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UPE - Campus Petrolina

Universidade de Pernambuco – Campus Petrolina

Cursos de Enfermagem e Fisioterapia

Roteiro de Aulas Práticas - Fisiologia Humana I

Professor Ricardo Freitas

Técnico. Lauro Gonzaga

Petrolina-PE

2012

Prof. Ricardo Freitas M.Sc.


Mat.: 11.487 - 1
UPE - Campus Petrolina

AULA 01 - MEIO INTERNO E HOMEOSTASIA

Mensuração científica da Frequência cardíaca (FC)

Clinicamente, tem sido um hábito de muitos profissionais de saúde sentirem o pulso de cada
paciente (voluntário). Isto é feito para determinar a frequência cardíaca e diagnosticar
possíveis alterações na homeostase. Muitas vezes, o contato psico-físico entre paciente e
profissional proporciona maior conforto e confiança para ambos.
A freqüência cardíaca é caracterizada pelo número de vezes que o coração se contrai e relaxa,
ou seja, o número de vezes que o coração “bate” por minuto. E se subdivide em freqüência
cardíaca basal (número de vezes que o coração “bate” para manter o organismo com suas
funções vitais num estado de vigília) e freqüência cardíaca de repouso.

Técnica:

Tomar a mão de um colega (paciente) com a palma voltada para cima palpe a artéria radial
(Figura 1A) com os dedos indicador e médio, ou pode-se também palpar a artéria carótida
(Figura1B), evitando pressionar ambos os locais com força.

Conte o número de batimentos (sístoles), em 15 segundos, começando a contar com o


primeiro batimento (sístole). Multiplique a contagem em 15 segundos por 4 (quatro). O
resultado é o valor da freqüência cardíaca (número de sístoles por minuto/SPM).
Dispondo de tempo o melhor a fazer é a contagem em 1 minuto completo, quando se observa
além do número de batimentos (sístoles), o ritmo. Atualmente a difusão do sistema POLAR®,
e outros, vêm facilitando ainda mais o emprego desta opção de trabalho (Figura 2) (Marins e
Giannichi, 2003).

Figuras 1A e 1B (método palpatório) Figura 2 (frequêncímetro)

Prof. Ricardo Freitas M.Sc.


Mat.: 11.487 - 1
UPE - Campus Petrolina

Protocolo de aula:

Os objetivos desta aula prática é demonstrar a presença de mecanismos de regulação das


funções orgânicas, analisar a interação entre os mecanismos de regulação das funções
corporais e capacitar o aluno a mensurar cientificamente a Fc. Assim serão garantidos
resultados fidedignos nas coletas de dados em aulas posteriores e em futura prática clínica.

1) Mensurar:

• Fc (artéria radial e carótida), três vezes do lado direito e do lado esquerdo do colega e
observar a igualdade contra-lateral, nas variações de tempo (10, 15, 30 e 60 segundos).
Observe um intervalo de 1 – 2 minutos entre cada mensuração.

• Anotar os valores na tabela abaixo e proceder com os cálculos: calcular a média e desvio
padrão dos resultados obtidos, segundo as fórmulas abaixo ou pela calculadora científica ou
software (Excel) e verificar se existe diferença significativa entre os lados direito e esquerdo.

Avaliação da reprodutibilidade de medida da FC


Medição FC (spm) (10s) FC (spm) (15s) FC (spm) (30s) FC (spm) (60s)
Radial Carótida Radial Carótida Radial Carótida Radial Carótida
D E D E D E D E D E D E D E D E
1
2
3
Média
DP

Fórmulas para o cálculo de:

1 – Média = soma de todos os valores/número de amostras

2 – Desvio padrão =

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Mat.: 11.487 - 1
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AULA 01 - MEIO INTERNO E HOMEOSTASIA

Mensuração científica da Frequência cardíaca (FC) e Estresse Físico

Protocolo de aula:

Os objetivos desta aula prática é demonstrar a presença de mecanismos de regulação das


funções orgânicas, analisar a interação entre os mecanismos de regulação das funções
corporais e capacitar o aluno a mensurar cientificamente a Fc. Assim serão garantidos
resultados fidedignos nas coletas de dados em aulas posteriores e em futura prática clínica.

