NAS CAVERNAS DA

ABOMINAÇÃO
PESTILENTA
Aventura OSR para personagens de níveis 1-2

Marcelo P Augusto
 NAS CAVERNAS DA
ABOMINAÇÃO
PESTILENTA
Aventura OSR para personagens de níveis 1-2
versão 1.0
Escrito por: Marcelo P. Augusto
(dadosecanecas.blogspot.com ou
@dadosecanecas)
Edição: Giallo Games (@giallogames)
Diagramação: Marcelo P. Augusto
Revisão: Ana Luiza B. M. Augusto
Criatura "Predador do Pântano":
Magno Souza (@magnosouzaa)
Artes:
Capa: Carlos Castilho (@crawlstilho)
Página 3: Ricardo Gabriel Telles
(@_gasparisme)
Páginas 5, 15, 18 e Rodapés: Rafaela
Augusto (@rafasenhos.com.br)
Página 7: Luis Octavio N. Barros
(@luisoctavionb)
Página 8: Geraldo Marinho
(@oldsky.art)
Páginas 9 e 17: Erllen Correia
(@erllenc)
Página 12: Nathasha Fariña (@feynath),
a partir de inspiração
Mapa da página 13 foi criado e
autorizado sua utilização pelo
Dungeon Scrawl
(www.dungeonscrawl.com)
Playtesters: Alex Cuenca, César
Milman, Dirceu Fernandes, Eduardo
Dutra, Hélio Gehring Jr, José Emiliano,
Nathan "Dragon", Paulo " Murderhobo"
Feitosa, Ronys Tércio, Thiago "Elendil"
Sousa
Agradecimentos especiais: Aos meus
amores Ana e Rafa.
A aventura está disponível para
download gratuito em
www.dadosecanecas.blogspot.com
Esta licença permite o download e
compartilhamento deste trabalho,
atribuindo crédito ao autor original,
mas não autoriza alterações ou
utilização para fins comerciais.

Antes de começar
Esta aventura foi desenvolvida para
um grupo de 4-6 aventureiros de
níveis 1-2, e compatível com
qualquer sistema OSR da preferência
do mestre. A proposta é que seja
utilizada como um interlúdio, um
rápido intervalo para os aventureiros
durante o trajeto de alguma viagem.
A localização é em um pequeno
vilarejo próximo a montanhas e a um
pântano onde a ação principal se
desenrolará.
Introdução
A pequena comunidade da Vila dos
Mateiros vivia tranquilamente, sem
que nada ou ninguém incomodasse
seus pacatos moradores.
3
NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA
Os dias se passavam e das hortas
brotavam suculentos legumes e
vistosas verduras. Pastores seguiam
tranquilamente com seus rebanhos
de ovelhas até as colinas próximas,
enquanto criadores de aves
alegremente inspecionavam os belos
ovos que suas gordas galinhas
diariamente botavam.
No fim dos dias a única e pequena
taverna do povoado, A Cotovia
Alvoroçada, reunia os animados
moradores para beberem uma
cerveja, contar histórias e tocar um
pouco de música simples daqueles
que vivem nas pequenas localidades
rurais. De tempos em tempos, ali se
juntam aos moradores viajantes que
utilizam a vila como ponto de
descanso ou pequenos mercadores
que para lá levam seus produtos.

