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AVANTE RAPARIGAS!

A elaboração deste manual foi possível graças ao generoso apoio do povo Americano, através
do Plano Presidencial de Emergência para o Alívio da SIDA (PEPFAR), e da Agência dos E.U. para
o Desenvolvimento Internacional (USAID), nos termos do Contrato nº GHH-I-00-07-00032-00,
USAID|Projecto SEARCH, Ordem de Trabalho 01. O conteúdo do mesmo é da exclusiva
responsabilidade da Iniciativa Avante Raparigas! e não reflecte necessariamente os pontos de
vista do PEPFAR ou do Governo dos Estados Unidos da América.

Citação sugerida:
Centro de Programas de Comunicação (CCP) da Escola Bloomberg de Saúde Pública da
Citação sugerida:
Universidade Johns Hopkins (2011). Avante Estudantes! Habilidades para a Vida ao Nível da
Centro
Escola para Raparigas edeRapazes:
de Programas Comunicação (CCP)
Manual do da Escola
Professor. Bloomberg
Baltimore, de Developed
Maryland. Saúde Pública
underda
Universidade
the terms of USAID Contract No. GHH-1-00-07-00032-00, Project SEARCH, Task Order 01. Escola
Johns Hopkins (2011). Avante Estudantes! Habilidades para a Vida ao Nível da
para Raparigas e Rapazes: Manual do Professor. Baltimore, Maryland. Developed under the terms
of USAID Contract No. GHH-1-00-07-00032-00, Project SEARCH, Task Order 01.

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AVANTE RAPARIGAS!

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AVANTE RAPARIGAS!

Índice
Agradecimentos........................................................................................................................................................7

Introdução.......................................................................................................................................................................9

Sessão 1: Avante Estudantes! - O que Esperar?..........................................................................................20


Texto para o/a Moderador/a: Proposta de Regras Básicas do Avante Estudantes!............................23

Sessão 2: Os Meus Pontos Fortes e as Minhas Metas .............................................................................24

Sessão 3: Dentro da Minha Caixa, Fora da Minha Caixa ........................................................................27

Sessão 4: Amizades Saudáveis ..........................................................................................................................30

Módulo 1: Compreendendo relacionamentos saudáveis e não saudáveis....................................33

Sessão 5: Falar Alto! Comunicar com os Outros .......................................................................................47


Texto para o/a Moderador/a: Dizermos aquilo que queremos e como é que nos sentimos.......51

Sessão 6: Os Adultos como Apoiantes ...........................................................................................................52

Sessão 7: O Meu Corpo Está a Mudar – Sou Normal? Parte 1..............................................................56


Texto para o/a Moderador/a: Como falar com Jovens sobre sexo.....................................................59

Sessão 8: O Meu Corpo Está a Mudar – Sou Normal? Parte 2 .............................................................63


Folheto: Como transmitir auto-estima uns aos outros...........................................................................66

Sessão 9: Afinal, Como é Que a Gravidez Acontece?................................................................................67


Folheto: Sistemas Reprodutores, Menstruação e Gravidez ......................................................................70

Sessão 10: O Saco Opaco do HIV.......................................................................................................................78


Texto para o/a Moderador/a: Os adereços e a sua conexão com as ITS/HIV..................................80

Sessão 11: Tomar as Decisões Certas...............................................................................................................83

Módulo 2: Tomando decisões saudáveis sobre sexo: Qual é a Minha Escolha?...........................86

Sessão 12: O Que é Que eu Faço com Estes Sentimentos?...................................................................132

Sessão 13: Estou Pronto/a para a Actividade Sexual?...........................................................................135

Módulo 3: Quando falta o Consentimento, a resposta é “Não”!.......................................................138

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Sessão 14: Dizer “Não” às Relações Sexuais................................................................................................155

Sessão 15: Eu Não Quero Ter Relações Sexuais.........................................................................................159


Texto para o/a Moderador/a: Informação Importante sobre como Lidar
com Jovens Vítimas de Violência Sexual ou de Relações Sexuais Indesejadas ............................164

Sessão 16: Falar com os Adultos sobre Sexo...............................................................................................166

Sessão 17: Ter Relações Sexuais com Homens Mais Velhos ..............................................................171

Sessão 18: Os Meus Valores, o Meu Dinheiro..........................................................................................176

Sessão 19: Ter Relações Sexuais Apenas Um com o Outro .................................................................180

Sessão 20: As Consequências do Abuso de Bebidas Alcoólicas......................................................184

Sessão 21: Usar a Comunicação para nos Protegermos a Nós Mesmos.......................................188


Texto para o/a Moderador/a: Mais Exemplos De Comunicação..........................................................193

Sessão 22: Respeitar o Passado, Preservar o Nosso Futuro ..............................................................195

Sessão 23: Estou em Risco?................................................................................................................................198

Sessão 24: Planear a Minha Meta....................................................................................................................202

Glossário.....................................................................................................................................................................204

Formulários de Monitoria ..................................................................................................................................209

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AVANTE RAPARIGAS!

