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CONSELHO DELIBERATIVO DA COMUNIDADE ESCOLAR:

CONSTITUIÇÃO DOS CONSELHOS ESCOLARES, COM BASE NA


LEI Nº 7.040/98.

Profa. Ma. Maria Salete da Silva

A fim de compreendermos a criação dos conselhos escolares no Estado de Mato


Grosso, listamos abaixo as Legislações que regulamentam esse novo modelo de
organização da gestão. Dessa forma, a escola poderá ter autonomia pedagógica,
administrativa e financeira, em conformidade com as legislações vigentes:
• Constituição Federal de 1988, art° 206, inciso VI;
• Lei nº 9.394/1996 (LDB), Art. 14, inciso II;
• Lei Complementar nº 49 (MATO GROSSO, 1998 Art° 51, que trata da gestão
democrática do Ensino;
• Lei nº 7.040, de 1º de outubro de 1998, estabelece a Gestão Democrática do
Ensino Público Estadual;
• Plano Nacional de Educação, lei nº 13.005/2014, Meta 19;
• Plano Estadual de Educação, LEI Nº 11.422, DE 14 DE JUNHO DE 2021.
A CF 1988 prevê, em seu Art. 206, o princípio da gestão democrática no ensino
público. Todavia, não se pronuncia sobre os Conselhos Escolares de forma direta.
A LDB nº 9394/1996, seguindo o princípio constitucional da gestão democrática,
trata da matéria no que se refere tanto à elaboração do Projeto Político-
Pedagógico, quanto aos Conselhos Escolares. Assim, como a Lei Complementar
nº 49 (MATO GROSSO, 1998 Art° 51, que trata da gestão democrática do Ensino;
o Plano Nacional de Educação, lei n.º 13.005/2014, Meta 19 e o Plano Estadual
de Educação, LEI Nº 11.422, DE 14 DE JUNHO DE 2021.

