Você está na página 1de 9

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL


FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
EDITAL NORMATIVO Nº 1 – RP/SES-DF/2020, DE 7 DE OUTUBRO DE 2019

PROGRAMA
2 3 3
Multiprofissional em Saúde da Criança
Fisioterapia
Data e horário da prova: domingo, 15/12/2019, às 14 h.

INSTRUÇÕES
 Você receberá do fiscal:
o um caderno da prova objetiva contendo 120 (cento e vinte) itens – cada um deve ser julgado como CERTO ou ERRADO,
de acordo com o(s) comando(s) a que se refere –; e
o uma folha de respostas personalizada.
 Verifique se a numeração dos itens, a paginação do caderno da prova objetiva e a codificação da folha de respostas estão corretas.
 Verifique se o programa selecionado por você está explicitamente indicado nesta capa.
 Quando autorizado pelo fiscal do IADES, no momento da identificação, escreva, no espaço apropriado da folha de respostas,
com a sua caligrafia usual, a seguinte frase:
Tudo o que você precisa é amor.
 Você dispõe de 3 (três) horas e 30 (trinta) minutos para fazer a prova objetiva, devendo controlar o tempo, pois não haverá
prorrogação desse prazo. Esse tempo inclui a marcação da folha de respostas.
 Somente 1 (uma) hora após o início da prova, você poderá entregar sua folha de respostas e o caderno da prova e retirar-se da sala.
 Somente será permitido levar o caderno da prova objetiva 3 (três) horas após o início da prova.
 Deixe sobre a carteira apenas o documento de identidade e a caneta esferográfica de tinta preta, fabricada com material
transparente.
 Não é permitida a utilização de nenhum tipo de aparelho eletrônico ou de comunicação.
 Não é permitida a consulta a livros, dicionários, apontamentos e (ou) apostilas.
 Você somente poderá sair e retornar à sala de aplicação da prova na companhia de um fiscal do IADES.
 Não será permitida a utilização de lápis em nenhuma etapa da prova.

INSTRUÇÕES PARA A PROVA OBJETIVA


 Verifique se os seus dados estão corretos na folha de respostas da prova objetiva. Caso haja algum dado incorreto, comunicar ao fiscal.
 Leia atentamente cada item e assinale sua resposta na folha de respostas.
 A folha de respostas não pode ser dobrada, amassada, rasurada ou manchada e nem pode conter registro fora dos locais
destinados às respostas.
 O candidato deverá transcrever, com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada com material transparente, as respostas da
prova objetiva para a folha de respostas.
 A maneira correta de assinalar a alternativa na folha de respostas é cobrir, fortemente, com caneta esferográfica de tinta preta,
fabricada com material transparente, o espaço a ela correspondente.
 Marque as respostas assim:

Tipo “U”
Fisioterapia Considerando esse caso clínico e tendo em vista os
Itens de 1 a 120 conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir.

