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SOBRE A
AUTORA
SOBRE A
AUTORA
Meu consultório não tem portas que separam as crianças dos pais deixan-
do-os à vontade para participar ou não da sessão.
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da alimentação e suas implicações.
Um beijo!
Bárbara Moura
Terapeuta Ocupacional
CREFITO-4 15062 TO
barbara@pratinhofeliz.com.br
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TERMO DE
RESPONSABILIDADE
TERMO DE
RESPONSABILIDADE
Não existe nenhuma garantia de que sua criança terá resultados positivos
e alcançará os objetivos propostos. Há somente a experiência e o depoi-
mento de dezenas de mamães que observaram grande melhora em suas
crianças, além de familiares, professores e cuidadores mais seguros com
suas crianças, por entender como o organismo delas realmente funciona.
barbara@pratinhofeliz.com.br
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COMO USAR
ESSE LIVRO?
COMO USAR
ESSE LIVRO?
Este livro será o seu guia central. Sugiro não fazer a leitura de uma só
vez ou, se fizer, volte depois e releia com calma. Faça anotações, observe
sua criança, realize testes, converse com a terapeuta caso seja possível e
fique a vontade para conversar comigo.
Por esse motivo eu gostaria de compartilhar com você algumas dicas para
facilitar o seu aprendizado nesse mundo sensorial do universo infantil:
Leia e anote.
Recomendo que você tenha um caderno só para isso. Observe o que pode
ajudar sua criança, quais as reações dela após os estímulos oferecidos, se
ela ficou mais calma, mais agitada, mais concentrada, mais feliz…
Questione.
Estude.
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neste livro, de forma simples, clara e objetiva.
http://www.youtube.com/barbarammoura
Lá, você encontra explicações claras e simples de tudo que tem aqui
neste livro.
https://www.instagram.com/barbaramoura.to
Pílulas diárias de conhecimento e ideias para uma rotina criativa.
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01 Introdução
pág. 18
06 Coordenação Motora
Grossa. O que é e como
desenvolvê-la?
pág. 42
07
CONTEÚDO
Considerações finais
pág. 82
Referências bibliográficas
pág. 84
01
INTRODUÇÃO
01
INTRODUÇÃO
A questão é como elas são impostas por nós, e como são interpretadas
pelas crianças, na maioria das vezes com muito medo.
“Brincar sem regras” é para que possamos refletir sobre como é a nossa
relação com nossos filhos, e como que a criação das regras pode ser
compartilhada e de mão dupla. Não somente de baixo para cima.
Se por um lado ele serve para quem tem crianças que estão em trata-
mento com terapeuta ocupacional, psicopedagogo, fisioterapeuta ou
outro profissional da saúde e educação; por outro ele ajuda àquelas famí-
lias que querem enriquecer a rotina de brincadeiras com suas crianças,
podendo ainda resolver ou minimizar algumas possíveis dificuldades
delas.
Ficarei muito feliz sabendo que você, ao terminar este livro, estará
entendendo melhor sua criança, oferecendo desafios adequados a ela
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e mantendo uma família unida e alegre. E, principalmente, removendo
os rótulos dessas crianças.
Por isso, é muito importante que você consuma o conteúdo deste livro
entendendo do desenvolvimento infantil, da integração sensorial e do
perfil da sua criança.
A solução nestes casos nunca virá de uma ação isolada, mas sim de um
conjunto de esforços de diferentes pessoas e profissionais com o mesmo
objetivo.
Temos que respeitar o limite de cada uma delas e, aos poucos e com a
sua permissão e motivação, vamos oferecendo oportunidades de diversão
e aprendizagem.
