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DESENVOLVIMENTO DO CORPO

INICIAL DA PLANTA
A semente

tecido secretor especializado


com paredes primárias
espessas, composto de células
com vacúolos de reserva de
proteínas (grãos de aleurona).
Tem um papel importante na
regulação da dormência e
mobilização de reservas de
nutrientes na germinação
Todas as sementes estão envoltas por uma camada externa
protetora de células mortas denominada testa. Entretanto, a testa
pode, em algumas situações, estar fusionada com o pericarpo, ou
parede do fruto, derivado da parede do ovário. Nesse caso, a
“semente” é, de fato, um fruto
EMBRIÕES DOS GRÃOS DOS CEREAIS

❖ Altamente especializados;
❖ São utilizados como sistemas-modelo para estudar a
regulação hormonal da mobilização de reservas
durante a germinação.
❖ O cotilédone foi modificado pela evolução para
formar um órgão de absorção, o escutelo, o qual
forma a interface entre o embrião e o tecido
amiláceo do endosperma.
❖ A bainha do escutelo alongou-se para formar o
coleóptilo que cobre e protege as primeiras folhas
durante sua permanência no solo.
❖ A base do hipocótilo alongou-se para formar uma
bainha protetora em volta da radícula denominada
coleorriza.
A GERMINAÇÃO

 Constitui na retomada de atividade metabólica e crescimento dos tecidos


das sementes envolve processos de reidratação, utilização de reservas
nutritivas, desenvolvimento de sistemas sintetizantes.
 inicia com a absorção de água pela semente seca e termina com a
emergência do eixo embrionário, a radícula, transpondo seus tecidos
circundantes.
 Não inclui o crescimento da plântula depois da emergência da radícula, que
é referido como estabelecimento da plântula (pós-germinação - rápida
mobilização das reservas que estimula o crescimento inicial da plântula).
FASES DA GERMINAÇÃO

• Fase I. As sementes secas absorvem água


rapidamente pelo processo de embebição.

• Fase II. A absorção de água pela embebição


declina e os processos metabólicos, incluindo a
transcrição e a tradução, são reiniciados. O embrião
expande, e a radícula emerge da casca da
semente.

• Fase III. A absorção de água reinicia devido a um


decréscimo no Ψ à medida que a plântula cresce, e
as reservas de nutrientes das sementes são
completamente mobilizadas 6
EMBEBIÇÃO

❖ Na semente seca, o potencial matricial


(Ψm) componente da equação do
potencial hídrico baixa o Ψ e cria o
gradiente.
❖ A reidratação das macromoléculas
celulares ativa os processos
metabólicos basais, incluindo a
respiração, a transcrição e a tradução.
A embebição cessa quando todos os
sítios de ligação potenciais da água se
tornarem saturado, e o Ψm torna-se
menos negativo.
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Fase 2

❖ Fase preparatória que precede o


crescimento, durante a qual o potencial
do soluto (Ψs) do embrião torna-se
gradualmente mais negativo devido à
queda das reservas estocadas e à
liberação de solutos ativos
osmoticamente.
❖ O volume da semente pode aumentar,
rompendo sua casca. Ao mesmo tempo,
funções metabólicas adicionais iniciam,
como a reestruturação do citoesqueleto
e a ativação de mecanismos de reparo
do DNA.
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REGULAÇÃO HORMONAL

• A produção de α-amilase é estimulada por ácido giberélico.

• Há um antagonismo ABA-GA que afeta a dormência da semente, o ABA


inibe a síntese de enzimas hidrolíticas induzida por GA que são essenciais para
a decomposição das reservas armazenadas nas plântulas em crescimento.
• Durante os primeiros estágios do desenvolvimento da semente, a
sensibilidade ao ABA é alta e a sensibilidade à GA é baixa, o que favorece a
dormência sobre a germinação. Mais tarde no desenvolvimento da semente,
a sensibilidade ao ABA declina e a sensibilidade à GA aumenta, favorecendo
a germinação. Ao mesmo tempo, a semente torna-se progressivamente mais
sensível aos estímulos ambientais, como temperatura e luz, que podem tanto
estimular quanto inibir a germinação.
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❖O amido é armazenado em
amiloplastos no endoesperma de
cereais.
❖As duas enzimas responsáveis pela
degradação inicial do amido são
a α e a β-amilase. A α-amilase
hidrolisa cadeias de amido
internamente para produzir
oligossacarídeos consistindo em
resíduos de glicose com ligações.
❖A β-amilase degrada esses
oligossacarídeos para produzir
maltose, um dissacarídeo.
❖A maltase, então, converte a
maltose em glicose.
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Os vacúolos de reserva de
proteínas são as fontes
primárias de aminoácidos
para uma nova síntese de
proteínas na plântula. Além
disso, eles contêm fitina
(hidrolisada pela fitina), sais
de K+ , Mg2+ e Ca2+ do
ácido fítico (mio-inositol-
hexafosfato), uma forma
principal de estoque de
fosfato em sementes.

