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LABORATÓRIO
2ª EDIÇÃO
(Revisada e ampliada)
1. INTRODUÇÃO
A componente laboratorial da disciplina Laboratório de Química da Água é de
caráter exclusivamente experimental, enquadrando-se no respectivo programa e
inserindo-se no início da sequência natural de disciplinas laboratoriais do currículo da
Engenharia Civil. Sendo a única disciplina laboratorial exclusivamente dedicada à área
da Química nesta Engenharia, houve a intenção clara de aperfeiçoar o seu programa de
modo a rentabilizar, o melhor possível, a formação dos estudantes neste domínio da sua
preparação académica. Neste contexto, considerou-se à partida que os estudantes não
tenham os conhecimentos suficientes no que se refere aos hábitos de trabalho num
laboratório, às técnicas e operações unitárias básicas, às regras de segurança, ao
tratamento de dados e apresentação de resultados, bem como ao equipamento e
instrumentação correntes a utilizar. A este propósito, é ainda importante chamar a atenção
para as vantagens e características específicas do trabalho em equipe, cuja filosofia num
futuro Engenheiro Civil deverá começar a conscientizar-lhe tão cedo quanto possível.
Assim, este Guia de Laboratório foi elaborado no sentido de se estabelecer um
esquema de trabalho para as aulas práticas. O seu objetivo consiste em auxiliar e
possibilitar ao aluno uma situação de maior aproveitamento.
O trabalho que se realiza em um curso prático de Química requer, além de grande
dedicação e interesse, muito cuidado e atenção. Para melhor aprendizagem, torna-se
necessário o aproveitamento substancial do tempo. O volume de informações é enorme e
a quantidade de conceitos necessários é muito grande. Deve-se procurar fixar muito bem
todos os conceitos básicos, tornando-os cada vez mais solidificados e vivos na memória;
isto possibilitará mais segurança e uma maior capacidade de raciocínio. Com certeza,
quando o aluno consegue entender e assimilar claramente os problemas relacionados com
um experimento, se sentirá mais firme, hábil e com maior determinação ao procurar o
entendimento para os próximos.
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CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL
LABORATÓRIO DE SANEAMENTO
2. CRONOGRAMA DO CURSO
Conteúdo Aula
Apresentação da Disciplina e Normas de 1
elaboração de Relatórios
Normas de Segurança e equipamentos 2
usados no Laboratório
Determinação de densidade de Sólidos 3
Determinação de densidade de líquidos 4
Métodos de preparo de soluções 5
Padronização das Soluções 6
Estudo das velocidades das reações 7
1ª Avaliação - Prova escrita 8
Introdução ao estudo das águas. 9
Avaliação Prática
Procedimentos de Coleta de Amostras de 10
Água
Determinação da dureza das águas 11
Determinação do Oxigênio Dissolvido - 12
OD
Demanda Química de Oxigênio - DQO 13
2ª Avaliação - Prova escrita 14
Prova de Reposição - Avaliação escrita 15
Prova Final - Avaliação escrita 16
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3. MÉTODO DE AVALIAÇÃO
através das chamadas “publicações científicas”, onde os autores dão a conhecer ao resto
do mundo resultados originais e conceitos novos.
Quando se efetua um trabalho, como os que irá fazer nesta e noutras disciplinas
de caráter experimental, também se obtêm resultados, de que se deve dar conta através de
um relatório. É claro que neste caso os resultados não são novos nem originais e a sua
divulgação não tem de ser feita à comunidade científica internacional, mas apenas aos
responsáveis pela avaliação do trabalho. Contudo, os princípios que regem a elaboração
de um bom relatório são os mesmos em que assenta a redação de um artigo científico.
Dessa forma, será apresentado em seguida apenas alguns tópicos respeitantes à
estrutura e ao conteúdo de um relatório típico de um trabalho de Laboratório de Química
de Água.
O relatório pode ser elaborado de acordo com o esquema em anexo (note que o
que a seguir se apresenta é uma proposta, uma sugestão, e não um modelo rígido a ser
incondicionalmente adotado e seguido).
− Intoxicações;
− Queimaduras térmicas;
− Queimaduras químicas;
− Choque elétricos;
− Incêndios;
− Explosões;
− Contaminações com agentes biológicos;
− Interações com radiações.
Entretanto, os acidentes podem, se tomadas as devidas precauções, serem
evitados, ou ao menos terem suas consequências minimizadas.
