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SUMÁRIO

1. Introdução à Mesa ……………………………………………………………………02


2. A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) ……………….03
2.1. História ……………………………………………………………………….03
2.2. Conferências passadas (reuniões do comitê especial de descolonização) …...04
3. Contextualização: a colonização da Ásia …………………………………………….05
3.1. Japão ………………………………………………………………………….05
3.2. China …………………………………………………………………………07
3.3. Tigres Asiáticos ………………………………………………………………09
3.4. Oriente Médio ………………………………………………………………..10
3.5. Sudeste asiático ………………………………………………………………11
4. Reparação histórica …………………………………………………………………..13
5. A situação do trabalho na Ásia ………………………………………………………13
6. Repercussões socioeconômicas………………………………………………………14
6.1. Exploração pelo mercado capitalista…………………………………………14
6.2. Fast-fashion ………………………………………………………………….15
6.2.1. Shein …………………………………………………………………16
7. Questões a serem discutidas …………………………………………………………17
8. Dossiês……………………………………………………………………………….18
9. Referências ………………………………………………………………………….32

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1. INTRODUÇÃO À MESA

BEATRIZ FUJII

Ei gente, tudo bem? Meu nome é Beatriz Fujii e terei a honra de ser diretora de vocês
esse ano. Tenho dezesseis anos, estou no segundo ano e também sou secretária administrativa
da SiSA! Podem contar comigo pra qualquer coisa que precisarem, espero que seja uma
experiência ótima para todos!

LUIZA MURADAS
Eii delegados, como vocês estão? Eu sou a Luiza Muradas, estou no segundo ano e
estou super animada para ser diretora desse comitê!! Espero que esses dias sejam incríveis e
proporcionem muitas risadas e aprendizados. Qualquer coisa que vocês precisarem é só
chamar! Desejo a todos uma ótima simulação!!

MARCELA KATO
Oi, pessoal! Tudo bem? Meu nome é Marcela, tenho 19 anos, me formei no Santo
Antônio e agora estou cursando direito. É um prazer estar dirigindo este comitê, e espero que
gostem dele tanto como eu! Que seja uma experiência enriquecedora e cheia de
aprendizagem. Até breve!

SOFIA AMARAL
Olá delegados, tudo bem? Meu nome é Sofia, tenho 15 anos e não poderia estar mais
feliz com a oportunidade de ser diretora de vocês nesse comitê incrível! Tudo foi feito com
um carinho imenso e espero que aproveitem ao máximo a experiência. Contem comigo para o
que precisarem. Até a SiSA!

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2. A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA
(CDH)

O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas é um órgão


subsidiário da AGNU (Assembleia Geral das Nações Unidas) que visa a promoção e proteção
dos Direitos Humanos por todo o mundo.

Ele é composto por 47 Estados-membros eleitos pela AGNU por maioria simples
através do voto secreto e direto, em mandatos de três anos. Além desses, há também um
presidente e quatro vice-presidentes, que possuem mandatos de um ano. Nas sessões,
participam também membros observadores, que incluem organizações não governamentais
(ONGs), organizações intergovernamentais, instituições nacionais para os direitos humanos e
Estados não-membros.

O Conselho realiza três sessões regulares ao ano, nas quais aborda violações dos
direitos humanos pelo mundo, tendo competência para fazer recomendações sobre como
implementá-los melhor e discutir situações específicas de cada país que requerem sua atenção.
As sessões ocorrem em março, junho e setembro, no escritório das Nações Unidas em
Geneva, Suíça. Além dessas, há também as sessões especiais, nas quais são tratadas crises
emergenciais nos direitos humanos, como, por exemplo, “A deterioração da situação dos
direitos humanos na República Islâmica do Irã, especialmente no que diz respeito a mulheres
e crianças”. Até o final de 2022, haviam sido realizadas 51 sessões regulares e 35 sessões
especiais do conselho.

2.1. História

Em dezembro de 2004, o Painel de Alto Nível sobre Ameaças, Desafios e Mudanças


sugeriu à ONU fortalecer a então Comissão de Direitos Humanos. Com isso, em março de
2005, o secretário geral da organização, Kofi Annan, recomendou substituir a Comissão por
um “Conselho de Direitos Humanos”, que foi posteriormente criado pela AGNU em 15 de
março de 2006. Sua primeira sessão ocorreu de 18 a 30 de junho do mesmo ano.

Um ano após a primeira sessão, o Conselho estabelece seus órgãos subsidiários,


visando guiar seu trabalho e criar procedimentos e mecanismos. Entre os órgãos subsidiários
estão a Revisão Periódica Universal (onde todos os Estados integrantes da ONU apresentam
as medidas que têm tomado para melhorar a situação dos direitos humanos em seus territórios
e recebem recomendações para cumprir plenamente com eles), os Procedimentos Especiais
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(mandatos compostos por cinco integrantes escolhidos pelo Conselho que observam e
acompanham pessoalmente a situação dos direitos humanos em determinado país ou região e
enviam relatórios com suas conclusões ao Conselho e à AGNU), o Comitê Consultivo
(formado por 18 especialistas escolhidos pelo Conselho que se reúnem duas vezes ao ano para
produzir estudos sobre questões temáticas e formular propostas de resolução para problemas
específicos relativos aos direitos humanos) e o Procedimento de Reclamação (onde o
Conselho analisa e age a partir de relatos de vítimas de violações dos direitos humanos).

Para além destes, vale ressaltar que o Conselho pode realizar comissões internacionais
de inquérito e missões de apuração de fatos quanto a violações dos direitos humanos, para
encontrar os infratores e levá-los à justiça.

2.2. Conferências passadas (reuniões do Comitê Especial de Descolonização)

O CDH nunca realizou reuniões que tratassem especificamente da descolonização.


Assim, serão utilizadas as reuniões do Comitê Especial de Descolonização como base para os
debates a serem realizados neste comitê.

O Comitê Especial de Descolonização foi estabelecido em 1961 pela AGNU, e é um


de seus órgãos subsidiários. É composto por 29 membros, porém, como em sua composição
inicial dispunha de apenas 24 membros, é conhecido como C-24. Também conta com um
presidente, três vice-presidentes e um relator. Sua função é monitorar a implementação da
Declaração sobre a Concessão de Independência dos Países e Povos Coloniais e fazer
sugestões e recomendações para o progresso da implementação da Declaração.

A Declaração sobre a Concessão de Independência dos Países e Povos Coloniais foi


adotada em 14 de dezembro de 1960 pela resolução 1514 (XV) da AGNU. Nela, é dito que a
sujeição de povos à subjugação, dominação e exploração contraria os direitos humanos, é
incompatível à Carta das Nações Unidas, é um impedimento à promoção da paz e cooperação
mundial e que todas as pessoas têm direito à autodeterminação.

Há povos que, por décadas, não dispuseram dos direitos básicos graças ao processo de
colonização do qual foram vítimas. Com a independência, porém, muitos dos problemas da
colonização perpetuaram em seus territórios, retardando seu desenvolvimento e tornando-o
dependente de práticas que contrariam os direitos humanos, evidenciando o impacto direto da
colonização nas desigualdades e situações que atualmente observamos.

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No comitê que iremos desenvolver, devemos tratar dos impactos da negligência dos
direitos humanos durante a colonização nos países asiáticos e na forma como estes impactos
dificultam seu desenvolvimento nos dias atuais.

3. CONTEXTUALIZAÇÃO: A COLONIZAÇÃO DA ÁSIA

3.1. Japão

Nos dias atuais, o Japão encontra-se como um país com umas das maiores economias
do mundo, sendo classificado como um país desenvolvido. Ele foi formado resultado da
grande influência chinesa historicamente em sua língua, escrita, e política, a influência
ocidental ao tornar-se uma nação industrial, e a forte cultura da nação.

A colonização no país presenciou diversas fases, passando por papéis de colonizado e


colonizador ao longo da história. Ela se inicia em meados do século XVI, na época do
colonialismo europeu, em que os portugueses invadem a ilha de Tanegashima, sendo os
primeiros europeus a entrarem em contato com o Japão. Lá, além da grande escravização da
população japonesa, os portugueses estabeleceram rotas comerciais com a China, e trouxeram
o cristianismo tentando converter diversos japoneses através de “missões jesuítas”, essas que
envolviam a escravização de crianças japonesas para levá-las a Europa, como forma de
atração, para conhecerem reis, bispos e o papa Gregório 13º, em Roma. Esse evento ficou
conhecido como a “Missão Tensho”.

