Resumo do texto "ensino-pesqueisa-extensão: um exercício de
indissociabilidade na pós-graduação" de Moita e Andrade
Durante seus estágios de docência, Filomenta Moita e Fernando de Andrade, escreveram
esse artigo sobre a indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão como o princípio orientador da qualidade da produção universitária. Reconhecendo a importância das articulações duais, entre ensino e pesquisa, pesquisa e extensão ou extensão e ensino, os autores defendem um princípio que impede reducionismos verificados nas atividades universitárias. Guiados por essa compreensão, os autores realizaram um exercício da indissociabilidade, que consistiu em uma experiência com o objetivo de relacionar o conhecimento científico e o saber de educadores e educandos de uma escola pública em João Pessoa (PB), a fim de produzir conhecimento acerca da articulação entre relações de gênero, violência e jogos eletrônicos. No texto defende-se que a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão ainda não é levada em conta na prática de muitos docentes, seja porque na graduação dá-se ênfase ao ensino, seja porque na pós-graduação a ênfase incide na pesquisa. Defende-se, ainda, que o estágio de docência na pós-graduação é uma excelente oportunidade de praticar a indissociabilidade defendida. Os autores levam em conta dois vetores em um debate: de um lado as relações entre a universidade, ensino, pesquisa e extensão, pelo outro as relações entre o conhecimento científico e o conhecimento cultural. Utilizando de citações de diversos autores, Moita e Andrade, realizam seu embasamento teórico sobre o tema. Para Silva (2000), a relação entre ensino, pesquisa e extensão advém de uma busca pela identidade universitária, já para Magnani (2002) a legislação brasileira, pouco a pouco, foi se transformando de um modelo de transmição de conhecimento, para um modelo de transmição de saber científico. Durante o processo de crescimento das universidades brasileira, a educação superior tem um processo de elitização enraizada em suas bases. Privilegiando sempre o maior status e aumentando a divisão social através da seleção escolar. Os autores utilizam as palavras de Mora-Osejo e Borda (2004), "precisa-se de universidades participativas, comprometidas com o bem comum, em especial com as urgências das comunidades de base, de modo a favorecer a substituição de defnições discriminatórias entre o acadêmico e o popular". Moita e Andrade, através das palavras de Pereira Junior (2005), falam sobre três etapas do florecimento de uma nova comunidade científica. Na primeira etapa parendeu-se um novo "fazer" da ciência. Na segunda etapa, a qual a pesquisa científica está passando atualmente, os cientistas promovem a criação e consolidação do sistema para formar novos mestres e doutores, revelando assim, uma busca de padrões de qualidade e excelência nos trabalho científicos. Mas esse método ainda é desligado das necessidades populares, sem promover o desenvolvimento social. Na terceira etapa, a etapa ideal, visa-se aliara a competência científica e tecnológica com o desenvolvimento. Pare que se atinja esse terceiro estágio, é necessário que haja uma interdiciplinaridade entre os tipos de conhecimento. Para tal, existe a extensão, que se achega ao conhecimento prático, assimilado culturalmente e desenvolvido para responder a demandas da vida cotidiana. Para Paulo Freire a extensão é uma situação educativa que que educadores e educandos assumem um papel de sujeitos cognoscentes, mediatizados pelo conhecimento. Segundo os autores do artigo, a extensão, em particular, a indissociabilidade oferece à formação discente um espaço capaz de permitir a atualização dos conteúdos programáticos e simultaneamente embasar os novos profssionais numa ética de cidadania. Pesquisa, ensino e extensão articulam-se, na formação acadêmica, de modo a promover uma consciência profssional eticamente fundamentada e empiricamente atualizada. Em sua conclusão, Moita e andrade afirmam que a extensão e o ensino não são acessórios à pesquisa, mas continuações naturais dela, se a produção científca do conhecimento quiser ser efetiva e intervir para modifcar a realidade estudada, voltando a enriquecer-se, nesse processo, por dela alimentar-se continuamente. Donde não haver relevância social da pesquisa sem a indissociabilidade.
"Eu Queria Estar Na Aldeia, Mas Tem Que Sair de Lá Justamente Porque É para Garantir Esses Espaços Que Nós Temos Hoje": Os Indígenas Urbanos e em Contexto Urbano Na Cidade de Oiapoque, Amapá