A seguir estão relacionadas algumas regras de segurança que você deverá colocar
em prática para sua segurança e de seus colegas:
• Use os óculos protetores de olhos, quando necessário;
• Use sempre jalecos, de algodão com mangas compridas;
• Não fumar, não comer ou beber no laboratório;
• Evite trabalhar sozinho, e fora das horas de trabalho convencionais;
• Não jogar material insolúvel nas pias (sílica, carvão ativo, etc). Use um frasco de
resíduo apropriado;
• Não jogue resíduos de solventes nas pias. Resíduos de reações devem ser antes
inativados, depois armazenados em frascos adequados;
• Não entre em locais de acidentes sem uma máscara contra gases;
• Realize os trabalhos dentro de capelas ou locais bem ventilados, principalmente
quando as substâncias manipuladas forem voláteis;
• Em caso de acidente (por contato ou ingestão de produtos químicos) procure o médico
indicando o produto utilizado;
• Se atingir os olhos, abrir bem as pálpebras e lavar com bastante água. Atingindo outras
partes do corpo, retirar a roupa impregnada e lavar a pele com bastante água;
• Não trabalhar com material imperfeito, principalmente o de vidro que contenha pontas
ou arestas cortantes;
• Fechar com cuidado as torneiras de gás, evitando o seu escapamento;
• Não deixar vidro quente em lugares onde possam pegá-los indevidamente;
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Vidraria
• Transparência perfeita, o que facilita a observação através das paredes dos recipientes;
• Boa resistência química, sendo apenas corroído por ácido fluorídrico e bases
concentradas;
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TUBOS DE BÉQUER
ENSAIO
Utilizado para dissolver,
Usados para misturar, aquecer, verter
efetuar reações líquidos, realizar
em pequena reações, etc. Não deve
escala, como ser usado para medir
testes de reação. volumes, pois sua
medida é imprecisa.
TERMÔMETRO PLACA DE
PETRI
Destinados
exclusivamente para Mais utilizado para
medir temperaturas fins biológicos. No
(escalas de -10 a 300 laboratório químico
°C) e não para agitar é também usada
misturas, etc. para observação de
algum fenômeno.
ERLENMEYER
KITASSATO
Sua forma peculiar
facilita a agitaçãodo Utilizado no processo de
conteúdo. Utilizado em filtração a vácuo e em
dissoluções, reações de obtenção de
aquecimentos e gases.
titulações.
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PIPETA
VOLUMÉTRICA
BURETA
Destinadas
exclusivamente à Com escala graduada rigorosa
medição de volumes de e torneira de precisão, é
líquidos (maior utilizada para titulação de
precisão que as soluções e, também, para
provetas). Medição de escoar volumes variáveis.
apenas um volume
indicado pelo menisco.
PICNÔMETRO
DENSÍMETRO
Material com tampa
esmerilhada e que possui Usado para a medição
grande precisão usado da densidade de
para determiar a líquidos. Não deve ser
densidade de líquidos. usado para agitar
misturas.
Materiais Plásticos
Alguns utensílios de laboratório podem ser feitos de materiais plásticos como, por
exemplo, polietileno ou polipropileno, os quais possuem características positivas e negativas.
Desse modo, os materiais plásticos apresentam vantagens, tais como:
PISSETA
FUNIL DE BUCHNER PIPETA DE PASTEUR
Armazena
pequenas Usado em Utilizada
quantidade de filtração a para
água destilada, vácuo e
álcool e outros deve ser
solventes. Muito acoplado a
usado para um frasco
completar balões de
e efetuar lavagem de kitassato por meio de uma transferência de pequenos
recipientes. borracha de vedação. volumes sem a necessidade
de precisão.
Materiais Refratários
São materiais que resistem temperaturas elevadas (acima de 400 ºC). O material
refratário mais utilizado no laboratório químico é a porcelana (além de outros materiais
cerâmicos). O material cerâmico é frágil.
De modo geral, os metais comuns são facilmente corroídos por diversos agentes
químicos, principalmente pelos ácidos. Portanto, deve-se evitar o contato dos objetos
metálicos com ácidos e outros agentes oxidantes corrosivos.
PIPETADOR DE
TRÊS VIAS PIPETADOR MANUAL
(PÊRA)
Também utilizado para
Para pipetar soluções pipetar soluções, porém, com
(suga e libera o modo de uso diferente ao
líquido). pipetador de três vias.
BANHO-MARIA ELÉTRICO
ESTUFA
ELÉTRICA Para aquecimento até 100 °C (temperaturas
acima do ponto de ebulição da água não são
Para secagem de apropriadas devido ao risco de queimaduras).
materiais
(reagentes e
vidrarias) até 150
°C.
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AGITADOR
PINÇA DE VIBRATÓRIO
MADEIRA
Utilizado na agitação
Para manusear e homogeneização de
objetos quentes misturas de forma
ou que serão rápida, por meio da
aquecidos. vibração.
19
ANEXO 01
19
20
(Título do Relatório)
20
Experimento (número): Título do experimento
Unidade Acadêmica de Engenharia Civil, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, Universidade Federal
de Campina Grande, Bodocongó, 58109-970, Campina Grande-PB
Resumo: O resumo destina-se a dar uma ideia rápida, mas suficientemente informativa,
do trabalho, de forma que deve chamar a atenção e despertar o interesse para este ser lido.
Deve ser conciso e referir o que se fez, como se fez e que resultados principais se
obtiveram. Não cometa o erro (muito comum) de confundir o resumo com o objetivo do
trabalho. Deve conter no máximo 100 palavras em um parágrafo único e não deve conter
figuras ou tabelas.
A) O que é? (deve-se dar uma explicação sucinta de uma ou duas linhas sobre o
assunto principal)
B) O que será feito?
• O que vai ser determinado? (dizer apenas a principal coisa que será determinada)
• O método para determinação? (citar apenas o nome do método, sem explicações)
C) Quais os resultados?
• O valor principal que foi encontrado
• A discussão principal que foi levantada
Palavras Chave: São palavras que podem ser usadas nos mecanismos de busca para seu
trabalho. Assim, é interessante que seja entre três e quatro palavras que devem ser
diferentes das palavras do título. Ex.: Densidade; massa; volume; líquidos.
