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Mundo

do trabalho
Identificando o
propósito da autogestão

Olá! Seja bem-vindo!

Você verá a seguir conceitos sobre autogestão pessoal, ou seja, sobre a capacidade
de uma pessoa de nortear as próprias escolhas no intuito de identificar, planejar e
implementar as estratégias necessárias para alcançar metas e objetivos com a ajuda
de algumas ferramentas.

Para tanto, este conteúdo foi planejado para que você possa
refletir sobre os temas relacionados a propósito e carreira, a
fim de estabelecer algumas ações para buscar a autorreal-
ização na vida pessoal e profissional.

Para começar, você precisa conhecer o conceito de propósito, que é a intenção de


fazer algo; é aquilo que se busca alcançar (objetivo, finalidade, intuito).

Contudo, ao falar em propósito de vida, lembre-se de que ele é algo que orienta a
trajetória existencial de um indivíduo baseando-se na espiritualidade deste. Vale
destacar que, neste contexto, espiritualidade nada tem a ver com religião, e sim
com crenças e valores.

Sendo assim, propósito é basica-


mente o que motiva você a levantar
da cama todos os dias.

Porém, se você ainda não sabe qual


é o seu propósito, fique tranquilo.
Encontrá-lo não é tão simples quanto
fazer uma receita de bolo. Inclusive,
existem algumas ferramentas que
podem auxiliar na busca do propósito.
São elas:

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Ikigai
É um termo japonês que significa “razão de viver” ou “força motriz para viver”. O
método ikigai é composto por quatro elementos que, resumidamente, podem ser
elaborados como respostas para as seguintes perguntas:

Qual é a minha paixão? Pense em algo que você ama fazer.


Qual é a minha vocação? Pense em algo em que você seja bom.
Com o que eu poderia trabalhar? Pense em algo que você pode
fazer e ser pago por isso.
Do que o mundo precisa? Pense em algo que você poderia fazer
para agregar valor social à sua vida.

Desc.: A imagem mostra uma combinação de elementos, quais sejam: paixão – aquilo que você ama fazer; missão – aquilo que o mundo precisa; vocação – aquilo que você é pago para fazer; e profissão – aquilo em que você é bom.

Aquilo que
você ama

PAIXÃO MISSÃO
Aquilo O que o
em que IKIGAI mundo
você é precisa
bom

PROFISSÃO VOCAÇÃO

Aquilo que
você é pago
para fazer

Figura 1 – Mandala ikigai


Fonte: adaptado de <https://www.proa.org.br/artigos/345/trabalhar/meu-plano-de-carreira/
ferramentas-para-o-autoconhecimento---mandala-ikigai>. Acesso em: 16 nov. 2020.

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Roda da vida
É uma ferramenta que serve para mensurar a satisfação das pessoas em impor-
tantes aspectos da vida delas. A roda da vida é composta por quatro tríades es-
truturantes: pessoal, profissional, qualidade de vida e relacionamentos. Você deve
analisar cada aspecto das tríades e atribuir-lhes notas de 1 a 10 a fim de enxergar
os aspectos mais críticos e alinhar os níveis de satisfação.

O âmbito pessoal é composto pela tríade “desenvolvimento intelectual”, “saúde e


disposição” e “equilíbrio emocional”; o âmbito profissional, pela tríade “recursos fi-
nanceiros”, “contribuição social” e “realização e propósito”; o âmbito da qualidade de
vida, pela tríade “criatividade, hobbies e diversão”, “plenitude e felicidade” e “espiri-
tualidade”; e o âmbito dos relacionamentos, pela tríade “vida social”, “relacionamen-
to amoroso” e “família”.

Desc.: A roda é composta por quatro quadrantes: pessoal, profissional, qualidade de vida e relacionamentos. Cada quadrante é composto por uma tríade. O âmbito pessoal é composto pela tríade “desenvolvimento intelectual”, “saúde e disposição” e “equilíbrio
emocional”; o âmbito profissional, pela tríade “recursos financeiros”, “contribuição social” e “realização e propósito”; o âmbito da qualidade de vida, pela tríade “criatividade, hobbies e diversão”, “plenitude e felicidade” e “espiritualidade”; e o âmbito dos
relacionamentos, pela tríade “vida social”, “relacionamento amoroso” e “família”.

