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Coreano J Pain 2017 janeiro; Vol. 30, nº 1: 44-50

pISSN 2005-9159 eISSN 2093-0569
https://doi.org/10.3344/kjp.2017.30.1.44

| Artigo Original |

Hérnia de disco lombar: regressão espontânea

Departamento de Neurocirurgia, Faculdade de Medicina da Kahramanmaras Sutcu Imam University, Kahramanmaras, Turquia

Idiris Altun e Kaseum Zafer Yvocêksel

Fundo:A dor lombar é uma condição frequente que resulta em incapacidade substancial e causa internação de pacientes em
clínicas de neurocirurgia. Avaliar e apresentar os resultados terapêuticos em pacientes com hérnia de disco lombar (HDL)
tratados por meio de abordagem conservadora, que consiste em repouso no leito e terapia medicamentosa.

Métodos:Esta coorte retrospectiva foi realizada nos departamentos de neurocirurgia de hospitais na cidade de
Kahramanmaraş e 23 pacientes diagnosticados com LDH nos níveis de L3−L4, L4−L5 ou L5−S1 foram incluídos.

Resultados:A média de idade foi de 38,4 ± 8,0 anos e a queixa principal foi lombalgia e ciática com irradiação para um
ou ambos os membros inferiores. O tratamento conservador foi administrado. Achados do exame neurológico,
duração do tratamento e intervalos até a recuperação sintomática foram registrados. Os testes de Lasègue e o
exame neurossensorial revelaram que existiam déficits neurológicos leves em 16 de nossos pacientes.
Anteriormente, 5 pacientes haviam recebido fisioterapia e 7 pacientes estavam em tratamento médico. O número de
pacientes com LDH no nível de L3−L4, L4−L5 e L5−S1 foram 1, 13 e 9, respectivamente. Todos os pacientes relataram
que tiveram benefício com tratamento médico e repouso no leito, e melhora radiológica foi observada
simultaneamente em exames de ressonância magnética. A duração média até a recuperação sintomática e/ou
regressão dos sintomas de LDH foi de 13,6 ± 5.

Conclusões:Deve-se ter em mente que as hérnias discais lombares podem regredir com tratamento médico e
repouso sem cirurgia, e deve-se ter consciência de que esses pacientes podem se recuperar radiologicamente. Essa
condição deve ser levada em consideração na tomada de decisão para intervenção cirúrgica em pacientes com HDL
sem indicação de cirurgia de emergência. (Coreano J Pain 2017; 30: 44-50)

Palavras-chave:Tratamento conservador; Diagnóstico por imagem; Deslocamentos do disco intervertebral; Dor

lombar; Vértebra lombar; Imagem de ressonância magnética; Exame neurológico; Avaliação de resultado.

INTRODUÇÃO pacientes em clínicas de neurocirurgia [1]. A dor lombar

aguda irradiada pode indicar sequelas neurológicas graves
A dor lombar (LBP) é uma condição frequente que resulta e indicações como tumor, infecção, síndrome da cauda
em incapacidade substancial e causa internação de pacientes. equina e fratura, que necessitam de cirurgia emergente

Recebido em 9 de setembro de 2016. Revisado em 1º de dezembro de 2016. Aceito em 1º de dezembro de 2016.