1. INTRODUÇÃO
21
utilizadas no decorrer do relatório, fazendo apenas a referência destas, sem ser necessário,
portanto repeti-las.
1.1 OBJETIVOS
2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Colocar em tópicos cada material, bem como as suas especificações como marca,
precisão, capacidade, etc.
2.2 PROCEDIMENTOS
Neste parágrafo deverá dar conta de tudo o que se relacionou diretamente com a
execução prática do trabalho. Assim, deve ser explicado com detalhes do que foi feito no
experimento. Ou seja, a aula, e demais situação aleatórias não devem ser descritas neste
tópico. Desse modo, pense sempre que você está explicando este experimento para um
amigo, logo, seja claro, simples e detalhado (mas sem exageros).
Esta apostila oferece uma base muito boa de descrição dos procedimentos, assim,
vocês podem tomar como base a mesma. Entretanto, se qualquer instrumento, reagente,
22
quantidade ou procedimento foi modificado pelo professor em sala de aula, vocês também
devem adaptar isto ao relatório.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4. CONCLUSÃO
A conclusão é umas das menores parte do relatório, porém é a que tem uma das
maiores porcentagens de erro. Neste tópico, é necessário apenas dizer os resultados
principais encontrados, o erro relativo, e a principal discussão levantada. Por exemplo:
23
“Após a determinação da densidade do álcool, obteve-se que esta possui um valor
x, tendo assim, um erro relativo de y. Este erro é consideravelmente baixo, mas ocorreu
por conta de fatores como (...).
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
*As referências deverão seguir as normas da ABNT, a seguir tem-se alguns exemplos:
BRADY, James E.; HUMISTON, Gerard E. Química Geral. 2ª Ed. Livros Técnicos e
Científicos S.A. Rio de Janeiro – RJ, 2002. Vol. 2.
NORMAS DE FORMATAÇÃO:
24
• As figuras, gráficos, tabelas e fórmulas devem ser apresentadas da seguinte forma:
Figura 1 - Balança semi-analítica analógica.
• (Fonte: Própria)
Grupo 01 1,8 mL
Grupo 02 2,1 mL
Grupo 03 1,9 mL
𝑁𝑇 .𝑉𝑇 .8000
[1] 𝑂𝐷 = 𝑉𝑎
Onde,
25
Gráfico 1 – Função que relaciona a concentração e a densidade das soluções de
diferentes concentrações de NaCl.
(Fonte: Elaborada pelos autores)
26
PARTE I
27
EXPERIMENTOS 01 E 02: DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE SÓLIDOS
E LÍQUIDOS
1. Resumo
2. Introdução
3. Definições e Conceitos
A densidade absoluta (ρ) de uma substância é definida [2] como a relação entre a sua
massa e o seu volume:
ρ = m/v
A densidade absoluta é também uma propriedade específica, isto é, cada substância pura
tem uma densidade própria, que a identifica e a diferencia das outras substâncias. A
densidade relativa
d = ρ/ ρ0
28
de um material é a relação entre a sua densidade absoluta e a densidade absoluta de uma
substância estabelecida como padrão. No cálculo da densidade relativa de sólidos e
líquidos, o padrão usualmente escolhido é a densidade absoluta da água, que é igual a
1,000 kg dm-3 (equivalente a 1,000 g cm-3) a 4°C, dado por
ρ0 = ρ (H2O , 4ºC)
A densidade é uma propriedade física importante e pode ser utilizada para distinguir um
material puro de um impuro (ou de ligas desse metal), pois a densidade dos materiais que
não são puros (misturas) é uma função da sua composição. Ela também pode ser utilizada
na identificação e no controle de qualidade de um determinado produto industrial, bem
como ser relacionada com a concentração de soluções. A densidade de um sólido pode
ser determinada pesando-o cuidadosamente e em seguida determinando seu volume. Se
o sólido apresentar uma forma irregular (o que torna impossível medir suas dimensões),
o volume poderá ser determinado utilizando um método de deslocamento. Basicamente,
determina-se a massa de uma amostra do sólido e então transfere-se quantitativamente
essa massa para um instrumento volumétrico graduado apropriado (ex: proveta ou
bureta), parcialmente cheio com água (ou em algum líquido no qual o sólido não flutue).
O sólido deslocará um volume de líquido igual ao seu volume. Assim, ao anotar a posição
do menisco antes e depois da adição do sólido, o volume poderá ser deduzido.
A densidade dos líquidos pode ser determinada analogamente à densidade dos sólidos,
medindo-se a sua massa e determinando-se o seu volume. Entretanto, no caso dos
líquidos, uma alteração relativamente pequena na temperatura pode afetar
consideravelmente o valor da densidade, enquanto que a alteração de pressão tem que ser
relativamente alta para que o valor da densidade seja afetado. A densidade apresenta
variações periódicas com o número atômico, mas essas variações não são regulares, já
que a relação entre as propriedades físicas e a configuração eletrônica não é direta. Pense
nisso! (Descreva em seu relatório, de uma forma breve, que conclusões podem ser
retiradas desta afirmação).