Figura 2 – Roda da vida


Fonte: <https://www.todacarreira.com/roda-da-vida-ajudar-carreira/>. Acesso em: 16 nov. 2020.

Planejamento estratégico pessoal


É um conjunto de mecanismos que serve para desenvolver metas de curto, médio e
longo prazos e, assim, conquistar objetivos com base em elementos como missão,
visão e valores pessoais.

A missão é o propósito de existência, isto é, a razão de ser. A visão é a análise dos


pontos fortes e fracos (a matriz SWOT, que será vista a seguir, entra neste ponto
como uma grande aliada). Já os valores são os ideais de atitude, comportamento e
resultados que devem estar presentes em todas as relações.
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A matriz SWOT pode ser utilizada como uma ferramenta para o autoconhecimento,
pois a sigla representa as forças (strenghts), as fraquezas (weaknesses), as opor-
tunidades (opportunities) e as ameaças (threats).

Desc.: A matriz SWOT é composta por quatro quadrantes: “Strenghts” (que significa, em português, “forças”); “Weaknesses” (que significa, em português, “fraquezas”); “Opportunities” (que significa, em português, “oportunidades”); e “ Threats” (que significa, em

Útil Prejudicial
português, “ameaças”). Os quadrantes baseiam-se em fatores de origens interna e externa, podendo ser classificados como úteis ou prejudiciais.

S W
Origem externa

Pontos fortes Pontos fracos

O T
Origem interna

Oportunidades Ameaças

Figura 3 – Matriz SWOT

Os quadrantes baseiam-se em fatores de origem


interna e de origem externa, e estes podem ser
classificados como úteis ou prejudiciais.

Fatores de origem interna: as forças são


as vantagens internas com relação a outras pes-
soas ( por exemplo: disciplina, organização, em-
patia). As fraquezas são as desvantagens inter-
nas com relação a outras pessoas ( por exemplo:
timidez, insegurança).

Fatores de origem externa: as oportuni-


dades são os aspectos positivos externos que
fazem crescer a vantagem competitiva ( por
exemplo: empresa que proporciona desen-
volvimento de carreira; cenário mercadológico
favorável). As ameaças são os aspectos nega-
tivos externos com potencial de comprometer a
vantagem competitiva ( por exemplo: mudanças
no cenário mundial com relação à tecnologia, à
legislação, à economia etc.).
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Mundo do trabalho:
emprego e empregabilidade

Emprego é a atividade realizada com o objetivo de suprir as necessidades financeiras


de um indivíduo. Já empregabilidade é a qualidade que uma pessoa tem de ser em-
pregável, ou seja, os atributos que tornam uma pessoa capaz de obter ou manter um
emprego e o quanto as competências que ela apresenta estão de acordo com o que é
requerido pelo mercado.

Portanto, é muito importante que você estabeleça algumas estratégias para desen-
volver a sua empregabilidade. Observe algumas delas:

Encontre seu foco de atuação. Descubra aquilo que você se vê fazendo


profissionalmente por meio de reflexões e exercícios de autoconhecimento.

Monitore o mercado de trabalho. Observe quais são os requisitos que


as empresas estão solicitando para aquela determinada área de atuação
que você pretende ocupar, analisando cursos e atividades que são con-
siderados diferenciais para determinada vaga.

Mantenha sua rede de contatos ativa. Utilize o netweaving, que,


resumidamente, consiste na transformação dos contatos profissionais
em amizades fiéis.

Realize um trabalho com excelência. Busque fazer o seu melhor para que
os resultados sejam proporcionais ao esforço. Para tanto, você precisa saber
o que faz, aprender a gostar das atividades, traçar metas (para não ficar es-
tagnado e ter oportunidade de crescimento) e construir boas relações (para
que o ambiente de trabalho seja harmonioso e saudável).

Tenha um plano B. Desenvolva habilidades para ter uma segunda opção de


carreira, as quais podem envolver uma atividade de lazer que gere algum tipo
de receita. Investir em uma formação secundária ou ter alguma reserva finan-
ceira para se precaver diante das dificuldades também são boas alternativas.