A escravização dos japoneses pelos portugueses ocorreu entre o século XVI e XVII,
em que japoneses, dentre eles diversas mulheres e crianças, eram capturados e vendidos ao
redor do mundo. Os japoneses acabaram sendo forçados a deixar o país e suas famílias para
sofrer abusos e torturas em terras estrangeiras. Pesquisadores estimam que milhares de
japoneses foram submetidos a este mercado, que funcionava de forma ilegal e velada no sul
do Japão. "O mercado de escravos não começou com uma estrutura organizada. Alguns eram
raptados, outros se vendiam por causa da fome extrema e da guerra. Tinham japoneses que se
vendiam para escapar de situações ou para dar o dinheiro a família, acreditavam que, quando
chegassem a Macau, conseguiriam fugir. Muitos foram enganados e não receberam dinheiro
algum", explica Lúcio de Sousa, pesquisador e professor português da Universidade de
Estudos Estrangeiros de Tóquio.

Apesar de ser no mesmo século do início da colonização portuguesa no Brasil, não há


registros de escravos japoneses enviados ao maior país da América Latina. "Os portugueses

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estavam mais interessados em enviar escravos africanos ao Brasil, por causa da força braçal.
Os asiáticos eram utilizados mais para tarefas domésticas. Em Lisboa, muitas famílias
exibiam seus escravos japoneses como produtos importados.", - pesquisador português Lúcio
de Sousa, professor da Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio.

Mesmo após sua proibição em 1590, com o catolicismo permanecendo forte no sul do
território japonês, a escravidão no país persistiu até meados do século XVII, na década de
1630, quando os portugueses foram expulsos do Japão sob o regime rigoroso do xogunato
Tokugawa, conhecido como sakoku, em que a entrada de estrangeiros e a saída de japoneses
era proibida, mantendo o país isolado por volta de 200 anos. Este isolamento tinha como
objetivo preservar culturas e costumes japoneses.

Ilustração sobre a presença dos portugueses em Nagasaki, sec. XVI (arquivo de Lúcio de Sousa).

O isolamento perdurou até 1853, quando os norte-americanos forçaram os japoneses a


abrirem suas fronteiras visando relações internacionais e com a queda do shogun Tokugawa.
Com isso, inicia-se a Era Meiji no Japão, época caracterizada pelo grande desenvolvimento,
industrialização e ocidentalização do país, com diversas mudanças políticas e econômicas
chaves para o Japão tornar-se uma potência mundial e ser o que é hoje.

Assim, com esse rápido desenvolvimento, não tardou a ter consequências na esfera
militar, tendo o início do imperialismo japonês na Ásia de certa forma semelhante ao
imperialismo europeu e estadunidense, visando vantagens territoriais e financeiras. As
intervenções imperialistas japonesas começaram no território chinês com a invasão militar de
Taiwan, e, logo depois, entre um conflito com a China, sobre a península coreana, dando lugar
à Primeira Guerra Sino-Japonesa. Foram diversos os territórios ao redor da Ásia que foram

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invadidos e dominados pelo Império japonês, que sofreram por anos as diversas atrocidades
cometidas. Usando a Coréia como exemplo, na época da colonização japonesa sobre a
península coreana, os coreanos eram proibidos de falar sua própria língua, e seus nomes eram
convertidos para a versão japonesa. Além disso, na Segunda Guerra Mundial,
aproximadamente um milhão de coreanos foram obrigados a se alistarem no exército japonês,
e coreanas obrigadas a servirem soldados japoneses.

No imperialismo e na colonização japonesa, os crimes cometidos foram incontáveis,


que, até hoje, deixam feridas nos diversos países ao redor da Ásia que foram prejudicados.
Tais crimes são conhecidos como crimes de guerra do Japão Imperial. São estimados de três a
mais de dez milhões de pessoas assassinadas pelos militares japoneses.

3.2. China

A fundação do que hoje se chama a civilização chinesa é marcada por diversas


dinastias chinesas antigas com registros que datam desde 1250 a.C. Dinastias essas que
trouxeram importantes características para a China atual, como o confucionismo, uma
ideologia pilar, uma filosofia, um modo de governar ou até mesmo um modo de vida que
originou-se na China antiga. Além disso, com o desenvolvimento da história, o país,
politicamente, alternou entre períodos de unidade e fragmentação, sendo conquistada algumas
vezes por potências externas, algumas das quais terminaram assimiladas pela população
chinesa. Influências culturais e políticas de diversas partes da Ásia, e mais tarde algumas da
Europa levadas por ondas sucessivas de imigrantes, fundiram-se para criar a imagem da atual
cultura chinesa.

A Dinastia Qing (1644 - 1911), última dinastia antes da república, foi marcada
inicialmente por seguir uma monarquia absoluta, interferir muito na economia,
estabilizando-a, e ter dominado diversos territórios como Tibete, Mongólia e Xinjiang e
invadido Taiwan. No final do século XVIII a China dominava mais de um terço da população
mundial, possuía a maior economia do mundo e, por área, era um dos maiores impérios de
todos os tempos. Porém, após a morte do imperador Qianlong a economia chinesa começou a
declinar devido a corrupção, desperdício em sua corte e uma sociedade civil estagnada.

O século XIX testemunhou o enfraquecimento do governo Qing, em meio a grandes


conflitos sociais, estagnação econômica e influência e interferência ocidentais. A colonização
e invasão de produtos e ideias europeias acentuavam ainda mais a vulnerabilidade da dinastia

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Qing. Foi com o fim do longo reinado de Qianlong que as agressões europeias,
principalmente britânicas, começaram. O ópio, droga cultivada na Índia e Birmânia pelo
Império britânico, tornou-se o maior inimigo da China. Única mercadoria ocidental capaz de
merecer a atenção chinesa, entrava em quantidades crescentes por Macau/Cantão, mas
igualmente, por tráfico ilegal, por toda a costa do Mar da China. A grande narcodependência
dos chineses ia atrapalhando a administração e o exército e drenando a prata acumulada ao
longo de séculos pelo comércio desigual com o Ocidente. Inicia-se, assim, a Primeira e
Segunda Guerras do Ópio, guerras Anglo-Chinesas que se deram devido a pressão britânica
de abrir o mercado chinês para o livre comércio, visando seu interesse de continuar com o
comércio do ópio, e a intenção chinesa de afastar a influência estrangeira. Os britânicos
venceram as guerras, ampliaram seu domínio sobre a região, e a economia chinesa foi aberta
ao livre mercado. As duas Guerras do Ópio e o tráfico daquela droga foram custosos para a
Dinastia Qing e o povo chinês. O tesouro imperial quebrou duas vezes, por conta do
pagamento de indenizações devidas às guerras e à grande evasão de prata causada pelo tráfico
de ópio. Além disso, após a Primeira Guerra do Ópio, o Império Britânico se estabeleceu em
Hong Kong e fez sua colônia até 1997.

A China já teve experiências como colonizada em diversos pontos na história, pelos


portugueses na época das Grandes navegações, pelos britânicos com as Guerras do Ópio e
pelos japoneses, com seus ataques no século XIX, na época da Era Meiji. Atualmente, a China
é o país mais populoso do mundo, com uma das maiores economias mundiais, que vem se
expandindo globalmente, sendo bastante influente política e economicamente sob países da
África. Muitos questionam sobre se o poder chinês sobre o continente pode ser considerado
neocolonial, visto sua influência econômica e política sobre tais países. Embora o tipo de
poder utilizado não seja o mesmo que o da Europa imperialista, a forte presença da China no
continente é política e estratégica.

A expansão econômica da China na África começou há muitos anos. Fornecendo


dinheiro para o Continente africano, a China não só recebe acesso a seus recursos, mas
também estende para lá a sua influência política. O país tem consistentemente reforçado a sua
posição no continente, e está presente em 39 países africanos. O comércio entre a China e
África aumentou de aproximadamente 20 bilhões de dólares em 2000, até 200 bilhões em
2012.

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3.3. Tigres Asiáticos

Coréia do Sul, Taiwan, Singapura e Hong Kong são conhecidos por Tigres Asiáticos
devido aos seus altos índices de crescimento econômico e influência no mercado mundial. O
crescimento mais marcante foi o apresentado pela Coreia do Sul, que a partir dali começou a
ser conhecido como o "Milagre do rio Han". Na década de 1960, o país era um dos mais
pobres países da região, com menor desenvolvimento. Da década de 1980 até o presente, a
Coreia do Sul se transformou em um país desenvolvido, com renda alta e elevados valores de
IDH e de PIB per capita. O progresso de Taiwan seguiu o mesmo rumo.

