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DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU MATEMÁTICA
CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA - PA
2013
ALAIN SOUZA DE ANDRADE
ÉRIKA LAURENE VIEIRA DE ALMEIDA
LARICE BORGES MARANHÃO DA SILVA
CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA - PA
2013
ALAIN SOUZA DE ANDRADE
ÉRIKA LAURENE VIEIRA DE ALMEIDA
LARICE BORGES MARANHÃO DA SILVA
30 09 2013
Aprovada em _____|______|_____
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Professor Esp. Jatniel Jales Cardoso
Orientador
__________________________________________
Professor Esp. Antônio Eduardo Alexandria de Barros
__________________________________________
Professor Esp. Pedro Gouveia de Oliveira Otonni
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Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como finalidade
averiguar junto aos professores de Matemática do Ensino Fundamental e Médio de
escolas públicas e particulares de Conceição do Araguaia, os conteúdos mais
difícieis de serem aprendidos por alunos cegos. A consulta foi realizada por meio de
questionários aplicados a 31 docentes de Matemática com experiência ou não no
ensino de Matemática para cegos. Os resultados do estudo assinalam que entre os
docentes há um consenso entre dez conteúdos de Matemática mais dificies para
alunos cegos aprenderem. Foi possível perceber que os docentes não sentem-se
qualificados especificamente para ensinar Matemática para alunos cegos, talvez por
não terem participado de nenhuma capacitação especifica na área da inclusão.
Outro indicador limitante percebido refere-se a ausência de recursos didáticos
adequados a esse tipo de deficiência, bem como a desinformação dos cegos e de
suas famílias em buscar seus direitos garantidos por Lei.
ABSTRACT
This article presents the results of a survey that aimed to check with the mathematics
teachers of elementary and high school in public and private schools of Conceição
do Araguaia, the contents are more difficult to be learned by blind students. The
consultation was conducted through questionnaires given to 31 teachers of
mathematics with experience or not in the teaching of mathematics for the blind. The
study results indicate that among the faculty there is a consensus of ten mathematics
content more blind students are so difficult to learn. It could be observed that
teachers do not feel particularly qualified to teach Mathematics to blind students,
perhaps because they have not participated in training nehnuma specifies the area of
inclusion. Another indicator limiting refers to perceived lack of teaching resources
suitable for this type of disability, and the misinformation of the blind and their
families to seek their rights guaranteed by law.
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Graduados em Matemática UEPA. Pós-graduados em Matemática. Especialização pela Faculdade
Especialização e Estudos Avançados – ESEA.
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1 INTRODUÇÃO
nenhuma criança deve ser separada das outras por apresentar algum tipo de
deficiência. Pedagógicamente esta posição apresenta-se vantajosa devido existir
interação entre crianças, promovendo um desenvolvimento unido. Por outro lado,
maioria das vezes, surge destacadas dificuldades por parte das escolas em
integrarem as crianças especiais devido ser preciso estruturar as condições
adequadas para atender a demanda. Entretanto, é preciso aceitar que a escola
regular nem sempre consegue proporcionar uma atendimento capaz de responder
ás necessidades das crianças especiais, porque para atender com qualidade às
diferenças individuais de cada segmento, é preciso se tecnificar afim de trabalhar a
deficiência não como barreira mas como energia, onde a utilização das tecnologias
exerce um papel expressivo.
muita eficiência. No ano de 1973, foi criado no MEC, o Centro Nacional de Educação
Especial (CENESP), gerenciamento da educação especial no Brasil, sob o foco da
integração, estimulou ações educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às
pessoas com superdotação, ainda aderida por campanhas assistenciais e ações
isoladas do Estado. Nesse período não se efetivou uma política pública de acesso
universal a educação, permanecendo a concepção de ‘políticas especiais’ para tratar
da educação de alunos com deficiência, e dos alunos com superdotação, apesar do
acesso ao ensino regular, não constitui-se um atendimento especializado que
atenda as necessidades de aprendizagem desses alunos.
