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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CURSO DE BIOMEDICINA

CÁSSIA PIZZOL CAMATTA


GABRIELA PEREIRA BARROSO

ANÁLISE COMPARATIVA TEÓRICA ENTRE OS BIOESTIMULADORES DE


COLÁGENO INJETÁVEIS

VILA VELHA
2022
CASSIA PIZZOL CAMATTA
GABRIELA PEREIRA BARROSO

ANÁLISE COMPARATIVA TEÓRICA ENTRE OS BIOESTIMULADORES DE


COLÁGENO INJETÁVEL

Monografia apresentada à Coordenadoria do


Curso de Biomedicina do Instituto Federal do
Espírito Santo, Campus Vila Velha, como requisito
parcial para a obtenção do título em Bacharel de
Biomedicina.

Orientador: Profª. Drª. Marcella Porto Tavares.

VILA VELHA-ES
2022
DECLARAÇÃO DO(A) AUTOR(A)

Declaro, para fins de pesquisa acadêmica, didática e técnico-científica, que este


Trabalho de Conclusão de Curso pode ser parcialmente utilizado, desde que se faça
referência à fonte e às autoras.

Vila Velha, 22 de dezembro de 2022.

Cassia Pizzol Camatta e Gabriela Pereira Barroso.


AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, a Deus por ter nos dado capacidade, sabedoria e


saúde, mesmo em tempos de pandemia, para não desistir e chegar até aqui. Aos
nossos pais, Lucas e Luciene, Ricardo e Gesiani, que sempre investiram e
incentivaram a nossa educação e por não medir esforços para que esse sonho se
realizasse. Às nossas amizades, pelo suporte e companheirismo, principalmente aos
amigos que fizemos ao longo desses quatro anos de faculdade. Agradecemos
também a todos os mestres e professores que fizeram parte dessa jornada,
especialmente a Profª. Drª. Marcella Porto Tavares, nossa orientadora e a Profª. Drª.
Carine Coneglian, nossa coordenadora, por todo o auxílio durante a graduação. À
banca avaliadora, nossos queridos professores Mª. Marisa Lyra e Me. Robison
Pimentel Garcia Júnior, que disponibilizaram seu tempo para participarem desse
momento tão importante. E ao Instituto Federal do Espírito Santo, que nos forneceu
desde 2019 um ensino gratuito e de qualidade e pelo privilégio de sermos o primeiro
curso de saúde da rede IF, nos tornando profissionais capacitadas e de excelência.
‘’Nada na vida deve ser temido, apenas
compreendido. É preciso compreender
mais para temer menos.’’
Marie Curie
RESUMO

A sociedade contemporânea está cada vez mais preocupada com a estética e com o
envelhecimento cutâneo, buscando procedimentos que minimizem os impactos do
envelhecimento cronológico e extrínseco à procura de uma pele mais saudável e
jovem. Os bioestimuladores são uma boa opção no gerenciamento do
envelhecimento, provocam a neocolagênese quando injetadas nas camadas da
pele. A partir de uma reação inflamatória controlada, induzem os fibroblastos a
produzirem colágeno, diminuindo a flacidez e reforçando os contornos enquanto
aumenta a resistência e melhora a textura da pele. Essa nova tendência vem
demonstrando resultados clínicos mais efetivos, pois possuem maior durabilidade e
estimulam a produção do colágeno pela própria pele a longo prazo. O intuito deste
trabalho é investigar, por meio de uma revisão da literatura, a ação das substâncias
biodegradáveis - Ácido Poli-l-láctico (PLLA), Hidroxiapatita de Cálcio (CaHA) e
Policaprolactona (PCL), sua eficácia na estética facial, semelhanças e diferenças
entre cada uma das substâncias, de forma a auxiliar os profissionais da área na
escolha do produto mais indicado. A pesquisa foi realizada através de revisão
bibliográfica a partir de materiais por meios escritos e eletrônicos, como artigos
científicos, livros e revistas, contribuindo para o avanço na estética.

Palavras chaves: Bioestimulador de colágeno. Ácido Poli-L-Lático. Hidroxiapatita de


Cálcio. Policaprolactona. Colágeno.
ABSTRACT

Contemporary society is increasingly concerned with aesthetics and skin aging,


seeking procedures that minimize the impacts of chronological and extrinsic aging in
search of healthier and younger skin. Biostimulators are a good option in the
management of aging, they cause neocollagenesis when injected into the layers of
the skin. From a controlled inflammatory reaction, they induce fibroblasts to produce
collagen, decreasing sagging and reinforcing contours while increasing resistance
and improving skin texture. This new trend has been showing more effective clinical
results, as they have greater durability and stimulate the production of collagen by
the skin itself in the long term. The aim of this work is to investigate, through a
literature review, the action of biodegradable substances - Poly-l-lactic acid (PLLA),
Calcium Hydroxyapatite (CaHA) and Polycaprolactone (PCL), their effectiveness in
facial aesthetics, similarities and differences between each of the substances, in
order to assist professionals in the area in choosing the most suitable product. The
research was carried out through literature review from materials by written and
electronic means, such as scientific articles, books and magazines, contributing to
the advancement in aesthetics.

Keywords: Collagen biostimulators. Poly-l-lactic Acid. Calcium Hydroxyapatite.


Polycaprolactone. Collagen.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Esquematização das camadas da pele………………………………………………..16

Figura 2- Representação da estrutura química do colágeno…………………………………...18

Figura 3- Queda gradual na síntese endógena de colágeno…………………………………...20

Figura 4- Esquematização da resposta inflamatória do PLLA…………………………………. 22

Figura 5- Antes e depois do tratamento com CaHA…………………………………………….. 26

Figura 6- Face masculina antes e depois de CaHA…………………………………………….. 28

Figura 7- Técnicas de bioestimulação do rosto com CaHA…………………………………… 28

Figura 8- Técnicas de bioestimulação do pescoço com CaHA…………………………………28

Figura 9- Locais de aplicação com agulha e microcânula……………………………………...32

Figura 10- Antes e depois do tratamento com PLLA…………………………………………... 34

Figura 11- Aplicação de PLLA no glúteo …………………………………………………………. 36

Figura 12- Locais de aplicação da PCL…………………………………………………………...39

Figura 13- Antes e depois da aplicação com PCL………………………………………………. 40


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 11
2. DESENVOLVIMENTO............................................................................................14
2.1 METODOLOGIA DA PESQUISA ......................................................................... 14
2.2.1 Anatomia da pele.............................................................................................14
2.2.2 Colágeno e sua composição bioquímica...................................................... 16
2.2.3 Colágeno e envelhecimento........................................................................... 17
2.3 BIOESTIMULADORES DE COLÁGENO INJETÁVEIS........................................20
2.3.1 Hidroxiapatita de cálcio (CaHA)..................................................................... 23
2.3.2 Ácido poli-l-lático (PLLA)................................................................................29
2.3.3 Policaprolactona (PCL).................................................................................. 37
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 42
11
1. INTRODUÇÃO

Todo organismo multicelular possui um tempo limitado de vida e sofre mudanças


fisiológicas com o passar do tempo. A vida de um organismo pluricelular costuma
ser dividida em três fases: a fase de crescimento e desenvolvimento, a fase
reprodutiva e a senescência, ou envelhecimento (CANCELA, 2007; COUTO e
NICOLAU, 2007). No presente trabalho o enfoque será no envelhecimento do tecido
cutâneo e a solução no âmbito da estética para o melhoramento no aspecto físico do
tegumento.

Sabe-se que o maior órgão do corpo humano é a pele que vive em constante
transformação e, dependendo da região, apresenta variações em sua espessura.
Sua principal função é isolar as estruturas internas do ambiente externo. Constituída
por duas camadas: epiderme e derme, respectivamente. (DANGELO; FATTINI,
2007; DOMANSKY; BORGES et al., 2012).