A dor lombar é um dos problemas mais comuns na 9. O fisioterapeuta deve orientar o posicionamento de um
atenção primária de saúde. Estima-se que 70% a 85% da apoio sob o joelho operado (almofada, travesseiro ou
população mundial experimentarão um episódio de dor lençol), a fim de garantir maior conforto e alívio da dor
lombar em algum momento e que 90% desses indivíduos do paciente.
terão mais de um episódio [...]. 10. O uso de mobilização passiva contínua (CPM), quando
SOUZA, I. M. B., et al. Prevalence of low back pain in the elderly disponível, é uma ferramenta indispensável para o
population: a systematic review. Clinics, 2019. ganho de amplitude de movimento articular nessa fase
Um paciente de 45 anos de idade, fisicamente ativo, funcionário de reabilitação.
público, apresenta dor lombar crônica grau 7 pela escala de dor 11. A mobilização patelar e a massagem em bolsa
com irradiação para região posterior da coxa e lateral da perna subquadricipital são indicadas como condutas iniciais
esquerda, além de dois episódios de queda ao solo por “falseio” do atendimento desse paciente.
do joelho. Ao exame físico, observa-se paciente longilíneo, sem 12. Não é permitida a contração ativa do quadríceps nesse
protrusão abdominal, retificação da lordose lombar, discreta momento, pois o paciente irá se queixar de dor,
inclinação lateral do tronco para direita, como postura antálgica, podendo comprometer uma boa recuperação pós-
sensibilidade tátil, térmica e dolorosa preservada, reflexo patelar operatória imediata.
e calcâneo normais, encurtamento muscular importante em 13. Caso o paciente tolere, o fisioterapeuta pode orientar o
musculatura posterior da coxa e deficit de força muscular em ganho de amplitude de movimento de extensão do
tríceps sural à esquerda de 35% comparado ao lado contralateral joelho posicionando o paciente em decúbito ventral
mensurado por dinamometria isométrica. com os joelhos para fora da beira da maca.
14. O fisioterapeuta deve seguir uma conduta mais
Com base nesse caso clínico e considerando os cautelosa no ganho de amplitude de movimento nessa
conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir. fase, haja vista que o paciente refere muita dor e edema
1. Recursos terapêuticos passivos de forma prolongada e articular.
isolada estão indicados para pacientes com dor lombar
crônica.
2. Está indicado para esse paciente o uso de cinta ou Um paciente de 49 anos de idade, entregador de cartas, relata
imobilizador lombar para prevenir, bem como para o que, há dois anos, iniciou, de maneira insidiosa, com sintoma
tratamento da dor lombar crônica. de dor na porção central de tendões calcâneos, rigidez
3. O fisioterapeuta não deve sugerir exames de imagem a matinal e limitação funcional. Teve vários episódios de
menos que suspeite de doenças graves, tais como afastamento do trabalho para repouso como tratamento.
trauma, câncer, infecção, síndrome de cauda equina e Atualmente, a dor está mais exacerbada, ele queixa-se de
doenças inflamatórias, visto que o exame de imagem aumento de volume no corpo dos tendões calcâneos, maior
não tem se mostrado eficaz para auxiliar na decisão sensação de rigidez e impossibilitado de andar mais de 1 km
clínica para o tratamento da dor lombar. ou subir e descer rampas ou ladeiras.
4. É indicado para esse paciente o uso de palmilhas
mecanoposturais, tanto para o tratamento quanto para a A respeito desse caso clínico e com base nos conhecimentos
prevenção de recidiva dos sintomas. correlatos, julgue os itens a seguir.
5. O trabalho muscular ativo deve ser introduzido
precocemente, enfatizando exercícios que ativem 15. Deve-se instituir, como prioridade no tratamento desse
músculos como transverso do abdome e multifídeos. paciente, recursos termoeletrofototerápicos para
6. O ganho de flexibilidade da cadeia posterior do melhora da funcionalidade da tendinopatia calcânea
membro inferior pode ser obtido por meio de técnicas crônica.
de alongamento estático e dinâmico. 16. O desfecho clínico de dor deve ser analisado
7. Para o reequilíbrio muscular nesse paciente, deve-se isoladamente dos demais sintomas por meio de escala
prescrever exercícios bilaterais, enfatizando a analógica visual, pois a queixa principal do paciente é o
musculatura dorsiflexora de tornozelo. sintoma álgico.
8. A escala de Oswestry deve ser utilizada para o 17. O fisioterapeuta deve utilizar o questionário de
acompanhamento desse paciente como instrumento de autoavaliação VISA-A como medida confiável e válida
avaliação das desordens da coluna. para dor e função do terço médio do tendão calcâneo.
18. Atualmente, o padrão ouro recomendado para o
Um paciente de 35 anos de idade, tenista amador, sofreu tratamento da tendinopatia crônica do tendão calcâneo é
entorse de joelho direito com diagnóstico de ruptura o exercício excêntrico do tríceps sural de alta
completa do ligamento cruzado anterior. Foi submetido a intensidade.
ligamentoplastia com enxerto do ligamento da patela 19. A massagem transversa profunda não tem se mostrado
ipsilateral, mas, no pós-operatório, evoluiu com artrofibrose efetiva no tratamento de pacientes com tendinopatia
importante e grande limitação da amplitude de movimento do calcânea crônica.
joelho. Foi realizada nova artroscopia do joelho e 20. O uso de strapping tape é imprescindível como
manipulação cirúrgica. O paciente encontra-se internado em ferramenta fisioterápica para esse caso, pois irá
pós-operatório imediato, com dor grau 8 pela escala de dor, minimizar a dor com base no respectivo estímulo
significativo edema suprapatelar, flexo de 2º e ADM passiva tátil-cutâneo.
de flexão de 90º, além de inibição de contração voluntária do
quadríceps. Foi solicitada fisioterapia precoce.
233 – MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA CRIANÇA
PROCESSO SELETIVO – RP/SES – DF/2020 PÁGINA 2/9
FISIOTERAPIA – TIPO “U”
22. Essa paciente apresenta sinais clínicos de distrofia
simpático reflexa.
23. No plano eletroterapêutico para tratamento do sintoma
álgico, o fisioterapeuta pode aplicar estimulação elétrica
em nível sensorial sobre os nervos sensoriais periféricos
que inervam o punho e mão.
24. A placa e os parafusos fixados no rádio estabilizam a
articulação radioulnar para os movimentos de
pronossupinação.
25. Para recuperar a mobilidade intra-articular da
radioulnar distal do punho da mão e dos dedos, o
fisioterapeuta deve aplicar técnicas de terapia manual
mantidas de grau III ou oscilatórias grau IV para o
distensionamento capsular.

Um paciente de 16 amos de idade, desportista amador de


futebol, relata que, ao chutar a bola durante um treinamento,
sentiu uma “fisgada” muito forte na região anterior e superior
Raio X AP de punho pré-operatório
do quadril direito e um aumento de volume na porção
anterior e proximal da coxa. Passou por consulta médica e
diagnosticou-se lesão miotendinosa de reto anterior da coxa
com fratura avulsão. Optou-se pelo tratamento conservador,
sendo o paciente encaminhado aos cuidados da fisioterapia.

Acerca desse caso clínico e tendo em vista os conhecimentos


correlatos, julgue os itens a seguir.

26. A desinserção do músculo reto anterior da coxa deu-se


na respectiva inserção junto à espinha ilíaca
anterossuperior.
27. Com relação ao mecanismo de lesão, essa é uma
condição clínica comum no futebol, em razão de o
músculo reto anterior da coxa ser um músculo
multipenado e uniarticular.
28. Embora os tratamentos conservadores possam obter
resultados aceitáveis, é comum que os pacientes
apresentem menor força muscular, atraso no retorno à
atividade física e um gap permanentemente visível e
palpável.
29. Para pacientes com esse tipo de lesão tratados
Raio X AP e perfil de punho pós-operatório conservadoramente, prioriza-se inicialmente o ganho de
movimento com mobilização passiva e sem a
Uma paciente de 10 anos de idade, obesa, destra dominante, necessidade de braces imobilizadores.
sofreu queda de bicicleta com consequente trauma e fratura 30. Para o fortalecimento muscular em fases mais
do terço distal do rádio e luxação da articulação radioulnar avançadas de reabilitação, o fisioterapeuta pode utilizar
distal. Foi submetida à redução e fixação cruenta da fratura o exercício isoinercial como forma de potencializar a
para osteossíntese com placa e parafusos e fios de Kirschner, força excêntrica do movimento, a fim de prevenir
conforme imagem. Ficou imobilizada por seis semanas com relesão.
gesso em posição de supinação máxima. Após a retirada da
imobilização gessada, foi encaminhada para fisioterapia, pois
Área livre
exibia uma hiperalgesia e distonia, não sendo capaz de
sustentar absolutamente nenhum peso na extremidade
superior direita, e o punho e a mão encontravam-se lustrosos,
inchados e vermelhos. Observava-se, ainda, importante
restrição da amplitude de movimento para os movimentos de
pronação da radioulnar e da flexão-extensão do punho. Dor
classificada em 9/10 pela escala analógica visual, e a
paciente e não tolerava a aplicação de crioterapia no local.

