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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
LIDERANÇA

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
ESPAÇO PARA INSERIR O TEXTO

LIDERANÇA

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITO DE LIDERANÇA
3 GERÊNCIA X LIDERANÇA
4 OS PRINCÍPIOS DA LIDERANÇA NO TRABALHO
5 VOCÊ CONHECE O DESENHO ANIMADO “OS INCRÍVEIS”?

MÓDULO II
6 O MODELO DE LIDERANÇA
7 COMPORTAMENTOS ESSENCIAIS PARA UM LÍDER
8 AMBIENTE DE TRABALHO E A EQUIPE
9 A COMUNICAÇÃO E A RELAÇÃO INTERPESSOAL DE UM LÍDER

MÓDULO III
10 A INTELIGÊNCIA E O EQUILÍBRIO EMOCIONAL
11 MOTIVAÇÃO E TREINAMENTO
12 TOMADA DE DECISÃO
13 A INOVAÇÃO NO CONTEXTO DA LIDERANÇA

MÓDULO IV
14 GESTÃO DE PESSOAS
15 QUALIDADES E CARACTERÍSTICAS QUE UM LÍDER DEVE TER
16 AS 10 LEIS DA LIDERANÇA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/95892468/Photodisc>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

As grandes transformações que ocorrem no mercado, no aspecto dos


clientes, nas questões da sociedade e na tecnologia, têm determinado alta
performance das organizações. Para ter sucesso, uma companhia deve avaliar
primordialmente que as pessoas que a integram se envolvem e se empenham com a
procura da excelência da gestão.
O estímulo a esse procedimento exige dos gestores, das pessoas com
direitos sobre a organização e dos administradores responsáveis pelo desempenho,
uma série de métodos para inspirar, indicar ambiente adequado e concorrer
esforços. Isso implica em validar orientações, liderando as ações necessárias para
um bom desempenho da equipe.
A liderança deve ser entendida como um conjugado de técnicas e atuações
em todos os níveis da organização. A Fundação Nacional de Qualidade considera
que a liderança está baseada em valores e princípios que levam à mobilização da

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força de trabalho, não se restringindo somente à manifestação exclusiva e pessoal
de um único executivo de escalão superior.
As ações dos líderes devem conduzir ao estabelecimento e manutenção de
relações com todas as partes interessadas, de forma a obter também o
comprometimento necessário para concretizar a visão da organização, atuando
como parte de uma rede no mercado e na sociedade. Gerir uma empresa envolve
processos como o levantamento e mapeamento de riscos, a tomada de decisões e
promover a análise do desempenho da organização por meio de procedimentos
estruturados que indicam os resultados alcançados, sendo ações fundamentais da
liderança.
A liderança esclarecida é responsável pela trajetória sustentável e de
progresso da organização, alavancando os resultados e compensações e por
minimizar a probabilidade de eventos adversos aos objetivos da organização,
protegendo os interesses de todas as partes interessadas.

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/97752495/Digital-Vision>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o


em uma equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os
liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com
entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e da organização. Segundo o

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Wikipédia, o líder diferencia-se do chefe, que é
aquela pessoa encarregada por uma tarefa ou
atividade de uma organização e que, para tal,
comanda um grupo de pessoas, tendo
autoridade de mandar e exigir obediência.
Para os gestores atuais são necessárias
não só as competências do chefe, mas
principalmente as do líder, para poderem se
manter no mercado. Para Adair (2000), é
fundamental nos questionarmos: por que motivo
uma pessoa se destaca dentre outras como
líder em um grupo? Afinal, o que é liderança?
Ser líder, formar líderes, parece ser um repto
constante do homem e das corporações.

FONTE: Disponível em: Gerir uma equipe é um constante


<http://www.gettyimages.com/detail/9
3269160/STOCK4B-RF>. Acesso em: desafio. Isso porque os todos precisam de
3 mar. 2010.
treinamento, técnicas, ferramentas e estratégias
sempre. E essa é uma pressão muito grande para o gerente ou diretor, que precisa
manter a motivação e os resultados desse pessoal em alta todos os dias.
Em suma, é correto que todas essas dificuldades estão ligadas ao cargo de
liderança, podendo – e devendo –
ser superadas. Quando o gestor
proporciona treinamento, técnicas
de vendas, modelos de estratégia e
ainda consegue desenvolver suas
habilidades de liderança, tudo fica
muito mais fácil, e a equipe
consegue entregar os resultados

esperados.
FONTE: Disponível em:
<http://www.gettyimages.com/detail/93269160/STO
CK4B-RF>. Acesso em: 3 mar. 2010.

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A natureza e o exercício da liderança tem sido objeto de estudo do homem
ao longo da sua história. A busca ideal do líder, presente no campo da filosofia,
onde Platão, por exemplo, argumentava em “A República” que o regente precisava
ser educado com a razão, descrevendo o seu ideal de “rei filósofo”. Outros exemplos
de filósofos que abordaram o tema são Confúcio e seu “rei sábio”, bem como Tao e
seu “líder servo”.
Há aproximadamente 30 anos, a pesquisa e a literatura sobre liderança
evoluíram de teorias que descreviam traços e características pessoais dos líderes
eficazes, passando por uma abordagem funcional básica que esboçava o que
líderes eficazes deveriam fazer, e chegando a uma abordagem situacional ou
contingencial que propõe um estilo mais flexível, adaptativo para a liderança eficaz.
As organizações lideradas por visionários que não possuem apoio de uma
liderança gerencial sólida podem perder seus recursos até mais rapidamente do que
as dirigidas por líderes gerenciais. É a forma que visa ao desenvolvimento da cultura
como fonte de motivação, à promoção de relações de qualidade e à proteção dos
interesses das partes. Trata do comprometimento dos líderes com formas efetivas.

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/84224917/Imagewerks-Japan>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

A liderança é um tema importante para os gestores devido ao papel


fundamental que os líderes representam na eficácia do grupo e da organização. Os
líderes são responsáveis pelo sucesso ou fracasso da organização. Liderar não é

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uma tarefa simples. Pelo contrário. Liderança exige
paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso, pois a organização é um
ser vivo e dotado de colaboradores dos mais diferentes tipos.
Abordar a forma de exercício da liderança, a interação da direção com as
partes interessadas, assim como limitar ainda as mudanças culturais, a diversidade
de ideias necessárias à busca da nobreza, baseada no conjunto de valores e
princípios compartilhados entre a direção e a força de trabalho em coerência com as
propostas.
Dessa forma, pode-se definir liderança como o processo de dirigir e
influenciar as atividades relacionadas às tarefas dos membros de um grupo, tendo
em vista a habilidade humana dentro das organizações, a qual é importante em
todos os setores, porém ganha destaque à medida que o indivíduo alcança cargos
de chefia que exigem maior capacidade de liderança.