Aprimore-se constantemente. É importante ter em mente que o


aprimoramento constante é fundamental, pois estar aberto à apren-
dizagem é um requisito básico para o desenvolvimento de qualquer
competência.
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Currículo
e processo seletivo

O conhecido currículo é um importante instrumento para os processos seletivos em


organizações. É por meio dele que o recrutador obtém algumas características dos
candidatos, possibilitando o processo de triagem, que consiste na seleção de alguns
candidatos a serem entrevistados posteriormente.

O currículo é o cartão de visitas do candidato, portanto tenha todo o cuidado ao


elaborá-lo. O arquivo deve se destacar – da maneira correta – para que o recrutador
tenha interesse em realizar uma entrevista pessoal.

Veja a seguir um passo a passo detalhado com todos os dados essenciais à con-
strução de um excelente currículo:

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Dados pessoais
A identificação deve ser o primeiro item do currículo. Apresente os seus dados pes-
soais, como nome completo; os seus meios de contato (e-mail, telefone fixo, celular e
endereço); o seu estado civil; e a sua data de nascimento. Se preferir, você pode in-
serir algum link de redes sociais, como o LinkedIn.

Objetivo profissional
Especifique a sua área de atuação e defina claramente o seu objetivo, sem ultrapassar
uma linha.

Escolaridade
Apresente o seu nível de educação formal (ensino fundamental, médio ou técnico,
graduação, pós-graduação, cursos concluídos ou em andamento). Informações como
nome do curso, da escola ou da universidade que frequentou e data de conclusão são
muito importantes.

Experiência profissional
Descreva, ordenadamente, as suas principais experiências profissionais, iniciando
sempre pelo cargo mais recente. A apresentação de dados como nome da empresa,
cargo ocupado, período de permanência na organização e uma breve descrição das
atividades realizadas são informações fundamentais à análise do recrutador.

Cursos de aperfeiçoamento
Descreva os cursos de aperfeiçoamento – ou os cursos livres –, os seminários, as
palestras, os simpósios etc. que você realizou, sempre os colocando em ordem decre-
scente (do mais recente para o mais antigo).

Habilidades
Descreva todo o seu conhecimento informal, ou seja, todo o conhecimento que você
adquiriu pela prática ou pela experiência profissional em determinada atividade.

Referências (item opcional)


Forneça o contato de colegas de trabalho, para que eles possam dar recomendações
positivas sobre você.

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Além disso, existem duas ferramentas muito úteis para a elaboração de
currículos visualmente atrativos:

Canva – É uma plataforma on-line de design gráfico muito fácil


e intuitiva que disponibiliza vários modelos de currículo, per-
mitindo customizá-los.

Microsoft Word – Disponibiliza modelos prontos que permitem


criar currículos organizados e com um bom leiaute. Basta uti-
lizar o campo de buscas no menu Novo para pesquisar modelos
de currículo e preenchê-los com as informações pessoais.

Meu Currículo Perfeito – É um site que disponibiliza uma


seleção de modelos de currículo. A criação do currículo con-
siste em trê etapas: selecionar um modelo na biblioteca; criar o
currículo seguindo as dicas específicas da plataforma; e depois
baixar e imprimir o arquivo.

Processo seletivo
Processo seletivo é o conjunto de técnicas utilizado pelas empresas para “filtrar” e
selecionar pessoas que pretendem ocupar determinadas posições de trabalho. A
fim de obter maior assertividade nas contratações, algumas empresas costumam
estruturar um processo com várias etapas. As etapas mais usuais são: triagem e
análise dos currículos; entrevista (individual ou coletiva); dinâmicas de grupo; testes
e provas situacionais; avaliações psicológicas; e devolutiva sobre o processo.

Como participar de um processo seletivo


A primeira coisa a fazer é uma pesquisa de mercado para descobrir se há alguma
oportunidade de trabalho que corresponda ao seu perfil profissional.

Para uma pesquisa mais ampla, pesquise vagas em agências de recruta-


mento e seleção on-line, como a InfoJobs, e cadastre-se em redes sociais
profissionais, como o LinkedIn, para aumentar a visibilidade do seu currículo.

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O próximo passo é analisar as exigências e os requisitos das organizações. Verifique
quais são as habilidades mais solicitadas em anúncios de emprego. Assim, você
conseguirá estabelecer prioridades com relação aos cursos e às qualificações a
serem realizados. Em seguida, planeje suas ações de marketing pessoal, ou seja,
sua estratégia para vender sua imagem visando a expor habilidades e competências
profissionais pretendidas pelas empresas.