4. Reagentes e Materiais
• Balança analítica;
• Uma proveta de 10,0mL;
• Um picnômetro de 25,0mL;
• Um béquer de 50,0mL e dois béqueres de 250,0mL;
• Uma Pisseta;
• Água destilada;
• Bico de Bunsen;
• Tripé;
• Tela de amianto;
29
• Caixa de fósforos (ou similar);
• Metais. O tamanho das amostras devem apresentar dimensões compatíveis com
as dimensões das vidrarias utilizadas (proveta e picnômetro);
• Álcool comercial;
• Termômetro;
• Tiras de papel higiênico;
• Pinça.
5. Procedimento Experimental
Neste experimento você trabalhará com diferentes metais os quais apresentarão diferentes
formas. O objetivo é que você determine a densidade de cada amostra (utilizando proveta
e picnômetro) e que posteriormente se faça uma comparação entre os resultados obtidos
e uma tabela de densidades conhecidas. Pense nisso! (Descreva em seu relatório outros
métodos para se determinar a densidade de sólidos).
a) Utilizando a proveta
Pese o metal disponível e anote sua massa. Com o auxílio de uma pisseta, coloque água
destilada na proveta até aproximadamente a metade de sua capacidade total. Ajuste o
menisco e anote o volume. Introduza o(s) metal(s) na proveta (sugestão: incline a proveta
num ângulo de aproximadamente 30º ao introduzir a amostra, para evitar o impacto entre
a amostra e o fundo da proveta e para impedir que parte da água destilada espirre para
fora). Anote o novo volume. (sugestão: anote o novo volume após bater levemente na
lateral da proveta algumas vezes para eliminar bolhas de ar que eventualmente tenham
ficado retidas na superfície da amostra). Meça a diferença entre o volume inicial e o
volume final, esta medida fornecerá o volume da amostra.
30
Tabela 2: Densidade absoluta da água a diferentes temperaturas:
Massa (g)
Densidade (g/mL)
Além de ser amplamente utilizado como combustível, o álcool também está presente na
indústria farmacêutica, de cosméticos, de higiene e limpeza e como solvente na indústria
de tintas e vernizes. O poder bactericida desse composto, associado ao seu poder
solubilizante, à sua alta taxa de evaporação e ao seu baixo custo, fazem do álcool etílico
um dos produtos de higiene e limpeza mais procurados pelo mercado consumidor final.
Além disso, o álcool etílico é encontrado na composição de bebidas alcoólicas, obtidas
pela fermentação de açúcares.
b) Procedimento
• Determine a massa do picnômetro vazio;
• Lave três vezes o picnômetro com um pequeno volume do líquido cuja densidade
será determinada (álcool comercial) para remover os resíduos de água do seu
interior. Descarte estas alíquotas num local apropriado;
• Adicione o álcool (sugestão: ao encher o frasco com álcool, tome cuidado para
não haver a formação de bolhas, pois isto acarretaria erros nos resultados) e
31
coloque a tampa de maneira que o excesso de líquido escorra pelo capilar. Com
um pano ou papel poroso, enxugue o líquido presente na parte externa do
picnômetro.
• Pese o picnômetro (contendo o líquido) e anote sua massa. Repita a pesagem mais
duas vezes retirando o picnômetro da balança a cada pesagem. Utilize um pedaço
de papel para carregar o picnômetro.
• Meça a temperatura do líquido.
• Complete a Tabela 4. A diferença entre essa massa e a massa do picnômetro vazio
permitirá determinar a massa do álcool. Como o volume do álcool corresponde ao
volume do picnômetro determinado durante a calibração, a densidade do álcool
poderá ser facilmente determinada.
32
Tabela 5: Valores de densidade com seus respectivos erros relativos:
Densidade
tabelada (g/mL)
Densidade
medida (g/mL)
33
EXPERIMENTOS 03 E 04: PREPARO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÕES
1. Introdução
Substâncias que não são padrão primário fornecem soluções que necessitam ter sua
concentração determinada, sendo que um dos procedimentos usados para esta
determinação é denominado Titulação, que envolve a reação química de uma amostra de
solução (problema) com concentração desconhecida com uma solução de concentração
conhecida, denominada de solução padrão. As reações podem ser do tipo ácido-base,
precipitação ou oxirredução. O ponto no qual as quantidades estequiométricas se
equivalem é conhecido como ponto de viragem ou ponto de equivalência, que pode ser
determinado com ajuda de um indicador químico que variará sua cor quando este ponto
for atingido. A concentração desconhecida da solução problema pode ser obtida a partir
da estequiometria da reação de padronização ou pelo princípio da equivalência, o qual
enuncia que no ponto de equivalência da titulação o número de equivalentes de ácido
deve ser igual ao número de equivalentes de base, ou seja:
Onde:
V= volume da solução
34
As soluções preparadas devem ser armazenadas em frascos apropriados conforme o tipo
de solução como, por exemplo, se a solução é sensível à ação da luz, deve-se armazenar
em frasco âmbar. Os frascos devem ser identificados com rótulos, os quais devem conter
o nome, a concentração da solução, a data de preparação, nome ou iniciais do preparador.
Quando o líquido é retirado do frasco, deve-se tomar o cuidado de que ele escoe pelo lado
oposto ao rótulo, o qual não se molhará e não se danificará.