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/92629886/Photodisc>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

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2 CONCEITO DE LIDERANÇA

FONTE: Disponível em: <http://dominioti.files.wordpress.com/2009/09/12107894777e69q1.jpg>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

Desde tempos remotos, o homem nutre a necessidade de se aprimorar, ser


aceito em seu meio, liderar e se realizar. Estas necessidades se perpetuaram e a
questão da liderança mostra-se preponderante nos relacionamentos humanos. A
habilidade humana dentro das organizações é importante em todos os setores,
porém ganha destaque à medida que o indivíduo alcança cargos de chefia que
exigem maior capacidade de liderança.
Esta “capacidade” ou “habilidade” de liderar mostrou-se de suma importância
no surgimento da Teoria das Relações Humanas. Desde então a administração
passou a estar mais próxima da Psicologia nos estudos do ser humano nas
organizações. A liderança tem sido compreendida e definida de várias formas no
decorrer da evolução do homem. Antes da segunda guerra mundial, a liderança era
definida conforme as características da personalidade que acabavam por diferenciar
líderes de não líderes.
Algo que está intrinsecamente ligado à liderança são as necessidades
humanas. A partir das necessidades humanas é que identificamos e desenvolvemos

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todos os pilares da liderança. Abraham H. Maslow, psicólogo americano,
especialista em comportamento humano e motivação, desenvolveram uma Teoria
que ficou conhecida como Hierarquia das Necessidades Humanas. Segundo
Maslow, o homem é motivado por necessidades organizadas em uma hierarquia de
relativa prepotência. Isso significa que uma necessidade de ordem superior surge
somente quando a de ordem inferior foi relativamente satisfeita. A hierarquia está
estruturada em cinco níveis, vejamos:

I) Necessidades Fisiológicas: o homem é um animal dotado de


necessidades; assim que uma de suas necessidades é satisfeita, surge outra em
seu lugar. Esse processo não tem fim: é contínuo, desde o nascimento até a morte.
As necessidades do homem estão organizadas numa série de níveis, ou numa
hierarquia de valor. No nível mais baixo, mas de grande importância quando não
satisfeitas, estão as necessidades fisiológicas. O homem só busca o pão quando
não há pão.

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/91284959/Dorling-Kindersley-RF>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

A menos que as circunstâncias sejam especiais, suas necessidades de


amor, status e reconhecimento são inoperantes quando seu estômago está vazio há
certo tempo. Mas quando ele come regularmente e de maneira adequada, a fome
para de ser uma motivação importante. O mesmo ocorre em relação às outras
necessidades fisiológicas do homem: de descanso, exercício, abrigo, proteção
contra intempéries, etc.
A necessidade fisiológica, quando satisfeita, não motiva comportamento.
Esse é um fator de profunda significação comumente ignorado pelo conceito
tradicional de administração. Consideremos a necessidade de ar. O ar não causa

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efeitos importantes de motivação sobre nosso comportamento, a não ser quando
ficamos privados dele.

II) Necessidades de Segurança: quando as necessidades fisiológicas estão


razoavelmente satisfeitas, as necessidades localizadas no nível imediatamente
superior começam a dominar o comportamento do homem e a motivá-lo. Essas são
as chamadas necessidades de segurança. É necessidade de proteção contra o
perigo, a ameaça, a privação.
Algumas pessoas erroneamente se referem a elas como necessidade de
proteção. Entretanto, a menos que
a pessoa esteja em uma relação
de dependência em que há uma
privação arbitrária, ela não
procura proteção. Há necessidade
de ter oportunidade mais justa
possível. Quando a pessoa confia
nessa oportunidade, está mais do
que disposta a correr riscos. Mas
quando se sente ameaçada ou
dependente, sua necessidade é
de garantia de proteção.
Não é preciso frisar que as
necessidades de segurança
podem ter grande importância na
empresa, pois é claro que todo
empregado industrial está em
relação de dependência. Ações
FONTE: Disponível em:
<http://www.gettyimages.com/detail/dv488037/Photodi administrativas arbitrárias,
sc>. Acesso em: 3 mar. 2010.
comportamentos que provoquem
incerteza no empregado com respeito à sua permanência no emprego, ou que
reflitam favoritismo ou discriminação, bem como política administrativa imprevisível,
podem ser poderosos motivadores de necessidade de segurança nas relações de
emprego em todos os níveis, do operário ao vice-presidente.

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III) Necessidades Sociais: quando as necessidades fisiológicas do homem
estão satisfeitas e ele não está mais temeroso a respeito do seu bem-estar físico e
emocional, suas necessidades sociais tornam-se importante fator de motivação de
seu comportamento; necessidades de participação, de associação, de aceitação por
parte dos companheiros, de troca de amizade e afeto vêm à tona.
Na verdade, a administração sabe da existência dessas necessidades, mas,
erroneamente, acha que elas representam certa ameaça à organização. Muitos
estudos demonstram que o grupo de trabalho bastante unido e dotado de grande
coesão é muito mais eficiente para a realização dos objetivos da organização do que
indivíduos isolados.

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/80608857/Imagezoo>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

Entretanto, a administração, temendo a hostilidade grupal aos seus


objetivos, muitas vezes procura, com afinco, controlar e dirigir os esforços humanos
em sentidos incompatíveis com a sociabilidade e a tendência grupal dos seres
humanos. Quando as necessidades sociais do homem são assim contrariadas e,
talvez, também suas necessidades de segurança, ele comporta-se de maneira a

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impedir que sejam atingidos os objetivos da organização. Torna-se resistente,
antagônico, hostil. Mas esse comportamento é consequência e não causa.

IV) Necessidades do ego: acima das necessidades sociais, aquelas que não
motivam até que necessidades de nível mais baixo estejam razoavelmente
satisfeitas, estão outras da maior importância para a administração e para o próprio
homem. São as necessidades do ego, as quais pertencem a duas classes:

1ª) Necessidades relacionadas com o amor-próprio: autoconfiança, realização,


competência, conhecimento e independência.
2ª) Necessidades relacionadas com a própria reputação: “status”, reconhecimento,
aprovação, respeito.

Diversamente do que ocorrem com as de nível mais baixo, essas


necessidades são raramente satisfeitas: o homem procura indefinidamente mais
satisfação dessas necessidades, assim que se tornam importantes para ele. Mas
elas não surgem de maneira significativa até que as necessidades fisiológicas, de
segurança e sociais estejam razoavelmente satisfeitas.

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/dv1332027/Photodisc>.


Acesso em: 3 mar. 2010.
A organização industrial típica oferece poucas oportunidades de satisfação
dessas necessidades egoístas para as pessoas colocadas nos níveis mais baixos da
hierarquia. Os métodos convencionais de organizar o trabalho, particularmente nas

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indústrias de produção em massa, dão pouca consideração a esses aspectos da
motivação. Se as práticas da administração científica fossem preparadas com o fito
específico de oposição a essas necessidades, dificilmente poderiam atingir esse
propósito melhor do que o fazem.

V) Necessidade de Autor realização: finalmente na hierarquia das


necessidades humanas há o que podemos chamar de necessidades de autor
realização. Essas são as necessidades de cada um realizar o seu próprio potencial,
de estar em contínuo autodesenvolvimento, de ser criador no sentido mais alto do
termo.

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/AA042488/Photodisc>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

Está claro que as condições da vida moderna dão apenas oportunidades


limitadas para que essas necessidades, relativamente fracas, obtenham expressão.
A privação que a maioria das pessoas experimenta com respeito a necessidades de
nível inferior desvia suas energias para a luta pela satisfação daquelas
necessidades. Assim, as necessidades de autor realização permanecem inativas.
Identificadas as necessidades e a hierarquia, criou-se a “Pirâmide de Maslow”, que
estamos representando na figura abaixo:

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FONTE: Disponível em: <http://amadeo.blog.com/repository/671097/1481257.jpg>.
Acesso em: 3 mar. 2010.

