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GUIA PARA LIDAR COM O AUTISMO

DENTRO DE CASA

O MANUALDO AUTISTA

VAGNER CARDOSO CRIS CARDOSO


PREFÁCIO

É com grande satisfação que apresento a todos o livro


"O manual do Autista", escrito por um casal que possui
uma experiência valiosa na criação e cuidado de uma
criança autista. Neste livro, você encontrará um guia
completo sobre como cuidar de uma criança autista em
casa, com dicas práticas e informações importantes que
ajudarão você a compreender melhor o comportamento e
as necessidades do seu filho ou filha.
Os autores deste livro, com base em sua vivência,
fornecem informações valiosas sobre como lidar com as
dificuldades e desafios que podem surgir ao cuidar de
uma criança autista. Com a ajuda deste manual, você
será capaz de entender melhor como as crianças autistas
pensam, se comunicam e aprendem, o que ajudará a criar
um ambiente saudável e acolhedor em sua casa.
Com uma abordagem clara e objetiva, "O manual do
Autista" é uma leitura essencial para todas as famílias que
têm uma criança autista em suas vidas. A partir da
perspectiva única e pessoal dos autores, você aprenderá
a aplicar estratégias práticas que podem ser usadas para
criar uma vida melhor para a criança autista e para toda a
família.
Este livro é um testemunho inspirador do poder do amor
e do compromisso, que irá encorajar e ajudar muitas
famílias que lidam com o autismo. Não perca a
oportunidade de aprender com a sabedoria compartilhada
neste livro, e comece hoje mesmo a jornada de cuidar e
amar uma criança autista.

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DEPOIMENTO

Desde que começamos a planejar nosso segundo filho,


vivemos por essa "Promessa". Imaginávamos o futuro e
tudo que viria com a chegada do nosso pequeno. E quando
o Emanuel nasceu, em dezembro de 2019, nossos
corações se encheram de alegria e amor.
Mas com o passar do tempo, percebemos que ele não se
desenvolvia da mesma maneira que o seu irmão mais
velho, o Kauê, e após algumas consultas médicas,
descobrimos que ele apresentava sinais de autismo. Foi um
desafio para nós, mas decidimos encará-lo com coragem e
determinação, tivemos que aprender muito rápido para
ajudar o Emanuel a se desenvolver e viver uma vida plena e
feliz.
Ao longo do livro, compartilhamos os altos e baixos
dessa jornada. Falamos sobre as dificuldades e os desafios,
mas também sobre as vitórias e as alegrias. Contamos
como aprendemos a nos comunicar e interagir com o
Emanuel, como desenvolvemos estratégias para ajudá-lo
em seu desenvolvimento e como aprendemos a lidar com
as situações mais difíceis. Nós entendemos a luta diária
que é criar uma criança autista e queremos ajudar outras
famílias a lidar com essa condição. Este livro não é apenas
um guia, é uma história emocionante de amor e dedicação,
que vai te inspirar e te ajudar a superar as dificuldades da
criação de uma criança autista.
Não perca a oportunidade de se inspirar e aprender com
a nossa história. Leia "O manual do Autista" e comece a
transformar a sua vida e a da sua família hoje mesmo.

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SUMÁRIO

Introdução…………………………………………………5

O que é o Autismo?………………………………………8

Comorbidades……………………………………………10

Sinais de Autismo em criança……………………..……12

O Diagnóstico…………………………..…………………14

Aceitação………………………………………………….16

Inclusão…..……………………………………………..…18

As Terapias……………………………………..…………20

Habilidades a serem trabalhadas………….……………22

O que fazer durante uma crise?…………………………27

Os direitos do Autista……………………………………..29

Transformando a teoria em ação……………..…………31


INTRODUÇÃO

Se você tem uma criança autista em casa, sabe o


quanto pode ser desafiador encontrar a melhor maneira de
ajudá-la a se desenvolver e crescer. Muitas vezes, é difícil
saber por onde começar e o que fazer para que a criança
tenha o melhor desenvolvimento possível. É por isso que
eu escrevi "O Manual do Autista", um livro completo que
irá ajudá-lo a entender como trabalhar com crianças
autistas dentro de casa.
Neste livro, eu darei instruções detalhadas sobre
habilidades específicas que você pode trabalhar com a
criança, além de sugestões de atividades que podem ser
facilmente implementadas em sua rotina diária. Com essas
informações, você terá todas as ferramentas necessárias
para ajudar a criança a se desenvolver em sua própria
casa, em um ambiente seguro e acolhedor.
Além disso, eu também abordarei estratégias eficazes
de comunicação, compreensão e interação com a criança
autista, para que você possa entender melhor suas
necessidades e ajudá-la a se comunicar de forma mais
eficiente. Este livro é uma verdadeira fonte de
conhecimento e recursos para todas as pessoas que
querem ajudar as crianças autistas a se desenvolverem e
crescerem em um ambiente amoroso e acolhedor. Como
pais de uma criança autista, sabemos o quão difícil pode
ser encontrar a melhor maneira de ajudá-la a se
desenvolver e crescer. Mas depois de anos de pesquisas e
experiências pessoais, eu decidi compartilhar todo o meu
conhecimento e aprendizado através do livro "O Manual do
Autista".