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METABOLISMO DURANTE A GERMINAÇÃO

❖ Os lipídeos são uma fonte de


carbono de alta energia que
é estocada em óleos ou em
corpos lipídicos.
❖ A mobilização massiva de
reservas que ocorre após a
germinação fornece
nutrientes para a plântula
em crescimento até que ela
se torne autotrófica.

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METABOLISMO DURANTE A GERMINAÇÃO

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❖ A emergência da radícula através da
casca da semente na fase II marca o
final do processo de germinação.
❖ Essa emergência pode ser um processo
de etapa única em que a radícula
emerge imediatamente depois que a
casca da semente (testa) é rompida,
ou pode envolver duas etapas, em que
o endosperma deve primeiro sofrer um
amolecimento antes que a radícula
possa emergir.
Fase III: a taxa de absorção de água aumenta rapidamente
devido ao início do afrouxamento da parede celular e à
expansão celular.
❖ O gradiente de potencial hídrico nos embriões da fase III
é mantido pelo relaxamento da parede celular e pelo
acúmulo de solutos
TIPOS DE GERMINAÇÃO

EPÍGEA
O hipocótilo trás para fora
da terra os cotilédones

HIPÓGEA
Os cotilédones ficam
abaixo da superfície do
solo

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FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO

Longevidade e viabilidade das


sementes:

1 a 2 anos – milho, cebola,


pimenta

3 a 4 anos – feijão, cenoura,


tomate

5 a 6 anos – abóbora, alface,


melão, espinafre

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FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO

ÁGUA:

Permeabilidade do tegumento

Disponibilidade de água

Composição química das


reservas

GASES
[O2]
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FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO

TEMPERATURA
15-30º C

LUZ
Fotoperíodo
Qualidade da luz

CLASSIFICAÇÃO DAS
SEMENTES:
Fotoblásticas positivas (alface)
Fotoblásticas negativas
(mamona)
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Fotoblásticas neutras (feijão)
FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO

NUTRIÇÃO MINERAL
[ ] macro e micro nutrientes

MORFOLOGIA

Tegumento

Tamanho da semente

Desempenho germinativo

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FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO

Semente madura dispersa→


org. autônomo → EMBRIÃO
→condições → plântula

Isso nem sempre ocorre!

Pq sementes de algumas
espécies não germinam, mesmo
em condições adequadas de
umidade e temperatura?

1º PROCESSO AVANÇADO
DE DETERIORAÇÃO OU

2º DORMENTES 23
FATORES QUE AFETAM A GERMINAÇÃO

No 1°caso -> absorvem água,


mas não completam as
atividades metabólicas

SEMENTES DORMENTES ->


mesmo vivas e sob condições
de ambiente que favorecem
a germinação, não
germinam, têm alguma
restrição interna, impedindo o
desenvolvimento do embrião

Germinação só ocorre se
restrição for superada

Na natureza pode levar dias,


meses ou anos, dependendo 24
da espécie
DORMÊNCIA

 Estratégia
de adaptação de grande importância para a sobrevivência
das plantas.
 Condiçãoespecial de parada do crescimento do vegetal quando as
condições são adversas, ocorre na maioria das espécies.
 Assegura que a plântula se estabelecerá em condições favoráveis.
 Presença de inibidores endógenos: recalcitrância*
SEMENTES ORTODOXAS X SEMENTES RECALCITRANTES

• CLASSIFICAÇÃO (1973) segundo as exigências quanto às condições do


ambiente de amiazenamento.
• Ortodoxas: sementes que suportam o armazenamento sob condições
de baixa umidade relativa do ar e de temperatura;
• Recalcitrantes aquelas que não resistem ao dessecamento e, às vezes,
as temperaturas baixas durante o período de armazenamento. Essas
sementes não sofrem secagem drástica durante a maturação e são
sensíveis a injúrias durante a dessecação (Roberts, 1973). São: Incapazes
de sobreviver ao armazenamento em ambientes relativamente secos e
tolerância a baixas temperaturas (< 15oC).
DORMÊNCIA

Tipos de sementes

QUIESCENTES – em
condições ambientais
favoráveis germinam

DORMENTES – precisam
estímulo específico p/
germinar

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DORMÊNCIA

Induz atraso na germinação

Incapacidade de germinar
mesmo em condições
ambientais favoráveis

VANTAGENS:

