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pós-moderno na prática clínica 113

O pcnsamcnto

pós-moderno
ensamento
se concentram em
5 pós-modernismo frequentemente
sobre0 com especial atenção à im-
escritos do texto e da narrativa,
pensamento pós-moderno
os respeito dialógicas/múltiplas, da autorrevelação, das
deiasa perspectivas
O das
na prática clínica
i e ao processo ao invés dos
ortáncja laterais versus as hierárquicas
configuraçõesdisso, estes escritos se caracterizam pelas seguintes én-
Além
objetivos. concebido não como uma entidade reificada, mas como uma
0 eué algo a ser interpretado, mas um processo em
fases:
o texto não é
uo é considerado dentro de um contexto de sentido
William
D. L narrativa;
0 indivíd
fazer, suponho eu, é tornar as coisas
evolução;
como uma entidade intrapsíquica; e 0 conhecimento cientí-
histórias podem presentes e
social, não como fatos inegáveis a respeito do mundo
O que as (Tim O'Brien,
1990 0 que seriaconsiderado
i P. 204) fico conhecimento narrativo com maior ênfase colocada sobre
dálugarao a respeito de como 0 mundo funciona (ver Gergen e
dez anos, as Ciências Sociais têm sofrido mudanças crençascomuns
Durante os últimos Lyotard, 1988;Sampson, 1989; Sarup, 1989).
à crescente influência e aceitação do pensamento
significativasdevido Davis,1985; de família reconheça o indivíduo em seu con-
pós-modernol.Este
contesta muitas ideias aceitas em relaçãoà teoria Emboraa terapia
da terapia de família. simplesmente como uma entidade intrapsíquica, a
e à prática da
psicoterapia, particularmente Este maisdo que
texto, ainda está carregada de uma pers-
capítulodiscute alguns
destes desafios e explora as implicaçõesdetais
maiorpartedo pensamentoatual
transições para a terapia
de família, tanto no âmbito teórico quantono maismoderna do que pós-moderna3. Esta visão moderna vê
pectiva
prático. O foco específico
será a teoria da desconstrução e o papel da familiarescomo inerentemente arranjadas conforme uma
asestruturas
do texto e da reflexividade em sua relação com o discurso consideraa família como existindo independentemente de
narrativa, hierarquia,
visão narrativa da terapia, propondo vê o terapeuta em uma posição de especialista e sustenta
clínico.Vou apresentar uma que umobservador,
quais os clientes descrevem suas vidas limitam familiar normativo" como a referência para o fun-
as formas pelas seude. o"desenvolvimento
senvolvimentode novas ideias ou abordagens às suas situações vitais, e o crescimento familiar saudáveis (ver Haley, 1976; Bowen,
cionamento
A psicoterapiaé o processo de mudar o discurso "problemático" atual 1978;Minuchin, 1974).
do clientepara outro discurso que seja mais fluido e permita umagama Recentemente,
com o advento do Grupo de Milão e de
interações possíveis. Embora corroborando a
seu retor-
maior de visãonarrativa, noaopensamentode Bateson (Selvini et al., 1980; Boscolo
et al., 1978),
vou discutir como a analogia do texto da crítica literária é limitada em juntamente
como trabalho pioneiro de teóricos e
terapeutas como Tom
sua aplicação aos sistemas humanos, e vou concluir com uma discussão Andersen
(1987,
1991),Harold Goolishian e Harlene
do trabalho atual desenvolvido no Instituto da Família de Brattleboro, 1990),
LynnHoffman (1988, 1990) e Anderson (1987,
Michael White (White,
que exemplificamuitas destas ideias na prática clínica2. eEpston,
1990),
o campo começou a 1989; White
assumir um colorido mais
pós-
Social
como Construçào
114 A Terapia C) pcnsamcnto pós-moderno na prática clínica 115

