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ESPAÇO DO PROFESSOR

ADONIRAN BARBOSA E O
PROBLEMA DA HABITAÇÃO
NAS GRANDES METRÓPOLES

HISTÓRIA |  MÚSICA |  LÍNGUA PORTUGUESA


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ouvir, colocar (música) para tocar

analisar, questionar, elaborar hipóteses, comentar (questionando)

registrar, criar, destacar, grifar, completar

comentar, explicar

discutir, conversar
título
Adoniran Barbosa e o Problema da
Habitação nas Grandes Metrópoles

apresentação
Nesta sequência, aprenderemos sobre as peculiaridades da composição de
­Adoniran Barbosa. Nos anos 1950 e 1960, esse compositor ganhou fama discu-
tindo musicalmente os problemas e as alegrias dos homens simples que viviam
em São Paulo. A universalidade da sua obra nos permite fazer transposições para
outras realidades urbanas, relacionadas a um problema de direito básico do ser
humano: o direito de morar.

objetivos
••Compreender o estilo artístico de Adoniran Barbosa;
••Observar o caráter social da obra do músico;
••Discutir o problema social da habitação nas décadas de 1950 e 1960.

áreas do conhecimento
História, música e língua portuguesa.
segmento duração
Ensino Fundamental II. De 3 a 4 aulas.

recursos necessários
••Um aparelho de som que reproduza CD ou tablet/note com acesso à internet;
••O CD Adoniran Barbosa (2010), da Coleção Folha Raízes da MPB, para a canção
“Saudosa Maloca”;
••O CD Demônios da Garoa e Convidados (2009) para a canção “Abrigo de
Vagabundos”;
••Uma cópia para cada aluno do verbete da Enciclopédia Itaú Cultural sobre
Adoniran Barbosa;
••Uma ficha (anexo 1) para cada aluno com o quadro das principais referências
do autor;
••Uma ficha (anexo 2) para cada aluno com as letras das canções “Saudosa
Maloca “ e “Abrigo de Vagabundos”;
••Uma ficha (anexo 3) para cada aluno com o roteiro de audição.
desenvolvimento

1º MOMENTO

Aproximação
Prepare o aparelho de som com as canções na seguinte ordem: “Saudosa
Maloca” e “Abrigo de Vagabundos”; organize os alunos em semicírculo; tenha
em mãos as cópias para os alunos do verbete sobre Adoniran Barbosa, e do
quadro com as principais referências do autor (anexo 1).

Para introduzir o assunto aos alunos, sugerimos a leitura compartilhada do


verbete da Enciclopédia Itaú Cultural sobre Adoniran Barbosa. Estimule essa
aproximação utilizando imagens de São Paulo nos anos 1950 e 1960, trechos de
canções de Adoniran e alguns depoimentos do artista disponíveis na internet.

Para ampliar essa aproximação com o compositor, pode-se fazer a leitura com-
pleta do verbete sobre Adoniran Barbosa e a montagem coletiva de um quadro
sobre as principais referências do autor.

ADONIRAN BARBOSA 7
Adoniran Barbosa – Trecho do verbete

1 (...) Migrante do interior do estado de São Paulo, quase analfabeto e sem conhe-
cimento do meio artístico e radiofônico, vem se aventurar na capital no início
da década de 1930. Gosta dos sambas de Sinhô, Noel Rosa e Luís Barbosa.
Este se destaca pelas interpretações de samba de breque e por introduzir o
5 chapéu de palha como acompanhamento rítmico nos programas de rádio e
em gravações. O “Barbosa” do pseudônimo de Adoniran é inspirado nesse
sambista e o “Adoniran”, no nome de um amigo funcionário dos Correios. João
Rubinato, segundo o próprio compositor, não serve de nome para cantor de
samba. Adoniran ouve rádio galena¹, sintoniza as estações do Rio de Janeiro e
10 sonha ser artista. Seja como intérprete dos textos de Osvaldo Moles, seja como
compositor, é no âmbito de sua relação com a rádio – e com a linguagem que
aí se desenvolve – que se revelam os elementos fundamentais de seu trabalho.

