Você está na página 1de 51

Biofísica da

CONTRAÇÃO MUSCULAR
Introdução
• O alto nível de complexidade atingido pelos animais na coordenação
de movimentos deve-se à participação crescente de tecido muscular
na massa corpórea total desses indivíduos.

• Ao longo da evolução das espécies, a presença de um tecido


especializado no exercício das atividades locomotoras e o
desenvolvimento de um mecanismo de coordenação neuro-humoral
conferiram aos animais uma aptidão indispensável à busca e captura
de alimentos na natureza.
Introdução
• Podemos afirmar que a grande maioria dos animais apresenta células
especializadas com a finalidade de exercer atividade contrátil.

• Existem três tipos de células musculares: esqueléticas, lisas e


cardíacas.

• As células musculares esqueléticas são as efetoras responsáveis pelas


ações voluntárias, como o falar e o correr.
Introdução
• As células do músculo cardíaco e dos músculos lisos respondem
através do sistema nervoso autônomo, desempenhando funções no
sistema vascular, gastrointestinal, geniturinário e outros.

• No corpo humano, 40% de sua massa são compostos por músculos.


Desses, 10% são das musculaturas lisa e cardíaca, e os 90% restantes
são da estriada esquelética.
Estrutura Muscular Esquelética
• A célula muscular esquelética é de característica afilada com
comprimento variável e diâmetro entre 10 e 100 micrômetros.

• A célula muscular (também chamada de fibra) é composta


basicamente por componentes contráteis – as miofibrilas – e contém
em média entre 1.000 a 2.000 desses elementos em cada fibra.

• Apresentam núcleos múltiplos estrategicamente localizados na


periferia, com o objetivo de não restringir o processo contrátil.
Estrutura Muscular Esquelética -
Componentes
• Sarcolema: denominação dada à membrana plasmática da fibra
muscular. Apresenta um revestimento de polissacarídeo que, nas
extremidades das fibras, faz parte da composição dos tendões.

• Sarcoplasma: é o nome dado ao citoplasma da célula muscular, ou


seja, estrutura dentro da qual ficam suspensos as miofibrilas e os
constituintes intracelulares usuais. Entre os seus conteúdos
encontramos as mitocôndrias, sais de magnésio, cálcio, potássio,
sódio entre outros.
Estrutura Muscular Esquelética -
Componentes
• Miofibrila: são organelas cilíndricas responsáveis pela
contratividade. São compostas por feixes de miofilamentos
(sarcômeros) de dois tipos: grossos (1.500 unidades) e finos
(3.000 unidades).

• As miofibrilas são o principal constituinte das fibras


musculares, que, por sua vez, formam os inúmeros fascículos
que compõem cada músculo.
Estrutura Muscular Esquelética -
Componentes
• Retículo Sarcoplasmático: é o retículo endoplasmático liso presente
no interior do sarcoplasma das células musculares.

• O retículo sarcoplasmático dilata-se para formar as chamadas


cisternas terminais, dentro das quais são armazenados íons de cálcio,
fundamentais para o processo de contração muscular.

• Esses íons são transportados ativamente para o interior das cisternas


através de uma cálcio-ATPase transportadora.
Estrutura Muscular Esquelética -
Componentes
• Sarcômero: constitui a unidade funcional do músculo estriado e
apresenta tamanho que varia entre dois e três micrômetros de
comprimento.
Composição Bioquímica dos Filamentos Grossos e
Finos
• Os filamentos finos são compostos por três proteínas: a Actina, a
Tropomiosina e a Troponina e têm diâmetro de 80 Å e comprimento
entre 1 a 1,1 micrômetro em cada lado da linha Z.

