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O MÉTODO CRÍTICO-HISTÓRICO
E SUAS IMPLICAÇÕES MISSIOLÓGICAS
NA EVANGELICAL LUTHERAN CHURCH IN AMERICA
Artigo para o
9º Simpósio de Teologia da DSA
Teologia e Missão
Por
Leonardo Godinho Nunes
Gilson Dias da Silva
Iuri Antunes dos Santos Haubrich
14 de Junho de 2009
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3
CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 36
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 38
3
INTRODUÇÃO
Church in America.
criticismo histórico tem para com a faculdade da razão e suas possíveis conseqüências
para o valor da Bíblia como a Palavra de Deus. Em seguida, será analisado como o
método crítico-histórico teria influência direta na fé das pessoas, bem como nos
Como uma das maiores igrejas evangélicas protestantes históricas dos Estados
assim subsídios para uma escolha consciente do processo hermenêutico mais adequado,
inspiração missiológica nos círculos cristãos. Não havia questionamento quanto à sua
autoridade divina, e permitia-se que a Escritura fosse sua própria intérprete.1 Com o
1
Cf.: Alberto R. Timm, "Antecedentes Históricos da Interpretação Bíblica
Adventista," em Compreendendo as Escrituras: Uma Abordagem Adventista, ed.
George W. Reid (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2007), 1-14.
4
rechaçou qualquer outra autoridade que não a razão humana. 2 A crença na revelação
histórico, faz-se necessário uma breve retrospectiva, bem como uma análise dos
Idade Média que era caracterizada como Idade das Trevas) 4 é um movimento intelectual
que surgiu inicialmente na França, no século XVIII. Tinha como objetivo defender a
as estruturas prevalecentes na época, tais como o direito divino dos reis, a política
religiosa e a corrupção do clero.5 Kant definia o iluminismo como o uso livre da razão.6
2
Ángel Manuel Rodriguez, "Hermenéutica Contemporánea: Cuestiones y
Problemas," em Entender la Palabra: Hermenéutica Adventista Para el Nuevo Siglo,
ed. Gerald A. Klingbeil Merling Alomía, Martin G. Klingbeil e Jorge Torreblanca
(Cochabamba, Bolívia: UAB, 2000), 7.
3
Conforme relata Alberto Timm, “... os modernos racionalistas desenvolveram
o Método Crítico-Histórico para acomodar a Bíblia retrocedendo [grifo do autor] às
antigas culturas em que ela foi produzida” Timm, 4.
4
Paulo W. Buss compara a Idade Média com “uma selva obscura cheia de
obstáculos.” Bengt Hägglund, História da Teologia, trad. Mário L. Rehfeldt e Gládis
Knak Rehfeldt, 7ª ed. (Porto Alegre - RS: Concórdia, 2003), 7.
5
José Jobson Arruda, História Integrada: do Fim do Antigo Regime à
Industrialização e ao Imperialismo (São Paulo: Ática, 1996), 17.
6
Para um estudo mais amplo sobre a definição kantiniana de autonomia da
razão, ver: Paul Tillich, Perspectivas da Teologia Protestante dos Séculos XIX e XX. ,
trad. Jaci C. Maraschin, 2ª ed. (São Paulo: ASTE, 1999), 56-59. Sobre a influência de
5
sua sociedade. 7
Scriptura,9 i.e, somente a Escritura, que foi o grito de guerra da Reforma, foi substituído
em alguns círculos acadêmicos por uma nova abordagem no estudo da Bíblia. 10 Isto
Renê Descartes e Isaac Newton ver: Cláudio Vicentino, História Geral, 10ª ed. (São
Paulo: Scipione, 2007), 239. Sobre os principais filósofos do Iluminismo: Vicentino,
240-241.
7
Gilberto Cotrim, História Global: Brasil e Geral, 7ª ed. (São Paulo: Saraiva,
2003), 266-267.
8
Gerhard F. Hasel, Teologia do Antigo e Novo Testamento: Questões Básicas
no Debate Atual, trad. Luís M. Sander e Jussara Marindir P. S. Arias (São Paulo:
Academia Cristã, 2007), 34-35.
9
Os reformadores utilizaram o princípio Sola Scriptura ao afirmarem que, em
matéria de fé e de doutrina somente a Bíblia é a suprema autoridade, “só ela é o árbitro
de todas as controvérsias.” Alderi Souza de Matos,
http://www.monergismo.com/textos/cinco_solas/solascriptura_alderi.htm (accessed em
23 de Março de 2009). Ver também: Gottfried Brakemeier, "Somente a Escritura:
Avaliação de Um Princípio Protestante. Reação a Gunter Wenz, Evangelho e Bíblia no
Contexto da Tradição Confessional de Wittenberg," Estudos Teológicos 44/1 (2004).
http://www3.est.edu.br/publicacoes/estudos_teologicos/indice_download.htm [accessed
em 23 de março de 2009]; Nisto Cremos: As 28 Crenças Fundamentais da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, ed. Associação Ministerial da Associação Geral dos
Adventistas do Sétimo Dia, trad. Helio L. Grellmann, 8ª ed. (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2008).289, 327; Woodrow Whidden, Jerry Moon, and John W.
Reeve, A Trindade: Como Entender os Misterios da Pessoa de Deus na Biblia e na
Historia do Cristianismo, trad. Hélio Luiz Grellmann, 2ª ed. (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2006), 187, 189, 196-197; Jaroslav Pelikan, The Christian
Tradition: A History of the Development of Doctrine, 5 vols., vol. 5 (Chicago:
University of Chicago Press, 1971-1989), 194.
10
Para um estudo mais amplo sobre o princípio Sola Scriptura e seu uso pelos
reformadores ver: Frank M. Hasel, "Pressuposições na Interpretação das Escrituras," em
Compreendendo as Escrituras: Uma Abordagem Adventista, ed. George W. Reid
(Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2007), 36-40. ver também: Peter M. van
Bemmelen, "A Autoridade das Escrituras," em Compreendendo as Escrituras: Uma
Abordagem Adventista, ed. George W. Reid (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2007),
6
também na teologia e na religião. Para Baruch Spinoza, a Escritura deveria estar sujeita
e concorde com a razão.15 A razão para Spinoza, como declarado em seu Tratactus
80-83. E ainda: Alberto R. Timm e Amin A. Rodor, "A Trindade nas Escrituras,"
Parousia 2005, 32; onde é mencionado que este princípio era o ideal do protestantismo.
11
O racionalismo sustentava que a religião revelada inclui uma religião
baseada inteiramente na razão e que gradualmente se desenvolve até chegar a ela.
Assim, abandonou a concepção ortodoxa da inspiração da Bíblia. Desta forma, a Bíblia
tornou-se um livro da Antiguidade, a ser estudado como qualquer outro documento
antigo. Ver: Hasel, Teologia do Antigo e Novo Testamento: Questões Básicas no
Debate Atual, 35. Ver também: Hägglund, 303-305.
