que vai
obrigar a um desenvolvimento do quadro legal e as necessárias medidas de capacitação das
instituições, a vários níveis. Nesta óptica, o CRA está a estudar e desenvolver opções de
“Regulação Indirecta” que mobilize a autoridade local na criação de condições de
imposição local de um quadro - padrão de regulação emitido centralmente, pelo CRA
ou pelo Governo.
O CRA tem dado especial atenção à avaliação do serviço às periferias urbanas, normalmente
mais vulneráveis no que refere à degradação da qualidade do serviço e tem estado, desde
2005, a desenvolver iniciativas e estudos no sentido de se estabelecer como uma mais-valia
entanto que regulador, para os consumidores ao nível das periferias urbanas.
Página 54 de 76
Hoje, calcula-se que cerca de 26% da população residente nos bairros periféricos das Cidades
de Maputo/Matola (vide gráfico 5.1), usa a torneira do quintal do vizinho como fonte
primária de abastecimento de água. Muitos dos bairros periféricos das Cidades de Maputo e
Matola, porque nunca estiveram ligados a rede pública de abastecimento de água,
propiciaram o surgimento de operadores informais para a provisão do serviço de
abastecimento de água. Com base neste cenário, o CRA tem vindo a equacionar a
possibilidade da
Gráfico 5.1 - Fontes de Abastecimento de Água em
Maputo e Matola
legalização da revenda
de água nos quintais
estando, matéria que
colheu consenso das
entidades envolvidas e
se encontra em fase de
operacionalização.
Outro desafio importante refere à capacidade em pagar pelos grupos de mais baixa renda.
Com base nos resultados do estudo “Avaliação da Satisfação do Consumidor de Água
realizado em 2007
Gráfico 5.2: Acesso dos Agregados Familiares às fontes de água
40
segundo o nível de pobreza pode-se constatar que
35 grande parte da
30 população de mais
25 baixa renda está
% que usa
Página 55 de 76
domiciliária, tipo torneira no quintal, para uma factura mensal na ordem de 250,00 Meticais,
valor muito superior a actual factura correspondente ao consumo de 10 metros cúbicos por
mês o que corresponde a 150,00 Meticais.
Página 56 de 76
5.3. Perspectivas e Orientações no Âmbito da Regulação
A matéria exposta nos pontos anteriores consubstancia parte essencial dos desafios do futuro,
e tem sido objecto de reflexão sistemática por
parte do CRA. Como referido, em 2006 o CRA Caixa 5.1.
preparou, à luz do PARPA II, as suas
Política de Águas, 2007:
Orientações Estratégicas até 2009. No mesmo
período, mais precisamente em 2007, o “Para as principais cidades, a
Governo aprovou uma nova Política de Águas, experiência da gestão delegada e
dando continuidade e aprofundando as regulação independente deverá ser
reformas do sector. A experiência da gestão expandida, com o envolvimento dos
delegada é apreciada favoravelmente e Municípios, autoridades locais e
recomendada a sua extensão aos sistemas de operadores privados, sempre que os
menor dimensão. sistemas possam tornar-se auto
sustentáveis.”
Assim, é colocada em evidência a perspectiva
da ampliação da regulação e do papel do CRA, “A experiência de regulação será
como um dos maiores desafios que se colocam expandida na linha de separação de
a frente da instituição. Vai ser em torno destas funções, estabelecendo uma regulação
orientações e da procura de soluções independente para os fornecedores de
sustentáveis, convencionais ou alternativas, serviços, tanto privados como públicos,
para servir a maioria da população, e ainda tendo em consideração as diferenças
viabilizar a reforma dos serviços em sistemas específicas entre sistemas grandes e
de menor dimensão, que se vão radicar os pequenos.”
desafios futuros do CRA.
Página 57 de 76
ii) No desenvolvimento das capacidades de auto sustentação
O CRA está ciente que o sector está em permanente desenvolvimento e que por isso irá
adaptando estas orientações em sintonia com os programas e as políticas de desenvolvimento
do Governo, face ao que é hoje a visão do CRA:
Página 58 de 76
Testemunho
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Anexo - Informação Técnica
Página 60 de 76
Quadro 1: Volumes e Água não Contabilizada
Maputo/Matola Volume Facturado (103 m3 ) 24.225 26.824 25.797 27.592 28.127 29.417
Nampula Volume Facturado (103 m3 ) 2.348 2374 2.447 2.788 3.026 3.901
Pemba Volume Facturado (103 m3 ) 1.024 1.254 1.039 1.514 1.542 1.752
14
Valor médios ou típicos do período.
