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O pcnsamcnto
pós-moderno
ensamento
se concentram em
5 pós-modernismo frequentemente
sobre0 com especial atenção à im-
escritos do texto e da narrativa,
pensamento pós-moderno
os respeito dialógicas/múltiplas, da autorrevelação, das
deiasa perspectivas
O das
na prática clínica
i e ao processo ao invés dos
ortáncja laterais versus as hierárquicas
configuraçõesdisso, estes escritos se caracterizam pelas seguintes én-
Além
objetivos. concebido não como uma entidade reificada, mas como uma
0 eué algo a ser interpretado, mas um processo em
fases:
o texto não é
uo é considerado dentro de um contexto de sentido
William
D. L narrativa;
0 indivíd
fazer, suponho eu, é tornar as coisas
evolução;
como uma entidade intrapsíquica; e 0 conhecimento cientí-
histórias podem presentes e
social, não como fatos inegáveis a respeito do mundo
O que as (Tim O'Brien,
1990 0 que seriaconsiderado
i P. 204) fico conhecimento narrativo com maior ênfase colocada sobre
dálugarao a respeito de como 0 mundo funciona (ver Gergen e
dez anos, as Ciências Sociais têm sofrido mudanças crençascomuns
Durante os últimos Lyotard, 1988;Sampson, 1989; Sarup, 1989).
à crescente influência e aceitação do pensamento
significativasdevido Davis,1985; de família reconheça o indivíduo em seu con-
pós-modernol.Este
contesta muitas ideias aceitas em relaçãoà teoria Emboraa terapia
da terapia de família. simplesmente como uma entidade intrapsíquica, a
e à prática da
psicoterapia, particularmente Este maisdo que
texto, ainda está carregada de uma pers-
capítulodiscute alguns
destes desafios e explora as implicaçõesdetais
maiorpartedo pensamentoatual
transições para a terapia
de família, tanto no âmbito teórico quantono maismoderna do que pós-moderna3. Esta visão moderna vê
pectiva
prático. O foco específico
será a teoria da desconstrução e o papel da familiarescomo inerentemente arranjadas conforme uma
asestruturas
do texto e da reflexividade em sua relação com o discurso consideraa família como existindo independentemente de
narrativa, hierarquia,
visão narrativa da terapia, propondo vê o terapeuta em uma posição de especialista e sustenta
clínico.Vou apresentar uma que umobservador,
quais os clientes descrevem suas vidas limitam familiar normativo" como a referência para o fun-
as formas pelas seude. o"desenvolvimento
senvolvimentode novas ideias ou abordagens às suas situações vitais, e o crescimento familiar saudáveis (ver Haley, 1976; Bowen,
cionamento
A psicoterapiaé o processo de mudar o discurso "problemático" atual 1978;Minuchin, 1974).
do clientepara outro discurso que seja mais fluido e permita umagama Recentemente,
com o advento do Grupo de Milão e de
interações possíveis. Embora corroborando a
seu retor-
maior de visãonarrativa, noaopensamentode Bateson (Selvini et al., 1980; Boscolo
et al., 1978),
vou discutir como a analogia do texto da crítica literária é limitada em juntamente
como trabalho pioneiro de teóricos e
terapeutas como Tom
sua aplicação aos sistemas humanos, e vou concluir com uma discussão Andersen
(1987,
1991),Harold Goolishian e Harlene
do trabalho atual desenvolvido no Instituto da Família de Brattleboro, 1990),
LynnHoffman (1988, 1990) e Anderson (1987,
Michael White (White,
que exemplificamuitas destas ideias na prática clínica2. eEpston,
1990),
o campo começou a 1989; White
assumir um colorido mais
pós-
Social
como Construçào
114 A Terapia C) pcnsamcnto pós-moderno na prática clínica 115
as suas, compartilhando-as
palavras dos clientes para comeles teve a experiência percebida de ser compreendida
as
correspondência entre seus sistemas de Acredito que ela
se existe uma linguagemlpts permitiu a nós dois começarmos a desenvolver uma nova
Deste modo, 0 entendimento, mais do que a r mim,0 que
de sentido. po Novamente, a apresentação de minha história diferente
de que novas narrativas se desenrolem, na juntos.
história
a possibilidade medida de dar a ela uma nova história de sua vida. Do
tentativa
proporciona uma visão
ligeiramente diferente da foiuma
ela foi colocada em uma posição reflexiva em relação
isto pode ser visto quando um terapeutadá comofalei,
Na prática clínica, a conversaçãoprévia.