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02
ENTENDENDO UM
POUCO SOBRE
DESENVOLVIMENTO
INFANTIL
02
ENTENDENDO UM POUCO SOBRE
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
FATORES ORGÂNICOS
São os relativos a como cada organismo funciona;
FATORES HEREDITÁRIOS
São aqueles pertinentes às heranças genéticas da criança;
FATORES AMBIENTAIS
Têm a ver com o meio em que a criança cresce, e aos estímulos
externos que são oferecidos;
INTERAÇÕES AFETIVAS
Refere-se a como as pessoas próximas à criança lidam com ela;
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isso o cérebro já inicia as primeiras conexões e aprendizados.
Só que agora é diferente. Ela tem fome e com isso descobre o choro, sofre
com cólicas e sente a falta da mãe o tempo todo. A cada nova situação
a criança vai se habituando e resolvendo seus pequenos problemas.
Inicialmente recebe muita ajuda dos pais, que com o tempo, vão dimi-
nuindo essa assistência.
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Por isso é tão importante oferecer oportunidades
adequadas, saudáveis e afetivas nos primeiros
anos de vida.
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03
MAS O QUE É ISSO
DE INTEGRAÇÃO
SENSORIAL?
03
MAS O QUE É ISSO DE
INTEGRAÇÃO SENSORIAL?
Vou explicar essa definição parte por parte, e tudo ficará muito claro
para você.
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Claro que isso tudo ocorre em milésimos de segundos.
Outra sensação que vem também do nosso corpo é a que permite saber
se estamos em movimento ou parados, a favor ou contra a gravidade,
de cabeça para baixo ou para cima, rodando ou não, em uma superfície
firme ou instável... A estes sentimentos damos o nome de sensação
vestibular.
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cérebro, juntamente com os receptores da propriocepção.
O cérebro ainda faz mais uma ligação para o coração acelerar e o corpo
ficar mais acordado (em alerta) e agir o mais rápido possível.
Depois que tudo se ajeita, todos aqueles sentidos que receberam uma
chamada do cérebro, retornam a ligação informando que tudo está
bem, e o cérebro avisa o coração dizendo para se acalmar e aproveitar o
balanço, e a propriocepção para deixar os músculos mais calmos.
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O sistema tátil é imprescindível para nosso desenvolvimento saudável,
afetivo, para a percepção do nosso corpo, nossa coordenação motora
grossa e coordenação motora fina, além da aprendizagem escolar e
percepção visual.
É com esse sistema que graduamos a força que precisamos para fechar
uma garrafinha, jogar um bola ou segurar um copo plástico. Ele nos ajuda
a não esbarrar nas pessoas e objetos e a nos manter na posição correta
ao sentar, correr ou pular.
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correndo, pulando, girando, balançando, etc. - eles enviam informações
para várias partes do cérebro.
Essa necessidade de tocar nos objetos que nunca vimos antes, inclusive,
nos acompanha até a velhice.
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capacidade de captar a informação visual e enviá-la para o cérebro, a
qual é possível corrigir com óculos e cirurgias; o controle do movimento
dos olhos, que é um trabalho da musculatura dos olhos, e é comandada
pelo cérebro; e a percepção visual, que é a capacidade do cérebro de
interpretar aquilo que enxergamos pela acuidade visual.
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sabores - doce, azedo, amargo e salgado - além das texturas que podem
ser molhadas, secas, ásperas, duras, macias, etc.
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04
BRINCAR. QUAL A
SUA NECESSIDADE?
04
BRINCAR. QUAL A SUA
NECESSIDADE?
Por ser prazeroso gera memória afetiva no cérebro, e tudo que gera
memória afetiva gera aprendizado.
Isso acontece por causa do nosso sistema límbico, que armazena nossas
memórias afetivas. Nessa mesma região são guardados nossos apren-
dizados. Tudo aquilo que aprendemos, desta forma, ou é pelo amor ou
pela dor.
Pela dor?
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A evolução cognitiva da criança, ou seja, sua capacidade de raciocínio,
evolui de acordo com a complexidade do brincar.
Brinquem muito!!!
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05
CELULAR NÃO É
BRINCADEIRA
05
CELULAR NÃO É
BRINCADEIRA
ALERTA!!!
