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Paisagens Sonoras de Niterói: Entendendo a Cidade

através dos Sons


MULTIS – Núcleo de Estudos e Experimentações do Audiovisual e
Multimídia

Resumo
O resumo do projeto deve ser redigido em um só parágrafo de 150 a 500 palavras,
utilizando fonte Times New Roman, em corpo 12, com espaçamento simples. O resumo
deve ser composto de uma sequência de frases concisas, afirmativas e não de
enumeração de tópicos. A primeira frase deve explicar o tema principal do projeto. O
resumo deve ressaltar o objetivo, o método e hipóteses previstas no projeto.

Palavras-chave
Até seis (06) palavras-chave, separadas por ponto e vírgula, em sequência na mesma
linha. Usar fonte Times New Roman em corpo 12.

Introdução

O presente projeto tem o intuito de compreender as dinâmicas sociais da cidade


de Niterói- RJ, através de uma análise da paisagem sonora presente na cidade. É notável
a presença de ruídos e sons que permeiam o cotidiano das cidades, esses sons são muitas
das vezes peças fundamentais para a comunicação do dia a dia, seja o som da barca
saindo ou chegando, seja o som do apito da guarda de trânsito, buzinas de veículos,
entre outros, esses sons compõem a paisagem sonora de uma cidade.

A paisagem sonora ou soundscape (termo em inglês), tem como objetivo o


estudo e analise de um lugar, a partir de seus sons. Como Murray, fundador do World
Soundscape Project, comenta “Qualquer coisa que se mova, em nosso mundo, vibra o
ar. Caso ela se mova de modo a oscilar mais que dezesseis vezes por segundo, esse
movimento é ouvido como som.” (Schafer, 1991), podemos então compreender que o
som é movimento, portanto em uma cidade onde ocorre movimento o tempo todo,
podemos utilizar do estudo do som para entendermos a dinâmica de uma cidade. Neste
sentido pretendo observar qual é a relação dos sons com o cotidiano da cidade, como
Graziela Mello Vianna aponta, podemos observar dinâmicas e transformações do
cotidiano através do estudo da paisagem sonora (Vianna, 2015). Indo além podemos
observar que certos aspectos da paisagem sonora urbana irão determinar o
funcionamento e ritmo de uma localidade, podemos observar que de acordo com a
intensidade, e frequência sonora presente, isso afetara diretamente na dinâmica daquela
localidade. Cito nesse sentido as grandes metrópoles, que por ter uma “poluição
sonora”, tem um ar de caos e descontrole.

O que proponho para este trabalho e pensar a cidade através do ouvido,


utilizando de conceitos antropológicos, como a etnografia, e seu método de observar,
utilizando muitas das vezes o sentido da visão, para entender culturas com objetivo de
compreender a dinâmica vigente no grupo estudado, é possível utilizar do sentido da
audição para entendermos o funcionamento de um determinado grupo. O antropólogo
Filipe Reis, destaca em seu texto “A (i)materialidade do som: Antropologia e
Sonoridades”, (Reis, 2009) com a introdução dos fonógrafos nas pesquisas
etnográficas, passou-se a produzir um novo tipo de documento nas pesquisas, o som, e
com isso, surgi uma nova possibilidade de reproduzir e descrever um ambiente
etnográfico, a paisagem sonora. A paisagem sonora, consegue demostrar aspectos
culturais e naturais, que só são perceptíveis através do sentido da audição, abrindo
possibilidades não só de uma maior descrição de uma etnografia, mas também a
possibilidade de trabalhar na análise cultural do som.
Justificativas e Relevância da Pesquisa

Metodologia

A metodologia que irei utilizar neste trabalho, irá se concentar em duas


abordagens, sendo ela a gravação de sons espalhados pela cidade, afim de mapear a
cidade de niterói sonoramente. Realizando um trabalho de multimidia onde, irei criar
um mapa interativo para inserir os sons captados, com um intuito de realizar uma
especie de continuação da oficina realizada pelo Filipi Reis. Somando a isso irei realizar
uma analise sobre o papel dos sons, no cotidiano da cidade.

A segunda abordagem que irei realizar, são entrevistas com os habitantes da


cidade, para entender qual seria o papel dos sons no cotidiano das pessoas. Analisando o
papel social dos sons. Nesse sentido trago o Gilberto Velho citando Geertz, discutindo
que o trabalho do antropologo não seria interpretar dados, mas sim interpretar a
interpretação que as pessoas tem sobre os dados.

Conograma de Pesquisa
Referências
Reis, F. (2009). A (I)materialidade do Som: Antropologia e sonoridades. Em P. F. Costa, Museus
e Património Imaterial. Agentes, Fronteiras, Identidades (pp. 337-351). Lisboa.

Schafer, R. M. (1991). O ouvido pensante. São Paulo: UNESP.

Torres, M. A. (Dezembro de 2011). Tambores, rádios e vídeoclipes: Sobre paisagens sonoras,


territórios e multiterritorialidades. GeoTextos, 69-83.

Velho, G. (1980). O ANTROPÓLOGO PESQUISANDO EM SUA CIDADE: SOBRE CONHECIMENTO E


HERESIA. in G. Velho, O Desafio Da Cidade: Novas Perspectivas Da Antropologia
Brasileira (pp. 13-22). Rio de Janeiro: Campus.

Vianna, G. M. (2015). Paisagem Sonora Urbana: escutas de Belo Horizonte. Resgate: Revista
Interdisciplinar de Cultura, 81-90. doi:10.20396/resgate.v22i28.8645782

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