Marketing pessoal,
networking e netweaving

O relacionamento interpessoal é imprescindível para a carreira profissional, pois


a todo momento os profissionais estão se comunicando com pessoas da área de
atuação deles e de outras áreas. Por isso, é importante que você conheça algumas
formas de ampliar esse relacionamento e de manter uma visibilidade no mercado de
trabalho.

Veja a seguir mais detalhes sobre networking, netweaving e marketing pessoal.

Você sabe o que é “networking”?


“Networking” é um termo em inglês que significa “rede de contatos
profissionais”, ou seja, as pessoas que você conhece em seu meio
profissional. Essas pessoas podem ser seus colegas de trabalho,
seus clientes, seus fornecedores, seus parceiros de negócios etc. As
pessoas com que você tem contato profissional fazem parte do seu
networking. Aliás, é muito importante você cultivar o relacionamen-
to com elas, pois tais contatos podem lhe trazer ainda mais conta-
tos, mais negócios e mais oportunidades de trabalho.

Existem diversas formas de aumentar os contatos profissionais. As mais comuns


envolvem fazer conexões via redes sociais e pessoalmente. Você pode utilizar redes
como o LinkedIn, que é uma rede social voltada aos profissionais de todas as áreas
e mais focada em networking. Nela, você se conecta a outros profissionais da sua
área e de outras áreas e também pode buscar empresas de seu interesse.

Pelo LinkedIn, você pode inserir suas informações profissionais e seus interesses
de negócios, além de não ter a preocupação de conhecer as pessoas previamente,
pois o seu interesse é ampliar a rede de contatos profissionais. Então, você pode

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adicionar os profissionais que julgar interessantes. Além disso, você pode divulgar
seu trabalho, fazer postagens ligadas às suas áreas de interesse, acessar artigos e
reportagens, interagir com diversas pessoas.

Já para fazer networking pessoalmente, você pode “fazer contatos” em seu tra-
balho, em reuniões, em eventos em geral, enfim, em locais onde você interagirá
com as pessoas. Para tanto, você pode aproveitar que já conhece algumas pessoas
e pedir que elas lhe apresentem outras, ou então você pode participar de eventos
específicos de networking nos quais as pessoas vão para um coquetel, por exemplo,
e trocam cartões de visita. Isso ampliará sua rede de contatos profissionais, ou seja,
seu networking.

Veja a seguir o que significa netweaving.

O que é netweaving?
“Netweaving” é um termo em inglês que significa algo como “tecer
relacionamentos”, ou seja, é uma rede de contatos sem interesses
ou expectativas profissionais. O netweaving acontece quando você
não tem o objetivo de fazer negócios ou se relacionar profissional-
mente com aquelas pessoas; é algo mais profundo e que acontece
naturalmente, objetivando ajudar as pessoas que convivem com
você, inclusive no trabalho.

Sendo assim, o foco é ouvir tais pessoas, preocupar-se com elas, entender como
você pode auxiliá-las. Você conhecerá as pessoas e se relacionará com elas com
uma relação de amizade.

Por exemplo, imagine que você viajou, conheceu pessoas e, de alguma forma, pôde
ajudá-las sem esperar algo em troca. Isso é netweaving, pois você estava sem inter-
esses por trás de suas ações.

Porém, cabe ressaltar que um netweaving pode se transformar em um networking,


pois, se um dia, uma dessas pessoas souber de alguma oportunidade que tenha
a ver com você, é bem provável que o indique para a vaga, mesmo que você nem
esteja esperando por isso. Essas relações também oportunizam mais qualidade de
vida, maior crescimento pessoal e novas redes de relacionamento.

O marketing pessoal é a imagem que as pessoas têm de você.


Quando se fala em imagem, é essencial ressaltar que ela
abrange uma visão mais ampla. O marketing pessoal vai desde
a forma como você se veste e se comunica com as pessoas até
a sua forma de agir com elas.

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Portanto, para ter um ótimo marketing pessoal, você precisa conhecer algumas nor-
mas de etiqueta para saber como agir em determinadas situações, principalmente
no ambiente profissional. Além disso, você precisa ter cuidado com seu vestuário:
ele precisa estar adequado ao seu ambiente profissional, respeitando também o seu
estilo. Para manter sua “marca pessoal”, também é imprescindível que você saiba
se comunicar com as pessoas, observando o seu interlocutor e usando a linguagem
adequada ao ambiente onde você se encontra.