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Neste livro, eu não apenas darei instruções detalhadas
sobre habilidades específicas que você pode trabalhar
com a criança autista em casa, mas também oferecerei
sugestões de atividades e estratégias eficazes de
comunicação e interação com a criança.
Eu acredito que a educação e a compreensão são
fundamentais para ajudar as crianças autistas a se
desenvolverem e crescerem em um ambiente amoroso e
acolhedor. E é por isso que este livro é tão importante
para mim. Eu quero compartilhar tudo o que aprendi com
outras famílias, professores e cuidadores, para que
possam ajudar seus filhos e alunos a terem a melhor
qualidade de vida possível.
Sabemos o quanto pode ser difícil encontrar o
tratamento certo para ajudar as nossas crianças a se
desenvolver e crescer. Mas sabia que a maior ferramenta
para o tratamento de crianças autistas pode ser feita em
casa? Isso mesmo, instruções e atividades simples, que
podem ser realizadas em casa, podem ser muito eficazes
para ajudar sua criança a desenvolver habilidades
importantes.
Em casa, você pode criar um ambiente seguro e
acolhedor para sua criança, o que é essencial para o
sucesso do tratamento. Você conhece bem a rotina e os
gostos da sua criança e, por isso, pode adaptar as
atividades para que sejam mais atraentes e eficazes. Além
disso, trabalhar com sua criança em casa significa que
você pode acompanhar de perto o seu progresso e
identificar o que funciona melhor para ela.

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As instruções e atividades em casa podem ajudar a
desenvolver habilidades como comunicação, socialização,
compreensão, habilidades acadêmicas, autonomia,
habilidades motoras finas e grossas, autocontrole,
flexibilidade, empatia e solução de problemas. E a melhor
parte é que essas atividades podem ser simples, divertidas
e envolventes para sua criança.
Por exemplo, você pode usar jogos educativos para
ensinar habilidades acadêmicas, jogos de linguagem para
estimular a comunicação, jogos de cartas para melhorar a
atenção e jogos de quebra-cabeça para desenvolver
habilidades de solução de problemas. Além disso,
atividades cotidianas como preparar refeições, escovar os
dentes e se vestir podem ajudar a desenvolver a
autonomia e habilidades motoras finas e grossas.
As instruções e atividades em casa podem ser uma ótima
maneira de complementar o tratamento formal que sua
criança recebe, proporcionando um ambiente seguro e
acolhedor para que ela possa se desenvolver em seu
próprio ritmo. Lembre-se de que o mais importante é que
sua criança se sinta amada, segura e apoiada em casa, e
isso pode ser um grande impulso para seu sucesso no
tratamento.
Portanto, se você quer ajudar sua criança autista a se
desenvolver e crescer, comece hoje mesmo a criar um
ambiente acolhedor em casa e experimente as instruções
e atividades simples, divertidas e envolventes para ajudar
sua criança a desenvolver habilidades importantes. Você
pode se surpreender com os resultados que pode alcançar
com um pouco de tempo e dedicação.

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O QUE É O AUTISMO?

O autismo é um transtorno do desenvolvimento


neurológico que afeta a comunicação, a interação social, a
flexibilidade de pensamento e comportamento, e a
capacidade de processar informações sensoriais. O termo
"autismo" é geralmente usado para descrever uma ampla
gama de condições que são referidas como Transtorno do
Espectro Autista (TEA).
Os sintomas do autismo podem ser perceptíveis desde
os primeiros anos de vida, e variam em níveis de suporte.
Algumas pessoas com autismo podem ter dificuldades em
expressar seus sentimentos e pensamentos, e em se
comunicar com os outros. Outros podem ter dificuldade
em entender as emoções e intenções dos outros, ou em
compreender a linguagem não verbal, como expressões
faciais e gestos.
Além disso, pessoas com autismo podem ter interesses e
comportamentos restritos e repetitivos, como a repetição
de movimentos ou a fixação em um assunto ou objeto
específico. Elas podem também ter uma sensibilidade
sensorial aumentada, o que pode causar desconforto em
relação a sons, luzes, texturas e outros estímulos.
Embora o autismo seja uma condição permanente, muitas
pessoas com TEA podem aprender a lidar com seus
sintomas e a se comunicar mais efetivamente com outras
pessoas. O tratamento para o autismo pode incluir terapia
comportamental, terapia ocupacional, fonoaudiologia e
outras intervenções.