Esse termo é utilizado para indicar a relação entre a massa do soluto (m), expressa em
gramas, e o volume (V), da solução em litros:
Onde: n = m / M
• Normalidade
35
2- Determinar o número de hidrogênios ou hidróxido (para reações de neutralização)
ou elétrons (para reações de oxirredução) ou íons formadores do precipitado (em reações
de precipitação) que cada molécula do soluto doa ou recebe na reação. Esse número
podemos chamar de n.
3- Multiplicar a molaridade da solução pelo fator n. O resultado é a normalidade da
solução.
Por exemplo, a concentração normal de uma solução de hidróxido de sódio usada numa
reação de neutralização como a seguinte é igual à sua molaridade, pois o n para o NaOH
é 1 (cada molécula de NaOH doa um hidróxido). Já a normalidade da solução de ácido
sulfúrico é o dobro da sua molaridade, pois seu n é igual a 2 (cada molécula de H2SO4
doa dois hidrogênios)
36
Para corrigir os eventuais erros cometidos no preparo de uma solução ou para se reportar
o valor corrigido (ou mais exato) da concentração de uma solução após sua padronização,
pode-se reportar o valor pretendido da solução junto com o fator de correção (fc), que é
o número que expressa a relação entre a concentração verdadeira ou real (Cr) da solução,
obtida através da padronização ou massa real do padrão primário, e a concentração
suposta ou esperada (Ce) quando do preparo da solução:
Por exemplo, se no rótulo de uma solução temo “NaOH 0,1M , f=1,031”, então a
concentração real (ou mais exata) dessa solução é 0,1031 M.
Uma das técnicas de detecção do ponto final (ponto de equivalência) de titulações faz uso
da variação de cor de algumas substâncias denominadas indicadores. No caso particular
das titulações ácido-base, os indicadores são ácidos e bases orgânicos fracos cujas formas
não dissociadas diferem da cor de sua base ou ácido conjugado. Portanto, são substâncias
cujas cores estão diretamente ligadas ao pH do meio em que se encontram. A mudança
de cor do indicador ocorre dentro de uma faixa de transição de pH também conhecida
como faixa de viragem, que é diferente para cada indicador e depende de seu pKa. Abaixo
encontram-se alguns exemplos de indicadores ácido-base, suas faixas de viragem e suas
respectivas cores:
Tabela 1: Alguns indicadores ácido-base, suas faixas de viragem de cor e cores fora da
faxia de transição.
2. Reagentes e Materiais:
• Balança analítica;
• Uma proveta de 10,0mL;
• Béquers de 100 mL ou mais;
• Vidro de relógio;
37
• Balão volumétrico;
• Bastão de vidro;
• Bureta de 50 mL;
• Pipetas de 1, 2, 5 e 10 mL;
• Uma Pisseta;
• Água destilada;
• Ácido clorídrico;
• Hidróxido de sódio;
• Biftalato de potássio (padrão primário);
• Fenolftaleína.
3. Procedimento Experimental
Cada grupo deve preparar duas soluções (uma delas em duplicata) e em seguida
padronizá-las usando um padrão primário previamente preparado.
1- Partindo de cálculo feito por você, pese a massa de NaOH necessária para o
preparo de 250,0 mL de NaOH 0,1 mol L-1. A pesagem deve ser feita em um
béquer ou vidro de relógio e a massa anotada na tabela 2.
2- Dissolva esta amostra, com o auxílio de um bastão de vidro, na menor quantidade
de água possível (usar pouca água facilitar a dissolução e evita excesso de solvente
ao final do preparo). Caso a substância tenha sido pesada em vidro de relógio,
transferir a mesma para um béquer com auxílio de frasco lavador (pisseta) e
proceder como anteriormente.
3-Transfira a solução para o balão volumétrico, vertendo, cuidadosamente, o líquido
para com o auxílio de um funil ou bastão de vidro.
3-Lave o béquer (e o funil ou bastão) com o auxílio da pisseta várias vezes (pelo
menos três), transferindo sempre o líquido para o balão volumétrico.
4- Complete o volume do balão com água destilada, acertando-se o nível com uma
pipeta de Pasteur.
5- Homogeneize a solução pela inversão e consecutiva agitação do balão volumétrico
tampado.
38
6- Transfira a solução para um frasco plástico (soluções de bases devem ser
guardadas em frascos plásticos de vidro borossilicato, pois reagem com vidros
comuns).
1- Transfira para um béquer uma pequena porção (cerca de 20 mL) de NaOH 4 mol
L-1.
2- Partindo de cálculo feito por você, transfira do béquer para um balão volumétrico
de 250 mL, o volume de NaOH 4 mol L-1 necessário para preparar 250 mL de
NaOH 0,1 mol L-1.
3- Complete o volume do balão com água destilada, acertando o nível com uma
pipeta de Pasteur.
4- Transfira a solução para o mesmo frasco plástico do procedimento anterior.