Na fase adulta a condensação de colágeno pelos fibroblastos é diminuída


decorrente da baixa divisão mitótica, desencadeando assim o início do processo de
senescência (BERNARDO; SANTOS; SILVA, 2019). Segundo o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2019, a expectativa de vida era de 76,6
anos, concomitantemente ao aumento da esperança de vida (COUTO e NICOLAU,
2007), valoriza-se cada vez mais a juventude.

A ciência sub classificou o processo de envelhecimento cutâneo como intrínseco ou


cronológico e extrínseco, também chamado de actinossenescência. O intrínseco é
decorrente do desgaste natural do organismo, sem interferência de agentes
externos. É um evento programado que está relacionado ao encurtamento dos
telômeros e até mesmo das alterações do DNA das células da pele, que envolve
fatores fisiológicos. Já o extrínseco é consequência de efeitos que integram o clima,
além de fatores ambientais e hábitos de vida (CARVALHO, RIBAS, 2019).

Atualmente, a perda de volume é reconhecida como um componente importante do


processo de envelhecimento, que pode ser tratado por diversas técnicas (LAM,
2006). O melhoramentos dessas regiões, por meio do estímulo de colágeno, é uma
12
opção no rejuvenescimento facial e tem crescido consideravelmente por ser um
tratamento eficiente e minimamente invasivo para corrigir a perda de volume
(FITZGERALD, 2018).

O colágeno é uma proteína fibrosa encontrada em todo o reino animal, contém


cadeias peptídicas dos aminoácidos glicina, prolina, lisina, hidroxilisina,
hidroxiprolina e alanina. Essas cadeias são organizadas de forma paralela a um
eixo, formando as fibras de colágeno, que desempenham um papel fundamental na
estrutura de vários tecidos, como pele e ossos, proporcionando rigidez, flexibilidade,
tração, estrutura e integridade (SILVA e PENNA, 2012). Em termos de quantidade, é
o composto mais importante do tecido conjuntivo e 70% de sua composição está
situado na derme, é um elemento estrutural importante em organismos
multicelulares.

Entretanto, como citado anteriormente, no início da fase adulta a deficiência de


colágeno começa a ser notada, pois o organismo diminui sua produção, sendo
necessária à sua reposição. À vista disso, houve um aumento no interesse pela
aplicação industrial de substâncias que induzem a produção de colágeno,
bioestimuladores (BERNARDO; SANTOS; SILVA, 2019).

Ademais, dados disponibilizados por pesquisa realizada pela empresa farmacêutica,


Allergan, em parceria com a SBD, Sociedade Brasileira de Dermatologia, e SBCP,
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, constatou que 82% dos brasileiros têm o
desejo de mudar alguma característica do próprio rosto (GARCIA; SBCP, 2021).

O uso de preenchedores para aumento de tecidos moles aumentou dramaticamente


nas últimas décadas, suplantando progressivamente a cirurgia como resultado da
melhoria dos perfis de segurança e eficácia, do curto tempo de recuperação e dos
menores custos de tratamento (MELO, 2017) corroborando com os dados do último
Censo 2018 da SBCP, uma análise comparativa teórica das pesquisas nos anos de
2014, 2016 e 2018 acerca da situação da cirurgia plástica no Brasil (FONSECA,
ISHIDA, SBCP; 2018).
13
Bioestimuladores são substâncias fabricadas em laboratório que, quando injetadas,
induzem as células (fibroblastos) a produzir mais colágeno e, consequentemente,
dão mais sustentação à pele. São classificados quanto à durabilidade e a absorção
pelo organismo. Há os biodegradáveis, que tem sua absorção pelo próprio
organismo, através de mecanismos fagocitários naturais, e semipermanentes, dentro
dessa categoria estão: o ácido Poli-L-láctico (PLLA), hidroxiapatita de cálcio (CaHA),
e a policaprolactona (PCL).

Existe também o bioestimulador não fagocitado que permanece indefinidamente no


organismo: polimetilmetacrilato (PMMA) (PEDROSA et al., 2021; LIMA, SOARES;
2020). Contudo, o prisma dessa análise comparativa teórica são os bioestimuladores
biodegradáveis por apresentar maior segurança em seu uso, tendo em vista que o
não biodegradável, atualmente, não é recomendado devido à elevada frequência de
intercorrências.
14
2. DESENVOLVIMENTO

2.1 METODOLOGIA DA PESQUISA

O presente trabalho consiste em uma revisão bibliográfica. As pesquisas foram


realizadas através livros, monografias e artigos científicos disponíveis nas bases de
dados eletrônicos Google Acadêmico, SciELO (Scientific Electronic Library Online),
PubMed (NLM-National Library of Medicine) e BVS (Portal de Revistas Científicas
em Ciências e Saúde), bem como livros disponíveis na biblioteca do Instituto Federal
do Espírito Santo, Campus Vila Velha. Os critérios de seleção dos artigos foram a
relevância para o tema estudado, além de publicações a partir do ano de 2006;
idiomas português, inglês e espanhol; e palavras chave: “bioestimuladores”,
“colágeno”, “envelhecimento”, “rejuvenescimento”, “hidroxiapatita de cálcio”, “ácido
polilático” e “policaprolactona”. Materiais que não se encaixavam nesses critérios
porém se mostraram relevantes para a pesquisa também foram incluídos.

2.2.1 Anatomia da pele

A pele é o maior órgão do nosso corpo e tem como principal função isolar as
estruturas internas do ambiente externo. É constituída por duas camadas: epiderme
e derme (DANGELO; FATTINI, 2007).

A epiderme é o estrato superficial, sendo avascular e composta principalmente por


queratinócitos, responsáveis pela produção de queratina, que confere proteção,
resistência e permeabilidade ao tecido. Além dessas células também se encontram
os melanócitos, sua funcionalidade é a produção de melanina- um pigmento que age
na proteção contra raios UV - as células de Langerhans que ativam o sistema
imunológico e as células de Merkel, que atuam na percepção do tato e pressão.

Podemos dividir a epiderme em cinco camadas: germinativa ou basal, espinhosa,


granulosa, lúcida e córnea. A renovação celular ocorre em média a cada 30 dias,
onde os queratinócitos migram da camada basal até a córnea (QUAN e FISHER,
2015; BERNARDO et al., 2019).
15
No segundo nível se encontra a derme, rica em tecido conjuntivo denso irregular
composta majoritariamente por matriz extracelular. Possui como célula mais
abundante o fibroblasto, responsável pela produção dos elementos fibrilares:
colágeno e a elastina, e não fibrilares: as glicoproteínas, a proteoglicana e o ácido
hialurônico, que conferem sustentação ao tecido (BORGES e SCORZA, 2016).
Também apresenta vasos sanguíneos, vasos linfáticos, nervos, e anexos da pele
como glândulas sebáceas e sudoríparas, unhas e pelos (BERNARDO et al.,2019 e
SPENCE, 1991).

Assim como a epiderme, a derme possui divisões, sendo elas: região papilar,
reticular e adventricial. A região papilar está mais superficial e se comunica com a
epiderme, sua função é fornecer nutrientes à camada superior. É composta por
tecido conjuntivo frouxo, com predominância de colágeno tipo III, os feixes de fibras
colagenosas são mais finos e ondulados e em disposição horizontal, o que torna a
pele menos resistente em comparação à região reticular (BORGES e SCORZA,
2016). Nela se encontram pequenos vasos linfáticos e sanguíneos, terminações
nervosas, colágeno e elastina e corpúsculo de meissner (BERNARDO et al., 2019).