12
A Crítica Literária tem como objetivo encontrar e distinguir as supostas
fontes literárias usadas pelos escritores, em nosso caso os escritores bíblicos. Por outro
lado, se usada positivamente, ela pode ser útil para evitar uma interpretação errônea do
texto. Para mais detalhes e uma extensa bibliografia ver: Norman L. Geisler, Baker
Encyclopedia of Christian Apologetics (Grand Rapids - Michigan: Baker Books, 1999).
13
Daqui em diante o Método Crítico-Histórico será chamado MCH. É também
conhecido como “alta-crítica,” ver: R. K. McIver, "The Historical-Critical Method: The
Adventist Debate," Ministry, Março 1996, 14. “criticismo histórico,” ver: A. L. Nations,
"Historical Criticism and the Current Methodological Crisis," SJT 36/1 (1983): 59-71.
“criticismo bíblico,” ver: Gerhard F. Hasel, "The Origen of the Biblical Sabbath and the
Historical-Critical Method: A Methodological Test Case," Journal of the Adventist
Theological Society 4/1 (1993): 25. “criticismo racionalista,” ver: Roy A. Harrisville
and Walter Sundberg, The Bible in Modern Culture: Theology and Historical-Critical
Method from Spinoza to Käsemann (Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1995), 32.
“liberal” ou “científico moderno,” cf.: Roberto Pereyra, "El Método Histórico Crítico:
Un Debate Adventista Contemporáneo," em Entender la Palabra, ed. Merling Alomía
et al. (Cochabamba: UAB, 2000), 59-60.
14
Para mais esclarecimentos sobre o desenvolvimento do método crítico-
histórico ver: Edgar Krentz, The Historical-Critical Method (Philadelphia: Fortress
Press, 1995). Ver também: Alan Richardson, The Bible in the Age of Science (Londres:
1961), 9-312.
15
Cf.: Krentz, 14.
7
ser interpretado com uma metodologia puramente histórica, i.e, crítica, como qualquer
aceito como uma coleção de revelação sobrenatural, e começou a ser considerado como
um conjunto de fontes provindas de uma cultura tão antiga e distante para ser
compreendida. 19
16
Cf.: Hasel, Teologia do Antigo e Novo Testamento: Questões Básicas no
Debate Atual, 271.
17
Douglas Stuart and Gordon D. Fee, Entendes o Que Lês?, trad. Gordon
Chown, 2ª ed. (São Paulo: Vida Nova, 1998), 246. Ver também: Krentz, 19. e ainda:
Hasel, Teologia do Antigo e Novo Testamento: Questões Básicas no Debate Atual, 273.
18
Para maiores detalhes ver Johann Salomo Semler, Albhandlung Von Freier
Untersuchung des Canon, 4 vols., vol. 4 (Halle: 1771-1775). Ver também Werner
Georg Kümmel, The New Testament: The History of the Investigation of Its Problems
(Nashville: Abingdon Press, 1972), 64. Semler afirmou que “a Escritura e a Palavra de
Deus são claramente distintas, pois conhecemos a diferença... À Sagrada Escritura
pertencem Rute, Ester, Cantares de Salomão, etc., mas nem todos esses livros,
chamados de sagrados, pertencem à Palavra de Deus...” Johann Salomo Semler,
Albhandlung Von Freier Untersuchung des Canon, 4 vols., vol. 1 (Halle: 1771-1775),
75.
19
Stefan Heidemann, "Der Deutschen Morgenland: Bilder des Orients in der
Deutschen Literatur Und Kultur Von 1770 Bis 1850," (2008). http://www.uni-
jena.de/data/unijena_/faculties/phil/iskvo/Heidemann_Texte/Heidemann-
Morgenland+2008-Paradigmenwechsel.pdf [accessed Em 23 de Fevereiro de 2009 ].
8
literária radical à Bíblia. 20 Apesar de suas opiniões não terem sido aceitas prontamente,
desenvolveu o critério dos nomes divinos, que consistia em demonstrar que Moisés
divindade, um Elohim e o outro YHWH, para a análise do livro de Gênesis. Este critério
O termo “alta crítica” foi empregado pela primeira vez por Johann Gottfried
o critério dos nomes divinos à grande parte do Pentateuco. Mas foi Julius Wellhausen
Ganhou apoio entre vários eruditos alemães rapidamente, pois sua teoria estava em
20
Hasel, Teologia do Antigo e Novo Testamento: Questões Básicas no Debate
Atual, 35. Sobre a divisão das fontes do Pentateuco conforme Jean Astruc ver Jr.
Gleason L. Archer, Merece Confiança o Antigo Testamento?, trad. Gordon Chown, 7ª
ed. (São Paulo: Vida Nova, 2007), 466.
21
Ver o Histórico da Teoria Documental do Pentateuco em: Gleason L. Archer,
465-476. Ver também: Greg King, "A Hipótese Documentária," Revista Teológica do
SALT - IAENE 4/2, Jul-Dez (2000): 29-36.
22
F. Prat, "Biblical Criticism," Original Catholic Encyclopedia. (1914).
http://oce.catholic.com/index.php?title=Biblical_Criticism [accessed em 23 de fevereiro
de 2009.].
23
Geisler, 769. Ver maiores informações sobre a contribuição de Julius
Wellhausen à Hipótese Documental em Julius Wellhausen, Die Composition Des
Hexateuchs Und Der Historischen Bücher Des Alten Testaments, 2ª ed. (Universidade
de Princeton: G. Reimer, 1889).; Julius Wellhausen, Prolegomena Zur Geschichte
Israels, 5ª ed. (Berlin: Druck und verlag von G. Reimer, 1899).
9
histórica que descreve o que os autores bíblicos pensavam, isto é, “o que queriam
na época dos autores bíblicos. Foi também neste período que o supernaturalismo foi
rejeitado.27
tem por finalidade averiguar a influência que a literatura extra-bíblica exerceu sobre as
Escrituras, conhecida por este motivo como método comparativo.29 De Wette (1780-
passando pelo judaísmo até o cristianismo. 30 Sobre o prisma da história das religiões
24
Na dialética hegeliana, um conceito (tese) inevitavelmente origina um
conceito antagônico a si próprio (antítese), e a interação destes leva a um novo conceito
(síntese). Este por sua vez se torna a tese de uma nova tríade. (Detroit - NY: Columbia
University Press, 2000), s.v. "The Columbia Encyclopedia." Ver também: Gleason L.
Archer, 472.
25
Hasel, Teologia do Antigo e Novo Testamento: Questões Básicas no Debate
Atual, 273.
26
Ibid.
27
O supernaturalismo se “fundamentava na necessidade de revelação e da
autoridade da Escritura.” Hägglund, 304.
28
Para um estudo mais amplo sobre a Escola da História das Religiões ver:
Ibid, 340-343.
29
Odette Mainville, A Bíblia à Luz da História: Guia de Exegese-Histórico-
Crítica, trad. Magno Vilela (São Paulo: Paulinas, 1999), 104-105.
30
O. Merk, Biblische Theologie des Neuen Testaments in Ihrer Anfangszeit
(Marburg: 1970), 210-214.
