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ESTÉTICA E COMSÉTICA

BRUNA

REDUÇÃO DE FIBRO EDEMA GELÓIDE POR MEIO DE RECURSOS


TECNOLÓGICOS, MANUAIS E REEDUCAÇÃO ALIMENTAR

CIDADES
CAMPUS
2021
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
ESTÉTICA E COMSÉTICA

BRUNA

REDUÇÃO DE FIBRO EDEMA GELÓIDE POR MEIO DE RECURSOS


TECNOLÓGICOS, MANUAIS E REEDUCAÇÃO ALIMENTAR

Trabalho de desenvolvimento do Projeto


Integrado Multidisciplinar VIII – PIM VIII,
apresentado à Universidade Paulista
como exigência parcial para aprovação do
4° trimestre de Tecnologia em Estética e
Cosmética.

CIDADES
CAMPUS
2021
RESUMO

O Projeto Integrado Multidisciplinar VIII caracteriza-se pelo desenvolvimento de um


estudo teórico-prático, ao longo de cada bimestre letivo, com escopo previamente
delimitado, concluindo com a elaboração de relatório em formato de trabalho
acadêmico ao final de cada bimestres. As disciplinas utilizadas ao longo do trabalho
são: Recursos Tecnológicos Estéticos Gerais; e Noções de Nutrição e Dietética. O
presente PIM VII tem como problema de pesquisa: Como se dá a redução de fibro
edemia geloide por meio de recursos tecnológico, manuais e reeducação alimentar?
A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica. Conclui-se que como sempre, a
prevenção é o caminho a seguir, sabendo que o sedentarismo e os vícios da dieta
aumentam a predisposição à lipodistrofia. Mas quando o problema estiver
estabelecido, além das recomendações anteriores, os afetados podem optar
por várias possibilidades de tratamento, cada qual indicado a determinado caso.

Palavras-chave: Recursos Tecnológicos Estéticos Gerais. Noções de Nutrição e


Dietética. Fibro Edemia Geloide. Celulite.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................4
2 FIBRO EDEMA GELÓIDE.......................................................................................5
3 AGENTES TÓPICOS...............................................................................................7
4 AGENTES BASEADOS EM ENERGIA..................................................................8
4.1 Frequência de rádio..............................................................................................8
4.2 Laser e luz.............................................................................................................10
4.3 Terapia por ondas acústicas.................................................................................11
4.4 Subcisão................................................................................................................12
5 TRATAMENTOS INJETÁVEIS................................................................................13
5.1 Colagenase Clostridium histolyticum....................................................................13
5.2 Preenchimentos dérmicos.....................................................................................13
6 DIETA ALIMENTAR................................................................................................15
7 TÉCNICAS MANUAIS.............................................................................................17
7.1 Diferenças.............................................................................................................18
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................20
9 REFERÊNCIAS........................................................................................................21
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1 INTRODUÇÃO

O Projeto Integrado Multidisciplinar VIII (PIM VIII) faz parte do Programa


Pedagógico dos Cursos Superiores de Tecnologia da Universidade Paulista (UNIP),
incluindo o de Tecnologia em Estética e Cosmética. Caracteriza-se pelo
desenvolvimento de um estudo teórico-prático, ao longo de cada bimestre letivo,
com escopo previamente delimitado, concluindo com a elaboração de relatório em
formato de trabalho acadêmico ao final de cada bimestre.
As disciplinas utilizadas ao longo do trabalho são: Recursos Tecnológicos
Estéticos Gerais; e Noções de Nutrição e Dietética.
O presente PIM VII tem como problema de pesquisa: Como se dá a redução
de fibro edemia geloide por meio de recursos tecnológico, manuais e reeducação
alimentar?
São objetivos específicos do PIM VIII: proporcionar aos alunos vivência,
treinamento e postura científica na busca de informações e consequente elaboração
de trabalhos. Identificar aspectos pertinentes às disciplinas vigentes, aprofundando
os conteúdos a partir dos conceitos teóricos desenvolvidos em sala de aula,
referências bibliográficas atualizadas e desenvolvimento das práticas realizadas;
pesquisar sobre as técnicas e os procedimentos tradicionais e atuais existentes para
atender a clientela da área estética dentro das normas de regulamentação oficial; e
colocar o aluno em contato com os aspectos sociais, econômicos e de âmbito da
saúde integrados à estética, relacionando-os aos preceitos éticos legais e
mercadológicos.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica.
Por fim, seguem a conclusão e as referências.
5