Página 61 de 76
Gráfico 1: Tempo de Resposta as reclamações
Página 62 de 76
Quadro 2- Investimentos, Principais Obras e impactos 2000-2008
3
Construção de um novo filtro com 1.000 m /h; Disponibilidade de água para mais de cerca
de 200.000 pessoas
3
Construção de um reservatório de 2.000m
no CD de Quelimane;
Página 63 de 76
Reabilitação e extensão da ETA Duplicação da capacidade de tratamento de
3
água de 10.000 para 20.000 m /dia a partir
de 2006;
Nampula 4.858,60 Controlo e redução de perdas Extensão do serviço para mais 160.000
pessoas em 2006
Página 64 de 76
Construção da Nova Estação de Tratamento Aumento da capacidade de produção de
3
e Elevação para 322 m3/h; 5.550 para 8.430m /d;
Página 65 de 76
Quadro 3: Qualidade da Água
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Cidades 2004 2005 2006 2007 2008
Não possuem Laboratórios. Análises são feitas no CHAEM Maputo
1. Criação/Operacionalização
de Laboratórios
Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i,
Chókwè 2. % de Análises DLC Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/i,
Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-S/i
Não possuem Laboratórios. Análises são feitas no Chaem Maputo
1. Criação/Operacionalização
de Laboratórios
Xai-Xai Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-91%,
2. Análises Microbiológicas Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-96%,
Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-100%
1. Criação/Operacionalização
de Laboratórios Não possuem Laboratórios. Análises são feitas no CHAEM Maputo
Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-100%,
Inhambane 2. % de Análises DLC Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-97%,
Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-100%
Maxixe Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-S/i , Coliformes fecais-100%,
2. % de Análises DLC Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-S/I;, Cloro Residual-100%,
Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-S/I, Turvação-100%
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Áreas Criticas Beira/Dondo - Exercício de Mapeamento do CRA
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Áreas Criticas Maputo/Matola - Exercício de Mapeamento do CRA
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FICHAS DE INDICADORES
Indicadores Beira/Dondo
2000-2003 2004 2005 2006 2007 2008
3 3
Volume Produzido (10 m ) 8.102 10.040 11.468 13.312
7.966 9.183
3 3
Volume Facturado (10 m ) 3.671 3.734 4.304 4.296 7.360
3.503
Água não contabilizada (UFW) 55% 53% 62% 57% 63% 45%
6
Valor facturado (10 MZM) s/i s/i
58.371 75.379 80.844 98.630
6
Valor Cobrado (10 MZM) s/i s/i
51.434 63.188 78.971 89.510
Taxa de cobrança s/i s/i 88% 83% 103% 91%
6
Custos Operacionais (10 MZM) s/i 59.305 84.951 86.350 129.311 89.538
Fact. c/base em leitura real (%) 65% 56% 86% S/I 93% 96%
Nr. de reclamações 684 1.214 1.081 800 1.888 1.105
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Indicadores Quelimane
2000-2003 2004 2005 2006 2007 2008
3 3
Volume Produzido (10 m ) 1.537 1.580 3.165 3.300
1.531 1.503
3 3
Volume Facturado (10 m ) 1.090 1.000 961 1.290 1.944
937
Água não contabilizada (UFW) 29% 35% 38% 39% 59% 41%
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Indicadores Nampula
2000-2003 2004 2005 2006 2007 2008
3 3
Volume Produzido (10 m ) 4.030 4.316 5.046 5.584
4.363 4.290
Volume Facturado (103m3) 2.348 2374 2.788 3.026 3.901
2.447
Água não contabilizada (UFW) 42% 46% 43% 35% 40% 30%
6
Valor facturado (10 MZM) s/i s/i
29.332 45.222 58.203 61.163
6
Valor Cobrado (10 MZM) s/i s/i
