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PROGRAMA
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Multiprofissional em Saúde da Criança
Fisioterapia
Data e horário da prova: domingo, 15/12/2019, às 14 h.
INSTRUÇÕES
Você receberá do fiscal:
o um caderno da prova objetiva contendo 120 (cento e vinte) itens – cada um deve ser julgado como CERTO ou ERRADO,
de acordo com o(s) comando(s) a que se refere –; e
o uma folha de respostas personalizada.
Verifique se a numeração dos itens, a paginação do caderno da prova objetiva e a codificação da folha de respostas estão corretas.
Verifique se o programa selecionado por você está explicitamente indicado nesta capa.
Quando autorizado pelo fiscal do IADES, no momento da identificação, escreva, no espaço apropriado da folha de respostas,
com a sua caligrafia usual, a seguinte frase:
Tudo o que você precisa é amor.
Você dispõe de 3 (três) horas e 30 (trinta) minutos para fazer a prova objetiva, devendo controlar o tempo, pois não haverá
prorrogação desse prazo. Esse tempo inclui a marcação da folha de respostas.
Somente 1 (uma) hora após o início da prova, você poderá entregar sua folha de respostas e o caderno da prova e retirar-se da sala.
Somente será permitido levar o caderno da prova objetiva 3 (três) horas após o início da prova.
Deixe sobre a carteira apenas o documento de identidade e a caneta esferográfica de tinta preta, fabricada com material
transparente.
Não é permitida a utilização de nenhum tipo de aparelho eletrônico ou de comunicação.
Não é permitida a consulta a livros, dicionários, apontamentos e (ou) apostilas.
Você somente poderá sair e retornar à sala de aplicação da prova na companhia de um fiscal do IADES.
Não será permitida a utilização de lápis em nenhuma etapa da prova.
Tipo “U”
Fisioterapia Considerando esse caso clínico e tendo em vista os
Itens de 1 a 120 conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir.
A dor lombar é um dos problemas mais comuns na 9. O fisioterapeuta deve orientar o posicionamento de um
atenção primária de saúde. Estima-se que 70% a 85% da apoio sob o joelho operado (almofada, travesseiro ou
população mundial experimentarão um episódio de dor lençol), a fim de garantir maior conforto e alívio da dor
lombar em algum momento e que 90% desses indivíduos do paciente.
terão mais de um episódio [...]. 10. O uso de mobilização passiva contínua (CPM), quando
SOUZA, I. M. B., et al. Prevalence of low back pain in the elderly disponível, é uma ferramenta indispensável para o
population: a systematic review. Clinics, 2019. ganho de amplitude de movimento articular nessa fase
Um paciente de 45 anos de idade, fisicamente ativo, funcionário de reabilitação.
público, apresenta dor lombar crônica grau 7 pela escala de dor 11. A mobilização patelar e a massagem em bolsa
com irradiação para região posterior da coxa e lateral da perna subquadricipital são indicadas como condutas iniciais
esquerda, além de dois episódios de queda ao solo por “falseio” do atendimento desse paciente.
do joelho. Ao exame físico, observa-se paciente longilíneo, sem 12. Não é permitida a contração ativa do quadríceps nesse
protrusão abdominal, retificação da lordose lombar, discreta momento, pois o paciente irá se queixar de dor,
inclinação lateral do tronco para direita, como postura antálgica, podendo comprometer uma boa recuperação pós-
sensibilidade tátil, térmica e dolorosa preservada, reflexo patelar operatória imediata.
e calcâneo normais, encurtamento muscular importante em 13. Caso o paciente tolere, o fisioterapeuta pode orientar o
musculatura posterior da coxa e deficit de força muscular em ganho de amplitude de movimento de extensão do
tríceps sural à esquerda de 35% comparado ao lado contralateral joelho posicionando o paciente em decúbito ventral
mensurado por dinamometria isométrica. com os joelhos para fora da beira da maca.
14. O fisioterapeuta deve seguir uma conduta mais
Com base nesse caso clínico e considerando os cautelosa no ganho de amplitude de movimento nessa
conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir. fase, haja vista que o paciente refere muita dor e edema
1. Recursos terapêuticos passivos de forma prolongada e articular.
isolada estão indicados para pacientes com dor lombar
crônica.