A educação inclusiva em geral, foi reconhecida pela Constituição Federal
de 1988 em seu artigo 3º, inciso IV “promover o bem de todos, sem preconceito de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. No seu
artigo 206, inciso I, aborda a garantia à “igualdade de condições de acesso e
permanência na escola”. Para o MEC/SEE, muitas Leis e emendas constitucionais
foram propagadas para garantir a universalização da educação. As Leis nº 9.394/96
(LDBEN), 10.172/2001 – Plano Nacional de Educação (PNE), 3.956/2001 (Decreto)
dentre manifestos de congressos internacionais, garantem a acessibilidade,
permanência e acompanhamento de todos os deficientes brasileiros na escola, além
de criar, métodos e recursos para os devidos fins. Por meio da Lei 10.436/2002 é
reconhecida a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, como meio legal de
comunicação e expressão em todo o território nacional, além de estabelecerem
normas para inclusão da LIBRAS como complemento curricular na formação de
professores e fonoaudiólogos.
A Portaria 2.678/2002 do MEC, aprova diretrizes e normas de utilização
da LIBRAS e do sistema BRAILLE em todas as modalidades de ensino. Ambos
tornam a educação só para esses ‘atendidos pela Lei’ Bilinguista, sendo a Língua
Portuguesa ensinada junto com um desses sistemas. Isso não significa a garantia
que, uma educação inclusiva, seja colocada em prática nas escolas públicas e
particulares em âmbito nacional. Devido os deficientes desconhecerem seus direitos
garantidos na Constituição Federal e da inércia da população brasileira que limita a
muitos deficientes brasileiros a não terem o devido acesso a esses direitos.
Assim, pode se perceber que conforme a posição do sistema educacional
sobre as deficiências constitui-se um desafio na superação das barreiras da inclusão
ainda presente na sociedade brasileira.
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representação para uma pirâmide com base quadrada. O artigo contribui, para a
reflexão de futuros docentes, sobre a dificuldade de se ensinar numa sala de aula
realmente inclusiva e o desafio de se desenvolver entendimentos sobre as formas
alternativas de expressões matemáticas de alunos cegos, com a exploração de
gestos que eles utilizam para o subsidio cognitivo durante suas atividades. O realce
do artigo se deu sobre a escolha do material usado para a construção da pirâmide.
Enquanto a pesquisadora esperava o uso da massa de modelar, um dos alunos
sugeriu o uso de palitos e massa, evidentemente facilitou a sua compreensão acerca
das arestas e vértices, indicando que é essencial ao docente respeitar as sugestões
trazidas pelos próprios educandos.
O trabalho resultou que escassos estudos trazem experiências
detalhadas para o espaço da sala de aula para o ensino da Matemática, com o uso
de materiais e métodos que possam facilitar os docentes no enfrentamento ao atual
desafio de ensinar alunos cegos nas escolas brasileiras.
Considerando estes estudos, pode-se verificar que a nível técnico, a
sustentabilidade do ensino de Matemática para cegos depende muito de uma atitude
inovadora do docente. Se ele tiver um preparo adequado, é bem provável que um
número maior de educandos cegos comece a ser bem sucedidos na formação
escolar. Evidentemente necessita de qualificação específica para esse desempenho.
Além de todo um apoio para se aprimorar constantemente acerca das mudanças
que ocorre no mundo, pode existir a troca de experiências com outros docentes que
apresesntam atuações inovadoras sobre o ensino dessa disciplina para alunos
cegos.
Adultos (EJA). Com relação ao tipo de escola em que está atuando os resultados
apontam que 51,6% dos professores pesquisados estão atuando nas escolas
públicas estaduais.