transição incorpora diversas mudanças


-moderno. Esta universais dão lugar a um significativas de quem somos em interaçáo com os entendimen-
ou estruturas multiverso de definição a nosso respeito, Este é um processo
sobre o mundo (Maturana e varela, pelas outras pessoas
pluralidade de ideias tos percebidos o mundo em que vivemos, criando, assim,
sistemas homeostáticos cede espaço a Nós moldamos
das famíliascomo Visão
"realidade" dentro do contexto de uma comunidade de
como transformadores, e dos estados de d própria
sistemas sociais dese de nossas narrativas são construídas através de
como produtivos e
normais (Elkaim, 1982; Hoffman, As fronteiras
1981).As políticos, económicos, sociais e culturais, com
são conceitualizadas como sistemas sociais compostos
de sistemas restrições e potenciais mas existindo dentro de contextos
sentido e organizadores de problemas (e de narrativas não ilimitadas,
dores de mais opções narrativa, ou sentido de self, não apenas é produzida
nos quais os sintomas servem a certas funções) nos quais os prescritos.Esta
mediados pela linguagem (Anderson diálogo com outros, mas é o nosso próprio diálogo com os outros.
existem e são e Goolishian, pelo
Além 1988 um selfoculto a ser interpretado. Nós nos "revelamos" a cada
1990;Epstein e Loos, 1989). disso, os modelos de terapiahie Não existe
interação pela narrativa presente que mantemos com os
quicos, dirigidos por especialistas, estão se transformando em momentode
o filósofo Emanuel Levinas (in Kearney, 1984),"o eu
de configuração lateral, no qual clientes e terapeutas têm uma outros.Segundo
um momento puro de autoconsciência autónoma, mas
sabilidade mais igualitária pelo processo terapêutico (ver nãocomeçaem
por quem ele permanece para sempre responsá-
Andersen relaçãocom o outro,
1991;Caesar e Roberts, 1991).Estas mudanças exigem uma reavaliação em é meramente uma ilusão à qual nos aferramos,
de muito de nosso pensamento tradicional sobre a terapia de família. vel".Umselfpermanente
A uma narrativadesenvolvida em relação a outros ao longo do tempo, que
família não é mais o objeto do tratamento, vista
viemos a identificar como sendo quem somos4.
um observador ou como fonte de problemas, mas como uma
entidade Consideromuito útil entender esta ênfase sobre a narrativa em
flexível composta de pessoas com sentidos em comum (Jorgenson,
1991), conjunçãocom as teorias da desconstrução literária. Jane Flax, em seu
comentáriosobre o pensamento pós-moderno, afirma que todos os
Narrativa,desconstrução e texto discursos pós-modernos são basicamente desconstrutivos "na medida
emqueprocuram nos distanciar e nos tornar céticos em relação às
Uma das características principais desta perspectiva emergente éo crençasque concernem a verdade, o conhecimento, o poder, o selfe
entendimento do papel da narrativa na prática clínica.Sarbin(1986) a linguagem,que são frequentemente aceitas como verdadeiras
e ser-
oferece uma transição essencial com sua distinção da narrativa como vemcomolegitimaçãopara a cultura ocidental contemporânea"
(1990,
metáfora básica na experiência humana. A visão narrativa sustenta que p.41).A teoria da desconstrução está enraizada em uma
tradição fi-
é o processo de desenvolvimento de uma história de vida quesetornaa losófica
quese origina mais especificamente nos trabalhos
de Kant,
base de toda a identidade e, portanto, desafia qualquer conceitosubja- Husserl,Heideggere Wittgenstein (ver Eagleton, 1983;
Taylor, 1986).
cente de um selfunificado ou estável. Estespensadoresabordam
continuamente as questões de como pode-
mosconhecero mundo (a
O desenvolvimento de uma narrativa ou história é algoque realidade) e qual o papel da linguagem em
É
1989).um nossasdescrições dele.
zemos em conjunto com outros (ver Gergen, 1989; Shotter,
pós-moderno na prática clínica 117
O pensamento
Construção social
como
116 A Terapia

novas narrativas/perspectivas podem surgir do


teórico desconstrucionista francês Jacquesb terapia,as
Segundo o sistema de signos que não Na m etáforas e expressões do cliente e as do terapeuta.
1978), a linguagem é um têm entre as
para o que não é dito pelo cliente e ofe-
(1976, inerente. os valores são atribuídos a
eles
interjogo este p ode atentar
negativo sendo, sob forma de uma reflexão. Por exemplo,
positivoou sentido. A existência de uma Assiro visão diferente,
produção de palavra
a ele que falava sobre sentir-se "perdidos"
pela nossa distinções tanto dela casal em terapia
todas aquelas mesma quantode um terapia que observava a sessão fez alguns
camente inclui demos
outras palavras que não estão presentes. Assim aten outro 5. A equipe de
relação com as estão sempre disponíveis sendo
onlcom
o a dos clientes. Eles se perguntavam como seria
múltiplosentendimentos
atravésda na presenç
texto em relação às ideias cornentários e falavam sobre jornadas nas quais pessoas e ideias
no e palavras
do que está presente Estes outros entendimentos ser
"encontrado"
e encontradas. Eles consideravam 0 que o casal
que não estão
presentes. possíveispodem ser perdidas
como traços no texto, "sempre já" disponíveis encontrar em uma viagem destas, e a sinalização que eles po-
ser compreendidos poderia do caminho. Após tais reflexões, 0 casal
serem invocados.
Seguindo aperspectiva da "resposta do leitor"
(verCul. encontrarao longo
distinções não são como artefatos, esperando de modo diferente a respeito de sua jornada, e discutiu
ler, 1982),estas novas começou a falar
poderiam encontrar. seus sentimentos de
serem descobertas, mas
visões diferentes disponíveis para cada elesachavam que
leitora quaissinais
partir da perspectiva dentro da qual aquela pessoa vê o texto. rapidamentese transformaram em esperança, à medida que
desespero
Como aponta o psicólogo Edward Sampson, existem a desenvolver um novo "curso" para si mesmos, que
elescomeçaram como de ser encontrado, bem
des marcantes entre as ideias
de Derrida de différance - queele
descreve incluía aspectostanto de estar perdido
palavra nem conceito" (1986:400) — e as próprias. Eles disseram que os
comentários da equipe
como "nem noções deBateson comonovasideias
de diferença: ambas "descrevem relações, não entidades" (Sampson, desenvolver um novo quadro da sua situação.
lhespermitiram
1989
11).A différance, entretanto, acrescenta outra qualidade à ideiadeBate. Ahistóriadiferente da equipe não tinha a intenção de substituir a
son de diferença. Derrida propõe que existe aquilo que é dito e oquenào do casal.Ela possibilitou a geração de uma différance, ou tensão,
história
é dito, e a tensão entre os dois é a différance. Tal tensão cria entreosdois.Esta tensão foi o início do desenvolvimento de uma nova
um potencial
para que emerja um novo entendimento. Este novo entendimento narrativapor parte do casal, que não era a história nem de um nem de
uma dualidade ou-ou entre palavras e sentidos, mas uma mudança, ainda outro.Elaera potencialmente algo novo e, ao mesmo tempo, uma inte-
que mínima, para uma posição de tanto-como. Com esteinterjogodo gração/variação das outras histórias já desenvolvidas. A nova história
dito e o não dito, do presente e do não presente, existe sempreo potencial sobrea vidadaquelecasal poderia ser vista como já existente para eles
para o surgimento de uma nova posição ou perspectiva,queaindanio comoumtraçoem seu repertório, apenas ainda não distinto.
foi divisada. E esta outra posição que Derrida sugere queprocuremos
continuamente: uma descrição que esteja até mesmo fora daperspec. Dostextosliterários aos sistemas humanos
tiva tanto-como. Para Derrida, a outra visão está a nossadisposição,
e devemos sempre tentar desconstruir o mundo comoo Oexame do textocomo uma analogia para os
nou-se sistemas humanos tor-
procurando pelo inesperado que possa substituir aquelavisão. popularrecentementeem diferentes
disciplinas. Geertz (1973)e
social
como Construção O pensamento pós-moderno na prática clínica 119
118 A Terapia