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É importante notar que o autismo não é causado por
maus tratos dos pais ou por escolhas de estilo de vida, e
não pode ser curado por meio de dietas ou tratamentos
alternativos não comprovados cientificamente. É uma
condição neurológica que afeta a maneira como o cérebro
funciona e como as pessoas interagem com o mundo ao
seu redor.

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COMORBIDADES

As comorbidades do autismo são condições médicas


que ocorrem em conjunto com o autismo. Elas podem
afetar a saúde física, o comportamento e o bem-estar
emocional das pessoas com autismo. Algumas das
comorbidades mais comuns incluem:
1. Transtornos de ansiedade: muitas pessoas com
autismo experimentam ansiedade, que pode se
manifestar em diferentes formas, como transtorno de
ansiedade generalizada, fobias ou transtorno
obsessivo-compulsivo.
2. Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade
(TDAH): o TDAH é caracterizado por dificuldade em se
concentrar, hiperatividade e impulsividade. Estima-se
que cerca de um terço das pessoas com autismo
também tenham TDAH.
3. Epilepsia: a epilepsia é uma condição em que a
pessoa tem convulsões ou crises epilépticas. Cerca de
um quarto das pessoas com autismo também têm
epilepsia.
4. Transtornos do sono: muitas pessoas com autismo
têm problemas de sono, como insônia, dificuldade em
adormecer ou acordar frequentemente durante a noite.
5. Transtornos alimentares: pessoas com autismo podem
ter uma relação complexa com a comida, incluindo
seletividade alimentar, rejeição de certos alimentos ou
compulsão alimentar.
6. Transtornos do humor: pessoas com autismo podem
experimentar depressão, transtorno bipolar ou outros
transtornos do humor.

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2.
3.
4.
5.
6.
7. Transtornos sensoriais: o autismo pode estar
associado a hipersensibilidade ou hipossensibilidade
sensorial, que podem afetar a percepção da pessoa
em relação ao som, luz, toque e outras sensações.
É importante que as comorbidades do autismo sejam
reconhecidas e tratadas adequadamente, para garantir o
melhor atendimento e qualidade de vida para a pessoa
com autismo. Um diagnóstico precoce e uma equipe de
profissionais de saúde bem treinados podem ajudar a
gerenciar as comorbidades do autismo com eficácia.

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SINAIS DE AUTISMO EM CRIANÇAS

Embora cada criança seja única, existem sinais


comuns de autismo que os pais e cuidadores podem
observar desde cedo.
Uma das primeiras indicações de autismo é a ausência de
contato visual. A criança pode evitar o contato visual com
outras pessoas ou ter dificuldades em manter o olhar fixo
durante uma conversa. Também é comum a falta de
resposta a estímulos sonoros, como não atender quando é
chamada pelo nome ou não responder a sons familiares.
Além disso, as crianças com autismo podem apresentar
comportamentos repetitivos e estereotipados, como
balançar o corpo, bater as mãos ou brincar com um objeto
de maneira repetitiva. Essas ações podem ser uma fonte
de conforto para a criança e ajudá-la a lidar com a
ansiedade ou a tensão social.
Atrasos no desenvolvimento da fala e da linguagem
também são comuns em crianças com autismo. A criança
pode não falar ou pode ter dificuldade em se comunicar de
forma clara e eficaz. Alguns podem ter uma fala muito
formal, repetitiva ou até mesmo incoerente. Outras
crianças com autismo podem ser muito verbais, mas não
entender o significado das palavras que estão dizendo.
Além disso, as crianças com autismo podem ter
dificuldades em brincar com outras crianças ou interagir
socialmente. Elas podem ter dificuldades em compartilhar
brinquedos ou em fazer amigos. Muitas vezes, elas
preferem ficar sozinhas e tendem a se envolver em
atividades solitárias

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Por fim, as crianças com autismo podem apresentar
dificuldades em entender e expressar emoções. Elas
podem ter dificuldades em interpretar as emoções dos
outros, o que pode levar a dificuldades de comunicação e
a mal-entendidos sociais. Da mesma forma, elas podem
ter dificuldade em expressar suas próprias emoções, o
que pode levar a comportamentos desafiadores ou
explosões emocionais.
Em resumo, a observação cuidadosa dos sinais de
autismo pode ajudar os pais a buscar uma avaliação
precoce, o que pode levar a intervenções e tratamentos
precoces que melhoram o prognóstico da criança. Alguns
dos sinais mais comuns de autismo em crianças incluem
falta de contato visual, comportamentos repetitivos,
atrasos no desenvolvimento da fala e da linguagem,
dificuldades sociais e emocionais. Se os pais ou
profissionais de saúde suspeitam que uma criança possa
ter autismo, é importante procurar ajuda médica para um
diagnóstico adequado e um tratamento eficaz.