Com base nesse caso clínico e tendo em vista os


conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir.

21. A lesão óssea em questão é classificada como fratura de


Monteggia.
233 – MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA CRIANÇA
PROCESSO SELETIVO – RP/SES – DF/2020 PÁGINA 3/9
FISIOTERAPIA – TIPO “U”
Um paciente sedentário de 65 anos de idade, com colesterol O sistema cardiovascular é constituído pelo coração e pelos
total acima de 240 mg/dL e HDL abaixo de 35 mg/dL, vasos sanguíneos. Ele é responsável por transportar o sangue
IMC = 30 kg/m2, relação abdome-quadril de 1 w/h e pressão e os respectivos componentes para os tecidos do corpo, tendo
arterial de 140 mmHg x 90 mmHg e história familiar de funções diretamente integradas a outros sistemas,
hiperglicemia, apresentou um evento cardíaco que culminou especialmente o respiratório.
em infarto agudo do miocárdio e hospitalização.
Em relação aos aspectos estruturais e funcionais
Quanto a esse caso clínico e com base nos conhecimentos cardiovasculares julgue os itens a seguir.
correlatos, julgue os itens a seguir.
31. A fase II da reabilitação estabelece o treinamento 41. O sistema cardiovascular tem a função de suprir as
aeróbico com intensidade constante por um período de células de nutrientes para o respectivo metabolismo,
treino de até 20 minutos, e, caso ocorra queda da anabolismo e catabolismo.
frequência cardíaca de 5 bpm, o exercício deve ser 42. Fatores que promovem a saída do sangue do coração
suspenso. para as artérias são: contração do músculo cardíaco,
32. A prescrição de atividade física faz parte do programa valvas cardíacas, elasticidade das artérias e gravidade.
de reabilitação nas fases II e III, por contribuir para a 43. A valva atrioventricular direita tem o objetivo de evitar
redução dos fatores de risco apresentados nesse caso o refluxo de sangue do ventrículo para o átrio no
clínico. momento de contração do ventrículo.
33. Na fase de internação hospitalar, ou fase I, a fisioterapia 44. A valva atrioventricular esquerda tem a própria
é fundamental, com ênfase na prescrição de exercícios estrutura composta de dois folhetos, sendo também
de membros superiores contra resistência. chamada de valva mitral.
34. As condições patológicas e comportamentais apontadas 45. O retorno venoso é determinado por uma combinação
no caso clínico demandam uma atuação multiprofissional de fatores, entre eles: bombeamento do sangue pelo
que pode ser desenvolvida nas fases I, II e III da coração, bomba muscular e valvas das veias (abrem em
reabilitação cardíaca. direção ao coração).
35. A hipercolesterolemia e o sobrepeso não são indicações
para iniciar programa de reabilitação.
As cardiopatias congênitas são secundárias a malformações
cardíacas no período embrionário e, com bases nas alterações
Um paciente de 69 anos de idade encontra-se no da estrutura anatômica, podem ser classificadas em simples
pós-operatório (PO) de revascularização do miocárdio. No ou complexas. Frequentemente, acarretam alterações na
primeiro dia de PO, o paciente encontrava-se no leito, sem suporte hemodinâmica do organismo e isso pode provocar
ventilatório, lúcido, obedecendo aos comandos vagarosamente, repercussões negativas comprometendo a sobrevida da
em desmame das drogas vasoativas. Ao exame físico, foram criança.
verificados pressão arterial = 110 mmHg x 75 mmHg, frequência
respiratória = 23 irpm, SpO2 = 94% usando cateter nasal Acerca das alterações hemodinâmicas esperadas dessas
a 3 L/min e ausculta pulmonar com crepitações bibasal e edema cardiopatias, julgue os itens a seguir.
(3+/4) em extremidades de membros inferiores. O
paciente queixa-se de tontura ao sentar e tosse com desconforto na 46. A tetralogia de Fallot representa um tipo de alteração
região esternal. vascular que dificulta a oxigenação no cérebro, mas não
na periferia, por isso é considerada uma síndrome não
No que se refere a esse caso clínico e com base nos cianótica.
conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir. 47. Comunicação interventricular provoca a passagem de
36. Esse paciente está contraindicado para realização de sangue arterial do ventrículo esquerdo para o ventrículo
RPPI por causa do desconforto retroesternal. direito e para a artéria pulmonar, especialmente durante
37. A curto prazo, do primeiro ao quinto dia de PO, a fisioterapia a sístole. Logo, há aumento do fluxo sanguíneo para
enfatiza técnicas que utilizam respiração profunda, tosse, pequena circulação e hipervolemia pulmonar.
desobstrução brônquica, supervisão e incentivo à mobilização 48. Durante a estenose pulmonar, a maior resistência ao
precoce, saída do leito, marcha estacionária, programa de fluxo provoca adaptação cardíaca: hipertrofia VD
exercícios equivalentes a 2 a 4 METs. concêntrica, sobrecarga sistólica de VD.
38. A partir do terceiro dia de PO, deve-se iniciar exercícios 49. A fisioterapia na vigência de hipertensão pulmonar
isométricos de MMII e progredir para exercícios objetiva ofertar oxigênio satisfatoriamente e evitar
resistidos. níveis elevados de PaCO2.
39. A utilização da ventilação não invasiva no PO de 50. Na comunicação interatrial, observa-se shunt da
cirurgia cardíaca, após a extubação, é usada com esquerda para direita, pois a pressão no átrio esquerdo é
objetivo de reverter atelectasias e melhorar a maior.
oxigenação, principalmente em pacientes idosos.
40. No decorrer da internação hospitalar (fase I), a Área livre
tolerância aos exercícios deve ser aumentada
gradativamente. O controle e a intervenção
cardiorrespiratória devem ter base nos seguintes
parâmetros: FC de repouso, pressão arterial e escala de
esforço percebido e, se possível, a FC atingida no teste
de caminhada de seis minutos.