2 FIBRO EDEMA GELÓIDE

O tecido adiposo subcutâneo é compartimentado em duas camadas


separadas por uma folha fibrosa que cobre todo o corpo, a fáscia superficial. É uma
reminiscência embriológica que em outros mamíferos seja constituída por músculo
(panniculus carnosum) que pode se contrair voluntariamente e que tem várias
funções nos animais (defesa contra insetos, geração de calor, entre outros). 
Em humanos, apenas restos dessa estrutura muscular permanecem na face
(músculos platismáticos do pescoço e couro cabeludo) e no músculo cremaster do
escroto masculino. O depósito anormal de gordura no compartimento externo produz
um aumento da pressão local e um aumento da quantidade de líquido intersticial
(ZIMMERMANN, 2019).
A derme cutânea, insiste o especialista, “tem um sistema de suspensão
ligamentar semielástica, constituído por fibras de colágeno e elastina que unem a
derme à fáscia superficial. O encurtamento relativo dessas âncoras, quando o
conteúdo do compartimento da superfície aumenta, causa tração na derme e
formação de covinhas na superfície. Se adicionarmos os fenômenos usuais de
flacidez da pele ao aumento de volume e peso, o problema aumenta. É por isso que
a maioria das “cascas de laranja” não são visíveis quando o indivíduo está deitado: a
tração que a pele exerce sobre este sistema de suspensão relaxa e as covinhas
desaparecem. Quando se levanta, toda a cobertura de pele puxa novamente,
tensionando novamente as estruturas que produzem as “covinhas” (ZANATTA,
2018).
A Fibro Edema Gelóide (FEG) é uma doença da pele que afeta até 80% das
mulheres pós-púberes (ZIMMERMANN, 2019).. 
Haja vista, a FEG é diferente da obesidade generalizada porque, com a
obesidade, os adipócitos sofrem hipertrofia e hiperplasia, já a FEG é caracterizada
por grandes adipócitos metabolicamente estáveis que são limitados às áreas
inferiores do corpo (por exemplo, pelve, coxas e abdômen) (ZANATTA, 2018).
 Também conhecida como paniculopatia fibroesclerótica edematosa, a FEG
foi descrita pela primeira vez por Alquin e Pavot em 1920 e originalmente
considerada “edema intersticial associado a um aumento no conteúdo de gordura”
(MELO, 2019, p. 111).
6

O fenótipo dessa condição é distinto, com a topografia da pele mudando para


uma superfície que lembra uma casca de laranja. Isso se deve à herniação dos
lóbulos gordurosos subcutâneos através da junção dermo-hipodérmica, onde a
fibrose dos septos de colágeno leva ao seu encurtamento e, por fim, à retração,
ocasionando as depressões que caracterizam a FEG (VALENTIN, 2016, et al. 2016).
De acordo com Santos (2018), embora vários fatores sejam conhecidos por
contribuírem para o desenvolvimento da FEG (sexo, genética, estilo de vida), a
fisiopatologia exata não é conhecida. Os modelos mais prevalentes que foram
propostos abrangem desde causas vasculares/inflamatórias até causas hormonais
e/ou estruturais.
Compreender a etiologia da FEG é fundamental para o desenvolvimento de
abordagens direcionadas, e uma infinidade de opções está disponível para os
dermatologistas oferecerem aos seus pacientes com FEG. Agentes tópicos,
dispositivos baseados em energia, subcisão, medicamentos biológicos injetáveis e,
mais recentemente, preenchimentos dérmicos foram todos usados e estudados em
publicações revisadas por pares quanto à sua segurança e eficácia no tratamento da
FEG.
Segundo Santos (2018), embora a FEG não seja exclusividade do sexo
feminino, há dois fatores que tornam as mulheres mais propensas: a relação massa-
tecido adiposo e a distribuição do tecido adiposo corporal condicionada pelo estado
hormonal feminino. A distribuição de gordura em ambos os sexos é um sinal sexual
secundário, condicionado pela endocrinologia. As mulheres tendem a acumular
gordura ao redor da cintura pélvica, regiões do trocânter e coxas.
Um mito a ser banido é que os homens não sofrem com isso. “Eles podem
ter, mas é muito menos frequente. Normalmente, a gordura se acumula ao redor do
abdômen e principalmente e muito importante, dentro da cavidade abdominal. Só
alguns homens com certos tipos podem desenvolver lipodistrofia.
 