Com relação à questão se já haviam ministrado aulas para alunos cegos,
6,4% responderam que sim, sendo que 93,6% dos professores envolvidos na
amostra, no geral, responderam que não. Quando indagados sobre se já fez algum
curso/treinamento sobre o ensino de Matemática para alunos cegos cerca de 96,8%
dos professores disseram que não. No que se refere ao sentimento de preparo para
lecionar para alunos cegos foi possível verificar que cerca de 96,8% dos
pesquisados disseram que não, o que vem conferir com o que foi constatado na
questão anterior, se não teve acesso à formação específica, como vão se sentir
preparados para atuarem adequadamente?
Isto confirma um dado preocupante relacionado à inclusão de alunos com
necessidades especiais em classes regulares, com base na RESOLUÇÃO Nº. 04,
DE 02 DE OUTUBRO DE 2009. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA
DE EDUCAÇÃO BÁSICA. A realidade aponta os limites e desafios desse processo
abrupto de inclusão de alunos em escolas regulares. Torna-se importante lembrar
que boa parte das escolas públicas de nosso país não dispõe em suas
dependências físicas de aparato educacional, tanto nos itens material quanto na
questão da qualificação profissional, adequação necessária que possibilite atender a
contento, até mesmo os alunos sem necessidades especiais.
A formação e qualificação de professores para trabalhar com alunos
especiais, e suas peculiaridades, tem sido para as instituições formadoras e os
espaços escolares, um dos maiores desafios. Se considerarmos que esta formação
perpassa por múltiplos fatores e exige continuidade, há que se considerar a
possibilidade de outras causas como: desejo do próprio professor em se qualificar e
condições financeiras para tal, ofertas de cursos e oficinas por partes das
instituições formadoras de professores e dos sistemas aos quais eles estão
vinculados.
No contexto de como os docentes ensinam Matemática 71% dos
responderam a questão: Começando pela definição seguida de exemplo e
exercícios, este percentual apontou que os professores estão utilizando um dos
métodos que torna mais viável o processo de ensino-aprendizagem de forma
acessível para o aluno e o professor. E no que se refere às formas de fixação do
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conteúdo dessa disciplina, 93,5% responderam que costumam Apresentar uma lista
de exercícios para serem resolvidos, verifica-se então que o método de fixação de
conteúdo através de listagem de exercícios ainda é o mais utilizado pelos docentes.
Com base na sua experiência como professor (a) de Matemática, qual
seria o grau de dificuldade para alunos cegos aprenderem?. Os conteúdos
apontados como difíceis e mais difíceis obedeceram a seguinte ordem: Em 1º lugar
Subtração de frações de denominadores diferentes e MDC com 93,5%; Em 2º lugar
Adição de frações de denominadores diferentes com 93,4%; e em 3º lugar MMC e
Simplificação de Fração com 90,2%. Foi identificado um trabalho semelhante a esse,
realizado na cidade de Belém – PA, por COSTA (2010). A pesquisa abrangeu 100
docentes, e os conteúdos apontados como difíceis e mais difíceis foram: Adição de
frações de denominadores diferentes com 66%, seguido de Divisão de números
decimais com 61% e Resolver os problemas em que se conhece uma parte se
deseja conhecer outra parte com 60%. Com base nisso fez-se uma comparação de
dados e se chegou a conclusão que embora sejam localidades diferentes de um
mesmo processo de ensino é preciso conferir aspectos considerados ferramentas
importantes entre um processo de estudo e outro, para se pensar numa intervenção
fundamentadas em alternativas de possibilidades para reduzir a exclusão de alunos
cegos. Mediante o contexto apresentado, pode-se perceber que existe um
significativo índice de dificuldade dos docentes de Conceição do Araguaia com
relação aos docentes de Belém em trabalhar com alunos cegos. Apesar de certas
semelhanças nos conteúdos, constatou-se que quase 94% dos docentes de
Matemática de Conceição do Araguaia, não apresentam experiência em trabalhar
com cegos, isso pressupõe o nivel elevado de dificuldade segundo o levantamento
dos dados, comparado ao estudo de COSTA (2010) que apontou 85% dos docentes.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS