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Cruz

figura geométrica

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Saiba mais

Cruz (do latim cruce) é uma figura


geométrica, formada por duas linhas ou
barras que se cruzam em ângulo de 90°,
dividindo uma das linhas, ou ambas, ao
meio. As linhas normalmente se
apresentam na horizontal e na vertical;
se estiverem na diagonal, a figura é
chamada de sautor, ou aspa.
Uma cruz grega (reta, todos os braços de mesmo tamanho). Se estiver girada 45 graus, será um sautor ou ainda o
símbolo da Wehrmacht.

A cruz é um dos símbolos humanos mais


antigos e é usada por diversas religiões,
principalmente a católica. Alguns
cristãos não a usam como símbolo,
como por exemplo as Testemunhas de
Jeová.[1]

Na subcultura gótica, surgida ao final da


década de 1970, o símbolo geralmente
representa sofrimento, dor ou angústia
No cristianismo

Cruzes

Cruz de Tau, usada pelos


franciscanos no
cristianismo.

A cruz latina é o símbolo


mais conhecido do
cristianismo. Ela simboliza a
morte de Jesus na Vera
Cruz.

Um dos símbolos mais utilizados na


religião é a cruz. A Encyclopædia
Britannica chama a cruz de “o principal
símbolo da religião cristã”. Num
julgamento em tribunal na Grécia, a
Igreja Ortodoxa Grega chegou a afirmar
que aqueles que rejeitam a "Santa Cruz"
não são cristãos. “Encontraram-se
diversos objetos, datando de longos
períodos anteriores à Era Cristã,
marcados com cruzes de feitios
diferentes, em quase cada parte do
mundo antigo. A Índia, a Síria, a Pérsia e
o Egito produziram todos muitos
exemplos, ao passo que em quase toda
a parte da Europa se encontraram
numerosos casos, datando desde a parte
posterior da Idade da Pedra até os
tempos cristãos. O uso da cruz como
símbolo religioso em tempos pré-
cristãos e entre povos não-cristãos
provavelmente pode ser considerado
como quase universal, e em muitíssimos
casos ligava-se a alguma forma de culto
da natureza.” — Encyclopœdia Britannica,
1946, Vol. 6, página 753.

Concernente aos cristãos do primeiro


século, a obra History of the Christian
Church diz: "Não se usava o crucifixo e
nenhuma representação material da
cruz."- (Nova Iorque,1897). J. F. Hurst,
Vol. I, P. 366. Durante o primeiro século
do cristianismo, a cruz era raramente
usada na iconografia cristã, uma vez que
representa propositadamente um
doloroso método de execução pública. O
Ichthys, ou símbolo do peixe, era mais
utilizado pelos primeiros cristãos.

No entanto, o símbolo da cruz já foi


associado aos cristãos no segundo
século, como é indicado nos argumentos
anticristãos citados por Octavius,[2]
capítulos IX e XXIX, escrito no final do
mesmo século ou no início do próximo,[3]
até o início do terceiro século a cruz
tinha-se tornado tão estreitamente
associada a Cristo que Clemente de
Alexandria, que morreu entre 211 e 216,
usou a ambiguidade da frase τὸ
κυριακὸν σημεῖον (o sinal do Senhor)
para significar cruz, pois a epístola
apócrifa de Barnabé, tem o número 318
(em grego numerais, ΤΙΗ) em Gênesis
14:14 foi interpretada como uma
numerologia para cruz (T, na posição
vertical) e de Jesus (ΙΗ, as primeiras
duas letras do seu nome ΙΗΣΟΥΣ, a
posição dos 18),[4] e seu contemporâneo
Tertuliano designou os crentes cristãos
como crucis religiosi, ou seja "devotos da
Cruz."[5] Em seu livro De Corona, escrito
em 204, diz Tertuliano diz que já era uma
tradição para os cristãos fazer em sua
testa o sinal da cruz.[6] Muitos
estudiosos consideram que a cruz teria
sido adotada pelo cristianismo por seus
próprios méritos, devido às suas
conotações metafísicas, porém alguns
historiadores sugerem que a cruz surgiu
originalmente de um símbolo pagão:
“ A forma da [cruz de duas vigas] ”
teve sua origem na antiga Caldeia
e foi usada como símbolo do deus
Tamuz (tendo a forma do Tau
místico, a letra inicial de seu
nome)naquele país e em terras
adjacentes no Egito. Por volta dos
meados do 3º séc. A.D., as igrejas
ou se haviam apartado ou tinham
arrematado certas doutrinas da fé
cristã. A fim de aumentar o
prestígio do sistema eclesiástico
apóstata, aceitavam-se pagãos
nas igrejas, à parte de uma
regeneração pela fé, e permitia-se-
lhes em grande parte reter seus
sinais e símbolos pagãos. Assim
se adotou o Tau ou T, na sua forma
mais frequente, com a peça
transversal abaixada um pouco,
para representar a cruz de Cristo.
— An Expository Dictionary of New
 
Testament Words[7].