233 – MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA CRIANÇA


PROCESSO SELETIVO – RP/SES – DF/2020 PÁGINA 4/9
FISIOTERAPIA – TIPO “U”
Uma paciente de 70 anos de idade, ex-tabagista e hipertensa, 58. Espera-se que o paciente desse caso clínico melhore a
vem apresentando, há um mês, cansaço aos pequenos oxigenação e reduza a hipercapnia.
esforços, taquicardia, edema em membros inferiores e 59. A gasometria desse caso clínico é característica de
turgência jugular. Ao ser atendida no pronto atendimento de hiperventilação, mostrando uma acidose respiratória
um hospital geral, relatou intensa dispneia e tosse com hipoxemia.
improdutiva. Foi diagnosticado edema pulmonar por 60. Os dados vitais desse caso clínico, juntamente com a
insuficiência cardíaca grau II, segundo a New York Heart gasometria arterial, revelam contraindicação absoluta
Association (NYHA), com fração de ejeção de 43%. para realização de VMNI.
Medicada, vem sendo acompanhada na unidade básica de
saúde da respectiva referência, mas o quadro clínico ainda se
mantém. Encaminhada a um centro de reabilitação, iniciou A espirometria de incentivo foi desenvolvida na
um programa de reabilitação cardiovascular. No teste década de 1970 por Bartlett com o objetivo de incentivar a
ergométrico, a frequência cardíaca máxima da paciente foi de inspiração máxima sustentada. A manobra ideal para
120 batimentos por minuto. reinsuflar alvéolos colapsados deve incluir: aumento do
volume pulmonar, pausa pós-inspiratória e fluxo inspiratório
Em relação a esse caso clínico e considerando os
com velocidade baixa.
conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir.
BRITTO, R.R; BRANT, T.C.S; PARREIRA, V.F. Cap. 9. Espirometria de
51. Essa paciente deve ser incluída na fase III da
Incentivo. In: Recursos Manuais e Instrumentais em Fisioterapia
reabilitação cardíaca no centro de reabilitação, pois já Respiratória. [S.l.]: Manole, 2009, com adaptações.
foi medicada, ou seja, pode iniciar atividade física sem
supervisão. Acerca dos espirômetros de incentivo, julgue os itens a
52. A zona-alvo da frequência cardíaca para o treinamento seguir.
dessa paciente é 150 bpm, ou seja, a frequência cardíaca
máxima esperada para idade. 61. Durante a realização da manobra ideal do espirômetro
53. Essa paciente utilizou os seguintes níveis de atenção à de incentivo, espera-se atingir vias aéreas de pequena
saúde: atenção primária, representada pela unidade secção transversa, assim como o exercício de inspiração
básica de saúde; atenção secundária, representada pelo máxima sustentada.
centro de reabilitação; e atenção terciária, representada 62. A recomendação do volume a ser atingido no
pelo hospital geral. espirômetro a volume deve ser de duas a três vezes o
54. As características desse quadro clínico enquadram a volume corrente do paciente.
paciente na fase II do programa de reabilitação. 63. O uso está contraindicado para pacientes maiores de
55. Como a paciente realizou o teste ergométrico, a 4 anos de idade e para os pacientes cooperativos,
intensidade de treinamento deve ser: 50% a 70% x FC incapazes de compreender as instruções.
reserva + FC rep. 64. Quando os espirômetros de incentivos são utilizados
corretamente, aumenta-se a pressão transpulmonar
decorrente do aumento da pressão alveolar.
O uso da ventilação mecânica não-invasiva com
65. O trabalho respiratório imposto pelos espirômetros de
pressão positiva (VMNI) para o tratamento de pacientes com
incentivo a fluxo está vinculado ao peso e ao tamanho
insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada foi,
da esfera a ser levantada, ao formato e ao diâmetro do
certamente, um dos maiores avanços da ventilação mecânica
cilindro e à relação entre esses fatores.
nas últimas duas décadas.
SCHETTINO G. P. P; REIS M. A. S. et al. Ventilação Mecânica Não-
Invasiva com Pressão Positiva. In: Revista Brasileira Uma paciente de 58 anos de idade foi admitida no
de Terapia Intensiva v. 19, n. 2, 2007. pronto-socorro com quadro de infecção respiratória
pós-aspiração. A paciente já apresentava diagnóstico de
Um paciente de 70 anos de idade, medindo 1,78 m, deu esclerose lateral amiotrófica (ELA), estabelecido há quatro
entrada no pronto-socorro do hospital com crise hipertensiva, anos, e utiliza, nos últimos dois anos, suporte ventilatório não
evoluindo para edema agudo de pulmão. Na admissão, o invasivo (dispositivo de suporte à vida, Bilevel em modo
fisioterapeuta observou: paciente orientado e com esforço S/T, sendo IPAP = 14 cmH2O e EPAP = 6 cmH2O) apenas
respiratório, com frequência cardíaca = 130 bpm, durante o sono. O exame de imagem pós-admissão
pressão arterial = 170 mmHg x 100 mmHg, frequência evidenciou a aspiração comprometendo o lobo inferior do
respiratória = 35 irpm, SpO2 = 88%, usando oxigênio por pulmão direito.
máscara facial com reservatório a 10 L/min e queixa de falta
de ar. A gasometria arterial era: pH = 7,28; PaCO2 = 58; A respeito da posição de drenagem postural para esse caso
PaO2 = 62; HCO3 = 26; BE = 2; SaO2 = 88%. clínico e com base nos conhecimentos correlatos, julgue os
itens a seguir.
Em relação a esse caso clínico e aos conhecimentos
correlatos julgue os itens a seguir. 66. Considerando-se que a paciente está estável
hemodinamicamente, a postura de drenagem ideal para
56. O paciente desse caso clínico preenche critérios para região pulmonar comprometida seria decúbito
iniciar tratamento com ventilação não invasiva. semiassentado a 45o de elevação de cabeceira.