Agradecimentos
Este Manual foi escrito por Maryce Ramsey e Judy Palmore. Joanna Skinner, Patricia Poppe, Jane
Brown, Carol Underwood, Jessica Fehringer, Tinaye Mmusi, Maipelo Madibela, Assana Magombo,
Dorothy Nyasulu, Enni Panizzo e os membros do Grupo Técnico de Trabalho do PEPFAR sobre
o Género bem como as equipes nacionais PEPFAR do Botswana, do Malawi, e de Moçambique
prestaram apoio técnico diverso.

Gostaríamos de expressar o nosso agradecimento às várias organizações cujos materiais foram


adaptados ou utilizados neste Manual. São elas:

International HIV/AIDS Alliance, www.aidsalliance.org


• “Sexuality and Life-Skills: Participatory Activities on Sexual and Reproductive Health with
Young People.”
• “Our Future Sexuality and Life Skills Education for Young People, Grades 4-5.”
• “Our Future: Sexuality and Life Skills Education for Young People, Grades 6-7.”
• “Our Future: Sexuality and Life Skills Education for Young People Grades 8-9.”

United States Agency for International Development, www.usaid.gov


• “Doorways I: Student Life Skills Manual on School-Related Gender-Based Violence (SRGBV),”
unadapted version, February 2006.
• “Doorways II: Counsellor Training Manual on School-Related Gender-Based Violence (SRGBV),”
unadapted version, November, 2006.

Family Care International, Inc., www.familycareintl.org


• Pictures on male and female reproductive systems, menstrual process and pregnancy from
“Healthy Women, Healthy Mothers, An Information Guide.” 1995, 2nd Ed., Arkutu, A.

EngenderHealth, www.engenderhealth.org
• Male reproductive system text adapted from Introduction to Men’s Reproductive Health
Services—Revised Edition: Participant Handbook. 2008. New York.

PATH. www.path.org, Population Council, www.popcouncil.org and Kenya Adolescent


Reproductive Health Project (KARHP)
• Female reproductive system, pregnancy, and menstruation text adapted from “Tuko Pamoja:
Adolescent Reproductive Health and Life Skills Curriculum.” 2006.

Campaign for our Children, Inc. www.cfoc.org


• “Talking to Your Parents about Sex,” in “Teen Guide” Found at: http://www.cfoc.org/index.php/
teen-guide/talking-to-your-parents-about-sex/

Foto da capa por Patrick Coleman/CCP, Cortesia de Photoshare

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AVANTE RAPARIGAS!

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AVANTE RAPARIGAS!

Introdução
Damos as Boas-vindas ao Manual do professor sobre Habilidades para a Vida ao Nível da Escola para
Raparigas e Rapazes Avante Estudantes! Este Manual foi elaborado para ajudar os professores a datarem
os estudantes com um leque de habilidades que os vão ajudar a protegerem-se do HIV/SIDA.

Antecedentes do Avante Raparigas!

O Manual do professor sobre Habilidades para a Vida ao Nível da Escola para Raparigas e
Rapazes Avante Estudantes! foi concebido no âmbito de Avante Raparigas!, com o financiamento
da Agência Norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) no âmbito do Plano
de Emergência do Presidente para o Alívio da SIDA (PEPFAR), um projecto de 3 anos (2007-2010)
que visa reduzir a prevalência do HIV no seio de raparigas adolescentes vulneráveis, com idades
compreendidas entre os 10 e os 17 anos, no Botswana, Malawi e Moçambique.

Por seu turno, o projecto Avante Raparigas! é implementado pelo Centro de Programas de
Comunicação (CCP) da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins e
tem como objectivo reforçar os programas relativos ao género em todo o mundo através de
desenvolvimento e expansão de novas abordagens e das já existentes com vista à redução do risco
de infecção pelo HIV das raparigas adolescentes. Como forma de partilhar os resultados destas
iniciativas de forma global, está disponível, para além deste Manual, um conjunto de materiais-
chave, incluindo ferramentas inovadoras para a avaliação da vulnerabilidade da rapariga, bem
como um conjunto completo de materiais de programas, e materiais vários para auxiliar os decisores
políticos e dinamizadores de programas na promoção de raparigas e comunidades fortes em
todo o mundo. Para a consulta do conjunto completo dos materiais da Avante Raparigas! visitar
http://www.k4health.org, http://www.aidstar-one.com ou contactar a Agência Norte-americana
para o Desenvolvimento Internacional no seguinte endereço: GHCommunicationsTeam@usaid.gov

Porquê promover raparigas mais fortes e comunidades mais fortes?