2. Está indicado para esse paciente o uso de cinta ou Um paciente de 49 anos de idade, entregador de cartas, relata
imobilizador lombar para prevenir, bem como para o que, há dois anos, iniciou, de maneira insidiosa, com sintoma
tratamento da dor lombar crônica. de dor na porção central de tendões calcâneos, rigidez
3. O fisioterapeuta não deve sugerir exames de imagem a matinal e limitação funcional. Teve vários episódios de
menos que suspeite de doenças graves, tais como afastamento do trabalho para repouso como tratamento.
trauma, câncer, infecção, síndrome de cauda equina e Atualmente, a dor está mais exacerbada, ele queixa-se de
doenças inflamatórias, visto que o exame de imagem aumento de volume no corpo dos tendões calcâneos, maior
não tem se mostrado eficaz para auxiliar na decisão sensação de rigidez e impossibilitado de andar mais de 1 km
clínica para o tratamento da dor lombar. ou subir e descer rampas ou ladeiras.
4. É indicado para esse paciente o uso de palmilhas
mecanoposturais, tanto para o tratamento quanto para a A respeito desse caso clínico e com base nos conhecimentos
prevenção de recidiva dos sintomas. correlatos, julgue os itens a seguir.
5. O trabalho muscular ativo deve ser introduzido
precocemente, enfatizando exercícios que ativem 15. Deve-se instituir, como prioridade no tratamento desse
músculos como transverso do abdome e multifídeos. paciente, recursos termoeletrofototerápicos para
6. O ganho de flexibilidade da cadeia posterior do melhora da funcionalidade da tendinopatia calcânea
membro inferior pode ser obtido por meio de técnicas crônica.
de alongamento estático e dinâmico. 16. O desfecho clínico de dor deve ser analisado
7. Para o reequilíbrio muscular nesse paciente, deve-se isoladamente dos demais sintomas por meio de escala
prescrever exercícios bilaterais, enfatizando a analógica visual, pois a queixa principal do paciente é o
musculatura dorsiflexora de tornozelo. sintoma álgico.
8. A escala de Oswestry deve ser utilizada para o 17. O fisioterapeuta deve utilizar o questionário de
acompanhamento desse paciente como instrumento de autoavaliação VISA-A como medida confiável e válida
avaliação das desordens da coluna. para dor e função do terço médio do tendão calcâneo.
18. Atualmente, o padrão ouro recomendado para o
Um paciente de 35 anos de idade, tenista amador, sofreu tratamento da tendinopatia crônica do tendão calcâneo é
entorse de joelho direito com diagnóstico de ruptura o exercício excêntrico do tríceps sural de alta
completa do ligamento cruzado anterior. Foi submetido a intensidade.
ligamentoplastia com enxerto do ligamento da patela 19. A massagem transversa profunda não tem se mostrado
ipsilateral, mas, no pós-operatório, evoluiu com artrofibrose efetiva no tratamento de pacientes com tendinopatia
importante e grande limitação da amplitude de movimento do calcânea crônica.
joelho. Foi realizada nova artroscopia do joelho e 20. O uso de strapping tape é imprescindível como
manipulação cirúrgica. O paciente encontra-se internado em ferramenta fisioterápica para esse caso, pois irá
pós-operatório imediato, com dor grau 8 pela escala de dor, minimizar a dor com base no respectivo estímulo
significativo edema suprapatelar, flexo de 2º e ADM passiva tátil-cutâneo.
de flexão de 90º, além de inibição de contração voluntária do
quadríceps. Foi solicitada fisioterapia precoce.
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PROCESSO SELETIVO – RP/SES – DF/2020 PÁGINA 2/9
FISIOTERAPIA – TIPO “U”
22. Essa paciente apresenta sinais clínicos de distrofia
simpático reflexa.
23. No plano eletroterapêutico para tratamento do sintoma
álgico, o fisioterapeuta pode aplicar estimulação elétrica
em nível sensorial sobre os nervos sensoriais periféricos
que inervam o punho e mão.
24. A placa e os parafusos fixados no rádio estabilizam a
articulação radioulnar para os movimentos de
pronossupinação.