Correspondência para: Idiris Altun
Departamento de Neurocirurgia, Faculdade de Medicina da Kahramanmaras Sutcu Imam University, Kahramanmaras 46050,
Turquia Tel:＋903442803398, Fax:＋903442803409, E-mail: idrisaltun46@hotmail.com
Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da Creative Commons Attribution Non-Commercial License (http://
creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/), que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a obra original
seja devidamente citada.
direito autoralⓒA Sociedade Coreana de Dor, 2017
 Altun e Yüksel / Regressão espontânea da hérnia de disco lombar
intervenção, deve ser excluído [2]. Se sintomas e sinais
consistentes com essas circunstâncias, como retenção urinária,
incontinência fecal ou anestesia em sela, puderem ser
descartados, um ciclo de tratamento conservador pode ser
administrado por seis semanas [3,4]. Se os sintomas
persistirem por 6 semanas, ou surgir deterioração da função
neurológica, pode haver necessidade de imagens radiológicas e
outros procedimentos invasivos [2-4].
A maioria dos pacientes com LDH apresenta recuperação
com tratamento conservador envolvendo estilo de vida ativo,
anti-inflamatórios não esteróides, esteróides sistêmicos,
injeções de esteróides ou fisioterapia [5,6]. Além disso,
nenhuma diferença notável pode ser observada entre os
resultados terapêuticos do tratamento conservador e cirúrgico
após um período de 2 anos [7]. Portanto, a preferência do
paciente e a gravidade da incapacidade relacionada à dor
devem ser levadas em consideração durante a determinação da
abordagem terapêutica.
LDH aguda pode predispor os pacientes a dor grave que
causa incapacidade significativa e limitação funcional que
geralmente responde bem ao tratamento conservador [5]. O
tratamento cirúrgico deve ser reservado para quadros mais
graves e urgentes ou refratários ao tratamento médico [7,8].
O objetivo do presente estudo foi avaliar e apresentar
nossos resultados clínicos com o tratamento conservador de
LDH em pacientes que sofrem de lombalgia e ciática.
MATERIAIS E MÉTODOS
1. Desenho do estudo
Esta coorte retrospectiva foi realizada nos departamentos
de neurocirurgia de hospitais em Kahramanmaraşcidade após
a aprovação do Conselho de Revisão Institucional local. O
consentimento informado por escrito foi obtido de todos os
pacientes.
Um total de 23 pacientes com queixa de lombalgia e ciática
foram diagnosticados como LDH entre 2010 e 2015. Parâmetros
descritivos, achados do exame clínico e neurológico, bem como
informações radiológicas derivadas de imagens de ressonância
magnética foram registradas. Entidades clínicas como tumor,
infecção, síndrome da cauda equina e fratura, que requerem
intervenção cirúrgica emergente, não foram detectadas em
nenhum caso. Da mesma forma, nenhum paciente sofreu de
retenção urinária, incontinência fecal ou anestesia em sela.
Onze pacientes que não receberam tratamento médico
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tratamento anterior eram inadequados para cirurgia. Os critérios de
inclusão foram idade≥18 anos, irradiando dor e/ou paresia abaixo
do nível do joelho, e um LDH no nível e lado correspondente que
havia sido verificado por ressonância magnética. Pacientes com
história de osteoporose, imunossupressão, uso crônico de
corticosteroides, uso de drogas intravenosas, febre de origem
desconhecida, história de câncer, perda de peso inexplicável ou
sintomas progressivos/incapacitantes, associados a déficits
neurológicos focais, foram excluídos do estudo.
Queixas, achados do exame físico/neurológico e dados
radiológicos derivados de imagens de ressonância magnética
lombar na admissão inicial foram comparados aos do controle.
Como o repouso na cama é menos eficaz do que a atividade para
ciática, foi limitado para omitir o descondicionamento muscular [4].
2. Histórico e exame físico
Os sintomas foram considerados como relacionados com
ciática de um LDH se a dor fosse pior na perna do que na região
lombar, uma distribuição dermatomal característica, sintomas
neurológicos como dormência, dor, sensação de frio e dor
agravada com a manobra de Valsalva [9] . Além disso, sintomas
menos comuns como dor não irradiada e déficits sensoriais/
motores foram identificados [9].
O exame físico envolveu um exame completo da pelve e
extremidades inferiores, bem como avaliação neurológica. Assim,
não apenas a sensação, a força e os reflexos foram avaliados; mas
também o LasèO teste de gue (levantamento direto da perna) foi
utilizado para diagnosticar uma LDH subjacente. Apesar de sua
baixa especificidade, o Lasègue teste é uma ferramenta de
diagnóstico sensível para decisão em LDH [10].
os lasègue teste foi realizado em posição supina para
aumentar a sua sensibilidade [1]. Um resultado positivo foi
definido como dor irradiada encontrada a 30oa 70ode flexão do
quadril e um ângulo menor foi interpretado como um resultado
notavelmente positivo. No Las cruzadosègue, que é mais
específico para LDHs, a presença de dor irradiada na perna
afetada é avaliada enquanto a perna contralateral não
envolvida é levantada. Deficiências de dorsiflexão do hálux e
flexão plantar do tornozelo podem refletir um LDH nos níveis
de L4-L5 e L5-S1, respectivamente [10-13].
3. Ressonância magnética
A avaliação dos cortes de RM foi realizada pelo mesmo
radiologista, com experiência de 10 anos em radiologia do
sistema musculoesquelético. O radiologista desconhecia os
dados clínicos e os resultados terapêuticos do
 46 Coreano J Pain Vol. 30, nº 1, 2017

Tabela 1.Uma visão geral dos dados descritivos, clínicos e radiológicos de nossa série

grau motor tratamento anterior Tratamento

tempo de controle
Paciente Lasègue Nível de
Gênero
não
Idade Reclamação
Duração LDH Hospitalização MT ressonância magnética após inicial