A pirâmide de Maslow anda lado a lado com os pilares da liderança, pois


como vimos o líder deve incentivar e dar condições para que as pessoas se tornem
o melhor que podem ser. Fica a mensagem: “Nem todos podem ser presidentes da
empresa, ou o melhor aluno da sala. Mas todos podem ser o melhor empregado, o
melhor marido, o melhor amigo ou o melhor líder dentro de suas possibilidades”.
O moderno ambiente de trabalho exige igualmente a administração e a
liderança eficazes. Os administradores devem ser líderes, mas os líderes também
devem ser bons administradores. Liderança é o exercício da autoridade em um
grupo social, depende de certas qualidades que variam com a natureza do grupo
social e as circunstâncias em que se estabeleceu esta liderança.
Os líderes exercem as mais diversas funções, tais como: administrador,
planejador, orientador, especialista, representante externo do grupo, controlador das
relações internas do grupo, o autor de punições e recompensas, árbitro e
intermediário. Nos grupos formais, o líder é designado por alguém de fora e certos
traços da personalidade, tais como a autoconfiança, a inteligência e a capacidade de
realização, parecem ser propícios ao exercício da liderança. Se não houver grupo,
não há necessidade de líder.

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Em vista de todos trabalharem em grupos, todos precisam de habilidades de
liderança. Segundo Tannenbaum, Weschler e Massarik (1970), “Liderança é a
influência interpessoal exercida em uma situação e dirigida por intermédio do
processo da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos
específicos”. A influência é uma força psicológica, a qual abrange todas as maneiras
pelas quais se introduzem mudanças no comportamento de pessoas ou de grupos e
envolve conceitos como poder e autoridade.
O fundamental, quando o assunto é liderança, é o entendimento das
necessidades das pessoas, é buscar saber o que elas esperam e tentar responder a
cada uma das necessidades e formas de entender e agir no dia a dia. Definir perfis
de liderança, estilos dos líderes, abordagens da liderança para resultados tem sido
uma tarefa constante para os que se propõem entender o desempenho de papéis
dos indivíduos, cuja missão é influenciar pessoas, para que elas se proponham a
atingir os resultados, quando não superá-los, face à sua relação produtiva com as
instituições.
Dessa maneira, se percebe de forma cada vez mais constante que ficam
distantes os focos no estilo e na personalidade, buscando-se, com frequência os
pontos de eficiência e de eficácia na abordagem, na forma, na maneira como esses
líderes se propõem a conduzir suas equipes. Liderança pode ser congênita. Mas
também pode ser aprendida e desenvolvida. Há especialistas que afirmam ser a
liderança ampliada mais eficaz do que a liderança inata.
Líderes natos, pela desinformação de seus pais ou mesmos professores
tendem a ser reprimidos, por mostrarem perfis de independência, quando, pela
imaturidade deveriam mostrar-se subservientes e obedientes à autoridade.
Constata-se, portanto, que o caminho da liderança eficaz passa por uma cadeia
efetiva:

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FONTE: Disponível em: <http://dominioti.files.wordpress.com/2009/09/12107894777e69q1.jpg>.
Acesso em: 3 mar. 2010.

O assunto é tão complexo quanto a natureza humana. Algumas pessoas


dentro das empresas esperam ser cuidadas, outras querem liberdade para assumir
riscos, outras são mais ponderadas ou querem fugir da responsabilidade, e assim
por diante. Na busca por atender essas necessidades, sempre nos comportamos de
maneira a acatar, de alguma forma, tais necessidades e agimos e reagimos
seguindo nosso intuito, meta ou objetivo.
No grupo acontecem situações de disputa, cooperação e união, intrigas e
desafetos, perseverança ou desistência. Aqui entra o líder, que tem a função de
juntar as necessidades individuais e grupais com as formas de resposta das
pessoas e o objetivo da empresa.

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3 GERÊNCIA X LIDERANÇA

"FILOSOFIA DO SUCESSO"
(Napoleon Hill)

Se você pensa que é um derrotado, você será um derrotado.


Se não pensar, quero a qualquer custo, não conseguirá nada.
Mesmo que você queira vencer, mas pensa que não vai conseguir,
a vitória não sorrirá para você.
Se você fizer as coisas pela metade, você será um fracassado.
Nós descobrimos neste mundo que o sucesso começa
pela intenção da gente e tudo se determina pelo nosso espírito.
Se você pensa que é um malogrado, você se torna como tal.
Almeja-se atingir uma posição mais elevada, deve, antes de obter a vitória,
dotar-se da convicção de que conseguirá infalivelmente.
A luta pela vida nem sempre é vantajosa aos fortes, nem aos espertos.
Mas cedo ou mais tarde, quem cativa a vitória é aquele que crê plenamente...
...EU CONSEGUIREI!!!

Desde tempos remotos o homem nutre a necessidade de se aprimorar, ser


aceito em seu meio, liderar e se realizar. Estas necessidades se perpetuaram e a
questão da liderança mostra-se preponderante nos relacionamentos humanos. As
complexas e rápidas mudanças que se verificam na sociedade exigem das
organizações lideranças mais eficazes e mais sofisticadas. Daí resulta que a
liderança pode ser a chave para o melhoramento das organizações e, naturalmente,
para a sociedade.
Segundo Adair (2000), muitas vezes as pessoas discutem as diferenças e
semelhanças entre liderança e administração. Contudo, a maioria das pessoas
práticas está interessada, antes de qualquer coisa, naquilo que devem fazer, e não

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se isso deve ser denominado de “liderança” ou “administração”, ou ambas as
formas. A gerência tradicional, do tipo que centraliza a atividade pensante e delega o
operacional, dando ordens e controlando todo o tempo, caiu de moda. Em um
mundo cada vez mais voltado para os valores individuais, em que se busca muito
além da aptidão física dos colaboradores,
uma nova forma de dirigir empresas se
impõe. Nas organizações, em que o capital
intelectual passou a ser a joia da coroa, o
gerente clássico não consegue dar sua
contribuição, já que não está apto a lidar
com essa outra dimensão do ser humano.
A natureza do cargo desse profissional
obsoleto tem muito mais a ver com capataz
do que com regência, que hoje se
demanda.
Em uma época que tanto se
FONTE: Disponível em: valoriza o conhecimento, fica cada vez
<http://www.gettyimages.com/detail/8651937.
Acesso em: 3 mar. 2010. mais claro que a vontade de aprender é
inerente ao ser humano. A curiosidade e a motivação para explorar e conhecer
coisas novas são inatas nos indivíduos. O ambiente que reprime essa característica,
em nome da produção, do controle, da ausência de erros, inibe a livre manifestação
das pessoas e perde a oportunidade de tê-las agregando muito mais.
Do outro lado, a organização que sabe e valoriza essa faceta curiosa e
inventiva dos colaboradores tem muito mais a ganhar e obter êxito em seus
empreendimentos. Removendo obstáculos à criatividade e estimulando a circulação
de ideias, bem como propiciando condições para o crescimento individual, essas
empresas criam atmosfera favorável para uma manifestação maior dos potenciais de
cada um e uma busca mais efetiva de realização pessoal.
Essa busca de realização pessoal, em sintonia com os objetivos
organizacionais, é que vai fazer com que cada pessoa contribua além daquele
mínimo contratado, que seu salário compra. Nenhum chefe é líder, porque ser líder é
ter outra dimensão como ser humano. A pessoa que aceitou exercer um cargo de
chefia aceitou também a limitação de si mesmo como ser humano e a limitação de