57. Um dos efeitos esperados com a ventilação não 67. Tendo-se em vista que a paciente está estável
invasiva nesse paciente é promover o recrutamento hemodinamicamente, a postura de drenagem ideal para
alveolar aumentando a PaCO2. região pulmonar comprometida seria decúbito dorsal
com 10° de elevação de cabeceira.
233 – MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA CRIANÇA
PROCESSO SELETIVO – RP/SES – DF/2020 PÁGINA 5/9
FISIOTERAPIA – TIPO “U”
68. Considerando-se que a paciente está estável Considerando esse caso clínico e tendo em vista os
hemodinamicamente, a postura de drenagem ideal para conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir.
região pulmonar comprometida seria decúbito lateral
esquerdo em Trendelenburg. 76. O valor da relação PaO2 /FiO2 preenche os critérios de
69. Tendo-se em vista que a paciente está estável SDRA grave, juntamente com o achado radiológico e o
hemodinamicamente, a postura de drenagem ideal valor da PEEP.
para região pulmonar comprometida seria decúbito 77. O volume corrente instituído para esse paciente está
lateral direito. dentro da faixa de 6 mL/kg a 8 mL/kg de peso predito.
70. Considerando-se que a paciente está estável 78. A complacência estática está menor que 60 mL/cmH2O.
hemodinamicamente, a postura de drenagem ideal para 79. A driving pressure ou pressão de distensão alveolar,
região pulmonar comprometida seria decúbito ventral nesse caso clínico, encontra-se maior que 15 cmH2O.
em Trendelenburg. 80. Como o MRC desse paciente foi avaliado menor que
48, isso significa que o paciente não apresenta
condições para realizar o teste de respiração
Um homem de 70 anos de idade, ex-fumante (100 espontânea.
maços/ano) que parou de fumar há seis meses, foi internado
com exacerbação do quadro da doença pulmonar obstrutiva
crônica (DPOC). Ao exame físico, apresentava-se Um paciente de 30 anos de idade é enfermeiro intensivista.
consciente, acianótico, taquipneico, em uso de musculatura Pratica futebol como hobby toda quarta-feira e, há três
acessória, com distensão das veias jugulares e edema de semanas, sofreu uma queda durante um jogo e nela perfurou o
MMII. A ausculta pulmonar mostrou: murmúrio vesicular membro superior esquerdo na região do cotovelo. Foi
diminuído globalmente e sibilos nos lobos superiores. As socorrido pelos colegas e levado ao hospital, onde realizou-se
provas de função pulmonar prévias apresentavam: distúrbio a reparação e o curativo do local, contudo não houve
ventilatório obstrutivo severo, pressão inspiratória máxima necessidade de cirurgia, e os médicos relataram tratar-se de
(Pimax) 40% do esperado. uma axonotmese do nervo ulnar. O paciente iniciou a
reabilitação e, na avaliação, o fisioterapeuta constatou edema
Acerca desse caso clínico e da DPOC, julgue os itens em membro superior esquerdo, flacidez em antebraço,
a seguir. diminuição da temperatura, perda de sensibilidade na região
do quinto dedo e da borda medial da mão e fraqueza muscular.
71. Os pacientes com DPOC podem apresentar valores
normais de Pimax por causa da utilização da Com base nesse caso clínico e tendo em vista os
musculatura acessória da inspiração. conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir.
72. O instrumento utilizado para realizar a mensuração da
pressão inspiratória máxima é o ventilômetro. 81. A degeneração walleriana ocorre em todos os tipos de
73. Os pacientes com DPOC severa apresentam disfunção lesão nervosa periférica, incluindo a axonotmese.
contrátil, ou seja, maior capacidade de gerar força, uma 82. Nas lesões como as desse paciente, no início da
vez que a fibra muscular mais presente no diafragma é reabilitação, o fisioterapeuta deve ter como objetivo
de contração rápida. prevenir deformidades, sendo a mais comum, nesse
74. O treino da musculatura respiratória de pacientes com caso, e a mão em garra.
DPOC deve ser dividido em treino de força e de 83. Em uma lesão nervosa periférica do tipo neurotmese, é
resistência, sendo que a resistência deve enfatizar o correto afirmar que houve uma secção completa do
fator tempo, sendo considerado adequado um mínimo axônio e da bainha de mielina, porém o endoneuro se
de 15’ de maneira contínua ou intervalada. mantém intacto.
75. O parâmetro avaliado na espirometria para graduar a 84. Pela lesão sofrida por esse paciente, espera-se que a
severidade da doença pulmonar obstrutiva crônica é a fraqueza muscular seja significativa em extensores de
capacidade vital forçada. dedos e musculatura intrínseca da mão.
85. Após uma lesão nervosa periférica, é possível ocorrer a
reorganização do mapa cortical, consequente da
diminuição das informações aferentes, provocando a
Considere um paciente de 55 anos de idade, com estatura de modificação da funcionalidade de determinadas áreas
1,70 m, pesando 80 kg sem história de tabagismo e de anteriormente responsáveis pela ativação da área
doença pulmonar crônica, em VM, modo volume controlado denervada.
com: Vt = 480 mL, Vte = 495 mL, fr = 16 irpm, FRP = 22 irpm,
PEEP = 5 cmH2O, Ppico = 35 cmH2O, Pplatô = 30 cmH2O, Área livre
fluxo = 40 Lpm, Ti = 1,0 s, I:E = 1:2, está com FiO2 = 0,4.
Apresenta a seguinte gasometria: PH 7,15/PCO2 50/PO2
66/HCO3 26/BE -8/ Sat 90. Ao exame físico: avaliação do
estado de alerta, o paciente foi responsivo aos comandos
“abra e feche os olhos”, “olhe para mim e abra a boca” e
“coloque a língua para fora”. O Medical Research Council
(MRC) total foi de 25 pontos. O raio X de tórax mostra
infiltrado no lobo inferior direito.