7

3 AGENTES TÓPICOS

Agentes tópicos, combinados com massagens vigorosas, foram as primeiras


tentativas de tratar a FEG. Como acontece com todos os tratamentos tópicos, o
principal desafio dessas terapias é que os princípios ativos atinjam seu alvo em
concentração suficiente para ter um efeito terapêutico. Metilxantinas (aminofilina,
teofilina e cafeína) e retinóides têm sido os ingredientes mais amplamente avaliados
e usados em formulações tópicas para FEG (ZIMMERMANN, 2019).
As metilxantinas são hipotetizadas para melhorar a FEG, estimulando a
lipólise e inibindo a enzima fosfodiesterase, que aumenta a concentração de
monofosfato de adenosina cíclica. Por outro lado, acredita-se que os retinóides
reduzam a FEG, aumentando a espessura dérmica, aumentando a angiogênese,
sintetizando novos componentes do tecido conjuntivo e aumentando o número de
fibroblastos ativos (SAMPAIO; SAMPAIO, 2020).
Para ambos os agentes, houve várias publicações revisadas por pares com
dados promissores, mas os estudos foram pequenos, sem acompanhamento de
longo prazo. No geral, certas formulações podem melhorar a produção de colágeno
e reduzir a flacidez da pele, mas raramente são eficazes na FEG, que requer uma
grande remodelação de gordura, colágeno e tecido conjuntivo (ZANATTA, 2018).
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4 AGENTES BASEADOS EM ENERGIA

Dispositivos baseados em energia que aproveitam a energia de várias fontes,


como lasers, luz, Radiofrequência (RF) e ondas acústicas, foram amplamente
testados para o tratamento de adiposidades localizadas e/ou flacidez da pele.

4.1 Frequência de rádio

Dispositivos de RF fornecem energia térmica para o plano


dérmico/subcutâneo via eletrodo(s). Ao elevar a temperatura do tecido na área-alvo,
a desnaturação, remodelação e neocolagênese do colágeno são estimuladas, mas a
lipólise também é desencadeada. Dependendo da configuração do eletrodo ou
gerador, os dispositivos de RF vêm em várias iterações, começando com a primeira
geração (por exemplo, unipolar, monopolar e bipolar) até a última geração (por
exemplo, multipolar, multigerador e dispositivos controlados por temperatura)
(ZIMMERMANN, 2019).
Alguns dispositivos de RF também integram outras energias em seu design
tecnológico, como luz infravermelha, sucção a vácuo e campos eletromagnéticos
pulsados.
A última geração de dispositivos de RF foi estudada por Starkey (2019) e
demonstrou ser eficaz em ensaios clínicos para reduzir o aparecimento de FEG.
Especificamente, os sistemas Velasmooth e Velashape (Syneron Medical, Israel)
que combinam luz infravermelha, RF bipolar e manipulação mecânica da pele com
sucção e massagem, demonstraram reduzir a FEG.
Em um estudo realizado por Almeida (2018) onde 16 indivíduos com FEG
foram tratados duas vezes por semana durante 6 semanas com o sistema
VelaSmooth, houve uma diminuição de 71,87% na circunferência da coxa e melhora
de 25% da FEG em> 50% dos indivíduos no final do estudo. 
Em outro estudo, dessa vez de Barros (2020), onde 35 mulheres com FEG
receberam de oito a 16 tratamentos duas vezes por semana com o dispositivo
9