Esses três aspectos devem ser observados e adequados a cada local, ou seja, se
você estiver trabalhando em um local mais tradicional, precisa se comunicar sem
gírias, por exemplo. Sendo assim, você estará cuidando do seu marketing pessoal,
o que também poderá lhe proporcionar crescimento profissional, pois as pessoas se
lembrarão da imagem que você transmite.

Com as informações citadas sobre networking, netweaving e marketing


pessoal, você poderá ter muito sucesso em seus relacionamentos interpes-
soais e, consequentemente, em sua vida pessoal e profissional. Aproveite!

Inteligência emocional
e resiliência

Inteligência emocional
Vive-se hoje um período de acelerada transformação e de grande ruptura social,
cultural e econômica. O entendimento do que é inteligência também mudou: ser
inteligente era sinônimo de ter raciocínio lógico ágil, mas, atualmente, ser inteligen-
te envolve saber agir e saber ser. Para saber agir e saber ser, é preciso manejar as
emoções. Por isso, hoje em dia, a pessoa que desenvolve a inteligência emocional é
a que mais cresce profissional e pessoalmente e a que tem mais desenvoltura para
viver em um mundo em constante transformação.

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O que é inteligência emocional ?

Inteligência emocional é ter aptidão para lidar com as emoções. Ao sentir raiva de
um colega de trabalho, é melhor expor o que você sente ou ficar calado? Ao avaliar
uma situação como injusta, é melhor conversar com a liderança ou não se impor-
tar? Como dar um feedback negativo? Todas essas perguntas são apenas algumas
situações pelas quais as pessoas passam no dia a dia, e essas pessoas, por sua vez,
precisam encarar as emoções e decidir como agir. Logo, quanto mais desenvolvida a
inteligência emocional, mais fácil será agir assertivamente.

Uma pessoa com inteligência emocional pode ter os seguintes esclarecimentos:

Pensar o que fazer de forma mais clara


Quando se está tomado por uma emoção forte, os pensamentos ficam desorga-
nizados e repetitivos, pois as emoções estão com mais força do que a capacidade
cognitiva.

Avaliar e entender melhor o que sente


Quando uma situação desperta uma emoção intensa, é comum tal situação ter
atingido algo mais profundo na pessoa: uma memória, uma vivência similar do
passado ou de algo que deseja para o futuro, uma relação conflituosa etc. Assim,
com inteligência emocional, entende-se qual é a emoção, adequando sua inten-
sidade para que seja proporcional à situação que despertou a emoção, sem mes-
clar ou somar o momento presente com outras coisas.

Avaliar e entender melhor a situação


Ao entender a emoção, a pessoa terá mais controle de si, e a emoção ficará mais
fraca. A atividade mental será fortalecida, retornando ao seu funcionamento ad-
equado. Dessa forma, a pessoa poderá avaliar e decidir com razoabilidade a mel-
hor atitude.

A inteligência emocional tem sido muito requisitada nas empresas pelo setor de
recursos humanos, pois elas procuram pessoas com requisitos comportamentais e
técnicos. Os requisitos técnicos são a formação escolar e a técnica para a função; os
requisitos comportamentais são as chamadas soft skills: boa relação interpessoal,
abertura para a mudança, criatividade, empreendedorismo, busca constante por
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crescimento pessoal e profissional (lifelong learning), definição de propósito, auto-
motivação e autorrealização. Como você pode ver, tais aspectos são construídos por
meio do desenvolvimento da inteligência emocional.

É verdade que a pessoa já nasce com inteligência emocional?


Ninguém nasce com um quociente de inteligência emocional alto,
pois as emoções, apesar de inatas, precisam ser desenvolvidas para
ficarem satisfatórias. A inteligência emocional pode ser desenvolvida,
assim como a inteligência intelectual, com força de vontade, paciência
e dedicação.

Para crescer emocionalmente, invista em você, ou seja, em autoconhecimento, em


abertura para lidar com verdades não muito “bonitas” de você mesmo e em força de
vontade para mudar os aspectos ruins. Há muitos livros sobre autoconhecimento e
autodesenvolvimento, e os psicólogos são os profissionais habilitados para mudar
padrões antigos e enraizados de sentir, pensar e agir humanos, ou seja, o funciona-
mento subjetivo das pessoas.

