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A cruz era uma antigo instrumento de tortura e morte, formado por

duas vigas, uma atravessada na outra, em que eram pregados ou


amarrados os condenados; em linhas gerais era uma estaca usada
para punição e execução de criminosos. No Antigo Testamento a
execução se dava por apedrejamento, portanto não havia crucificação,
embora às vezes fossem pendurados cadáveres em árvores como
aviso (Dt 21.22; Gl 3.13).

Os fenícios e os cartagineses a praticavam; mais tarde os romanos a


empregaram em grande escala, raramente para cidadãos romanos,
mas em geral para escravos, provincianos e criminosos de mais baixo
calão. Deste modo, a tradição diz que Pedro (judeu) foi crucificado,
mas Paulo (cidadão romano) foi decapitado está de acordo com o
costume antigo. Havia três tipos de cruz: a de Sto. Antônio em forma
de “T” (também chamada de Tau, T no alfabeto grego); a de Sto.
André em forma de “X”; e a cruz em forma de punhal, que parece ter
sido aquela em que Jesus foi crucificado, por causa da inscrição
pregada acima de sua cabeça.

Depois que um criminoso era condenado, era “açoitado” com um


chicote de tiras de couro e em seguida obrigado a carregar a trave da
cruz como um escravo até o local de sua execução, fora da cidade.

Era despido, deitado no chão com a viga da cruz sobre os ombros e


os braços ou mãos amarradas ou pregadas a ela. A trave era erguida
e segurada na vertical, de modo que os pés da vítima (que eram
amarrados ou pregados) ficassem afastados do chão. A maior parte
do peso do corpo era sustentada por uma estaca atravessada, sobre a
qual a vítima se sentava. Era deixado assim para morrer por exaustão.
Às vezes quebravam-lhe as pernas para apressar a morte, o que não
ocorreu n o caso de Jesus.

Os restos de uma pessoa crucificada entre 7 e 66 d.C. encontrados


em Jerusalém apresentavam as pernas torcidas de modo que as
panturrilhas ficaram paralelas à trave da cruz; isso deve ter causado
forte dor, espasmos e terríveis cãibras, que contribuíram para uma
morte mais rápida. Escritores da época descrevem essa forma de
morte cruel e degradante como algo muito doloroso, mas os
evangelhos não dão descrição detalhada dos sofrimentos de Jesus.

Os escritores do NT estão mais interessados no significado teológico


do que aconteceu. Por meio da cruz, Deus reconciliou judeus e
gentios uns com os outros e com ele mesmo (Ef 2.14). Como a forma
mais baixa de execução, ilustrou a humildade de Jesus (Fp 2.8), fato
que os judeus acharam difícil entender no Messias (1Co 1.23). A visão
muito conhecida e vergonhosa de vítimas carregando as partes da
cruz foi usada para ilustrar o caminho do discipulado (Mc 8.34).

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