VelaSmooth, 70% dos pacientes mostraram uma redução na circunferência da coxa


após 4 semanas de tratamento e 100% dos pacientes mostraram algum nível de
melhora em textura da pele e FEG.
Os pesquisadores levantaram a hipótese de que isso é alcançado devido ao
aumento da circulação, estimulação do metabolismo dos adipócitos e alongamento
mecânico dos cordões fibrosos.
Outros dispositivos que foram aprovados pela Food and Drug Administration
(FDA) para o tratamento não invasivo da FEG incluem Exilis Elite, que é um
dispositivo de RF monopolar; Venus Legacy, que é um dispositivo RF multipolar com
campos magnéticos pulsados; Endymed Body Shaper, um dispositivo de RF
multigerador, e ThermiRF, um novo dispositivo de RF de temperatura controlada
com sondas internas:

Figura 1: Antes (esquerda) e depois (direita) de sete tratamentos na parte externa da coxa com
Venus Legacy

Fonte: Barros (2020, p. 122)

Recentemente, os dispositivos Venus Legacy foram usados para avaliar sua


eficácia no tratamento da FEG abdominal em 25 mulheres adultas saudáveis que se
submeteram a oito tratamentos semanais. Uma redução na espessura subcutânea
no plano axial e sagital do abdômen foi observada em 1 semana após o início do
tratamento, e avaliações por um investigador cego em 1, 4 e 12 semanas após o
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tratamento final demonstraram uma melhora significativa na aparência da


FEG. Nenhum efeito adverso foi relatado e o tratamento foi bem tolerado
(ZIMMERMANN, 2019).

4.2 Laser e luz

Dispositivos de laser e luz, dependendo de seu comprimento de onda, emitem


energia para a derme/plano subcutâneo, aquecendo o tecido local, podem estimular
a remodelação do colágeno e aumentar a microcirculação, o que pode melhorar a
aparência da FEG (VALENTIN, 2016, et al. 2016).
O impacto desses dispositivos não é muito significativo em termos de
adipolise ou mesmo rompimento dos septos fibrosos que caracterizam a FEG, mas
podem melhorar o aspecto da pele e alisar a superfície (SAMPAIO; SAMPAIO,
2020).
De acordo com Santos (2018), a principal tecnologia de laser que se mostrou
eficaz para tratar a FEG é um laser Nd: YAG de 1440 nm de fibra minimamente
invasiva.
Esta tecnologia fornece um meio altamente direcionado de fornecer energia
do laser às estruturas anatômicas direcionadas que sustentam a FEG, já que a
cânula de detecção térmica é integrada ao sistema de aplicação do laser para
fornecer uma distribuição segura e uniforme de energia para o local de tratamento:

Figura 2: Antes (esquerda) e depois (direita) de um tratamento nas nádegas com Cellulaze 1440 nm
11

Fonte: Santos (2018, p. 311)

Apenas um tratamento é necessário e, além da melhora clínica da FEG, há


alta satisfação do paciente e eventos adversos mínimos.
Em um ensaio clínico multicêntrico, onde 57 pacientes foram submetidos a
um tratamento de FEG em três etapas com um laser Nd: YAG de 1440 nm com uma
fibra de disparo lateral e cânula sensora de temperatura, a pontuação média de
melhora foi de 1,7 para covinhas e 1,1 para irregularidades de contorno no exame
de acompanhamento de 6 meses. O escore médio de satisfação foi de 5,6 para o
médico e 5,3 para o paciente em uma escala de 6 pontos. O tratamento foi bem
tolerado pelos pacientes, de acordo com Barros (2020).

