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Jejum dos Santos Apóstolos

Por Arcipreste Ayman Kfouf


Trad. Leitor João Robson

Origens do Jejum dos Apóstolos

O Jejum dos Santos Apóstolos é datado dos primeiros anos da igreja. A primeira evidência
desse jejum é encontrada nos escritos de Santo Atanásio, o Grande (†373). Em sua carta ao
imperador Constâncio, ele escreve: "Durante a semana seguinte ao Pentecostes, as pessoas que
observavam o jejum foram ao cemitério para rezar". Cerca de 20 anos depois, Santo Ambrósio
(†397) escreve: "Nos dias seguintes à sua ascensão ao céu, porém, jejuamos novamente" (Sermão
61).

A famosa peregrina Egeria mencionou o Jejum dos Apóstolos também em seus escritos do
século IV, que registram que "no dia seguinte à festa de Pentecostes, começou um período de
jejum". No mesmo período, o quarto século, as Constituições Apostólicas prescrevem: "Depois da
festa de Pentecostes, celebrem uma semana, depois jejuem, pois a justiça exige a alegria após a
recepção dos dons de Deus e o jejum após a renovação do corpo."

Até a segunda metade do século III, o Jejum dos Santos Apóstolos estava ligado ao
Pentecostes e durava apenas uma semana (Constituições Apostólicas). Mais tarde, após o martírio
dos apóstolos Pedro e Paulo e seguindo o desenvolvimento da comemoração de sua morte por volta
do ano 258, o Jejum dos Apóstolos foi vinculado à festa dos Santos Pedro e Paulo em 29 de junho.
período de jejum de preparação para a celebração da festa dos grandes apóstolos. São Simeão de
Tessalônica (†1429) explica: "O Jejum dos Apóstolos é justamente estabelecido em sua honra, pois
através deles recebemos inúmeros benefícios e para nós são exemplos e mestres do jejum... Por
uma semana após a descida do Espírito Santo, de acordo com o A Constituição Apostólica
composta por Clemente, celebramos e, na semana seguinte, jejuamos em honra dos Apóstolos”.

Posteriormente, a duração do Jejum dos Santos Apóstolos mudou de uma semana para um
período variável dependendo da data da Festa da Páscoa (Páscoa).

Duração do Jejum dos Apóstolos

O jejum dos Santos Apóstolos começa na segunda segunda-feira depois de Pentecostes. A


duração deste jejum varia, dependendo da data da Páscoa. A regra é que o Jejum comece na
segunda segunda-feira depois de Pentecostes e termine no dia 29 de junho, festa dos santos Pedro e
Paulo. De acordo com o novo calendário, o Jejum dos Apóstolos pode durar apenas 8 dias e até 30
dias (42 dias de acordo com o calendário antigo).

Regras de Jejum da Quaresma dos Santos Apóstolos

O Jejum dos Santos Apóstolos não é tão estrito quanto os Jejuns da Páscoa e da
Natividade de Cristo; ao contrário, é mais tolerante em sua duração e regras. As regras atuais de
jejum, durante o Jejum dos Apóstolos, foram estabelecidas primeiro para os monges do Mosteiro
das Cavernas de Kiev pelo Metropolita Jorge de Kiev (1069-1072). Essas regras ainda são
praticadas hoje entre a maioria dos cristãos ortodoxos com pequenas variações, dependendo da
jurisdição.

As regras são:

1- Carnes vermelhas, aves e laticínios não são permitidos durante todo o período de jejum
em todos os dias da semana.

2- Peixe, vinho e azeite são permitidos todos os dias, exceto às quartas e sextas-feiras.

Conclusão

O jejum dos apóstolos surgiu desde os primeiros dias do cristianismo. É honrado e


preservado na Igreja como parte de nossa Santa Tradição. Como todos os jejuns na Igreja
Ortodoxa, o Jejum dos Santos Apóstolos visa nos ajudar a colocar a "armadura de luz" contra os
ataques do inimigo que podem acontecer durante nossa jornada espiritual para nos unirmos a Deus
por meio de Sua graça. Nenhuma palavra melhor pode expressar a importância do jejum em nossa
vida como as palavras de Santo Isaac, o Sírio, que diz:"...uma vez que o jejum é uma arma
estabelecida por Deus... a raça humana não conheceu vitória antes do jejum, e o diabo nunca foi
derrotado por nossa natureza como é: mas esta arma de fato privou o diabo de força desde o
início... Assim que o diabo vê alguém possuído por esta arma (jejum), o medo cai imediatamente
sobre este nosso adversário e atormentador, que se lembra e pensa em sua derrota para o
Salvador no deserto; sua força é imediatamente destruída e a visão da arma que nos foi dada por
nosso Líder Supremo o queima. Um homem armado com a arma do jejum está sempre inflamado
com zelo. Aquele que permanece nela, mantém sua mente firme e pronta para enfrentar e repelir
todas as paixões violentas”.

FONTE: http://ww1.antiochian.org/fast-holy-apostles

APÊNDICE

Tendo se alegrado por cinquenta dias após a Páscoa da Ressurreição de Jesus Cristo, os
Apóstolos começaram a se preparar para sua partida de Jerusalém na missão de espalhar a
mensagem de Cristo pelos confins do mundo. Segundo a Sagrada Tradição, como parte de sua
preparação, iniciaram um jejum com oração para pedir a Deus que fortalecesse sua determinação e
os acompanhasse em seus esforços missionários.

O fundamento bíblico para o Jejum é encontrado nos Evangelhos Sinópticos, quando os


fariseus criticaram os apóstolos por não jejuarem, Jesus lhes disse: "Podem porventura andar tristes
os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o
esposo, e então jejuarão.” (cf. Mt 9:15, Mc 2:19–20 , Lc 5:34–35 ). No sentido imediato, Cristo
estava se referindo a ser levado para ser crucificado; mas no sentido mais amplo é entendido em
termos de sua ascensão ao céu e sua ordem para pregar o Evangelho, que só pode ser realizada com
oração e jejum.

Acredita-se que esta quaresma tenha sido instituída como ação de graças a Deus pelo
testemunho dos apóstolos de Cristo. Com este Jejum, os crentes expressam seus agradecimentos
pela resistência dos apóstolos à perseguição durante sua missão.

Adaptado de: https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Apostles%27_Fast&oldid=1149605968

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