10
supernaturalismo também pode ser observada. 31 Sob este ponto de vista, deveria ser
retirado da Escritura tudo aquilo que fosse considerado local e temporal, a fim de chegar
àquilo que é permanente.32 A tarefa do criticismo histórico era recuperar a verdade que
repousa oculta na Bíblia. 33 Nas palavras de James A. Sanders, “a autoridade não repousa
na Escritura, mas entre as linhas da Escritura, em algo que pode ser recuperado apenas
pelas ferramentas que o Iluminismo nos dá.”34 Segundo Gabler (1753-1826) os teólogos
para o homem de hoje. 36 Desta forma introduziu o conceito de mito aos estudos do
Novo Testamento.37
A Demitologização e o Existencialismo
31
Hasel, Teologia do Antigo e Novo Testamento: Questões Básicas no Debate
Atual, 274
32
Ibid, 274.
33
Jaques De Senarclens, Herdeiros da Reforma, trad. A. Sapsezian (São Paulo:
ASTE, 1970), 82.
34
James A. Sanders, "From Sacred Story to Sacred Text: Canon as Paradigm."
Religious Studies Review 15 (April 1989), 99.
35
Johann Philipp Gabler, Kleinere Theologische Schriften, vol. 2 (Cambridge,
Massachusetts: Stettin, 1831), 186; ver também Kümmel, 99.
36
Ibid, 100
37
Krentz, 21.
11
Jesus, mas a mensagem de Jesus e das comunidades cristãs primitivas. 43 Ele via um
partir das ansiedades da igreja primitiva. Esta idéia era compartilhada por outros
eruditos, como Hermann Gunkel e Martim Dibelius, em cuja visão, os evangelhos são o
38
Para um estudo mais amplo sobre o discurso de Bultmann e o debate que
este provocou ver: Hasel, Teologia do Antigo e Novo Testamento: Questões Básicas no
Debate Atual, 301. Ver também: Nilo Duarte de Oliveira, “A Demitologização das
Escrituras de Rudolf Bultmann e a Reação Protestante” (Centro Universitário Bennett,
2004).
39
Sobre a interpretação existencialista de Bultmann ver: Hägglund, 352-353.
40
Rudolf Bultmann, Crer e Compreender: Artigos Selecionados, ed. Walter
Altmann, trad. Walter O. Schlupp e Walter Altmann (São Leopoldo - RS: Sinodal,
1987), 14. [Os grifos são do autor].
41
Ibid, 22.
42
Krentz, 31.
12
sido os editores dessas tradições. Os eruditos da escola da crítica das formas buscavam
encontrar o Sitz im Leben no qual as tradições orais surgiram. Apesar de Bultmann não
ter sido o seu pioneiro, este objetivo foi por ele expandido. 44
crítica literária investiga as fontes escritas dos evangelhos. Ela se divide em uma série
quanto de Barth. Embora trabalhassem com o texto de forma distinta, consideravam que
sua interpretação deveria ser baseada na mensagem do texto ou no que o texto “falaria”
43
Para um estudo mais amplo ver Rudolf Bultmann, Jesus and the Word, trad.
Louise Pettibone Smith and Erminie Huntness Lanteno (New York: Scribner’s, 1958).
Ver também Hägglund, 352.
44
Para um estudo mais amplo ver Rudolf Bultmann, The History of the
Synoptic Tradition, trad. John Marsh (New York Harper and Row, 1963). Ver também
William Baird, "New Testament Criticism," em The Anchor Bible Dictionary, ed. David
Noel Freedman (New York: Doubleday, 1996), 732-733, 844.
45
Para maiores esclarecimentos sobre estas disciplinas, ver: Baird, 732-736;
ver também Millard J. Erickson, Christian Theology (Grand Rapids: Baker, 1983-85),
81-104; Gerhard F. Hasel, Understanding the Living Word of God (Mountain View,
Califórnia: Pacific Press, 1980).
46
Stuart and Fee, 249.
47
Werner G. Jeanrond, "History of Biblical Hermeneutics," em The Anchor
Bible Dictionary, ed. David Noel Freedman (New York: Doubleday, 1992), 443.
13
nova hermenêutica leva o texto bíblico a “ter o sentido que o leitor desejar,”52 pois a
verdade reside na experiência do leitor (campo existencial) ao permitir que o texto fale
consigo.53
conservadores. Karl Barth (1886 – 1968) propôs uma crítica ao método declarando ser
este semelhante à doutrina da infalibilidade defendida pela igreja romana, visto que
48
A neo-ortodoxia é uma corrente teológica que surgiu no século XX. Segundo
esta corrente teológica, “a Bíblia não é a revelação de Deus, mas um testemunho dessa
revelação.” Pereyra, 139.
49
“O Criador pode vir ao nosso encontro, pode revelar-Se a nós e, assim,
salvar-nos do pecado.” Ibid. Em relação à teologia do encontro na erudição adventista,
ver: Fernando L. Canale, "Revelação E Inspiração," em Compreendendo as Escrituras,
ed. George W. Reid (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2007), 60.
50
Antonio M. Artola e José Manuel Sánchez Caro, A Bíblia e a Palavra de
Deus, trad. Frei Antônio Eduardo Quirino de Oliveira, vol. 2º (São Paulo: AM Edições,
1996), 270.
51
Roy B. Zuck, A Interpretação Bíblica: Meios de Descobrir a Verdade da
Bíblia, trad. Cesar de F. A. Bueno Vieira (São Paulo: Vida Nova, 1994), 62-63.
52
Ibid, 63
53
Ibid.
14
ambas substituem a autoridade divina das Escrituras por uma autoridade humana. 54 Paul
reivindicar ser apropriado para todo assunto. Para explicar os conteúdos da fé cristã,
existencialismo.” 56
54
Karl Barth, Church Dogmatics, trans. G. T. Thompson, vol. 1 (Edimburgo:
T. & T. Clark, 1963), 119; ver também Norman Gulley, Cristo Viene! Un Enfoque
Cristocéntrico de Los Enventos de Los Últimos Días, trad. David P. Gullón, 1ª ed.
(Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2003), 103.
55
O método da correlação apresentada por Tillich é diferente do apresentado
por Troeltsch que apresentaremos mais a frente. Para um estudo mais amplo sobre o
método da correlação de Tillich ver: Paul Tillich, Systematic Theology, 3 vols.
(Chicago: University of Chicago, 1967). Esta obra foi publicada em português, em um
volume único, sob o título: Paul Tillich, Teologia Sistematica, trad. Getúlio Bertelli
(São Paulo: Sinodal - Paulinas, 1967). Veja também: Cláudio Carvalhaes, "Uma Crítica
das Teologias Pós-Modernas à Teologia Ontológica de Paul Tillich,” Universidade
Metodista de São Paulo http://www.metodista.br/ppc/correlatio/correlatio03/uma-
critica-das-teologias-pos-modernas-a-teologia-ontologica-de-paul-tillich/ (accessed em
23 de Março de 2009); sobre a relação de perguntas existenciais e respostas teológicas,
ver David Tracy, "Tillich and Contemporary Theology," em The Thought of Paul
Tillich, ed. Wilhelm Pauck James Luther Adams, Roger Licoln Shinn (San Francisco:
Harper and Row Publishers, 1985), 266-267.
