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DESIGUALDADE SOCIAL

FAVELIZAÇÃO
INTRODUÇÃO

A desigualdade social é um tema complexo e atual que se refere às diferenças econômicas,


políticas, culturais e sociais entre indivíduos ou grupos de pessoas em uma sociedade. É um
problema que afeta muitas nações e pode ser observado em diversos aspectos, como a
distribuição de renda, a falta de acesso a serviços básicos como saúde e educação, o preconceito
e a discriminação racial, de gênero e de orientação sexual, entre outros.
A desigualdade social pode levar a consequências graves para as pessoas e para a
sociedade como um todo, como a exclusão social, a pobreza, a violência e a instabilidade política.
Por isso, é importante compreender as raízes da desigualdade e buscar soluções para reduzi-la e
garantir uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
CONCEITO HISTÓRICO
O fenômeno da favelização se caracteriza pelo surgimento e aumento do número de favelas.
O termo favela, por definição, é um conjunto de moradias irregulares, onde o acesso a serviços
urbanos básicos é baixo ou ausente. Esse processo decorre da industrialização e do êxodo rural,
o qual trabalhadores rurais perdem seu posto e são obrigados a se instalarem em zonas urbanas
à procura de trabalho.

MAS ONDE E QUANDO SURGIU AS FAVELAS?

Em um contexto global suas primeiras aparições foram no início do Século XIX. Se


caracterizava pelo crescimento urbano e avanço da industrialização, levando ao aumento da
pobreza em diversos países desenvolvidos. Em países subdesenvolvidos a industrialização tardia
e a mecanização da agricultura levaram ao surgimento dessas favelas.
FAVELIZAÇÃO NO BRASIL

Teve inicio no final do Século XIX quando aconteceu a abolição da escravidão. Além das
razões citadas anteriormente, a abolição da escravidão ajudou a aparição das favelas. As pessoas
após a abolição da escravidão não recebiam auxílio de seus patrões, muitos eram expulsos ou
desprezados, a falta de renda e descriminação fez com que elas tivessem que se deslocarem para
zonas mais afastada.
Isso impedia com que ex-escravos com pouco auxílio se instalassem nas zonas centrais ou com
melhores estruturas. Poucos aqueles que tinham interesse em contratar ex-escravos.
Entretanto a Favelização acontece quando um grupo de pessoas de baixa renda constrói suas
residências em zonas afastadas da cidade e inapropriadas para habitação.
DESIGUALDADE DE RENDA
Desigualdade de renda é a disparidade de renda e riqueza distribuída entre classes sociais.
Ela fica bem nítida ao observar que uma pequena parcela da população concentra a maior parte
do dinheiro. Isso enquanto boa parte da sociedade é pobre e passa por diversas consequências
advindas da instabilidade financeira. Ela decorre, principalmente, da má distribuição de renda e da
falta de investimento na área social, como educação e saúde.

Desta maneira, a maioria da população fica à mercê de uma minoria que detém os recursos,
o que gera as desigualdades. A desigualdade no mercado de trabalho aumentou pelo 17º
trimestre consecutivo e alcançou seu maior nível em pelo menos sete anos. O índice de Gini, que
mede a renda do trabalho per capita, alcançou 0,627, o maior patamar da série histórica iniciada
em 2012.
Quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade. O Brasil tem a maior concentração de
renda do mundo. Quase 30% da renda do Brasil está nas mãos de apenas 1% dos habitantes
do país. Uma das principais causas da desigualdade na periferia é a falta de acesso a serviços
básicos, como saúde, educação, saneamento básico e transporte público de qualidade. Muitas
vezes, as pessoas que vivem nessas áreas enfrentam longas jornadas de trabalho e enfrentam
dificuldades para encontrar empregos que paguem salários justos. Além disso, a violência, a
falta de segurança e o acesso limitado à justiça são outros problemas comuns que afetam a vida
das pessoas que vivem na periferia.
A desigualdade na periferia também está relacionada à falta de investimento em
infraestrutura e à discriminação social e racial. Em muitos casos, a periferia é vista como um
lugar perigoso e de baixo valor, o que limita as oportunidades de desenvolvimento econômico e
social para as pessoas que vivem lá.
FALTA DE PLANEJAMENTO URBANO
Com o processo de favelização há acumulação de problemas urbanos, como a falta de
infraestrutura, ausência de saneamento básico, perigos ligados a catástrofes naturais como
escorregamentos superficiais de terra, alagamentos, soterramentos, etc. É visível que nas favelas
não há coleta e tratamento de esgoto, as construções são inapropriadas, possuem cabos de
eletricidade, telefonia e internet clandestinos, falta de asfalto e planejamento nas vias, processos
esses resultantes de um sistema social que não os veem com devida importância, sempre
marginalizando e excluindo socialmente.