1) Mensurar:

• Selecionar um aluno (voluntário), aferir a Fc de repouso. Logo após, solicitar ao aluno


escolhido que realize 10 minutos de exercício físico (caminha a 6km/h ou corrida 8km/h) na
esteira rolante, mensurar a Fc (artéria radial), nos seguintes intervalos de tempo (2, 4, 6 e 8
min.). Ao término do exercício o voluntário deve permanecer deitado e o avaliador deve
mensurar a Fc imediatamente após e a Fc (artéria radial), nos seguintes intervalos de tempo (3
e 5 min.) após o exercício físico.

• Selecionar um aluno (voluntário), aferir a Fc de repouso. Logo após, solicitar ao aluno


escolhido que realize o exercício abdominal reto durante um minuto de maneira mais rápida
possível, contar o número de abdominais realizados. Ao término do exercício o voluntário
deve permanecer deitado e o avaliador deve mensurar a Fc imediatamente após e a Fc (artéria
radial), nos seguintes intervalos de tempo (3 e 5 min.) após o exercício físico.

• Selecionar um aluno (voluntário), aferir a Fc de repouso. Logo após, solicitar ao aluno


escolhido que permaneça em posição estática de flexão de braço até a exaustão. O avaliador
deve cronometrar o tempo que o voluntário realizou o exercício estático e ao término do
exercício o voluntário deve permanecer deitado e o avaliador deve mensurar a Fc
imediatamente após e a Fc (artéria radial), nos seguintes intervalos de tempo (3 e 5 min.) após
o exercício físico.

Avaliação da FC
Tipo de Repouso 2 min. 4 min. 6 min. 8 min. Pós-Exercício 3 min. 5 min.
Exercício
Esteira
Abdominal
Apoio estático

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2) Discussões:

1- Quais as alterações detectadas nos experimentos? Existe alguma relação funcional entre os
parâmetros estudados? Explique

2- Qual a finalidade das alterações provocadas pelas manobras experimentais?

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AULA 02 – SEMIOLOGIA DA SENSIBILIDADE

Exames Sensoriais

Os déficits sensoriais atingem cerca de 60% dos pacientes acometidos por Acidente Vascular
Encefálico (AVE). A sensação somática é alterada em 37% dos pacientes com lesão no
hemisfério direito e em 25% dos pacientes com lesão no hemisfério esquerdo. As conse-
quências mais evidentes do déficit somatossensorial são alterações no reconhecimento tátil e
na manipulação dos objetos, perigo de queimaduras ou outros ferimentos no membro sem
percepção sensorial, alteração motora do membro afetado, déficits em controlar o nível da
força da mão durante a preensão e alterações na marcha.

O córtex motor está relacionado ao processamento sensorial durante a execução de tarefas


motoras. Duas das principais funções da sensação cutânea da mão são obter informação sobre
o ambiente durante tarefas de exploração e fornecer o feedback para habilidades de precisão
durante tarefas de preensão e manipulação. O déficit sensorial no membro inferior pode trazer
prejuízos à marcha, pois leva à diminuição da fase de balanço, na velocidade e na simetria do
passo11. A função sensorial é reconhecida como precursora da recuperação do movimento e
da atividade funcional.

Características dos exames sensoriais:

Demorado;
Requer a participação do paciente (paciente deve descrever o que sente e onde sente)’\;
Melhor posição para o exame: deitada;
Olhos fechados;
Eliminar distrações;
Comparar áreas homólogas;
Pode ser feito rapidamente ou detalhadamente, dependendo do caso;
Examinar de distal para proximal

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A) Avaliar a dor (Algesia)

O avaliador deve utilizar uma agulha, de modo a não perfurar o paciente, mas causar dor de
forma leve (hiperalgesia / hipoalgesia/ analgesia) (Figura 3).

Figura 3 - Avaliação a dor

B) Temperatura: Frio e calor

Pode ser utilizado em substituição ao teste da dor, nos casos de intolerância. O avaliador deve
utilizar um copo descartável com água gelada ou água quente, de modo a não provocar lesões
na pele do paciente (Figura 4).

