Comentário do filme “O Garoto Selvagem”

O filme “O Garoto Selvagem” retrata a triste história de um menino (Victor) que

fora encontrado em uma mata por caçadores; observou-se que sua infância foi
vivenciada naquele ambiente, longe da civilização e desprovido dos meios de
socialização, como a linguagem, comportava-se portanto como um animal irracional. O
garoto de aproximadamente onze anos, andava como um bicho, não sabendo falar e
entender, logo fora rotulado como idiota e mandado ao Instituto Nacional de Surdos-
Mudos. Durante sua ida ao Instituto, o menino é visto por várias pessoas com
indiferença, que essas por vez, ficaram espantadas com as condições de tal.

O selvagem fora apresentado ao professor Itard, que encarregou-se do papel de

estudar e observar os atos da “criança”, desenvolvendo um diagnóstico. Victor não
conseguia se relacionar com as pessoas que estavam na mesma instituição que ele, por
isso Itard resolvera levar o menino para sua casa, para lhe ensinar os meios de
comunicação e inseri-lo na sociedade; tudo só aconteceu com o apoio de sua
governanta, que se responsabilizou em fornecer cuidados ao pequeno.

O garoto era submetido a inúmeras experiências, o que não era nada agradável
para ele, pois para quem vivia com total liberdade na mata, não sentia-se confortável
com as novidades impostas, portanto, as tentativas de escapar eram frequentes,
demorando até dias para voltar. Itard iniciou o procedimento de alfabetização usando
ferramentas como a tesoura, o livro, a chave e o martelo, a fim que Victor conseguisse
assimilar o objeto, o contorno do objeto, a sonoridade e a palavra.

O menino passou a andar se mantendo sob as duas pernas, desenvolveu uma

linguagem corporal para esclarecer algumas ações e aprendeu alguns sons, como pedir
leite/água. No fim, Victor mostra que não é mais um selvagem, mas seu educador diz
que o mesmo também não pode ser considerado um homem, essa afirmação deve-se ao
fato que a realidade vivida pelo pequeno não era a mesma realidade do padrão da
sociedade da época. Em resumo, o filme transmite a reflexão de que garoto não era
“idiota” por deficiência biológica, mas por escassez cultural, o fato de ter crescido
isolado da civilização contribuiu para seu “atraso” intelectual.