Podemos também citar uns exemplos para esta melhora como melhorar a segurança por
meio de equipamentos públicos, fortalecer a rede de transporte coletivo, também é claro melhorar
a infraestrutura, entre outros
ZONAS IMPRÓPRIAS DE HABITAÇÃO
A favelização é um fenômeno que ocorre quando um grupo de pessoas de baixa renda
constroem suas residências em uma área mais afastada dos centros urbanos. As favelas crescem
na maioria das vezes em áreas de risco ambiental e geológico, como em encostas de morros e
nas planícies de inundação de rios.

As favelas são um conjunto de moradias constituído em terrenos ocupados de forma irregular,


onde na maioria das vezes não existe acesso a infraestrutura básica e a outros serviços urbanos.
Muitas dessas casas são construídas de maneira precária e em locais inapropriados. O termo
favela se originou no Brasil, porém fazemos seu uso para designar formações desse tipo em
outros países e regiões.
FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO
Saneamento básico é um conjunto de serviços fundamentais para o desenvolvimento
socioeconômico de uma região oferecido (por lei) pelo governo ou por empresas terceirizadas
pelo governo. Nessas atividades estão incluídos abastecimento de água, esgotamento sanitário,
limpeza das ruas e terrenos baldios, drenagem urbana, manejos de resíduos descartáveis e
orgânicos e de águas pluviais, ou seja, água da chuva.

No contexto de favela o saneamento básico é escasso e muitas vezes inexistente, tornando


o esgoto a céu aberto uma realidade de muitos. Isso ocorre devido às peculiaridades físicas,
topográficas e urbanísticas dos assentamentos precários, assim como pelas dinâmicas sociais e
as vulnerabilidades a que estão sujeitas essas populações.
Mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água potável e quase 100 milhões não
têm coleta e tratamento de esgoto, ou seja, mais de 50% da população brasileira vive sem o
saneamento básico ideal provido por LEI.

Além disso, dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) indicam
que cerca de 4 milhões de pessoas não contam com banheiros em suas casas tendo que fazer
suas necessidades em nascentes, matagais, banheiros improvisados coletivos e rios, trazendo
assim muitas doenças como exemplo a cólera que em favelas e regiões ribeirinhas já foi uma
grande vilã por ser transmitida pela água que chega às casas das pessoas
Se nem a água que seria garantida por lei chega nas favelas, a varreção e cuidados com as
ruas também não tem nenhuma ajuda governamental, que muitas das vezes é realizada pelos
próprios moradores locais que se organizam entre si, mas, nas regiões mais pobres as ruas são
locais de muito lixo, proliferação de doenças, animais peçonhentos e insetos, e tornam o ambiente
insalubre de mais para a convivência.
INSALUBRIDADE
Insalubre é um termo usado para algo que não é adequado para a saúde mental e física,
por conta de problemas sociais, de planejamento ou mesmo falta de saneamento básico.

Em locais como favelas o principal causador da insalubridade é o terreno. Como as casa


são muitos próximas umas das outras com o tempo a vegetação foi destruída e as raízes que
sustentavam o solo também, assim, casas que foram construídas sob encostas têm um risco
iminente de deslizamento de terra ou rochas em chuvas fortes ou pequenos tremores de terra

