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O ARRAIAL ESQUECIDO:

Foi bradada aos quatro vento a história aqui que se espalha


No Boqueirão de Seu Zé Bento, foi encontrado um jumento
Com um cangaceiro moribundo, envolto numa mortalha
O febril criminoso foi socorrido prontamente
pelo povo que ali lavrava em pleno expediente

O cangaceiro sobrevivente, quase que bate as bota


Mas com os remédios do Dotô Motta, ele teve bom levante
Porém antes de ser entregue pra volante, Ele chamou Seu Zé Bento
para lhe confidenciar uma segredo, talvez como tentativa de alento

O danado tinha vindo de um lugar escondido, chamado PROSPERIDADE


Um arraial abandonado, perdido, amaldiçoado, só lembrado pelos de mais idade.
Anos atrás, no tempo do Império, a vila era mineradora, destino de muita gente
Mas sua localização virou um mistério, virou uma arraial fantasma, apagado pela areia quente.

Reza a lenda que para chegar lá, é preciso que chova bastante
Até o Dia de São José, deve-se encher todas as vazante
Assim, os rios que só aparecem nas chuva levam os botes desavisados
A um vale escondido pelo tempo, entre a caatinga e o relvado.

Ao passarem pelos deserto, as brumas avisam que o arraial está perto


As Brumas dos tempos de Dom Sebastião, que protegem os locais encantados do sertão
Fazem os seres sobrenaturais se confundirem com os que nesse mundo estão
Assim, cuidado se pensar na bestagem de planejar tal viagem
em busca dessas pairagens onde os rios correm pelos desertos encantados desse mundão

INTRODUÇÃO

Você já ouviu falar em lendas de cidades escondidas? Lugares misteriosos que geralmente guardam uma
riqueza ou uma relíquia... e sempre há um caboclo que jura ter estado lá! Pois bem, essa história é sobre uma
cidade fantasma. Lá não se mora ninguém e nada se cria por lá! Essa cidade se chama PROSPERIDADE. Uma
vila lendária que simplesmente... DESAPARECEU!
Poucos ainda lembram de sua existência. Outros mais velhos juram ter passado por lá ou conhecido alguém
que trabalhou em suas minas de Turmalinas. Rumores ouvidos desses antigos mineiros contam sobre um fugitivo
da lei que escondeu seu saque lá, mas ele sumiu sem vestígios! E, segundo as lendas, há muitos esconderijos
possíveis. Outros ainda falam de uma cripta esquecida sob a igreja, que dizem conter relíquias incrustadas com
joias.
Prosperidade, ironicamente, é uma cidade fantasma estranhamente esquecida, como se sua existência fosse
aos poucos apagada da mente das pessoas, bem como sua localização. No entanto, há um bando de gente que
anseia por uma pista de como chegar nesse Eldorado misterioso.
Uma dessas pessoas é o pobre cangaceiro Cova Rasa que está aprisionado no xilindró de Margem Verde,
cidade mais próxima do Boqueirão de Seu Zé Bento. Ele stá à disposição de qualquer autoridade (Padre, Dotô,
Volante) ou qualquer enviado pelo Coroné mandante do local.
O Pobre homem está em choque e diz que escapou da morte por milagre.
“Por Deus, eu juro ao Sinhô que a tal vila existe
Pegamos um braço do Rio Mussum, que nasceu após a chuva
Cruzemo um arco de pedra e cheguemo num cenário triste.
A cidade que era pura riqueza, só se vê a morte espreitando a gente.
Se não tiver esperteza, vai morrer com a arma em riste.”

Ao final dessa fala, o delirante cangaceiro começa a expelir formigas pelo nariz

“Não se engane com a falsa paz desse lugar decadente


As almas penadas estão presentes e aguardam os inocentes
Para cada tesouro escondido, há promessa de maldição,
mas com fé em Deus, o cabra sai de lá rico
Ou vira lenda com dizê bunito no seu caixão”

Após fala, não há mais o que perguntar, pois as formigas tomam o corpo todo de Cova Rasa.