Logo abaixo temos a camada reticular, constituída por tecido conjuntivo denso não
modelado, que fornece oxigênio e nutrientes para a pele (BERNARDO et al., 2019).
Por sua vez, compreende feixes de colágeno do tipo I, majoritário da população da
matriz extracelular na pele jovem, apresenta fibras colágenas mais espessas em
disposições horizontais. Uma característica importante de distribuição e localização
do colágeno presente na derme papilar é que fibras colágenas e elásticas dessa
camada apresentam um padrão tensional característico e distinto denominado de
linhas de Langer (linhas de tensão da pele ou linhas de clivagem) (BORGES e
SCORZA, 2016). Por fim, a região é a adventicial, circundada por folículos
pilossebáceos, glândulas e vasos, sendo constituída por feixes finos de colágeno
(BERNARDO et al., 2019).

A tela subcutânea, anteriormente denominada hipoderme, está situada abaixo da


derme e acima da aponeurose muscular. Sua espessura define e reflete o estado
nutricional individual. Esta camada modela a superfície corporal, age como isolante
térmico, protege o corpo contra lesões mecânicas, serve como reservatório
16
energético (calórico), preenche espaço entre os tecidos, além de ser responsável
pelo metabolismo de hormônios que controlam o ritmo da lipólise (ACTH,
catecolaminas e tiroxinas) (MAIA, 2018). A seguir há uma esquematização das
camadas da pele (Figura 1).

Figura 1: Esquematização das camadas da pele, composta pela epiderme e derme. Logo abaixo se
situa o panículo adiposo.

Fonte:Encyclopaedia Britannica, Inc. (2010).

2.2.2 Colágeno e sua composição bioquímica:

O termo colágeno representa as proteínas mais abundantes na matriz extracelular o


qual caracteriza uma família de 28 proteínas isoformas detectadas em 30% dos
tecidos conjuntivos do corpo. É uma proteína fibrosa encontrada em todo o reino
animal, contém cadeias peptídicas dos aminoácidos glicina, prolina, lisina,
hidroxilisina, hidroxiprolina e alanina. Essas cadeias são organizadas de forma
paralela a um eixo, formando as fibras de colágeno, que desempenham um papel
fundamental na estrutura de vários tecidos, como pele e ossos, proporcionando
17
rigidez, flexibilidade, tração, estrutura e integridade (Quadro 1) (SILVA e PENNA,
2012).
As fibras de colágeno são formadas pelo grupo sequencial: fibras, fibrilas,
microfibrilas e moléculas de colágeno. Sua principal função é contribuir com a
integridade estrutural da matriz extracelular ou ajudar a fixar células na matriz.
Assim, caracteriza as fibras colágenas como responsáveis por conferir firmeza para
a pele, e as fibras elásticas, por conferir tônus (SILVA e PENNA, 2012).

A molécula básica de colágeno contém três cadeias polipeptídicas, cada uma


constituída em mais de 1000 aminoácidos, apesar da grande diversidade
estrutural entre os diferentes tipos de colágeno, todos os membros dessa família têm
uma característica comum: uma organização sequencial que permite um padrão de
tripla-hélice (GELSEA, PO¨SCHLB, AIGNER, 2003).

A glicina, o menor aminoácido, é o pré-requisito para a montagem da tripla-hélice


(procolágeno), em cada terceira posição das cadeias polipeptídicas há uma estrutura
repetida (Gly X-Y) que caracteriza os domínios “colágenos” de todos os colágenos
(Figura 2) (Gelsea; Po¨schlb; Aigner, 2003). A posição X é exclusivamente ocupada
pelo aminoácido prolina (Pro) e a posição Y, predominantemente, ocupada pela
4-hidroxiprolina. A molécula também contém um aminoácido não usual chamado
hidroxilisina, importante na formação da estrutura. Tanto a hidroxiprolina quanto a
hidroxilisina alinham e estabilizam a tripla hélice. Esse trio de aminoácidos,
entrelaçados uns nos outros resultam em uma cadeia extremamente resistente,
sua melhor característica (CAMPOS, 2008).
Quadro 1. Principais tipos de colágeno encontrados em pele e anexos.

Fonte: Francine Papaiordanou; Gabriela Pacheco de-Oliveira; Doris Hexsel; Antonio Carlos Amedeo
Vattimo.
18
Figura 2: Representação da estrutura química dos três aminoácidos que, quando entrelaçados no
arranjo helicoidal, formam uma molécula tripla, denominada de tropocolágeno.

Fonte: Franzen; Santos; Zancanaro, 2013.

Portanto, o colágeno possui uma estrutura molecular relativamente simples e é


insolúvel em água, em virtude da grande concentração de aminoácidos hidrofóbicos,
quer no interior da proteína, quer na superfície, sendo uma representatividade da
exceção à regra de que os grupos hidrofóbicos precisam estar escondidos no interior
da molécula proteica. O núcleo hidrofóbico, portanto, contribui menos para a
estabilidade estrutural da molécula, enquanto as ligações covalentes assumem um
papel especialmente importante (Gelsea; Po¨schlb; Aigner, 2003; CAMPOS, 2008).

2.2.3 Colágeno e envelhecimento

Na fase adulta, a condensação dos colágenos pelos fibroblastos é reduzida


decorrente da baixa divisão mitótica, tornando as fibras elásticas deformadas e
menos flexíveis, desencadeando assim o processo de envelhecimento. O suporte
estrutural determinado pela derme vai se perdendo, fazendo com que a pele
se torne menos elástica, mais fina e menos hábil para resistir a alterações
mecânicas (COUTO; NICOLAU, 2007).

Existem dois tipos de processos de envelhecimento. O primeiro, sendo de


natureza genética, é chamado envelhecimento intrínseco, o outro
envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento, causado por exposições
repetitivas aos raios ultravioletas (BARROS; BOCK, 2009).
19
O envelhecimento intrínseco é um processo de envelhecimento natural,
caracterizado pelo decaimento das funções vitais do corpo, redução da renovação
celular, respostas imunológicas ineficientes e demais comprometimentos do
funcionamento normal do corpo. Em decorrência dessas alterações em toda
estrutura celular, o organismo torna-se mais vulnerável, inclusive mudando a
transcrição genética de diversas proteínas, enzimas, moléculas de DNA, que
ficam deficientes em suas funções. Trata-se de um envelhecimento natural,
previsível e inevitável, causado pela idade, caracteriza-se por ser mais lento, suave
e gradual. As alterações dependem diretamente do tempo vivido e não
causam danos tão pronunciados quanto o envelhecimento extrínseco (KEDE;
SABATOVICH, 2004).

Já o envelhecimento extrínseco é caracterizado por agressões externas


que o organismo sofre, tem como causa exposição excessiva à ação dos raios
ultravioletas, que são estimulantes da formação de radicais livres, e de outros
fatores externos como poluição, fumo, álcool e drogas; com isso a pele tem
aparência alterada precocemente, tendo aspecto envelhecido. É mais danoso e
agressivo do que o envelhecimento intrínseco. A exposição excessiva à
radiação solar provoca danos à estrutura da pele, causando enrugamento e
envelhecimento precoce, além de inúmeros efeitos prejudiciais à saúde, mas a
maior preocupação é a incidência de câncer de pele, que vem crescendo
nas últimas décadas (KEDE; SABATOVICH, 2004).