No final da década de 1990, as exportações chegavam a 202% do PNB (produto


nacional bruto) em Singapura e a 132% em Hong Kong. O índice de crescimento era alto nos
tigres, e, a despeito da crise asiática, a população tinha um alto nível de alfabetização e a
economia girava em torno da construção naval, produtos têxteis, petroquímicos e
equipamentos elétricos. O crescimento mais notável ocorreu principalmente na economia de
entrepostos. Hong Kong, graças à economia de mercado pura e, apesar de sobrecarregada
pelas desvantagens do colonialismo (anteriormente existente enquanto colônia britânica),
elevou sua renda per capita para cerca de seis vezes mais que a da República Popular da
China.

Europeus, chineses e japoneses ocuparam, ao longo da história, as terras dos países


que hoje são considerados Tigres Asiáticos. A península da Coreia esteve em disputa na
Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), um conflito entre China e Japão. O Japão saiu
vitorioso e a península foi território japonês até o final da Segunda Guerra Mundial. Taiwan
também foi ocupado pelo Japão no mesmo período de ocupação da Coreia, permanecendo sob
domínio japonês por cinquenta anos. Atualmente, Taiwan possui governo próprio que
reivindica autonomia, mas a China não o reconhece e trata a ilha como parte de seu território.
Hong Kong esteve sob domínio chinês e britânico durante séculos. A Guerra do Ópio
(1839-1860), conflito entre China e Reino Unido, terminou com a cessão da ilha ao Império
Britânico, que exerceu domínio sobre ela por 99 anos, a partir de 1898. Em 1997, voltou a ser
território chinês.

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3.4. Oriente Médio

A maior parte do Oriente Médio integrou, por séculos, o Império Otomano, e foi este
Império que moldou os aspectos políticos, culturais e religiosos da região. Com o início do
século XIX, porém, o Império já estava em decadência.

Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os otomanos lutaram ao lado da Tríplice


Aliança (Alemanha, Itália e Áustria-Hungria), contra a Tríplice Entente (Rússia, França e
Inglaterra). Durante a guerra, França e Inglaterra fizeram, em 1916, o acordo secreto
Sykes-Picot, que dividia o território do Império Otomano entre as duas potências, e que foi
colocado em prática quando a Tríplice Entente efetivamente ganhou o conflito.

Nas décadas que se seguiram ao fim da Primeira Guerra Mundial, França e Inglaterra
implantaram na região uma série de Estados, todos concebidos e criados artificialmente, com
exceção do Irã, do Egito e da Turquia. A forma como a região foi dividida, porém, estava de
acordo com os interesses europeus, de modo que as fronteiras demarcadas não seguiam a
distribuição das diferentes nações pelo território. Por serem formados por um grande número
de etnias, os países do Oriente Médio sofrem uma tendência natural à desintegração. Esse
acordo deu origem a muitos dos conflitos que observamos ainda hoje no Oriente Médio, como
a questão curda, uma vez que os curdos ficaram distribuídos por vários Estados-nações, sem
Estado próprio.

A Turquia foi o primeiro país a se rebelar contra o domínio europeu. A revolução


acabou bem-sucedida, e, em 1923, a República da Turquia foi reconhecida pelo Tratado de
Lausanne. À essa tentativa se seguiram guerras e rebeliões por independência no Iraque, Síria,
Transjordânia, Palestina e Líbano, porém todas foram reprimidas pelos franceses e britânicos.
Estes movimentos surgiram após a Segunda Guerra Mundial e vários países, graças a uma
Europa enfraquecida, conquistaram independência.

O controle europeu direto sobre a maior parte do Oriente Médio acabou na década de
1950, mas um colonialismo indireto continuou a ter grande influência nas políticas regionais.
Com a Guerra Fria, Estados Unidos e URSS viram na região a possibilidade de conquistar
aliados, e se interessavam principalmente pela possibilidade de obter combustíveis fósseis.
Esse conflito marcou o Oriente Médio uma vez que foi ela que deu início ao grande
intervencionismo estadunidense na região, além de ter causado, mesmo que indiretamente,
uma série de conflitos, como a Guerra do Golfo.

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3.5. Sudeste Asiático
O Sudeste Asiático trata-se da região composta por Mianmar, Vietnã, Laos, Tailândia,
Camboja, Malásia, Brunei, Singapura, Indonésia, Timor Leste e Filipinas. Entre os séculos
XIV e XVIII, houveram cinco grandes potências no Sudeste Asiático: o Reino de Ava (atual
Mianmar), o Vietnã (comandado pela da dinastia Lê posterior), o Reino de Ayutthaya ou Sião
(correspondente à atual Tailândia), o Império de Majapahit (centrado em Java, na atual
Indonésia) e o Sultanato de Malaca (centrado na Península da Malásia). O restante da região
ou era controlado por reinos menores e locais ou era colônia europeia, como era o caso das
Filipinas, possessão espanhola desde 1542.

Na segunda metade do século XVIII, porém, a maioria destes impérios passava por
crises, o que facilitou a colonização europeia na região. Em 1799, o governo holandês
assumiu o controle de partes da Indonésia, o qual se estendeu para todo o arquipélago nos
anos que se seguiram, quando as fronteiras da atual Indonésia foram definidas. Em 1824, a
Grã-Bretanha começou a lutar pelo controle da Birmânia, atual Mianmar, e conseguiu
incorporar a região ao seu império indiano em 1886. Gradualmente, a Grã-Bretanha assumiu o
controle da Malásia, e, em 1874 começou a governá-la efetivamente. A França colonizou
Camboja, Vietnã e Laos, e em 1887 proclamou a União da Indochina Francesa. A Tailândia
permaneceu independente, sobre uma monarquia forte e estável.

Com a colonização, passou-se a priorizar a produção de bens voltados para a


exportação para a Europa em detrimento das práticas tradicionais da região. Como exemplo,
temos Mianmar, cuja economia se baseava na agricultura de subsistência, e se tornou uma
economia voltada para a exportação em larga escala, e a Indonésia, onde a produção dos
tradicionais tecidos artesanais batik e ikat caiu drasticamente.

Ao longo do domínio europeu, eram travadas regulares guerras pela soberania em


determinadas regiões (tanto contra populações locais como entre europeus), como ocorreu na
ilha de Timor, onde portugueses e holandeses lutaram pelo controle completo do território. Os
conflitos prejudicaram extensas áreas e os povos nativos.

Além disso, não era raro que as metrópoles favorecessem imigrantes sobre a
população local. Foi o que aconteceu na Malásia, onde os britânicos favoreciam indianos e
chineses para posições qualificadas, enquanto a população malaia era empregada no campo.
Estes fatores acabaram aprofundando as divisões étnicas e causando problemas que se
perpetuam até os dias de hoje.
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Ao contrário de tudo isso, os monumentos e textos encontrados no Sudeste Asiático
foram estudados e preservados pelos europeus. Em meados do século XIX, os governos
coloniais começaram a fundar as primeiras pesquisas arqueológicas e museus.

No início do século XX, surgiu na região uma pequena classe de intelectuais que
estava decidida a assumir a liderança de seus próprios países, ou seja, era contra o domínio
colonial (e, na Tailândia, contra a monarquia). Apesar desse grupo ter pouquíssima influência
sobre as pessoas comuns, elas próprias tinham certo ressentimento da colonização, uma vez
que havia a percepção geral de que os impostos eram muito altos, o controle burocrático era
rígido e propenso à corrupção, entre outros.

Na década de 1930, diversas revoltas anti-coloniais ocorreram em Mianmar, Vietnã e


Filipinas. Apesar de não terem sido bem-sucedidas, essas revoltas, somadas aos impactos
econômicos da Crise de 1929, mostraram que o domínio europeu era vulnerável. O começo da
Segunda Guerra Mundial na Europa e, alguns anos depois, da Guerra do Pacífico, deixaram
claro que o poder militar das metrópoles não era tão forte quanto se imaginava.

A partir de 1941, o Japão ocupou quase todo o Sudeste Asiático, como parte da Guerra
do Pacífico (1941-1945). A população percebeu que o controle japonês não significaria
independência, mas traria consigo uma forma menos agressiva de colonização.