• Os filamentos grossos são compostos exclusivamente por Miosina,


possuindo um diâmetro de 120 Å e um comprimento variável entre
1,5 e 1,6 micrômetro. A sua localização estrutural é central a um
conjunto de seis filamentos finos.
Composição Bioquímica dos Filamentos
Grossos e Finos
• A relação entre filamentos finos e grossos é de dois para um
(2:1), demonstrando projeções que permitem a interligação
entre ambos, sendo essas interligações as responsáveis pela
redução de tamanho do sarcômero durante o processo
contrátil.
Composição Bioquímica dos Filamentos Finos
Mecanismo da Contração Muscular
• O mecanismo de contração muscular é iniciado com a chegada do
estímulo nervoso ao músculo (acetilcolina). Nas fibras musculares
podem ser observadas regiões especializadas na transmissão
sináptica entre o neurônio motor e a fibra muscular.

• Havendo estímulo, o retículo sarcoplasmático libera vesículas


contendo íons de cálcio no sarcoplasma entre as miofibrilas proteicas.
O complexo mecanismo abrange uma inter-relação de fenômenos de
natureza físico-química, cuja característica principal é a necessidade
de energia.
Mecanismo da Contração Muscular
• A energia fornecida para o fenômeno será obtida de uma fonte
primária de armazenamento: o ATP (trifosfato de adenosina).

• A hidrólise de ATP fornece energia. Os produtos dessa quebra são o


ADP (difosfato de adenosina) + fosfato inorgânico (Pi) + energia. O
trifosfato de adenosina é uma molécula bastante instável.
Mecanismo da Contração Muscular
• Mesmo estando um músculo em repouso, há alguma superposição
entre os filamentos grossos e finos de cada lado do sarcômero em
direção ao centro.

• Essa força é provocada pela ação combinada de todas as pontes


cruzadas formadas quando as cabeças miosínicas fazem contato com
os locais de fixação na actina.

• Quando a musculatura se contrai é realizado trabalho e é necessária


energia.
Mecanismo da Contração Muscular
• Grandes quantidades de ATP são clivadas e a energia é fornecida para
o mecanismo de contração muscular.

• Na contração muscular cada cabeça miosínica passa a) por um ciclo


de fixação do filamento fino adjacente b) de deslocamento do
filamento fino em relação ao filamento grosso c) de desprendimento
do filamento fino e d) de preparação para um novo ciclo.
Actina por
actina
Como Funciona a Contração ?

RELAXAMENTO
1. Degradação da acetilcolina
2. Canais iônicos fecham-se
3. Repolarização da membrana
4. Diminuição da permeabilidade do retículo sarcoplasmático (RS) aos
íons de Ca2+
5. Os íons de Ca2+ são bombeados de volta ao RS (processo lento com
consumo de ATP)
6. Os íons de Ca2+ são retirados das moléculas de troponina C, que volta a
conformação original
7. A tropomiosina retorna a cobrir a região do encaixe da actina
8. Quebram-se os complexos miosina-actina
9. O complexo miosina-ATP se reconstitui nas cabeças de miosina,
pronto para um novo potencial de ação
Mecanismo da Contração Muscular
Controle da contração muscular
Controle da contração muscular

DHPR: Alteram a conformação


dos canais de Ca+

RyR: Canal de Cálcio


Controle da contração muscular

RyR: Canal de Cálcio

Ca+
Controle da contração muscular
Unidade Motora
Contração Isométrica
Contração Isométrica
Contração Isotônica
Contração Isotônica
Somação e Tetanização
Somação e Tetanização

estímulos somando-se para atingir uma contração até que a própria ocorra de fato = tetanização
Fadiga
Fadiga
Fadiga
Principais íons que participam da contração
muscular
Principais íons que participam da contração
muscular
Principais íons que participam da contração
muscular
Principais íons que participam da contração
muscular
Hipertrofia e Hiperplasias musculares
Hipertrofia e Hiperplasias musculares
Bibliografia
• DE OLIVEIRA, JARBAS RODRIGUES; HARALD WATCHER,PAULO.
BIOFÍSICA:PARA CIÊNCIAS BIOMÉDICAS. Edição do Kindle.

Você também pode gostar