É a fusão entre as duas faces (rádio-ator e compositor) que assinala o estilo


de Adoniran, um artista que exercita sua poética como uma espécie de ponte
15 entre a rua e a rádio, em um contexto configurado pelo radical processo de
urbanização da metrópole paulista, que, na primeira metade do século XX, se
torna o maior centro industrial do Brasil. O artista, em São Paulo desde o início
dos anos 1930, tem sua biografia inscrita num cenário urbano que se transfor-
ma dia a dia e impõe novas relações a seus habitantes. Nesse ambiente, sua
20 poética busca narrar o cotidiano da grande cidade.

Em muitas falas Adoniran se pronuncia no intuito de demarcar um estilo, re-


correndo a determinada ideia de povo para identificar sua poética e mesmo
legitimá-la. Aqui, dois aspectos se destacam: a forma como ele constrói as letras
e os temas. O compositor se inspira na linguagem dos excluídos sociais, recrian-
25 do com base nessas falas as letras de seus sambas. Assim, ele justifica em sua
música expressões como “nóis fumos e não encontremos ninguém” “Samba
do Arnesto”, “peguemo tudas nossas coisas... dim dim donde nóis passemo”
“Saudosa Maloca”. Sobre os temas de seus sambas, aponta histórias e aconteci-
mentos com os quais o povo se identifica: “Meus sambas não nascem com hora
30 marcada, não são consequências de inspirações. Eles nascem por si, por mim,
pelas coisas. Contam de uma São Paulo grande, falam da gente simples, humana,
das malocas, dos malandros, de gente boa. Não pretendo agredir ninguém com
meus sambas... Eles não falam de grandes paixões, mas mostram os problemas
e o cotidiano das pessoas da cidade grande, das muitas lutas e poucas vitórias”2.

35 É certo que a parceria com Osvaldo Moles é fundamental na criação desse seu
estilo. Personagens como o Charutinho, da radiopeça História das Malocas, apre-
sentada na Rede Record entre 1955 e 1967, traduzem muito da temática e estética
que inspiram Adoniran. Tal como os textos de Moles, as composições de Adoniran
retratam a cidade na perspectiva daqueles que ficam à margem de seu processo
40 de modernização. Eis o sentido da crítica social presente em seus sambas, tão bem
delineado em interpretações como a de “Saudosa Maloca”, por Elis Regina, no
fim dos anos 1970, ainda num ambiente de censura imposto pela ditadura militar.

8 ESPAÇO DO PROFESSOR
Em muitas de suas entrevistas, ele insiste: “Faço samba para o povo. Por isso, faço
letras com erros de português, porque é assim que o povo fala”. Mas há ainda
45 uma outra definição sua que leva ao cerne de seu estilo: “Pra falar errado, é
preciso saber falar errado”. Ou seja, Adoniran não se resume a um transcritor
da fala cotidiana, da gente comum. Menos do que produzir um “arquivo da fala
do povo”, sua arte interage nos lugares em que circulam conversas, histórias
portadoras de experiências vividas e que são intercambiadas pelo homem
50 comum. Em suma, a arte de Adoniran é sobretudo a crônica da cidade que
ele vivencia. Uma poética afinada com as vozes daqueles que, no contexto da
modernização de São Paulo, habitam o “espaço da exclusão”, onde transitam
negros, imigrantes italianos e retirantes nordestinos, numa polifonia de vozes, ex-
pressão das mais diversas heranças culturais, da qual emerge a síntese de sua obra.

ANEXO 1

QUADRO: PRINCIPAIS REFERÊNCIAS DE ADONIRAN BARBOSA

Percurso de vida Influências Influências sociais


e profissional artísticas e musicais da cidade

Linhas 1 a 3: Linhas 3 a 13: Linhas 20 a 54:


• Migra do interior de • Samba de Sinhô, Noel • Cenas cotidianas
São Paulo para a capi- Rosa e Luís Barbosa; da ­cidade;
tal no início da década • Radialista Osvaldo • Utilização da lingua-
de 1930. Moles. gem das pessoas
pobres e simples da
cidade (“nóis fumos”,
“nóis peguemos”);
• “(...) problemas e
cotidiano das pessoas
da cidade grande, das
muitas lutas e poucas
vitórias”;
• “(...) aqueles que
habitam o espaço da
exclusão social: negros,
imigrantes italianos e
retirantes nordestinos”.