Resiliência
Você já ouviu falar na capacidade de superar os desafios?
Em um contexto social de permanente transformação, são intrínsecos
ao viver os desafios e, junto com eles, um pouco de estresse. Assim, o
profissional que desenvolve a capacidade de ser resiliente sabe lidar
satisfatoriamente com os desafios ao mesmo tempo em que se man-
tém física e psiquicamente saudável.

Resiliência, então, é a capacidade


de suportar um período de tensão
e estresse, realizar as mudanças
necessárias – em si e no meio – e
manter-se saudável durante e
após o término desse período.

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Por que alguns indivíduos conseguem superar um proble-
ma ou uma situação desafiadora e outros não?
Primeiramente, lembre-se de que todas as pessoas têm condições de superar desa-
fios, mesmo que alguns indivíduos levem mais tempo que outros. A questão é con-
siderar todas as variáveis: qual é a situação desafiadora ou problemática? Como a
pessoa a percebeu? Qual é o momento e qual é o contexto de vida em que a pessoa
se encontrava? Entenda o seguinte: a mesma situação provoca reações diferentes
em cada pessoa e ativa mais fortemente ou mais sutilmente os recursos pessoais
internos.

A resiliência é o resultado destas três forças: problema, recursos mobilizados e situ-


ação de vida da pessoa. Todas as pessoas têm recursos internos para enfrentar os
desafios da vida e do trabalho, porém, dependendo do momento de vida em que o
problema aparece, este pode “pegá-las” de forma mais intensa.

Talvez você esteja se perguntando: “Como vou mobilizar os


recursos internos para superar um desafio?”.
Reconheça as primeiras emoções sem ser “engolido” por elas: medo, inse-
gurança, desesperança, pensamentos catastróficos ( por exemplo: “Isso nunca vai
passar!”; “Isso sempre acontece comigo!” etc.).

Acolha as emoções, pois todo desafio, todo problema ou toda mudança


provocam, inicialmente, reações emocionais fortes. Lembre-se de outros problemas
vivenciados e superados no passado que favorecem o enfraquecimento dessas pri-
meiras emoções.

O próximo passo é começar a criar estratégias de resolução. Para chegar a


esta fase, cada pessoa terá seu tempo de ficar em contato com as emoções citadas
anteriormente: pode ser um dia, alguns dias ou algumas semanas. Caso apareçam
e persistam sinais como alterações do sono e da fome, prejuízo significativo do
bem-estar em momentos de lazer e de convívio familiar e social, a pessoa deve es-
tar atenta e buscar suporte externo de profissionais da saúde mental ( psicólogos).

Encontre um propósito em superar o problema: pode ser a sua família, uma


mudança importante que deseja na sua vida, o seu próprio crescimento e a sua
própria superação, um sonho a ser realizado, o que quiser, mas precisa ser algo que
faça sentido para você, que o faça levantar da cama cheio de vontade de enfrentar o
que for.

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Em resumo, resiliência não significa “aguentar” ou suportar qualquer situação, como
casos de abuso e violência. Resiliência é aprender a enfrentar problemas e desafios
que surgem no trabalho e na vida, ativando a força interna de superação e criação
de alternativas e soluções, aspectos que toda pessoa tem dentro de si.

Gestão do tempo

O gerenciamento do tempo é fundamental tanto para estudantes quanto para quem


já atua profissionalmente na área escolhida. Isso porque, quanto mais atividades
se tem para realizar, maior é a necessidade da organização delas na rotina das
pessoas.

Imagine uma pessoa com diversas atividades para desenvolver no dia. Ela inicia
uma tarefa e já está pensando na seguinte. Faz uma pausa e, quando retorna, ini-
cia outra atividade antes de concluir a anterior. Essa pessoa lembra depois que tem
outra atividade que precisa ser entregue antes das demais, e acaba abandonando
as duas outras, iniciando a que julga mais urgente naquele momento. Você já pas-
sou por esta situação alguma vez?

Este é um exemplo claro de alguém que está desperdiçando o tempo com ativ-
idades, as quais podem não ser as mais urgentes, e também perdendo o foco,
porque não está se concentrando no que realmente deveria realizar. Neste caso, o

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mais adequado é criar um planejamento do que precisa ser feito, listando as ativi-
dades mais urgentes e, entre elas, enumerando uma a uma para saber a ordem em
que devem ser executadas.

