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CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA – CCT

UNIDADE ACADÊMICA DE FÍSICA – UAF


CURSO: Engenharia Civil
DOCENTE: Laerson Duarte da Silva
GRUPO: - Francisco de Assis Correia Diniz Filho (120110764)
- Onildo Batista de Almeida Filho (120110660)

RELATÓRIO XI – CAMPO MAGNÉTICO DE DOIS FIOS PARALELOS E


LONGOS

CAMPINA GRANDE,
Agosto de 2022
1. INTRODUÇÃO

A direção B em cada ponto é tangente às linhas de campo e seu sentido, pode


ser determinado pela regra da mão direita.

Pela Lei de Ampere:

Desenvolvendo o 1º membro da equação, tem-se:

Para um mesmo r, B é constante:

Portanto:

Ou ainda:

Ampère observou experimentalmente que dois fios longos e paralelos,


separados por uma distância d, e percorridos, respectivamente, pelas correntes
Ia e Ib, de mesmo sentido, se atraem mutuamente. As forças que os fios
exercem um sobre o outro têm o mesmo módulo e sinais opostos. Para
correntes de sentidos opostos os dois fios se repelem.

Pode-se determinar o campo magnético total ao redor de dois


condutores, isto é, o campo que atuaria sobre uma outra corrente ou sobre
uma agulha imantada situada nas proximidades, somando vetorialmente os
campos correspondentes às correntes Ia e Ib. Este campo está esquematizado
abaixo.

Na primeira figura mostra o campo em torno de dois fios, lado a lado, as


correntes têm o mesmo sentido, assim os fios se atraem. Na segunda figura, as
correntes têm sentidos opostos, e os fios se repelem.

Os condutores se repelem quando as linhas de campo são mais densas


na região compreendida entre eles do que na região externa a eles e que se
atraem, quando as linhas são mais densas fora do que entre eles.

As linhas de B atuam como se fossem alças de borracha, que resistem ao serem


distendidas ou comprimidas. Imaginando-se deste modo as linhas de campo
total, tem-se uma ideia sobre as forças e os movimentos de correntes em
campos magnéticos sem a necessidade de fazer cálculos detalhados.

Dividindo o espaço em três regiões I, II, III. Considerando r a distância em


relação ao fio 1. Calcula-se o campo B:

Na região I:

Na região II:
Na região III:

Onde:

- r: distância genérica do ponto considerado ao fio 1;

- d: distância entre os fios;

- I: corrente que passa pelos fios

Na realização do experimento verifica-se as fórmulas, medindo-se o campo nas


regiões I e II, em função da distância r.

Na prática é bastante difícil medir um campo magnético estacionário.


Para verificar os campos dados pelas fórmulas citadas acima, é aconselhável
servir-se de um artifício que facilita a medição. Este artifício consiste em
mandar uma corrente alternada de frequência bastante baixa (60 Hz) através
dos fios. Isto não afeta a distribuição espacial do campo. Em seguida,
aproveita-se o efeito de indução (Lei de Faraday) causando em uma bobina
retangular colocada no ponto onde se quer medir o campo.

Colocando uma bobina retangular de comprimento a e espessura b (a>>b) a


uma distância genérica r do fio, com o seu comprimento paralelo ao mesmo:

Para todos os pontos a uma distância r do fio, o módulo do campo magnético é


o mesmo.
O fluxo magnético na superfície da bobina é:

Colocando a bobina e o fio no mesmo plano (horizontal), temos que o


campo de indução magnética B será paralelo ao vetor de superfície ds da
bobina de prova. Portanto o ângulo será igual a 0º. Neste caso, temos o fluxo
máximo na superfície da bobina de prova.

Nesta situação o valor de B, varia apenas com r. Porém se a espessura


b da bobina for bastante pequena em relação à distância r, o campo não
variará apreciavelmente ao longo desta espessura. Como o campo constante
sobre a superfície S da bobina.

Para uma bobina de N voltas:

O produto NS é denominado “área efetiva” da bobina de detecção. Se


o campo é variável com o tempo, há a indução uma força eletromotriz nos
terminais da bobina de detecção igual a: (Lei de Faraday).
Substituindo tem-se:

Ou:

Onde,

Os multímetros e amperímetros para corrente e tensão alternadas indicam


valores RMS, sendo assim, tem-se:

OBJETIVOS

Verificação da Lei de Ámpere em se tratando do campo magnético


produzido por um fio longo; Comprovação do princípio da superposição de
campos magnéticos para os campos produzidos por dois fios paralelos e muito
longo; Aplicação do princípio da indução (Lei de Faraday) na medição de
campos magnéticos.