Esta solução será preparada a partir de ácido clorídrico concentrado. Por ser um ácido
volátil, o manuseio do ácido clorídrico concentrado seu manuseio deverá ocorrer
dentro da capela de exaustão. Lembre da regra de mistura de ácido concentrado com
água:
39
Hidróxido de Hidróxido de Ácido
sódio 0,1M sódio 0,1M Clorídrico
(procedimento (procedimento 0,1M
por pesagem) por diluição)
Massa de soluto usada na
preparação (g)
Volume da solução concentrada
----
usada para diluição (mL)
Quantidade do soluto usada na
preparação (mol)
Volume do balão (L)
Concentração teórica (mol L-1)
40
3.2.2. Solução de HCl 0,1 mol L-1
1- A um erlenmeyer de 125 mL, adicione 10,0 mL do HCl 0,1 mol L-1, e duas gotas
de solução do indicador fenolftaleína a 1%.
2- Zere a bureta com o NaOH 0,1M que foi padronizado no procedimento anterior.
3- Adicione, lentamente, e gota a gota, a solução de NaOH 0,1 mol L-1 ao erlenmeyer
contendo a solução de biftalato (o erlenmeyer deve estar sob agitação) até a
viragem do indicador.
4- Anote o volume de NaOH utilizado para a viragem do indicador e determine a
concentração real (ou mais exata) do HCl sabendo que o número de mol de NaOH
gasto para a viragem do indicador é igual ao número de mol de HCl adicionados
ao erlenmeyer (estequiometria da reação 1:1)..
Questionário
41
EXPERIMENTO 05: VELOCIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS
1. Objetivo
2. Introdução
42
Na₂S₂O₃(aq) + H2SO4(aq) → Na2SO4(aq) + S(s) + SO₂(g) + H₂O(l)
3. Materiais e Reagentes
• Tubos de ensaio
• Pipeta graduada (1 e 10 mL);
• Cronômetro;
• H2SO4 0,2 mol/L
• Solução de Na2S2O3 0,1 mol/L.
4. Procedimentos
1 6 mL 0 mL 6 mL
2 4 mL 2 mL 6 mL
3 3 mL 3 mL 6 mL
4 2 mL 4 mL 6 mL
2. Em outros 4 tubos de ensaio, adicionar (em cada um) 6 mL de H2SO4 0,2 mol/L.
3. Verter um tubo com H2SO4 no tubo nº 1 com Na₂S₂O₃ e, imediatamente, cronometrar
o tempo da mistura das soluções até o aparecimento e uma turvação (formação de
enxofre coloidal).
Obs.: Fazer uma marca com caneta num papel branco e colocá-lo sob o tubo.
O término da contagem do tempo é definido pelo desaparecimento da marca
colocada embaixo do tubo (visto de cima do tubo).
final
43
1
2
3
4
2.Em outros quatro tubos de ensaio, adicionar (em cada um) 6 mL de 0,1 mol/L de
Na2S2O3 e misturar um tubo com Na₂S₂O₃ com o 1º tubo com H2SO4 e,
imediatamente, cronometrar o tempo da mistura das soluções até o aparecimento de uma
turvação.
44
PARTE II
45
A ÁGUA E SUA IMPORTÂNCIA
46
Gravimetria
Qualitativa determinação de
Métodos massa
Química (presença)
Sim/Não Clássicos Titulometria
Analítica
(2 análises)
determinação de
Quantitativa volume
(S/N/Q)
Phmetro
Métodos Condutivímetro
Instrumentais Espectrofotômetro
Cromatógrafo
TITULOMETRIA
Neutralização
(reações ácido-base)
Titulometria
Precipitação
(determinação da concentração de cloretos)
Complexação
(determinação de DUREZA)
Oxidoredução
(determinação de OD)
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✓ Neutralização - Neste método realiza-se a titulação de uma solução de ácido com
um titulante básico (acidimetria) e realiza-se a titulação de uma solução básica
com um titulante ácido (alcalimetria).
✓ Precipitação - Este tipo de titulometria baseia-se na formação de compostos
pouco solúveis. Normalmente utiliza-se soluções argentimétricas, como a solução
padrão de nitrato de prata e uma solução de tiocianato de potássio ou amônio.
✓ Complexação - Este tipo de titulometria baseia-se na formação de complexos
solúveis. Normalmente utiliza-se o EDTA (Sal dissódico do ácido
etilenodiaminotetracético) como reagente. Esta titulação é chamada de titulação
complexométrica e é utilizada para realizar a titulação de quase todos os metais,
e envolve a reação onde um íon metálico e um agente ligante (EDTA) formam um
complexo suficientemente estável.
✓ Oxidoredução - Este tipo de titulometria baseia-se na transferência de elétrons
através de agentes oxidantes ou redutores. Normalmente utiliza-se soluções
argentimétricas, como a solução padrão de nitrato de prata e uma solução de
tiocianato de potássio ou amônio.
1. INTRODUÇÃO
Analisar a qualidade da água de um determinado corpo hídrico é de extrema
importância, pois esta qualidade indica se a água pode ser utilizada para determinados
fins.
48
✓ Inicialmente devem ser identificados os pontos que serão visitados e os
parâmetros que serão analisados nas amostras coletadas em cada ponto.
Passo 2: Organização.
✓ Para cada ponto deve ser identificado os parâmetros que serão analisados e os
frascos e preservantes correspondentes, assim como os equipamentos necessários
para as determinações de campo, acompanhados das fichas de calibração.
✓ Todo material necessário deve ser separado e levado à campo, dentro de uma caixa
térmica, com gelo, pois a amostra coletada deverá ser preservada.