4.3 Terapia por ondas acústicas

A terapia por ondas acústicas é outra terapia baseada em energia, na qual as


ondas de pressão são transmitidas ao tecido subcutâneo e promovem a lipólise,
melhoram o fluxo sanguíneo local, permitem a drenagem linfática e estimulam a
produção de novo colágeno. Dois tipos de ondas acústicas têm sido usados para
tratar a FEG: ondas de choque focalizadas e ondas de choque radiais. Os principais
dispositivos usados para a FEG incluem Cellactor e onda Z (SAMPAIO; SAMPAIO,
2020).
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Em média, as ondas de choque focalizadas requerem sete sessões de


tratamento, não requer anestesia tópica e resulta em apenas uma pequena dor:

Figura: Antes (esquerda) e depois (direita) seis tratamentos nas nádegas com onda Z

Fonte: Sampaio e Sampaio (2020, p. 122)

Um estudo de Almeida (2018) avaliou a eficácia das ondas de choque radiais


em 15 indivíduos, e oito sessões durante 4 semanas foram realizadas. Os autores
concluíram que as ondas de choque radiais na melhora do contorno corporal (ou
seja, redução da circunferência e da camada de gordura), bem como no
aparecimento de FEG 3 meses após o tratamento. 
Barros (2020) também avaliou recentemente a eficiência das ondas de
choque radiais no tratamento da FEG em 30 mulheres que receberam 12 sessões
ao longo de 6 semanas. O tratamento reduziu a gravidade da FEG desde o início até
12 semanas após a última sessão de tratamento (indivíduos com FEG grave: 60% -
38%), e a espessura média do tecido adiposo subcutâneo diminuiu (28,3 ± 6,5 mm
para 26,7 ± 6,1 mm; p<0,001). O tratamento também melhorou a qualidade de vida
dos pacientes, e nenhum evento adverso sério foi relatado.

4.4 Subcisão

A subcisão manual também foi avaliada para o tratamento da FEG. Durante


esse procedimento, as áreas são anestesiadas com anestésico tópico
(vasoconstritor com lidocaína), uma agulha (18 G) é inserida sob a pele e uma
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técnica de fanning é usada para liberar os cordões fibrosos da FEG. Embora eficaz,


as principais desvantagens desse tratamento são os efeitos colaterais, incluindo
edema, desconforto, dor e hematomas (MELO, 2019).
Recentemente, um novo sistema de subsição guiada por tecido estabilizado
(TS-GS) foi desenvolvido e aprovado pela FDA para a melhoria da FEG nas áreas
das nádegas e coxas de mulheres adultas. Os benefícios do Cellfina sobre a
subcisão manual tradicional com uma agulha são o controle preciso da profundidade
do tratamento e da área do tecido (septos fibrosos) e um design exclusivo assistido
por vácuo. Cellfina demonstrou em estudos clínicos multicêntricos melhorar a FEG
com resultados que duram> 3 anos (ZIMMERMANN, 2019).
No último estudo clínico de Starkey (2019), 45 indivíduos foram
acompanhados por um período prolongado de até 3 anos após receber um único
tratamento usando o sistema TS-GS. Os resultados deste estudo apoiaram uma
autorização da FDA do dispositivo para a redução a longo prazo no aparecimento de
FEG após TS-GS.

5 TRATAMENTOS INJETÁVEIS

Dentre os procedimentos minimamente invasivos para a FEG, agentes


biológicos ativos e preenchedores dérmicos têm sido usados no tratamento da FEG,
com resultados promissores.