2. MATERIAIS E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

2.1 Montagem com um fio longo


- Dois fios longos;
- Fonte da tensão alternada;
- Amperímetro;
- Multímetro;
- Reostato;
- Bobina de detecção.

2.1.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Figura 1: Montagem com um fio longo

O circuito foi montado de acordo com a figura acima, mantendo o cabo de retorno
bastante afastado da bobina. Ligou-se a fonte e estabeleceu uma corrente de 2,0A no
circuito, manipulando a fonte e o reostato.

A bobina ficou paralela ao fio. Anotou-se os parâmetros da bobina, e o número de


espiras. Quando se obteve uma deflexão no voltímetro, girou-se a bobina em torno do
próprio eixo longitudinal e observou-se o comportamento da f.e.m induzida. Foi feita a
medida da tensão induzida na bobina 𝐸 em função da distância r até 𝑅𝑀𝑆 o fio, variando
r a intervalos de 1,0 cm. Os valores obtidos foram anotados na tabela 1.

Depois manteve a bobina a uma distância de 4,0 cm do fio e mediu a


tensão induzida ERMS em função da corrente IRMS no circuito, variando a corrente
IRMS no fio a intervalos de 0,2 A. Os valores obtidos foram anotados na tabela 2.

Tem-se que:

N = 1300 esp; a = 35,5 cm; b = 0,90cm


Tabela 1: IRMS fixa (IRMS = 2,0 a) e r variável

r(cm) 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5 10,5 11,5 12,5 13,5 14,5
ERMS(mV) 16,5 14,6 11,5 9,3 8,1 7,1 6,0 5,4 4,5 4,1 3,9 3,6 3,0

Gráfico 1: Relaciona a Tensão Induzida ERMS fixo (IRMS = 2,0A) em função da distância
1/r variável na montagem com um fio longo. ERMS x (1/r)

Tabela 2: r fixo (r = 2,5cm) e IRMS variável

I(A) 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
ERMS(Mv) 0,4 1,8 2,6 3,6 5,2 6,0 6,7 7,5 8,4
Gráfico 2: Relaciona a Tensão Induzida fixa em Função da Corrente IRMS variável na
montagem com um fio longo. ERMS x IRMS.

Tabela 3: Região 1 IRMS fixa (IRMS = 2,0A) e r variável em relação ao fio 1

r(cm) 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5 10,5 11,5 12,5 13,5 14,5 15,5 16,5 17,5
ERMS(mV) 19,4 13,3 10,0 7,7 6,1 5,1 4,3 3,7 3,2 2,8 2,5 2,5 2,2 2,0 1,8 1,6

Gráfico 3: Relaciona a tensão induzida ERMS fixo (IRMS = 2,0 A) na região I em função
da distância r variável em relação ao fio 1, na montagem com dos fios longos e
paralelos.
Tabela 4: Região 2 IRMS fixa (IRMS = 2,0 A) e r variável em relação a região
entre os dois fios

r(cm) 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5 10,5 11,5 12,5 13,5 14,5 15,5 16,5
ERMS(mV) 25,4 20,4 16,3 14,4 13,2 12,3 11,9 11,6 11,5 11,9 12,5 13,5 14,8 15,8 19,7

Gráfico 4: Relaciona a tensão induzida ERMS fixo (IRMS = 2,0 A) na região II em função
da distância r variável em relação a região entre os dois fios na montagem com dois fios
longos e paralelos.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Experimento: Campo Magnético de Dois Fios Paralelos e Longos (Montagem


Com Um Fio Longo e Montagem Com Dois Fios Paralelos e
Longos).
A) A partir dos dados das Tabelas 1 e 2, construa os gráficos da f.e.m.,
induzida ε rms em função de 1/r e em função de Irms.. Determine a área
efetiva da bobina de indução (NS) em cada gráfico, comparando os
valores obtidos com o valor teórico (obtido através dos dados da bobina
de indução).