POR QUE?
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Até 2 anos, portanto, e para deixar bem claro, não é recomendado a
apresentação de nenhum tipo de tela.
Mas sabemos que nos tempos atuais é bem difícil manter as crianças
afastadas das telas.
Eu sei que celular e tablet são nossos pedidos de S.O.S., mas utilize
somente se precisar muito, porque pode prejudicar de verdade sua
criança.
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06
COORDENAÇÃO
MOTORA GROSSA.
O QUE É E COMO
DESENVOLVÊ-LA?
06
COORDENAÇÃO MOTORA GROSSA. O
QUE É E COMO DESENVOLVÊ-LA?
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a criança adquira essa habilidade aos 18 meses, no máximo. Após esse
período já é considerado atraso.
Então fique alerta caso sua criança não tenha engatinhado e apresente
atraso para andar.
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07
COORDENAÇÃO
MOTORA FINA. TEM
ISSO TAMBÉM?
07
COORDENAÇÃO MOTORA FINA. TEM
ISSO TAMBÉM?
O uso bilateral coordenado das mãos é realizar tarefas que precisam das
duas mãos, com funções diferentes. Recortar uma folha de papel, por
exemplo, exige que uma mão segure o papel e a outra a tesoura.
Aos três meses de vida o bebê começa perceber suas mãos, ele mexe
os braços “sem intenção” e esbarra em um objeto por meio de reflexo.
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Quando vira a cabeça a mão se aproxima da boca.
De qualquer forma faça com que ela goste das tarefas, usando seus
personagens favoritos e temas legais. Participe das atividades! As crianças
adoram brincar com seus pais.
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modelar, colocar contas (missangas) no barbante - isso pode ser feito
até com macarrão de sopa. As crianças se divertem muito com colagem,
podem recortar papéis grossos e finos, recortar a massinha (ótima forma
de fazer sua criança aprender recortar).
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08
BRINCADEIRAS
PARA O PRIMEIRO
ANO DE VIDA
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BRINCADEIRAS PARA O PRIMEIRO ANO
DE VIDA
A partir do terceiro mês de vida seu bebê já está mais ativo, mais respon-
sivo e já sorri com maior frequência. O móbile nesse momento é ideal
pois, ao movimentar os bracinhos e perninhas, ele esbarra “sem querer”
e percebe que tem alguma coisa ali que faz barulho e que se mexe. Com
isso desperta o interesse para começar movimentar os membros de
forma intencional.
Nessa idade o bebê ainda não enxerga tão bem, então aconselho que
você posicione o móbile mais próximo do berço. Assim, quando a criança
se movimentar, ela irá esbarrar nele.
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rosto e coloque debaixo dos braços, assim ele ficará mais confortável e
provavelmente irá gostar mais dessa postura.
Aos 5 meses é hora de colocá-lo mais sentadinho - até porque, mês que
vem, inicia a transição alimentar.
Então coloque o seu bebê sentadinho no canto do sofá e, como ele tende
a cair para frente, faça um rolinho com lençol ou toalha e coloque na
frente dele, pois isso o ajuda ficar mais firme. Pode ter certeza ele vai
adorar.
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Seja valente e coloque seu bebê no chão para
brincar!
Dos 7 aos 12 meses, a dica é deixar sua criança no chão. Isso mesmo! Vou
repetir até você se cansar de ouvir, mas é a melhor coisa que você pode
fazer para o desenvolvimento dela.
Sua criança está aprendendo a se locomover e, para isso, ela precisa estar
no local apropriado. Com isso a criança consegue ficar de gatinho para
depois se arriscar para engatinhar. Ao mesmo tempo ela começa se puxar
nos móveis para ficar em pé, andar de lado e, no final, andar sozinha.