25. Para recuperar a mobilidade intra-articular da
radioulnar distal do punho da mão e dos dedos, o
fisioterapeuta deve aplicar técnicas de terapia manual
mantidas de grau III ou oscilatórias grau IV para o
distensionamento capsular.
86. Considerando-se a paciente em questão, pelo nível da Um paciente de 2 anos e 6 meses de idade nasceu prematuro
malformação, espera-se que a criança seja por hipertensão materna não controlada no pré-natal e passou
deambuladora comunitária com utilização de órteses, por parto prolongando, no qual entrou em sofrimento fetal
sendo necessário o uso de cadeira de rodas somente que resultou em uma lesão cerebral hipóxico-isquêmica. Na
para longas distâncias. avaliação fisioterapêutica, é constatado que essa criança tem
87. No plano de tratamento dessa criança, o fisioterapeuta paralisia cerebral do tipo espástica, diparética e, segundo o
deve traçar metas de tratamento de acordo com a idade Sistema de Classificação da Função Motora Grossa
dela, as funções que realiza ou poderá aprender, o (GMFCS), nível 3.
desempenho motor e as queixas da criança e da família.
88. A mielomeningocele é uma malformação congênita Quanto a esse caso clínico e considerando os conhecimentos
decorrente do não fechamento do tubo neural durante o correlatos, julgue os itens a seguir.
segundo trimestre da gestação.
89. No caso em questão, o uso da órtese não se faz 96. A paralisia cerebral caracteriza-se por um grupo de
necessário, pois o nível de lesão da paciente não desordens do desenvolvimento do movimento e da
apresenta alterações de musculatura de tornozelo, como postura por lesão ocorrida no sistema nervoso central
tibial anterior e tríceps sural; a fraqueza apresentada em desenvolvimento. A lesão neurológica não é
será de musculatura intrínseca dos pés. progressiva, contudo as respectivas manifestações
90. Em decorrência do quadro motor desse caso clínico, a motoras secundárias à lesão podem ser.
paciente apresentou atraso nas aquisições motoras de 97. No caso em questão, a classificação topográfica é
controle cervical, rolar, sentar e arrastar, dos quais se espástica com alteração de tônus predominantemente de
espera que sejam conquistadas aproximadamente com 3 membros inferiores.
meses, 5 meses, 6 meses e 6/7 meses de vida, 98. Com base na Classificação Internacional de
respectivamente. Funcionalidade (CIF), a reabilitação desse paciente
deve focar no treino de funcionalidade, transferindo o
aprendizado das sessões para a rotina diária, buscando
Uma paciente de 72 anos de idade encontra-se internada na maior participação da criança nas respectivas atividades
unidade de terapia intensiva (UTI) há três dias, após diárias e tendo como consequência uma criança mais
apresentar afasia e hemiparesia à esquerda. O diagnóstico independentes e participativas na sociedade.
médico foi de um acidente vascular encefálico (AVE) 99. É importante utilizar estímulos sensoriais aferentes,
isquêmico da artéria cerebral média direita. O histórico de favorecendo o tônus postural e a vivência de
saúde da paciente inclui diabetes tipo 2 e hipertensão. O experiências sensório-motoras fundamentais à prática
fisioterapeuta acaba de avaliá-la e iniciará o plano de das habilidades funcionais. Entretanto, é contraindicado
tratamento intra-hospitalar. o fortalecimento muscular para melhora da
funcionalidade das crianças com paralisia cerebral.
Em relação a esse caso clínico e tendo em vista os 100. Pela classificação do GMFCS desse paciente, espera-se,
conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir. como prognóstico, que ele seja capaz de deambular
utilizando um dispositivo manual de mobilidade.
91. Em um AVE, além da área diretamente lesionada pela
falta de oxigênio, também haverá degeneração em Área livre
cascata de outros tratos neuronais, como consequência
da perda sináptica, aumentando a extensão da lesão.
92. No caso dessa paciente, é correto determinar como
fatores de risco para o AVE “modificáveis” o sexo e a
idade, enquanto “não modificáveis” são a diabetes e a
hipertensão. Tais fatores são determinantes para o
prognóstico da paciente.