No entanto, cumpre ressaltar que as leis indicadas acima não estabelecem normas
específicas relacionadas às formas de instituição, finalidades, natureza e atribuições dos
conselhos escolares e, sendo assim, tal responsabilidade fica atribuída aos sistemas
estaduais e municipais de ensino, por meio de criação de legislação local.
Nessa lógica, o Estado de Mato Grosso, por meio da Lei n° 7.040/98, institui os
conselhos escolares no âmbito das escolas públicas estaduais, que tem por objetivo a
participação em projetos e ações da escola e deliberação sobre eles, além de tomarem
parte na elaboração coletiva do projeto político-pedagógico. Por conseguinte, a
participação da comunidade escolar nas atividades e projetos da escola é fundamental
para legitimar o processo, lembrando que todas as atividades da escola têm um caráter
educativo. Entretanto, não é uma tarefa fácil instituir a cultura de participação na escola,
assim, cabe ao gestor, como líder do processo, articular para que todos participem do
planejamento, execução e avaliação do projeto Político Pedagógico e melhorias das
práticas da gestão escolar.
Os conselhos escolares, na concepção da Lei estadual nº 7.040/98, são
organizados por segmentos dos profissionais da educação e comunidade local, uma vez
institucionalizados e não se resumem a uma simples representação, constituindo-se como
espaços de realização de democracia participativa, com a competência de promover
diálogo entre os diferentes segmentos, pais, alunos e profissionais da educação,
corroborando para uma gestão democrática e participativa.
Nesse contexto, acreditamos que é necessária a sensibilização da comunidade
escolar acerca da importância do Conselho, bem como sobre as suas funções, para que
verdadeiramente aconteça a participação, desmistificando as práticas autoritárias de
gestão. Nessa lógica, a comunidade escolar deixa de exercer a escuta das ações já
deliberadas pelo gestor escolar e torna-se o agente do processo.
Assim, a participação da comunidade escolar nos processos decisórios da gestão
escolar deve ser pautada em princípios democráticos, enquanto compreendida como
forma de legitimar a democracia. Dessa maneira, os objetivos comuns ampliam-se a partir
dos interesses coletivos.
Em Mato Grosso, as unidades escolares estaduais, de acordo com a Lei nº 7.040
(MATO GROSSO, 1998), são geridas pelo diretor e pelo Conselho Deliberativo da
Comunidade Escolar (CDCE) (órgão consultivo e deliberativo), composto pelos
segmentos pais, alunos e profissionais da educação, compreendidos como comunidade
escolar.
Nessa lógica, o Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar deverá ser
constituído paritariamente por profissionais da Educação Básica, lotados ou em exercício
na instituição, pais ou responsáveis pelos estudantes e alunos matriculados e regularmente
frequentes, tendo no mínimo 08 (oito) membros titulares e no máximo 16 (dezesseis)
membros titulares. Sendo que 50% (cinquenta por cento) devem ser constituídos de
representantes do segmento escolar e 50% (cinquenta por cento) de representantes da
comunidade escolar.
É importante ressaltar que por representantes do segmento escolar entende-se
professores e funcionários, já por representantes do segmento comunidade entende-se
pais ou responsáveis pelos alunos e alunos. A referida Lei ainda aponta que para fazer
parte do conselho o candidato do segmento aluno deverá ter no mínimo 14 (quatorze)
anos ou estar cursando ao 5º ano do Ensino Fundamental, assim como o representante do
segmento de pais não poderá ser profissional da educação básica da escola. Ainda,
conforme a referida Lei, fica assegurada a eleição de 1 (um) suplente para cada segmento,
que assumirá a função do titular apenas em caso de vacância ou destituição do membro
titular do segmento que o representa.
Os representantes do Conselho Escolar sejam escolhidos democraticamente em
Assembleia de cada segmento da comunidade escolar, ou seja, professores, alunos,
funcionários e pais, vencendo por maioria simples. Por sua vez a “diretoria executiva” do
CDCE (presidente, tesoureiro e secretário) é escolhida entre os membros titulares, já
eleitos em seus segmentos. Salientamos que os alunos membros do CDCE só poderão
exercer a função de presidente ou tesoureiro, se maiores de 18 (dezoito) anos.
Outrossim, a Lei estadual nº 7.040/98 traz a obrigatoriedade da constituição do
Conselho Fiscal, sendo escolhidos em Assembleia Geral Ordinária, anualmente, por cada
segmento da comunidade escolar, ou seja, professores, alunos, funcionários e pais,
vencendo por maioria simples, composto conforme art. 37 da Lei nº 7.040/98, sendo 03
(três) membros efetivos e 03 (três) suplentes. Destacamos, ainda, que os membros do
Conselho Fiscal não podem fazer parte do Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar
e fica vedado, conforme Legislação vigente, a eleição de alunos para o Conselho fiscal,
salvo se maiores de 18 (dezoito) anos.
O CDCE, enquanto Associação de Direito Privado, sem fins lucrativo e de duração
indeterminada, precisa ser registrado em cartório e em seguida ter criado o Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ, uma vez que este possui função de Unidade
Executora.
A posse para os novos membros do CDCE será dada pelo CDCE anterior e
ocorrerá na unidade escolar, em data prevista no edital de eleição editado pela Secretaria
de Estado de Educação de Mato Grosso.
No contexto da Lei 7.040/98, o CDCE deverá elaborar seu estatuto seguindo o
modelo editado pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, constando os