R eu Tipo
repouso na cama
teste
(sem) (semanas) (dias) (semanas)
admissão (meses)

1 42 M LB, RS 60° 4/5 MT 3 L4−L5 - 5 10 18

2 29 M LB, LS 45° 4/5 - - L5−S1 1 5 8 15
3 44 F LB, RS 45° 4/5 PT 3 L5−S1 - 5 10 22
4 45 F LB, RS 30° 4/5 PT 4 L5−S1 2 5 8 17
5 32 M LB, LS 45° 5/5 - - L4−L5 - 5 6 8
6 42 M LB, LS 45° 4/5 MT 4 L4−L5 - 5 4 7
7 27 M LB, RS 45° 4/5 - - - L4−L5 - 5 8 16
8 38 M LB, RS 30° 5/5 - - - L5−S1 - 5 6 13
9 53 F LB, BS 60° 5/5 MT 5 L4−L5 - 5 8 15
10 36 M LB, LS 30° 3/5 PT - L4−L5 2 5 4 5
11 31 F LB, RS 45° 4/5 - - - L4−L5 - 5 8 16
12 36 M LB, BS 30° 5/5 MT 3 L4−L5 1 5 6 10
13 42 F LB, LS 45° 4/5 PT 4 L5−S1 - 5 8 14
14 39 M LB, RS 30° 4/5 - - - L4−L5 1 5 6 11
15 38 F LB, LS 60° 5/5 MT 3 L5−S1 - 5 6 13
16 34 M LB, RS 30° - L3−L4 - 5 7 11
17 42 F LB, LS 30° 4/5 L4−L5 - 5 6 14
18 36 M LB, RS 45° 5/5 MT 4 L4−L5 - 5 5 15
19 39 F LB, RS 30° 4/5 PT 4 L5−S1 - 5 8 14
20 42 M LB, BS 45° 5/5 4/5 - - L4−L5 - 5 8 18
21 44 M LB, LS 45° 4/5 MT 5 L5−S1 - 5 7 13
22 35 M LB, RS 60° 4/5 - - L5−S1 - 5 6 14
23 37 M LB, LS 45° 5/5 - - L4−L5 - 5 10 16

M: masculino, F: feminino, R: direito, L: esquerdo, LBP: lombalgia, RS: ciática direita, LS: ciática esquerda, BS: ciática bilateral, L: esquerda, MT: tratamento
médico, PT: tratamento físico , LDH: hérnia de disco lombar, MRI: ressonância magnética. Dica: o resultado do teste de Lasègue indica o ângulo que
provoca os sintomas da ciatalgia em resposta à flexão do quadril do mesmo lado.

estudar. RESULTADOS

4. Tratamento Um esboço de achados descritivos, clínicos e radiológicos

O tratamento conservador incluiu a prescrição de AINEs
eficazes e relaxantes musculares de acordo com as diretrizes
vigentes. Anti-inflamatórios não esteróides e relaxantes
musculares foram administrados na forma de comprimidos
(duas vezes ao dia) e géis (uma vez ao dia) por um período de 4
a 10 semanas. Em 5 pacientes, internação e introdução de
tramadol intravenoso (100 mg, duas vezes ao dia) (contramalⓇ,
AbdiEUBrahim, Istambul, Turquia) e cloridrato de petidina (50
mg, duas vezes ao dia) (aldolanⓇ, Laboratórios Liba, Istambul,
Turquia) foram introduzidos devido à dor intratável (tabela 1).
Os pacientes foram aconselhados a permanecer o mais ativos
possível e retomar as atividades diárias, se possível. Se os
pacientes tivessem muito medo de movimento, a orientação
era fornecida pelo neurocirurgião (IA).
antes e depois do tratamento médico e repouso no leito são
apresentados emtabela 1. Cinco casos com déficits
neurológicos que não obtiveram benefício suficiente do
tratamento médico e físico anterior, e os 7 pacientes restantes
sem déficits neurológicos, recusaram a cirurgia. A média de
idade foi de 38,4 ± 8,0 (intervalo: 27-53) e a queixa principal foi
LBP e ciática irradiando para uma ou ambas as extremidades
inferiores. Um paciente tinha LDH no nível de L3-L4, treze
pacientes tinham LDH no nível de L4-L5 e 9 pacientes tinham
hérnia de disco no nível de L5-S1. Em 23 pacientes, o Lasèo
teste gue e o exame neurológico revelaram déficits
neurológicos leves. O tratamento físico foi administrado em 5
pacientes e 7 pacientes receberam cursos irregulares de
tratamento médico, incluindo AINEs e relaxantes musculares.
Todos os pacientes relataram que tiveram sub-