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FISIOTERAPIA – TIPO “U”
Criança de 6 meses de vida deu entrada no pronto-socorro com Acerca da osteogênese imperfeita e dos conhecimentos
tosse, febre e vômitos, evoluindo com piora do estado geral e correlatos, julgue os itens a seguir.
desidratação.. O exame físico apresenta: peso = 3,040 kg,
estatura = 52 cm. Teste de dosagem de cloreto no suor: braço 106. A OI do tipo 1 está associada à diminuição da
direito = 100,24 mEq/L, braço esquerdo = 101,11 mEq/L. quantidade de colágeno tipo 1, enquanto os demais
Valores de referência 0,00 - 40,00 (o que confirmou fibrose tipos estão relacionados com alterações na qualidade do
cística). Sinais vitais: frequência respiratória = 65 irpm, colágeno sintetizado.
frequência cardíaca = 162 bpm, saturação de O2 = 92%. 107. A classificação da OI utiliza-se de achados clínicos e
Evoluiu ainda com desconforto respiratório, taquicardia e radiológicos. O tipo 1 é considerado o mais frequente e
palidez. Na sequência, apresentou quadro de insuficiência mais leve, com fragilidade óssea leve. O tipo 2 é o letal,
respiratória aguda por pneumonia, sendo transferida para UTI em que há óbito, ainda, na gestação, natimorto ou óbito
pediátrica, onde permaneceu por uma semana, necessitando de neonatal. O tipo 3 apresenta grave osteoporose e
ventilação mecânica por seis dias e drogas vasoativas por deformidades ósseas progressivas e o tipo 4 baixa
cinco dias. Apresentando boa evolução do quadro, o paciente estatura e deformidades de ossos longos; o tipo 5
teve alta para enfermaria e seguiu estável. severidade moderada, com deslocamento da cabeça do
rádio; o tipo 6 baixa estatura moderada e lamelas ósseas
A respeito desse caso clínico e com base nos conhecimentos como escamas de peixe; tipo 7, baixa estatura leve e
correlatos, julgue os itens a seguir. úmeros e fêmures curtos; o tipo 8 um prognóstico
grave/letal, baixa estatura grave e fragilidade óssea
101. O aumento da tolerância ao exercício está relacionado a extrema.
um pior prognóstico e qualidade de vida (QV) dos 108. As principais alterações no componente estruturas e
indivíduos com fibrose cística. funções do corpo na OI, conforme a Classificação
102. As manifestações clínicas típicas da fibrose cística que Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
o paciente apresenta são: tosse, diarreia crônica e (CIF), são: transferências de postura, marcha e
desidratação. Esses sintomas, além de causar atividades de vida diária.
inadequação nutricional, podem ocasionar consequente 109. A medida da função motora grossa (GMFM) e o
perda da massa magra e depressão da função inventário de avaliação pediátrica de incapacidade
imunológica. (PEDI) já foram validados e são instrumentos
103. Uma técnica fisioterapêutica com alta eficácia (nível confiáveis para avaliação e acompanhamento de
evidência 1A) para ser utilizada no tratamento desse crianças com OI.
paciente é o huffing. Essa técnica tem como objetivo a 110. Entre os objetivos específicos da intervenção
remoção de secreções brônquicas com a menor fisioterapêutica, pode-se relacionar, entre outros,
alteração da pressão pleural, menor probabilidade de alcançar os marcos motores do desenvolvimento,
colapso bronquiolar e com vantagem de não necessitar promover o alinhamento biomecânico, detectar ou tratar
da colaboração do paciente, uma vez que a criança precocemente as deformidades de coluna, reduzir o
ainda é muito jovem. tônus muscular e favorecer o equilíbrio corporal.
104. O exercício físico regular no paciente com FC
proporciona aumento da função cardiorrespiratória, Área livre
ganho de resistência, aumento da autoestima,
hipertrofia muscular, diminuição da frequência cardíaca
de repouso, menor número de hospitalizações e melhor
qualidade de vida, além de auxiliar na remoção de
secreções pulmonares.
105. Os exercícios físicos, tanto aeróbios (endurance) quanto
anaeróbicos, devem ser parte fundamental da
intervenção fisioterapêutica para pacientes com fibrose
cística, independentemente da gravidade da doença.
Sabe-se que efeitos adversos da prática de exercícios
físicos são raros para esses pacientes e uma das
alternativas para pacientes com distúrbio ventilatório
obstrutivo grave seria o treinamento intervalado de alta
intensidade.