como uma metáfora


exaltam o uso do texto observador (presente ou subentendido), e que pode ser
Ricoeur (1979) a analogia do texto para
com um
humana. Na prática clínica, tem sido conjunto
riência
Epston (1990) e Penn e Sheinberg (1991). pessoa.
insights sobre nós mesmos e reinterpretamos e em-
por White e texto,
Gergen
mas questiona a sua utilidade a
própria
desenvolvemos
do de vida no contexto do outro, no qual a história
examina a analogia que nossahistória
a função de procurar quaisquer intençóes elezamos recriada/construída, e não "relembrada". Os
fora. Ele contesta "Se as pessoas são latentes b continuamente sendo
pergunta: vidas, mas desenvolvemos narrativas
interaçáo humana, e textos, então está acontecem em nossas
quern
(1988, p. 43). Ele propõe que nunca se pode realmente • reais os congelam. À medida que desen-
os leitores?" deles que frequentemente
intenções nem as dos outros. A única torno sobre um evento e nossa interação com
cer nem as próprias uma nova perspectiva
interpretações, "nenhuma das quais é volvemos
a de múltiplas nossa narrativa a seu respeito. Desde esta perspectiva, o
entendimento não surge por meio de mudamos meramente como um novo entendimento,
rior" (1988,p. 35). O ele,
pode ser considerado
material latente ou inconsciente, mas
estrutura profunda, do insight para a pessoa naquele momento: ele não é a descoberta
Assim, Gergen enfatiza 0 papel fazsentido
interaçao entre os indivíduos. do verdade sobre a existência de alguém, mas o desenvolvimento
indivíduos no desvelamento do sentido e dealguma
e da relação entre os dainte nova história que este alguém pode utilizar no futuro, até que
O desafio, portanto, é mudar de
no comportamento humano. o conceito insight emerja.
entendimento daquele do indivíduo para a arena da umnovo é um coautor/coconstrutor, e seu trabalho é cogerar
de interaçào Seo terapeuta
observador e observado: um processo de coconstruçào do entendimenw texto ou história, como
é feito isto? Considero bastante útil
a analogia do texto para os um novo
Segundo esta perspectiva, em termos de mudar o discurso no qual o cliente está
aquipensarmos
manos assume uma complexidade muito maior do que paraa atualmenteengajado
para outro, no qual o problema não exista. A visão
Os clientes não são textos escritos, passivamente esperandopara narrativada terapia
propõe que as maneiras dos clientes descreverem
interpretados por um leitor, mesmo que a interpretação nãoseja suasvidaslimitam
o desenvolvimento de novas ideias ou abordagens em
são fixa, certa ou privilegiada. Cada leitura é diferente, dadaa a suassituações de vida.
relação
A tarefa do terapeuta é unir-se a eles no
entre cliente e terapeuta. O cliente, em essência, não tem desenvolvimento de uma nova história sobre suas vidas, que lhes ofereça
"verdadeira", independentemente do "leitor" para o qual elecontaaqueh umavisãosuficientemente diferente de sua situação, mas não diferente
história em particular. A própria interaçâo é onde o texto existe,
eondt paraexpandir a conversação. Esta visão não solidifica os proble-
demais,
emerge a narrativa de uma vida. O desenrolar do texto é semprealgoqut mas,nãotoma o partido de nenhum dos participantes como mais "certo"
acontece entre pessoas. Os clientes revelam a história de suasvidasen doqueos outros, nem diz às pessoas qual deve ser a atitude, a resposta
"corretos". A terapia é um processo de continuar
conjunto com um leitor/terapeuta específico, e, portanto,esteésempre ouo comportamento
O •
textoresultantenioi aengajar-seem uma conversação com a intenção de facilitar/cocriar/ser
um coautor da história que está sendo contada.
mas uma construção
dosdois de uma nova narrativa com os clientes, sem impor uma nova
coautor
a história do clientenem a do terapeuta,
tenhauma\id2 históriaa eles.O ponto de partida é sempre a história do cliente a respeito
Esta visão narrativa não implica que o cliente não
história sempresedesvelan deseuentendimentodo mundo, contada a nós enquanto observadores/
independente do terapeuta. Entretanto, a
Social
como Construção O pensamento pós-moderno na prática clínica
120 A Terapia 121