56
Paul Tillich, História do Pensamento Cristão, 2ª ed. (São Bernardo do
Campo: ASTE, 2000), 287-289.
15
problemático, e a variedade de propostas indica uma busca para um novo paradigma que
Seminary, em Nova Iorque, declarou em seu livro que o MCH entrou “em
bancarrota.”61 A mesma posição foi defendida por Gerhard Maier em seu livro The End
método alternativo, que levasse em conta a revelação divina da Escritura. Propôs, então,
57
Carvalhaes, (accessed em 23 de Março de 2009).
58
Carlos Ceia, "Metanarrativa," E-Dicionário de Termos Literários (2005).
http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/M/metanarrativa.htm [accessed em 23 de março
de 2009].
59
Baird, 725-736.
60
D. A. Carson, "Biblical Interpretation and the Church: Text and Context.,"
(Exeter: Paternoster Press, 2000), 46.
61
Walter Wink, The Bible in Human Transformatin: Toward a New
Paradigma for Biblical Study (Filadélfia: Fortress Press, 1973), 1; veja ainda Wayne G.
Rollins, "The Second Shoe: An Appreciation and Critique of Walter Wink's the Human
Being " Cross Currents. 2003, 296; veja também: Gerhard F. Hasel, A Interpretação
Bíblica Hoje, trad. Carlos A Trezza (Itapecerica da Serra - SP: SALT - IAE, 1985), 84.
62
Gerhard Maier, The End of the Historical-Critical Method, trad. Edwin W.
Leverez and Rudolph F. Norden (Eugene: Wipf & Stock, 2001), 11-25 ver também
Hasel, A Interpretação Bíblica Hoje, 87-91.
63
Maier. 23; ver também Richard M. Davidson, "A Personal Pilgrimage,"
Journal of the Adventist Theological Society 1/1 (1990), 49.
16
sobre si mesma, no princípio da Bíblia como sua intérprete, etc.”65 Brevard Childs
(1923 – 2007) apontou para uma abordagem pós-crítica, ao fazer teologia dentro do
contexto do cânon, propondo assim o que viria a ser conhecido como uma “nova
teologia bíblica.”66
64
Também conhecido como “Método Gramático-Histórico” ver: Richard M.
Davidson, "Biblical Interpretation," em Handbook of Seventh-Day Adventist Theology,
ed. Raoul Dederen (Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing Association,
2000), 90, ver: Hasel, A Interpretação Bíblica Hoje, 03; “método literário-gramático-
histórico,” ver: William Larkin Jr, Culture and Biblical Hermeneutics (Grand Rapids:
Baker Book House, 1988). Davidson prefere chamar “interpretação bíblico-histórica,”
ver: Davidson, "A Personal Pilgrimage," 55. Este foi o método da Reforma protestante e
é também da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ver: Davidson, "A Personal Pilgrimage,"
42.
65
Hasel, A Interpretação Bíblica Hoje, 91.
66
Brevard S. Childs, Biblical Theology in Crisis (Philadelphia: Westminster,
1970), 100; ver também Gerald T. Sheppard, "Canonical Criticism," em The Anchor
Bible Dictionary, ed. David Noel Freedman (New York: Doubleday, 1992), 861-866;
Hasel, Teologia Do Antigo E Novo Testamento: Questões Básicas No Debate Atual,
135-136.
67
Augustus Nicodemus Lopes, "O Dilema do Método Histórico-Crítico na
Interpretação Bíblica," Fides Reformata X, Nº 1 (2005).
http://www.mackenzie.br/fides_reformata.html [accessed em 25 de Março de 2009].
68
Nesta abordagem a Bíblia é vista como qualquer outro livro ou documento,
isto é, de origem puramente humana. Os contextos do Oriente Próximo, (estratificação
social, realidades e dinâmicas econômicas, estruturas familiares e tradições sociais,
dinâmicas psicológicas e convenções literárias e retóricas) no qual a Bíblia foi escrita,
são os únicos permitidos para a interpretação da Bíblia. Ver: Robin Scroggs, "Can New
Testament Theology Be Saved? The Threat of Contextualisms," Union Seminary
Quarterly Review 42 nº 1-2 (1988), 17-18.
17
bem como outras versões modificadas do método.70 O MCH, porém, mantém seu
“axioma básico” como bem salientou Maier, que é fazer distinção entre a Escritura e a
verdade.” 72 Ninguém há, portanto, que se utilize do MCH, não importa como, que
69
Nesta abordagem o significado do texto é buscado no leitor moderno e não
nas Escrituras. Ver análise e propósito em: Edgar V. McKnight, Post-Modern Use of the
Bible: The Emergence of Reader-Oriented Criticism (Nashville: Abingdon, 1988).
70
A questão do método crítico-histórico tem divido os eruditos adventistas em
três grupos: “a) os que aceitam o método com suas pressuposições; b) os que creem que
uma versão modificada do método pode ser útil independentemente de suas
pressuposições fundamentais; e c) os que descartam o método porque este não pode
divorciar-se de suas pressuposições ideológicas cépticas.” Pereyra, 68-69. A “Comissão
de Métodos de Estudo da Bíblia” da Associação Geral, votou no Concílio Anual de
1986 no Rio de Janeiro, o relatório dobre o uso do MCH na erudição adventista. Ver:
"Métodos De Estudos Da Bíblia," em Compreendendo as Escrituras: Uma Abordagem
Adventista, ed. George W. Reid (Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2007), 329-337.
71
Maier, 16-17. Ellen G. White afirma que a Bíblia possui a mesma união
divino-humana manifestada em Jesus: “A união do divino e humano, manifestada em
Cristo, existe também na Bíblia. As verdades reveladas são todas ‘dadas por inspiração
divina’; contudo, elas são expressas em palavras de homens e adaptadas às necessidades
humanas. Assim, pode ser dito do Livro de Deus, como foi dito de Cristo, que ‘a
Palavra se fez carne e habitou entre nós’. E esse fato, longe de ser um argumento contra
a Bíblia, deve fortalecer a fé nela como a palavra de Deus.” Ellen G. White,
Testemunhos Para a Igreja, trad. Cesar Luis Pagani, 9 vols., vol. 7 (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2000), 747.
72
McKnight, 45.
73
Gerhard F. Hasel, "The Crisis of the Authority of the Bible as the Word of
God," Journal of the Adventist Theological Society 1/1 (1990), 20.