✓ Em cada coleta, o técnico deve preencher uma ficha de campo para cada ponto,
encaminhada junto com as amostras, identificando:
• Data e hora da coleta;
• Coordenadas geográficas;
• Condições atmosféricas no dia da coleta e nas últimas 24 horas;
Passo 3: Ação
✓ Em poços deve-se deixar escorrer a água parada na canalização para depois coletar
a amostra.
Passo 4: Análises
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✓ São diversos os tipos de análises que pode-se realizar em uma amostra de água
coletada.
Dentre as análises realizadas na água coletada, três são aqui destacadas: Turbidez,
pH e Condutividade elétrica.
4. REAGENTES E MATERIAIS
Os materiais necessários para esta análise são:
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5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Turbidez
1. Ligar o instrumento;
2. Calibrar o instrumento com os padrões de ajuste (0,1; 20; 80 e 800 NTU);
3. Homogeneizar a amostra e colocar no tubo;
4. Esperar o valor estabilizar e anotar o resultado.
pH
1. Ligar o instrumento;
2. Lavar o eletrodo com água destilada;
3. Calibrar o instrumento a partir da solução que é pedida;
4. Lavar novamente o eletrodo com água destilada e colocar na amostra;
5. Esperar estabilizar e anotar o valor.
Condutividade Elétrica
1. Ligar o instrumento;
2. Lavar o eletrodo com água destilada;
3. Calibrar o instrumento com a solução que é pedida;
4. Lavar novamente o eletrodo com água destilada;
5. Inserir o eletrodo na amostra coletada;
6. Esperar estabilizar e anotar o valor.
Turbidez (NTU)
pH
Temperatura (ºC)
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QUESTÕES PARA ESTUDO
1. Qual a importância de analisar um corpo hídrico?
2. Quais as precauções que se devem tomar para que a coleta de água seja realizada
de forma eficiente?
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EXPERIMENTO 7: DUREZA DAS ÁGUAS
1. INTRODUÇÃO
Dureza de uma água é a medida da sua capacidade de precipitar sabão, isto é, nas
águas que a possuem os sabões transformam-se em complexos insolúveis, não formando
espuma até que o processo se esgote. É causada pela presença de cálcio e magnésio,
principalmente, além de outros cátions como ferro, manganês, estrôncio, zinco, alumínio,
hidrogênio, etc, associados a ânions carbonatos (mais propriamente bicarbonato, que é
mais solúvel) e sulfato, principalmente, além de outros ânions como nitrato, silicato e
cloreto.
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Para o abastecimento industrial, a grande dificuldade da presença de dureza nas
águas está em seu uso em sistemas de água quente como caldeiras, trocadores de calor,
etc. Com o aumento da temperatura, o equilíbrio se desloca no sentido da formação de
carbonatos que precipitam e se incrustam, causando explosões em caldeiras.
0 – 75 branda ou mole
𝑚𝑔 50 50
𝐷𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎 ( 𝐶𝑎𝐶𝑂3 ) = 20 𝑥 + 5𝑥 = 70
𝐿 20 12
onde os números 50, 20 e 12 representam, respectivamente, os equivalentes-gramas do
CaCO3, Ca+2 e Mg+2.
A dureza é classificada quanto aos cátions e aos ânions associados a estes. Estas
classificações são importantes para as previsões de tipos de dosagens de reagentes, nos
processos de abrandamento.
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encontram-se associados a sulfatos. Portanto, a dureza total é a soma da dureza temporária
com a permanente.
| |
-
OOC – CH2 CH2 - COOH
55
Na segunda titulação, o pH = 12,5, para precipitar o magnésio e, na presença de
murexida, o EDTA titula somente o cálcio.
2. REAGENTES E MATERIAIS
Os reagentes e materiais necessários para esse experimento são:
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Dureza Total
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7. Titular até a viragem da cor _________ para ____________ e anotar o volume (VC).
4. CÁLCULOS E RESULTADOS
Calcular a Dureza Total e em Cálcio da amostra usando o seguinte procedimento:
Dureza Total
𝑉𝑇 ∗ 𝑁𝐸𝐷𝑇𝐴 ∗ 50000 𝑚𝑔
𝐷𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = ( 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝐶𝑂3 )
𝑉𝑎 𝐿
Onde:
Dureza em Cálcio
𝑉𝐶 ∗ 𝑁𝐸𝐷𝑇𝐴 ∗ 50000 𝑚𝑔
𝐷𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎 𝐶á𝑙𝑐𝑖𝑜 = ( 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝐶𝑂3 )
𝑉𝑎 𝐿
Onde:
VC: volume total de EDTA 0,02N gasto na titulação com Murexida (mL);
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Dureza em Cálcio em mg/L de CaCO3
1. INTRODUÇÃO
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Oxigênio dissolvido (OD) é a concentração de oxigênio (O2) contido na água,
sendo essencial para todas as formas de vida aquática. Os sistemas aquáticos produzem
e consomem o oxigênio, o qual é retirado da atmosfera na interface água - ar e também
é obtido como resultado de atividades fotossintéticas de algas e plantas. É através desses
mecanismos que o OD é introduzido ao recurso hídrico.