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todos os que o cercam, assim com a tarefa de tratar tecnicamente de tudo. Somente
na gerência falta grandeza para entender e perceber que a vida não é feita apenas
de certos ou errados, de brancos ou pretos, pois sua beleza está justamente nas
nuances de cores e na riqueza de suas variações.
Nenhum colaborador deseja ser guiado por um administrador a
quem falte coragem e autoconfiança. É o estilo de liderança positiva aquele que
ousa nas tarefas e se vale de oportunidade, não tentadas anteriormente. Um gerente
bem sucedido irá estar sempre junto com sua equipe quando o mercado está difícil
ou quando o pessoal encontrar-se sob extrema pressão. Tal gerente sabe que se
arrisca tornar-se impopular. Contudo, ao liderar pelo exemplo, manterá a motivação
da equipe.
A liderança desperta uma grande motivação e satisfação por parte dos
seguidores ao realizarem suas tarefas, pelo fato de sentirem afinidade com seus
líderes. Os líderes têm o carisma como fator diferencial de estilo de liderança,
geralmente eles se destacam em diversas áreas como na política, na religião, ou
quando uma empresa estiver passando por uma grande transformação, introduzindo
um novo produto ou enfrentando uma crise que ameace sua sobrevivência
(STONER; FREEMAN, 1999).
Para que possamos ter um bom entendimento sobre chefia, é bom que
tenhamos conhecimento de alguns conceitos que são considerados como
fundamentais. O termo “chefia” pode ser conceituado como sendo a arte de
influenciar o comportamento humano e a capacidade de conduzir pessoas. Diz-se
também que chefia é a expressão de dignidade do chefe.
O estudo da chefia busca melhorar a realização de objetivos, para que
possamos fazer da empresa uma organização capaz de cumprir fielmente qualquer
meta estabelecida e em condições de agir convenientemente, mesmo na ausência
dos superiores. Sabe-se que o chefe que aplica com acerto os princípios da
organização transforma, sem dúvida, o seu setor em um organismo eficiente, bem
disciplinado, de elevado moral e de alto espírito de corpo.
Falamos em qualidades e princípios de chefia, portanto, precisamos saber o
que significam esses dois termos. O termo qualidades de chefia significa as
qualidades pessoais, inerentes a cada um, e que concorrem para o bom êxito do
exercício da chefia. Princípios de chefia é o termo empregado para definir uma

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norma, um preceito fundamental, um regulamento por assim dizer, que é aplicado
por um chefe, visando controlar ou dirigir as ações de seus subordinados.
Chefia não é um privilégio. Em todos os ramos de atividades, na indústria,
no governo, nas escolas, no comércio, e mesmo em cada fase da evolução humana,
há sempre chefes e subordinados. O processo e o bom êxito de qualquer atividade,
em tudo dependem, essencialmente, da qualidade e da eficiência da chefia.

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/97451915/Imagezoo>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

Líderes sintonizados com a nova era não se contentam com a figura


ultrapassada do chefe que manda. Integram-se efetivamente nas equipes,
envolvendo-se muito mais com os demais membros. Têm claro seu papel no
contexto do empreendimento e, ao mesmo tempo em que procuram aplanar o
caminho do desenvolvimento dos colaboradores, trabalham também seu
autodesenvolvimento e não perdem de vista a missão da empresa. Sabem, também,
que precisarão buscar e desenvolver novas habilidades, em conformidade com a
nova performance desejada.
Conforme exposto, há total incompatibilidade entre os dois papéis. O chefe
tem a visão para ‘ontem’, quer fazer o ‘hoje’ e jamais vê o ‘amanhã’, enquanto o líder
olha sempre para o ‘amanhã’, onde está o seu objetivo, para fazer o ‘hoje’ e esquece

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que existiu o ‘ontem’. O que não significa em absoluto que um seja o bom (o líder) e
o outro o ruim (o chefe), porém existem competências diferentes, o que significa
dizer que em alguns momentos o chefe é a melhor solução, e em outros a liderança
é a melhor alternativa.
Ou seja, líderes gerenciais manterão, na melhor das hipóteses, o nível de
valor gerado no passado, mas com o tempo podem destruir lentamente esse valor.
Isso significa que o conselho de administração, o presidente e os principais
executivos, responsáveis pelos ativos, estarão somente criando o valor que os
proprietários desses bens esperavam que criassem (BARNEY, 1997).
Em algum momento da carreira a pessoa precisa liderar uma equipe. Seja
equipe de vendas, de um projeto qualquer, seja
organizar os amigos para o churrasco no fim de
semana. A liderança vê-se, não é apenas imposta por
um cargo, e sim, a necessidade de um líder, de um
verdadeiro gerente costuma surgir nos momentos mais
inesperados da sua carreira.
Muitas propostas de mudança organizacional
fracassam por se limitarem a apontar o que precisa ser
feito para mudar a situação presente. Quando obtêm
êxito, pagam por ele um preço muito alto. O engano
dos gerentes convencionais está em achar que as FONTE: Disponível em:
pessoas são motivadas a agir apenas por tomarem <http://www.gettyimages.com/
detail/75043364/Stock-
conhecimento da realidade e da importância de Illustration-RF>.
Acesso em: 3 mar. 2010.
efetuarem mudanças.
Daí a frustração frente a análises sofisticadas, que retratam bem a realidade
e apontam providências necessárias, mas não dão às pessoas o “motivo para a
ação”. O gerente que hesita no processo decisório mostra que não está certo de si
mesmo, ao passo que um líder eficaz decide depois de ter feito suficientes
considerações preliminares sobre o problema. Ele considera a possibilidade de a
decisão que está sendo tomada vir a se revelar errada.
Muitas pessoas que tomam decisões erram algumas vezes. Entretanto, isto
não diminui o respeito que os seguidores têm por elas. Sejamos realistas: um
gerente pode tomar decisões certas, mas um líder eficaz decide e mostra sua

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convicção e crença na decisão ao manter-se fiel a ela, sabendo, no entanto,
reconhecer quando erra. Assim, seu pessoal tem força para sustentar aquela
decisão junto com o gerente.

A Decisão
(Charles Chaplin)

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes


que o relógio marque meia-noite.
Minha função é escolher que tipo de dia vou ter hoje.
Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a rua.
Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para
administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.
Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o
que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho.
Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a
Deus por ter um teto que abrigue minha família e meus pertences.
Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar
com a possibilidade fazer novas amizades.
Se as coisas não saíram como planejei,
posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.
O dia está à minha frente, esperando para ser o que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma ao meu dia e ao mundo.
Tudo depende só de mim!!

