Você está na página 1de 2

Bolsista: José Antonio Kazienko Sallet

Resumo do texto "ensino-pesqueisa-extensão: um exercício de


indissociabilidade na pós-graduação" de Moita e Andrade

Durante seus estágios de docência, Filomenta Moita e Fernando de Andrade, escreveram


esse artigo sobre a indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão como o princípio orientador da
qualidade da produção universitária. Reconhecendo a importância das articulações duais, entre
ensino e pesquisa, pesquisa e extensão ou extensão e ensino, os autores defendem um princípio que
impede reducionismos verificados nas atividades universitárias.
Guiados por essa compreensão, os autores realizaram um exercício da indissociabilidade,
que consistiu em uma experiência com o objetivo de relacionar o conhecimento científico e o saber
de educadores e educandos de uma escola pública em João Pessoa (PB), a fim de produzir
conhecimento acerca da articulação entre relações de gênero, violência e jogos eletrônicos.
No texto defende-se que a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão ainda não é
levada em conta na prática de muitos docentes, seja porque na graduação dá-se ênfase ao ensino,
seja porque na pós-graduação a ênfase incide na pesquisa. Defende-se, ainda, que o estágio de
docência na pós-graduação é uma excelente oportunidade de praticar a indissociabilidade defendida.
Os autores levam em conta dois vetores em um debate: de um lado as relações entre a
universidade, ensino, pesquisa e extensão, pelo outro as relações entre o conhecimento científico e o
conhecimento cultural.
Utilizando de citações de diversos autores, Moita e Andrade, realizam seu embasamento
teórico sobre o tema. Para Silva (2000), a relação entre ensino, pesquisa e extensão advém de uma
busca pela identidade universitária, já para Magnani (2002) a legislação brasileira, pouco a pouco,
foi se transformando de um modelo de transmição de conhecimento, para um modelo de transmição
de saber científico.
Durante o processo de crescimento das universidades brasileira, a educação superior tem um
processo de elitização enraizada em suas bases. Privilegiando sempre o maior status e aumentando a
divisão social através da seleção escolar. Os autores utilizam as palavras de Mora-Osejo e Borda
(2004), "precisa-se de universidades participativas, comprometidas com o bem comum, em especial
com as urgências das comunidades de base, de modo a favorecer a substituição de defnições
discriminatórias entre o acadêmico e o popular".
Moita e Andrade, através das palavras de Pereira Junior (2005), falam sobre três etapas do
florecimento de uma nova comunidade científica. Na primeira etapa parendeu-se um novo "fazer"
da ciência. Na segunda etapa, a qual a pesquisa científica está passando atualmente, os cientistas
promovem a criação e consolidação do sistema para formar novos mestres e doutores, revelando
assim, uma busca de padrões de qualidade e excelência nos trabalho científicos. Mas esse método
ainda é desligado das necessidades populares, sem promover o desenvolvimento social. Na terceira
etapa, a etapa ideal, visa-se aliara a competência científica e tecnológica com o desenvolvimento.
Pare que se atinja esse terceiro estágio, é necessário que haja uma interdiciplinaridade entre
os tipos de conhecimento. Para tal, existe a extensão, que se achega ao conhecimento prático,
assimilado culturalmente e desenvolvido para responder a demandas da vida cotidiana. Para Paulo
Freire a extensão é uma situação educativa que que educadores e educandos assumem um papel de
sujeitos cognoscentes, mediatizados pelo conhecimento.
Segundo os autores do artigo, a extensão, em particular, a indissociabilidade oferece à
formação discente um espaço capaz de permitir a atualização dos conteúdos programáticos e
simultaneamente embasar os novos profssionais numa ética de cidadania. Pesquisa, ensino e
extensão articulam-se, na formação acadêmica, de modo a promover uma consciência profssional
eticamente fundamentada e empiricamente atualizada.
Em sua conclusão, Moita e andrade afirmam que a extensão e o ensino não são acessórios à
pesquisa, mas continuações naturais dela, se a produção científca do conhecimento quiser ser efetiva
e intervir para modifcar a realidade estudada, voltando a enriquecer-se, nesse processo, por dela
alimentar-se continuamente. Donde não haver relevância social da pesquisa sem a
indissociabilidade.

Você também pode gostar