Com o fim da Guerra do Pacífico e a derrota nipônica, os países europeus obrigaram o


Japão a manter a paz na região. Nesse momento, com um vácuo no poder, este acabou, na
prática, passando para as mãos dos líderes do Sudeste Asiático. Alguns deles declararam
independência e conseguiram estabelecer estruturas de governos com variados graus de
sucesso. No Vietnã e na Indonésia ocorreram grandes guerras por independência, enquanto
nos demais países os conflitos foram em menor escala.

O processo de descolonização ocorreu de forma rápida no Sudeste Asiático, e todos os


Estados independentes almejavam governos democráticos ao menos próximos ao modelo
europeu. Vale ressaltar que, atualmente, todos os países do Sudeste Asiático (exceto o
Timor-Leste) integram a ASEAN, Associação de Nações do Sudeste Asiático que busca
promover o desenvolvimento econômico, social e cultural da região.

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4. REPARAÇÃO HISTÓRICA

A reparação histórica pelos danos enraizados causados pelo colonialismo e escravidão


encontram-se necessários e indispensáveis para o cumprimento dos direitos humanos. É não
só um “dever” necessário, de aceitar suas obrigações e responsabilidades, mas também uma
conscientização e reconhecimento pelas atrocidades do passado. “‘Acertar as contas com o
passado’ significa que há uma dívida, isto é, a existência de um dano", pontua a historiadora
Caroline Silveira Bauer, professora da UFRGS e autora de "Como será o passado?" (2017). É
preciso identificar qual é o dano (físico, econômico, político, social, simbólico) e quais são as
possibilidades de consertá-lo.

Para o historiador Jürgen Zimmerer, professor da Universidade de Hamburgo


(Alemanha), admitir atrocidades coloniais, genocídios e guerras sem ajudar os descendentes
das vítimas é uma retórica cínica. "Um pedido de desculpas só é significativo se você tentar
fazer uma ação positiva para corrigir o que foi feito de errado", diz. "Reparação é um nome
impróprio a certo ponto, pois não é possível 'reparar' o sofrimento do passado. O que é
possível, entretanto, é ajudar vítimas e seus descendentes a superar consequências desse
sofrimento."

Com isso, ao longo da história, diversas ações foram ensaiadas para sanar dívidas não
só relacionadas às colonizações, mas a ditaduras e genocídios: das mais simbólicas, como
declarações de desculpas, às mais práticas, como devoluções de territórios, indenizações
financeiras e julgamento dos responsáveis por violações de direitos humanos. Não é simples,
porém, equilibrar essas contas. O Comitê Especial de Descolonização da ONU vem atuando
na situação de 17 territórios que ainda se encontram não autônomos, como Guam, na Ásia,
Estado administrado pelos Estados Unidos.

5. A SITUAÇÃO DO TRABALHO NA ÁSIA

A população da Ásia corresponde a cerca de 60,3% da população mundial. De acordo


com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em parceria com a Organização
Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 50 milhões de pessoas são vítimas de
condições de trabalho análogas à escravidão atualmente. O trabalho escravo contemporâneo é
definido pela situação de restrição da liberdade do trabalhador, em que ele é obrigado a
prestar um serviço sem receber pagamento ou recebendo um valor insuficiente para suas

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necessidades. Muitas vezes, eles são forçados a continuar para quitar dívidas e são submetidos
a ameaças e a violência física, psicológica, financeira e sexual.

A região da Ásia e Pacífico se destaca com a segunda maior prevalência de escravidão


moderna do mundo e o maior número absoluto de vítimas em todas as formas de servidão,
com quase 25 milhões de vítimas de trabalho forçado. Dentre os 36 países dessa região, a
Coréia do Norte, o Afeganistão e o Paquistão possuem os maiores valores relativos de
escravidão moderna, e a Índia, a China e o Paquistão possuem os maiores valores absolutos
de pessoas que vivem nessa situação. Essas informações, apesar de confiáveis, devem ser
interpretadas cautelosamente devido a coleta de dados com lacunas e limitações.

A vasta ocorrência do crime de escravidão está diretamente relacionada à pobreza, à


discriminação e à fata de oportunidades. Dessa forma, a vulnerabilidade ao trabalho forçado é
maior em regiões mais pobres e se dá em grande escala durante períodos de crise econômica e
desemprego. Durante a pandemia, houve considerável aumento da quantidade de pessoas que
encontram-se em situação de trabalho análoga à escravidão.

6. REPERCUSSÕES SOCIOECONÔMICAS

A transformação econômica dos países em desenvolvimento na Ásia nas últimas


décadas é notável. Em 1960, os países representavam 4% do PIB global, já em 2019 esse
número subiu para 35%. O crescimento econômico da região fez com que os índices de
pessoas em extrema pobreza - aqueles que ganham menos de US$1,90 por dia - caíssem
drasticamente: foram de 1,5 bilhão em 1990 para 263 milhões em 2015. A maior economia na
Ásia, em termos de produto interno bruto (PIB), é a China, seguida da Índia e Japão.

O desenvolvimento econômico da região pode ser diretamente relacionado à forma de


trabalho. Os índices de exploração de trabalho, inclusive, devem ser avaliados quando se
tratando de empresas contemporâneas que têm seu crescimento baseado na escravidão.

6.1. Exploração do mercado capitalista

O Capitalismo é definido, de acordo com o dicionário, como “um sistema econômico


no qual o principal objetivo se dá pela obtenção do lucro e da proteção da propriedade
privada”. Isso se relaciona diretamente com a situação trabalhista encontrada na Ásia.

Muitas empresas internacionais, sejam de tecnologia, moda, ou automobilísticas,


estabelecem suas fábricas em países asiáticos. Isso porque, para obter um maior lucro, buscam
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por regulamentações trabalhistas menos rígidas, assim, os gastos com salários serão menores.
Ademais, procuram leis ambientais mais frágeis e potencial de mercado interno.

Na China, um fator determinante para o aumento de investimento de capital


estrangeiro foi a criação das Zonas Econômicas Especiais, onde foram criadas áreas de livre
comércio com leis de incentivo para atrair investimentos estrangeiros, como isenção parcial
ou total de impostos.

Algumas grandes marcas reconhecidas mundialmente que produzem seus produtos em


países da Ásia são: Apple, Samsung, Microsoft, Adidas, Nike, H & M, Volkswagen, BMW,
entre outras.

6.2. Fast fashion

Até o século XVIII, a produção de roupas era um processo demorado e caro. As


pessoas tinham pouquíssimas peças, mas que eram feitas para durar um longo período de
tempo. Com a Revolução Industrial, essa situação começou a mudar. A criação da “máquina
de costura” possibilitou a confecção muito mais rápida de roupas e, a partir disso, iniciou-se a
produção em massa. No século XX, com o desenvolvimento do sistema capitalista, a
sociedade e a economia passaram a ser relacionadas ao consumo, e uma sociedade consumista
começou a se instalar. O termo Fast Fashion (“moda rápida”, em português) veio como a
resposta da indústria a tal aceleração da demanda.

Os países asiáticos dominam o mercado fast fashion. Algumas empresas


manufatureiras buscam estabelecer ali suas fábricas, em busca de leis ambientais e
regulamentações trabalhistas menos rígidas, além de terras mais baratas. Segundo a
Organização Mundial do Comércio (WTO), o continente asiático foi responsável por cerca de
60% das exportações globais de produtos têxteis em 2019. A China lidera como o país que
mais exporta roupas, movimentando US$158 bilhões (o que corresponde a quase um terço de
todas as exportações de vestuários do mundo). Em seguida, destaca-se Bangladesh, com
US$33 bilhões, Vietnam, com US$28 bilhões e Índia, com US$17 bilhões. E, assim como a
produção é notável, os impactos também são proporcionalmente grandes.

As roupas e acessórios derivados do fast fashion tem intenção de ter curta duração e
baixo custo, o que retroalimenta um ciclo nada sustentável: as peças são fabricadas,
consumidas e descartadas rapidamente, conforme as tendências de moda do momento.
Segundo um relatório do Fórum Ambiental Ásia-Europa, a indústria da moda é responsável

15
por cerca de 20% da poluição industrial da água, além de contribuir com 35% da poluição
micro plástica primária oceânica. Ademais, também é responsável por quase 10% das
emissões globais de CO2, sem contar com as imensas quantidades de resíduos têxteis que são
descartados incorretamente.