A Enciclopédia Judaica diz:


“ A cruz como um símbolo cristão ”
(...) entrou em uso pelo menos no
segundo século (ver "apost.
Const." Iii. 17; epístola de Barnabé,
XI.-xii.; Justin, "Apologia", i . 55-60;
"Dial. cum Tryph". 85-97) e à
marcação de uma cruz sobre a
testa e do tórax foi considerado
como um talismã contra os
poderes dos demônios.
  — Tertuliano[8].

Na heráldica
As cruzes seguintes são empregadas
exclusiva ou principalmente em
heráldica.
Tipo de cruz Descrição Imagem

A cruz heráldica simples apresenta braços de mesmo


Cruz heráldica
comprimento, acompanhando as proporções do escudo.

Cruz em trevo Com as extremidades dos braços em forma de trevo.

Cruz de A cruz da Ordem de Cristo de Portugal é uma cruz vermelha e


Portugal cada um dos seus braços é barrado.

Cruz
Cada um dos braços da cruz é barrado.
recruzada

Foi a insígnia do Reino Latino de Jerusalém, que existiu por cerca


de duzentos anos após a Primeira Cruzada. As quatro cruzetas
Cruz de nos cantos simbolizariam ou os quatro Evangelhos ou as quatro
Jerusalém direções nas quais a palavra de Cristo se espalhou, a partir de
Jerusalém. Ou as cinco cruzes podem simbolizar as cinco
chagas de Cristo durante a Paixão.

Cruz
As extremidades dos braços têm forma semelhante à flor-de-lis.
florenciada

Cruz bifurcada
Com as extremidades em forma de garfo.
(fourchée)

Seus braços estreitam na direção do centro e são chanfrados nas


Cruz de Malta
extremidades. Também conhecida como Cruz de São João.

Cruz ancorada Suas extremidades são divididas e as pontas resultantes são


(moline) curvadas.
Intermediária entre a cruz pátea e a florenciada. Algumas fontes
Cruz patonce
a chamam de Cruz floreada.

Seus braços se estreitam na direção do centro, mas não


Cruz Pátea
apresentam extremidades chanfradas.

Cruz de Mais similar à Cruz Pátea, mas com braços convexos a sus
Cantuária extremidades. Associada com a Igreja da Inglaterra.

Também conhecida como cruz floreada; uma cruz latina com


braços chanfrados e dois trifólios nas extremidades. Associada
Cruz arménia
com a Arménia, onde é presente nos lápides e memoriais
(khachkars).

Cruz
bordonada Com as extremidades em forma de bordão.
(pommée)

Cruz potenteia Suas extremidades são barradas.

Uma cruz com duas barras horizontais. Este símbolo está


Cruz de
associado com Lorena e França Livre, e também está presente
Lorena
em os brasões da Eslováquia, Hungria e Lituânia.

Quadrática Uma cruz com um quadrado no ponto de intersecção.

Cruz românica
de Tripla e entrelaçada.
consagração

Cruz oca Também conhecida como Gammadia, é uma Cruz Grega com a
parte central dos braços removida. “Gamadia” vem da aparência
de quatro letras gregas gama agrupadas.
Também conhecida como Cruz Sérvia, é uma cruz grega com
quatro letras em cada canto que, originalmente, foram
consideradas como letras gregas beta. Foi associada com o
Cruz Império Bizantino, e as letras foram os iniciais do frase grego que
tetragrâmica significa: "Rei dos reis governando sobre reis". Hoje, está
associada com a Sérvia, presente no brasão e na bandeira do
país, e com a Igreja Ortodoxa Sérvia. As letras, por aparência, são
consideradas como letras cirílicas "C" (S no alfabeto latim).

A cruz decussata, conhecida também pelos nomes de sautor ou


cruz de Santo André, é um símbolo heráldico na forma de cruz
Cruz de Santo
diagonal ou na letra X. Segundo a tradição cristã, o apóstolo
André
André foi martirizado em uma cruz desta forma. Este símbolo
(decussata)
também está presente em várias bandeiras, brasões e selos
como nas bandeiras da Escócia e Jamaica.