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 Altun e Yüksel / Regressão espontânea da hérnia de disco lombar
benefício substancial do tratamento médico e repouso no leito. Eles
foram capazes de realizar suas atividades diárias sem qualquer
restrição após o tratamento conservador. A duração média até à
recuperação sintomática e regressão dos sintomas associados à
LDH foi de 13,6 ± 5,4 meses (intervalo: 5-22).Figura 1demonstrar as
vistas sagitais de ressonância magnética do paciente que relatou
recuperação no 7ºmês após o tratamento.Figura 2representam as
imagens axiais de ressonância magnética do mesmo paciente antes
e depois do tratamento, respectivamente. De forma similar,Fig. 3
são as visualizações sagitais de ressonância magnética de outro
paciente LDH antes e depois do tratamento. Este paciente relatou
um desaparecimento completo das queixas aos 16ºmês e Fig. 4
representa as visualizações axiais de ressonância magnética do
mesmo paciente antes e tratamento.
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Figura 1.As vistas sagitais de
ressonância magnética de um
paciente LDH antes (A) e após
o tratamento (B). O paciente
estava livre de sintomas em 7º
mês após o tratamento.
Figura 2.As imagens axiais de ressonância
magnética do mesmo paciente antes (A) e
após o tratamento (B).
DISCUSSÃO
O presente estudo tentou apresentar nossos resultados clínicos
com o manejo conservador de LDHs em pacientes com lombalgia e
ciática. A análise de nossos dados revelou que o tratamento médico
e o repouso no leito com acompanhamento rigoroso podem ser
uma opção terapêutica promissora em casos selecionados de LDH
sem indicação de intervenção cirúrgica emergente.
O fardo da lombalgia para os pacientes e para a sociedade é
substancial e ocupa o primeiro lugar como a doença com mais anos
vividos com incapacidade. A grande maioria dos pacientes que
sofrem de lombalgia procura atendimento médico. A maioria dos
episódios é temporária e tende a se resolver sem tratamento,
mesmo na presença de causas subjacentes específicas, como LDH.
Existem altos custos diretos e indiretos
 48 Coreano J Pain Vol. 30, nº 1, 2017
tirbuted para a utilização de cuidados de saúde e perda de
produtividade. Embora o tratamento conservador, incluindo uma
“política de esperar para ver”, constitua o primeiro passo, a
intervenção cirúrgica pode ser inevitável com certas indicações [14].
A hérnia de disco lombar é uma causa frequente de lombalgia,
e o tratamento não cirúrgico de uma LDH consiste em vários
métodos, como suporte lombar, repouso no leito, medicamentos
anti-inflamatórios não esteróides orais, relaxantes musculares,
fisioterapia, injeções epidurais de esteróides, terapia
comportamental e manipulação da coluna vertebral. Diferentes
níveis de taxas de sucesso foram relatados com este amplo espectro
de modalidades terapêuticas [15].
Na grande maioria dos pacientes com LDH, a ciática parece
melhorar em 6 semanas e pode se recuperar em 12 semanas
após o início do tratamento conservador [3]. Alguns desses
Figura 3.As vistas sagitais de
ressonância magnética de outro
paciente LDH antes (A) e após o
tratamento (B). O paciente
estava livre de sintomas em 16º
mês após o tratamento.
Figura 4.As imagens axiais de ressonância
magnética do mesmo paciente antes (A) e
após o tratamento (B).
as modalidades de tratamento não cirúrgico provaram ser eficazes no
alívio dos sintomas de LDH e devem ser consideradas como primeira
linha, particularmente nas primeiras 6 semanas de tratamento
conservador. O repouso no leito deve ser recomendado em conjunto com
a manutenção de um estilo de vida ativo [4].
Anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), incluindo
acetaminofeno e relaxantes musculares, são úteis para o
tratamento de lombalgia inespecífica. A eficácia desses
medicamentos para lombalgia associada a LDHs não foi
extensivamente estudada [16,17]. Apesar das conclusões
controversas extraídas da literatura relevante [18], nossos
resultados sustentam que os AINEs podem ser úteis no alívio dos
sintomas de LDH. No entanto, a eficácia dos AINEs e relaxantes
musculares ainda precisa ser elucidada em estudos controlados
adicionais em séries maiores. Não administramos terapia sistêmica
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 Altun e Yüksel / Regressão espontânea da hérnia de disco lombar
esteroides, uma vez que não são superiores ao placebo na
lombalgia devido aos LDHs [19]. Da mesma forma, a fisioterapia
não foi realizada em nossa série porque seu papel e o custo-