seguintes itens: constituição, finalidade, composição, atribuições dos conselheiros do
CDCE, atribuições da diretoria executiva, dos direitos, deveres, proibições e medidas
disciplinares dos conselheiros, do funcionamento do CDCE, assim como descrever sobre
a forma de composição e competência do conselho fiscal, das eleições e do voto, e, por
fim, da Assembleia Geral, da dissolução do conselho deliberativo e disposições gerais.
Diante do rol de atribuições que permeiam as dimensões política, pedagógica, e
financeira, o Conselho constitui-se como um grande canal de articulação e de gestão
corresponsável pelas ações educativas, estabelecendo-se como uma entidade consultiva,
deliberativa e mobilizadora, com responsabilidade de averiguar as necessidades da
unidade escolar e tomar decisões sobre o que se caracteriza como ações prioritárias dessa
instituição no tocante à execução do Projeto Político Pedagógico e do Plano de Ação da
Escola, a destinação e aprovação de contas dos recursos financeiros por ela recebidos e,
sobre o processo e os resultados da avaliação interna e externa da escola, conforme
preceitua a legislação vigente.
Ademais, a consolidação da gestão democrática é um mecanismo fundamental
para a materialização da autonomia da unidade escolar, uma vez que possibilita a
participação dos diversos segmentos da comunidade escolar. Assim, uma das
competências exigidas ao CDCE é o Controle Social dos Recursos, como forma de
garantir o direcionamento dos recursos advindos para a escola na viabilização das ações
pedagógicas, administrativas e financeira. Contudo, a construção da autonomia depende
de ações e práticas sociais desenvolvidos pelos sujeitos nos diferentes espaços e tempos
estruturais. Dessa forma, a articulação entre equipe gestora e CDCE é um elemento
importante, como requisito básico para efetuar o processo de descentralização do poder
de decisão e de construção da autonomia da escola, sendo uma das condições de criação
e sustentação de ambientes que favoreçam a participação. Vale destacar que o exercício
da autonomia é um mecanismo essencial para a efetivação da gestão democrática, pois
possibilita a participação dos diferentes atores da comunidade escolar, se configurando
como um dos princípios da gestão democrática previamente estabelecido no art. 15 da
LDBEN (BRASIL, 1996): “os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares
públicas de Educação Básica que os integram progressivos graus de autonomia
pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de
direito financeiro público”.
É importante salientar que as decisões coletivas de cunho pedagógico,
administrativo e financeira devem estar alinhadas com as políticas educacionais propostas
pelo órgão central e com as legislações vigentes, para que não haja equívocos e possíveis
prejuízos aos envolvidos no processo. Ressaltamos, ainda, a necessidade da comunicação
efetiva entre Conselhos Deliberativos da Comunidade Escolar, Diretorias Regionais de
Educação /DRE, e Secretaria de Estado de Educação/SEDUC/MT para as orientações
necessárias.
Para o fortalecimento dos conselhos, entendidos como principais espaços de
decisão e deliberação das questões pedagógicas, administrativas, e financeiras, aponta-se
a necessidade de mudanças na prática da gestão escolar, buscando envolver a
comunidade nas discussões do Projeto Político Pedagógico da Escola, de forma que a
comunidade escolar se desassocie da função de usuária da escola pública e passe a
desempenhar o papel de protagonista do processo de decisão, visto que não se muda a
cultura escolar sem o trabalho coletivo, definindo claramente o papel político e as
atribuições do CDCE na sua relação com a gestão da escola. Sendo assim, algumas
estratégias poderão ser utilizadas no intuito de estimular a participação da comunidade
nas reuniões do CDCE, tais como:
 Utilização de recursos tecnológicos atrativos que estimulem a participação da
comunidade para que a mesma possa sentir-se integrante do CDCE;
 Horários de reuniões flexíveis, para que os pais possam participar;
 As reuniões devem ter pautas definidas, objetividade.
 Priorização do cumprimento do calendário de reuniões e assembleias;
 Organização das reuniões de modo que elas sejam, ao mesmo tempo, agradáveis
e produtivas para atingir os objetivos;
 Evitar que todos falem ao mesmo tempo;
 Não realizar as reuniões em salas pequenas, mal ventiladas. Todas as pessoas
devem se sentir bem acomodadas;
 Mudança de assunto logo que se esgote o primeiro;
 Atenção à fala de cada um para evitar repetições;
 Expressão das ideias com clareza;
 Oportunidade para que todas as pessoas expressem as suas ideias e considerações;
 Após as decisões aprovadas, deverão ser definidos os responsáveis pelos
encaminhamentos;
 Registro em ata de toda a dinâmica da reunião, falas e encaminhamentos;
 Fixação de uma cópia da Ata no Mural do CDCE.
Cumpre aqui evidenciar outro elemento importante da gestão escolar, que é dar
transparência e divulgar os trabalhos do CDCE, evidenciando a Convocação, bem como
o Cronograma, pauta das reuniões ordinária e a Ata com as deliberações, que deverão ser
estar afixados em lugar visível na unidade escolar, para que todos tenham conhecimento.
Por fim, entendemos a instituição desses colegiados nas escolas públicas estaduais
de Mato Grosso, como espaços de discussão e decisões em relação as dimensões
anteriormente elencadas, tem se mostrado um dos caminhos para avançar na
democratização da gestão escolar, contribuindo para o desenvolvimento de uma
consciência política e social.