CSAT = α.pgás
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onde α é uma constante que varia inversamente proporcional à temperatura e pgás é a
pressão exercida pelo gás sobre a superfície do líquido. No caso do oxigênio,
considerando-se como constituinte de 21% da atmosfera, pela lei de Dalton, exerce uma
pressão de 0,21 atm. Para 20°C, por exemplo, α é igual a 43,9 e, portanto a concentração
de saturação de oxigênio em uma água superficial é igual a 43,9 x 0,21 = 9,2 mg O2/L.
60
relevância na legislação de classificação das águas naturais, bem como na composição de
índices de qualidade de águas (IQAs). No IQA utilizado no Estado de São Paulo pela
CETESB, a concentração de oxigênio dissolvido é um parâmetro que recebe uma das
maiores ponderações.
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esmerilhada e selo de água no gargalo), para evitar borbulhamento. As amostras em
profundidade são coletadas usando-se amostradores especiais. Após a coleta, são
adicionadas à amostra as soluções de sulfato manganoso, MnSO4, e a solução álcali-
iodeto-azida, que contém hidróxido de sódio, NaOH, iodeto de sódio, NaI, e a azida
sódica, NaN3.
A segunda fase é a liberação de iodo, que ocorre após a adição de ácido sulfúrico
concentrado, que provoca a ruptura dos flocos e o desenvolvimento de uma coloração
amarelada, cuja intensidade é proporcional à concentração de oxigênio dissolvido
presente inicialmente na amostra. Esta reação pode ser expressa por:
O indicador desta reação é uma solução de amido, com viragem de azul para
incolor.
62
2. REAGENTES E MATERIAIS
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
8. Titular com tiossulfato de sódio até a detecção de uma cor amarela pálida, nesse
momento, deve-se adicionar três gotas da solução indicadora de amido (observar a cor) e
continuar a titulação até descolorir totalmente a solução;
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𝑁𝑡𝑖𝑜𝑠𝑠𝑢𝑙𝑓𝑎𝑡𝑜 ∗ 𝑉𝑡𝑖𝑜𝑠𝑠𝑢𝑙𝑓𝑎𝑡𝑜 ∗ 8000
𝑂𝐷 (𝑚𝑔𝑂2 ⁄𝐿 ) =
𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
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EXPERIMENTO 9: DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO - DQO
1. INTRODUÇÃO
A análise de matéria orgânica em água e esgoto pode ser classificada em dois tipos
gerais de medidas: aquelas que quantificam uma quantidade de matéria orgânica agregada
compreendendo constituintes orgânicos com uma característica comum e aquelas que
quantificam compostos orgânicos individuais.
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Vários métodos têm sido desenvolvidos para a determinação do conteúdo de
matéria orgânica, entre eles aquele que nos permite determinar a demanda química de
oxigênio ((DQO), em inglês, “chemical oxygen demand”(COD)), ou seja, quantidade de
oxigênio consumido por diversos compostos orgânicos através de uma oxidação química.
A matéria orgânica presente na amostra é destruída por uma mistura dos ácidos
crômico e sulfúrico em ebulição, sob refluxo, por um período de duas horas. A quantidade
de matéria orgânica oxidável, medida sob a forma de oxigênio equivalente, é proporcional
ao dicromato consumido. A quantificação do dicromato reagido, equivalente à matéria
orgânica, pode ser feita por titulação do dicromato excedente com sulfato ferroso
amoniacal, usando ferroína como indicador (método padrão convencional).
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A utilização de um catalisador, como o sulfato de prata, é necessária para tornar
possível a oxidação de compostos alifáticos de cadeia reta. Após a oxidação da matéria
orgânica presente, a DQO é obtida diretamente (mg O2/L) através de Titulometria de
Óxido-Redução.
1.3 INTERFERENTES
2. REAGENTES E MATERIAIS
67
Os reagentes e materiais necessários para esse experimento são:
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3. Adicionar 3,5 mL da solução catalisadora ao tubo de disgestão, de modo que ela desça
pelo lado do tubo e forme uma camada no fundo do mesmo;
5. O conteúdo do tubo de digestão deve ser misturado, mas não por inversão do tubo,
deve-se usar um agitador vibratório;
6. Levar o tubo ao bloco de digestão a 150°C por 2 horas. Ao término, retirar o tubo do
bloco e deixa-lo esfriar;
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7. Transferir o conteúdo do tubo de digestão para um erlenmeyer de 125 mL. Lavar o
tubo com água destilada por 3 vezes e recolher a água de lavagem no erlenmeyer para
evitar perdas do material digerido;
9. Titular com a solução padrão de sulfato ferroso amoniacal 0,025 N até que a cor
____________ mude para ____________. Chamar o volume gasto aqui de VPA;
10. Titular de maneira semelhante a prova em branco e chamar o volume gasto de VPB;
3. Adicionar 2 gotas do indicador ferroína e titular com sulfato ferroso amoniacal. Anotar
o volume gasto e chama-lo de VP;
4. Calcular DQO expressa em mgO2/L de acordo com a expressão:
Onde:
VPB: volume de sulfato ferroso amoniacal 0,025 N gasto na titulação da prova em branco
(mL);
VPA: volume de sulfato ferroso amoniacal 0,025 N gasto na titulação da amostra (mL);
VP: volume de sulfato ferroso amoniacal 0,025 N gasto na titulação da prova padrão
(mL).
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Tabela 1: Resultados obtidos na determinação da DQO de uma amostra:
70