A meta da Avante Raparigas! é potenciar uma acção individual e colectiva positiva com
vista a promover vidas saudáveis. As raparigas e as suas comunidades relacionaram a
frase “raparigas fortes” com o poder que estas possuem de agir, com o serem capazes
de resistir aos insultos e aos abusos, perseguindo os próprios sonhos. Entenderam que
“Comunidades fortes” são as comunidades com o poder de trabalhar em conjunto.
As comunidades consideraram a expressão “raparigas fortes, comunidades fortes”
como um tema unificador e inspirador.

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O Manual do professor sobre Habilidades para a Vida ao Nível da Escola para Raparigas e
Rapazes Avante Estudantes! pressupõe que, tanto os rapazes como as raparigas, tanto os homens
como as mulheres são vulneráveis ao HIV/ SIDA. Contudo, há evidências de que as raparigas e as
mulheres jovens são mais vulneráveis ao HIV. Por exemplo:

• As raparigas têm menos oportunidades de frequentarem a escola ou de dar continuidade à


sua educação;
• As raparigas têm menos acesso a informação sobre o HIV/ SIDA;
• As raparigas têm menos acesso a oportunidades económicas do que os rapazes, o que as pode
levar a praticarem relações sexuais em troca por dinheiro;
• Os papéis tradicionais podem desencorajar as raparigas de serem assertivas;
• Muitas raparigas casam-se e começam a manter relações sexuais mais cedo do que os rapazes; e
• As raparigas tendem mais a ser vítimas da violência sexual do que os rapazes.

Muitos programas de prevenção do HIV não abordam estes e outros factores que tornam a
rapariga mais vulnerável ao HIV/SIDA e não envidam tantos esforços para envolver as raparigas.
Avante Raparigas! todavia, espera mudar esta atitude, dando mais ênfase às necessidades das
raparigas adolescentes.

Definição da vulnerabilidade das raparigas ao HIV


As raparigas que são “vulneráveis” ao HIV correm maior risco de contraírem o HIV
do que as outras raparigas. A este conjunto de raparigas mais vulneráveis ao HIV
pertencem aquelas que são órfãs, as que abandonaram a escola, aquelas que estão
socialmente marginalizadas, as migrantes, e/ou aquelas que vivem em condições de
pobreza. Estes factores, juntamente com outros tais como o conhecimento, a auto-
eficácia, o consumo de bebidas alcoólicas, as influências sociais e o relacionamento
com os progenitores, sobrepõem-se muitas vezes, colocando as raparigas em maior
risco de serem infectadas pelo HIV.

Como Utilizar o Pacote de Instrumentos Avante Raparigas!


O Pacote de instrumentos Avante Raparigas! foi concebido para apoiar um programa abrangente
que vise reduzir a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/ SIDA através do trabalho nas comunidades,
nas escolas, com os progenitores, com rapazes e com raparigas, através da consciencialização
participativa, a partir de elementos de acção comunitária e de instrumentos para o
desenvolvimento de habilidades. Os instrumentos foram testados experimentalmente nos três
países em que são implementados - Malawi, Moçambique e Botswana – e foram revistos com
base nas reacções dos moderadores e dos participantes em cada um dos três países.

Avante Raparigas! compreende cinco (5) Manuais, nomeadamente:

• Avante Estudantes! Habilidades para a Vida ao Nível da Escola para Raparigas e Rapazes:
Manual do Professor. – Este manual ajuda professores a ensinar aos alunos uma gama de
competências para a vida que os ajudam, ao mesmo tempo, a prevenirem-se do HIV/SIDA.

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• Avante Professores! Criar um Ambiente Seguro e Favorável para as Raparigas na Escola:
Manual de Capacitação para Professores e Funcionários das Escolas– Este manual ajuda
o pessoal escolar a compreender e a reforçar os seus papéis como pessoas protectoras das
raparigas vulneráveis às infecções pelo HIV.
• Avante Famílias! Desenvolvendo Competências nos adultos de forma a comunicarem
melhor com os Jovens: Manual de Formação. – Este manual ajuda pais, educadores e outros
adultos interessados a comunicar-se melhor com pessoas jovens no seu dia-a-dia. O programa
visa essencialmente fortalecer as competências de comunicação dos adultos nas relações que
estabelecem com os jovens.
• Avante Comunidades! Manual de Mobilização Comunitária para a Redução da
Vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA – Este manual ajuda a fortalecer as competências
dos Facilitadores de Mobilização Comunitária no que concerne a redução da vulnerabilidade
da Rapariga ao HIV/SIDA.
• Avante Raparigas! Habilidades para a Vida das Raparigas ao Nível Comunitário : Manual
de Treinamento –Este Manual foi concebido para reforçar as competências para a vida das
raparigas, na faixa etária entre os 13 e os 17 anos de idade, que não estão matriculadas nos
estabelecimentos de ensino ou que se encontram em situações vulneráveis.