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09
BRINCADEIRAS
PARA O SEGUNDO
ANO DE VIDA
09
BRINCADEIRAS PARA O SEGUNDO
ANO DE VIDA
Você vai observar que a partir de 1 ano e meio ela aproveita mais, e cada
vez mais.
Sabe por que? Porque essas atividades corporais são NECESSÁRIAS para
o desenvolvimento delas! Sempre com supervisão de um adulto, ok?
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BRINCADEIRAS
PARA MINHA
CRIANÇA COMER
MELHOR
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BRINCADEIRAS PARA MINHA
CRIANÇA COMER MELHOR
É isso que você escuta todos os dias no almoço, jantar, ou até mesmo
nos lanches? Sei bem como é…
Para a criança comer bem ela precisa de quatro elementos e estes preci-
sam trabalhar juntos, independentemente se o alimento é saudável ou
não.
A fome, sozinha, não é o suficiente para sua criança comer. Por esse
motivo as nutricionistas não indicam abridores de apetite.
Como assim?
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a rotina, o lugar, a qualidade dos alimentos, incentivamos, cantamos
músicas, fazemos promessas e até meditamos, se precisar.
Isso tudo deve ser observado e anotado com sinceridade para que seja
possível uma análise de todos os questionamentos acima.
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Durante os intervalos, é liberada a ingestão água.
Esse intervalo é fundamental para que seu filho tenha fome, um dos
requisitos indispensáveis para alimentar.
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ela só está conhecendo aquele alimento. Tudo é novidade para elas.
Então é preciso tocar, colocar na boca e até cuspir. Isso porque o sabor é
estranho para ela. Mas é assim que ela vai conhecer os alimentos, e eles
deixarão de ser novidade.
Escolha momentos diferentes dos horários das refeições para brincar com
os alimentos. Novamente: sei que isso pode soar ruim, porque tem muita
gente passando fome, mas, se sua criança tem dificuldade alimentar, a
melhor via para que ela coma é através do brincar.
Esse momento pode ser um pouco antes das refeições, pois assim o
contato com os alimentos estará agradável.
COMPORTAMENTO RESPEITOSO
MOMENTO DIVERTIDO
RELAÇÃO DE CONFIANÇA
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olhinhos com o tomate”.
Com a evolução, talvez esse alimento novo pode ir para o prato no mesmo
dia.
Agindo dessa forma, você irá construir com a sua criança uma RELAÇÃO
DE CONFIANÇA. Ela precisa confiar em você para se permitir experimen-
tar novos alimentos.
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APRENDENDO A
PULAR
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APRENDENDO A PULAR
Mas e quando ela já tem mais de 2 anos e ainda não pula, ou quando
pula e cai?
É provável que ela tenha um perfil mais sedentário, pois espera-se que
as crianças nessa idade gostem de pular. Algumas crianças podem ter
medo desse movimento, ou mesmo insegurança para realizá-lo. Mas
tenha claro na sua cabeça que pular é uma tarefa adquirida de forma
espontânea, assim como engatinhar e andar. Então se ela ainda não
adquiriu temos que investigar, e faça o que vou te ensinar.
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junto com a sua criança, pois assim ela aprende por meio do exemplo.
Com outra pessoa pulando, consequentemente obriga sua criança
manter-se de pé, exigindo maior equilíbrio e auxiliando para que ela
também faça o mesmo movimento para se manter na cama elástica,
por exemplo.
Outra forma legal, é segurar a criança por trás e pular com ela. De forma
que o pezinho dela saia e toque ao chão.
ALERTA!
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AJUDANDO
MINHA CRIANÇA A
ESCREVER MELHOR
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AJUDANDO MINHA CRIANÇA A
ESCREVER MELHOR
É com essa letra cursiva que mais nos preocupamos, sei disso. Mas vou
falar primeiro da letra imprensa, tudo bem?
Só para ficar mais claro como ocorre a aprendizagem da escrita vou dizer
de algumas etapas que antecedem. Além do desenvolvimento motor
da coordenação motora grossa - engatinhar, andar e pular - e da coor-
denação motora fina, também temos o desenvolvimento do desenho.