história não pode ser colocada


participantes. Nossa um especialista,
acimada (1990),a conversação pode ser definida como qualquer
mais visto como com Goolishian na qual haja algum "espaço compartilhado" e
terapeuta não é como um facilitador desta entre pessoas
mas mútua dentro dele. Dentro deste espaço compartilha-
história privilegiada, arte da conversação (Goolishian, interaçao
da no qual são gerados sentidos para
pêutica, um mestre um senso de entendimento
junho de 1989). doexiste sentimentos e açóes do outro.
pessoal, 21 de pensamentos,
os é "a capacidade de qualquer sistema de significa-
discurso e reflexividade A reflexividade construindo seu próprio objeto pela
sobre si,
Terapia narrativa:
referência a
devoltar-se entendido como ideias que se dobram sobre
que também é
mesmo",0
discurso e reflexividade são de importânciacentral p. 2). É o ato de fazer de si mesmo 0 seu objeto
(Ruby, 1982, de
As ideias de simesmas
mudança/coconstruçâo das narrativas. Nósvivemos de conversações
Através
reflexivas, nas quais uma pessoa faz
esta visão de terapia, podemos nos
c observação.
Na engajarcomos o objeto de sua própria observação, opera-se
nuamente no discurso.
suasconversasanteriores
respeito das experiências que eles tiveram.Estas de portanto, da perspectiva. Torna-se possível
em discursos a mudança do discurso e,
a
conteúdo, examinando recursos específicos discurso em que se estava anteriormente engajado e vê-lo
ser discussões de "retirar-se"do
para resolverem um problemaemparticuht outra perspectiva6.
podem ter desenvolvido desde
processo, examinando a relação terapêuticae tornou-se muito evidente para nós quando traba-
ou discursos de Esteprocesso
com outras relações e ideias.Podemos mãe e o mais novo de seus 11 filhos7.Ela veio a nós
renças e similaridades lhamoscom uma
James, estava tendo dificuldades na escola,
engajarmos em um discurso a respeito do presente,dopassadooudo porqueseufilho de 13 anos,
nos
de nossa orientação e de nossa trocacom0 o havia encaminhado para terapia dizendo que ele passava todo o
futuro, dependendo que
os discursos continuamentedelineiam pela sala e falando com as outras crianças, não
Independentemente da opção, t tempose deslocando
nosso mundo. Qual discurso escolhemosdepende daquilo entregavaseus deveres e sentia-se mal com muita frequência, tendo que
objetificam escola estava começando a considerá-lohi-
clientes "trazem para nós" e de qual orientaçãooudiscursonós sermandadopara casa. A
que os e queria um parecer médico. A mãe descrevia seu filho como
trazemos para a interaçáo, que inclui aquelesarespeitodos perativo,
os terapeutas, pequeno",frequentemente doente e, aparentemente, "sempre pro-
géneros, da cultura, das perspectivas teóricas e das experiênciasdevidt"muito
Ela sentia que muitos de seus problemas tinham a
conversação é um discurso diferente,quesurgeatravés& curandoconfusão".
Cada tipo de vercomo fato de ele ser tão "pequeno". Entretanto, ela também dizia que
com os outros. A singularidadee a qualidade
nossa interaçáo discursos.Elesnãodevemjamu eleeramuitocarinhoso,
muito preocupado com a saúde dela e menos
destes múltiplos
trabalho dependem tanto pelosclientescomo* agitadoem casa do que na escola.
desconstruídos
ser fixos e devem ser reconstruídos em conjunto. Emnossasconversações iniciais, ela nos contou que ela e o pai
terapeutas, e subsequentemente com outros e éumproces
domeninonuncatinham se casado, e não viviam mais juntos, embora
é a conversação
Portanto, o discurso elemento Jamesvisseseupai diariamente. Ela explicou que tinha uma saúde muito
a realidade, mas é um frágil,e que periodicamente precisava de atendimento "de emergência"
social. Ele não espelha 1979). Após os trabalhos
de
(Rorty,
próprio processo social
Construção Social
122 A Terapia como O pensamento pós-moderno na prática clínica 123