233 – MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA CRIANÇA


PROCESSO SELETIVO – RP/SES – DF/2020 PÁGINA 6/9
FISIOTERAPIA – TIPO “U”
Uma recém-nascida apresenta diagnóstico médico de 93. O plano de tratamento fisioterapêutico no momento
mielomeningocele nível S1-L5. Encontra-se com 10 meses agudo pós-AVE durante a internação na UTI, como no
de vida e foi avaliada em equipe para admissão no programa caso apresentado, deve incluir: prevenção de
de reabilitação, no qual a expectativa dos pais é a aquisição complicações, como escaras e edema nos membros
de marcha. Essa paciente realizou a cirurgia de correção da plégicos, e evitar contraturas ou deformidades.
malformação no primeiro dia de vida, a colocação da válvula 94. A excitotoxicidade pode ocorrer após uma lesão
de derivação ventriculoperitoneal com 1 mês de vida e a cerebral isquêmica e consiste na morte celular
correção do pé torto congênito (equinovaro) com 5 meses de provocada pela liberação excessiva de glutamato, um
vida; desde então, faz uso de órtese tornozelo-pé fixa neurotransmissor excitatório determinante para o
bilateralmente. Quanto às aquisições motoras, a paciente funcionamento do sistema nervoso central, que,
adquiriu controle cervical em todas as posturas aos 4 meses contudo, quando em altas concentrações, se torna tóxico
de vida, rolou ambas posturas com 7 meses de vida, para os neurônios.
sentou-se de forma independente e arrastou-se com 9 meses 95. Um sintoma comum após um AVE é a síndrome
de vida. Não engatinha e não se transfere para ajoelhado nem dolorosa do ombro hemiplégico, tratando-se de uma
para ortostatismo de forma independente. barreira para avanços na reabilitação. Apesar disso, no
caso em questão, não há nada a ser feito, já que a
No que se refere a esse caso clínico e com base nos paciente se encontra na UTI.
conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir.