Também é importante ressaltar os impactos sociais do fast fashion. Muitas pessoas que
trabalham nas fábricas sofrem com condições terríveis de trabalho, em um ambiente não
higiênico e perigoso. Grande parte das cerca de 25 milhões de pessoas na região da Ásia
Pacífico que encontram-se em atividades análogas à escravidão estão nesse mercado.

6.2.1. Shein

A Shein é uma loja de roupas online chinesa que cresceu exponencialmente


nos últimos anos. As roupas e acessórios com um custo extremamente baixo e que
estão dentro das tendências do momento costumam chamar a atenção do consumidor.
Porém, deve-se atentar aos impactos negativos deixados pela loja.

Primeiramente, assim como a maioria das empresas fast fashion, as peças


produzidas pela Shein são de baixa qualidade e, como consequência, descartadas
rapidamente. E como a maioria das roupas produzidas são feitas a partir de tecidos
sintéticos como poliéster, podem demorar até 400 anos para se decompor.

Segundo a página de responsabilidade social da Shein, a empresa “tem como


prioridade garantir um local de trabalho feliz e saudável” e “tem salários e benefícios
acima da média”, o que inclui seguros de saúde e planos de investimento. Além disso,
afirmam utilizar métodos de produção ecologicamente corretos. Porém, devido a falta
de transparência da marca em relação às suas ações efetivas, não é possível checar
essas informações.

Existem, inclusive, provas que vão contra o que foi dito pela empresa. Um
documentário britânico chamado “Inside the Shein Machine: Untold” (“Por Dentro da
Máquina Shein: A História Nunca Contada”) expôs a realidade por trás da empresa.
Uma jornalista se infiltrou em duas fábricas da Shein com uma câmera escondida e
relatou dias de trabalho de até 17 horas, com apenas um dia sem trabalho por mês.

16
7. QUESTÕES A SEREM DISCUTIDAS

I) Tendo em vista os principais problemas apresentados no presente guia, tais questões devem
ser discutidas pelos senhores delegados:
● Levando em consideração os diversos processos de colonização pelos quais os países
asiáticos foram submetidos, como o desenvolvimentos das ex-colônias ainda é afetado
e diferenciado do dos colonizadores?
● Como se dá a exploração das ex-colônias até os dias atuais pelos colonizadores?
● Qual a impotência e como deve ocorrer o processo de reparação histórica das
ex-colônias asiáticas?
● Como o desenvolvimento do sistema capitalista e das indústrias de fast fashion afetam
as relações de trabalho, situação econômica-social e o meio ambiente?

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8. DOSSIÊS

8.1. Bangladesh

O país é governado por um sistema republicano parlamentarista e seu atual presidente


é Mohammad Abdul Hamid, que pertence à Liga Popular de Bangladesh. Com a
independência da Índia Britânica, em 1947, foram fundadas duas nações: a Índia, de maioria
hindu, e o Paquistão (Paquistão Ocidental e Paquistão Oriental), de maioria muçulmana. Após
uma guerra civil, a parte oriental do Paquistão tornou-se independente, dando origem à
República Popular do Bangladesh, no ano de 1971.

Bangladesh é um membro das Nações Unidas e mantém uma política externa


moderada que coloca forte ênfase na diplomacia multilateral. Em 1974, o país se tornou
membro da Commonwealth e da ONU, sendo que foi eleito para dois mandatos no Conselho
de Segurança (1978-1979 e 2000-2001).

8.2. Camboja

O Camboja se tornou colônia da França em 1863, juntamente ao Reino de Laos, três


províncias vietnamitas (Tonquim, Annam e Cochinchina), e um protetorado cedido pela
China, chamado de Guangzhou Wan. Esse domínio francês foi chamado de “Indochina
Francesa”. Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, a região foi dominada pelo Japão, e
permaneceu assim até 1945. Em março de 1945, os japoneses derrubaram a administração
francesa ainda existente na região e o país foi declarado independente. Isso fez com que os
cambojanos tivessem certa autonomia política. Porém, no mesmo ano, a França restabeleceu
seu domínio, que seguiu até 1953, ano em que o Camboja se tornou independente.

Após esse marco, o país passou por um curto período de prosperidade, porém, no final
da década de 1960, o Camboja foi “arrastado” para a guerra do Vietnã. Em 1975, o Khmer
Vermelho, partido comunista do Camboja, derrubou o regime da época e implantaram um
governo de extrema violência. Estima-se que 1,5 milhão de pessoas tenham morrido durante o
governo imposto, seja por desnutrição, excesso de trabalho, execuções ou doenças
maltratadas. Respondendo aos ataques do Camboja, o Vietnã invadiu o país em 1979 e
estabeleceu um protetorado que durou 10 anos.

18
8.3. Catar

Em 1871, o Catar pertencia ao Império Otomano. Após perder batalhas na Primeira


Guerra Mundial, o Império deixou de dominar a área do Catar e a família Al Thani ganhou o
direito de governar o país, concedido pelo Império e pelo Reino Unido, que tinha crescente
influência na região do Golfo. Em 1916, o Catar passou a ser um protetorado britânico, e
assim permaneceu até 1971, quando o tratado com o Reino Unido foi desfeito e o Catar
tornou- se independente. 

Atualmente, o Catar é uma monarquia constitucional chefiada pelo emir Sheikh


Hamad bin Khalifa al Thani (a família Al Thani é a dinastia reinante frente ao governo do país
há quase 150 anos) e é considerado o país com maior PIB per capita do mundo. Estima-se que
tenha começado a enriquecer a partir dos anos 40, quando se iniciou a exploração do petróleo
e gás natural no país. 

  Por fim, o país sediou a Copa do Mundo em 2022, o que gerou inúmeras polêmicas,
tendo em vista que o país foi acusado de pagar à FIFA certa quantia de dinheiro para sediar o
evento e por utilizar de trabalho escravo na construção da estrutura para recebê-lo. 

8.4. China

A República Popular da China é o país mais populoso do mundo, é uma república


socialista unipartidária e possui uma economia de cunho liberal, sendo a segunda maior
economia do mundo, um dos principais exportadores mundiais e a nação em maior expansão
econômica no momento.

As relações exteriores da China são desenhadas sobre tradições que remontam a China
imperial da Dinastia Qing e das Guerras do Ópio, apesar da sociedade chinesa ter passado por
muitas revoltas radicais nos últimos séculos.

O objetivo da política externa chinesa é manter uma China forte, independente,


poderosa, unida e uma das grandes potências mundiais. A República Popular da China
mantém a completude da soberania, então o governo de Pequim não permite qualquer estado
com o qual tenha relações diplomáticas ter relações diplomáticas com Taiwan (República da
China), Governo do Tibete no exílio ou grupos do Movimento Independentista do Turquestão
Oriental (Xinjiang).

19
8.5. Coréia do Sul

Parte dos Tigres Asiáticos, a Coreia do Sul tem a quarta maior economia do continente
asiático e a décima terceira maior do mundo. O país passou por um rápido processo de
desenvolvimento econômico e industrial a partir da década de 1950, sendo atualmente
reconhecido pelas suas altas tecnologias. Ademais, ela está entre as nações mais
desenvolvidas do mundo, mantendo relações diplomáticas com quase todos os países.

No início do século XX, a península coreana foi colonizada e dominada pelo Japão,
sendo sua colônia por 35 anos, e, até hoje, o governo japonês recusa a reconhecer a
colonização de fato. A partir da anexação, a sociedade e os costumes coreanos
modificaram-se profundamente, a indústria e a economia integraram-se por completo no
sistema de produção japonesa e verificou-se um acelerado processo de expansão. O japonês
tornou-se a língua oficial e as tropas de ocupação sufocaram todas as tentativas de rebelião.

A reação nacionalista foi tímida e demorada, até que, em 1º de março de 1919,


centenas de milhares de coreanos manifestaram-se contra a dominação nipônica. As
autoridades japonesas responderam com violência. Cerca de 23.000 pessoas morreram ou
foram feridas e efetuaram-se quase cinquenta mil detenções.