saúde local, devido a problemas respiratórios.O


do serviço de comprometida em decorrência pai Trocamos de
lugar novamente e Judy perguntou aos pais qual sua
tinha a saúde da dk
James também respeito dos
comentários do filho. Chorando, a mãe falou sobre
história de dependência de medicamentos, a
alta e uma longa da impressionada: "Meu menininho cresceu na frente de meus
conseguiu se livrar. qual
t estava
recentemente respondeu emotivamente, e disse que nunca tinha
Judy Davis, conversou com eles O pai também
A terapeuta, a respeito
de falar com ninguém "da maneira como ele falou com
terapia, e tanto a mãe como escutado seu filho
poderia participar da a criança
concorda. novo respeito
pelo filho era visível. Além disso, o pai anunciou
incluir o pai. Ele compareceu à sessão BilltSeu
ram que seria útil havia gostado muito deste
processo e queria continuar com a terapia.
relutante. Cada membro do casaltinha que
de maneira um tanto discutidas ideias
para futuras conversas, incluindo falar sobre os
que era difícil conversar com ele. Foram
diferente do filho, e disse Judypropó! sentimentosda mãe em relação ao fato de seu último filho sair de casa.
sendo que uma das sugestões
diferentes maneiras de falar, foi Oito meses após
o fim da terapia, nos reunimos com a família na
enquanto ele assistiae escutava
conversassem sobre o menino casada mãe. Tanto
a mãe como o pai disseram que seu filho estava indo
comigo. Todos concordaram.Elesvoltaram escola, estava trabalhando após as aulas em um hospital
do espelho unidirecional muitomelhorna
o pai disse que estava com muitas havido apenas um incidente após o fim da terapia: o
na sessão seguinte, mas locale que tinha
tornando sua vida mais difícil um alarme de incêndio e, como "compensação",
cabeça e que a terapia estava meninotinha disparado
lidar com seus problemas e maiscom serviços comunitários no corpo de bombeiros. Embora
mais fácil. Ele não conseguia tevequeprestar
a ideia do formato discutidono o tempo estipulado, ele continuava a trabalhar lá
filho. Judy novamente trouxe já tivessecumprido
como havia sido combinado.
anterior, e eles passaram a atuar Embora comovoluntário.
suas dificuldades com a terapia,a Acreditamosque um aspecto daquele trabalho que o tornou útil
o pai continuasse a discutir
Judy perguntou como seriaparaelesdis. paraa famíliafoi a mudança dos discursos que os pais e o menino foram
mudou rapidamente quando
a respeito do filho. Ambosresponderamcapazesde operar devido à reflexividade de observar e escutar as conver-
cutirem suas visões diferentes disso, eles tinham estado envolvidos em apenas
queriam fazer isto, e James e eu fomos para trás doespelhopan sasunsdosoutros. Antes
que outra perspectiva. A separação possibilitou
a conversa. A mãe disse que via seu filho muitopequenot umdiscurso,sem qualquer
observar mu acadaum observaro conteúdo do discurso original desde uma nova
carinho e atenção; o pai o viacomo
jovem, precisando de muito e se
posição, engajar em um novo discurso a respeito dele. Nenhum dos
capaz de assumir responsabilidades.
velho e mais
eu trocamos de sala com eles,quepassaram paistinhaqueconvencer o outro de que seu filho era grande ou pequeno,
Depois, James e eo meninonão teve que defender sua posição em relação ao que estava
enquanto discutíamos nossas impressõesdaentrevista.Ek
nos observar sobrecom fazendo na escola ou em casa.
sobre seu desejo de ajudar ambos ospais, Emnossasinterações terapêuticas, recorremos com frequência à
falou longamente deles e sobreseus
planospan
sempre à disposição reflexividade
para que novas conversações ocorram entre os indivíduos e
ele fazia isto estando como "bombeiro,emumaeqlll}
queria trabalhar paraquetodosos participantes experimentem um certo grau de entendi-
o futuro. Ele disse que as outras pessoas".
que ajudasse
de resgate ou ser alguém de casa.
para muito longe
disse que não queria ir
Social
como Construçáo
124 A Terapia O pensamento pós-moderno na prática clínica 125