REFERÊNCIAS:

MARQUES, Solange de Lima Lula. D’AVILA, Juliano. Conselhos Escolares: a


participação da comunidade escolar no fortalecimento da gestão democrática. 1° ed.
Cuiabá: Governo do Estado de Mato Grosso, 2017.

VASCONCELOS, Francisco Herbert Lima. SOARES, Swamy de Paula Lima.


MARTINS, Cibelle Amorim. AGUIAR, Cefisa Maria Sabino. Conselho Escolar:
Processos, Mobilização, Formação e Tecnologia. 1° ed. Fortaleza: Edições UFC, 2013.

SEBA, Maria Salete da Silva. Planejamento Educacional No Estado De Mato Grosso


E Plano Estadual De Educação: Monitoramento, Avaliação e adequação. 2020.
Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu, Mestrado
Acadêmico Educação, Faculdade de Educação e Linguagem) - Universidade do Estado
de Mato Grosso. Cáceres, MT. 2020.
CONSELHO DELIBERATIVO DA COMUNIDADE ESCOLAR NA
PERSPECTIVA DE UNIDADE EXECUTORA
Profa. Ma. Maria Salete da Silva

Uma das competências do Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar –


CDCE é o controle social dos recursos, visto que o Estado transferiu as responsabilidades
antes por ele executadas para a escola pública, ou seja, para a comunidade escolar, como
forma de garantir o direcionamento dos recursos advindos para escola, possibilitando a
construção da autonomia da gestão e viabilizando as ações pedagógicas e administrativas.
Desse modo, a participação da comunidade escolar nas atividades e projetos da escola é
fundamental para legitimar o processo democrático. Nessa lógica, exige-se a participação
efetiva da comunidade escolar: pais, professores, estudantes e funcionários na construção,
execução e avaliação de projetos relativos às questões pedagógicas, administrativas,
financeiras e nos processos decisórios da escola.
Uma vez que ao CDCE compete a função de unidade executora, suas atribuições
vão além do planejamento coletivo do uso dos recursos recebidos a partir do diagnóstico
das necessidades da comunidade escolar, perpassando por todo processo burocrático,
considerando que o CDCE, é uma Associação Jurídica de Direito Privado, sem fins
lucrativos, de duração indeterminada e portador de Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
- CNPJ. Portanto, sua legalidade se dá após o Registro em Cartório e a criação do CNPJ.
Sendo assim, fica obrigado a realizar a transmissão das obrigações acessórias à Receita
Federal do Brasil - RFB, respeitando os prazos estabelecidos, de modo que a não
realização da transmissão das mesmas culminará em prejuízos ao CDCE, como a
aplicação de penalidades e multas, conforme a legislação vigente.
No que concerne ao processo de legitimidade do CDCE, no tocante à legalização
de seu funcionamento, de forma que este processo seja realmente desenvolvido para
contemplar seus regulamentos e atribuições, ressaltamos que após sua constituição, nos
termos da Lei nº 7.040/98 (MATO GROSSO), o presidente do CDCE deverá proceder
com o registro no cartório. Sendo necessário os seguintes documentos:
 Requerimento assinado pelo presidente da diretoria executiva do CDCE, com
firma reconhecida;
 Documentos do presidente da diretoria executiva do CDCE: Cópias legíveis do
RG, CPF, comprovante de endereço (conta: água, luz, telefone fixo); e se não as
tiver em seu nome, deverá apresentar uma declaração de endereço com firma
reconhecida;
 Edital de convocação para a eleição dos membros do CDCE;
 Lista de presença, constando a pauta da reunião, com assinaturas de todos os
participantes da comunidade escolar;
 Ata de resultado final das eleições dos segmentos e escolha da diretoria executiva
do CDCE;
 A Ata deverá ser assinada pelo secretário (a), diretor (a) e presidente da diretoria
executiva do CDCE, em 02 (duas) vias;
 Qualificar todos os membros eleitos titulares e suplentes do CDCE: nome
completo, nacionalidade, estado civil (solteiro, casado, viúvo, divorciado),
profissão, Nº do RG (Órgão de expedição: verificar no documento), Nº do CPF e
endereço completo;
 Ata de posse com assinatura de todos os membros empossados do CDCE;
 Ata de posse do diretor e publicação em Diário Oficial;
 Cópia do Estatuto do CDCE, assinado e rubricado em todas as páginas pelo
presidente da diretoria executiva do CDCE e um advogado, com número de
registro na OAB e com firma reconhecida.