Para isso, é preciso verificar se as atividades têm prazo para serem entregues, pois,
considerando o prazo, é possível classificar as que devem ser executadas primeiro.
Além disso, é importante ter uma ideia do tempo necessário para realizar cada ativi-
dade, a fim de que se consiga distribuir as demandas no dia.

Veja a seguir algumas dicas de como organizar seu tempo:

Tenha clareza das atividades que precisam ser realizadas.

Avalie se todas as demandas realmente precisam ser feitas por você, pois, às
vezes, existirão demandas que podem ser delegadas. Sendo assim, seja crítico e
delegue as tarefas que não precisam ser realizadas por você.

Organize sua rotina para executar inicialmente o que é mais urgente e em se-
guida desenvolver o que for menos urgente, mas não menos importante.

Verifique se você tem o conhecimento e as ferramentas necessárias para


executar cada tarefa, ou seja, se você não precisará providenciar algum recurso ou
aprender algo para que possa concluir tal demanda. Caso você perceba que precisa
providenciar algo, será necessário inserir mais essa atividade em seu planejamento:
Exemplo: suponha que você tem um relatório para entregar à sua liderança, mas
no momento não dispõe de todas as informações necessárias para entregá-lo.
Portanto, você precisa enviar um e-mail a um colega solicitando essas infor-
mações e isso demandará algum tempo. Você terá que elaborar o e-mail para o
seu colega e também precisará aguardar o retorno dele. Sendo assim, o relatório
que você preparará pode demandar mais tempo do que o previsto, não é mesmo?
Então, é preciso considerar esse tempo a mais e priorizar o e-mail para que você
obtenha as informações o quanto antes.

Tenha foco no que você está executando, pois existem diversas formas de
desperdiçar o tempo. Concentre-se para não perder o foco em ações que poderão
prejudicar sua produtividade, como ficar conferindo as mensagens no celular a todo
o momento, por exemplo.

Organize sua estação de trabalho para que, quando você precisar de algum
material, saiba onde localizá-lo, não perdendo tempo procurando-o.

Se você tiver um grande relatório para fazer, faça uma divisão por assuntos e
vá elaborando parte por parte até concluí-lo. Se pensar na complexidade do todo
provavelmente se sentirá desmotivado, o que pode resultar na procrastinação da
atividade. Lembre-se: um passo de cada vez!

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Faça anotações ou coloque lembretes do que precisa ser realizado. Para isso,
você pode usar um bloco de notas ou um aplicativo de gerenciamento de tarefas.
Faça um teste e observe o que mais funciona para você.

Para os estudos, reserve um tempo diário para realizar as leituras, assistir


videoaulas e realizar pesquisas. Deixe esse momento reservado e crie o hábito de
estudar um pouco a cada dia. Quando chegar o momento de realizar as atividades,
você já terá estudado o conteúdo. Se precisar revisar o material, você já saberá onde
encontrá-lo, poupando o seu tempo.

Lembre-se de que, muitas vezes, você terá o mesmo tempo para realizar
algumas demandas e o que fará você produzir mais é a forma como você
organiza suas atividades. Sendo assim, tenha disciplina para manter
essa organização e você conseguirá gerenciar melhor seu tempo, tor-
nando-o ainda mais produtivo.

Referências
BARCELLOS, Ricardo; PEDROSO, Maria Cristina J. M. Desenvolvimento pessoal e
interpessoal. Curitiba: IFP, 2012.

DAVID, S. Agilidade emocional. São Paulo: Cultrix, 2016.

GARCIA, H. Ikigai: os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz. Rio de
Janeiro: Intrínseca, 2016.

KÜBLER-ROSS, E. A roda da vida. Rio de Janeiro: Sextante, 2013.

MAEDA, John. As leis da simplicidade. São Paulo: Novo Conceito, 2007.

SUTHERLAND, Jeff. Scrum: a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tem-


po. 2. ed. São Paulo: Leya, 2016.

VIEIRA, Maria Christina de Andrade. Marketing pessoal: das ideias aos projetos – A
construção do indivíduo na organização. Curitiba: Ibpex, 2009.

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