Prosperidade

Cidade fantasma no verdadeiro sentido da palavra, assombrada pelos espíritos do jovem Kiko, sua amada
Jessica e aqueles que foram mortos após o casal. - Apenas Kiko pode vagar pela cidade, todos os outros fantasmas
são forçados a permanecer dentro de seus edifícios.
CAMINHANDO PELA VILA FANTASMA:
“A cidade é macabra e tudo cheira à morte.
Tem urubu, cão do mato e calango de toda sorte.
Há muito tempo por aqui ninguém passa
pois é lugar esquecido por Deus,
palco de sofrimento e grande desgraça.”
Ainda pelos arredores do Arraial da
Prosperidade, o grupo ouve um grito feminino –
“Aaaaaaaaaaahgh!”, seguido de um disparo de
espingarda.
As ruas estão silenciosas assim como todos os
edifícios e casas. Nâo há animais nos estábulos e
as únicas formas de vida que encontram são
alguns escorpiões, calangos, um cachorro do
mato sarnento que observa o grupo à distância
com aspecto hostil.
A brisa quente aos poucos dissipa o frescor que as brumas do rio proporcionava até então. O clima parece
ter se tornado seco, árido e extremamente assustador. A ideia qe aqui viveram pessoas e riquezas foram geradas
causa um lamento por parte de todos. Seria um lugar convidativo a se morar... se não fosse esse pesado ar de morte!
BAR E ESTALAGEM DO GENÉSIO (1):
O espaço de outrora alegria, agora guarda macabro
silêncio em meio a suas mesas empoeiradas. A decoração
decadente, garrafas foscas apodrecendo seu conteúdos em
verdadeiro silêncio nas prateleiras empoeiradas. No bar,
repousa o corpo decrépito de um atendente. Resta somente
o esqueleto, sentado atrás o balcão, com o sorriso cheio de
dentes. Parece que toda a sua carne humana foi consumida,
devorada e roída por criaturas monstruosas e profanas.
Atrás do balcão, um quadro infantil ocupa local de honra...
Caso queiram examinar o quadro perceberão que a menina
parece ser enforcada por uma mão adulta!
(TESTE DE VALENTIA OU -1D NOS DEMAIS
TESTES)
Ao tentarem subir as escadas, o esqueleto vai sacar um
espingarda do fundo do balcão e disparar! (TESTE DE
VALENTIA OU FOGEM POR 1-6 HORAS).
Conforme OS HERÓIS exploram a cidade, ao redor
do bar, DOIS CORPOS SECOS se aproximam, atraídos
pela confusão

O RECANTO DOS VIAJANTES (2): espaço cercado onde fica o escritório do telégrafo, o escritório do
delegado, três estábulos de aluguel, uma administração e um banheiro.
“Aqui o dinheiro corria solto feito cinto de amante
A cidade era governada daqui, o recanto dos viajantes
Aqui os forasteiro, em busca do suado dinheiro,
percebia a regra do jogo,
onde os donos do arraial enriquecem
e os mineiros empobrecem,
nas minas onde eles adoecem
sem saber que tudo foi um maldito logro”

Cada um desses lugares é assombrado por uma das vítimas de Kiko Valente (Genésio Damasceno,
Delegado Albuquerque e seu filho Carlinhos). Esses homens perigosos e odiosos em suas vidas são dez vezes piores
agora do que estão mortos. Eles farão tudo ao seu alcance para massacrar os intrusos, apesar de não poderem sair
de seus prédios.
Na admnistração há papéis de venda e compra de grãos e de itens diversos para a cidade. Pelos documentos,
a autoridade máxima da cidade era do Delegado Albuquerque, entre 1886 e 1890.
Na delegacia, há cartazes de “procura-se” antigos e boletins de crimes anotados em papéis na mesa de
madeira do delegado. Entre eles, o registro que o famoso bandoleiro Tião Camaleão, roubou 70 contos de réis,
mas acabou morto em troca de tiros com o delegado anterior ao Albuquerque (Major Salustiano). - Há registro a
caneta: “Onde foi parar o dinheiro?”
No telégrafo, há mobília destruída e vários catálogos e manuais já carcomidos pelo tempo, mas a
aparelhagem tem chance de funcionar, caso alguém entenda e consiga passar em TESTE DE ESTUDO.
No estábulo, há dezenas de esqueletos de cavalos, mulas e jumentos mortos, amarrados, deixados à mingua.