Até os anos 90, o conceito de rejuvenescimento facial era limitado a uma visão
bidimensional, e a abordagem era focada na redução de rugas e sulcos. Com o
aprimoramento do conhecimento anatômico da face, esse conceito foi expandido e
agora abrange uma visão tridimensional, que reconhece como sinais de
envelhecimento não só a perda da textura cutânea e as rugas de expressão, mas
também as perdas volumétricas secundárias à remodelação óssea e a redistribuição
da gordura facial (HADDAD, 2017). Várias teorias foram propostas para estimular a
produção do colágeno após o processo de envelhecimento, da mesma maneira que
a prevenção do desgaste físico da pele. O procedimento de maior destaque e
discussão são os bioestimuladores de colágeno injetáveis.
20
Figura 3: A queda gradual na síntese endógena de colágeno no decorrer do processo de
envelhecimento acarreta diversas alterações morfológicas e funcionais no organismo humano, tal
como o aparecimento de linhas e expressão e rugas na pele.

Fonte: Adaptado de www.shutterstock.com, 2021. Active Pharmaceutica.

2.3 BIOESTIMULADORES DE COLÁGENO INJETÁVEIS

A gama de preenchedores atualmente disponíveis para aumento de tecidos moles


está em constante expansão. Os últimos avanços na tecnologia de preenchimento
incluem bioestimuladores de colágeno que exercem seu efeito estético promovendo
a neocolagênese (MELO, 2017). São substâncias injetáveis que estimulam os
fibroblastos do nosso corpo, por meio de uma resposta inflamatória tecidual
localizada, ou seja, uma resposta histiocítica e fibroblástica local consegue estimular
a neocolagênese (principalmente tipo I) em volta das micropartículas. Têm indicação
para prevenir ou reverter o processo de envelhecimento facial, reestruturando o
tegumento, tendo como o principal objetivo combater a flacidez, melhorar a firmeza
da pele e a espessura dérmica (PEDROSA et al., 2021; LIMA, SOARES, 2020).

Classificados como biocompatíveis e bioabsorvíveis, quanto a durabilidade e a


absorção pelo organismo. A biocompatibilidade refere-se às características e
21
propriedades do produto e ao tipo de interação e resposta celular quando o material
injetado entra em contato com o tecido. A biodegradabilidade é caracterizada por um
processo de absorção pelo organismo através de mecanismos fagocitários e
degradação do produto por hidrólise, levando à completa eliminação do material ao
longo do tempo. São semipermanentes pois duram de 18 meses a 4 anos. As
substâncias que se encaixam nessa categoria são: ácido poli-L-láctico (PLLA),
hidroxiapatita de cálcio (CaHA) e a policaprolactona (PCL) (PEDROSA et al., 2021;
CHRISTEN, VERCESI, 2020).

Em resumo, a figura 4 demonstra o mecanismo de ação desses produtos acontece


da mesma forma: através de uma inflamação subclínica e localizada. Primeiramente
ocorre o revestimento proteico do material, seguido da migração de macrófagos ao
local e encapsulamento da substância, em torno de 3 semanas. Esse processo leva
a estimulação dos fibroblastos, produzindo fibras colágenas e elastina. A resposta
do hospedeiro entre interação celular com o material injetado está ligada às
características e propriedades do produto, isso faz parte da biocompatibilidade do
biomaterial. O tipo e grau de reação entre o material e o organismo dependem das
propriedades do implante: composição, tamanho, forma, superfície, rugosidade e
porosidade (CHRISTEN, VERCESI, 2020).
22
Figura 4: Esquematização da resposta provocada pelo PLLA.

Fonte: Fitzgerald, 2018.

É importante durante a consulta explicar ao paciente o mecanismo de ação de cada


produto, esclarecendo que os resultados não são vistos imediatamente (melhorias
são vistas a partir da segunda sessão) além de salientar a individualização dos
resultados, pois o número de sessões depende da necessidade de cada paciente.
Normalmente são recomendadas três sessões com intervalos mensais, com a
aplicação de um frasco por sessão. O tempo total de tratamento pode variar de
quatro a seis meses (HADDAD et al., 2017; LIMA, 2020).

Para evitar intercorrências é essencial a anamnese detalhada do paciente,


investigando o uso de medicamentos em uso, em especial anticoagulantes - uma
vez que aumentam as chances de hematomas-, bem como histórico de herpes,
processos inflamatórios próximos às áreas a serem tratadas e doenças autoimunes,
incluindo colagenoses. Ressalta-se saber o histórico de procedimentos do paciente
e se houve alguma reação ao preenchedor usado anteriormente (HADDAD et al.,
2017; BESSA, 2022).
23

2.3.1 Hidroxiapatita de cálcio (CaHA)

Hidroxiapatita de cálcio (CaHA) é um bioestimulador injetável, comercialmente


conhecido no Brasil como Radiesse® e Rennova Diamond®, ambos aprovados pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em 2001, foi aprovado pela US Food and Drug Administration (FDA) como um
implante injetável para ser um marcador radiográfico em tecido mole.
Posteriormente, em 2006, seu uso também foi liberado para aplicação em sulcos
naso-labiais e em pacientes com vírus HIV associados com lipoatrofia facial
(GOLDBERG,et al.,2018). Já em 2009, o FDA aprovou um protocolo para misturar
CaHA com lidocaína a uma concentração de 0,3% para melhorar o conforto durante
a injeção. (FLORES; GONZALES, 2011).

Cunha e colaboradores (CUNHA et al, 2020, p.113) definem a CaHA como:


[..] uma substância sintética composta por íons cálcio e fosfato,
biodegradável, biocompatível, não mutagênica, sem evidência de toxicidade
local e sistêmica. As partículas de CaHA biologicamente ativas são
geralmente subdivididas em macroporosas e microporosas. As moléculas
macroporosas de CaHA sintéticas têm uma estrutura altamente organizada
com tamanhos de poros que variam entre 10 e 500μm. Poros maiores
podem ser osteocondutivos e permitem o crescimento fibrovascular dentro
das partículas. Partículas de CaHA microporosas, por outro lado, têm poros
menores que variam entre 2 e 5μm, que não permitem este crescimento
fibrovascular.

COMPOSIÇÃO E MECANISMO DE AÇÃO

A substância é composta por 30% de microesferas sintéticas de hidroxiapatita de


cálcio, cujos tamanhos variam de 25 a 50 mícrons, suspensas em um suporte de gel
transportador aquoso de carboximetilcelulose de sódio, água estéril e glicerina que
integra 70% do complexo (VAN LOGHEM et al.,2015; DE ALMEIDA et al., 2019).

Essas microesferas são lisas e idênticas à composição química e similares às dos


constituintes inorgânicos da porção mineral do ser humano (osso e o dente) e se
decompõem da mesma forma que debris ósseos após fraturas, o que faz com que
não causem reações imunológicas consideráveis garantindo sua biocompatibilidade
24
e segurança (CUNHA et al, 2020, p.113 e HERRMANN et al., 2018). Oferecem como
mecanismo de ação primária o preenchimento de áreas e a bioestimulação de
colágeno. Classifica-se como um preenchedor semi permanente, com duração
média de 12 a 18 meses, podendo ser observado até 24 meses em alguns
pacientes, no entanto, essa longevidade depende de diversos fatores, como idade,
movimento dinâmico da área injetada e metabolismo do paciente (DE FREITAS,
2021).

O volume inicial é proporcionado pela presença do gel carreador de


carboximetilcelulose, mas após aproximadamente 9 a 12 meses, as partículas de
CaHA formam uma base para o crescimento de fibroblastos que estimulam a
formação de um novo colágeno e são degradadas em cálcio e fosfato sendo
eliminadas pelo sistema renal (VAN LOGHEM et al., 2015; DE ALMEIDA et al.,
2019). A formação de fibras de colágeno no local alinha as microesferas e impede o
deslocamento do preenchedor (TANSAVATDI; MANGAT, 2011).