Rumores sobre a região
O grupo de aventureiros pode
conhecer ou tomar conhecimento ao
chegar ao local, de alguns rumores
sobre a região onde se encontra a
Vila da Mateiros. Sorteie um dos
rumores abaixo para cada um dos
personagens.
Tabela 1. Rumores
1d6 Rumores
Um eremita louco vive no pântano
1
próximo
Existe uma tribo de goblins que vive
2 nas montanhas próximas, e vez por
outra ataca incautos viajantes
Existe um tesouro perdido nas
3 montanhas guardado por uma tribo
de orcs
Um clérigo de certa fama se
4 remanescentes. Em troca da
aposentou e veio viver na vila
Uma fazenda próxima foi atacada por
5
trolls, mas um grupo de aventureiros
expulsou as criaturas
Foi descoberto numa cidade próxima
6 Turnodhal, único dos aventureiros
um culto maligno
4
NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA
O que se sabe da Vila dos
Mateiros
Como toda localidade erma, a Vila
dos Mateiros tinha suas lendas e
superstições. Os mais antigos
aldeões, hoje em dia não mais que
uma meia dúzia de velhos ranzinzas
e fofoqueiros, contam sobre seres
bestiais que anos atrás vieram das
montanhas e por pouco não
invadiram a vila. A população foi
defendida por um grupo de
aventureiros viajantes que há algum
tempo monitorava a área no rastro
do bando de orcs salteadores, e
buscava uma recompensa oferecida
por um rico senhor da região que
teve suas propriedades saqueadas
pelas bestas.
A rusga durou algumas semanas até
que os aventureiros conseguiram
finalmente emboscar os líderes dos
orcs e expulsar os poucos
hospitalidade dos locais e da ajuda
na cura e recuperação dos
aventureiros feridos na última
batalha, o grupo deixou na cidade
um belo e antigo machado que fora
empunhado por um anão chamado
que caiu na campanha e cuja
sepultura encontra-se nos arredores
da vila. Esse machado pode ser visto
como um troféu na parede d’A
Cotovia Alvoroçada. Um pântano
existe a alguns quilômetros a sudeste

Punição Afiada
Seu nome está
gravado em runas
anãs nos dois lados
da lâmina do
machado.
• Atq +1, Dano
(1d8+1), AL Ordeiro;
• Machado de
Arremesso, pode
serlançado a até 6m
para fazer um ataque
à distância. Ele sempre retorna para a
mão de seu dono após um arremeço;
• Proteção contra o Mal/Proteção
Contra Alinhamento 1x/dia.
da vila e tem sido há algumas
gerações um local de desconfiança.
Normalmente é evitado, mas
caçadores ou viajantes incautos que
resolvem transitar pela região
relatam avistamentos de aranhas
gigantes ou outras monstruosidades
apavorantes difíceis de serem
descritas. De toda maneira, é
repetido por muitos que o pântano é
um lugar a ser contornado.
Poucos anos atrás chegou à vila um
sacerdote viajante chamado Nis-
Sirrute, que com sua voz grave e
severa, constantemente trazia aos
moradores seu discurso de fé e
retidão. Ficou por algum tempo
vivendo na vila, mas em certo
momento decidira se isolar por um
período em busca da profunda
5
NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA
orientação de sua divindade, como
forma de penitência por seus
pecados. Acabou se tornando um
eremita e passou a viver no pântano.
Com o passar do tempo as visitas de
Nis-Sirrute à Vila dos Mateiros
foram se tornando menos
frequentes. Aqueles que com ele
conversavam começaram a notar que
além de ter emagrecido muito, havia
um certo descuido com seus trajes,
barba e cabelo, e por onde passava
deixava um cheiro estranho e
desagradável. Além das questões de
asseio, era comum vê-lo
conversando consigo mesmo, muitas
vezes numa língua desconhecida dos
aldeões. Ora discutia rispidamente
ora implorava por algum tipo de
piedade.
Alfie, o pastor, conta que certa vez
presenciou Nis-Sirrute travando o
estranho monólogo: “Mentiste,
mentiste para mim! A desgraça se
abateu sobre minha cabeça e hoje
sofro distante de meu deus... pobre
de mim! Mas.... mas por favor, não
me abandones, só tenho a ti e tu me
fazes suportar o medo...”, e ao notar
que o pastor o observava com
estranheza, Nis-Sirrute pareceu
segurar firmemente algo em seu
peito por baixo de suas vestes e com
um olhar assustado se afastou.
Já Nilo, o filho dos halflings criadores
de galinhas, contava que numa noite