as suas, compartilhando-as
palavras dos clientes para comeles teve a experiência percebida de ser compreendida
as
correspondência entre seus sistemas de Acredito que ela
se existe uma linguagemlpts permitiu a nós dois começarmos a desenvolver uma nova
Deste modo, 0 entendimento, mais do que a r mim,0 que
de sentido. po Novamente, a apresentação de minha história diferente
de que novas narrativas se desenrolem, na juntos.
história
a possibilidade medida de dar a ela uma nova história de sua vida. Do
tentativa
proporciona uma visão
ligeiramente diferente da foiuma
ela foi colocada em uma posição reflexiva em relação
isto pode ser visto quando um terapeutadá comofalei,
Na prática clínica, a conversaçãoprévia.
Contudo, eu estava engajado em um discur-
da situação dele, e esta "serve" para ele, seticlie a
sua versáo/quadro muito daqueleno qual ela e eu estávamos envolvidos antes desta
história original. O cliente com frequênciae diferente
seja diferente de sua r so escutando-o, ela foi capaz de mudar a sua própria posição e
Para ilustrar melhor, eu reflexão,e,
dizendo: "Você me entende". estava se
Nossasduas "conversações" dobraram uma sobre a outra,
se dizia "agorafóbica
com uma mulher que sofrendodesta discurso.
de pão quando é sovada, gerando uma posição que era nova
como seria para ela se eu tivesse comoa massa
vida inteira". Perguntei algumas
v.. e que incluía tanto a
ideia de liberdade como a de restrição.
ela disse que "dependeria do paranós dois,
diferentes de sua situação, e quào
Eu lhe disse que elas poderiam ser estranhas,
elas fossem". atual
Nossotrabalho
apenas ideias e ela poderia descartá-las se lhe parecessemestran\u
contá-las. Eu disse o seguinte,não
mais! Ela disse que eu podia Nossotrabalhono
Instituto da Família de Brattleboro integra as ideias
para ela, mas como se falasse comigo mesmo (ver Wangberg,1991): dopensamento
pós-moderno à prática clínica. Fomos fortemente in-
pelos escritos de Lynn Hoffman (1988, 1990)
fluenciadospelo trabalho e
Eu fico me perguntando se a sua agorafobia não é como e pela"posiçãoreflexiva"
desenvolvida por Tom Andersen (1987,1991)
cujo fio está preso no seu cinto na parte de trás dassuascalA e seuscolegasno norte da Noruega. Nosso trabalho está concentrado
Você esquece que ela está lá, mas está semprearrastando.aattu especificamente sobre a reflexividade entre os participantes da conver-
de você pela vida afora. Às vezes o tempo está maisventoso,téa saçâo,incluindo tanto os clientes como os terapeutas. Na aplicação prá-
se faz lembrar e impede você de ir longe demais nachuva.C0ü tica,empregamosperguntas, reflexões e a mudança de posições como as
Ogu principaisabordagens clínicas da terapia. A entrevista entre o terapeuta
seria para você soltar o fio e deixar a pipavoarsozinha?
mudaria para você? Houve algum momentoemquevocéti\u ea famíliasegueo modelo de questionamento introduzido inicialmente
esquecidoque a pipa estava presa em você? peloGrupo de Milão e que foi expandido por Penn (1982, 1985) e Tomm
Asperguntas são frequentemente dirigidas ao que Bateson des-
(1987).
para¿
disse que erarelevante comoinformaçõesou diferenças. Elas não pretendem oferecer
creveu
Ela escutou minha história em silêncio e
história e a dela,quefalaz umanovasolução,mas criar uma tensão que possa levar a uma inte-
e então continuamos a discutir a minha graçãodasdiferençaselou ao desenvolvimento de uma nova narrativa.
EladN
agorafobia e restrições.
sobre pipas e liberdade, bem como de queni Durantea entrevista, consideramos quem pode falar com quem,
perspectiva de suasituação,
que agora começava a ter uma nova sobreo quê e como (Andersen, 1991).Nossa intenção é
manter a con-
era tão restritiva.
Construção Social
126 A Terapia como
O pensamento pós-moderno na prática clínica
127