8.6. Emirados Árabes

Os Emirados Árabes Unidos são um país composto por sete emirados ou principados:
Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Umm al-Quwain, Fujairah, Ajman e Ra's al-Khaimah. Todos
foram colônia da Grã-Bretanha, e tornaram-se independentes em 1971. Catar e Bahrein
ganharam independência na mesma data, e havia planos de que se juntassem aos outros sete, o
que acabou não ocorrendo.Em cada emirado há algumas tribos (uma tribo é um grupo
composto por várias famílias influentes e relacionadas), e cada tribo possui um líder, ou sheik.
A tribo dominante escolhe entre seus membros quem comandará o emirado, que geralmente é
o filho do emir anterior (aquele que comanda um emirado recebe o título de emir ou príncipe).
O emir de Abu Dhabi, a capital, é também presidente do país, e o emir de Dubai é o
primeiro-ministro. Cada emir tem poder absoluto.

As primeiras eleições do país foram realizadas em 2006. O povo elege metade do


Parlamento, porém os Emirados Árabes Unidos não possuem partidos políticos, assim, esses
membros são eleitos de forma avulsa.

20
Apesar do grande número de usuários de internet, todo o conteúdo de mídia disponível
é filtrado e mesmo publicações estrangeiras são censuradas. De seus quase dez milhões de
habitantes, oito milhões são trabalhadores estrangeiros, o que leva os Emirados Árabes
Unidos a terem uma parcela de população hindu e cristã, além da maioria muçulmana.

O país possui grandes reservas de petróleo e de gás natural, porém nos últimos anos
tem procurado diversificar sua economia para evitar a dependência dos combustíveis fósseis.
Além disso, vêm sendo um dos poucos lugares onde, pouco a pouco, o dinheiro do petróleo
está proporcionando melhores condições de vida à população, o que se prova pelo alto IDH,
de 0,91. A situação dos direitos humanos no país é delicada, uma vez que detenções
arbitrárias e execuções são recorrentes e há relatos de tratamento desumano com detentos,
supressão da liberdade de expressão e privação dos apátridas do direito à nacionalidade.

8.7. Espanha

Oficialmente Reino da Espanha, o país é conhecido como uma grande potência


imperialista na época das grandes navegações, tendo ocupado uma área atual de dezessete
países na América Latina durante os séculos XV a XIX. Controlava um enorme território
ultramarino no no arquipélago asiático das Filipinas. Durante esse tempo, foi responsável pela
exploração de populações indígenas e pelo tráfico e escravidão de africanos.

A Espanha faz parte da União Européia e é governada atualmente por Pedro Sánchez,
do Partido Socialista Operário Espanhol. Como na maioria dos países europeus, a xenofobia é
crescente no dia a dia de imigrantes, refugiados e até turistas. Movimentos de extrema-direita
anti-imigração vem surgindo cada vez mais fortes.

8.8. Estados Unidos

O Estados Unidos da América é uma república constitucional democrática, a maior


economia do mundo, o quarto maior país em extensão territorial e um dos principais
exportadores mundiais. Ele faz parte da Cooperação econômica da Ásia e do Pacífico que
busca estabelecer a livre troca de mercadorias entre todos os países do grupo.

No século passado, o país representou o lado capitalista da Guerra Fria contra a União
das Repúblicas Socialistas e Soviéticas. Ainda hoje, é também uma grande potência bélica e
foi responsável nos últimos vinte anos por patrocinar a Guerra do Afeganistão, a Guerra no

21
Iraque, a Guerra na Síria, a Guerra no Sudão, a Guerra na Líbia, a Guerra no Iêmen e a Guerra
na Palestina.

A potência vive em tensões com a China, economia que está em grande crescimento e
com a qual passa por uma guerra comercial. O Estado presidencialista é atualmente
governado por Joe Biden, do partido democrata. Os principais objetivos da ampla política
externa dos EUA é manter-se forte e poderosa, com grande foco na influência e exploração
sobre economias menores.

8.9. Filipinas

As Filipinas consistem num arquipélago composto por mais de sete mil ilhas, porém a
maior parte dos seus quase 114 milhões de habitantes se concentra em apenas onze delas.
Atualmente o presidente é Ferdinand Romualdez Marcos Junior, eleito em 2022 e filho do
ditador Ferdinand Marcos, que comandou as Filipinas por 21 anos (1965-1986).
O país foi colônia da Espanha entre 1542 e 1898, e mesmo com mais de três séculos
de dominação, os espanhóis não conseguiram conquistar as áreas muçulmanas ao sul. Em
1898, em detrimento da guerra hispano-americana, a Espanha cede o território aos Estados
Unidos, que passa a governar militarmente as Filipinas e forçosamente incorpora a região
muçulmana. Entre 1941 e 1944, o país é ocupado pelo Japão, e apenas consegue a
independência completa dos Estados Unidos em 1946. Graças a todo esse processo, filipino e
inglês são línguas oficiais e a maioria da população é católica, apesar da minoria muçulmana
no sul. Na região têm se formado grupos jihadistas que querem independência do restante das
Filipinas, sendo um dos mais violentos o Abu Sayyaf, que já praticou diversos atentados e
sequestros.
A delegação possui uma população jovem, urbanização e classe média crescentes, e a
pobreza diminuiu bastante e a economia do país cresceu consideravelmente entre 2000 e
2019. As Filipinas foram seriamente afetadas pela pandemia, porém a partir de 2021 a
economia começou a se recuperar. Atualmente possui IDH de 0,7, e continua no seu caminho
para se tornar um país de renda média alta.
Por fim. uma questão importante a ser considerada é que, graças à sua localização (ao
longo do Anel de Fogo do Pacífico), as Filipinas sofrem recorrentemente com desastres
naturais, como erupções vulcânicas, terremotos, furacões, tufões e ciclones, tendo sido o mais
catastrófico o tufão Haiyan, que ocorreu em 2013 e deixou quase dez mil mortos.

22
8.10. França

Um membro do G8, grupo líder dos principais países industrializados, o país é


classificado como a sétima maior economia do mundo. A França é uma grande potência com
forte influência econômica, política, cultural e militar ao redor do mundo, e era uma das
principais potências imperialistas colonizadoras desde o século XVI. Como um polo
importante para as relações internacionais, a França abriga o segundo maior conjunto de
missões diplomáticas em todo o mundo e a sede de diversas organizações internacionais.

A política externa francesa do pós-guerra tem sido amplamente moldada pela adesão à
União Europeia, da qual foi um dos membros fundadores. Desde 1960, a França desenvolveu
laços estreitos com a Alemanha reunificada para se tornar a força motriz mais influente da
União Europeia. O país ainda mantém forte influência política e econômica em suas antigas
colônias africanas e fornece ajuda econômica e tropas para missões de manutenção da paz na
Costa do Marfim e no Chade.

8.11. Índia

A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, ultrapassando a marca de 1,4


bilhão de habitantes. Hoje, o país se destaca na produção industrial de tecnologia de ponta, e é
considerado a sétima maior economia mundial. Ainda assim, os índices de pobreza são muito
altos, sendo que quase 70% da população vive em áreas precárias. O país ainda tem uma
estrutura social, econômica e religiosa baseada em castas, sendo as principais delas:
Brahmins, Kshatriyas, Vaisyas e Sudras.Os Brahmins estavam no topo da ordem hierárquica e
eram os professores e intelectuais. Os Kshatriyas, que vêm logo abaixo, são os guerreiros e
governantes, seguidos pelos Vaisyas, os mercadores e comerciantes. Por último vinham os
Sudras, que compõem a grande maioria da população e são o proletariado responsável pela
realização de todo trabalho braçal.

A Índia foi dominada pela Inglaterra em 1858 e só adquiriu sua independência quase
90 anos depois, em 1947. Esse período foi extremamente traumático para o país colonizado,
que sofreu com exploração econômica, pobreza, desnutrição e inserção de um sentimento de
inferioridade social e racial.

Um nome que ganhou destaque na luta pela independência indiana foi Mahatma
Gandhi (1869-1948), um líder pacifista que conduzia um projeto de não violência. Ele

23
realizava marchas e fomentava a desobediência civil, incentivando a população a não pagar
impostos ou consumir produtos ingleses, além de fazer greves de fome como protesto. Sua
figura conquistou admiradores por todo o mundo.

Com a independência, o território indiano foi dividido em duas nações, baseando-se


em um critério religioso. A Índia estava marcada há séculos pela divisão religiosa entre
hindus e mulçamos e, com a separação, as áreas habitadas majoritariamente por hindus foram
atribuídas à Índia enquanto aquelas habitadas por mulçumanos deram origem ao Paquistão.