Contudo, eu estava engajado em um discur-
da situação dele, e esta "serve" para ele, seticlie a
sua versáo/quadro muito daqueleno qual ela e eu estávamos envolvidos antes desta
história original. O cliente com frequênciae diferente
seja diferente de sua r so escutando-o, ela foi capaz de mudar a sua própria posição e
Para ilustrar melhor, eu reflexão,e,
dizendo: "Você me entende". estava se
Nossasduas "conversações" dobraram uma sobre a outra,
se dizia "agorafóbica
com uma mulher que sofrendodesta discurso.
de pão quando é sovada, gerando uma posição que era nova
como seria para ela se eu tivesse comoa massa
vida inteira". Perguntei algumas
v.. e que incluía tanto a
ideia de liberdade como a de restrição.
ela disse que "dependeria do paranós dois,
diferentes de sua situação, e quào
Eu lhe disse que elas poderiam ser estranhas,
elas fossem". atual
Nossotrabalho
apenas ideias e ela poderia descartá-las se lhe parecessemestran\u
contá-las. Eu disse o seguinte,não
mais! Ela disse que eu podia Nossotrabalhono
Instituto da Família de Brattleboro integra as ideias
para ela, mas como se falasse comigo mesmo (ver Wangberg,1991): dopensamento
pós-moderno à prática clínica. Fomos fortemente in-
pelos escritos de Lynn Hoffman (1988, 1990)
fluenciadospelo trabalho e
Eu fico me perguntando se a sua agorafobia não é como e pela"posiçãoreflexiva"
desenvolvida por Tom Andersen (1987,1991)
cujo fio está preso no seu cinto na parte de trás dassuascalA e seuscolegasno norte da Noruega. Nosso trabalho está concentrado
Você esquece que ela está lá, mas está semprearrastando.aattu especificamente sobre a reflexividade entre os participantes da conver-
de você pela vida afora. Às vezes o tempo está maisventoso,téa saçâo,incluindo tanto os clientes como os terapeutas. Na aplicação prá-
se faz lembrar e impede você de ir longe demais nachuva.C0ü tica,empregamosperguntas, reflexões e a mudança de posições como as
Ogu principaisabordagens clínicas da terapia. A entrevista entre o terapeuta
seria para você soltar o fio e deixar a pipavoarsozinha?
mudaria para você? Houve algum momentoemquevocéti\u ea famíliasegueo modelo de questionamento introduzido inicialmente
esquecidoque a pipa estava presa em você? peloGrupo de Milão e que foi expandido por Penn (1982, 1985) e Tomm
Asperguntas são frequentemente dirigidas ao que Bateson des-
(1987).
para¿
disse que erarelevante comoinformaçõesou diferenças. Elas não pretendem oferecer
creveu
Ela escutou minha história em silêncio e
história e a dela,quefalaz umanovasolução,mas criar uma tensão que possa levar a uma inte-
e então continuamos a discutir a minha graçãodasdiferençaselou ao desenvolvimento de uma nova narrativa.
EladN
agorafobia e restrições.
sobre pipas e liberdade, bem como de queni Durantea entrevista, consideramos quem pode falar com quem,
perspectiva de suasituação,
que agora começava a ter uma nova sobreo quê e como (Andersen, 1991).Nossa intenção é
manter a con-
era tão restritiva.
Construção Social
126 A Terapia como
O pensamento pós-moderno na prática clínica
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