Maior tempo p/ dispersão da


semente

Aumento sobrevivência das


plântulas, pois inibe
germinação em condições 28
desfavoráveis
DORMÊNCIA

Podem ter:

Dormência primária: liberadas


da planta mãe dormentes
(efeito genético)

Dormência secundária:
liberadas em estado não
dormente, em condições
desfavoráveis p/ germinação,
tornam-se dormentes

Ex. sementes de aveia em T°


> que o máximo p/
germinação tornam-se
dormentes
TIPOS DE DORMÊNCIA
Dormência imposta pela casca:

Impermeabilidade à água(mimosa, trevos)

Interferência nas trocas gasosas

Restrição mecânica (canela-azeitona) à emissão da


radícula

Retenção de inibidores (Copaífera): ácidos fenólicos, taninos e


cumarinas, a casca pode impor a dormência impedindo a saída de inibidores
a partir da semente, ou eles podem se difundir pelo embrião a partir da casca
da semente e impedir que ela germine.

QUEBRA DA DORMÊNCIA:
Escarificação (Mecânica; Química e c/ Água); atmosferas
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ricas em oxigênio, lavagens sucessivas com água.
TIPOS DE DORMÊNCIA

ENDÓGENA OU EMBRIONÁRIA:
Presença de inibidores

Ausência de promotores

Imaturidade do embrião (erva-mate, cenoura,


aipo)

QUEBRA DA DORMÊNCIA
Imersão em água ou
hormônios, estratificação a
frio, pós-maturação do
embrião

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FATORES

Induzem a liberação da
dormência:

Reguladores: balanço entre


promotores e inibidores

RESFRIAMENTO: uso de
baixas T° - estratificação

LUZ : pode ser breve


exposição (alface) ou
tratamento intermitente 33
(Kalanchoe)
Fatores ambientais

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DORMÊNCIA

Maioria das plantas


cultivadas hoje são
geneticamente
melhoradas por processos
que eliminaram a
dormência

PQ?
Produção agrícola →
rapidez e uniformidade da
germinação da semente e
da emergência da plântula
em campo
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Ex. soja, feijão, girassol,


DORMÊNCIA

A dormência garante a
sobrevivência.

Mesma planta: intensidades


diferentes de dormência→
germinação ocorra em
intervalos regulares,
aumenta a probabilidade
dos indivíduos sobreviverem

Assim, impedimento à
germinação da semente é
estratégia benéfica→
distribui germinação no
tempo, a espécie "escapa"
de condições adversas ao
crescimento da plântula
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DORMÊNCIA

Evolutivamente: dormência é
característica adaptativa que
assegura sobrevivência das
spp nos ecossistemas

Contribui p/ persistência das


plantas daninhas, dificultando
controle e eliminação

Apesar do controle
sistemático dessas plantas,
todos os anos milhares
emergem nas lavouras, uma
vez que as sementes dessas
espécies sobrevivem no solo
por vários anos, devido à
dormência
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A germinação das sementes maduras
fisiologicamente na planta-mãe é
conhecida como germinação pré-
colheita e é característica de algumas
culturas de grãos quando amadurecem
sob clima úmido.
A brotação na espiga dos cereais (p.
ex., trigo, cevada, arroz e sorgo) reduz a
qualidade do grão e causa sérias
perdas econômicas.
No milho, mutantes vivíparos (vp) têm
sido selecionados para a germinação
dos embriões na espiga enquanto
aderidos à planta-mãe, referido como
germinação precoce.
VIVIPARIDADE EM PLANTAS

❖ A viviparidade verdadeira, germinação


de sementes imaturas na planta-mãe, é
extremamente rara em angiospermas e
é bastante restrita aos mangues e a
outras plantas vivendo em ambientes
estuarinos ou ripários nos trópicos e
subtrópicos.
❖ As sementes dessas espécies germinam
enquanto dentro do fruto e produzem
um propágulo semelhante a um dardo
que pode cair da árvore e se enraizar
na lama circundante.
DORMÊNCIA EM GEMAS

 INDUÇÃO PELA DIMINUIÇÃO DO COMPRIMENTO DO DIA.


 CARACTERÍSTICAS:
❖ Atividade meristemática sem alongamento celular
❖ Presença de meristema apical
❖ Presença de nós
❖ Presença de entrenós
❖ Pequenas folhas
❖ Primórdios de gemas florais
❖ Escamas
 ‘Aclimatação’ – preparam a planta para o inverno
1. Explique o que é dormência e germinação.
2. Pesquise a composição das reservas nutritivas
encontradas em sementes.
3. Enumere as vantagens da dormência para a
sobrevivência das planta.
4. Descreva os tipos de dormência que existem.
5. Explique o que é embebição e qual a sua
importância para a germinação.

VAMOS EXERCITAR...

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