Além desse recorte, vários temas internos à biografia de Adoniran podem ser
discutidos ao longo da leitura. Assinale no texto temas possíveis e converse
com os alunos sobre o que estão entendendo e o que sabem.

ADONIRAN BARBOSA 9
2º MOMENTO

Audição dirigida: compreendendo


o que a canção revela

Apresente aos alunos as canções na seguinte ordem: “Saudosa Maloca” e


“Abrigo de Vagabundos”.

••Crie um ambiente favorável para uma audição atenta;


••Peça aos alunos para apenas ouvir, sem se preocupar com termos des-
conhecidos;
••Toque as duas canções, uma em seguida da outra;
••Faça com que ouçam sem o suporte da letra e sem material de registro;
••Liste em tópicos (palavras-chave), o que os alunos compreenderam nesse
primeiro contato com as canções;
••Pergunte aos estudantes se conhecem outras canções do autor;
••Levante com os alunos alguns aspectos musicais importantes do conjunto
das canções: gênero (samba – muito popular nos anos 1950 e 1960 até
hoje); discurso musical narrativo (a melodia a serviço de uma narrativa,
uma história que está sendo contada/cantada); refrão de fácil assimilação
(reforça o conteúdo da narrativa e sintetiza a história contada, pois é revelado
ao final da narrativa).

3º MOMENTO

Segunda audição das canções


(com roteiro)

••Distribua a ficha (anexo 2) com as letras das duas canções;


••Distribua a ficha (anexo 3) com o roteiro de audição;
••Ouça as canções acompanhando a letra e realize o roteiro de audição.

10 ESPAÇO DO PROFESSOR
ROTEIRO DE AUDIÇÃO

• Canção: Saudosa Maloca

• Autor: Adoniran Barbosa

• Ano de gravação: 1954 Álbum: Adoniran Barbosa (2010), Raízes da MPB

• Artista: Adoniran Barbosa

• Letra – tema (assunto) principal: Habitação

1. Que história Adoniran nos conta nessa canção?

 história de três amigos que ocuparam uma antiga residência abandonada e passa-
A
ram a morar lá (“maloca”). O proprietário do local mandou demolir a construção e os
três ocupantes ficaram sem ter onde morar.

2. Qual o problema social tratado na canção?

A falta de habitação para a população trabalhadora nos grandes centros urbanos.

3. Como as personagens retratadas na canção reagem à situação que enfrentam?

 s personagens que ocuparam ilegalmente o local demolido não reagem. Ou seja,


A
não apresentam resistência à situação.

4. Essa canção fez bastante sucesso nos anos 1950 e 1960. Por que você acha que
esse sucesso ocorreu?

 orque tratava de um problema vivido por milhares de pessoas na época. Pessoas


P
desassistidas por programas habitacionais dos governos que vieram para os centros
urbanos em busca de trabalho, submetendo-se a “soluções” precárias de moradia.

ADONIRAN BARBOSA 11
ROTEIRO DE AUDIÇÃO

• Canção: Abrigo de Vagabundos

• Autor: Adoniran Barbosa

• Ano de gravação: 1958 Álbum: Demônios da Garoa

• Artista: Demônios da Garoa

• Letra – tema (assunto) principal: Habitação

1. “Abrigo de Vagabundos” é considerada uma continuação de “Saudosa Maloca”.


Retire elementos da letra da canção confirmem essa “continuação”.

8 E construi minha malóca


17 Por onde andará
18 Jóca e Mato Grosso
19 Aqueles dois amigos-moço
20 Que não quiz me acompanhá
21 Andarão jogados
22 Na Avenida São João
23 Ou vendo sol quadrado
24 Na detenção
25 A minha malóca
26 A mais linda que eu já vi
27 Hoje está legalisada
28 Ninguém pode demoli
29 A minha malóca
30 A mais linda neste mundo
31 Ofereço aos vagabundos
32 Que não têm onde dormi

2. O tema central de “Abrigo de Vagabundos” é a construção de uma nova maloca.


Só que, nessa canção, aparece uma novidade em relação à canção anterior. Qual?

A “legalização” da moradia por meio do favor de um amigo, fiscal da prefeitura.