Também conhecida como cruz escandinava, é um símbolo


heráldico na forma de cruz com o braço a direita mais longa que
Cruz nórdica os outros. Foi originalmente associado com a bandeira da
Dinamarca, e é hoje presente nas bandeiras de todos os países
escandinavos.

Também conhecida como cruz ansata, era na escrita hieroglífica


egípcia o símbolo da vida. Conhecido também como símbolo da
Ankh
vida eterna. Os egípcios a usavam para indicar a vida após a
morte.

Uma cruz com dois barras horizontais, e uma barra diagonal. A


barra diagonal aponta a esquerda porque o criminal virtuoso foi a
Cruz ortodoxa
esquerda de Jesus à sua crucifixão. Este símbolo está associado
com a Igreja Ortodoxa Russa em particular.
Há diversas outras variações da cruz em
heráldica.

Em bandeiras
Diversas bandeiras nacionais
apresentam cruzes, inclusive as de todas
as nações escandinavas. Vários países
do Hemisfério Sul têm o Cruzeiro do Sul
representado em suas bandeiras.

Bandeira da Bandeira do
Austrália ("Union Burundi
Jack" e o Bandeira da
Cruzeiro do Sul) Dominica
Bandeira do Bandeira da
Brasil (Cruzeiro Dinamarca (a
do Sul) Danebrogen)
Bandeira da Bandeira da
Escócia Noruega
Bandeira da Bandeira da
Finlândia Nova Zelândia
Bandeira da ("Union Jack" e o
Grécia Cruzeiro do Sul)

Bandeira da Bandeira da
Geórgia Papua Nova
Guiné (Cruzeiro
Bandeira da
do Sul)
Inglaterra
Bandeira de
Bandeira da
Portugal
Islândia
Bandeira do
Bandeira da
Reino Unido (a
Jamaica
Union Jack)
Bandeira de
Malta
Bandeira da Bandeira da
República Suécia
Dominicana Bandeira da
Bandeira de Suíça
Samoa (Cruzeiro Bandeira de
do Sul) Tonga
Bandeira da Bandeira de
Sérvia (na Wallis e Futuna
brasão sobre a (bandeira da
bandeira) França)

Outros usos da cruz


O Cruzeiro do Sul (Crux) é uma
constelação em forma de cruz no
Hemisfério Sul.
A cruz mais alta, de 152,4 metros de
altura, faz parte do Monumento Nacional
de Santa Cruz del Valle de los Caidos, na
Espanha.

Cruz Alta - município brasileiro do Rio


Grande do Sul, Brasil.
Cruz Nórdica na bandeira da Suécia

Cruzes de São Jorge, Santo André e São


Patrício na bandeira do Reino Unido
Suástica ou cruz gamada, um símbolo
muito antigo

Bandeira da dinastia Paleólogo, com a cruz


tetragâmica

Ver também
Cristianismo
Crucifixo
Crux
Suástica
Cruz Vermelha
Rosa-cruz

Referências
1. «Testemunhas de Jeová» (https://ww
w.jw.org/pt/testemunhas-de-jeova/p
erguntas-frequentes/crenca-cruz/) .
Testemunhas de Jeová. Jw.org.
Consultado em 11 de abril de 2018
2. Octavius (http://www.ccel.org/father
s2/ANF-04/anf04-34.htm)
3. The Worship of the Dead (London,
1904), by Colonel J. Garnier, p. 226.
4. Stromata, book VI, chapter XI (http://
www.earlychristianwritings.com/tex
t/clement-stromata-book6.html)
5. Apology., chapter xvi. (http://www.ne
wadvent.org/fathers/0301.htm)
Nesse texto Tertuliano diferencia
Cruz de Estaca.
6. De Corona, capítulo 3 (http://www.cc
el.org/ccel/schaff/anf03.iv.vi.iii.htm
l)
7. An Expository Dictionary of New
Testament Words (Londres,1962),
W.E.Vine,p.256
8. (Tertuliano, "De Corona", iii.; Cipriano,
"Testemunhos", xi. 21-22; Lactantius,
"Divinae Institutiones," iv. 27, e
outros). (...)

Bibliografia
Koch, Rudolf (1955). The Book of Signs.
Dover, NY. ISBN 0-486-20162-7.

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