26.105 33.917 52.769 50.704
Taxa de cobrança s/i s/i 89% 75% 91% 83%
6
Custos Operacionais (10 MZM) s/i
24.283 66.184 96.472 51.885 57.612
Fact. c/base em leitura real (%) 40% 40% 43% s/i 70% 73%
Nr. de reclamações 828 932 292 737 318 516
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Indicadores Pemba
2000-2003 2004 2005 2006 2007 2008
3 3
Volume Produzido (10 m ) 1.982 2.596 1.807 3.000 2.858 2.932
3 3
Volume Facturado (10 m ) 1.024 1.254 1.039 1.514 1.542 1.752
Água não contabilizada (UFW) 48% 52% 43% 50% 46% 40%
6
Valor facturado (10 MZM) s/i s/i 14.673 20.755 37.519 25.446
6
Valor Cobrado (10 MZM) s/i s/i 14.233 17.642 21.528 23.315
Taxa de cobrança s/i s/i 97% 85% 92% 92%
6
Custos Operacionais (10 MZM) s/i 16.356 14.630 25.973 22.602 20.856
Fact. c/base em leitura real (%) 79% 75% 68% 0% 75% 77%
Nr. de reclamações 1.632 1.411 1.351 869 2.332 510
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Indicadores Chókwè
2006 2007 2008
3 3
Volume Produzido (10 m ) 2.654 2.109 1.959
3 3
Volume Facturado (10 m ) 1.027 1.057 .252
Água não contabilizada (UFW) 61% 50% 32%
Fontanários Operacionais 34 64 70
Cobertura 35% 57% 62%
Tempo de distribuição 19 16 16
(horas/dia)
Indicadores Xai-Xai
2006 2007 2008
3 3
Volume Produzido (10 m ) 2.497 3.253 3.905
3 3
Volume Facturado (10 m ) 1.190 1.342 2.019
Água não contabilizada (UFW) 52% 59% 50%
Fontanários Operacionais 30 64 69
Cobertura 21% 52% 67%
Tempo de distribuição 20 24 17
(horas/dia)
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Indicadores Inhambane
2006 2007 2008
3 3
Volume Produzido (10 m ) 2.009 1.742 2.012
3 3
Volume Facturado (10 m ) 1.196 1.223 1.505
Água não contabilizada (UFW) 40% 30% 33%
3
Valor facturado (10 MZM) 13.249 17.086 22.665
3
Valor Cobrado (10 MZM) 12.189 14.694 17.067
Taxa de cobrança 92% 86% 75%
3
Custos Operacionais (10 MZM) 12.832 15.211 16.459
Fact. c/base em leitura real (%) 47% 73% 91%
Nr. de reclamações 333 664 725
Indicadores Maxixe
2006 2007 2008
3 3
Volume Produzido (10 m ) 777 684 1.022
3 3
Volume Facturado (10 m ) 383 462 703
Água não contabilizada (UFW) 51% 32% 31%
3
Valor facturado (10 MZM) 3987 5125 9665
3
Valor Cobrado (10 MZM) 3867 4664 8101
Taxa de cobrança 97% 91% 84%
Custos Operacionais (103MZM) 3.742 4.601 6.670
Fact. c/base em leitura real (%) 81% 96% 80%
Nr. de reclamações SI 736 819
População 118.430 105.895 108.436
Total Ligações 1.279 1.848 4.298
Ligações Domésticas 1.121 1.650 4.031
Fontanários Operacionais 15 50 80
Cobertura 9% 32% 58%
Tempo de distribuição 19 16 21
(horas/dia)
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Notas:
1: Os dados do período 2000-2003 é uma média ponderada ou média representantiva
do período atendendo a precariedade e inconsistência da informação no périodo
inicial dos contratos
2: A população total foi projectada a partir dos dados do censo de 1997, tendo como
base taxa de crecimento natural das provincias que se assumiu igual a das
respectivas capitais provincias ou cidade satelite.
3: A cobertura foi calculado com base nas ligações domésticas e fontanários
facturados no caso de Maputo e 4CN e nas 4CS os fontanários indicados como
operacionais. Quanto ao fontanários facturados julgamos que representam melhor a
situação de fontanarios operacionais pois é nestes que as empresas têm melhor
controlo da situação.
4: Onde não foi possível tratar ou ajuizar os dados indicamos Informação Inconsistente
e Sem Informação (S/I). Nestes caso esperamos que nos facultem ou indique as
razões de indisponibilidade de dados.
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