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O DIAGNÓSTICO

O diagnóstico do autismo pode ser uma experiência


desafiadora para os pais e cuidadores, mas é fundamental
para garantir que a criança receba os cuidados e o apoio
necessários.
O diagnóstico do autismo é feito por profissionais de
saúde, como psiquiatras, psicólogos ou pediatras, que
avaliam o comportamento e o desenvolvimento da criança.
Os profissionais geralmente usam uma variedade de
ferramentas, incluindo questionários e testes de
desenvolvimento, para avaliar a presença de sinais de
autismo.
O processo de diagnóstico pode ser longo e demorado,
pois envolve a observação cuidadosa do comportamento
da criança e a realização de testes e avaliações. Os pais e
cuidadores também podem ser solicitados a fornecer
informações sobre o desenvolvimento da criança e seus
comportamentos em casa e em outros ambientes sociais.
É importante lembrar que o diagnóstico de autismo não é
uma sentença de vida para a criança ou para a família.
Embora possa ser desafiador, é importante lembrar que as
crianças com autismo podem viver vidas plenas e felizes
com o apoio e os recursos adequados.
Uma vez que a criança é diagnosticada com autismo, é
importante que os pais e cuidadores recebam informações
e orientações sobre como lidar com a condição. Isso pode
incluir terapia comportamental, fonoaudiologia e terapia
ocupacional para ajudar a criança a desenvolver
habilidades sociais, de comunicação e de autoajuda.
Também pode envolver a criação de um ambiente

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estruturado e consistente para a criança, com rotinas
claras e previsíveis.
Os pais e cuidadores também podem se beneficiar de
grupos de apoio e recursos educacionais para aprender
mais sobre o autismo e como lidar com os desafios
associados à condição. Isso pode incluir grupos de pais
locais, organizações de autismo e sites educacionais.
Em resumo, o diagnóstico de autismo pode ser um
desafio, mas é fundamental para garantir que a criança
receba o apoio e os recursos necessários para viver uma
vida plena e feliz. Os pais e cuidadores podem se
beneficiar de informações e orientações sobre como lidar
com o autismo, incluindo terapia comportamental, terapia
ocupacional e apoio de grupos locais. Com o apoio
adequado, as crianças com autismo podem desenvolver
habilidades sociais e de comunicação e alcançar seu
pleno potencial.

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ACEITAÇÃO

A aceitação do diagnóstico de autismo é um processo


fundamental para os pais de uma criança autista. É
preciso compreender que, assim como qualquer outra
condição médica, o autismo não é culpa de ninguém e não
é uma escolha. É simplesmente uma parte da vida da
criança e da família.
Os pais precisam aceitar seu filho autista como ele é,
com todas as suas particularidades, habilidades e
dificuldades. É importante lembrar que cada pessoa
autista é única e que a abordagem de tratamento e
suporte deve ser personalizada para cada indivíduo.
Aceitar o diagnóstico e buscar ajuda profissional pode
ajudar a entender melhor as necessidades da criança e
criar um ambiente mais adequado para o seu
desenvolvimento.
Além disso, um diagnóstico precoce é fundamental para o
sucesso do tratamento e do desenvolvimento da criança.
Quanto mais cedo o autismo é identificado, mais cedo a
criança pode receber o suporte necessário para
desenvolver habilidades sociais, emocionais e de
comunicação. Isso pode fazer uma grande diferença na
qualidade de vida da criança e em seu futuro.
Os pais devem estar abertos a aprender mais sobre o
autismo e a como podem apoiar seu filho. Isso inclui se
envolver em terapias e programas de intervenção,
participar de grupos de apoio e educar-se sobre as
necessidades específicas da criança. Com aceitação,
apoio e educação adequados, os pais podem ajudar seus
filhos autistas a atingir todo o seu potencial e a ter uma

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vida feliz e realizada.
O diagnóstico de autismo do nosso filho Emanuel foi
um grande desafio para nós, mas decidimos encará-lo
com coragem e determinação. Buscamos forças e auxílio
do Espírito Santo de Deus para nos mantermos firmes
diante desse desafio.
Lidar com o autismo pode ser difícil, especialmente no
início, quando ainda estamos tentando entender as
necessidades especiais da criança. Nós lutamos
diariamente para encontrar os recursos e terapias
necessárias para ajudar o Emanuel a desenvolver suas
habilidades sociais e de comunicação, além de criarmos
um ambiente estruturado e previsível para ele.
Mas, apesar dos desafios, a nossa fé tem sido uma fonte
constante de força e esperança. Acreditamos que o
Espírito Santo de Deus está presente em nossas vidas e
tem nos dado a sabedoria e a força necessárias para
enfrentar cada dia com coragem e determinação.
A nossa Fé tem sido uma fonte importante de apoio para
nós. Temos encontrado conforto na oração e na
comunhão com Deus, que têm oferecido suporte
emocional, e forças para lidarmos com o autismo.
Em resumo, o diagnóstico de autismo é um desafio para
qualquer família, mas a fé e a determinação podem ser
fontes poderosas de força e esperança. Nós, como pais do
Emanuel e pastores evangélicos, estamos enfrentando
esse desafio com coragem e fé, buscando o auxílio do
Espírito Santo de Deus para nos ajudar a enfrentar cada
dia com amor e determinação.