18
questionadas, sua historicidade foi colocada em cheque, bem como a sua reivindicação
esta deveria ser baseada na mensagem que o texto falaria ao leitor, adquirindo um
sentido peculiar ao investigador. Desta forma, este pensamento torna a Bíblia um livro
comum, isto é, sem autoridade divina. Para chegarem a estas conclusões, foram
74
Para a articulação destes três princípios ver: Ernst Troeltsch,
"Historiography," in Encyclopedia of Religion and Ethics, ed. James Hastings (New
York: Charles Scribner’s Sons, 1914), 716-723. Ernst Troeltsch, Gesammelte Schrifien,
vol. 2 (Tubingen: J.C.B. Mohr, 1913), 729-753. Para conhecer a contribuição de Ernst
Troeltsch ver: Robert Morgan, Ernst Troeltsch: Writings on Theology and Religion
(Atlanta: John Knox, 1977).; ver também Samuel Koranteng-Pipim, Receiving the
Word: How New Approaches to the Bible Impact Our Biblical Feith and Lifestyle
(Michigan: Berean Books, 1996), 64.
75
Uwe Wegner, Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia (São
Leopoldo Sinodal - Paulus, 1998), 18.
19
ser aplicados na Teologia, ficou conhecido como norma secular. 76 Esta premissa levou
que temos acesso hoje, por si só não podem ser considerados como fatos históricos. O
historiador deve usar todo o conhecimento que dispõe para sua análise, incluindo o que
ele pensa ser possível ou não.77 Desta forma é claramente permitido pressuposições e
crer em milagres é contrário à crítica histórica, e para fazer verdadeira crítica histórica é
objeto de sua análise. Isto, na prática, significa que as declarações bíblicas serão
76
Davidson, "Biblical Interpretation," 94. Pode-se observar esta aplicação na
teologia de Gabler e em sua forte ênfase histórica, a aplicação dos mesmos métodos
utilizados em ciências seculares na ciência bíblica. Ver: Henning Graf Reventlow,
"History of Biblical Theology," em The Anchor Bible Dictionary, ed. David Noel
Freedman (New York: Doubleday, 1992), 485.
77
Norman L. Geisler, Miracles and the Modern Mind: A Defense of Biblical
Miracles (Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1992), 77.
78
Ibid, 77-78. “Quando aplicado à Bíblia, o Método Crítico-Histórico levou
muitos a reinterpretar suas referências a milagres e intervenções sobrenaturais como
artifícios retóricos humanos e sua mensagem como obsoleta em face do moderno
ambiente científico.” Timm, "Antecedentes Históricos da Interpretação Bíblica
Adventista," 5.
79
Mark Ellingsen, "Modern Science, Critical Historiography, and Their
Challenge to Biblical Authority: It’s Everybody’s Problem," Faith and Missions 10
(Fall 1992), 47.
20
Egger declara em sua Metodologia do Novo Testamento que “o estudo dos fatos
fontes.”81 A história, no MCH age como o paradigma pelo qual se deve medir algo
como falso ou verdadeiro.82 Desta forma, é observado que a Escritura acaba por ser
alguns argumentam que os milagres não devem ser cridos, já que, eles não se
relacionam com nenhum evento atual. 85 Uwe Wegner, teólogo luterano, admite que se o
80
Wegner, 18.
81
Wilhelm Egger, Metodologia do Novo Testamento: Introdução aos Métodos
Linguisticos e Histórico-Críticos, trad. Johan Konings and Inês Borges, 2ª ed. (São
Paulo: Loyola, 2005), 193.
82
Senarclens, 89.
83
Cf. Pereyra, 65.
84
Senarclens, 88.
85
Geisler, Baker Encyclopedia of Christian Apologetics, 738.
86
Wegner, 18-19.
21
sempre eventos do passado são de fato uniformes com os do presente; muitos eventos
princípio subjetivo.
numa cadeia de causa e efeito históricos explicados como tendo origem natural e/ou
divindade, são vistos apenas como “causas históricas imanentes.”94 Os milagres são,
deste modo, atribuídos a causas humanas ou naturais, não divinas. Assim, a Bíblia
87
Geisler, Baker Encyclopedia of Christian Apologetics, 738-739. Para um
estudo mais amplo sobre o princípio da analogia, ver: Ellingsen, 49-51. ver também:
Davidson, "Biblical Interpretation," 90; ver ainda: Geisler, Miracles and the Modern
Mind: A Defense of Biblical Miracles, 75.
88
Davidson, "Biblical Interpretation," 90.
89
Ellingsen, 49.
90
Wegner, 18-19.
91
Senarclens, 88
92
Pereyra, 64
93
Davidson, "Biblical Interpretation," 91.
94
Rudolf Bultmann, Existence and Faith, trad. Schubert M. Ogden (New York:
World, 1960), 292.
22
torna-se uma obra literária como qualquer outro livro, apenas um documento de origem
humana. 95
são vistas como indicadores da existência de uma compilação de várias fontes para
utilizavam a mesma fonte e outras vezes fontes diversas. 97 Mainville considera que
alguns livros da Bíblia foram escritos durante várias décadas e outros levaram vários
séculos. 98 Existe uma depreciação do AT. em relação ao NT, com isto, a unidade
cultural do texto bíblico para com os textos dos antigos povos do Oriente Próximo e do
95
George Eldon Ladd, The New Testament and Criticism (Michigan: Eerdmans
1967), 39.
96
Carson, 45.
97
Mainville, 65-87.
98
Ibid, 39.
99
Reventlow, 485. Stanley concorda que o resultado final do MCH destrói a
unidade das Escrituras. Cf: Stanley N. Gundry, "Typology as a Means of Interpretation:
Past and Present," Journal of the Evangelical Theological Society 12/4 Fall (1969), 237-
238. Ver também: Gerhard Von Rad, "Typological Interpretation of the Old Testament,"
em Essays on Ot Hermeneutics, ed. C. Westermann (Richmond: John Knox Press,
1963), 22; Gerhard von Rad, Old Testament Theology (Edinburgh: 1965), 366,
publicado em português sob o título: Gerhard von Rad, Teologia do Antigo Testamento,
trad. Francisco Catao, 2ª ed. (São Paulo: Aste, 2006).
23
a utilização de um gênero literário específico. 101 Sendo assim, o teólogo deve fazer
distinção entre aquilo que pertence inerentemente a uma cultura e/ou intervalo de tempo
crítica da forma aplicada por Bultmann, demonstram a visão de que a Bíblia está
textos bíblicos, portanto, devem ser “lidos com suspeita.”104 E a solução apresentada é
100
Davidson, "A Personal Pilgrimage," 44, ver também: Mainville, 108-109.
101
Mainville, 92-93
102
Werner E. Lemke, "Theology: Old Testament," em The Anchor Bible
Dictionary, ed. David Noel Freedman (New York: Doubleday, 1992), 451.
103
Brian A. Shealy, "Redrawing the Line between Hermeneutics and
Application," Master's Seminary Journal 8/1 Spring (1997), 86. Para um estudo mais
amplo ver as seguintes obras: Bultmann, Jesus and the Wor, 8-11; Bultmann, The
History of the Synoptic Tradition, 244-45; Rudolf Bultmann, Faith and Understanding
ed. Robert W. Funk, trad. Louise Pettibone Smith (New York: Harper and Row, 1966),
247-52; Rudolf Bultmann, New Testament and Mythology, trad. Schubert M. Ogden
(Philadelphia: Fortress, 1984), 2-3; Bultmann, Existence and Faith, 58-60.