5.1 Colagenase Clostridium histolyticum

As enzimas colagenases isoladas e purificadas da fermentação


de Clostridium histolyticum são utilizadas em ensaios clínicos para o tratamento da
FEG. A colagenase I (AUX-I, colagenase clostridial classe I) e a colagenase II (AUX-
II; colagenase clostridial classe II) não apresentam reatividade cruzada imunológica
e têm especificidades diferentes; misturados na proporção de 1: 1, eles se tornam
sinérgicos e fornecem uma reatividade de hidrólise muito ampla em relação ao
colágeno (VALENTIN, 2016, et al. 2016).
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Assim, eles podem hidrolisar a região de hélice tripla do colágeno e têm


potencial para serem eficazes na lise do colágeno subdérmico, como os observados
nos septos dérmicos (causa subjacente da FEG).
Em estudos de fase 2b, uma mistura de colagenase, EN3835, demonstrou ser
bem tolerada por todos os grupos de dosagem, e a maioria dos eventos adversos
foram leves a moderados e principalmente limitados à área de injeção local. Um
estudo multicêntrico de fase 3, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo
está em andamento para avaliar a segurança e a eficácia desse agente na redução
do aparecimento de FEG (ZANATTA, 2018).

5.2 Preenchimentos dérmicos

Outra opção atualizada para tratar a FEG são as injeções de preenchimentos


dérmicos de nova geração, como a hidroxiapatita de cálcio (CaHa) e microesferas
de ácido poli-L-láctico (MELO, 2019).
Esses preenchimentos têm sido usados extensivamente para tratar cicatrizes
e também podem ser aplicados para suavizar as irregularidades cutâneas induzidas
pela FEG. Um estudo recente avaliou os efeitos do ultrassom microfocado com
visualização (Ultherapy) em combinação com hidroxilapatita de cálcio diluída (CaHA;
Radiesse) na aparência da FEG em 20 mulheres (MELO, 2019).
Os resultados mostraram melhorias estatisticamente significativas em
comparação com a linha de base para cada item na escala de gravidade da FEG
( p <0,001) com uma melhora de 4,5 pontos na pontuação geral média ( p <0,001)
após um único ultrassom microfocado com visualização/tratamento com CaHA:

Figura: Antes (esquerda) e depois (direita), cinco tratamentos nas nádegas com ácido poli-L-láctico
15

Fonte: Barros (2020)

Ambos os procedimentos foram bem tolerados e a satisfação do sujeito foi


elevada.

6 DIETA ALIMENTAR

Apenas uns poucos privilegiados são poupados de sofrer de FEG. A realidade


está nas estatísticas que refletem, com pouca margem de erro, que afeta em maior
ou menor grau 90% das mulheres sem distinção de idade ou condição
física. Estamos falando da temida FEG ou “casca de laranja”. Mas não há
necessidade de renunciar. 
16

Na despensa e na geladeira de casa você pode guardar os alimentos que


ajudam a combatê-la. Contanto que não se esqueça que além disso, existe a
necessidade de fazer exercícios e abandonar o álcool e o fumo.
As pessoas podem contar com várias estratégias para tentar prevenir ou
reduzir a FEG se definirem corretamente seu cardápio diário. Como explica Luz
(2017, p. 81): “sem dúvida, a dieta é um fator determinante no seu aparecimento. A
constituição da gordura feminina, a forma como é armazenada e as hormonas
desempenham obviamente um papel fundamental nesta situação, visto que têm uma
disposição especial e fisiológica para ‘conservar’ a gordura. O fator determinante é
que seja feita uma ingestão equilibrada quantitativa e qualitativamente”.
Leite (2019, p. 333) por sua vez, lembra que outro fator que reativa a
possibilidade de sofrer com o aspecto de ‘casca de laranja' é “claro que a retenção
de líquidos que é causada por alterações hormonais, falta de atividade física ou má
alimentação”. 
Sua presença piorará consideravelmente a FEG. Portanto, uma boa
estratégia contra ela baseia-se em atacar a referida retenção.
A lista de compras de indivíduos que querem enfrentar a temida FEG não
pode ignorar os alimentos que Luz (2017) detalha e que devem ser consumidos no
dia a dia: Alcachofras; Alho-poró; Cebola; Espargos; Saladas verdes; Salsão;
Acelga; Rabanetes; Endívias; Chá verde e vermelho; e Frutas em geral, mas
principalmente aquelas que fornecem mais água, como a melancia, e sempre fora
das refeições principais.
Também é fundamental banir da dieta: “café, carnes gordurosas,
embutidos, açúcares e farinhas refinadas, alimentos pré-cozidos, junk food, pastéis
industriais, além de refrigerantes”, acrescenta Leite (2019, p. 245).
O Luz (2017, p. 103) acrescenta que “dietas ricas em carboidratos
rapidamente disponíveis produzem uma tendência de depósito de gordura que pode
causar o aparecimento de lipodistrofia em pessoas predispostas”.
 