A MERCEARIA (3):

Nesse estbelecimento, a fome se saciava


Uma vez aberta a porta, o arraial se amontoava
Mãos famintas e olhos apressados
avançavam alegres sobre os secos e molhados

A carne de sol, as verduras, o queijo coalho e a rapadura


decoravam o local em meio ao cheiro de fruta madura
Hoje não se vê nem vestígio de nada daquilo que trouxe
para o Arraial da Prosperidade tanto prestígio!

A loja é assombrada pelo fantasma de Jessica Damasceno.

É o seu grito que a turma ouve quando chega à cidade. Ela tenta chamar
a atenção da turma gritando, criando luzes e geralmente fazendo o máximo de
barulho possível.

Ela é o único fantasma que não ataca a gangue. Em vez disso, ela tenta
fazer com que examinem uma ripa de piso macia (jogando coisas nela).
Debaixo da ripa está o diário de Jéssica, no final do qual estão os detalhes de
seu amor infeliz e que termina com sua decisão de acabar com sua própria vida.

Uma história macabra: Jessica Damasceno, a linda filha do dono da mercearia,


se apaixonou por um pobre rapaz órfão, chamado Cristiano (Kiko) Valente,
que trabalhava na mercearia de seu pai, Genésio.
Porém, ela também chamou a atenção de alguns jovens realmente maus
que eram filhos dos homens que mandavam na cidade: caras que não aceitavam
não como resposta. - Ao saber do romance dos dois jovens, o enciumado filho
do Delegado Albuquerque, Carlinhos, o padre, Thomas dos Santos e o pai de
Jessica, Genésio Damasceno, foram procurar Kiko Valente, que reagiu e,
quando o tiroteio passou, dois de seus agressores estavam mortos (filho do
delegado e o pai de Jessica).
Sabendo disso, o delegado enlouqueceu de vez. Kiko foi espancado e
amarrado a uma estaca acima de um formigueiro. Ele passou dois dias lá, e
seus gritos de dor mantiveram todos acordados, mas ninguém veio em seu
socorro! - Os restos mortais de Kiko foram enterrados sem cerimônia em uma
cova rasa próximo da árvore seca na qual ele foi enforcado, e o incidente foi
esquecido.
Dois meses depois, o Delegado Albuquerque foi encontrado em sua cama, aterrorizado,
recoberto de formigas vermelhas. O arraial entrou em pânico, logo lembrando da formna
da morte de Kiko.
Várias mortes se seguiram, inclusive do Vigário de Prosperidade, em frente ao seu coral
de fiéis na missa de domingo. Todas as pessoas morreram devoradas por formigas
vermelhas!
Não se sabia quem seria o próximo alvo da ira das formigas, que pareciam ter pego gosto
da carne humana após a execuão de Kiko Valentel.
Assim, o povo da cidade aos poucos se convenceu de que a Prosperidade estava amaldiçoada e começaram
a se mudar, deixando a cidade para as formigas vermelhas.
Enlouquecida pela lembrança do som dos tormentos de seu amado, Jessica acabou com sua vida atirando
na própria cabeça. Em seu diário, suas palavras finais:

“Quem é de fora não sabe um terço da missa.


De como a vila foi palco de lacívia e de cobiça.
Um poderoso se apaixonou por uma simples menina
já comprometida com um pobre boiadeiro,
que por não ter berço nem dinheiro,
encontrou sua ruína.”
“Cada gesto de maldade só serviu para provar
que toda a crueldade tem por lei voltar
para todos a serviço da injustiça e do pecado
E até mesmo um inocente podem ser prejudicado.”
(Ela sabe que a única maneira de os fantasmas na cidade voltarem ao descanso é trazer o corpo de Kiko
Valente para enterrá-lo novamente em solo consagrado, mas não revela diretamente isso).