86. Considerando-se a paciente em questão, pelo nível da Um paciente de 2 anos e 6 meses de idade nasceu prematuro
malformação, espera-se que a criança seja por hipertensão materna não controlada no pré-natal e passou
deambuladora comunitária com utilização de órteses, por parto prolongando, no qual entrou em sofrimento fetal
sendo necessário o uso de cadeira de rodas somente que resultou em uma lesão cerebral hipóxico-isquêmica. Na
para longas distâncias. avaliação fisioterapêutica, é constatado que essa criança tem
87. No plano de tratamento dessa criança, o fisioterapeuta paralisia cerebral do tipo espástica, diparética e, segundo o
deve traçar metas de tratamento de acordo com a idade Sistema de Classificação da Função Motora Grossa
dela, as funções que realiza ou poderá aprender, o (GMFCS), nível 3.
desempenho motor e as queixas da criança e da família.
88. A mielomeningocele é uma malformação congênita Quanto a esse caso clínico e considerando os conhecimentos
decorrente do não fechamento do tubo neural durante o correlatos, julgue os itens a seguir.
segundo trimestre da gestação.
89. No caso em questão, o uso da órtese não se faz 96. A paralisia cerebral caracteriza-se por um grupo de
necessário, pois o nível de lesão da paciente não desordens do desenvolvimento do movimento e da
apresenta alterações de musculatura de tornozelo, como postura por lesão ocorrida no sistema nervoso central
tibial anterior e tríceps sural; a fraqueza apresentada em desenvolvimento. A lesão neurológica não é
será de musculatura intrínseca dos pés. progressiva, contudo as respectivas manifestações
90. Em decorrência do quadro motor desse caso clínico, a motoras secundárias à lesão podem ser.
paciente apresentou atraso nas aquisições motoras de 97. No caso em questão, a classificação topográfica é
controle cervical, rolar, sentar e arrastar, dos quais se espástica com alteração de tônus predominantemente de
espera que sejam conquistadas aproximadamente com 3 membros inferiores.
meses, 5 meses, 6 meses e 6/7 meses de vida, 98. Com base na Classificação Internacional de
respectivamente. Funcionalidade (CIF), a reabilitação desse paciente
deve focar no treino de funcionalidade, transferindo o
aprendizado das sessões para a rotina diária, buscando
Uma paciente de 72 anos de idade encontra-se internada na maior participação da criança nas respectivas atividades
unidade de terapia intensiva (UTI) há três dias, após diárias e tendo como consequência uma criança mais
apresentar afasia e hemiparesia à esquerda. O diagnóstico independentes e participativas na sociedade.
médico foi de um acidente vascular encefálico (AVE) 99. É importante utilizar estímulos sensoriais aferentes,
isquêmico da artéria cerebral média direita. O histórico de favorecendo o tônus postural e a vivência de
saúde da paciente inclui diabetes tipo 2 e hipertensão. O experiências sensório-motoras fundamentais à prática
fisioterapeuta acaba de avaliá-la e iniciará o plano de das habilidades funcionais. Entretanto, é contraindicado
tratamento intra-hospitalar. o fortalecimento muscular para melhora da
funcionalidade das crianças com paralisia cerebral.
Em relação a esse caso clínico e tendo em vista os 100. Pela classificação do GMFCS desse paciente, espera-se,
conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir. como prognóstico, que ele seja capaz de deambular
utilizando um dispositivo manual de mobilidade.
91. Em um AVE, além da área diretamente lesionada pela
falta de oxigênio, também haverá degeneração em Área livre
cascata de outros tratos neuronais, como consequência
da perda sináptica, aumentando a extensão da lesão.
92. No caso dessa paciente, é correto determinar como
fatores de risco para o AVE “modificáveis” o sexo e a
idade, enquanto “não modificáveis” são a diabetes e a
hipertensão. Tais fatores são determinantes para o
prognóstico da paciente.
233 – MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA CRIANÇA
PROCESSO SELETIVO – RP/SES – DF/2020 PÁGINA 7/9
FISIOTERAPIA – TIPO “U”
Criança de 6 meses de vida deu entrada no pronto-socorro com Acerca da osteogênese imperfeita e dos conhecimentos
tosse, febre e vômitos, evoluindo com piora do estado geral e correlatos, julgue os itens a seguir.
desidratação.. O exame físico apresenta: peso = 3,040 kg,
estatura = 52 cm. Teste de dosagem de cloreto no suor: braço 106. A OI do tipo 1 está associada à diminuição da
direito = 100,24 mEq/L, braço esquerdo = 101,11 mEq/L. quantidade de colágeno tipo 1, enquanto os demais
Valores de referência 0,00 - 40,00 (o que confirmou fibrose tipos estão relacionados com alterações na qualidade do
cística). Sinais vitais: frequência respiratória = 65 irpm, colágeno sintetizado.
frequência cardíaca = 162 bpm, saturação de O2 = 92%. 107. A classificação da OI utiliza-se de achados clínicos e
Evoluiu ainda com desconforto respiratório, taquicardia e radiológicos. O tipo 1 é considerado o mais frequente e
palidez. Na sequência, apresentou quadro de insuficiência mais leve, com fragilidade óssea leve. O tipo 2 é o letal,
respiratória aguda por pneumonia, sendo transferida para UTI em que há óbito, ainda, na gestação, natimorto ou óbito
pediátrica, onde permaneceu por uma semana, necessitando de neonatal. O tipo 3 apresenta grave osteoporose e
ventilação mecânica por seis dias e drogas vasoativas por deformidades ósseas progressivas e o tipo 4 baixa
cinco dias. Apresentando boa evolução do quadro, o paciente estatura e deformidades de ossos longos; o tipo 5
teve alta para enfermaria e seguiu estável. severidade moderada, com deslocamento da cabeça do
rádio; o tipo 6 baixa estatura moderada e lamelas ósseas
A respeito desse caso clínico e com base nos conhecimentos como escamas de peixe; tipo 7, baixa estatura leve e
correlatos, julgue os itens a seguir. úmeros e fêmures curtos; o tipo 8 um prognóstico
grave/letal, baixa estatura grave e fragilidade óssea
101. O aumento da tolerância ao exercício está relacionado a extrema.
um pior prognóstico e qualidade de vida (QV) dos 108. As principais alterações no componente estruturas e
indivíduos com fibrose cística. funções do corpo na OI, conforme a Classificação
102. As manifestações clínicas típicas da fibrose cística que Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
o paciente apresenta são: tosse, diarreia crônica e (CIF), são: transferências de postura, marcha e
desidratação. Esses sintomas, além de causar atividades de vida diária.
inadequação nutricional, podem ocasionar consequente 109. A medida da função motora grossa (GMFM) e o
perda da massa magra e depressão da função inventário de avaliação pediátrica de incapacidade
imunológica. (PEDI) já foram validados e são instrumentos
103. Uma técnica fisioterapêutica com alta eficácia (nível confiáveis para avaliação e acompanhamento de
evidência 1A) para ser utilizada no tratamento desse crianças com OI.
paciente é o huffing. Essa técnica tem como objetivo a 110. Entre os objetivos específicos da intervenção
remoção de secreções brônquicas com a menor fisioterapêutica, pode-se relacionar, entre outros,
alteração da pressão pleural, menor probabilidade de alcançar os marcos motores do desenvolvimento,
colapso bronquiolar e com vantagem de não necessitar promover o alinhamento biomecânico, detectar ou tratar
da colaboração do paciente, uma vez que a criança precocemente as deformidades de coluna, reduzir o
ainda é muito jovem. tônus muscular e favorecer o equilíbrio corporal.
104. O exercício físico regular no paciente com FC
proporciona aumento da função cardiorrespiratória, Área livre
ganho de resistência, aumento da autoestima,
hipertrofia muscular, diminuição da frequência cardíaca
de repouso, menor número de hospitalizações e melhor
qualidade de vida, além de auxiliar na remoção de
secreções pulmonares.
105. Os exercícios físicos, tanto aeróbios (endurance) quanto
anaeróbicos, devem ser parte fundamental da
intervenção fisioterapêutica para pacientes com fibrose
cística, independentemente da gravidade da doença.
Sabe-se que efeitos adversos da prática de exercícios
físicos são raros para esses pacientes e uma das
alternativas para pacientes com distúrbio ventilatório
obstrutivo grave seria o treinamento intervalado de alta
intensidade.

A osteogênese imperfeita (OI) é definida como um conjunto


de alterações heterogêneas que se caracterizam por
suscetibilidade a fraturas ósseas de severidade variável,
causadas por deficiência no colágeno tipo 1. A OI impõe
limitações funcionais importantes em crianças e
adolescentes, mas o padrão cognitivo é preservado. Antes era
dividida em quatro níveis (1, 2, 3 e 4) e, atualmente, foram
acrescentados o quinto nível, o sexto nível, sétimo nível, e o
oitavo nível.