Deve-se também levar em consideração a redução da ingestão de alimentos
hiperproteicos que produzem grandes descargas de insulina e que geram as
condições ideais para o rápido depósito dos excedentes calóricos em forma de
gordura, principalmente quando são consumidos sob um típico “cardápio” de
grandes quantidades de carboidratos: salgadinhos, bebida açucarada e sobremesa
17

doce são exemplos que ilustram a realidade de uma alimentação pouco saudável e,
sobretudo, da lipodistrofia.
Luz (2017) ainda chama atenção q existem suplementos naturais que atuam
na prevenção, mas devem ser usados sob orientação médica.
Santos (2018) defende que:

Em geral é necessário compreender que a nossa saúde depende direta e


inexoravelmente do nosso estilo de vida, e dentro disso, a alimentação é a pedra
angular que nos permitirá garantir uma vida saudável. Sabemos também que, além
disso, existem suplementos naturais que ajudam muito na prevenção, mas como
sempre, o uso de plantas e outros suplementos não deve ser feito sem consultar um
profissional de saúde. Nesse sentido, estamos falando de minerais como cobre,
magnésio, zinc. De vitaminas, especialmente do grupo B e C. E de plantas
como chicória, dente de leão, bétula, anis verde, cavalinha, ortosifón, arenaria,
bearberry, Camellia sinensis, Gymnema sylvestre, Coleus forskohlii, entre
outros. Outros compostos recomendados são os polifenóis da maçã, cetonas de
framboesa, bioflavonóides ou algas chlorella”.

7 TÉCNICAS MANUAIS

Independentemente da técnica de massagem aplicada, o foco principal da


massagem da FEG é espalhar esses depósitos de gordura. Mas também auxilia na
18

estimulação dos tecidos ao redor da formação da FEG, estimulando a circulação


sanguínea e as funções linfáticas.
De acordo com Starkey (2019), normalmente, a massagem começa com os
pés e sobe pelo corpo para aumentar o fluxo sanguíneo pelas veias periféricas e
capilares do sistema circulatório.
Santos (2018) elenca técnicas diferentes que se pode experimentar:
a) Massagem de massa: envolve uma combinação de apertar e levantar
alternadamente - como se estivesse amassando a massa. Os dedos são usados
em áreas delicadas como braços, joelhos e parte interna da panturrilha,
enquanto as coxas, estômago, quadris e nádegas são feitos à mão;
b) Massagem de torção: um movimento de torção é usado, o mesmo que
fazemos quando torcemos uma toalha molhada, mas agarrando porções de
pele. Este é um método brilhante para áreas flácidas, como nádegas, quadris e
coxas;
c) Massagem nas juntas: os punhos podem ser ótimas ferramentas para
esmagar os inchaços e inchaços causados pela FEG. Os nós dos dedos são
usados para bater e quebrar depósitos de gordura teimosos que se agarram à
pele; fazendo com que se dissolvam mais rapidamente e sejam eliminados pelo
sistema metabólico;
d) Técnica de escovagem de FEG: em vez de usar as mãos, esta popular
massagem usa uma escova especial que estimula a circulação sanguínea nas
áreas onde a FEG apareceu. É feito de cerdas firmes que estimulam o fluxo
sanguíneo e liberam os vasos bloqueados; e
e) 5. Massagem ‘S’: colocando os polegares em ângulos retos para capturar o
máximo possível da área afetada pela FEG, esta técnica usa um movimento de
torção em direções opostas para aplicar pressão sobre os depósitos de
gordura. Essa torção em direções opostas forma um “S”, daí o nome.