104
Alice L. Laffey, Introdução ao Antigo Testamento: Perpectiva Feminista,
trad. José Raimundo Vidigal (São Paulo: Paulus, 1994), 10-11. Ver também: Edward E.
Hindson, "The Inerrancy Debate and the Use of Scripture in Counseling," Grace
Theological Journal 3/1 Spring (1982).
24
Deus.105
inspiradas, seriam apenas aquelas que se referem aos valores morais e à fé. 107 Os livros
da Bíblia, desta forma, não são totalmente inspirados, e muitas das suas declarações não
são verdadeiras e que porções de suas histórias não são históricas de fato.108 Esse
pensamento acaba por colocar todo o texto sob o juízo da razão humana. 109
105
Laffey, 10-11; ver também Hindson. Para maiores esclarecimentos sobre
teologia feminista ver: Wanda Deifelt, "Temas e Metodologias da Teologia Feminista,"
em Gênero e Teologia: Interpelações e Perspectivas, ed. SOTER (São Paulo: Loyola,
2003). Ver também: Elisabeth Schussler Fiorenza, As Origens Cristãs a Partir da
Mulher: Uma Nova Hermenêutica, trad. João Rezende Costa (São Paulo: Paulinas,
1992).
106
Robert K. DeVries, "Book Reviews," Bibliotheca Sacra 120 Apr-Jun
(1963), 176.
107
Louis Berkhof, Princípios de Interpretação Bíblica, trad. Merval Rosa (Rio
de Janeiro: JUERP, 1994), 35.
108
Barry Waugh, "Manuscript by B. B. Warfield Concerning the Trial of
Charles A. Briggs," Westminster Theological Journal 66/2 (2004), 406. Ver também:
William T. Riviere, "The Word and Some Notions of Today," Bibliotheca Sacra
Volume 93 Jul/Sep (1936), 288-300.
109
Merrill F. Unger, "The Inspiration of the Old Testament " Bibliotheca Sacra
Volume 107 - Oct/Dec (1950), 442.
110
Moisés Silva, "Abordagens Contemporâneas na Interpretação Bíblica,"
Fides Reformata 4/2 (1999). Ver também Lopes, 122.
111
"Métodos de Estudos da Bíblia," 329.
25
Além de ser “pernicioso para a fé,” 112 o MCH também traz implicações para a missão
da igreja. É sobre esta relação entre o MCH, a fé e a missão que abordaremos agora.
como a Palavra de Deus, faz-se necessário uma breve análise sobre as conseqüências
que isto traz à vida do crente. Michael Green observou que o uso do MCH estava
destruindo a fé daqueles que estavam se preparando para o ministério. 113 Frank Hasel
missão.114 Ele também argumenta que o orgulho leva o intérprete a exaltar a razão
humana como o “árbitro final do que alguém deve conhecer, crer e obedecer” e como
resultado deprecia a inspiração bíblica, bem como sua autoridade divina. 115
112
Lopes, 131.
113
Michael Green, The Empty Cross of Jesus (Downers Grove, Illinois: Inter
Varsity Press, 1984), 158.; ver também Norman Gulley, Christ is Coming!
(Hagerstown: Review and Herald, 1998), 96.
114
“A aceitação de pressuposições bíblicas cristãs levará a conclusões muito
diferentes de, por exemplo, um compromisso com pressuposições naturalistas e mesmo
ateístas. Sendo que o método de interpretação é inseparável de suas pressuposições, as
respectivas pressuposições invariavelmente influenciam o resultado. Se o método de
interpretação exclui intervenções sobrenaturais, as Escrituras não serão lidas e
compreendidas como relatos verdadeiros e confiáveis, mas interpretadas
diferentemente.” Hasel, "Pressuposições na Interpretação das Escrituras," 27.
115
“... A pessoa orgulhosa é caracterizada por uma mentalidade arrogante que
se eleva a si mesma acima de Deus e de Sua Palavra e, assim, perde qualquer equilíbrio
que poderia originar-se de um reconhecimento da verdadeira posição de alguém em
relação a Deus e à Sua Palavra,” ibid. 30. O orgulho de opinião é desesperador,
incurável e ainda impede o crescimento. White, 199-200. Além do orgulho, Hasel lista
também a auto-ilusão que “também afeta a devida compreensão da Palavra escrita de
Deus” (2Tm 4:3-4; cf. 3:13); a dúvida “que se aprofunda quando uma pessoa duvidosa é
26
Apesar de uma pesquisa feita em 2200 artigos e livros publicados nos últimos
30 anos indicar que 75% dos estudiosos aceitam a ressurreição como um fato,116 é
ressurreição, não são históricos, como pode ser expresso nas palavras de Bultmann:
Em 1911, em seu livro Atos dos Apóstolos, Ellen G. White, porém, já falava
Para muitos a Bíblia é uma lâmpada sem óleo, porque voltaram a mente para
canais de crenças especulativas que produzem má compreensão e confusão. A obra
da “alta crítica,” em dissecar, conjecturar, reconstruir está destruindo a fé na Bíblia
como uma revelação divina. Está roubando a Palavra de Deus em seu poder de
controlar, erguer e inspirar vidas humanas. 119
como Redentor da raça humana.”123 Ao diminuir ou negar a fé nas Escrituras, por mais
compreender sua mensagem. 124 Nas palavras de Jesus, “se alguém quiser fazer a
vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo por mim
119
Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, trad. Carlos Trezza, 9ª ed. (Tatuí, SP
Casa publicadora Brasileira, 2006), 474.
120
Ellen G. White, Caminho a Cristo, trad. Isolina A. Waldvogel (Tatuí - SP
Casa Publicadora Brasileira, 2003), 110. White também afirma que: “Quando homens,
em seu juízo finito, julgam necessário fazer um exame de textos para definir o que é
inspirado e o que o não é, estão dando um passo adiante de Jesus a fim de mostrar-Lhe
um caminho melhor do que aquele em que Ele nos tem guiado.” Ellen G. White,
Mensagens Escolhidas, trans. Isolina A. Waldvogel e Luiz Waldvogel, 3ª ed., 3 vols.,
vol. 1 (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985), 17.
121
Hasel, "The Crisis of the Authority of the Bible as the Word of God," 27.
122
C. M. Snow, "The New Salvation," Review and Herald, Nov. 28. 1907, 5.
123
C. M. Snow, "The Higher Critics and God's Word," Review and Herald,
Nov. 28. 1907, 04.
124
"Métodos de Estudos da Bíblia," 337.