Não obstante, salientamos que, em caso de uma nova Unidade Escolar, o CDCE,
instituído conforme legislação vigente, deverá elaborar o Estatuo do CDCE, de acordo
com o modelo editado pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso e, em
seguida, deverá registrar em cartório as atas de eleição e posse dos membros do CDCE,
bem como o estatuto e então proceder com a criação do CNPJ do referido Conselho na
Receita Federal. Sendo necessário os seguintes documentos:
 Cópias autenticadas das Atas de eleição e posse dos membros do CDCE;
 Cópia autenticada do Estatuto do CDCE, conforme Portaria nº
207/2017/GS/SEDUC/MT, para em seguida registrá-lo em cartório, com a
assinatura do advogado, informando este seu número de registro na OAB.
Ressaltamos que esses documentos deverão ser encaminhados ao contador, para
que o mesmo preencha o Documento Básico de Entrada - DBE e solicite junto à Receita
Federal a criação do CNPJ.
Salientamos que o DBE será preenchido no site da RFB pelo contador e deverá
ser impresso e ter firma reconhecida em cartório pelo presidente do CDCE, para em
seguida ser protocolado na RFB junto com os documentos (cópia autenticada do Estatuto,
Atas de Eleição e Posse dos membros do CDCE).
Após a criação do CNPJ, será necessário providenciar a aquisição de certificado
digital para o CDCE, para que o contador envie as primeiras declarações obrigatórias a
RFB (GFIP e DCTF).
As primeiras declarações, deverão ser transmitidas para a RFB respeitando o dia
e mês da criação do CNPJ.
O próximo passo será a regularização do CDCE junto à Agência Bancária,
enquanto unidade executora que representa a comunidade escolar. Para tanto, listamos
abaixo os documentos necessários para a regularização das contas correntes do CDCE
junto ao Banco:

 Documentos pessoais do Presidente e Tesoureiro do CDCE;


 Documentos pessoais do Diretor Escolar e cópia de sua nomeação publicada em
Diário Oficial;
 Cópia da Ata de posse com assinatura de todos os membros empossados do
CDCE, registrada em Cartório;
 Comprovante de endereço (conta: água, luz, telefone fixo), se não as tiver em seu
nome deverá apresentar uma declaração de endereço com firma reconhecida;
Após a regularização dos dados bancários junto à agência bancária, faz-se
necessário inserir os dados dos membros do CDCE, Conselho Fiscal e informações
bancárias no Sistema Sigeduca/GER, pois essas informações são imprescindíveis para o
recebimento dos recursos estaduais.
Para acessar o cadastro do CDCE no SigEduca /GER, acesse o link
http://sigeduca.seduc.mt.gov.br/geral/hwlogin2.aspx , selecione o ano e o módulo GER.
É possível também o acesso ao SigEduca por meio do site da Seduc-MT no seguinte
endereço eletrônico: http://www3.seduc.mt.gov.br/ .