foi até o pomar atrás de maçãs
frescas, quando sentiu um cheiro
horrendo que o deixou tonto e quase
o fez vomitar, e ao olhar atrás de
uma árvore viu o agora eremita
sentado com a mão sobre o peito, de
olhos abertos vidrados fitando a
escuridão. O menino acreditou que o
velho estava morto e se aproximou
para examiná-lo. Assim que tocou
Nis-Sarrute, este se virou para o
jovem halfling e como desperto de
um transe começou a gritar
estranhamente “Mor! Crith mor!”,
para em seguida continuar “A
escuridão consumirá a todos!”. Nilo
saiu dali desesperado e nunca mais
passou de noite pelo pomar.
O tempo foi passando até que o
sacerdote desapareceu da vila.
Nis-Sirrute era um clérigo ordeiro
que seguia uma divindade devotada
à justiça, e viajava pelo mundo
propagando suas palavras de fé.
Eventualmente se apoderou de um
estranho colar feito em ouro e com
um pingente de pedra preciosa
rajada em branco e preto opacos, na
forma de um olho. A maravilhosa
peça de origem élfica chamada de O
Olho de Aniriel, além de poderes
mágicos, carrega uma maldição que
vagarosamente corrompeu corpo e
alma de Nis-Sirrute. O clérigo foi
definhando até morrer há algum
tempo na gruta em que vivia no
pântano, e o que restou de seu corpo
ainda lá jaz.
6
NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA
A aventura
O grupo de valorosos aventureiros
chega de passagem à Vila dos
Mateiros e é recebido com algo de
desconfiança e apreensão pelos
aldeões. É possível notar expressões
de medo nas mães que puxam
rapidamente seus filhos para dentro
de casa ao avistarem os forasteiros.
Sugestão: Os aventureiros podem
estar no encalço do mago
trambiqueiro Pallindrus, O
Prodigioso e seu aprendiz, para
cobrar uma dívida, recuperar um
item, ou outra motivação
semelhante.
Os visitantes, se perguntarem por
pousada ou refeição, serão
direcionados para A Cotovia
Alvoroçada e lá sem muita insistência
serão informados dos últimos
incidentes.
Há alguns dias havia ocorrido uma
festa tradicional chamada Noite dos
Mortos, onde algumas pessoas, em
sua grande maioria crianças, se
cobrem de lençóis e tentam assustar
os aldeões mais velhos. Vários tipos
de alegorias como abóboras
iluminadas e velas enfeitam as
janelas das casas.
 NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA

Na noite da festividade, um grupo de

crianças se afastou para brincar e,
conforme contaram, uma
monstruosidade enorme surgiu da
escuridão e atacou-as, fazendo com
que desesperadas retornassem ao
vilarejo. As descrições são confusas
e desconexas; talvez pela escuridão,
talvez pelo trauma que as pobres
crianças sofreram, mas todas
lembram do cheiro horrível que
sentiram sendo que algumas delas
chegaram a vomitar antes do ataque
e permaneceram adoentadas.

Nessa época estavam de passagem

pela cidade um vistoso mago,
Pallindrus, O Prodigioso, e seu
aprendiz.

Diante da comoção pelo incidente,

Pallindrus se interessou pela
situação e questionou vários
habitantes se outros eventos
estranhos haviam ocorrido
recentemente. Foi lembrado que nas
últimas semanas três ovelhas haviam
desaparecido, assim como o corpo
da mula de propriedade de um
aldeão foi encontrado dilacerado
próximo ao rio. Todos acreditavam
ser o feito de alguma fera selvagem
que rondava a região.
Após algumas perguntas Pallindrus,
O Prodigioso, anunciou que assim
que amanhecesse partiria para
investigar as imediações e caçar a
fera. Algumas moedas de ouro
adiantadas seriam suficientes para
7
pagar-lhe pelo serviço.
Os dias se passaram e o mago e seu
aprendiz não retornaram. Todos
acreditaram que ele devia ter
encontrado a criatura, recuperado
algum tesouro interessante e
abandonado os aldeões sem nem
mesmo lembrar deles. Ledo engano...
Na manhã exatamente anterior à
chegada do grupo de aventureiros,
foi encontrado bem próximo da vila a
cabeça arrancada de uma ovelha e
nenhum sinal do resto de sua
carcaça. Mais uma vez, o pânico se
espalhou pela Vila dos Mateiros.
 NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA

10km

1 Vila dos Mateiros 6 No pomar Nilo encontra

2 Rio das Almas Nis-Sirrute
3 Lago dos Mateiros 7 Cabeça arrancada de ovelha
4 Passo do Orc Morto 8 Carcaça de mula
5 Sepultura do anão 9 Caverna nos pântanos
Turnodhal