DIRETRIZES GERAIS DO PRODUTO

Com mais de 20 anos de uso na área médica, a hidroxiapatita de cálcio é


comercializada pronta para uso, em seringas descartáveis de 0,8 mL e 1,5 mL, não
necessitando de manuseio especial, sendo apenas recomendado pelo fabricante a
homogeneização do produto. Devido a necessidade de anestesiar a região tratada
antes da aplicação do produto segue um protocolo aprovado pela FDA que
possibilita realizar diluições da CaHA com lidocaína, a fim de tornar a experiência
mais agradável para os pacientes (LIMA, SOARES; 2020), como citado
anteriormente.

A aplicação da CaHA deve ser injetada na derme média ou profunda, para que o
estímulo do colágeno seja eficiente, sendo assim injeções dérmicas intradérmicas ou
superficiais não são recomendadas, devido ao grande risco de causarem nódulos
visíveis na derme superficial. Além disso, os resultados devem ser alcançados de
forma gradual ao longo de várias sessões, sendo desaconselhável a injeção
excessiva do material (LIMA,SOARES; 2020).
25
A aplicação deve ser feita com agulhas ou cânulas. As agulhas têm a vantagem de
extrema precisão de movimento. Por outro lado, as cânulas causam menos trauma e
permitem o tratamento de áreas maiores na profundidade da injeção selecionada.
Van Loghem et al. compararam a diferença de precisão entre o uso de agulha e
cânula para colocação de enchimento supraperiosteal em um estudo com cadáveres
e concluíram que o uso de cânulas resultou em uma colocação mais precisa do
material injetado em comparação com as agulhas (VAN LOGHEM et al., 2015).

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

As principais características físicas que determinam a capacidade de enchimentos


injetáveis para fornecer volume e sustentação são viscosidade, elasticidade e
coesividade.

CaHA tem um alta elasticidade, proporcionando maior capacidade de levantamento


do que muitos outros preenchedores dérmicos. Possui viscosidades mais altas
quando comparado com outros preenchedores dérmicos, isso permite que ele
permaneça no local onde é injetado e não migre para o tecido circundante. A
capacidade de levantamento de um preenchedor dérmico é determinada por duas
propriedades do material: dureza do gel (elasticidade) e a coesividade do gel. Foi
desenvolvido para uma sustentação ideal com um equilíbrio entre alta elasticidade e
coesividade (FERREIRA, 2022; VAN LOGHEM et al., 2015).

PRINCIPAIS INDICAÇÕES

A CaHA é utilizada em tratamentos faciais e corporais, sendo considerada uma


ótima alternativa para o tratamento de pacientes que necessitam de bioestimulação
tridimensional e que buscam resultados sutis de volumização e preenchimento com
aspecto natural, os quais são alcançados através do incitamento de um novo
colágeno do próprio paciente. (ALMEIDA et al., 2019; VAN LOGHEM et al., 2015).
Quando diluída é efetivamente usada em áreas não faciais, como pescoço,
braços superiores, colo e mãos, explorando opções de tratamento e técnicas para
rejuvenescer (SADICK, 2018), dessa forma, melhora as propriedades mecânicas da
26
pele (ALMEIDA et al., 2019; VAN LOGHEM et al., 2015). Na figura 5 é possível
observar os resultados da aplicação desse produto nas mãos.

Figura 5: Antes e depois de tratamento com Hidroxiapatita de Cálcio. Aspecto prévio e 14 dias após −
1/2 seringa.

Fonte: Shono, Niwa e Osório, 2012.

Para discorrer sobre essa questão, uma equipe de 10 especialistas nas áreas de
dermatologia e cirurgia plástica, com vasta experiência em tratamento
dérmico-preenchedores para rejuvenescimento facial e corporal, foram convocados
para uma reunião, em novembro de 2017, na cidade de São Paulo/BR.
Questionários foram distribuídos aos profissionais, sendo obtido o consenso sobre o
manejo deste produto. De acordo com os membros do consenso (concessão de
≥90%), foram estabelecidas as seguintes diretrizes gerais para o tratamento com
CaHA hiper diluída (Quadro 04) (ALMEIDA et al., 2019; VAN LOGHEM et al., 2015).
27
Quadro 02: Descrição da diluição de cada área de aplicação.

LOCAL DILUIÇÃO TÉCNICA %

Face 1:1 (1,5 mL de diluente) e geralmente 1 Técnica de ventilação ou 90


seringa por sessão. (Figura 06) asterisco. (Figura 07)
Aplicação linear curta com
uma agulha pode ser
usada. (Figura 07)

Pescoço De acordo com a espessura da pele: 1:2 (pele Técnica de ventilação ou 100
normal), 1:4 (pele fina) e 1:6 (pele atrófica). asterisco. (Figura 07)
Aplicação linear curta com
uma agulha pode ser
usada. (Figura 07)

Decote A diluição de 1:2 a 1:4 (3-6 mL de diluente) é Técnica de aplicação 80


indicada de acordo com a espessura da pele linear curta.
do paciente.

Para a flacidez da pele das nádegas, a 100


diluição pode variar de 1:1 a 1:4 (1,5-6 mL de
Glúteo diluente). Técnica de aplicação
linear curta.
Para covinhas de celulite, podem ser usadas
diluições mais baixas (1:1 ou 1:2). 90

Coxas Pode variar de 1:1 a 1:4 (1,5-6 mL de diluente) A técnica mais utilizada 100
de acordo com o grau de frouxidão. para a flacidez da pele é a
de múltiplas passagens de
cânulas por meio de
injeções em leque ou
asterisco.
Uma técnica de aplicação
linear curto com uma
agulha também pode ser
usada.
Fonte: Almeida et al. 2019
28
Figura 06: Face masculina antes e 8 semanas após as injeções de 1,5 ml de CaHA (Radiesse)
diluídos 1:1 com 1,5 ml de lidocaína (total de 3 seringas divididas em 2 sessões com intervalo de 4
semanas). Observa-se a melhora da flacidez da pele e o discreto ganho de volume.

Fonte: Almeida et al. 2019.

Figura 07: Técnicas de bioestimulação do rosto com CaHA.

Fonte: Almeida et al. 2019.

Figura 08: Técnicas de bioestimulação do pescoço CaHA.

Fonte: Almeida et al. 2019.


29

CONTRA INDICAÇÕES E REAÇÕES ADVERSAS

Existem algumas regiões que são contraindicadas, como a glabela, área


periorbicular e lábios. Por possuir uma tendência de se mover facilmente em áreas
de extrema mobilidade, é muito comum a formação de nódulos não inflamatórios na
região do músculo orbicular da boca e músculos orbiculares dos olhos (LIMA,
SOARES; 2020).

Além dessas contraindicações, a CaHA também não é indicada para combinações


de tratamentos com preenchedores permanentes, como silicone e
polimetilmetacrilato. Por ser um produto biodegradável, não causa reação
inflamatória crônica ou imune. Os eventos adversos mais comuns são leves,
hematomas, edema, eritema e dor, os quais são resolvidos espontaneamente em 1
a 5 dias, estando relacionados à injeção (LIMA, SOARES; 2020).

Outros efeitos adversos, como formação de nódulos, granulomas, celulite e necrose


também foram relatados em casos de tratamento com a CaHA, e assim como em
todos os preenchedores dérmicos, grande parte desses eventos adversos podem
ser evitados com planejamento e técnica adequada, ressaltando que esses eventos
em particular são considerados raros (LIMA, SOARES; 2020).

2.3.2 Ácido poli-l-lático (PLLA)

O Ácido Poli-L-Lático conhecido pela sigla PLLA, se apresenta comercialmente


como Sculptra®, New-Fill® ou Rennova® Elleva. É um polímero biocompatível
injetável totalmente sintético, composto por micropartículas biodegradáveis e
reabsorvíveis que estimulam a formação de colágeno (LIMA, 2020).