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INCLUSÃO

A inclusão de crianças autistas é uma questão crucial


na sociedade atual, e deve ser tratada com a seriedade e
a compaixão que merece. A inclusão é um processo que
visa garantir o direito de todos os indivíduos à educação e
ao desenvolvimento pleno de suas potencialidades,
independentemente de suas diferenças e necessidades
especiais. No caso das crianças autistas, a inclusão é
ainda mais importante, pois muitas vezes essas crianças
enfrentam uma série de desafios que podem prejudicar
seu desenvolvimento social e emocional.
A inclusão de crianças autistas começa com a
conscientização e a educação da sociedade em geral, e
em especial dos profissionais da educação. É fundamental
que os professores e demais profissionais que trabalham
com crianças autistas tenham conhecimento sobre o
autismo, suas características e necessidades, para que
possam oferecer um ambiente acolhedor e inclusivo, que
favoreça o aprendizado e o desenvolvimento das crianças.
Além disso, é importante que as escolas e outras
instituições educacionais estejam preparadas para receber
crianças autistas, oferecendo recursos e adaptações que
possam ajudá-las a se sentir mais seguras e confortáveis
no ambiente escolar. Essas adaptações podem incluir
desde a utilização de materiais sensoriais, como
brinquedos e texturas diferentes, até a criação de espaços
mais silenciosos e tranquilos, onde as crianças possam se
sentir mais confortáveis em momentos de ansiedade.
Outro aspecto importante da inclusão de crianças autistas
é o trabalho em equipe entre pais, escola e profissionais

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da saúde. É fundamental que os pais estejam envolvidos
no processo educacional de seus filhos, e que a escola
esteja aberta a ouvir e atender as necessidades e
preocupações dos pais. Os profissionais da saúde, por
sua vez, podem oferecer orientações e recursos para que
as escolas e os pais possam trabalhar juntos em prol do
desenvolvimento das crianças autistas.
Em resumo, a inclusão de crianças autistas é um
desafio, mas também uma oportunidade de aprendizado e
crescimento para todos os envolvidos. É fundamental que
sejam oferecidos recursos e adaptações adequados para
garantir o bem-estar e o desenvolvimento pleno das
crianças, e que haja um trabalho em equipe entre pais,
escola e profissionais da saúde. Com uma abordagem
inclusiva e compreensiva, podemos garantir que todas as
crianças, independentemente de suas diferenças, tenham
acesso à educação e ao desenvolvimento pleno de suas
potencialidades.

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AS TERAPIAS

As terapias para crianças autistas são extremamente


importantes para ajudá-las a desenvolver habilidades
sociais, emocionais e de comunicação. Cada criança
autista é única, com necessidades e desafios específicos,
e as terapias são adaptadas para atender a essas
necessidades individuais.
As terapias mais comuns para crianças autistas incluem
terapia comportamental, terapia ocupacional, terapia da
fala e linguagem, terapia cognitivo-comportamental e
terapia sensorial. Essas terapias podem ajudar a criança
autista a melhorar suas habilidades de comunicação,
habilidades sociais, auto-regulação emocional e a lidar
com a sobrecarga sensorial.
A terapia comportamental, por exemplo, é
frequentemente usada para ajudar a criança autista a
desenvolver habilidades sociais, como iniciar e manter
conversas, fazer amigos e compreender a linguagem não-
verbal. A terapia ocupacional ajuda a criança a
desenvolver habilidades motoras finas, como escrever e
usar utensílios de cozinha. Já a terapia da fala e
linguagem pode ajudar a criança a melhorar a
comunicação verbal e não-verbal.
Além disso, as terapias também podem ajudar a criança
autista a lidar com problemas comportamentais, como
ansiedade, comportamentos agressivos e desafios no
sono. Essas terapias são projetadas para ajudar a criança
a lidar com as dificuldades que enfrenta e a alcançar seu
pleno potencial.