8

As Montanhas e arredores
As montanhas mais próximas
encontram-se a algumas horas de
caminhada da vila. Área verdejante,
normalmente transmite a
tranquilidade e simplicidade da vida
rural.
A região próxima ao norte da vila é
ocupada por pequenas fazendas e
pastos, onde os moradores
desenvolvem suas atividades. É
comum encontrar pastores
circulando por ali conduzindo seus
rebanhos.
Caminhando por algum tempo é
possível notar ao longe a silhueta das
montanhas adiante. Delas desce um
rio rápido, o Rio das Almas, que
deságua num vasto lago frequentado
por aqueles adeptos da pescaria.
Nas margens do lago encontra-se a
sepultura do anão Turnodhal, único
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NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA
membro dos Caçadores de Irlun a
tombar na campanha contra os orcs
invasores. É possível que um
passante note flores e fumo
depositados próximo à sepultura, o
que se tornou uma tradição por
parte dos moradores.
As montanhas são divididas por um
vale, batizado pelos habitantes como
Passo do Orc Morto. Lá teria
ocorrido o embate final entre os
Caçadores de Irlun e os orcs, que
culminou na expulsão dos invasores.
É possível que os aventureiros
tentem investigar a área, mas não
encontrarão rastros ou vestígios dos
incidentes recentes na vila.
As ameaças que lá se apresentam são
as recorrentes no cotidiano da
região. Poucas são as chances de
serem encontrados resquícios do
embate que envolveu o bando de
orcs no passado.

Dessa forma, existe a chance de 1 em
6 por dia de encontro aleatório na
região, conforme a Tabela 2 abaixo:
Tabela 2. Eventos Aleatórios na
Região das Montanhas e seus
arredores
2d4 Encontros
2 Cervo
3 Bem-vindos ao pântano!
Cobra
4 Nessa região, existem alguns pontos
Águia
5 Pastores e ovelhas
6 Cabras montanhesas
7 Lobos (1d4)
8 Anões viajantes
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NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA
O Pântano
De lá exala o cheiro desagradável,
porém tolerável, de plantas em
decomposição e água estagnada.
Moscas constantemente zumbem
nos ouvidos dos viajantes e um ou
outro é ouvido xingar enquanto
cospe um dos insetos que
inadvertidamente invadiu sua boca.
As picadas dos mosquitos começam
a fazer braços e pescoços coçarem.
onde a água é profunda o suficiente
para que seres humanos afundem
até a cintura, mas o mais comum é
que caminhem por lama
escorregadia ou solo alagado com
vegetação rasteira.
Viajar por Pântanos é uma tarefa
ingrata. Assegure-se de aplicar as
regras de Movimento apropriadas
conforme apresentado pelo
sistema que você escolheu.
Caso os aventureiros acabem por
adentrar áreas onde a água é mais
profunda, a penalidade do seu
Movimento será 2x o custo normal
para o Pântano.

A região é rica em fauna e o solo
inundado eventualmente irregular,
dessa forma, sempre que os
viajantes adentrarem um novo hex
na área pantanosa, a chance de
ocorrer um Evento Aleatório é de 2
em 6. Caso ocorra, role na Tabela 3
para defini-lo.
Tabela 3. Eventos Aleatórios no
Pântano
2d6 Encontros
2 Viajantes (1d4)
3 Víbora
4 desagradável, diferente do natural
Enxame de Insetos
5-7 Alteração da profundidade
(1d2: 1 raso, 2 fundo)
8 Lagarto
9 Crocodilo
10 Lobos (1-4)
11
Coruja
12 Sapo Gigante
11
NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA
Ao investigar o pântano, em
determinada área onde a lama esteja
um pouco mais firme, é possível
descobrir marcas estranhas e
relativamente recentes. Compridas e
profundas, fazem lembrar os rastros
de uma grande criatura bípede. Para
os mais espertos, o tamanho das
pegadas sugeriria uma criatura de
mais de 2m de altura.
Seguindo os rastros, os aventureiros
chegam até uma área bem inundada.
Mais adiante um pequeno lago que
circunda um monte. Em
determinado ponto na face do
monte, é possível avistar o que deve
ser a entrada de uma gruta. Um odor
cheiro do pântano, já pode ser
sentido.
Examinando cuidadosamente, é
possível descobrir que há dentro do
lago uma faixa de terra submersa
sobre a qual pode-se caminhar com
água na altura das canelas, e que em
princípio leva até a entrada da gruta.
Fora dessa faixa um humano de
estatura normal que se aventurar a
entrar no lago caminhará com água
pouco abaixo da cintura. Há uma
chance de 1 em 6 que
inadvertidamente o personagem
pise em uma área mais profunda,
exigindo que esse saiba nadar e sob
o risco de que se afogue no lago,
caso muito carregado.
 NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA

A distância através do lago até a O Predador surpreende suas

entrada da gruta é de 80m. Quando presas com facilidade e priorizará
o grupo tiver percorrido o ataque ao aventureiro que
aproximadamente 2/3 do caminho estiver mais para trás na marcha.
até a gruta, notarão uma estranha Caso estejam agrupados, aquele
movimentação na água. De onde que parecer mais fraco.
notam essa movimentação emergirá
uma estranha criatura, um bizarro
cruzamento de caranguejo com
aranha conhecido na região como
Predador do Pântano.

Predador do Pântano
Médio e Neutro
Encontros 1d3
DV 3
CA (DEF) 17[2]
Mov 9/6(Escalando)
XP 250
Moral 8
JP 6 (15) / Salvaguarda 15
M12 V13 P12 S 15 F 16
For+2 Ref+0 Von +0
THACO: 15[+4]
Ataques: 2x Pinças +4 (2d4+1),
Corte;
• Jato de Teia: o alvo deve realizar
uma Jogada de Proteção contra
Paralisia ou ficar imóvel por 1d4
rodadas.
Essas monstruosidades foram criadas por Bruxas da Noite, misturando
aranhas e caranguejos para produzir essas enormes aberrações que
habitam florestas e áreas pantanosas. São predadores ardilosos e cruéis
que gostam de emboscar suas presas.
Além de atacarem suas presas com suas vigorosas pinças, podem optar
por soltar um Jato de Teia e imobilizá-las.

12

Chegando à entrada da gruta, o
odor já é absurdamente
desagradável.
Túnel 1:
A entrada deste túnel tem
aproximadamente 2m de altura, e
2m de largura. Formado em rocha
crua e com suas laterais cobertas
de limo, é tomado pelo odor
extremamente forte, capaz de
13
NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA
intoxicar alguns dos aventureiros.
É necessário realizar uma Jogada
de Proteção contra Veneno (ou JPC
ou Fortitude) para suportá-lo.
Caso falhe, o aventureiro vomita e
fica bastante nauseado, seu
movimento cai à metade e seus
ataques recebem -2 de penalidade.
Esse odor acompanhará o grupo
por toda a caverna, piorando
quanto mais a adentram.

Após alguns metros de progresso, o
caminho se bifurca em dois túneis
descendentes bem mais largos que o
anterior.
Caverna 2:
Uma caverna se abre diante dos
visitantes. Algumas estalactites e
estalagmites podem ser observadas,
assim como alguns pedregulhos
soltos. Se o local for examinado, um
osso de animal roído com alguns
pedaços de carne podre será
encontrado entre as estalagmites.
Também poderão ser descobertos
rastros que atravessam a caverna.
Caverna dos Citrinos 3:
O solo desta caverna está
praticamente alagado: a área coberta
pela água chega a ter uma
profundidade de 70cm.
Espalhadas pela caverna existem
algumas rochas com até 2m de
altura, mas que não chegam a tocar o
teto. Muito provavelmente um
aventureiro que atravessar a área
alagada, tropeçará em alguns ossos e
talvez um crânio que poderá julgar
como humanoide. Se examinada
detidamente, essa área revelará
1d4+1 po e uma Adaga (+1).
3a: Neste ponto existe uma área seca
e um pouco mais elevada que a parte
alagada. Se iluminada, alguns
reflexos brilhantes poderão ser
notados nas paredes. Incrustadas na
rocha, 1d8+3 pedras brutas amarelo
14
NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA
escuras (Citrinos, 35 po cada), que
precisarão ser removidas das
paredes da caverna.
3b: Toca das Salamandras Cegas.
Barulho na caverna principal atrairá
1d4+2 Salamandras, que nadarão
submersas para atacar suas presas.
3c: Um esqueleto humanoide há
muito perecido de aproximadamente
1,70m, vestindo armadura de couro
batido, trapos do roupas de viagem e
uma espada longa jaz no túnel. Se
examinado, numa pequena bolsa 2
pp e uma pedra bruta amarelo
escura (Citrino, valendo 35 po). É
possível que um observador mais
cuidadoso note que uma das pernas
da calça parece ter sido rasgada com
violência.
Caverna Alagada 4:
“Uma grande caverna se abre adiante
e, de imediato, o cheiro de água
estagnada se mistura ao odor
nauseante que haviam experimentado
ao adentrar o lugar, que invade o nariz
queimando os pulmões daqueles que ali
se aventuram. Ouve-se algo como o
contínuo som de vários gotejamentos
vindo de algum lugar adiante.”
O solo da caverna está quase que
totalmente alagado e a água na parte
mais central atinge 40cm de
profundidade. O som de gotejar vem
das centenas de estalactites que
 NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA

Salamandra Cega das Cavernas

Médio e Neutro
Encontros 1d4+2
DV 2+1
CA (DEF) 12[7]
Mov 6/6(Nadando)
XP 125
Moral 6
JP 5 (16) / Salvaguarda 16
M12 V13 P12 S 15 F 16
For+2 Ref-2 Von +0
THACO: 19 [0]
Ataques: 2x Mordida +0 (1d6+1),
Corte+Peçonha;
• Peçonha: Se mordido ou tocar sem luvas a
Salamandra, deve realizar uma JP contra
Veneno (ou JPC ou Fortitude) ou
permanecer paralisado por 1d4+1 turnos.
Esses estranhos e incomuns anfíbios vivem em cavernas onde existam
áreas alagadas. De pele clara e úmida, podem chegar a 1,80m de comprimento,
porém existem relatos não confirmados de espécimes ainda maiores.
A espécie é naturalmente cega e se orienta através da audição.
Séculos de evolução permitiram às criaturas desenvolver um tipo de peçonha
que cobre tanto sua pele como mucosas, e incapacita suas presas quando
expostas ao fluido.
Por serem relativamente frágeis, um grupo de Salamandras Cegas das
Cavernas sempre ataca o mesmo alvo.
Também atribuído pelos estudiosos como uma benção evolutiva, possuem
grande capacidade de regeneração: se um membro de uma salamandra for
arrancado e esta permanecer viva, regenerará em 1d6+1 dias e a partir da parte
arrancada um novo indivíduo se desenvolverá em 1d12+10 dias.
Por sua natural imperícia na atividade da caça e consequente escassez de
alimento, a maior parte do tempo as salamandras permanecem em estado de
hibernação, despertando apenas quando reconhecem a presença de presas
próximas em decorrência do barulho que produzem.
Além de sua carne ser comestível, a glândula que produz a peçonha e também
seu sangue são bens valiosos, sendo usados por especialistas na produção de
venenos e poções ou unguentos de cura.

15

cobrem a teto, e que continuamente
escoam a água do pântano acima
para dentro da caverna. Existem
várias formações rochosas cravadas
no solo da caverna, algumas formam
espécies de corredores e a maior
parece fincada no centro do lugar.
Há uma área dentro desta caverna
que o solo alagado esconde um
bolsão de areia movediça que poderá
prender e engolir uma pessoa. Um
aventureiro que inadvertidamente
adentrar a área da areia movediça,
precisa realizar uma Jogada de
Proteção contra Varinha (ou JPD ou
JP Reflexo) senão ficará preso e
começará a afundar. Sair dali só é
possível com ajuda externa,
utilizando cordas ou algo
semelhante. Se nada for feito, em 4
rodadas o desafortunado estará
completamente submerso.
Túnel com teias e aranhas 5:
“O túnel levemente ascendente, apesar
de estreito, permite a passagem de um
aventureiro por vez paramentado com
seus utensílios de exploração.”
O percurso segue por alguns metros
e diferente da caverna anterior é
seco, mas o cheiro de matéria em
decomposição acompanha o grupo.
Após alguns passos, é possível sentir
que finos e frágeis fios envolvem o
rosto e membros expostos: teias das
Aranhas (1d6) que ali habitam e
atacarão invasores.
16
NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA
Túnel sobre a caverna principal 6:
Um corredor extremamente estreito
leva parte de uma das paredes da
caverna alagada. Halflings poderão
passar com facilidade pela abertura,
anões terão alguma dificuldade. Para
humanos e elfos, compleições físicas,
armaduras e equipamentos poderão
impossibilitar a passagem. Seu
percurso é bastante ascendente e
após alguns metros em trajetória
curvilínea, a sua lateral à direita se
abre para uma grande caverna
abaixo. Cuidadosamente, alguém ali
poderá observar de cima o que há na
Caverna 7.
Caverna 7: O covil do Troll:
“Um corredor levemente descendente
deixa a caverna alagada e segue
silencioso e escuro por vários metros. O
odor nauseabundo que sentiram desde
a entrada, agora se intensifica e fica
insuportável.”
A caverna principal é bem grande e
côncava, praticamente formando
dois ambientes distintos.
O teto é completamente coberto por
centenas, talvez milhares de
estalactites longas, finas e
pontiagudas como espadas.
Podem ser notadas algumas pedras
amontoadas circularmente no chão
no centro da caverna e nele um
profundo buraco, um poço com um
pouco de água no fundo (7a).