Em 2004, foi aprovado como agente preenchedor pelo Food and Drug Administration
(FDA) para tratamento em pacientes com lipoatrofia facial associada ao HIV e, em
2009, foi aprovado para tratamento com fins estéticos em pacientes
imunocompetentes (TARGINO et al., 2022). A aplicação de PLLA visa a restauração
30
de áreas com perda de volume, lipoatrofia, flacidez e reabsorção óssea, por
consequência há a melhora de sulcos e rugas (GARCIA, 2010).

COMPOSIÇÃO E MECANISMO DE AÇÃO

É um polímero sintético injetável da família dos alfa-hidroxiácidos, biocompatível e


biodegradável, com propriedade de auto-organização e formação de micelas
coloidais em meio aquoso. O PLLA é utilizado na medicina há muitos anos em fios e
suturas absorvíveis e outros dispositivos médicos (LAM, 2006; HADDAD et al.,
2017).

O produto é apresentado em forma de pó liofilizado em frasco estéril contendo


manitol não pirogênico, a fim de melhorar a liofilização das partículas,
croscarmelose, agente emulsificante que mantém a distribuição das partículas após
a reconstituição, e micropartículas de ácido poli-l-láctico de 40 a 63 micrômetros de
diâmetro. O tamanho das partículas é grande o bastante para evitar a fagocitose
pelos macrófagos, porém pequeno o suficiente para permitir sua aplicação por
agulhas de calibre 26G (HADDAD et al., 2017).

O polímero é degradado pela mesma via metabólica do ácido lático, por hidrólise,
resultando em CO2 e água sendo eliminado através da urina, fezes e respiração. O
produto é completamente metabolizado em 18 meses (HADDAD et al., 2017).

As micropartículas de PLLA são capazes de estimular a inflamação subclínica no


hospedeiro, que acarreta na neocolagênese. O tratamento normalmente inclui três
sessões, onde há a deposição gradual de colágeno em cada uma das aplicações,
resultando em uma aparência rejuvenescida e natural (FITZGERALD, 2018).

Uma vez injetadas, as micropartículas de PLLA provocam uma resposta inflamatória,


resultando no encapsulamento da micropartícula, seguido de fibroplasia e deposição
de colágeno tipo I na matriz extracelular. A princípio é observado o aumento de
volume na face, porém dura de dois a três dias, até a absorção completa dos
diluentes. Essa distensão pode ser usada como parâmetro do resultado final após o
tratamento (FITZGERALD, 2018; HADDAD et al., 2017; LIMA, 2020).
31
Um estudo ultrassonográfico mensurou a espessura dérmica em 33 pacientes com
lipoatrofia associada ao HIV, e o tratamento com ácido poli-l-láctico por quatro
sessões levou ao aumento de 151% da espessura dérmica aos 12 meses, e de
196% aos 24 meses, confirmando que o efeito de neocolagênese continua muitos
meses após a injeção do produto (HADDAD, 2017).

Estudos indicam que o ácido poli-L-lático apresenta correção completa em 80% dos
indivíduos no período de 24 meses. Ressaltando que a saúde e estilo de vida do
paciente influenciam na durabilidade do procedimento (HADDAD, el al., 2017;
FITZGERALD, 2018).

DIRETRIZES GERAIS DO PRODUTO

É o único bioestimulador comercializado em forma de pó liofilizado, sendo


necessária sua reconstituição antes da aplicação. O fabricante (Sculptra) recomenda
usar 5 mL de água destilada para cada frasco, mantendo em repouso por pelo
menos 2 horas, a fim de garantir a hidratação completa. Porém estudos mais
recentes recomendam tempo de hidratação e reconstituição maiores com o objetivo
de reduzir o risco de formação de nódulos, menor obstrução de agulhas e aplicação
mais uniforme. A reconstituição deve ser feita com 8 ml de água estéril para
injetáveis, não agitar o frasco imediatamente após a reconstituição, para evitar o
depósito de partículas ainda não hidratadas na parede do mesmo. O produto deve
ficar em repouso de 24 a 72 horas antes da aplicação. Esse armazenamento deve
ser feito preferencialmente em temperatura ambiente de até 30°C ou sob
refrigeração de 2 a 8°C durante até 72 horas, quanto maior o tempo de repouso,
maior é a hidratação. Imediatamente antes da sua utilização, adicionar 2ml de
lidocaína 2% e agitar o produto gentilmente para homogeneização (HADDAD et al.,
2017; LIMA 2020).

As recomendações para aplicação do produto são em diferentes planos, como o


supraperiostal, subcutâneo e subdérmico. É importante notar que a aplicação não é
feita diretamente em rugas, linhas e sulcos (aplicação bidimensional), mas em áreas
flácidas e atróficas da face (aplicação tridimensional), numa tentativa de tratar a
perda de volume subjacente (HADDAD et al., 2017).
32
As injeções podem ser realizadas com agulha 24G ou 26G, porém o uso de
microcânulas está se popularizando entre os profissionais, deixando o procedimento
mais rápido e menos doloroso. Além disso, ocorre menos obstruções devido a seu
maior calibre e torna a aplicação em planos mais profundos, como a região malar,
muito mais segura. Ambas as ferramentas podem ser utilizadas em conjunto a
depender do local de aplicação, exemplificado na Figura 8 (LACOMBE, 2009;
GARCIA, 2010).

Figura 9: Locais indicados para aplicação com agulha e microcânula. A região rosa indica o uso de
microcânula e a região em verde aplicação com agulha, ambas em plano supraperiosteal. Já as setas
em vermelho sinalizam a utilização de microcânula em plano subdérmico .

Fonte: GARCIA, 2011.

Existem várias técnicas de aplicação de PLLA mas o mais importante é respeitar a


profundidade e as regiões móveis, a fim de evitar nódulos. Na metade superior da
face, o objetivo é colocar o produto no periósteo, o plano permanece o mesmo,
independentemente de tratar-se a calha lacrimal, a borda orbital lateral, a cauda da
sobrancelha ou a têmpora. Não deve ser feita a aplicação na região orbicular dos
olhos, pois se trata de um local propenso a formação de nódulos. O material deve
ser depositado de 0,1 a 0,2 ml. Na metade inferior da face o plano de aplicação é a
junção entre a derme e tecido subcutâneo, um pouco mais superficial em
comparação à metade superior, distribuindo o produto por retroinjeção. É importante
depositar o produto de maneira uniforme e realizar massagem vigorosa após a
aplicação, a fim de evitar nódulos (LACOMBE, 2009). O paciente deve ser instruído
a friccionar o local em casa, seguindo a “regra dos 5”: massagear o local por 5
minutos, 5 vezes ao dia por 5 dias (GOLDMAN, 2011).
33
Os tratamentos adicionais devem ser realizados em um intervalo de, no mínimo,
quatro semanas desde a aplicação, evitando hipercorreção (HADDAD et al., 2017).

PRINCIPAIS INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

O ácido poli-l-láctico é indicado para a melhoria da flacidez cutânea decorrente do


processo de envelhecimento, correção volumétrica de áreas deprimidas, como
sulcos, rugas, depressões cutâneas, para a correção de cicatrizes de acne,
alterações decorrentes de lipoatrofia ou remodelação óssea da área tratada. Na
prática, isso implica na melhoria da qualidade e enrijecimento da pele levando ao
rejuvenescimento global da face (HADDAD, 2017). Apresenta bons resultados na
região temporal e zigomática, no contorno facial, sulcos nasolabiais, ângulo
mandibular, pré-jowl e correção de linhas de marionetes (SANTOS, 2021; LACOMBE
2009).

Não deve ser usado no preenchimento de linhas, áreas dinâmicas e esfincterianas,


como regiões frontal, periorais e periorbitais, pois o movimento repetitivo pode levar
a acúmulo do produto e posterior aparecimento de nódulos (LACOMBE, 2009;
HADDAD et al., 2017).