8.12. Indonésia

O país no sudeste asiático tem sido uma região de grande importância econômica ao
longo dos anos, sendo influenciada por diversas potências estrangeiras atraídas por seus
vastos recursos naturais. Comerciantes árabes muçulmanos trouxeram o islamismo, agora a
religião dominante no país. As potências europeias trouxeram o cristianismo e, além disso,
lutaram entre si para monopolizar o comércio de especiarias nas ilhas Molucas durante a Era
dos Descobrimentos. Depois de três séculos e meio de colonialismo holandês, a Indonésia
conquistou sua independência após a Segunda Guerra Mundial. A história do país desde então
tem sido turbulenta, com desafios colocados por catástrofes naturais, corrupção política,
movimentos separatistas, processo de democratização e períodos de rápidas mudanças
econômicas.

As relações exteriores da Indonésia têm sido baseadas em cooperação econômica e


política com o ocidente. O país mantém relações estreitas com seus vizinhos na Ásia e é um
dos membros fundadores da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e da
Cúpula do Leste Asiático. A nação restaurou as relações diplomáticas com a China em 1990,
após um congelamento em vigor desde os expurgos anticomunistas do início da era Suharto.

8.13. Inglaterra

O tamanho do império inglês variou muito ao longo dos anos, mas em seu ápice, em
1922, cobria cerca de um quarto da superfície terrestre e governava mais de 458 milhões de
pessoas, sendo o maior império da história mundial. Muitos dos países colonizados pela
Inglaterra fazem parte do continente asiático. Esses territórios incluem o que é agora Omã,
Iêmen , Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Iraque , Jordânia, Palestina, Myanmar (Birmânia),
Sri Lanka (Ceilão), Maldivas , Cingapura , Malásia (Malásia), Brunei , Sarawak e North
24
Borneo (agora parte da Indonésia ), Papua Nova Guiné, e Hong Kong. A presença mais
marcante dos ingleses no entanto foi na Índia, que era conhecida como “a jóia mais cara da
coroa”.

Atualmente, 14 países ainda têm o monarca inglês como chefe de estado. São eles:
Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Antígua e Barbuda, Bahamas, Belize, São Vicente e
Granadinas, Granada, Jamaica, Papua Nova Guiné, São Cristóvão e Neves, Santa Lúcia, Ilhas
Salomão e Tuvalu.

Muitos críticos afirmam que a Inglaterra não tomou responsabilidade no processo de


descolonização dos países previamente dominados pelo império britânico, e criticam o legado
deixado pela Rainha Elizabeth II.

8.14. Irã

O Irã nunca foi propriamente colonizado pelas potências europeias. O mais próximo
da colonização foi quando, em 1907, Grã-Bretanha e Rússia fizeram a Entente Anglo-Russa,
em que dividiram o Irã (na época, Pérsia), em duas esferas de influência.

Alguns anos depois, em 1921, Reza Pahlavi, primeiro-ministro, tomou o poder e foi
coroado em 1926 como Reza Xá Pahlavi, criando no país uma monarquia pró-ocidente. Em
1979, graças principalmente a uma série de problemas econômicos e políticos graves que o
país enfrentava, ocorreu a Revolução Iraniana, na qual Reza Pahlavi foi deposto e o aiatolá
Ruhollah Khomeini assumiu em seu lugar. Ele declarou o Irã uma República Islâmica,
baseada na teocracia, e restringiu uma série de direitos dos quais antes a população
desfrutava, fazendo um governo muito conservador, nos moldes islâmicos. A Revolução
Iraniana criou um forte sentimento antiocidente no Irã, o que levou o país a romper laços
diplomáticos com uma série de países ocidentais e a sofrer sanções econômicas. A Revolução
Iraniana acabou se transformando na Revolução Islâmica, e gerou a guerra Irã-Iraque, que se
estendeu de 1980 a 1988.

Desde 1989, o Irã é governado pelo aiatolá Ali Khamenei, que sucedeu o aiatolá
Khomeini após sua morte. O cargo que o aiatolá ocupa é o de “líder supremo”, que é vitalício.
O líder supremo é chefe de Estado e a máxima autoridade política e religiosa do país. As
autoridades costumam filtrar ou bloquear o que consideram problemáticos, e segundo os
Repórteres Sem Fronteiras, no Irã jornalistas são "constantemente expostos a intimidação,

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prisão arbitrária e longas sentenças de prisão impostas por tribunais revolucionários ao final
de julgamentos injustos". Os principais canais de televisão pertencem a empresas de mídia
estatais. Em janeiro de 2021, 70% da população era usuária da internet.

A maioria da população, composta por quase 88 milhões de habitantes, é muçulmana


xiita. Os direitos humanos são violados com frequência no país, e a Anistia Internacional
denuncia que são impostas punições judiciais como açoites, amputações e execuções após
julgamentos injustos e que mulheres, pessoas LGBT, e minorias étnicas e religiosas sofrem
discriminação e violência. Vale destacar que a região oeste do país é habitada pelos curdos,
grupo étnico ao qual pertencia Mahsa Amini, que foi presa e morta em setembro de 2022 por
“violar o código de vestimenta feminino”. O ocorrido gerou uma série de protestos pelo país.

8.15. Japão

Nos dias atuais, o Japão encontra-se como a terceira maior economia do mundo, atrás
somente dos Estados Unidos e da China, sendo classificado como um país desenvolvido. É
reconhecido como uma grande potência imperialista, identificando suas ações expansionistas
entre os séculos XIX e XX na época da Era Meiji, era caracterizada pelo grande
desenvolvimento econômico e industrial com a abertura das portas do país japonês ao mundo
exterior. O Japão sofreu grande influência de países ocidentais, entrando em contato pela
primeira vez com armas de fogo, entre outros. Com isso, o Japão teve uma política
imperialista e colonizadora intensiva ao redor da Ásia, ocupando diversos países, como a
Coreia do Sul.

O país é reconhecido pela sua alta tecnologia e desenvolvimento. A indústria japonesa


é altamente tecnológica, sendo um grande exportador de produtos eletroeletrônicos e veículos
em sua maioria.

8.16. Mongólia

A Mongólia tem como característica marcante a presença de povos nômades, com


registros que datam do século IV a.C. No século XIII d.C.. As tribos antes independentes se
uniram e formaram um império que viria a ser um dos maiores da história, o Império Mongol,
liderado por Gengis Khan. Ele conquistou grande parte da Ásia e parte da Europa. O poder do
império diminuiu rapidamente no século XIV, especialmente depois da derrubada da dinastia
Mongol na China.
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Além disso, a nação passou a ser controlada pela dinastia Qing, da China, governada
pelos Manchus e só conquistou sua independência em 1911. Alguns anos mais tarde, em
1924, o país se tornou uma república popular de regime socialista, alinhada à União Soviética,
e permaneceu assim até 1990.

Atualmente, a Mongólia é uma República Semipresidencialista. O país conta com


mais de 3 milhões de habitantes, sendo que grande parte deles vive na capital, Ulan Bator, ou
preservam a tradição do nomadismo.

8.17. OIT

A Organização Internacional do Trabalho é uma agência multilateral da Organização


das Nações Unidas, especializada nas questões do trabalho, especialmente no que se refere ao
cumprimento das normas internacionais. Fundada em 1919 para promover a justiça social, a
OIT é a única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual representantes
de governos, de organizações de empregadores e de trabalhadores de 187 Estados-membros
participam em situação de igualdade das diversas instâncias da Organização. Seu objetivo é a
conquista de condições de trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade,
segurança e dignidade.

Atualmente, a OIT possui quatro objetivos estratégicos, são esses: definir e promover
normas e princípios e direitos fundamentais no trabalho; criar maiores oportunidades de
emprego e renda decentes para mulheres e homens; melhorar a cobertura e a eficácia da
proteção social para todos e fortalecer o tripartismo e o diálogo social.

8.18. Paquistão

O território onde hoje é localizado o Paquistão foi berço de uma das civilizações mais
antigas do mundo, a civilização do Vale do Indo. Ao longo do tempo, a região foi alvo de
invasões de gregos, persas e turcos. Em meados do século XVII, o território do Paquistão
passou a estar sob domínio inglês e a fazer parte do Raj Britânico, que consiste nos territórios
do Paquistão, Índia, Bangladehs e Mianmar. No contexto do final da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), a Inglaterra se encontrava enfraquecida e concentrava seus esforços
para reparar danos internos. Isso permitiu que movimentos de independência atingissem seu
ápice na Ásia. O Paquistão se tornou independente em 1947 e a região do Raj Britânico foi
dividida. Após essa conquista, ainda passou por três conflitos com a Índia pela disputa da
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região de Caxemira. Além desses conflitos, em 1971, o Paquistão Oriental, com ajuda da
Índia, se declarou independente em relação ao Paquistão Ocidental, dando origem a
Bangladesh.