3. Que personagem representa essa novidade?

13 João Saracura
14 Que é fiscal da Prefeitura
15 Foi um grande amigo sim
16 Arranjô tudo pra mim

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4. O autor oferece, em “Abrigo de Vagabundos”, uma “solução” para o problema
de “Saudosa Maloca”. Que “solução” é essa?

Ele oferece a sua maloca, agora legalizada, aos que não têm onde dormir:

29 A minha malóca
30 A mais linda neste mundo
31 Ofereço aos vagabundos
32 Que não têm onde dormi

Deixe que os alunos sistematizem e comentem a audição realizada. Alguns


elementos importantes devem ser garantidos para uma boa apropriação da
obra. Caso a classe não ressalte esses aspectos, caberá ao educador destacar:

••Que todas as faixas foram compostas unicamente por Adoniran;


••O aspecto popular das canções (voz, instrumentos, arranjo, vozes);
••Adoniran como contador de “causos musicais”;
••A quase inexistência de metáforas na letra, mas a infinidade de imagens
que as canções sugerem em seu conjunto.

reflexão final

A
prender sobre Adoniran Barbosa é imprescindível em nossa busca
sobre o que chamamos “ser brasileiro”. Saber sobre suas canções e
seu processo de composição, sobre sua maneira de utilizar as palavras
e o falar cotidiano das pessoas simples da São Paulo dos anos 1950 a 1970 é
um mergulho em nossa cultura.

REFERENCIAL de expectati-
O processo de exclusão social, econômica e política de amplas parcelas da popu-
vas para o desenvolvimento lação pobre, muitas vezes analfabetas, pouco fez parte dos discursos dominantes.
da competência leitora e A imagem de São Paulo, centro econômico da nação, como cidade da ordem e
escritora no ciclo II: caderno do trabalho, da modernidade e do progresso, buscava encobrir as contradições
de orientação didática de e oposições. Adoniran é uma voz popular, dissonante, mas que consegue ocupar
História. São Paulo: Secretaria espaço pelo rádio.
da Educação do Município de
São Paulo, 2006. p. 43.

ADONIRAN BARBOSA 13
referências

ADONIRAN Barbosa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Bra-


sileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.
itaucultural.org.br/pessoa12474/adoniran-barbosa>. Acesso em: jan. 2018.
Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

ADONIRAN BARBOSA. Coleção Folha Raízes de Música Popular Brasileira. São


Paulo: Folha, 2010, 1 CD, 64 p.

DEMÔNIOS DA GAROA. Demônios da Garoa e convidados. São Paulo: Atração,


2009, 1 CD.

LUÍS Barbosa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.
br/pessoa616338/luis-barbosa>. Acesso em: jan. 1218. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7.

NOEL Rosa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.
br/pessoa2917/noel-rosa>. Acesso em: 27 de abr. 2016. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7.

PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO. Site oficial. Disponível em: http://smul.


prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/index.php. Acesso em: jan. 2018.

REFERENCIAL de expectativas para o desenvolvimento da competência leitora


e escritora no ciclo II: caderno de orientação didática de História. São Paulo:
Secretaria da Educação do Município de São Paulo, 2006. p. 43. Disponível
em: http://www.cdcc.usp.br/cda/PARAMETROS-CURRICULARES/Portal-Se-
cretaria-Municipal-De-Educacao-Sao-Paulo-Capital/EF-CICLOII/LerEscrever/
CadernoOrientacaoDidatica_Historia.pdf. Acesso em: jan. 2018.

SINHÔ. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo:
Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/
pessoa12440/sinho>. Acesso em: jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN:
978-85-7979-060-7.