O Poço Abandonado: ao lado da mercearia ficava o poço da cidade, que, por ter sido construído em terreno
instável (antigo cemitério indígena), ele ruiu, ficando um açude de água salobra e barrenta, com profundidade de
seis metros (3 TESTES DE PARRUDICE, falhando em um, o próximo é com -1D).
No fundo, as ruínas de pedra do antigo poço se amontoam em torno de dois sacos pores de couro velho,
contendo 70 contos de réis e uma ADAGA DE PRATA com cabo de osso (encantada).
O HOTEL (4): parece ser o local ideal para passar a noite. O prédio não tem espíritos assombrando e há
quartos à vontade para repousar… porém agora é hora de KIKO aparecer, coberto de formigas e atacar os
forasteiros. Ali pode ser o palco para o primeiro encontro entre eles!

A IGREJA (5): Na nave principal toca um órgão pavoroso quando alguém


adentra ao local. Um coral de 15 mulheres de véu e avental de
coristas começam a cantar um assombrado hino que lembra uma
ladainha macabra, “pedindo a Deus para libertar as almas que
sofrem”! (Assombrações: TESTE DE VALENTIA -2S).
- SÓ FICARÃO HOSTIS SE
ATACAREM O PADRE, que está no altar em
transe. Ele também não aparece atacar. O padre
está ali como CORPO SECO.
Na igreja há cruxcifixos, água benta, santos e demais
adrnos religiosos.
Dentro da sacristia e da administração, acham a lista de batizados, casamentos e funerais da cidade. O
diário do padre também está visível, falando dos principais eventos da cidade e, lá conta o que houve com Kiko
e Jessica, em 1890. O Padre conta sobre a dor de ser conivente com a imaturidade e deliquência do filho do
delegado e do pai de Jéssica! Veladamente, o padre pede, em seu diário de dor, perdão a Deus por sua covardia!
Ele sugere, ainda, que o espírito da suicida Jessica não alcançará paz enquanto seu amado não a alcançar também
e, para isso acredita que os cidadãos deveriam levar o corpo de Kiko para solo consagrado. “Mas quem ousaria
desobedecer o delegado Albuquerque, ainda de luto por seu filho?
Alguns túmulos parecem ter sido reabertos e agora estão vazios e, embaixo da igreja, na margem do rio, há
sinais de escavação. Há pás, picaretas, pratos de metal, peneiras e fogueiras apagadas há anos com panelas
ressecadas de algo que já foi uma sopa ou caldo, agora indecifrável.

A VENDA DO VELHO HENRIQUE (6):

Ao explorarem as mercadorias que ainda podem ser aproveitadas (, artigos


de couro, ferraria, pesticidas para lavoura, fumo de rolo, fósforos, chapéus,
cordas, arame, ferramentas), após anos expostas a saques e vandalismos, o
cão sarnento, todo ferido e sem o olho esquerdo em sua órbita, parte para
cima do grupo (FICHA DE CORPO SECO). Ao FIM DO COMBATE,
o velho Henrique desce do segundo andar com arma em punho.

Ninho das Formigas Vermelhas: este enorme monte está localizado perto do
poço e é também onde Kiko Valente se transformou em Assombração. O
espírito ataca qualquer um que se aventura na área.

No caso de KIKO, ele pode convocar um enxame de formigas em


um alvo por combate. A vítima faz TESTE de AGILIDADE para
escapar do ataque. Caso seja atingido, as formigas o atacam
promovendo um ferimento automático por rodada até elas serem
removidas de alguma forma (água, fogo, pesticida, etc.)

A Velha Árvore: este velho carvalho ressecado e retorcido


assombra acima da cova rasa de Kiko. O tempo apagou todas as
evidências do túmulo e as raízes da árvore passaram por seus
ossos. Libertar o corpo requer cortar as raízes, que têm uma
Resistência Grande (PELEJA). O fantasma de Kiko fará tudo o
que puder para impedir que seu corpo seja enterrado no cemitério
da igreja.epois que seus restos mortais são colocados em uma cova
real, cada formiga vermelha na cidade é destruída por uma chama
etérea.

CONCLUSÃO: Depois que os fantasmas descansarem em paz, a


gangue estará livre para explorar a cidade e poderá recuperar o
ouro escondido.

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