Atualmente, destaca-se a presença do Talibã no país, grupo responsável por inúmeros


ataques violentos e conflitos. O mais conhecido deles foi um atentado contra a jovem de 15
anos Malala Yousafzai, que foi baleada saindo da escola. Dois anos depois, tornou- se a
pessoa mais jovem a ganhar um Prêmio Nobel da Paz, premiada como reconhecimento da sua
luta pelo direito à educação para meninas e mulheres do Paquistão.

8.19. Portugal

Dos atuais países asiáticos, apenas o Timor Leste foi colonizado por Portugal, porém
algumas regiões menores, como Macau, na China, e Goa, na Índia passaram pelo mesmo
processo. Entre 1926 e 1974, houve no país uma ditadura de extrema direita, e a atual
constituição do país data de 1976. O atual presidente é Marcelo Rebelo de Souza, do Partido
português Independente.

A nação ibérica possui alto IDH e pouco mais de dez milhões de habitantes, a maioria
católicos. O racismo sistêmico contra afrodescendentes e a xenofobia constante são um
grande problema em Portugal. São frequentes abusos de autoridade e violência policial, e
muitos portugueses se dizem orgulhosos do passado colonial da nação. A Anistia
Internacional ressaltou que, em 2021, além do racismo, há grande violência contra mulheres
no país.

8.20. Rússia

A Federação Russa é o maior país em extensão do mundo e possui população de


maioria branca. O Estado é mundialmente conhecida por ter uma legislação e posicionamento
intolerantes em relação a minorias sociais, sendo muito comum casos de racismo,
discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata.

A Rússia exerce um papel especialmente relevante nos grandes tópicos da política


mundial, com vigorosa confiança da população nas formulações da política externa do
presidente Putin, que está a cerca de 20 anos no poder, variando entre o cargo de presidente e
primeiro-ministro. Atualmente, o país está a mais de um ano em guerra contra a Ucrânia,

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ex-integrante da União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas. O país possui política externa
de conquista de territórios desde a antiguidade e já foi responsável pela invasão e ocupação de
diversos territórios asiáticos durante a história.

Mesmo tendo grande parte de seu território localizado na Ásia e, por isso, muitas
pessoas com traços orientais, o preconceito contra amarelos é grande. Essa parte da população
se concentra muitas vezes em empregos braçais e em condições sociais piores. Além disso, a
mídia tende muito à ocidentalização e padroniza pessoas brancas na televisão, sem
representação.

8.21. Tailândia

A Tailândia é uma monarquia constitucional com um governo democrático. Apesar de


a dinastia Chakri governar o país desde 1782 e ter sido muito poderosa no passado, há mais de
noventa anos o absolutismo teve seu fim no país. A principal religião é o budismo, que tem
grande influência na cultura.

O IDH tailandês é de 0,8, igual ao da Malásia e o terceiro maior do Sudeste Asiático,


atrás apenas de Cingapura (0,94) e Brunei (0,83). Entre 1960 e 1966, a economia cresceu
7,5% ao ano e nos últimos quarenta anos, foi de um país de baixa renda a um país de renda
média alta. Apesar disso, esse crescimento parece agora ter estagnado.

Menos de um terço da população é empregada no setor primário. Em 2020, estiveram


entre os principais produtos de exportação deste setor o arroz, o ouro e os frutos do mar. Vale
destacar que a Tailândia é o quarto maior exportador mundial de frutos do mar, e que na
indústria pesqueira do país é comum o trabalho escravo, principalmente de estrangeiros.

8.22. UNICEF

Criado em 1946, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), foi
mandatado pela Assembleia Geral da ONU para proteger os direitos das crianças e
adolescentes, ajudar a entender suas necessidades básicas e desenvolver oportunidades para
que alcancem todo seu potencial. Trabalham com 190 países e territórios para tornar esse
objetivo uma realidade, concentrando esforços para alcançar crianças em maior
vulnerabilidade.

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A temática deste comitê é de grande importância para o UNICEF, especialmente
relacionado às questões trabalhistas na Ásia. A organização estima que 12% das crianças de 5
a 14 anos no sul do continente estão envolvidas em trabalho infantil, o que equivale a mais de
41 milhões de crianças. Portanto, é de extrema importância que o UNICEF se posicione de
forma a garantir a proteção da infância a todas crianças.

8.23. Uzbequistão

A República do Uzbequistão fez parte do Império Persa a partir do século IV a.C.,


teve parte conquistada por Alexandre o Grande, dominada pelo Império turcomano e, no
século XIX, conquistada pelos russos.

O Uzbequistão só conseguiu libertar-se desta colonização no dia 27 de Outubro de


1924. Um ano mais tarde, integrou-se na União das Repúblicas Socialistas e Soviéticas.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Uzbequistão recebeu e apoiou milhares de famílias e
órfãos de guerra que fugiam do Holocausto. Em agosto de 1991 o país atingiu o estado de
nação independente, momento em que se instalou imensa tensão racial e que levou à
necessidade de cerca de dois milhões de russos regressarem ao seu país de origem. O atual
presidente é Shavkat Mirziyoyev, do partido liberal democrático. A economia do país se
baseia principalmente na exportação de commodities.

8.24. Vietnã

Por cinco anos, durante a Segunda Guerra Mundial, a Indochina (região composta por
Laos, Camboja e Vietnã) foi uma possessão japonesa comandada pelos franceses, que
colonizaram a região há décadas. Eles apenas conseguiram continuar a comandar a Indochina
por este período graças a acordos feitos com o Japão. Quando da rendição japonesa em agosto
de 1945, a Liga pela Independência do Vietnã (conhecida como Viet Minh. Ho, que era
liderada pelo Partido Comunista) ordenou uma revolta, tomou o poder em Hanói (a capital) e
proclamou a República Democrática do Vietnã.

A França, com a ajuda das forças britânicas, conseguiu retomar o controle da


Cochinchina (região sul do Vietnã). Assim, no início de 1946 havia um Vietnã comunista ao
norte e um não comunista ao sul. As duas partes queriam o controle completo do país, e, com
isso, no fim de 1946 começa a Primeira Guerra da Indochina, que se estendeu até 1954. O
país continuou dividido, porém o Vietnã do Sul ganhou a independência da França. Entre
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1959 e 1975 acontece a Segunda Guerra da Indochina, também conhecida como Guerra do
Vietnã. Em ambas, graças à Guerra Fria, China e URSS apoiaram a República Democrática
do Vietnã (Vietnã do Norte) e o Vietnã do Sul contou com o apoio estadunidense. O Vietnã do
Norte venceu esta segunda guerra, e foi proclamada a República Socialista do Vietnã. Vale
ressaltar que, durante a Guerra do Vietnã, os Estados Unidos utilizaram o “agente laranja”,
que eram toxinas poderosas com as quais era bombardeado o território vietnamita. Grande
parte da vegetação natural foi dizimada, e corpos d’água e o solo foram contaminados.

O país estava completamente destruído pelos conflitos. Apenas alguns anos depois, se
envolveu numa guerra com o Camboja e sofreu embargos econômicos de uma série de países
ocidentais, restando-lhe apenas o apoio da URSS. Contudo, mesmo nesta conjuntura, uma
série de reformas econômicas foram responsáveis por uma certa inserção do país na economia
de mercado e possibilitaram uma melhora do cenário. As relações com outros países foram
restabelecidas e o Vietnã passou de um dos países mais pobres do mundo para uma economia
de renda média em uma geração.

Atualmente, o país possui IDH de 0,7 e população superior a cem milhões de


habitantes, com maioria budista. Possui um histórico de desrespeito aos direitos humanos e a
censura política é comum. Há um único partido, o Partido Comunista, e, apesar das reformas,
o Vietnã ainda mantém consideráveis características socialistas. Em 17 de janeiro de 2023, o
então presidente, Nguyen Xuan Phuc, renunciou ao cargo em meio a uma campanha
anticorrupção promovida pelo Partido. A corrupção é um problema recorrente no país.

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