Observação: O Manual de orientação para inserção ou alteração dos dados,


encontra-se nos “Links Úteis” no Site da Seduc-MT.
Consoante ao recebimento dos Recursos Federais, as contas bancárias são abertas
pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, desde que a Unidade
Executora tenha realizado sua atualização cadastral no PDDEWEB.

Dentro de uma proposta de Unidade Executora, enfatizamos que os membros do


CDCE precisam estar adimplentes junto ao banco para poderem realizar as
movimentações bancárias. Orientamos também que o representante do segmento PAIS,
caso seja beneficiário de programas sociais do governo federal ou estadual, tais como
Auxílio Brasil, Auxílio Emergencial, Bolsa Família (substituído), Benefício de Prestação
Continuada (BPC), Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Garantia-Safra
e Seguro-Defeso (ou Pescador Artesanal), entre outros, não deverá ser PRESIDENTE do
CDCE, pois poderá perder o auxílio, visto que o CDCE está vinculado a um CNPJ, de
por se tratar de pessoa de direito privado e sem fins lucrativos.

Após perpassar por todo o processo burocrático, o Conselho Deliberativo da


Comunidade Escolar estará apto a receber os recursos financeiros oriundos das fontes
federais e estaduais, bem como a executá-los. Sendo assim, compreendemos que todo
esse processo burocrático demanda atenção do presidente e demais membros do CDCE.

É importante ressaltar que o CDCE precisa compreender e construir um


planejamento coletivo no tocante à aplicação e execução dos recursos, de modo a
possibilitar a prestação de contas, comprovando as despesas realizadas e a concretização
das metas e, para tanto, é preciso envolver a comunidade escolar no sentido de:

 Realizar o plano de ação dos recursos recebidos pela Unidade Executora,


observando as resoluções normativas dos programas federais e as portarias
estaduais, identificando as necessidades, elegendo as prioridades e registrando em
ata as decisões do colegiado;
 Acompanhar a aplicação dos recursos advindos de programas como: Programa
Dinheiro Direto na Escola - PDDE e as Ações Agregadas (PDDE QUALIDADE,
ESTRUTURA, entre outros) e Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE);
 Acompanhar a aplicação dos recursos recebidos, via PDE/SEDUC;
 Coordenar a implementação de projetos financiados pela SEDUC e pelo MEC;
 Garantir a devida prestação de contas dos recursos recebidos do órgão central,
bem como dos recursos oriundos dos programas federais;
 Encaminhar ao Conselho Fiscal o balanço e o relatório antes de submetê-los à
apreciação da assembleia geral.

Assim, enquanto parte do processo de construção da autonomia da Gestão Escolar,


o Conselho Fiscal, com suas atribuições descritas na Lei nº 7040/98 (MATO GROSSO),
constante também no Estatuto do CDCE, possui competências de acompanhamento e
fiscalização no âmbito interno da escola, com foco na transparência da execução das
ações e todo processo de prestação de contas. Nessa lógica, elencamos a seguir as
competências do Conselho Fiscal:

 Examinar os documentos contábeis, a situação financeira e os valores em


depósitos do CDCE;
 Apresentar à Assembleia Geral Ordinária parecer sobre as contas do CDCE, no
exercício em que servir;
 Apontar à Assembleia Geral as irregularidades que detectar nas prestações de
contas, sugerindo medidas interventivas para sanar a pendência que reputar úteis
ao CDCE;
 Convocar a Assembleia Geral Ordinária, se o Presidente do CDCE retardar por
mais um mês a sua convocação.
 Registrar as suas ações em um livro ata próprio.