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consegue fazer um desenho de uma casa, árvore, nuvens e flores.
Concluído esse processo acima, a criança está pronta para escrever. Antes
disso, é como exigir de alguém dirigir um carro manual sem saber lidar
com as marchas e embreagem. É mais difícil e praticamente impossível.
Não estou dizendo que a criança precisa ser expert no desenho, mas ela
precisa de ter as habilidades básicas de desenho, para então exigirmos
um desenho mais detalhado que é a escrita.
Nesse casos nós corrigimos a criança sempre com muito amor, calma,
respeito e sabendo que isso é processo natural, que tende a cessar.
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por aí vai! Os índices de suicídios infantis sobem, e nada é feito!
Mas o que fazer para meu filho melhorar esse letra horrível? Ninguém
entende nada!!!!
Delimite espaços para sua criança na folha, pois assim ela começa
ter consciência do tamanho da letra. Faça retângulos bem
delimitados e informe para ela que a palavra deve caber
dentro daquele espaço.
Não exija mais do que seu filho pode oferecer. Respeite seus
limites. Não é porque a escola que ele estuda é a melhor da
cidade ou bairro, que ela é a melhor para sua criança. Observe
e escute! Eles nos contam muito. Basta estarmos abertos para
ouvir!
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MINHA CRIANÇA
PARECE TER MEDO
DE BRINCAR NO
PARQUE
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MINHA CRIANÇA PARECE TER MEDO DE
BRINCAR NO PARQUE
“Aqui tá bom”
Estímulos sensoriais
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Estímulos motores
Interação social
A criança tem que esperar a vez dela, observar o outro, ter assunto,
compartilhar o brinquedo ou o balanço, observar que o colega consegue
mas ela não, perguntar o nome, falar o nome, etc.
O que ele mais odeia, nós vamos ficar longe, a princípio, e de preferência
levar em parques que não tenham as experiências que ele não gosta.
Agora o que ele mais gosta será o atrativo, para incentivarmos por meio
do brinquedo, ou experiência: “Vamos no escorregador hoje?”, ao invés
de dizer “Vamos no parquinho”.
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lembranças mais fortes.
Não importa, se o que ele mais gosta no parque for a pipoca ou mesmo
a pessoa do pipoqueiro. A chave é focar no que ele gosta, dentro do
universo do parquinho.
E se você não fizer esse esforço para que sua criança participe desse
momento, ela estará perdendo uma grande oportunidade de ser
melhor. Além disso você estará contribuindo para que sua criança
desista dos obstáculos da vida.
Sem pressão.
Sem estresse.
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ECA, QUE NOJO!
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ECA, QUE NOJO!
UFA!
Exemplificando: Uma criança com uma roupa que a incomoda vai para
a escola. Chegando lá muitas crianças esbarram nela e a primeira brinca-
deira do dia é massinha de modelar - ela até brinca, mas não gosta muito.
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Primeiramente estava com uma roupa que a incomoda. Seu cérebro não
interpreta bem aquele estímulo, então vamos imaginar que o “copo” da
irritabilidade começou a encher. Depois, as outras crianças esbarram
nela, e o “copo” enche mais um pouco. Por último foi oferecido outro
estímulo tátil, a massinha de modelar.
O mesmo se aplica a uma menina que não tolera bem algumas texturas
de roupas, ou uma sandália, e vai fazer prova. Juntamente com a ansie-
dade da prova e com estímulos táteis que não são bem tolerados, o seu
potencial de concentração será praticamente nulo.
Tem muita coisa para ela pensar além do que ela precisa. Os batimentos
cardíacos estarão acelerados, assim como a respiração.