não proceder de uma maneira que


versaçáo terapêutica e seja
do ritmo ou do desejo do Novas ideias podem ser continuamente introduzidas desde
mente diferente do estilo, clientede
discurso.
se as conversações
forem ou muito similares ou muito
posição, e tal processo permite que tanto o cliente quanto o tera-
diferentes esta pode e não pode ser considerado. O terapeuta
modo comum de
interaçáo e entendimento, a conversação determinem 0 que
pode
perguntas a respeito do dirigir sugestões ou ideias para o cliente. Estas também
terapeuta inicialmente faz contexto
do O odeatémesmo
de vir a ele, em termos das relações introduzidas como uma ideia, até mesmo enfática, para ser
e da história da ideia entreas podemser
ideias. "Como surgiu a ideia de clientes. Aos clientes pode-se indagar o que pensam
presentes e suas buscaruma consideradapelos
ideia? Quem concordou ideias/sugestões como sobre o fato de o terapeuta intro-
Quem foi 0 primeiro a ter esta tantosobre as
a ideia antes, como explicam
ela? se vocês já tinham tido 0 fato duzirtais
ideias.
terem buscado a terapia antes? se nós fôssemos falar
sobreestas Quando mudamos perspectivas e introduzimos novas ideias,
não devem sempre ser incluídasem
agora, como seria para cada um de vocês? Existe alguma algumasdescrições/discussóes
Como na crítica literária, pode haver limites con-
que vocês achem que seria útil incluir nesta conversa?" umaconversação. que
das narrativas podem ser entendidas ou gera-
Ao formular perguntas, o terapeuta mantém a perspectiva textuaisà extensão
em algumas famílias nas quais existe uma diferença
não existem disposições hierárquicas nas conversações.Nãoéumaabor das.por exemplo,
de estar havendo ou não abuso de álcool, uma
dagem da terapia ao estilo "cebola", com conversaçõessuperpostas deopiniãoa respeito
terapeuta
em discussão detalhada sobre o álcool pode ser muito diferente daquilo
círculos concêntricos que o tem que atravessar para
"real". Cada discurso é considerado relevante
alcançar
o que elessão capazes de discutir naquele momento. Uma conversa a
material seosparticipan.
considerarem, e o contexto da conversação respeitoda possibilidadede discutir o álcool e um exame das dife-
tes assim o é tãovalorizado
Um discurso não é rençasemrelação à questão pode ser mais viável para eles, e permi-
quanto seu conteúdo. necessariamente maisou
tirquecontinuemem terapia. Uma vez que um terapeuta comece a
abrangente do que outro. Ele pode ser mais "significativo"paraosparti. pressioná-losalém do que eles podem se envolver, eles podem não
cipantes, mas isto tem mais a ver com a extensão dos sentidosquecada retornarpara a terapia. Não significa que os terapeutas tenham que
um confere ao discurso do que com sua natureza inerente. lidarcom a família "pisando em ovos". Eles podem introduzir os
À medida que uma entrevista progride e outras ideias tópicosdifíceispara serem discutidos de seu próprio ponto de vista
consideradas pelo entrevistador, equipe ou clientes,elaspodem ser e perguntarcomo seria discuti-los.
"colocadas na mesa" para serem consideradas pelos outrosparticipantes Umcomentário que é feito com frequência em nossos programas
No caso descrito anteriormente da mãe, do pai e do menino, foram detreinamentopara estudantes diz respeito ao momento apropriado
sugeridas ideias a respeito da participação em encontrosfuturosefor. paraabordaro "conteúdo" em nossas conversações. Somos questionados:
matos para a conversação, e as ideias do terapeutaforaminformadas "Vocêsestãosempre 'falando sobre falar', como se estivessem na beira da
a respeitodas piscinasempretestando a água. Quando é que vocês entram na
à família. Desta forma, a ideia de falar potencialmente piscina?".
comoobjetivode Inicialmente,
eu pensava que primeiro tínhamos que ir ao encontro
questões pode ser considerada, não necessariamente dos
elas, mas de se engajarem próprio clientes"ondeeles estavam", e entrar na
neste
fazer os clientes falarem sobre "piscina" lentamente, indo tão
Construção Social
128 A Terapia como
O pensamento pós-moderno na prática clínica
129

pudessem, respeitando seu processo.


rápido quanto eles Acredito para ser discutida com uma pergunta ou comentário,
estamos em conversação com nossos clientes na mesa"
ra que, quando esta eu geralmente tenho uma reação
piscina é a interação intersubjetiva , estath01 "em situações como
sempre na piscina. A orexemplo, Como vai ser nosso encontro se eu mantiver esta
não é nem mais nem menos entrenó pers-
discurso do momento. Ela como.
Quem teria
simplesmente existe. Portanto, importanted forte
em nossa
conversação? alguma dificuldade com
que qualquer outro; ela não ideias são compartilhadas,
direitos a conduzir o curso de uma forma, as externalizadas e os
clamar quaisquer conversação ela?".Desta
privilegiada, e nem podemos d podem comentá-las, levando potencialmente a uma nova
qualquer posição preveronde participantes
a situação. Tal abordagem mantém uma perspectiva
uma conversação deve se desenrolar. Embora possamoster formade discutir
todos os membros, enquanto colaboradores iguais no
sobre o que pode acontecer
o
ou que foi útil para outros
clientesno respeitosapara
Estas fazer as distinções e as escolhas sobre quais ideias devem
sado, esta é apenas uma visão. outras visões podem ser processode
a nossos clientes. a seguir.
mas não devem ser impostas serdiscutidas processo, e não nos objetivos. Como foi
Existeuma ênfase no
Esta perspectiva na terapia é coerente com as ideias nunca se sabe quando uma nova narrativa vai emergir,
significativos. Ela é uma mudança afirmadoacima,
em diversos aspectos emrelação
a são predeterminadas ou planejadas para acontecerem
outros modelos neste campo, pois introduz o pensamentodoterapeuta e assessõesnão
fixo de tratamento ou "passos" preordenados. O
segundoum plano
de maneira muito aberta. Não existem conversassecretaspelas costas estão em uma exploração mútua, mais do que
Ao contrário, todas as conversas são clientee o terapeuta
dos clientes. mantidasna a um objetivo com um resultado específicoem
equipe que sai detrás do espelho ou emum curso dirigido
deles, seja pela por umúnico terapeuta em manter a posição de espe-
te. mente,ou com a intenção do
rapeuta falando consigo mesmo. O terapeuta é inteiramenteincluído cialista.A terapia focaliza as conversações do terapeuta com o clien-
como participante do sistema terapêutico, tornando suasideias comocolocaRorty, "o objetivo da filosofia construtiva é manter a
te;
a terapia conhecidas dos clientes. Existem sempre outrasconversações conversaçãoem andamento, mais do que encontrar a verdade objetiva"
que poderiam acontecer, mas aquela na qual os participantes estão (1979,p. 377).
engajados é considerada primária. Para o terapeuta,dizerqueuma Sehouvesseobjetivos, seriam continuar a conversação e distin-
conversação é mais importante do que outra é meramenteapreferén. guirosaspectospotencialmente disponíveis, mas ainda não examina-
cia do terapeuta. Esta não deve ser desconsiderada,massimtomada dos,atéque uma nova narrativa seja desenvolvida. O terapeuta está sem-
como mais uma perspectiva dentro da conversaçãoemandamento. preprocurandooutras maneiras de introduzir diferenças, seja através
de um enquadramento, de uma metáfora ou de uma
Para ilustrar, em situações de violência ou abuso sexual,o terapeuta deumahistória,
como"oshomensnuna únicapalavra.Não se trata de encontrar um sentido "verdadeiro", nem
pode ter uma visão particular sobre a situação,
estavisãoepermitir deofereceruma nova história. Não existe uma metaposiçãoou uma
devem bater nas mulheres". Ao invés de ignorar metavisão
do terapeuta, e sim um questionamento contínuo das pre-
que ela seja uma lente oculta que poderá influenciarveladamentea
conhe missasde ambos os lados. A nova narrativa que surge desta interação é
torná-la abertamente
conversação, uma abordagem possível é colocaresta desenvolvida
por todos os participantes.
terapia. O terapeuta pode
cida a todos os participantes da
Construção Socia
130 A Terapia como O pensamento pós-moderno na prática clínica 131