AN02FREV001/REV 4.0

23
A estruturação do processo requer que sejam definidos eventos específicos
em que os líderes se reúnam e possam tomar as decisões que gerem grandes
impactos na organização, como grandes mudanças estratégicas, aprovação de
grandes compras, aquisição de novas tecnologias e desenvolvimento e produção de
novos produtos.
Todo grupo naturalmente eleva a líder aquele que guia seus seguidores em
direção a uma meta comum. No entanto, há líderes que fracassam e outros que têm
êxito. Alguns são destruídos por uma estratégia deficiente ou pelo estresse
insuperável de seus papéis. E quando surge uma crise, que requer grandes líderes,
existe a ameaça constante de que tal figura não apareça, deixando o infame “vácuo
de liderança” – que já se tornou um problema crônico na sociedade moderna.
Será que estamos demasiadamente desconfiados para criar novos grandes
líderes? A resposta está na compreensão da consciência humana. E mesmo que
não tenhamos um cargo de chefia ou hierarquicamente importante, isso não impede
de sermos líderes em nossas empresas e influenciar outras pessoas a serem mais
entusiasmadas, mais empenhadas e com mais disposição.
De pessoas que possuíam exímias habilidades técnicas e não foram
grandes líderes e de pessoas que não eram tão brilhantes tecnicamente e são
exímios líderes, um exemplo se destaca. Quem não conheceu a maravilhosa
seleção de vôlei masculina da era Bernard, Renan, William, Montanaro e
Bernardinho? Todos os citados eram brilhantes jogadores de vôlei, mas apenas
Bernardinho era reserva da seleção. Todos tentaram a carreira de técnico (líder) de
vôlei, mas quem é o atual técnico da nossa seleção de vôlei masculina e que ganha
todos os torneios que disputa? O reserva Bernardinho.
Como se pode observar, ser líder é influenciar pessoas a trabalharem juntas
para um propósito, com amor, caráter e determinação e nem sempre os melhores
“comandados” serão os melhores “comandantes”.

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24
FONTE: Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/ESP/Home/foto/0,,12006841-EX,00.jpg>.
Acesso em: 3 mar. 2010.

Outro exemplo é o atual técnico da seleção feminina de vôlei, José Roberto,


que em 1992 era técnico da seleção masculina e comandou a seleção de vôlei nas
olimpíadas para a conquista da medalha de ouro, fato inesperado, pois passávamos
por uma renovação na seleção. O fato que ilustra sua posição de liderança naquela
seleção foi quando um repórter, antes da final, perguntou:
- Como você conseguiu fazer com que esses “meninos” chegassem aonde
chegaram?
E ele respondeu dizendo:
- Simples, eu digo a eles para fazer e dar o melhor de si em torno de nossa
causa e para acreditarem que o companheiro que está ao seu lado na quadra está
fazendo o melhor. Sendo assim, você precisa fazer também o seu melhor!!

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25
FONTE: Disponível em: <http://oglobo.globo.com/fotos/2008/09/16/16_MHG_ze_roberto2.jpg>.
Acesso em: 3 mar. 2010.

Um dos ônus da liderança é a disposição para fazer mais do que é exigido


do pessoal. O gerente que chega antes dos empregados e que deixa o serviço
depois deles é um exemplo deste atributo de liderança. A expressão “a menos que
batalhemos por alguma causa, nos deixaremos levar por qualquer causa” resume
bem a importância de ter-se uma causa pela qual valha à pena viver e trabalhar.
Nada cuja aquisição tenha valor é muito fácil. O líder de sucesso tem a
determinação de atingir objetivos, não importando os obstáculos que surjam pelo
caminho. Ele acredita no que está fazendo com a determinação de batalhar por sua
realização.

Fonte: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/88969949/ZZVE-Illustrations>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

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26
Quando abordamos a figura do chefe como sendo aquele que deve
interpretar, defender e realizar uma tarefa, à frente de um grupo, devemos entender
sobre a “autoridade” daquele que é o portador do direito de exercer um papel
proeminente na condução do seu grupo. Contudo, se o exercício coloca em
destaque, tal honra é acompanhada pelo ônus da responsabilidade, o que exige da
autoridade um nível de compreensão quanto aos seus direitos e deveres.
O exercício da chefia é uma prerrogativa de um cargo, muitas vezes
independe da capacidade de seu detentor, visto que o direito de comandar é um
mandato recebido legalmente. Porém, é claro que um chefe não cumprirá bem o seu
papel, a não ser que desenvolva em si próprio as qualidades que o tornarão um
indivíduo digno do seu título; que o tornará um líder.
Em resumo, chefiar é simplesmente fazer um grupo funcionar para que
sejam atingidos determinados objetivos; enquanto que liderar é mais do que isso: é
a habilidade de exercer influência e ser influenciado pelo grupo, por meio de um
processo de relações interpessoais adequadas para a consecução de um ou mais
objetivos comuns a todos os participantes. Liderar é engajar-se em um ato que inicia
uma estrutura nas interações como parte do processo de solucionar um problema
mútuo.

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/72050600/Stock-Illustration-RF>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

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Tipos de Chefia:

 Democrática ou persuasiva: É aquela cuja autoridade emanada do seu


exemplo, da sua habilidade, da sua capacidade e se alicerça no elevado
padrão de disciplina e eficiência, que exige de si e de seus subordinados.

 Autoritária: É predominantemente despótica. É aquele que insiste na


obediência cega com completa subordinação à sua vontade; qualquer crítica
ou indagação lhe parecerá insolente e perigosa. Busca uma obediência
imposta por não ter capacidade de discuti-la.

 Liberal ou laissez-faire: É aquele que se limita a fazer o que o grupo


pretende. Em geral é uma pessoa muita insegura, que tem receio de assumir
responsabilidades; não dá instrução nenhuma, cada um de seus
subordinados faz o que quer, a confusão é completa.

 Carismática: É o dom natural de liderar. O grupo funciona submisso às suas


ideias.

 Paternalista: É o protetor, mas não é inspirador como o democrático. O


grupo não desenvolve a livre iniciativa.

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FONTE: Disponível em:<http://www.gettyimages.com/detail/85179298/Imagezoo>.
Acesso em: 3 mar. 2010.

Para entendermos melhor que “chefe não é líder” e que nem todo chefe é
tão bom quanto ele era quando era um chefiado, vamos destacar algumas
características que diferem o chefe de um líder:

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CHEFE LÍDER
Os Chefes empurram Os líderes puxam
Os Chefes comandam Os líderes comunicam
Os Chefes são mestres Os líderes são maestros
Os Chefes são comandantes Os líderes são treinadores
Os Chefes são os donos da voz mais alta Os líderes dos ouvidos mais acurados
O Chefe administra O líder inova
O Chefe é uma cópia O líder é um original
O Chefe mantém O líder desenvolve
O Chefe focaliza os sistemas e a estrutura O líder inspira confiança
O Chefe pergunta “como” e “quando” O líder pergunta “o quê” e “por quê?”
O Chefe convive melhor no status quo O líder desafia, muda
O Chefe é um bom soldado O líder é ele mesmo
O Chefe faz a coisa corretamente O líder faz a coisa certa
O Chefe obtém resultados por meio – ou
O líder desenvolve pessoas e grupo
apesar – das pessoas
O Chefe quer segurança e estabilidade O líder quer desafios
O Chefe busca status de vida O líder privilegia qualidade
Os Chefes são obedientes Os líderes contestadores
Os Chefes são fazedores Os líderes criativos
Os líderes participam dos negócios da
O Chefe veste a camisa da empresa
empresa
FONTE: Disponível em: <http://www.institutomvc.com.br/costacurta/artjab03Liderança.htm>.
Acesso em: 3 mar. 2010.