233 – MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA CRIANÇA


PROCESSO SELETIVO – RP/SES – DF/2020 PÁGINA 8/9
FISIOTERAPIA – TIPO “U”
Uma criança de 19 meses de vida, apresenta fraqueza no 115. São exemplos de escalas de avaliação, validadas para a
hemicorpo esquerdo há quatro dias, sendo encaminhada para população brasileira, que podem ser utilizadas na
hospital de referência em pediatria. Ao exame físico, os criança a que o caso clínico se refere: medida da função
sinais vitais dela estavam normais: SpO2 = 98%, motora grossa (GMFM), inventário de avaliação
FC = 108 bpm, FR = 28 ipm. A mãe relata febre baixa pediátrica de incapacidade (PEDI), escala de equilíbrio
intermitente e perda de peso. Criança nascida a termo de mãe pediátrica, entre outras.
primípara, diagnosticada com o vírus da imunodeficiência 116. Por causa das limitações nos diagnósticos e da reduzida
humana (HIV), desde o segundo mês de gravidez. O comprovação científica, é mais comum que crianças
tratamento antirretroviral (TARV) foi iniciado junto ao com AVE recebam o diagnóstico de paralisia cerebral
diagnóstico. Parto cesáreo, a família optou por amamentação (PC) do que sequela de AVE. Sabe-se que o termo PC é
exclusiva. O recém-nascido recebeu profilaxia com TARV, muito mais abrangente e contempla muitas doenças
que foi descontinuado no terceiro dia de vida em razão de neurológicas, inclusive o AVE infantil, que,
problemas sociais. A criança não recebeu mais cuidados com necessariamente, precisa de um evento cerebrovascular.
a exposição à infecção pelo HIV. Durante a anamnese,
constatou-se que os marcos de desenvolvimento estavam nos
padrões de normalidade. Apresentava-se tranquilo ao exame, A paralisia cerebral (PC) designa um grupo de distúrbios
totalmente consciente. Na avaliação neurológica, foi revelada neurológicos não progressivos, secundários a uma lesão
espasticidade, hiperreflexia e fraqueza muscular no cerebral pré, peri ou pós-natal, afetando o desenvolvimento
hemicorpo esquerdo. Ao ser realizada tomografia de habilidades posturais e de movimento do encéfalo
computadorizada (TC), evidenciou-se lesão em território da imaturo, além de uma diversidade de manifestações clínicas
artéria cerebral média à direita, sugestionando infarto referentes ao tipo, à distribuição e à gravidade do
isquêmico agudo. A criança foi, então, diagnosticada com comprometimento motor.
hemiparesia do lado esquerdo, em virtude de isquemia
vascular cerebral, possivelmente decorrente da vasculite No que se refere a esse assunto, julgue os itens a seguir.
tuberculosa, sendo diagnosticada com infecção pelo HIV.
117. Durante algumas décadas, acreditou-se que a asfixia
Com base nesse caso clínico e tendo em vista os perinatal era a principal causa da PC. Hoje, acredita-se,
conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir. com os avanços nos exames de imagem, que fatores
pré-natais passaram a ser a causa mais frequente,
111. Acidente vascular encefálico (AVE) em crianças é chegando de 70% a 80% dos casos tanto em lactentes
evento raro, mas está tomando proporções cada vez nascidos a termo quanto em prematuros.
mais importantes, em razão da gravidade de suas 118. Classificar uma condição de saúde tão heterogênea
complicações e dos diversos diagnósticos diferenciais. como a PC não é tão simples. Por esse motivo, diversos
Entre as causas mais comuns do AVE isquêmico infantil esforços dos profissionais da saúde foram feitos no
estão: a hipertensão arterial sistêmica e a obesidade, intuito de classificar esses indivíduos em relação à sua
comorbidades que antes não eram vistas, mas que estão mobilidade, habilidade manual e comunicação. Para
cada vez mais frequentes no público infantil. esses desfechos, utiliza-se, principalmente e
112. Crises epiléticas e a hemiparesia são, respectivamente, a respectivamente, o sistema de classificação da função
manifestação clínica e a sequela mais comum no AVE motora grossa (GMFCS), o sistema de classificação da
infantil. Sabe-se, também, que o membro inferior (MI) habilidade manual (MACS) e o sistema de classificação
tem mais dificuldade de recuperação do que o membro da função de comunicação (CFCS).
superior (MS). 119. A autolocomoção da criança e do adolescente com PC é
113. Diversas técnicas da fisioterapia têm sido utilizadas classificada pelo GMFCS, que considera as limitações
para reabilitar indivíduos com hemiparesia. Entre as de mobilidade e a necessidade do uso de dispositivos
mais recentemente utilizadas, destaca-se a terapia de para locomoção. É uma escala ordinal que contém cinco
constrição com indução do movimento (TCIM). Essa níveis, classificados de forma crescente, sendo que, no
técnica, que possui uma das maiores evidências nível 1, a criança é mais dependente na sua locomoção
científicas para ganho da funcionalidade de MS, e, no nível 5, é mais independente. Apresenta, ainda,
consiste em manter o membro hemiparético contido de diferenças conforme a faixa etária (antes dos 2 anos de
dez dias até quatro semanas e com tempo de idade, entre 2 anos aos 4 anos de idade, entre 4 anos e
estimulação diária de três a seis horas. 6 anos de idade, entre 6 anos e 12 anos de idade e entre
114. Nos casos de AVC isquêmico, observa-se uma 12 a 18 anos de idade).
diminuição da perfusão cerebral, o que pode ocasionar 120. Além da classificação por funcionalidade, a PC também
danos irreversíveis. Ao redor da área de isquemia, há pode ser dividida e classificada conforme o subtipo
uma área menos comprometida, que sofreu um processo neurológico e topográfico. Os distúrbios motores da PC
isquêmico temporariamente compatível com a são frequentemente acompanhados por distúrbios de
recuperação anatomofisiológica integral. O menor sensação, percepção, cognição, comunicação.
intervalo de tempo entre a instalação do AVE e a Atualmente, a PC apresenta a divisão: espástica
instituição do seu tratamento é essencial para salvar (unilateral ou bilateral), discinética (distônica ou
essa região da evolução para morte celular e para que se coreoateroide), atáxica ou mista.
alcance bons resultados clínicos e terapêuticos. Essa
região é chamada de zona de penumbra ou zona de Área livre
isquemia perifocal.

233 – MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA CRIANÇA


PROCESSO SELETIVO – RP/SES – DF/2020 PÁGINA 9/9
FISIOTERAPIA – TIPO “U”

Você também pode gostar