efetividade da fisioterapia nessas circunstâncias estão em
debate [20].
A cirurgia de emergência é indicada em pacientes com
abscessos epidurais, síndrome da cauda equina ou déficits
neurológicos graves e progressivos. Pacientes sem melhora ao
final de 6 semanas de tratamento conservador precisam de
avaliação para cirurgia após imagem radiológica. Pacientes com
déficits neurológicos persistentes, ciatalgia grave com teste de
Lasegue positivo e confirmação de LDH na raiz nervosa, de
acordo com os achados clínicos, são candidatos adequados à
cirurgia. O objetivo do tratamento cirúrgico é aliviar a
compressão sobre a raiz nervosa e aliviar a irritação do HDL [8].
Em casos selecionados, a discectomia cirúrgica parece
proporcionar alívio sintomático mais rápido e recuperação da
incapacidade em comparação com o tratamento conservador
nos primeiros 2 anos após a cirurgia [6,8]. No entanto, os
resultados são semelhantes para o tratamento conservador e
cirúrgico após 2 anos [6,8]. O momento ideal para a cirurgia
também permanece obscuro, mas um curso de tratamento
conservador por pelo menos 6 semanas é recomendado antes
da cirurgia [7].
Deve-se notar que nossa série consistia em pacientes
relativamente mais jovens com sintomas leves, e todos os
pacientes não estavam dispostos a qualquer intervenção
cirúrgica. Portanto, a seleção da abordagem terapêutica deve
ser feita de acordo com a preferência do paciente, achados do
exame físico e características clínicas/radiológicas.
De acordo com a publicação de Rhee et al. [21], nossos
resultados confirmam que a hérnia de disco lombar pode ser
reabsorvida com o tempo, e a recuperação sintomática pode
ocorrer em muitos pacientes após apenas um tratamento
conservador. O tratamento cirúrgico deve ser mantido para
pacientes com achados clínicos bem correlacionados com
dados radiológicos e deve-se declarar que os resultados da
cirurgia e do tratamento conservador em termos de dor e
incapacidade serão semelhantes. Por outro lado, os pacientes
que declinam do tratamento cirúrgico e preferem o tratamento
conservador devem estar cientes de que a recuperação
sintomática será mais lenta no início.
Na literatura, não foi possível estabelecer uma correlação
entre os achados do exame físico e o tamanho da hérnia de
disco na ressonância magnética [22]. A melhora clínica está
principalmente ligada à regressão radiológica do disco [23].
www.epain.org
49
No entanto, estudos longitudinais com foco em pacientes com LDH
tratados de forma conservadora não indicaram uma relação direta
entre melhorias clínicas e radiológicas [24]. A melhora clínica pode
ocorrer sem alterações morfológicas notáveis ou a recuperação
sintomática pode preceder as alterações radiológicas. Esse achado
pode ser atribuído à diminuição gradual da pressão exercida pela
hérnia de disco sobre as estruturas neurais adjacentes e à
recuperação progressiva da reação inflamatória [25]. O único
achado prognóstico notável nas imagens de ressonância magnética
de pacientes com lombalgia aguda foi a presença de hérnia de disco
[26]. Embora alterações estruturais dignas de nota possam ocorrer
no aparecimento de hérnias discais durante o acompanhamento,
não houve nenhuma alteração certa nas seções de RM que
provavelmente modifique o atendimento ao paciente [22].
As principais limitações do presente estudo incluem
pequeno tamanho da amostra, falta de um grupo de controle e
dados derivados da experiência de uma única instituição.
Fatores sociais, étnicos e ambientais podem ter impactos
irreparáveis nos resultados clínicos. Além disso, a relação
entre a resolução dos sintomas e a regressão da hérnia por
ressonância magnética não foi examinada. Finalmente,
comparar os resultados do grupo não cirúrgico com uma
coorte comparável de pacientes submetidos à cirurgia,
observando os resultados clínicos, custo, retorno ao emprego
etc. também seria benéfico. Assim, a extrapolação e
generalização desses dados devem ser feitas com cautela.
Para concluir, pensa-se que com tratamento médico e repouso,
as hérnias discais lombares podem tanto se recuperar clinicamente
quanto mostrar regressão espontânea radiologicamente. Esses
pacientes devem ser acompanhados de perto para evitar desfechos
neurológicos mais graves e complicados.
RECONHECIMENTOS
Os autores declaram não haver interesses concorrentes.
Nenhum apoio financeiro foi recebido para este artigo.
CONFLITOS DE INTERESSE
Nenhum dos autores tem conflitos de interesse a
declarar.
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