Outro agravante é justamente a falta de esgotamento que além de gerar doenças


espalhadas pela água e atrair insetos perigosos também gera gases tóxicos perigosos à saúde
que a longo prazo pode gerar problemas cardiovasculares, danos permanentes ao sistema
nervoso e principalmente problemas graves ao sistema respiratório e sanguíneo.
CRIMINALIDADE
A criminalidade nas favelas brasileiras é um problema complexo e multifacetado que afeta
milhões de pessoas em todo o país. Embora nem todas as favelas sejam marcadas pela violência,
muitas delas são controladas por gangues e traficantes de drogas, que frequentemente recorrem
à violência para manter o controle e o poder sobre a comunidade.
Uma das principais causas da criminalidade nas favelas é a falta de oportunidades
econômicas e sociais para os residentes dessas áreas. Muitas pessoas que vivem em favelas não
têm acesso à educação, emprego e serviços públicos básicos, o que as torna vulneráveis à
pobreza e à exclusão social. Como resultado, muitos jovens se envolvem no tráfico de drogas
como uma maneira de ganhar dinheiro e ter algum poder na comunidade.
Além disso, a presença de drogas nas favelas é um fator significativo que contribui para a
criminalidade. Os traficantes de drogas muitas vezes usam a violência para proteger seus
territórios e evitar a interferência da polícia e de outros criminosos. Isso leva a um ciclo de
violência e crime que pode ser difícil de quebrar.
A falta de infraestrutura e de serviços públicos nas favelas também é um fator que contribui
para a criminalidade. A falta de iluminação, saneamento básico, transporte público e segurança
aumenta a sensação de insegurança e a vulnerabilidade dos residentes das favelas, tornando-as
alvos fáceis para a atividade criminosa.

Para enfrentar o problema da criminalidade nas favelas, é necessário abordar as causas


subjacentes, como a pobreza, a exclusão social e a falta de oportunidades. Isso pode incluir
investimentos em infraestrutura e serviços públicos nas favelas, bem como programas de
emprego e educação para jovens e adultos. Além disso, é importante combater a violência e o
tráfico de drogas com ações de aplicação da lei eficazes, mas também com programas de
prevenção ao crime que envolvam a comunidade local e promovam a resolução pacífica de
conflitos.

Em resumo, a criminalidade nas favelas brasileiras é um problema complexo que requer


uma abordagem multifacetada e colaborativa para ser resolvido. É importante investir em
programas de desenvolvimento social e econômico para as comunidades faveladas, além de
combater o crime com ações eficazes de aplicação da lei e programas de prevenção. Somente
assim poderemos criar um ambiente mais seguro e justo para todos os cidadãos brasileiros,
independentemente de onde vivam.
As facções do Rio de Janeiro e de São Paulo têm uma forte presença nas favelas das
respectivas cidades, onde controlam o comércio de drogas e exercem poder sobre as
comunidades locais.
No Rio de Janeiro, o Comando Vermelho (CV) é a facção mais conhecida e tem grande
influência em várias favelas da cidade, como a Rocinha, a Cidade de Deus e o Complexo do
Alemão. O CV utiliza a violência e o medo para impor sua autoridade, o que pode gerar
conflitos com outras facções e com a polícia. Além disso, a presença do CV também pode
gerar impactos negativos na vida das pessoas que vivem nas favelas, como a restrição de
direitos e a falta de acesso a serviços básicos.
Já no caso do Terceiro Comando Puro (TCP), outra facção carioca, sua atuação é mais
concentrada em algumas favelas da Zona Norte do Rio de Janeiro, como o Morro do Alemão e o
Morro da Penha.

Em São Paulo, a facção mais conhecida é o Primeiro Comando da Capital (PCC), que também
tem forte presença em diversas favelas da cidade, como Paraisópolis, Heliópolis e Capão
Redondo. O PCC utiliza a violência para manter sua autoridade e controlar o comércio de drogas
nessas áreas. Além disso, a presença da facção pode gerar a falta de segurança e o aumento da
violência nas comunidades.

É importante ressaltar que a atuação dessas facções é ilegal e prejudica diretamente as pessoas
que vivem nas favelas, impedindo o acesso a serviços básicos e gerando a sensação de
insegurança. Por isso, é fundamental que as autoridades adotem medidas para combater o crime
organizado e garantir a segurança e o bem-estar das comunidades.
PRECONCEITO
Levantamento mostra que 47% dos cidadãos do asfalto nunca contratariam, para trabalhar
em sua casa, uma pessoa que morava na favela.