A generalidade dos líderes não está em obter conquistas pessoais, mas em


libertar o talento de outras pessoas. Hoje, as empresas mais competitivas adotam
sistemas que identificam talentos, oferecem educação profissional e
desenvolvimento de recursos humanos. Para tanto, é importante a avaliação de
desempenho na sua função, que proporcione aumento e melhoria da produção.
Esta prática é naturalmente aceita nas comunidades empresariais e também
forma uma base sólida de confiança individual, porque cada indivíduo é considerado
responsável e, portanto, capaz. Dentre essas empresas, incluindo a pesquisada, o

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binômio “capacidade versus responsabilidade” é um grande motor de crescimento
saudável, no qual as pessoas com mais capacidades querem mais
responsabilidades, por entenderem que sua capacidade é função para o todo, e se o
todo cresce, elas crescem também.
No contexto da sociedade mundial e contemporânea a economia e os
negócios são conduzidos por sínteses de conhecimento que as pessoas elaboram.
A capacidade de gerir a informação pode delinear o perfil das habilidades e
competências dos colaboradores de uma organização.
Conger (2004) afirma que apesar de nos nossos dias os cientistas estarem
aptos a desenvolver modelos precisos de liderança e apesar do crescente
conhecimento dos fatores que modelam o desenvolvimento desta, ainda é percebida
uma escassez de líderes. É extremamente difícil para o líder possuir e utilizar esta
variedade de modelos e estilos de liderança.
Tal habilidade iria requerer que os indivíduos fossem capazes de,
primeiramente, reconhecer uma nova situação que demande uma mudança no seu
estilo e, então, ter a sofisticação de entender qual abordagem de liderança é mais
apropriada para uma situação específica. O passo seguinte é igualmente difícil e
consiste na capacidade de adaptar seu comportamento a um modo de liderança
novo.
A discrepância entre a educação básica dos profissionais que entram no
mercado e a necessidade de líderes responsáveis revela as dificuldades das
empresas em alargar seus horizontes de atuação, devido à difícil tarefa de encontrar
lideranças administrativas preparadas. Para responder aos impactos sofridos pela
empresa nas situações de mercado, ela, como qualquer outro agente econômico,
possui inúmeras decisões a serem tomadas a cada minuto. A capacidade de
liderança de ser uma resposta ao contexto social é a singularidade que permite à
empresa se tornar vencedora no mercado.
É, todavia, responsabilidade da empresa tornar isso claro: quais resultados e
responsabilidades de lideranças são esperados, qual tomada de decisão é de
vantagem para a empresa, sem ser contraditória ao resultado da realização pessoal.
Porém, se o grupo de liderança da empresa não busca o critério de decisão na
educação básica ou acadêmica obtida pelo indivíduo, cabe a ela desenvolver este
perfil, e isto deve ser feito de acordo com seus valores essenciais. Este é o

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momento em que a empresa assume o papel de escola viva de liderança dentro de
um contexto social.
Por meio de processos formais de educação ou, principalmente, por meio do
exemplo aprendido dos líderes do alto escalão, o grupo de administradores recebe
uma carga de informação sobre a cultura da empresa, os modelos de liderança, o
contexto do mercado, os clientes, concorrentes, equipes de trabalho, produção,
vendas, marketing etc.
A forte competição empresarial sem precedentes, onde as empresas de
países distintos disputam mercados procurando aliar alta qualidade e baixos custos,
torna indispensável o desenvolvimento de habilidades que ajudem o indivíduo a se
adaptar com facilidade ao novo e às circunstâncias marcadas pela mudança, pela
incerteza e pela complexidade (ALENCAR, 1996).

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/77384035>. Acesso em: 3 mar. 2010.

A liderança envolve outras pessoas, o que contribuirá na definição


do status do líder. Além disso, envolve uma distribuição desigual de poder entre os
líderes e os demais membros do grupo, completando com a capacidade de usar
diferentes formas de poder para influenciar de vários modos os seguidores. De fato,
os líderes influenciam seguidores. Por este motivo, muitos acreditam que os líderes
têm por obrigação considerar a ética de suas decisões.

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Apesar de a liderança ser importante para a gerência e estreitamente
relacionada a ela, liderança e gerência não são os mesmos conceitos.
Planejamento, orçamento, controle, manutenção da ordem, desenvolvimento de
estratégias e outras atividades fazem parte do gerenciamento. Gerência é o que
fazemos. Liderança é quem somos.
Uma pessoa pode ser um gerente eficaz, um bom planejador e um gestor
justo e organizado e, mesmo assim, não ter as capacidades motivacionais de um
líder. Ou simplesmente pode ocorrer o contrário. Uma pessoa pode ser um gerente
ineficaz, porém, em contrapartida, ter as habilidades necessárias para um bom líder.
A sugestão é a de ler uma, duas ou três vezes cada um desses atributos e meditar
cada um deles à luz de sua própria realidade, como um profissional que tem a
função de gerenciar, comandar, liderar pessoas.
Detenha-se sobre cada um dos atributos e dê a você uma nota de zero a 10
em cada um deles, fazendo um propósito de auto aperfeiçoamento, repetindo essa
auto avaliação semanalmente. Um erro clássico na administração empresarial é
promovermos os chefes e gerentes, excelentes técnicos e burocratas. A chance de o
técnico ser um chefe ou gerente fracassado é grande, caso não tenha mudanças
profissionais (caso não haja como líder) e treinamento.
A maioria das pessoas promovidas a posições de liderança recebe pouco ou
nenhum treinamento sobre a maneira de conduzir o mais valioso recurso e
patrimônio da empresa: ou seja, seus colaboradores. O que acontece nesses casos
é que perdemos um ótimo técnico e ganhamos um péssimo gerente. Também é
verdade que o treinamento não é a fórmula mágica de criar um líder, precisamos dar
condições no trabalho e ter um frequente acompanhamento.
Um fator que normalmente ocorre com o gerente é o de acomodação e de
autocracia. Ambos são ingredientes de uma estagnação ou de um declínio. As
pessoas precisam perceber que ao alcançar um objetivo devem rever algumas
estratégias, pois com certeza teremos novos objetivos a serem alcançados e se
continuarmos fazendo as mesmas coisas que nos levaram a alcançar o antigo
objetivo, possivelmente não seremos capazes de atingir o próximo objetivo. Não
estamos falando de conceitos, caráter ou posturas, mas sim de procedimentos.
As habilidades técnicas orientadas para o resultado que levaram muitos
gerentes a posições de liderança não são necessariamente as melhores ferramentas

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para inspirar os outros a fazerem um bom trabalho e alcançar cargos de liderança.
Vamos a exemplos que ilustram esse ponto. Lou Gerstner, líder da IBM durante a
virada da empresa no mercado, era quem liderava a empresa de biscoitos Nabisco,
ou o Líder da Burger King (cadeia de fast-food norte-americano) dirigia a Northwest
Airlines (empresa aérea dos Estados Unidos com sede na cidade de Eagan,
Minnesota). O que quero mostrar é que para ocupar cargos de decisão e gerenciais
independe do negócio da empresa ou da técnica empregada ao negócio, mas sim
de aspectos de liderança e, nesse caso, é o mesmo em qualquer tipo de empresa e
em qualquer tipo de negócio.
Liderar de forma servidora significa conquistar as pessoas, envolvê-las de
forma que coloquem seu coração, mente, espírito, criatividade e excelência a serviço
de um objetivo. Pessoas não são gerenciadas, elas são lideradas.