7.1 Diferenças
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As massagens de drenagem linfática e anticelulite costumam ser


confundidas. Para quem sabe, isso é bastante surpreendente, visto que há tão
poucas semelhanças entre eles. Na verdade, os dois tratamentos são
fundamentalmente diferentes em sua abordagem e nos tipos de benefícios que
oferecem. Aqui está um resumo rápido de ambos para ajudá-lo a decidir qual deles
atende às suas necessidades. 
A drenagem linfática é uma técnica que move a linfa, o fluido responsável
pelo combate às bactérias e às infecções no corpo, em direção aos
linfonodos. Esses nódulos então filtram a linfa e expelem todas as toxinas (SANTOS,
2018).
O processo também estimula o corpo a produzir mais linfa, reforçando o
sistema imunológico e a capacidade do corpo de combater infecções. O tratamento
usa uma leve pressão, por isso também é uma ótima maneira de relaxar. 
A drenagem linfática é caracterizada pelo toque extremamente leve do
terapeuta. Isso porque a linfa, o fluido responsável pelo combate às bactérias no
sangue, fica bem superficial sob a pele. Formando um círculo ou forma de V com as
mãos, os terapeutas movem-se para cima em direção ao centro em movimentos
longos, lentos e regulares. A prática adequada é manter contato com o corpo por
meio desses movimentos para mover a linfa (SAMPAIO; SAMPAIO, 2020).
Os terapeutas geralmente começam o tratamento trabalhando a área do
pescoço para abrir os gânglios linfáticos. Uma vez que os nódulos estão abertos, os
praticantes trabalham para mover fluidos em direção a eles de todo o corpo. 
Segundo Almeida (2018), para que o tratamento seja totalmente eficaz,
recomenda-se uma massagem mínima de 90 minutos, o ideal é duas horas. 
Já em uma massagem anticelulite, os tratamentos anticelulite não têm o
mesmo toque leve que a drenagem linfática. Isso porque os médicos estão
trabalhando para estimular o fluxo sanguíneo para combater a retenção de água e
as covinhas na pele causadas pela celulite (ZIMMERMANN, 2019).
Neste ponto, é importante notar que existem três tipos de FEG:
a) Celulite à base de água: a forma mais comum de celulite causada por má
circulação, ficar sentado por muito tempo e não beber água suficiente;
b) Combinação de celulite: composta por uma mistura de células retentoras de
água e células de gordura; e
c) Celulite à base de gordura: celulite composta apenas por células de gordura.
20

O terapeuta precisará ajustar seus níveis de pressão dependendo do tipo de


celulite que está tratando. Para a celulite à base de gordura, o tratamento pode ser
um pouco desconfortável, pois os médicos realmente trabalham para levar sangue
para essa área. 
21

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observou-se que é difícil definir qual é o fator desencadeante do processo,


mas não há dúvida de que se trata de um círculo vicioso em que se
encontram fatores genético-hereditários, hormônios, sexo, obesidade, sedentarismo
e hábitos alimentares envolvidos.
Como sempre, a prevenção é o caminho a seguir, sabendo que o
sedentarismo e os vícios da dieta aumentam a predisposição à lipodistrofia. Mas
quando o problema estiver estabelecido, além das recomendações anteriores, os
afetados podem optar por várias possibilidades de tratamento.
Qualquer pessoa pode desenvolver FEG, independentemente do seu
tamanho. Simplificando, aparece como resultado de depósitos de gordura
protuberantes sob a pele, causando irregularidades nas nádegas, coxas e estômago
de muitas mulheres (embora possa afetar alguns homens também). Quando essas
células de gordura se acumulam entre os tecidos conjuntivos, elas se estendem e se
projetam através de diferentes áreas na camada derme da pele, causando as
incômodas covinhas.
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9 REFERÊNCIAS

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mecânica para tratamento de FEG e gordura localizada. São Paulo: Futura,
2018.

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histopatológicos. Monografia. Curitiba: Brasileiro de Estudos Sistêmicos, 2018.

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