Peles muito flácidas e com grande lipoatrofia são mais difíceis de preencher,
exigindo quantidades consideráveis de produto. A indicação de um bioestimulador
de colágeno pode ser feito com mais sucesso em um indivíduo sem tanta flacidez.
Em pacientes jovens observa-se melhorias relacionadas à aparência da pele e não
tanto ao volume (HADDAD et al., 2017).

É contraindicado em casos de infecção ou processo inflamatório local, doenças


autoimunes em atividade (artrite reumatoide, lupus, esclerodermia, Síndrome de
Sjögren, polimiosite/dermatomiosite), colagenoses e gravidez. Também não deve
ser aplicado em pacientes com preenchedores definitivos ou com histórico de
quelóides ou cicatrizes hipertróficas, além de pessoas com hipersensibilidade a
algum componente da fórmula (HADDAD et al., 2017).
34
O planejamento do número de frascos para o tratamento completo pode ser definido
considerando um frasco por década de vida, a partir de 30 anos. Por exemplo: um
paciente de 30 anos necessitará de três frascos, um de 40 anos, de quatro frascos,
e assim sucessivamente. A manutenção do tratamento é feita após um ano, onde
menor quantidade produto e menos aplicações são necessárias (HADDAD et al.,
2017).
Quadro 3: Principais locais de aplicação e aspectos técnicos de aplicação.

Fonte: Haddad et al., 2017.

Figura 10: Antes e depois de paciente após três sessões com ácido poli-l-lático.

Fonte: Haddad et al., 2017.


35
COMPLICAÇÕES

A reconstituição, hidratação, manuseio e colocação adequados do produto são


fundamentais para evitar complicações. Volumes de reconstituição mais altos e
tempos de hidratação mais longos (até 48 horas) demonstraram reduzir o risco de
formação de nódulos, além da indicação correta do paciente (FITZGERALD, 2018).

É normal eritemas, hematomas ou edema, além de um pequeno desconforto na


região tratada, sintomas de resolução espontânea (HADDAD et al., 2017).

O efeito adverso mais comum são pápulas e nódulos causados por acúmulo de
material, em geral por reconstituição inadequada. As pápulas são percebidas
somente quando palpadas, enquanto os nódulos não inflamatórios são
protuberantes. Esses acontecimentos podem ser minimizados pela atenção à
técnica de aplicação (diluição correta, tempo de hidratação e plano de aplicação).
Muitos nódulos ou pápulas não são visíveis, não causam impacto estético ou
funcional e podem se resolver espontaneamente. No caso de lesões visíveis ou
persistentes, podem ser opções a massagem vigorosa, injeção intralesional de
corticosteróides ou excisão cirúrgica (HADDAD et al., 2017).

Os granulomas tardios são um tipo de complicação rara (< 0,1%) onde nódulos
inflamatórios surgem meses ou anos após a injeção, persistindo e aumentando ao
longo do tempo. É uma resposta exagerada do indivíduo ao material injetado, por
infecções por bactérias de crescimento lento e pela formação de biofilmes. O
tratamento voltado para a tentativa de deter a infecção, inclui o uso de
corticosteróides e antibióticos. A hialuronidase pode ajudar a desfazer a matriz do
biofilme (HADDAD et al., 2017).

USO CORPORAL

Após aplicação na face, os pacientes se queixam da disparidade entre o aspecto do


rosto e do corpo fazendo com que busquem por procedimento de rejuvenescimento
não facial (HADDAD et al., 2019).
36
O ácido poli-l-láctico pode ser usado em outras regiões do corpo, como braços,
pescoço, região peitoral, abdômen, glúteo e coxas. A pele do corpo também sofre
alterações nas propriedades mecânicas durante a vida adulta, incluindo progressiva
perda da elasticidade, que leva a significativa diminuição da espessura cutânea. O
afinamento dérmico, observado no envelhecimento cronológico, ocorre devido a
mudanças das fibras colágenas. O maior foco desse produto na aplicação corporal é
mais direcionada à melhora da pele do que volume da região, se mostrando uma
ótima opção para tratar a flacidez e contornos corporais (HADDAD et al., 2017;
CUNHA, 2016).

A aplicação e reconstituição do produto segue as mesmas recomendações do uso


para face, entretanto o PLLA deve ser hiperdiluído. As contraindicações ao
tratamento são as mesmas na aplicação facial (medicações, inflamações, histórico
médico etc). Os pacientes devem ser instruídos a não tomar qualquer medicamento
que possa aumentar o risco de sangramento de 10 a 14 dias antes do tratamento
(HADDAD et al., 2019).

Figura 11: aplicação de PLLA no glúteo. Na foto há a comparação entre o ângulo sobre a dobra glútea
(A) e aumento da espessura dérmica ao exame ultrassonográfico (B).

Fonte: Cunha, 2016.


37
Vale ressaltar que o PLLA alcança uma volumização discreta ao glúteo, se
compararmos a outros tratamentos estéticos como o de transferência de gordura
com grande volume ou implantes permanentes. O produto também promove discreta
melhora da celulite (NOGUEIRA, 2022; HADDAD et al., 2019).

2.3.3 Policaprolactona (PCL)

A policaprolactona (PCL) comercializada no Brasil pela marca Ellansé® (Sinclair


Pharmaceuticals) é o mais recente estimulador de colágeno biodegradável
introduzido no mercado estético, em 2009 (LIMA, 2020). Anteriormente a substância
era usada em material de obturação odontológico e na engenharia de tecidos,
destacando sua biocompatibilidade. Além de induzir a formação de um novo
colágeno também apresenta efeito volumizador devido ao gel carreador, porém este
desaparece em alguns meses (GOODWIN, 2018). É o bioestimulador com maior
tempo de ação, durando até 4 anos, e combina durabilidade e resultado imediato
(CHRISTEN, VERCESI, 2020; MELO 2017).

COMPOSIÇÃO E MECANISMO DE AÇÃO

Composto por microesferas de policaprolactona, possuem diâmetro de 25-50μm


suspensas em um gel clareador à base de carboximetilcelulose. As microesferas são
totalmente esféricas e lisas, com tamanho uniforme, diferindo das partículas de
PLLA que possuem uma morfologia rugosa, não uniforme e planas com formato
pontiagudo (LIMA, 2020; GOODWIN 2018).

A resposta à injeção do produto, como acontece com qualquer injeção, cria uma
lesão que desencadeia um processo de reparo tecidual. O colágeno induzido pela
PCL segue a cascata de cicatrização caracterizada por três fases principais:
inflamação, proliferação e remodelação. A formação do tecido granuloso e o
aparecimento precoce do colágeno tipo III são seguidos pela produção e deposição
de colágeno tipo I em longo prazo, na fase de remodelação (SENA, 2021). Como a
carboximetilcelulose é absorvida nas primeiras 6-8 semanas, a perda de volume
provocado pelo gel carreador é gradualmente substituída pelo colágeno
recém-formado (LIN e CHRISTEN, 2020).
38
As cadeias de PCL são divididas através da hidrólise das ligações ésteres,
resultando em ácido hidroxicapróico e água, que são reabsorvidos por vias
metabólicas e rapidamente excretados através da urina e fezes (LIMA, 2020).

Existem quatro versões desse bioestimulador: Ellansé-S (curto, versão S), Ellansé-M
(médio, versão M), Ellansé-L (longo, versão L) e Ellansé-E (extra longo, E versão);
com duração de 1, 2, 3 e 4 anos, respectivamente (LIMA, 2020). Essa diferença de
duração ocorre pela diferença no comprimento das cadeias poliméricas e o número
de ligações éster, que aumentam a cada produto. Essas cadeias se dividem
progressivamente até atingir o tamanho final de degradação. Só nesse momento as
microesferas colapsam, perdendo seu efeito andaime e, portanto, o volume ligado à
neocolagênese ( LIMA, 2020; GOODWIN 2018).