da Família de Brattleboro foi fortemente


Resumo clínico do Instituto
trabalho Hoffman (1988, 1990)e pela perspectiva da equipe
distinções inerentes ao
O por Lynn
identificou diversas influenciado Tom Andersen (1987, 1991)e seus colegas em
pensamento desenvolvida por
Este capítulo terapia. Esperamos que estas reflexiva trabalho também foi discutido em outros artigos
relacionou à Noruega. Este
-moderno, e as sirvama
et al., 1988;Davidson
e Lussardi, 1991;lm, 1989, 1991;Lax
mais conversações, em vez de oferecerem uma (Ver pavidson Lax, 1988).
para estimular esta veia do pensamento 1988; Miller e
terapia. Obviamente, e Lussardi, moderna referida aqui é de uma natureza filosófica que privi-
neira" de fazer para o papel do terapeuta
e da
Aperspectivana construção do sentido. Ela pressupõe posições de autorida-
implicações como
clínica tem sérias legiao sujeito
Ica
especial. especializado (ver Barnaby e Straus, 1989; Reiss, 1982).
dos diagnósticos e planos de
tratamento.Este conhecimento
e para o sentido saber quando uma nova narrativa
de e pode ser encontrado em outros domínios. O pen-
pensamentosimilar budistas, particularmente o Budismo
podemos
sustenta que nunca modelos de
4
samentoe
os ensinamentos
que "vemos" são apenas
Therava-
outros terapia que sugerem afirmam que o nossos conceitos,
desenvolvida e, portanto, da,por exemplo,realmente presente. Estes conceitos não estão livres de um
são diretamente questionados, bem como está
e não o que surgem através de nossas interaçóes (presentes e passadas) no
específicos de tratamento mas
em uma orientação construída hierarquicamente contexto,
outros. Toda a Vida é vista como não permanente, incluindo
que se inscrevem edii. mundocom os
terapeuta. Como Tom Andersen (1991)sugere em seu de si mesmo.
gida pelo qualquersentido William Lax e Randye Cohen, e a equipe era formada
próprio trabalho, é uma maneira de pensar eram
comentário sobre seu 5 Osterapeutas Perry Williamson.
determinada ou um modelo fixo de trabalho. Hollar e
por Ron
se tem uma formulação 6 Esteprocesso
de utilizar um discurso para observar outro é familiar para
vendo apenas o início de uma mudança radical terapeutasde muitas
perspectivas teóricas. Alguns terapeutas psicodinâmi-
dito que estejamos um "ego observador" em seus clientes;
praticada nos últimos trinta anos, queesperamosqut para desenvolver
pia como tem sido cos se esforçam
cognitivo-comportamentais utilizam ideias de interrupção do
do especialista social, cultural e politicamente. osterapeutas
venha contestar o modelo pensamentopara facilitar esta
mesma mudança do discurso; e os terapeutas
um novo discurso de "resultados incomuns" ou "exce-
focaisdesenvolvem
volume) considera tal processo central para todas as
çóes".Hoffman (neste
Notas boasterapias,e o denomina
"ressonância do contexto"
JudyDavis, e a equipe era formada por William Laxe JoePumilia
gratidão aos colegas do Institutoda 7 Aterapeutaera
Gostaria de expressar minha Graduate Schoolpelo
England auxílionaformula.
Brattleboro e da Antioch New
ção das ideias contidas
neste capítulo. Meus agradecimentos também aSydnq bibliográficas
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McNamee e Joe Pumilia por seus comentários àsprr T. (1987)'The reflecting team: dialogue and meta-dialogue in cli-
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