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As terapias para crianças autistas também ajudam a
fornecer suporte para as famílias, ajudando-as a entender
o autismo e como melhor apoiar a criança. Os terapeutas
frequentemente trabalham em colaboração com os pais e
outros profissionais de saúde para criar um ambiente de
apoio e intervenção consistente para a criança autista.
Em resumo, as terapias são cruciais para ajudar as
crianças autistas a alcançar seu potencial e superar seus
desafios. Cada criança é única e pode precisar de um
conjunto específico de terapias para atender às suas
necessidades. As terapias podem ser um componente
chave no apoio à criança autista e sua família para
melhorar a qualidade de vida e o sucesso a longo prazo.

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HABILIDADES A SEREM TRABALHADAS

A criança autista tem desafios únicos que precisam ser


abordados para que possam alcançar seu potencial
máximo. Uma das maneiras mais eficazes de ajudar a
criança autista a superar esses desafios é trabalhando
suas habilidades em casa.
A importância de trabalhar as habilidades de uma
criança autista dentro de casa é enorme. Isso se deve ao
fato de que o ambiente familiar é onde a criança passa a
maior parte do tempo e onde se sente mais segura. O
ambiente familiar também oferece uma oportunidade única
para os pais e familiares observarem o comportamento e
as necessidades da criança e desenvolverem atividades e
estratégias específicas para ajudá-la a superar seus
desafios.
Trabalhar as habilidades de uma criança autista em
casa pode incluir atividades que sejam focadas em
comunicação, socialização, habilidades motoras,
habilidades cognitivas e sensoriais. Essas atividades
podem ser adaptadas para as necessidades e
preferências da criança, tornando o processo mais
interessante e estimulante para ela.
Por exemplo, atividades que envolvem jogos interativos,
como quebra-cabeças, jogos de tabuleiro, ou jogos de
memória podem ajudar a estimular habilidades cognitivas
e sensoriais. Já atividades como a pintura e a modelagem
de argila podem ajudar a trabalhar a habilidade motora
fina da criança, além de oferecer uma oportunidade de
expressão criativa.
Além disso, é importante que os pais sejam encorajados

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a trabalhar com a criança em atividades diárias, como
lavar louça, arrumar a cama, ou preparar uma refeição.
Essas atividades são uma excelente oportunidade para
ensinar habilidades sociais e de vida diária, como a
importância de colaboração, da organização e da limpeza.
Em resumo, a importância de trabalhar as habilidades
de uma criança autista dentro de casa é imensa. As
atividades podem ajudar a criança a desenvolver suas
habilidades e superar seus desafios, além de criar um
ambiente seguro e acolhedor para a criança se
desenvolver. É fundamental que os pais e familiares
trabalhem com um terapeuta ou profissional da saúde para
adaptar as atividades e ajudar a criança a alcançar todo o
seu potencial. Com o trabalho e esforço adequados, as
crianças autistas podem crescer, aprender e prosperar
dentro do ambiente familiar.
Existem diversas habilidades que podem ser
trabalhadas no autismo, no entanto, aqui estão 12
habilidades importantes que podem ser úteis;

1. Comunicação: Uma forma de desenvolver a


capacidade de comunicação é praticar a comunicação
por sinais ou pictogramas. Os pais podem fazer uso de
cartões com figuras que representem as necessidades
e emoções da criança. Os pais também podem
estimular a fala, conversando com a criança e
incentivando-a a falar. Ler livros infantis e conversar
sobre o que está sendo lido também é uma ótima
forma de estimular a comunicação.

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1.
2. Socialização: Os pais podem trabalhar a socialização
da criança através de brincadeiras em grupo e jogos
de equipe. É importante ensinar a criança a
compartilhar, respeitar a vez do outro e a se
comunicar com outras crianças. Os pais podem
incentivar a criança a fazer perguntas, conversar com
os colegas e elogiar ações positivas dos outros.
3. Compreensão: A leitura de livros infantis e jogos de
memória com figuras ajudam a criança a
compreender a linguagem e as normas sociais. Os
pais também podem dar instruções simples e
objetivas para a criança seguir. Reforços positivos,
como elogios e recompensas, são importantes para
motivar e encorajar a criança.
4. Atenção: Para desenvolver a atenção da criança, os
pais podem usar jogos de memória, quebra-cabeças,
jogos de tabuleiro, entre outros. É importante definir
uma rotina de atividades e incentivar a criança a
cumpri-las. Reforços positivos e elogios também são
importantes para estimular a atenção.
5. Habilidades acadêmicas: Para desenvolver
habilidades acadêmicas, pode-se incentivar a criança
a ler livros simples, desenhar letras e números,
praticar a escrita em atividades diárias, como
escrever listas de compras, e jogos educativos.
Também é importante adaptar as atividades
escolares para atender às necessidades individuais
da criança.