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ANEXO 1

QUADRO: PRINCIPAIS REFERÊNCIAS


DE ADONIRAN BARBOSA

Percurso de vida Influências Influências sociais


e profissional artísticas e musicais da cidade

Linhas ___ a ___: Linhas ___ a ___: Linhas ___ a ___:


ANEXO 2 – LETRAS DAS CANÇÕES

Saudosa Maloca (Adoniran Barbosa)

1 Se o sinhô não tá lembrado


2 Dá licença de contá
3 Qui aqui onde agora está
4 Esse edificio arto era uma casa véia
5 Um palacete assobradado,
6 Foi aqui seu moço
7 Qui eu Matto Grosso e o Jóca
8 Construimo nossa malóca
9 Mais um dia nois nem pode se alembrá
10 Vêio os homes c’ as ferramenta
11 O dono mandô derrubá
12 Peguemo tudas nossas coisas
13 E fumos pro meio da rua
14 Precia a demolição...
15 Que tristeza que nois sentia
16 Cada taubua que caia
17 Duia no coração
18 Matto Grosso quiz gritá
19 Mais em cima eu falei
20 Os homes tá c’ oa razão
21 Nois arranja outro lugá
22 Só se conformemos quando o Jóca falô
23 Deus dá o frio conforme o cobertô
24 E hoje nois péga a páia
25 Nas grama dos jardim
26 E prá esquecê nóis cantemos assim:
27 Saudosa maloca
28 Maloca querida
29 Dim dim donde nois passemo Adoniran Barbosa
30 Os dias feliz de nossa vida In: Adoniran Barbosa.
São Paulo: Folha, 2010.
Abrigo de Vagabundos

1 Eu arrangei o meu dinheiro


2 Trabalhando o ano inteiro
3 Numa ceramica
4 Fabricando pote
5 E lá no alto da Mooca
6 Eu comprei um lindo lóte
7 Dêz de frente e dêz de fundos
8 E construi minha malóca
9 Me disseram que sem planta
10 Não se pode construi
11 Mas quem trabalha
12 Tudo pode consegui
13 João Saracura
14 Que é fiscal da Prefeitura
15 Foi um grande amigo sim
16 Arranjô tudo pra mim
17 Por onde andará
18 Jóca e Mato Grosso
19 Aqueles dois amigos-moço
20 Que não quiz me acompanhá
21 Andarão jogados
22 Na Avenida São João
23 Ou vendo sol quadrado
24 Na detenção
25 A minha malóca
26 A mais linda que eu já vi
27 Hoje está legalisada
28 Ninguém pode demoli
29 A minha malóca
30 A mais linda neste mundo
31 Ofereço aos vagabundos
Adoniran Barbosa
32 Que não têm onde dormi
In: Demônios da Garoa e
Convidados. São Paulo:
Atração, 2009.
ANEXO 3

1. Relendo a letra da canção “Saudosa Maloca” (1954), de Adoniran Barbosa,


preencha o quadro abaixo:

ROTEIRO DE AUDIÇÃO

• Canção:

• Autor:

• Ano de gravação: Álbum:

• Artista:

• Letra – tema (assunto) principal:

1. Que história Adoniran nos conta nessa canção?

2. Qual o problema social tratado na canção?

3. Como as personagens retratadas na canção reagem à situação que enfrentam?

4. Essa canção fez bastante sucesso nos anos 1950 e 1960. Por que você acha que
esse sucesso ocorreu?
2. Agora, analisando a canção “Abrigo de Vagabundos” (1958), de Adoniran
Barbosa, preencha o quadro abaixo:

ROTEIRO DE AUDIÇÃO

• Canção:

• Autor:

• Ano de gravação: Álbum:

• Artista:

• Letra – tema (assunto) principal:

1. “Abrigo de Vagabundos” é considerada uma continuação de “Saudosa Maloca”.


Retire elementos da letra da canção confirmem essa “continuação”.

2. O tema central de “Abrigo de Vagabundos” é a construção de uma nova maloca.


Só que, nessa canção, aparece uma novidade em relação à canção anterior. Qual?

3. Que personagem representa essa novidade?

4. O autor oferece, em “Abrigo de Vagabundos”, uma “solução” para o problema


de “Saudosa Maloca”. Que “solução” é essa?
núcleo enciclopédia

Gerência
Tânia Rodrigues

Coordenação
Glaucy Tudda

Equipe
Camila Nader
Elaine Lino
Lucas Rosalin (estagiário)

núcleo comunicação

Gerência
Ana de Fátima Souza

Coordenação
Carlos Costa

Direção de Arte
Arthur Costa
Luciana Orvat (terceirizada)
Pamela Rocha Camargo

Projeto Gráfico
Serifaria

Produção Editorial
Victória Pimentel

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