Esse pequeno poço tem cerca de 4m
de profundidade e o lençol d’água
em seu fundo tem cerca de 30cm de
altura. Suas paredes laterais são
formadas por pedras irregulares.
Do lado de fora do poço há um
balde de madeira amarrado em uma
velha corda e pendurado numa
simplória estrutura de madeira,
utilizados para retirar água. No
fundo do poço está o jovem Gilles,
aprendiz de Pallindrus, O
Prodigioso.
O mago e seu aprendiz haviam
investigado o pântano até chegarem
à caverna e, uma vez lá dentro,
foram atacados pelo Troll que agora
habita o local. Pallindrus acabou
fugindo, mas Gilles deixado para
trás, foi agarrado e feito prisioneiro
dentro do poço. Nas proximidades
17
NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA
repousa um cadáver extremamente
ressecado cuja pele está claramente
colada aos ossos, vestindo os restos
de trajes outrora pertencentes a
Nis-Sirrute, que definhou até a
morte sob a influência do Olho de
Aniriel.
“O fedor da seção mais distante da
caverna é insuportável! Enquanto
avançam, os aventureiros notam que
pisam em coisas que rapidamente
percebem ser pedaços de ossos e carne
podre. Mas o cheiro estranhamente
parece ser de uma natureza
diferente... Uma grande rocha ocupa a
extremidade da caverna, criando
naturalmente um espaço protegido
entre ela e a parede.”
Na seção mais distante da caverna
em meio a carcaças de animais
 NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA

parcialmente roídas e apodrecidas

encontra-se um Troll (7b), atual
portador do Olho de Aniriel. A criatura
chegou há algum tempo na caverna,
encontrou o clérigo já morto e se
apoderou da joia. O Olho atualmente
domina o Troll, e concedeu-lhe algumas
propriedades pitorescas: fala e entende a
linguagem élfica básica e consegue
lançar os encantamentos depositados na
joia.

O Olho de Aniriel

A joia é um fino trabalho élfico em ouro com pingente de ônix (branco e preto opacos)
na forma de um olho e seu valor puramente material é de 200po.

O Olho de Aniriel esteve sob o poder da família élfica que o criou há algumas
gerações, mas acabou sendo perdido. Foi criada com o intuito de localizar e absorver
conhecimento para aquele a quem serve, mas a peça pode assumir tanto o papel de
serva, como de mestra daquele que a carrega. Assim que alguém toca a joia, ela tenta
se apoderar da sua mente. Ter sucesso numa Jogada de Proteção contra Feitiços (ou
JPS ou Vontade) com penalidade de -1 é necessária para resistir.