DIRETRIZES GERAIS DO PRODUTO

Há quatro versões disponíveis no mercado estético, que são comercializadas em


seringas estéreis de 1,0 ml prontas para uso. Para gerenciamento da dor pode
ser misturado a lidocaína 2%, na proporção de 0,2ml para 1ml de PCL (LIMA, 2020)

A aplicação deve ser feita em tecido subcutâneo ou supraperiosteal. Ao optar pelo


uso de agulhas, o produto deve ser depositado em bolus de 0,2ml em plano
profundo, já ao escolher a cânula a deposição deve ser feita em retroinjeção de 0,01
a 0,02 ml na camada subdérmica (GOODWIN, 2018).

É primordial evitar a hipercorreção da perda de volume facial, por isso novas


aplicações devem ser feitas somente após 3 meses (GOODWIN, 2018).

INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

O volume de produto usado e sua colocação diferem significativamente de outros


tipos de bioestimuladores. Ellansé pode ser injetado na maioria das áreas da face
para estimular o colágeno, podendo também ser utilizado como tratamento inicial
para melhorar a qualidade da face a fim de garantir ancoragem e melhorar a
qualidade da pele (GOODWIN, 2018).
39
A policaprolactona possui a capacidade de reparar áreas que necessitam de
volume e preenchimento. Alguns estudos verificaram a eficácia e segurança do
preenchedor de PCL na correção de pregas nasolabiais, no preenchimento de
glabela e no rejuvenescimento das mãos, tendo todos apresentado resultados
eficazes e seguros, sem relato de alguma complicação grave (LIMA, 2020).

As contra-indicações para o tratamento com Ellansé são: pacientes com doença


autoimune; alergias graves com caso de anafilaxia, ou história/presença de múltiplas
alergias graves; doença de pele aguda ou crônica (infecção ou inflamação), herpes
ativa; diabetes não controlada; pacientes com suscetibilidade à formação de
quelóide ou cicatriz hipertrófica; uso prolongado de esteroides; gravidez; distúrbios
de coagulação e implantes permanente próximo a área da aplicação. Não deve ser
injetado na região periorbital (pálpebras, olheiras, pés de galinha). Também não é
recomendada a aplicação nos lábios (GOODWIN, 2018; MELO 2017).

Figura 12: Locais de aplicação da policaprolactona.

Fonte: Melo, 2017.


40
Figura 13: Antes e depois da aplicação de 3 ml de policaprolactona. Paciente com 56 anos de idade.

Fonte: Goodwin, 2018.

Após o tratamento, os pacientes devem ser orientados a manter o rosto limpo, não
usar maquiagem e evitar exposição ao calor e radiação (sauna, sol), natação/banho
e consumo de álcool nas primeiras 24 horas. Isso está de acordo com as
recomendações globais para preenchedores dérmicos (MELO, 2017).

EFEITOS ADVERSOS

O preenchimento à base de PCL é bem seguro com baixa taxa de efeitos adversos,
mas potenciais complicações, como nódulos ou granuloma podem ocorrer, apesar
de raros (LIN e CHRISTEN, 2020). Os nódulos não são inflamatórios nem duros e
normalmente ocorrem por erro na injeção por superficialização do produto ou
depósito muito grande. Os granulomas são bem raros, porém graves, têm início
tardio. Não são duros e aumentam de tamanho com o tempo (CHRISTEN,
VERCESI, 2020).

Hematomas e edema são normais e de resolução espontânea em até uma semana,


o inchaço só é considerado uma complicação se persistir por mais tempo ou for de
grande importância. Já a presença de nódulos está relacionada à aplicação do
41
produto, por isso é importante se atentar ao plano de aplicação, quantidade injetada
por ponto e áreas móveis (LIN e CHRISTEN, 2020).

USO CORPORAL

Até o momento, esse estimulador de colágeno é empregado para melhorar a


qualidade da pele das mãos. Não sendo relatado o uso em outras partes do corpo. A
aplicação deve ser feita em tecido subcutâneo e massageado logo em seguida
(MELO, 2017).
42

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na revisão dos diversos artigos é possível concluir que todos os
bioestimuladores existentes no mercado são seguros para aplicação facial e corporal
e apresentam indicações e contra indicações similares. Além disso, a forma de
aplicação, mecanismo de ação e resultados também se mostram semelhantes.
Portanto, a escolha do produto depende da queixa do paciente e da familiaridade do
injetor com a substância. Independente do produto escolhido é necessário realizar
uma boa avaliação do caso clínico e realizar o procedimento com cautela, evitando
hipercorreção.

No quadro abaixo se encontram as principais características e indicações de cada


um dos produtos.
Quadro 4: Comparação entre os bioestimuladores de colágeno.

Hidroxiapatita de Ácido poli-l-lático Policaprolactona


cálcio

Nome comercial Radiesse/ Rennova Sculptra/ Elleva Ellansé


Diamond

Tempo de duração 18 meses 24 meses 1 à 4 anos

Característica Atua como Baixa volumização, atua Entrega alta volumização


principal volumizador e primordialmente no e estímulo de colágeno.
estimulador de estímulo de colágeno. Duração elevada.
colágeno.

Área de aplicação Nariz; Região temporal; Nariz;


Região perioral; Malar e zigomático; Glabela;
Malar e zigomático; Contorno mandibular; Região temporal;
Mento; Mento; Malar e zigomático;
Contorno mandibular; Sulcos nasolabiais, Contorno mandibular;
Sulco nasolabial; Linhas de marionete; Mento;
Linhas de marionete; Uso corporal. Sulcos nasolabiais;
Uso corporal. Linhas de marionete;
Mãos.

Área contraindicada Região periorbital; Região periorbital; Região periorbital;


Lábios; Região perioral e lábios; Lábios;
Glabela. Glabela; Glabela.
Nariz.

Contraindicação Processo inflamatório; Inflamação local; Infecções ativas ou


Combinação com Doença autoimune; crônicas;
outros preenchedores; Susceptibilidade a Doença autoimune;
Susceptibilidade a quelóides; Susceptibilidade a
quelóides; Gravidez; quelóides;
43

Gravidez; Alergias. Uso de cortisona;


Alergias. Alergias;
Herpes ativa;
Combinação com outros
preenchedores.

Diluição Comercializado em Pó liofilizado, Comercializado em


seringas prontas de necessária seringas prontas de 1 ml.
1,5 ml. Somente é reconstituição com 8ml Somente é necessário
necessário de água esteril + 2ml de homogeneizar com 0,2ml
homogeneizar com lidocaína 2%, de lidocaína 2%.
0,3ml de lidocaína 2%. totalizando 10ml.
Fonte: Autoria própria.

Os bioestimuladores de colágeno são uma ótima opção para a volumização e


sustentação de tecidos moles da face, oferecendo resultados naturais e duradouros.
Para o sucesso do tratamento é necessário se atentar aos corretos planos e
métodos de aplicação e salientar a importância de massagear a região tratada
seguindo a “regra dos 5”. Além disso, os resultados dependem de muitos aspectos
que dizem respeito ao organismo e hábitos do paciente. É importante a continuidade
do tratamento, realizando manutenções anuais ou conforme a necessidade
individual do paciente.

O Projeto de Lei 2717/19 define a saúde estética como área de atuação de


biomédicos, dentistas, dermatologistas, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas e
biólogos (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2019). Conforme o texto, o profissional deve
ter título de especialidade regulamentado pelo respectivo conselho de fiscalização.
44

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