28
mesmo” (Jo 7:17). Segundo o apóstolo Paulo a “fé vem pelo ouvir, 125 e o ouvir pela
palavra de Deus” (Rm 10:17, ARC). É necessário, pois, deixar de ler a Bíblia como um
livro comum, e ter disposição para obedecê-la, pela fé.126 Na primeira parte desta
pesquisa procurou-se analisar a relação entre o MCH e a fé. Desde que o MCH
minimiza a fé, quais seriam os resultados da aplicação deste método para a missão da
evangelho ao “mundo todo” conhecido. 128 Nenhum historiador contesta que esta fé,
desde seu início, tem sido fundamental para a proclamação da mensagem cristã. 129 O
125
Do grego avkoh,, (akoê) que significa: a) o sentido da “audição”; b) o ato
de “ouvir” ou ainda o “ouvir da fé” cf. Gálatás 3:2,5, traduzido na ARA como
“pregação da fé”; cf.: W. E. Vine, Merril F. Unger, and William White, Dicionário
Vine: O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo
Testamento, trad. Luis Aron de Macedo (Rio de Janeiro CPAD, 2006), 1483. Também
significa “o recebimento de uma mensagem,” algo mais do que um sentido da
“audição,” ver: Vine, Unger, and White, 841.
126
Somente a fé tornará “acessível ao leitor as verdades espirituais da Palavra
de Deus.” Hasel, "Pressuposições na Interpretação das Escrituras," 34.
127
Lamar Williamson Jr., Mark, Interpretation Commentary (Atlanta: John
Knox, 1983). Ver também Allen Black, The College Press Niv Commentary, Mc 16:14.
(Joplin, Mo.: College Press Pub. Co., 1995).
128
Colossenses 1:4-6 e 23.
129
Christian Hartlich, "Historical-Critical Method in Its Application to
Statements Concerning Events in the Holy Scriptures " Journal of Higher Criticism 2/2
(1995). http://depts.drew.edu/jhc/hartlich.html [accessed em 13 de Maio de 2009].
29
primitiva missão cristã.” 130 Paulo observou que “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa
vitalidade espiritual é essencial para que uma congregação possa crescer. 131 Kelley
observou cinco características comuns das igrejas que tem um bom índice de
crescimento. Estas características são: (1) uma demanda por um alto compromisso dos
seus membros, que inclui total lealdade e solidariedade social; (2) rigorosa disciplina
para com as crenças e o estilo de vida; (3) zelo missionário, um forte desejo de contar as
boas novas para todas as pessoas; (4) são absolutas em suas crenças, ou seja, suas
crenças são totais, um sistema fechado, suficiente para todos os propósitos, sem revisões
uniformes.132
numa igreja que aceitasse o MCH de forma aberta. A questão de crenças absolutas,
130
Peter Stuhlmacher, Schriftauslegung Auf Dem Wege Zur Biblischen
Théologie (Göttingen: 1973), 141.
131
C. Kirk Hadaway, Facts on Grow: A New Look at the Dynamics of Growth
and Decline in American Congregations Based on the Faith Communities Today 2005
National Survey of Congregations, ed. David Roozen (Hartford, CT: Faith Communities
Today, 2006), 7.
132
Dean M. Kelley, Why Conservative Churches Are Growing (New York:
Harper & Row 1972), 95; ver também Dean R. Hoge, "A Test of Theories of
Denominational Growth and Decline," em Understanding Church Growth and Decline:
1950-1978, ed. Dean R. Hoge and David A. Roozen (New York: The Pilgrim Press,
1979), 179.
30
estilo de vida definido com uma disciplina exata não pode acontecer onde a Bíblia não é
a Palavra de Deus, mas palavra de homens, e de homens de uma cultura tão remota que
Com relação às igrejas que não crescem, porém, Dean Kelley afirma que estas
igrejas são caracterizadas (1) por um relativismo nas crenças, (2) tolerância na
preferência por uma atitude de diálogo com pessoas de fora da denominação ao invés de
proselitismo, (4) compromisso limitado para com a igreja, e (5) pouca efetividade em
a declinar, porque as pessoas desejam pertencer a uma igreja que mantenha os seus
avançar a missão da igreja, devem ser construídos sobre princípios bíblicos [grifo
nosso].”134 Algumas dessas características podem ser vistas em igrejas que têm dado
abertura para o MCH, como por exemplo a Evangelical Lutheran Church in America
(ELCA).135
133
Kelley, 95. Hoge, 179-182.
134
George R. Knight, The Fat Lady and the Kingdom (Boise, Idaho: Pacific
Press Publishing Association, 1995), 124. Para uma visão ampla a respeito do declínio
de igrejas nos Estados Unidos, ver: Mike Regele and Mark Schulz, Death of the Church
(Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1995).
135
A “… ELCA endossa e pratica o método crítico-histórico de interpretação
da Bíblia. Este é o único método que pode ser utilizado nos seminários da ELCA. O
método gramático-histórico é excluído.” John F. Brug, "Why the Historical-Critical
Method of Interpreting Scripture is Incompatible with Confessional Lutheranism ."
http://www.wlsessays.net/files/BrugHC.pdf [accessed em 18 de Maio de 2009], 3.
31
por ministros que deixaram a Lutheran Church - Missouri Synod (LCMS ).137
A história da ELCA tem início numa controvérsia sobre o uso do MCH dentro
de um dos maiores seminários desta instituição.138 Depois que a ala mais conservadora
Seminary, Dr. Tietjen, ensinasse a Bíblia aos seus alunos de uma maneira mais literal.
Por não chegarem a um acordo, ele foi expulso em 1974 e, devido a sua influência, a
“seminário no exílio.”139
136
"Lutheran Roots in America: The Historical Origins of the Evangelical
Lutheran Church in America,” Lutheran Evangelical Church in America
http://www.elca.org/Who%20We%20Are/History/Lutheran%20Roots%20in%20Ameri
ca.aspx (accessed em 18 de Maio de 2009). Para conhecer mais sobre a posição
doutrinária destas três denominações ver John J. Baumgart, "The Doctrinal Situation of
Three Merging Churches," in Cypress Pastoral Conference (Keystone Heights, Florida:
Wisconsin Lutheran Seminary, 1985).
137
"Association of Evangelical Lutheran Churches,” The Association of
Religion Data Archives. http://www.thearda.com/Denoms/D_1299.asp (accessed 19 de
Maio 2009).
138
"Lutheran Leader Pressures School: Seminary in Missouri Told to Stop
Doctrinal 'Errors'," New York Times, September 10, 1972. Ver também "Interpretations
of Bible Divide Protestant Denominations; Biggest Denomination Affected Editor
Backed Conservatives a Healing or Divisive Process? A Break is Seen as Inevitable,"
New York Times September 16, 1979.
139
"Rev. Dr. John Tietjen, 75, Leader in Lutheran Church Split in 70's," New
York Times February 18, 2004. Ver também "New Resignations Hit Lutheran Church;
Majority of Officials Quit in Schism of 2.8-Million-Member District of the Missouri
Synod," New York Times October 10, 1976. Para conhecer mais sobre o Seminex ver
32
Evangelical Lutheran Churches (AELC), que contava com 400 congregações oriundas
da LCMS. Como o líder do grupo, em 1987, conduziu a fusão da AELC com a ALC e a
LCA, formando, então, a ELCA140 que já contava em seu início com cerca de cinco
tenham um encontro com Deus.144 Somente 3% do clero e 29% do corpo leigo concorda
Christ Seminary - Seminex, ed. Erwin L. Lueker, Luther Poellot, and Paul Jackson,
Eletronic Edition ed., Christian Cyclopedia (St. Louis: Concordia Publishing House,
2000). Todo o corpo docente do Concordia Seminary abdicou por causa do direito de
usar o MCH, cf.: Hasel, "The Crisis of the Authority of the Bible as the Word of God,"
25. Para uma melhor descrição do desenvolvimento e explosão do MCH no Missouri
Synod Lutheran ver: Kurt E. Marquart, Anatomy of an Explosion: Missouri in Lutheran
Perspective (Concordia Theological Seminary Press, 1977). Ver também: Kurt E.