Quando age como mestra, exige pequenos sacrifícios do possuidor que normalmente
podem ser pagos na forma de energia ou conhecimento (pontos de atributo, PVs,
magias, itens mágicos) e também absorve uma pequena parcela da alma, memórias e
conhecimentos do servo que a está carregando. Antes do clérigo Nis-Sirrute, esteve
sob a posse de um demônio inferior a quem dominou. A joia então, apoderando-se de
parte da alma do demônio, passou a também exigir sacrifícios de sangue de outros
para saciar sua sede, e seu servo com o passar do tempo começou a exalar um
desagradável odor semelhante a enxofre. No início, Nis-Sirrute acreditou que aqueles
que sucumbiam diante do sacerdote eram meros oponentes à sua fé, até cair em
descrédito divino. Acabou entendendo que algo mais o estava motivando a lutar e
destruir seus inimigos, e resolveu isolar-se na tentativa de purificar sua alma e
reencontrar seu deus. Acabou sacrificando seu próprio sangue e carne para saciar a
sede da joia, o que o levou à morte.

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 NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA

O servo portador precisa realizar frequentes períodos de meditação para que a joia
absorva conhecimentos e experiências que a ela interessem, sempre na escuridão. Dessa
forma, existe uma chance de 50% que encontrando-se o servo em ambiente escuro, este
esteja num estado de transe. O transe é quebrado se o servo for tocado.

O Olho de Aniriel propicia as seguintes habilidades a quem quer que seja o portador,
mesmo não conhecedor de magia:

• +1 Inteligência;
• +2 Jogadas de Proteção relacionadas a efeitos na mente ou JP Sabedoria ou Vontade;
• Aprimora conhecimentos de história geral – Conhecimento absorvido;
• Aprimora conhecimentos de história e tradições élficas - Conhecimento absorvido;
• Aprimora conhecimentos que envolvam planos inferiores – Conhecimento absorvido;
• O portador passa a entender e falar élfico e a linguagem dos planos inferiores. O
vocabulário utilizado não pode ser superior àquele natural do portador da joia –
Conhecimento absorvido;
• Magias (1x/dia): Aterrorizar, Detectar Magia, Escuridão.

Gilles tem ouvido o Troll durante os Caso ao alcançar a caverna o Troll

últimos dias: às vezes fala na
linguagem comum, às vezes em
élfico ou na própria linguagem.
Sempre fala no poder de seu
mestre, em ser um servo dedicado,
em buscar mais criaturas para
saciar a fome e a sede, e que se não
conseguir “o pequeno escravo no
poço terá que servir”.
No momento que chegarem até esta
caverna há 50% de chance do Troll
estar meditando e entoando uma
espécie de "mantra" na escuridão, e
ser surpreendido. Ele poderá estar
recitando as palavras em élfico,
comum ou na própria linguagem.
esteja no estado de meditação,
deverá ser testado periodicamente
se ele desperta (sempre 50% de
chance). E caso Gilles seja libertado
e os aventureiros abandonem a
caverna, o Troll irá procurar o
ajudante ou invasores por todo o
complexo. O Troll agora vive na
caverna: ele conhece os perigos e
armadilhas do lugar.
Trolls são criaturas grandes, feias,
caóticas e normalmente fedorentas,
mas este, em virtude da ação da joia
amaldiçoada, carrega um cheiro
insuportável. Além dos ataques
normais das garras, este Troll

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 NAS CAVERNAS DA ABOMINAÇÃO PESTILENTA

poderá fazer uso de um osso das

criaturas que devorou e utilizá-lo
como porrete. Utilize as estatísticas
do Troll disponíveis no sistema de
sua escolha, mas certifique-se de
que ele seja capaz de regenerar
alguns PVs por rodada, a menos que
o dano seja causado por fogo ou
ácido, contra os quais o Troll não
possui defesa.

Este Troll solitário é o responsável

pelos ataques à Vila dos Mateiros,
em busca de comida e tributos às
necessidades do Olho de Aniriel,
após o magnífico amuleto ter
corrompido a mente e alma da
criatura. Derrotá-lo porá fim à onda
de terror a qual os aldeões indefesos
foram submetidos.

Sobre Pallindrus, O Prodigioso,

nenhum sinal do pomposo arcanista
será encontrado pelos bravos
aventureiros que se dispuseram a
auxiliar a Vila dos Mateiros nesses
dias de medo e incerteza, mas, se o
que dizem por aí for verdade, é bem
provável que o cativante viajante
esteja usufruindo das parcas moedas
que conseguiu junto aos aldeões em
alguma taverna numa cidade
qualquer.

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