Meirelles chamou a atenção para um fato significativo nessa relação: “No Rio, encontramos
muita gente que não disse explicitamente que morava na favela a seu patrão. É muito comum a
gente encontrar casos de pessoas que dão uma enroladinha sobre o local onde realmente
moram”.

A pesquisa constata a existência de preconceito relacionado à violência: 69% dos


entrevistados do asfalto disseram que têm medo quando passam em frente a uma favela e
afirmam que as primeiras palavras que lhes vêm à mente quando ouvem falar de favela são droga
e violência. Como se os moradores de favela fossem todos ladrões quando, na verdade, a gente
sabe que a criminalidade é a menor parte da favela.

A favela só recebeu essa fama da criminalidade, por conta do tráfico se tornar como se
fossem o poder paralelo.
E hoje em dia sabemos que existem violência e agressão tanto dentro da favela, quanto
nas ruas também.

Há hoje uma discussão mais aprofundada sobre a realidade da favela, o


empreendedorismo não para de crescer nas favelas – dois terços dos moradores que há dez
anos pertenciam às classes sociais D e E, hoje, estão na classe C, acompanhados do processo
de melhoria na economia.

O preconceito ainda é uma barreira que os moradores da favela encontram para conseguir
superar dificuldades da ausência do Estado, da falta de acesso à educação nessas localidades.

Inclusive, conseguir empregos para os moradores da favela tende a ser mais difícil por
conta de sua cor de pele, que a maior parte das pessoas que moram na favela são negros.
CONCLUSÃO
A favelização é resultado da desigualdade social, da falta de políticas públicas eficazes e de
um modelo de urbanização excludente. A expansão das cidades brasileiras ocorreu de forma
desordenada, com a concentração da atividade econômica no centro e a periferização das áreas
mais pobres. A falta de planejamento urbano e de investimentos em infraestrutura resultou em
uma urbanização precária e insalubre, com áreas degradadas e sem saneamento básico. Para
enfrentar esse desafio, propomos a seguinte intervenção:

1. Investimento em infraestrutura: O governo deve investir em infraestrutura básica, como água,


saneamento, energia elétrica e transporte público. Além disso, as ruas devem ser pavimentadas e
as áreas públicas devem ser revitalizadas para melhorar a qualidade de vida dos moradores.

2. Regularização fundiária: A regularização fundiária é essencial para garantir a segurança jurídica


dos moradores das favelas. O governo deve trabalhar para regularizar a propriedade da terra e
fornecer títulos de propriedade para os residentes.
3. Programas habitacionais: O governo deve implementar programas habitacionais que visem
melhorar as condições de moradia das pessoas que vivem em favelas. Isso pode incluir a
construção de novas moradias, a reforma de habitações existentes e a concessão de subsídios
para melhorias habitacionais.

4. Capacitação profissional e geração de empregos: É importante oferecer programas de


capacitação profissional para os moradores das favelas, a fim de aumentar suas habilidades e
torná-los mais competitivos no mercado de trabalho. Além disso, o governo deve incentivar a
criação de novos empregos nas áreas próximas às favelas. Também deve haver o retorno da
Carteira de Trabalho e Previdência Social no formato físico visto que grande parte da população
que reside em favelas não têm acesso a internet.
5. Acesso à educação de qualidade: é importante investir na educação como forma de promover o
desenvolvimento integral das crianças e jovens que residem nessas áreas. Para isso, é necessário
aumentar a oferta de escolas, capacitar professores e gestores escolares para lidar com as
particularidades das comunidades e favelas, estimular a participação das famílias e promover
políticas públicas que garantam o acesso à educação de qualidade para todos.

6. Participação comunitária: As soluções para a favelização devem envolver a participação ativa


das comunidades locais. O governo deve trabalhar em estreita colaboração com as organizações
comunitárias e as lideranças locais para entender as necessidades e desafios enfrentados pelas
pessoas que vivem nas favelas.

Essas medidas juntas ajudarão a reduzir a favelização e melhorar a qualidade de vida das
pessoas que vivem nas áreas afetadas. No entanto, é importante lembrar que a favelização é um
problema complexo que requer uma abordagem integrada e de longo prazo.

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