Imagine que você foi fazer uma prova de concurso que você quer muito
passar. Você estudou muito, sabe a matéria, mas está ansiosa, pois você
precisa ser aprovada. Na sala que você vai fazer a prova tem ar condi-
cionado, e o seu lugar é exatamente onde bate aquele ventinho bem
gelado. Está um dia de muito calor e, claro, você não pensou em levar
um agasalho.
No início você até gostou porque estava muito calor, e aquele ar frio
estava bem gostoso. Mas um pouco antes de iniciar a prova você já tinha
se refrescado, e já estava começando a sentir frio.
Mas tudo bem. O fiscal te entrega a prova, e você pede para diminuir a
intensidade do ar condicionado, mas o fiscal diz que não seria possível.
Além da ansiedade aumentar com a entrega da prova, você estava com
frio e não tinha o que fazer. O que aconteceu?
É isso que acontece com as nossas crianças quando tem alguma sensa-
ção tátil que as incomoda. É comum achar que é bobagem, “só uma
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calça jeans”, mas o nível de estresse e ansiedade devido a uma calça
jeans é enorme.
Claro que, hora ou outra, nós vamos apresentar as texturas que as inco-
moda. Mas nos momentos propícios.
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NÃO FICA QUIETO
PRA NADA!
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NÃO FICA QUIETO PRA NADA!
Na sua casa é assim? A criança parece até que tem formiga no bumbum?
Essa inquietude, até uns 2 anos, é mais aceitável. Depois dessa idade,
porém, se o nível de atividade está muito alto, temos que investigar
melhor o que pode estar acontecendo, pois podemos estar com um caso
de disfunção de processamento sensorial. E essa é uma condição que
necessita de tratamento de integração sensorial. Sendo assim, busque
a ajuda de um terapeuta ocupacional.
Essa criança, muito possivelmente, tem esse alto nível de agitação porque
precisa estimular o corpo e o cérebro, para que eles funcionem. Já deve
ter acontecido de você estar com sono e, para não dormir, se levanta,
pula, toma água, lava o rosto, come uma bala, ou faz algum lanche.
A agitação serve para acordar o cérebro e o corpo para que tenha atenção
e concentração para um tarefa.
Simples… de MOVIMENTO!
Isso mesmo! Ela precisa de atividade física. Dar umas voltas na rua, pular,
carregar peso - empurrar cesto de roupa suja, carregar a mochila - entre
outras atividades. Depois disso é bem possível ela conseguir se sentar à
mesa com a família para um momento de refeição mais tranquilo, por
exemplo.
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Mas temos que compreender que sua criança pode ter essa busca por
movimento porque o cérebro dela tem dificuldade de processar as infor-
mações vestibulares, aquelas responsáveis pelos movimentos do corpo.
Nesse caso, além das atividades descritas, também vamos oferecer exercí-
cios de balançar, girar no próprio eixo ou em torno da mesa, e apresentar
brincadeiras nas quais ela fique de cabeça para baixo ou deitada no chão.
Caso você tenha uma rede em casa, deixe sua criança balançar no ritmo
dela por uns 2 minutos e, depois, você dita o ritmo. Se a sua criança estiver
muito agitada você vai balançar de forma mais linear e rítmica, dando
as pausas. “Parou! Vamos de novo”.
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CONSIDERAÇÕES
FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agradeço a você por ter chegado até aqui e espero ter ajudado a entender
e auxiliar sua criança nas dificuldades sensoriais.
Vamos brincar sem regras, mas sabendo que brincar é coisa séria!
Um beijo!
Bárbara Moura
Terapeuta Ocupacional
CREFITO-4 15062 TO
barbara@pratinhofeliz.com.br
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Castro AG, Eickmann SH, Lima MC. Desenvolvimento sensório motor oral
e motor global de lactentes nascidos pré-termo. Temas sobre Desenvol-
vimento 2006; 15(85-86):4-7.
Bly L. Motor skills acquisition in the first year. San Antonio: Therapy Skil-
lBuilders; 1994.
85
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