Quanto à vacância de um determinado membro do CDCE, mencionamos a seguir


alguns protocolos que devem ser observados:

 Convocar todos os membros titulares e suplentes do CDCE para participarem da


reunião de recomposição do CDCE, em função do afastamento de um ou mais de
seus membros;
 O suplente do representante legal que afastou, assume como titular;
 Todas essas alterações deverão ser registradas em Ata no livro próprio do CDCE,
constando o motivo do afastamento e qualificando o (s) novo (s) membro (s);
 Quando essa alteração ocorrer com o membro que estiver na função de tesoureiro
e/ou presidente do CDCE, a escolha do novo presidente e/ou tesoureiro deve ser
feita entre os membros titulares do CDCE, posterior à recomposição. Neste caso,
a Ata deve ser registrada em Cartório para posteriormente solicitar junto ao Banco
a substituição do nome do novo presidente e/ou tesoureiro;
 Se a vacância ocorrer na função de Diretor, membro nato do Conselho, com
responsabilidade compartilhada de gestão da escola, após a
designação/publicação em Diário Oficial do novo (a) gestor (a), deverá reunir-se
o CDCE, lavrar em Ata e registrar e encaminhar para registro no cartório e
posteriormente solicitar junto ao Banco a substituição do nome do novo gestor.
 Se presidente, além da alteração no Banco é necessária a regularização na Receita
Federal do Brasil – RFB da pessoa física vinculada ao CNPJ, este procedimento
deve ser feito no prazo máximo de 15 dias. Deverão ser entregues ao contador os
seguintes documento: Cópia autenticada da Ata de posse do Conselho
Deliberativo da Comunidade Escolar – CDCE registrada em Cartório;
Documentos pessoais do presidente do CDCE (RG, CPF, Endereço residencial, e-
mail pessoal, telefone) e Número do CNPJ do CDCE.

Enfatizamos a importância da alteração do Presidente do CDCE na receita Federal


do Brasil, pois a partir dessa regularização que é possível a aquisição de Certificado
Digital para o CDCE, o qual é utilizado pelo contador na regularização de pendências
vinculadas ao CNPJ do Conselho e na transmissão das obrigações assessórias a Receita
Federal.

Estes procedimentos definem, por requisição legal, que todos os


empregadores/contribuintes/órgãos públicos têm obrigações e informações para prestar
junto à Receita Federal e Ministério da Economia, respeitando prazos definidos em
legislações vigentes. O CDCE, enquanto Unidade Executora, deve ater-se a esses
procedimentos de legalidade, visando evitar prejuízos e multas ao Conselho. Neste
sentido, considera-se o papel do diretor e do presidente do Conselho importantíssimo,
visto que são eles que coordenam e impulsionam esse processo junto ao contador.

Ademais, é importante mencionar que para o sucesso do Conselho Deliberativo


da Comunidade Escolar, é indispensável manter-se adimplentes com Sa prestações de
contas e dirimir os problemas burocráticos que o envolvem, nesse sentido ele estará apto
para o recebimento e execução dos recursos em conformidade com os regramentos.
REFERÊNCIAS

MARQUES, Solange de Lima Lula. D’AVILA, Juliano. Conselhos Escolares: a


participação da comunidade escolar no fortalecimento da gestão democrática. 1° ed.
Cuiabá: Governo do Estado de Mato Grosso, 2017.

• Manual de Orientação do ESOCIAL, versão S-1.0 (Consol. até a NO S-1.0 –


10.2022), (aprovada pela Portaria Conjunta SEPRT/RFB nº 82, de 10/11/2020 –
DOU de 11/11/2020) – consolidação publicada em 09/02/2022;

• Instrução Normativa RFB nº 2005, de 29 de janeiro de 2021, (Publicado (a) no


DOU de 01/02/2021, seção 1, página 43);

• Instrução Normativa RFB nº 2004, de 18 de janeiro de 2021, (Publicado (a) no


DOU de 20/01/2021, seção 1, página 47);

• Site da Receita Federal do Brasil; -


http://servicos.receita.fazenda.gov.br/Servicos/cnpjreva/Cnpjreva_Solicitacao.as
p?cnpj=

• Site do ESOCIAL - https://www.gov.br/esocial/pt-br/documentacao-tecnica

SEBA, Maria Salete da Silva. Planejamento Educacional No Estado De Mato


Grosso E Plano Estadual De Educação: Monitoramento, Avaliação e adequação. 2020.
Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu, Mestrado
Acadêmico Educação, Faculdade de Educação e Linguagem) - Universidade do Estado
de Mato Grosso. Cáceres, MT. 2020

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