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4 OS PRINCÍPIOS DA LIDERANÇA NO TRABALHO

Entre os desafios apresentados pelo ambiente mutável, as organizações


estão valorizando cada vez mais os gerentes que possuem habilidades de liderança.
Qualquer pessoa que aspire ser um gerente eficaz deve também se conscientizar de
praticar e desenvolver suas habilidades de liderança. “Dentro dos movimentos
comunitários, o que mais se ouve é o termo conscientização, como se fosse uma
palavra de fácil percepção e emprego.
Na verdade, a conscientização é o processo de fazer com que a comunidade
conheça seus direitos e deveres, praticando-os em sua plenitude. Um exemplo típico
do emprego desse termo é que, quando se entra com um processo contra alguém,
devem-se saber os ganhos do processo, no caso de ser favorável, e as perdas, no
caso de ser desfavorável. Nunca se quer perder, em nenhum sentido; por isso, uma
comunidade desconscientizada prefere viver como Deus quiser a reivindicar os seus
direitos. A conscientização não é especificamente o indivíduo conhecer uma
realidade tal como ela é, mas é um processo baseado na relação consciência-
mundo; entretanto, explora-se esse princípio ao se ter, de um lado, a consciência e,
de outro, o mundo.
A conscientização consiste no desenvolvimento crítico da tomada de
consciência. Desta maneira, conscientizar significa adquirir sua própria liberdade, é
libertar-se, porque é daí que o homem percebe tudo que o cerca, pois como se
sabe, a consciência humana está bastante interligada com o mundo real, por isso a
conscientização é a luta que os homens travam para livrarem-se dos obstáculos que
impedem uma boa percepção do mundo cotidiano. A conscientização é um
processo, e como tal, ele é lento, exigindo muita paciência e trabalho, frente às
comunidades.

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FONTE: Disponível em: <http://hackeatuvida.com/wp-content/plugins/wp-o-
matic/cache/84ea7_slide16.jpg>. Acesso em: 3 mar. 2010.

O contexto dos negócios de ontem permitia que alguém, no topo da


empresa, tivesse uma visão do todo e capacidade de pensar em tudo, delegando,
para baixo, apenas a obrigação de fazer. A figura do “Super-Herói”, especialmente
aquele que se fazia presente em momentos de crise, ou do carismático, que
incorporava a figura do timoneiro solitário, tinha razão de ser e marcou uma época
em que despontaram nomes como Henry Ford, Alfred Sloan, Tom Watson. Não é
sem motivo que se cunhou a expressão “capitão de indústria”.

5 VOCÊ CONHECE O DESENHO ANIMADO “OS INCRÍVEIS”*?

De forma irônica, talvez, o filme começa com uma entrevista com o famoso
Sr. Incrível, afirmando ser um Super-Herói necessário para a humanidade dizendo:
“Você pode salvar a humanidade quantas vezes você quiser, mas lá está ela se
metendo em encrenca novamente”. O individualismo é marca registrada dos
“líderes” que podem ser perfeitamente identificados na entrevista dos “heróis”.

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No filme as ocorrências iniciais
apontam verdadeiras batalhas por
“credibilidade” frente à sociedade, tal como
os líderes de organizações empresariais
buscam créditos frente aos seus superiores
ou acionistas.
E a ênfase é que os Super-Heróis
sempre trabalham sozinhos, são decididos,
autônomos, ousados e, acima de tudo,
presunçosos. Tudo gira em torno do “eu”
ainda que envolva o “nós”. O ponto é que,
uma hora o líder comete um erro e essa é a
vida real, tanto do Sr. Incrível, quanto a
nossa. A busca pressurosa por frutos faz o
líder mais vulnerável a isso. Não é só salário,
posição social ou carreira que está em jogo,
mas sim, algo mais precioso para ele está
em jogo: o “ego”.

FONTE: Disponível em:


<http://ospresepeiros.zip.net/images/os_incriveis_
13.jpg>. Acesso em: 3 mar. 2010.

Após o Sr. Incrível ter salvado uma pessoa que não queria ser salva ele é
processado, porém não houve preocupação dele junto às circunstâncias, neste
momento só viu o absurdo que é a falta de gratidão alheia. A trama começa no exato
momento em que o Sr. Incrível diz a um jovem garotinho por diversas vezes: “Eu
trabalho sozinho”. Processado, sua “licença de super-herói” é cassada, fazendo com
que o Sr. Incrível tenha que trabalhar e se veja sentado em uma minúscula mesa de
um serviço tedioso, com um salário pequeno e com um chefe que é tão ou mais
arrogante do que ele.
Só assim o Sr. Incrível sente na própria pele o que é ser “comandado”, sem
receber “glória”. Claro que essa sensação em nada é agradável e produz efeitos

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colaterais na personalidade do nosso Sr. Incrível: raiva e desejo de mais glória. O
Sr. Incrível, dentro deste contexto, se sente deprimido e presa fácil para o seu
próprio ego. O passado glorioso lhe assombra dia a dia. O desejo de reviver os
momentos de glória e sucesso lhe é um tormento diário. Uma nova proposta, um
novo emprego, uma nova chance de ser “o cara”. O líder demora a aprender as
lições porque ele mais sente as coisas pelo seu ego do que aprende as coisas pela
sua razão.
Ele não ouve as pessoas, mas ouve apenas o seu “ego” e o desejo de ser
“mais” novamente. O Sr. Incrível ignora tudo em nome do sucesso. Ignora seus
filhos e sua esposa. Tal como aquele líder que se dedica ao emprego 24 horas, a fim
de alcançar o almejado sucesso. Trabalha até mais tarde, leva trabalho para casa e
dorme sonhando com o que tem que resolver no dia seguinte.
Ele trabalha sozinho porque quer a glória, sozinho. Não sabe dividir. Isso se
torna, novamente, pedra de tropeço para o Sr. Incrível. Outra vez a sua busca por
resultados o torna vulnerável para a queda: cai sozinho. No filme ele tem uma
equipe, que apesar do seu egoísmo e da sua falta de comprometimento, insiste em
resgatar o herói solitário (líder solitário).

FONTE: Disponível em: <http://blog14.zip.net/images/INCRIVEIS.jpg>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

Em todo o processo de resgate vão se dissolvendo as instâncias


hierárquicas que antes separavam esposa e marido; filhos mais velhos e filhas mais

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novas; meninas e meninos; corajosos e medrosos, etc. Uma verdadeira revolução
organizacional se opera naquela família. Uma hierarquia horizontal é sedimentada,
substituindo o velho sistema hierárquico (comando e controle) estabelecido pelo Sr.
Incrível. Ele sabe que não mais pode enfrentar Kronos (o robô do vilão Bochecha)
sozinho e tem que depender da mulher e dos filhos. Para o nosso herói (líder) Sr.
Incrível é meio difícil reconhecer isso, mas com muito custo ele o faz. Os resultados
são, de fato, fantásticos.
Nesse processo o todo poderoso Sr. Incrível (solitário, decidido, autônomo,
ousado, acima de tudo, presunçoso), dá lugar aos Incríveis que são uma equipe
coesa, solidária e altamente comprometida. A partir deste ponto o Sr. Incrível não é
apenas um líder, mas também exerce liderança, uma vez que ele reconhece
abertamente a importância da sua equipe no seu desempenho.
*Análise realizada a partir dos explicativos de Ubiratan Carlos Machado. Disponível em:
<http://www.via6.com/ubiratan34>. Acesso em: 03 Março de 2010.