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5.
6. Autonomia: Para desenvolver a autonomia nas
atividades diárias, é importante dar à criança a
oportunidade de praticar atividades por conta própria,
como se vestir, escolher a própria roupa, pentear o
cabelo, escovar os dentes e preparar refeições
simples. Além disso, é importante que os pais ou
cuidadores criem rotinas claras e previsíveis para
ajudar a criança a se sentir segura e confiante.
7. Habilidades motoras finas: Para desenvolver
habilidades motoras finas, pode-se incentivar a criança
a brincar com quebra-cabeças, encaixes, jogos de
construção, desenhar e colorir. Também é importante
incentivar a criança a praticar atividades manuais
simples, como rasgar papel ou modelar argila.
8. Habilidades motoras grossas: Para desenvolver
habilidades motoras grossas, pode-se incentivar a
criança a praticar atividades físicas simples, como
correr, pular, jogar bola e andar de bicicleta. Jogos de
imitação também podem ser úteis para incentivar a
criança a desenvolver habilidades motoras grossas.
9. Autocontrole: Para aprender a gerenciar emoções e
comportamentos, pode-se incentivar a criança a
praticar a respiração profunda, meditação e outras
técnicas de relaxamento. Também é importante
estabelecer limites claros e consistentes e ensinar a
criança a expressar suas emoções de maneira
apropriada.

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7.
8.
9.
10. Flexibilidade: Para aprender a lidar com mudanças na
rotina e na programação, pode-se incentivar a criança
a praticar atividades imprevistas, como visitas
inesperadas de amigos ou familiares. Também é
importante estabelecer uma rotina flexível e previsível,
para ajudar a criança a se adaptar a mudanças mais
facilmente.
11. Empatia: Para desenvolver a capacidade de entender
as emoções e necessidades dos outros, pode-se
incentivar a criança a praticar atividades de
cooperação e trabalho em equipe, como jogos de
tabuleiro e atividades em grupo. Também é importante
ensinar a criança a identificar e expressar suas
próprias emoções, para ajudá-la a entender as
emoções dos outros.
12. Solução de problemas: Para aprender a resolver
problemas de forma criativa e independente, pode-se
incentivar a criança a praticar atividades de resolução
de problemas simples, como montar um quebra-
cabeça ou resolver um jogo de encaixar. Também é
importante ensinar a criança a identificar e expressar
seus sentimentos e necessidades, para que ela possa
encontrar soluções criativas para seus próprios
problemas.

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O QUE FAZER DURANTE UMA CRISE?

Quando uma criança autista passa por uma crise, pode


ser uma situação estressante e assustadora para todos ao
seu redor. É importante lembrar que as crises são uma
forma de comunicação para a criança autista e podem ser
causadas por diferentes fatores, como mudanças
repentinas na rotina, estímulos sensoriais excessivos ou
falta de habilidades para lidar com emoções intensas.
Aqui estão algumas dicas sobre o que fazer durante a
crise de uma criança autista:
1. Mantenha a calma: Embora possa ser difícil, tente
manter a calma e controlar suas próprias emoções.
Isso ajudará a acalmar a criança e evitar que a
situação se torne ainda mais estressante.
2. Identifique a causa: Tente identificar o que está
causando a crise da criança. Pode ser útil lembrar que
a criança pode estar se comunicando de maneira
diferente, então observe atentamente o ambiente ao
redor dela.
3. Reduza a estimulação sensorial: Para muitas crianças
autistas, uma crise pode ser desencadeada por uma
sobrecarga sensorial. Tente reduzir a quantidade de
estímulos sensoriais no ambiente, como luzes fortes,
barulho alto ou movimento rápido.
4. Ofereça ajuda, mas respeite os limites da criança:
Ofereça ajuda para a criança, mas respeite seus
limites e sua necessidade de espaço pessoal. Lembre-
se de que a criança pode ter uma maneira única de
lidar com a crise, então permita que ela se expresse
da maneira que se sentir confortável.

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2.
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4.
5. Use técnicas de comunicação visual: Algumas
crianças autistas têm dificuldade em se comunicar
verbalmente durante uma crise. Use técnicas de
comunicação visual, como gestos ou cartões com
imagens, para ajudar a criança a se expressar.
Lidar com uma crise de uma criança autista pode ser
desafiador, mas é importante lembrar que cada criança é
única e as estratégias que funcionam para uma podem
não funcionar para outra. O mais importante é observar,
ouvir e tentar compreender a perspectiva da criança
autista. Com paciência e empatia, você pode ajudar a
criança a se sentir segura e apoiada durante uma crise.