Com os dados obtidos nas tabelas 1 e 2 do experimento foram construídos os


gráficos 1 e 2 em papel milimetrado, para cada uma das tabelas, sendo
gráficos do tipo:

Gráficos 1 e 2: Montagem com um fio longo.

❖ Cálculo da área efetiva da bobina de indução ou NS teórico:

Dado que: N = 1300 esp; a = 35,5 cm; b = 0,90 c

Temos:

❖ Cálculo do valor de NS experimental para os gráficos 1 e 2:


Construiu-se os gráficos da f.e.m. induzida ERMS em função de 1/r, e em função
de IRMS, para o circuito da Fig. 13-11 da apostila de experimental. A Tabela 1
mostra os valores de ERMS em função de 1/r. A partir da inclinação do gráfico
determinou-se o NSEXP em cada gráfico, comparando com o valor teórico (o
valor teórico é NS = 4,15 m2):
Em, ERMS em função de 1/r:
O desvio percentual associado é:

Em ERMS em função de IRMS:

O desvio percentual associado é:

B) A partir dos dados da Tabela 1, calcule o valor teórico da f.e.m. induzida na


bobina ε rms a 8,5 cm do fio para Irms = 2,0A. Determine o desvio percentual da
medida experimental da εrms em relação ao valor medido pelo voltímetro em x =
8,5 cm. Use o (NS) experimental obtido no item (a).

❖ Cálculo do valor teórico da f.e.m. induzida na bobina ε rms a 8,5 cm do fio


para Irms = 2,0A.

Para determinar a força eletromotriz, sabe-se que:

Para este cálculo vamos utilizar o valor de NSEXP obtido do segundo gráfico. A
razão é que o valor experimental o qual comparamos foi o valor de ERMS medido contido
no segundo gráfico. Pela equação abaixo:
Cálculo da Inclinação C da reta no Gráfico 1:

Para os gráficos da f.e.m em função do inverso do raio tem-se que a inclinação


C da reta é equivalente a:

Onde ω é a frequência da corrente (120 π) e µ é a constante de 0


permeabilidade magnética no vácuo.

Cálculo da Inclinação C da reta no Gráfico 2:


Já para o gráfico da f.e.m em função da corrente 𝐼 a inclinação D da reta é 𝑅𝑀𝑆
equivalente a:

C) Determine a expressão para a f.e.m., entre os fios 1 e 2 (Região II)


para correntes de sentidos opostos.

Para determinar a força eletromotriz, sabe-se que:

Para o experimento com dois fios longos e paralelos, cujas correntes estão em
sentidos opostos, no espaço entre os fios, o campo magnético será a soma
vetorial dos campos individuais de cada fio. Observando que a distância entre
os fios é d, e utilizando a expressão obtida anteriormente para a força
eletromotriz induzida de um fio numa bobina, tem-se:
Derivando a expressão acima com relação a r e igualando a zero, descobre-se
que E apresenta um valor de mínimo local em r = d/2.

D) Construa os gráficos da tensão induzida em função da distância ao


fio 1, para as regiões I e II. (considere positivas as distâncias na região II e
negativas na região I).
Com os dados obtidos nas tabelas 3 e 4 do experimento foram construídos os
gráficos 3 e 4 em papel milimetrado, para cada uma das tabelas, sendo gráficos do tipo 𝐸
e . 𝑅𝑀𝑆 𝑥(1/𝑟) 𝐸𝑅𝑀𝑆𝑥𝐼𝑅𝑀𝑆.
Gráficos 3 e 4: Montagem Com Dois Fios Longos e Paralelos

4. CONCLUSÃO
A partir do resultado desse experimento, foi possível verificar algumas
propriedades do magnetismo, assim, observa-se o comportamento da força magnética
como o seu módulo, quando se varia distância da bobina de prova, ou quando se varia a
corrente.
Portanto, pode-se afirmar que os erros podem acontecer devido ao
arredondamento de cálculos ao uso de materiais danificados, erros na montagem dos
circuitos, etc.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NASCIMENTO, P. L. N.; SILVA, L. D.; GAMA, M. J. A.; CURI, W. F. C.;


GAMA, A.J. A.; CALDAS, A. J. C. Laboratório de Óptica, Eletricidade e
Magnetismo – Física Experimental II.pdf; Universidade Federal de Campina Grande
– Centro de Ciências e Tecnologia, Unidade Acadêmica de Física. Acesso em:
15/08/2022.

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