FONTE: Disponível em: <http://groselha.art.br/blog/wp-content/uploads/2009/04/incriveis.jpg>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

Em uma matéria, Fábio B. Faria enfatiza que temos presenciado inúmeros


tópicos sobre a liderança dentro da carreira profissional. Todos de imenso valor,
sempre agregando experiência às carreiras dos leitores e internautas. Temos nos
assustado, não é que as pessoas estejam se transformando em profissionais
exemplares, esforçados, que “vestem a camisa da empresa”, afinal isso é uma

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obrigação do bom profissional. Mas, estão se esquecendo do bem mais valioso que
podemos ter em família.
Presenciar Diretores, Vice-Presidentes, Presidentes, Gerentes, Supervisores
e afins trabalhando 14, 16, 18 horas por dia, sem a menor chance de dedicação
àquela que poderá ser sua “marca” no mundo, ou seja, os filhos. Nas casas dessas
pessoas, o discurso é sempre o mesmo:

FONTE: Disponível em: <http://www.makebeliefscomix.com/Comix>. Acesso em: 3 mar. 2010.

Ou ainda, de forma mais suave:

FONTE: Disponível em: <http://www.makebeliefscomix.com/Comix>. Acesso em: 3 mar. 2010.

Até quando o ser humano adulto ou pseudoprofissional completo estará se


esquivando de suas obrigações como pais? Segundo o psiquiatra e psicodramatista
Içami Tiba, os “rebentos”, sejam eles de zero a 40 anos devem ser atendidos no
momento da necessidade, ou seja, assim que o é procurado. Deve-se realizar uma
breve atenção enquanto for solicitado. Não é necessária atenção abusiva, o que

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causaria até certo desconforto e cansaço aos mesmos, mas a atenção na medida
certa. Um líder precisa entender a hierarquia das necessidades dos seguidores para
dar as respostas certas que possam satisfazê-los.
Como uma pessoa comum se torna um
líder? Essa é a pergunta à qual Deepak Chopra,
uma autoridade de renome mundial no campo
da cura mente-corpo, favorito das empresas
norte-americanas, busca responder. Segundo
ele, para chegar à liderança, toda pessoa
precisa olhar para dentro de si e entender como
as pessoas são motivadas espiritualmente.
Enquanto não fizer isso, vai apegar-se a velhos
hábitos, envolver-se em disputas
desnecessárias.

O fundamental, segundo Chopra, é FONTE: Disponível em:


<http://www.gettyimages.com/detail/71275
aprender a identificar as necessidades das 925/Stock-Illustration-RF>. Acesso em: 3
mar. 2010.
pessoas e saber responder a cada uma. O líder
que entende as hierarquias das necessidades básicas do ser humano e das
respostas imprescindíveis terá êxito, pois aquele que busca metas de vida exterior,
como dinheiro, vitória e poder, fracassará. Isso ocorrerá porque ele falhará em
satisfazer seus seguidores.
Chopra garante que a capacidade de atender às necessidades com as
respostas certas pode ser aprendida. Para tanto, esquematiza 10 princípios para
lidar com necessidades e respostas (cujas hierarquias aparecem no quadro da
página e resume em sete letras a essência da liderança). Líder é a pessoa cujas
ações e palavras exercem influência sobre o pensamento e comportamento de
outras (dicionário Houaiss). Líder é quem consegue passar ao liderado sua energia
de vida, torcida, reconhecimento do empenho/competência do seu liderado, elogio e
gratidão pelos resultados obtidos, compartilhando cada etapa do despertar até a
realização.
O sucesso da carreira de um líder no mundo deve começar pelo básico, ou
seja, em casa. Criar, propiciar e viver em um ambiente saudável, repleto de amor,
valorizando o ser, o estar, motivando, ensinando e muitas vezes aprendendo é

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fundamental para um líder. Transformar fatos simples em grandes
empreendimentos, valorizando a estima e corrigindo a atitude, primando pelo futuro.
No núcleo da tensão que atualmente atormenta a humanidade há uma carência de
líderes em tudo que se refere à coletividade humana, o que indica evidências
abusivas da negligência ética e de corrupção encontradas entre autoridades dos
graus mais altos tanto em estabelecimentos públicos, quanto em empresas privadas
pelo mundo todo.
Podemos entender desta maneira que este é o momento em que o mundo
todo mais necessita como jamais aconteceu na história, de exemplos de liderança,
sendo de fundamental importância identificar e reavaliar em si próprios as
verdadeiras habilidades que distinguem o líder que se baseia em princípios morais,
estimulando e desenvolvendo na família e na escola, um extenso e complexo
programa de educação.
Poderão os profissionais do futuro, recebendo a verdadeira educação de
profissionais, apresentarem melhores resultados e superar as expectativas enquanto
membros da sociedade e profissionais.
“Tais papéis exigem novas habilidades: a
capacidade de construir uma visão
compartilhada, de trazer à superfície e
questionar os modelos mentais vigentes
e de incentivar padrões mais sistêmicos
de pensamento.

FONTE: Disponível em:


<http://www.gettyimages.com/detail/71897932/Sto
ck-Illustration-RF>. Acesso em: 3 mar. 2010.

Em suma, “nas organizações os líderes são responsáveis por construir


organizações nas quais as pessoas possam estar continuamente expandindo sua
capacidade de criar seu futuro, isto é, os líderes são responsáveis pelo aprendizado”
(SENGE, 1997, p. 345). A falta de tempo para se dedicar à vida pessoal e voltar
suas atenções ao cônjuge, aos filhos, pais ou amigos próximos é sempre um motivo
de angústia. Todo líder deve atentar-se a tal ponto específico do conflito entre
colaboradores que se sentem divididos entre família e trabalho. Devido a isso,

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poucas e valiosas ações podem ser feitas para aproximar estes dois elos
importantes para o seu empregado.
O importante, primeiramente, é que tanto empresa quanto família não
estejam disputando a dedicação de alguém. O foco principal de qualquer pessoa
deve ser dar atenção à empresa enquanto está no trabalho e à família enquanto
estiver em casa, porém nem sempre é assim. Tal situação se agrava no caso de
problemas pessoais ou profissionais. Em um ambiente ou no outro, os dois temas
estarão competindo na mente desta pessoa.
Por isso, conscientizar todos os liderados para que não exista a
concorrência. Uma boa opção é promover ações na empresa que aproximem os
familiares do ambiente de trabalho. A iniciativa tem sido adotada por muitas
corporações, as quais convidam os filhos e cônjuges, principalmente, para
conhecerem o local de trabalho e as pessoas que com ele atuam na empresa. Essa
é uma oportunidade de conciliar as duas extremidades, apresentando-as e
integrando-as.
Além disso, como líder, aproximar-se da equipe e compreendê-la melhor não
significa ser altamente permissivo, mas sim treinar sua flexibilidade, pois o
colaborador preocupado não trabalha e muito menos rende intelectualmente como
deveria. Nem sempre o número de horas vivenciadas na empresa significa horas
trabalhadas, uma vez que o colaborador pode estar com a mente em outro lugar.

FONTE: Disponível em: <http://www.gettyimages.com/detail/86544950/Comstock-Images>.


Acesso em: 3 mar. 2010.

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Delegar é experimentar confiar em alguns profissionais da equipe a tarefa de
gerenciarem melhor seus horários. Isso significa que, em alguns dias, chegarão
mais tarde para resolver seus problemas, mas terão responsabilidade suficiente para
repor esta diferença, saindo mais tarde também. Iniciativas como estas são fatores
de comprometimento e motivação para todos. Fazendo a experiência é possível
perceber que, sentindo-se apoiado e capaz de resolver problemas pessoais sem o
risco de perder o emprego, ele se sentirá muito mais interligado à empresa.

FIM DO MÓDULO I

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