Marquart, Anatomy of an Explosion: A Theological Analysis of the Missouri Synod
Conflict (Concordia Theological Seminary: Baker Book House, 1978).
140
"Rev. Dr. John Tietjen, 75, Leader in Lutheran Church Split in 70's."
141
"Evangelical Lutheran Church in America," The Association of Religion
Data Archives http://www.thearda.com/Denoms/D_1415.asp (accessed 19 de Maio
2009).
142
"Rev. Dr. John Tietjen, 75, Leader in Lutheran Church Split in 70's."
143
Excluindo-se a Igreja Católica e os Mórmons, a ELCA ocupa a quinta
posição entre as maiores denominações cristã americanas, cf.: "Yearbook of American
and Canadian Churches,” http://www.adherents.com/rel_USA.html#bodies (accessed
em 25 de Maio de 2009). Ver também "South Dakota Synod, Elca,”
http://www.southdakotasynod.org/ (accessed em 25 de Maio de 2009). No seu início a
ELCA estava na quarta posição entre as maiores denominações dos EUA, cf.: Ari L.
Goldman, "New Lutheran Church Formed from 3 Roots," New York Times May 1,
1987.
144
"Questions About the Bible,” Evangelical Lutheran Church in America
http://archive.elca.org/questions/Results.asp?recid=16 (accessed em 14 de Maio de
2009).
33
que “A Bíblia é a palavra de Deus, a ser tomada literalmente palavra por palavra.”145 Há
uma clara influência do MCH nessa denominação, que pode ser observada na seguinte
declaração:
pela ELCA como “uma realidade sobrenatural, que não pertence a este mundo e não
pode ser objeto de investigação histórica.” 147 Apesar de não definirem uma posição
denominação.149
145
Kenneth W. Inskeep, "The Context for Mission and Ministry in the
Evangelical Lutheran Church in America," (2003).
http://www.elca.org/~/media/Files/Who%20We%20Are/Office%20of%20the%20Presid
ing%20Bishop/Background%20Reading/context.ashx [accessed em 26 de Maio de
2009], 26.
146
"Questions About the Bible,” (accessed em 14 de Maio de 2009).
147
"Ressurrection,” Evangelical Lutheran Church in America
http://archive.elca.org/questions/Results.asp?recid=23 (accessed em 19 de Maio de
2009).
148
"Creation Vs. Evolution,” Evangelical Lutheran Church in America
http://archive.elca.org/questions/Results.asp?recid=4 (accessed em 19 de maio de 2009).
149
"Ecumenical and Inter-Religious Relations,” Evangelical Lutheran Church
in America http://www.elca.org/Who-We-Are/Our-Three-Expressions/Churchwide-
Organization/Ecumenical-and-Inter-Religious-Relations.aspx (accessed em 19 de maio
de 2009).
34
consonância com o que foi demonstrado pela pesquisa de Dean Kelley. Apesar do
grande número de membros com que a ELCA contava inicialmente, houve, porém, um
decréscimo considerável de fiéis nos anos subseqüentes. Em 1987 a ELCA contava com
teve um decréscimo de 437.454 membros.150 Frank Imhoff nos informa ainda que o
relação ao número total de membros. Nesse ano, portanto, a ELCA precisou em média
de 1181 membros para levar uma pessoa ao batismo. Desde então não tem crescido no
início, a maioria dos seus membros procede de origem étnica alemã e escandinava. 152
Esse evangelismo “étnico” continua ainda hoje, como nos reporta a revista “The
Lutheran,” já que em 2005 apenas 3,1% do número total de batismos vêm do grupo de
150
"Evangelical Lutheran Church in America ,” The Association of Religion
Data Archives http://www.thearda.com/Denoms/D_1415.asp (accessed em 19 de Maio
de 2009). Enquanto que a ELCA obteve um deficit de 8,27% em 19 anos, no mesmo
período, denominações como a Southern Baptist Convention obtiveram um crescimento
de 10,51% aproximadamente. "Southern Baptist Convention,” The Association of
Religion Data Arquives http://www.thearda.com/Denoms/D_1087.asp (accessed 04 de
junho de 2009.).
151
Frank Imhoff, "Elca Membership Drops 1.6 Percent to 4.85 Million in
2005," The Lutheran 2006.
152
Cf.: Goldman, 12.
35
novos membros “quando os filhos dos membros da igreja continuam dentro de suas
avaliação da ELCA, admite que “na ELCA o crescimento depende de famílias com
crianças.”155
Unidos, a freqüência caiu para menos de 29,68 %. Ou seja, dos 4.850.776 de membros,
destinada para o suporte missionário, houve uma redução de 7,9% em 1990 para 5,8%
em 2000.157
ELCA. A atitude do crente para com a Bíblia e a forma como ela é interpretada pode
influenciar diretamente a sua visão missiológica. 158 Isto pôde ser observado através da
153
Cf.: Imhoff. O periódico “The Lutheran” pertence a ELCA. Em geral a
ELCA tem dificuldade de crescer entre a população não-branca. Ver também Inskeep,
13.
154
William Read, Victor Monterroso, and Harmon Johnson, O Crescimento da
Igreja na America Latina, trad. João Marques Bentes (São Paulo: Editora Mundo
Cristão, 1969), 86-87.
155
Inskeep, i.
156
Imhoff.
157
Inskeep, 18-22.
158
Essa relação entre a fé e a missão também é percebida por Abdala. “Os
conceitos da teologia e o fervor do evangelismo devem se apoiar mutuamente. Não
podem ser separados [grifo nosso].” Emílio D. Abdala, "A Importância do Treinamento
36
aceitação e do uso do MCH pela ELCA, o que foi um fator preponderante para o
CONCLUSÃO
histórico tem para com a fé e a missão, em especial para com a missão da Evangelical
da fé nas Escrituras influencia diretamente na vida religiosa das pessoas, exercendo, por
(ELCA).
Fica evidente, portanto, que uma postura hermenêutica onde a Palavra de Deus
eclesiológico.
abordagem hermenêutica coerente com o valor que a Escritura possui e com a missão da
REFERÊNCIAS
Artola, Antonio M., e José Manuel Sánchez Caro. A Bíblia e a Palavra de Deus.
Traduzido por Frei Antônio Eduardo Quirino de Oliveira. Vol. 2º. São Paulo:
AM Edições, 1996.
Baird, William. "New Testament Criticism." em The Anchor Bible Dictionary, ed.
David Noel Freedman. New York: Doubleday, 1996.
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