Figura 4 – Avaliação da temperatura.

C) Tato (Estesia):

Para avaliar o tato, o avaliador deve utilizar um chumaço de algodão, pena, pincel macio, etc.
Um exame mais apurado é feito com os filamentos de Semmes-Weinstein (Figura 5). Exame
da discriminação de 2 pontos: o avaliador ajusta os braços do compasso (ou do paquímetro)
para que as pontas fiquem com 3 mm; inicie as estimulações cutâneas, aplicando as duas
pontas do compasso simultaneamente nas regiões indicadas na tabela abaixo. A cada
estimulação consulte o voluntário.

Figura 5 - Filamentos de Semmes-Weinstein

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D) Cinético-postural:

Percepção dos movimentos e posição das diversas partes do corpo. O avaliador posicionará
o(s) membro(s) do voluntário em diferentes posições (flexão ou extensão) e lhe perguntará
sobre as variações ocorridas, lembrando que o avaliador deve segurar lateralmente às
articulações e manusear o membro testado (Figura 6).

Figura 6 – Avaliação cinético-postural

E) Vibração (PALESTESIA):

Para a avaliação da vibração o avaliador deve utilizar o diapasão nas proeminências ósseas.
Percuta o diapasão e repouse o cabo sobre a proeminência óssea de uma falange distal do
dedo. Varie a posição e pergunte ao voluntário se reconhece a natureza vibratória do estimulo
e a posição (Figura 7).

Figura 7 – Avaliação cinético-postural

F) Pressão (BARESTESIA):

Estreitamente relacionada com o tato e sentido de posição e também ascende pela coluna
posterior da medula. Pressão sobre músculos, pele, utilizando o dedo ou objeto rombudo.
Envolvem as áreas primárias para perceber o estímulo e as secundárias para interpretá-lo.

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Estereognosia: É o reconhecimento de objetos pelo tato. O avaliador seleciona um objeto e


mostre-o aos demais membros do grupo (que devem reconhecê-lo em silêncio). Anote o nome
do objeto, em seguida coloque a peça sobre a palma da mão do voluntário e peça-lhe que diga
o nome do objeto. Anote as respectivas respostas

Grafestesia: É o reconhecimento de letras e números escritos na pele (dedos, palmas das


mãos ou dorso dos pés). O avaliador com um lápis de ponta rombuda, “escreve” números ou
letras (orientadas para o voluntário) sobre a palma da mão do voluntário. Faça à pesquisa em
ambas as mãos e em outras regiões do corpo.

Protocolo de aula:

Os objetivos desta aula prática é evocar e experimentar várias sensações somestésicas para
compreender os mecanismos sensoriais de detecção, sensação e percepção, capacitar o aluno a
realizar e avaliar a sensibilidade do voluntário através da Avaliação Sensorial de Nottingham
(ASN), e verificar sua confiabilidade, concordância e consistência interna . Assim serão
garantidos resultados fidedignos nas coletas de dados em aulas posteriores e em futura prática
clínica.

Procedimentos Experimentais

Dividir a turma em grupos de 4 alunos e indicar 1 voluntário/paciente: três para coletarem as


informações necessárias e o outro para relatar as experiências sensoriais. Em todas as
manobras, o voluntário deverá estar com os olhos bem vendados, mas de maneira confortável.

1) Mensurar:

1) Preencher os dados cadastrais do voluntário;


2) Avaliar a Sensação Tátil (Dor, temperatura, tato, proprioceptivo e pressão)
3) Avaliar a estereognosia e discriminação de dois pontos.

OBS: Verifique se o voluntário confirma a estimulação sobre a pele e se de forma simétrica


em ambos os lados.

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2) Questionário de fixação:

1) Qual a classificação morfológica e fisiológica dos receptores?

2) Cite os principais receptores encapsulados?

3) Quais os principais tractos de fibra nervosa da medula espinhal que ascendem os receptores?

4) Quais as duas modalidades do exame sensorial e o que cada uma avalia?

5) Cite os cuidados que devem ser tomados para a realização de um exame sensorial?

6) O que se avalia no exame exteroceptivo?

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