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OS DIREITOS DO AUTISTA

Os direitos do autista no Brasil estão previstos na Lei


Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº
13.146/2015) e incluem:
1. Prioridade no atendimento em serviços públicos e
privados, em especial nas áreas de saúde, educação e
assistência social;
2. Direito à educação inclusiva, com a garantia de acesso
à escola regular e o atendimento educacional
especializado;
3. Acesso ao mercado de trabalho, com a garantia de
oportunidades de emprego em igualdade de condições
com as demais pessoas;
4. Acesso aos serviços de saúde, incluindo diagnóstico
precoce, tratamento adequado e atendimento
multidisciplinar;
5. Garantia de acesso à cultura, ao lazer e ao esporte,
em igualdade de condições com as demais pessoas;
6. Direito à acessibilidade, com a garantia de condições
de acesso a todos os ambientes, edificações,
transportes e comunicações;
7. Proteção contra qualquer forma de discriminação,
incluindo o preconceito e a violência;
8. Direito à proteção especial em casos de violência,
abuso ou exploração;
9. Direito à assistência social e à previdência social,
incluindo a garantia de benefícios e serviços
específicos;

29
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10. Direito à vida em família e à convivência comunitária,
com a garantia de apoio para o exercício desses
direitos.
É importante ressaltar que a legislação brasileira
reconhece a pessoa autista como pessoa com deficiência
e, portanto, tem direito a todos os benefícios e garantias
previstos na lei. Além disso, o Estatuto da Pessoa com
Deficiência (Lei nº 13.146/2015) estabelece que as
pessoas com deficiência têm direito à igualdade de
oportunidades e à plena participação na sociedade, em
igualdade de condições com as demais pessoas.

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TRANSFORMANDO A TEORIA EM AÇÃO

Para que as teorias sobre o autismo sejam efetivas, é


essencial que elas sejam transformadas em ação. Isso
significa que os profissionais da área devem aplicar as
teorias para diagnosticar corretamente o transtorno,
entender as necessidades dos indivíduos autistas e
proporcionar intervenções adequadas. Além disso, é
importante que as famílias e cuidadores de pessoas com
autismo apliquem as técnicas e estratégias recomendadas
pelos profissionais para melhorar a qualidade de vida dos
indivíduos autistas. A transformação da teoria em ação no
autismo pode fazer uma grande diferença na vida das
pessoas com o transtorno, proporcionando-lhes uma maior
compreensão e inclusão na sociedade.
Se você está lidando com uma criança autista, é
importante que você se mova da teoria para a ação. Isso
significa aplicar as estratégias que você aprendeu em
livros, vídeos ou cursos em situações reais.
A teoria é um ótimo ponto de partida, mas não é suficiente.
Aprender sobre o autismo é fundamental para entender
como a criança autista processa informações e se
comunica com o mundo ao seu redor. No entanto, o
conhecimento só é valioso se for usado para ajudar a
criança a desenvolver habilidades sociais, comunicativas e
emocionais.
Ao aplicar a teoria na prática, você pode começar a
identificar as necessidades individuais da criança e as
estratégias que funcionam melhor para ela. Isso pode
incluir coisas como comunicação visual, uso de reforço

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positivo, uso de rotinas e estruturas, entre outras. Cada
criança autista é única e o que funciona para uma pode
não funcionar para outra.

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Prezado leitor,

Gostaria de expressar nossa profunda gratidão pela


leitura do conteúdo que produzimos. Sabemos que o
tema é delicado e que lidar com o autismo pode ser
desafiador, mas esperamos que as informações e
sugestões que oferecemos possam ser úteis para você
e para sua família.
Nosso objetivo ao escrever esse livro foi fornecer
informações relevantes e práticas sobre como lidar com
o autismo dentro de casa, especialmente no que diz
respeito ao desenvolvimento das habilidades das
crianças autistas. Sabemos que cada criança é única e
requer uma abordagem individualizada, mas
acreditamos que os conceitos apresentados aqui
podem ser adaptados para atender às necessidades
específicas de cada criança.
Ao ler este livro, esperamos que você tenha
adquirido novas perspectivas e habilidades para lidar
com o autismo. Encorajamos você a aplicar os
conhecimentos que adquiriu durante a leitura e a
continuar buscando informações relevantes sobre o
assunto. Afinal, é por meio da educação e do
conhecimento que podemos ajudar a tornar a vida das
crianças autistas e suas famílias mais plena e
satisfatória.
Lembre-se de que a jornada do autismo pode ser longa
e complexa, mas é possível alcançar avanços
significativos por meio de um trabalho consistente e
dedicado.

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Encorajamos você a compartilhar suas experiências
e desafios com outros pais e cuidadores de crianças
autistas, a fim de criar uma rede de apoio mútuo que
possa ajudá-lo ao longo dessa jornada.
Mais uma vez, agradecemos sinceramente pela leitura
deste livro e esperamos que você possa aplicar os
conhecimentos adquiridos em seu cotidiano.
Desejamos a você e a sua família tudo de melhor em
sua jornada com o autismo.

Atenciosamente,

Vagner Cardoso e Cris Cardoso

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