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1º RELATÓRIO DE AULA DE CAMPO – SÁBADOS ECOLÓGICOS

VISITA A REBIO UNIÃO – FLORESTA OMBRÓFILA DENSA DE MATA


ATLÂNTICA

Aluna: Ana Luiza Moreira do Nascimento Valente


Professoras: Angela Pierre Vitória e Caryne Braga

08/06/2023

1) Faça uma breve descrição da visita a REBIO União, desde as informações de preparação
para a saída de campo dadas em sala de aula até a sua chegada na reserva e as atividades
desenvolvidas no local.

As visitas a REBIO União são feitas com um controle, por se tratar de uma reserva biológica, por
isso os dados de cada estudante foram registrados para a ida. Nesse tipo de reserva as visitas são
sempre associadas a educação ambiental, por isto ocorrem palestras e recomendações antes do
início da trilha. No inicio foram apresentados ao grupo alguns tipos de equipamentos como
armadilhas para mamíferos (Sherman e Tomahawk), câmera trap, pinção para manipular serpentes e
um medidor de luminosidade.

Na trilha: observamos espécies importantes da flora da mata atlântica, algumas classificadas como
em risco de extinção, como o palmito juçara (Euterpe edulis); falamos de espécies de fauna e flora
características da mata de baixada, e como a REBIO é importante por representar uma das poucas
áreas de mata de baixada preservada do estado; vimos rastros de animais, como tocas de tatu e
rastros de alimentação de macacos, mas nenhum desses animais foi avistado; fizemos algumas
medições utilizando o medidor de luminosidade e um medidor de clorofila em plantas sob
condições diversas ao longo da trilha.
2-Faça uma descrição das observações feitas ao longo da trilha interpretativa. Podem ser
inseridas imagens (com legenda) para ilustrar suas observações. Descreva algumas interações
ecológicas observadas durante esta saída de campo.

a) Influência da intensidade luminosa nas plantas: as árvores que conseguem captar mais
luminosidade se sobressaem, e quando sua copa se desenvolve acabam impedindo a incidência da
luz solar nas plantas mais jovens. Ao longo da trilha observamos alguns bancos de plântulas, que
permanecem numa forma reduzida devido à ausência de luminosidade, mas estão em plena
atividade para se desenvolver quando for viável. Vimos a influência da luminosidade em uma escala
menor também, quando a luz não é captada por folhas de uma árvore, e não ocorre a ativação da
clorofila.

Figura 1 – Árvore com folhas que apresentaram o pigmento antocianina (avermelhado) ao invés da clorofila
(verde). Fonte: autoria própria.

b) Diversidade da mata atlântica: falamos bastante sobre como a diversidade da mata atlântica se
sobressai em vista dos outros biomas, até mesmo a floresta amazônica. Vimos um bom exemplo de
diversidade em árvores de vinhático (Plathymenia foliolosa), associadas a epífitas, como as
bromélias, que além de servirem de alimento para alguns animais podem formar um reservatório de
água que serve como habitat para Anuros e outros pequenos animais. Algumas espécies de Anuros
passam por todos os ciclos da vida em bromélias. Pode-se dizer há um pequeno ecossistema, com
diversos tipos de interação, em uma única árvore de vinhático.
Figura 2 – Árvore de vinhático na trilha interpretativa da REBIO. Fonte: Camyla Freitas.

c) Impactos do eucalipto na floresta: Na palestra introdutória vimos que as terras da reserva já


foram utilizadas para o plantio de eucalipto, e mesmo após o manejo e recuperação da área, algumas
árvores de eucalipto ainda permaneceram. A presença delas na mata além de impactar no solo acaba
gerando uma competição por recursos com as plantas nativas, mas realizar o corte ou derrubada
dela também traria consequências para as plantas no entorno. Por isso utilizam uma técnica que
causa menos impacto na área, o anelamento, que consiste em interromper a distribuição de seiva
pela planta, causando sua morte. Também observamos que o anelamento se assemelha a estratégia
da figueira mata-pau, que se estabelece sobre outras árvores, sufocando-as por cintamento.
Figura 3 – Árvore de eucalipto que passou pelo processo de anelamento. Essa técnica é menos destrutiva
para as plantas no entorno pois a queda da árvore ocorre de maneira mais natural. Fonte: Camyla Freitas.

3) O que você aprendeu com essa saída de campo?

Aprendi sobre os tipos de unidades de conservação definidos pelo SNUC (Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza) e suas utilizações; sobre a importância da conservação das
matas de baixada para as espécies ameaçadas da mata atlântica que habitam nelas, e vimos como a
floresta e os organismos funcionam de maneira integrada, com diversos exemplos de interações,
como as árvores trepadeiras que funcionam como passagens para os pequenos mamíferos, a
bromélia que fornece abrigo para os Anuros, ou tocas de animais que são reaproveitadas por outros,
e o vasto ecossistema que existe abaixo dos nossos pés, no solo. Também aprendemos sobre a
utilização dos equipamentos (Pinção, termo-higrômetro e medidores de clorofila e luminosidade) e
armadilhas e a importância do monitoramento de fauna e flora, principalmente na mata atlântica.

4) Utilizou algum instrumento na aula? Qual (is)? Para que foram usados?

Para a trilha, levamos:

- Pinção para o manejo de serpentes, que não foi utilizado;


- SPAD - medidor de clorofila, que usamos para medir a concentração de clorofila em plantas
localizadas na sombra e no sol;
- Luxímetro - medidor de luminosidade, que usamos para inferir a luminosidade em áreas de sol e
de sombra também;
- Termo-higrômetro, utilizado para medir a temperatura e a umidade na mata.

5) De que forma essa atividade colaborou com seus conhecimentos como estudante e/ou
cidadão?

A experiência de conhecer um pedaço preservado da mata atlântica é importante para aprender e


colocar em prática um pouco da conservação. Também é interessante ver como funciona
efetivamente a legislação ambiental nesses espaços, já que esse tipo de informação não é tão
difundido. Também considero importante para os estudantes que recém ingressaram na área terem a
oportunidade de ver um pouco como funciona o trabalho dos guardas ambientais e dos biólogos de
campo.

6) Quais informações obtidas durante esta prática você considera mais importantes?

Os aprendizados que considerei mais importantes foram sobre como funcionam as unidades de
conservação e o trabalho dos guardas ambientais na prática, sempre visando a conscientização sobre
o meio ambiente, e tudo relacionado a diversidade e importância da mata atlântica como bioma,
principalmente diante da sua devastação. Também considero importante ser apresentado e aprender
a identificar algumas espécies típicas para a nossa formação como biólogos. Nesse sentido
identificamos várias espécies de plantas durante a trilha, alguns invertebrados, e na apresentação
introdutória conhecemos alguns animais que já foram registrados por câmeras trap na reserva.

7) De que mais gostou? Do que menos gostou?

Aprendi sobre diversas coisas durante a saída de campo e gostei muito da REBIO, mas senti falta de
realmente realizar atividades de campo e obter resultados, como fizemos nas outras aulas. Achei que
passaríamos o dia todo lá, para conseguir realizar atividades que demandassem mais tempo, como
instalar armadilhas e retornar no fim do dia para olhar, ou fazer uma identificação mais minuciosa
das plantas.

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