Estes instrumentos incluem Guias sobre como 1) Incrementar as Oportunidades Económicas


para as Raparigas Vulneráveis e suas Famílias; e 2) Melhorar o Apoio Comunitário às
Raparigas Vulneráveis através da Rádio.

Este Pacote abrangente de ferramentas do Avante Raparigas! foi concebido para combater os
factores múltiplos que tornam a rapariga vulnerável, de forma a que todos os seus componentes
sejam implementados como um pacote. No caso de não haver fundos para a implementação do
pacote completo de materiais, os componentes do programa podem também ser implementadas
independentemente.

Como Usar Este Manual

1. O manual Avante Estudantes! Habilidades para a Vida ao Nível da Escola


para Raparigas e Rapazes contém vinte e quatro (24) sessões.

• Título da sessão.
• Descrição da Sessão.
• Objectivos da Aprendizagem.
• Duração estimada.
• Materiais e Preparação do/a Moderador/a.
• Actividades, com instruções passo-a-passo.
• Sessão de Encerramento.
• O Que é que se Segue?.
• “Nota para o Professor/Moderador” ao longo de cada sessão, conforme seja necessário.

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No final do Manual existe um glossário com as definições das palavras e dos conceitos nele
utilizados.

2. Materiais, Informação e Recursos Necessários


1. São necessários Marcadores e Blocos Gigante OU giz e quadros de parede para a maior
parte das sessões. Quando não houver disponibilidade destes materiais, adapte a sessão
em conformidade.
2. Para algumas sessões são necessários Textos de Apoio. Estes Textos de Apoio encontram-
se no fim de cada sessão. Se não conseguir fazer cópias para todos os participantes,
tente obter pelo menos algumas cópias para que os participantes possam partilhar.
3. Os resumos visuais ou Álbum Seriado Avante Raparigas! podem ser úteis ao/à
Moderador/a, que deve tê-las à mão para referência.
4. Antes do seminário, o/a moderador/a tem de ter informação sobre para onde encaminhar
as pessoas nas questões ligadas à:

• Contracepção
• Testagem e Aconselhamento sobre o HIV
• Prevenção da transmissão mãe-filho do HIV

5. Convide os trabalhadores do Centro de Saúde e/ou as ONG que trabalham na área de


saúde reprodutiva, e planeamento familiar e HIV para, como moderadores “convidados”,
apoiarem as sessões.

Conhecer a sua Audiência


Em função do grupo com que esteja a trabalhar, poderá ter de alterar a maneira como conduz
as sessões. Para grupos com baixo nível de instrução poderá querer usar mais desenhos e mais
símbolos quando escreve no bloco gigante ou no quadro de parede. Deve utilizar uma linguagem
simples. Assegure-se de que as instruções são claras antes de começar uma actividade. Não faça
mais do que 2 ou 3 perguntas no fim de cada sessão.

Tamanho dos Grupos


O tamanho ideal do grupo é de 15 a 20 estudantes. A Avante Raparigas! utiliza uma metodologia
participativa e encoraja o debate. Mantendo o tamanho do grupo pequeno, todos os participantes
terão a oportunidade de se envolverem activamente no programa e os moderadores terão maior
probabilidade de respeitar o tempo de uma hora e meia previsto para as sessões.

Estar Preparado/a para as Dificuldades


Todas as experiências de capacitação têm o potencial para apresentarem desafios. A melhor maneira de
evitar dificuldades é estar-se preparado/a. Conheça os materiais e treine a moderação das actividades
com um/a amigo/a ou com outro/a moderador/a.

Moderar as Sessões respeitando a sua Ordem


As sessões foram concebidas para se basearem e complementarem os conteúdos abrangidos por
sessões anteriores, por isso é melhor moderar as sessões por ordem, começando pela sessão 1 e
terminando na sessão 24.

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3. A Abordagem Participativa na Aprendizagem Avante Raparigas!

Aquilo que eu oiço, esqueço.


Aquilo que eu vejo, lembro-me.
Aquilo que eu faço, compreendo.

Este Manual utiliza métodos de ensino participativos como as discussões em grupo, chuva de
ideias, peças e encenações teatrais, trabalhos em pequenos grupos, jogos educativos, e o contar
de histórias. Os participantes terão muitas oportunidades para praticarem as novas habilidades,
como a comunicação e a tomada de decisões.

As vantagens dos métodos participativos activos incluem:

• Habilidades de pensamento crítico melhoradas;


• Mais propensão dos participantes para recordarem e partilharem informação nova;
• Motivação crescente; e
• Habilidades inter-pessoais melhoradas.

Métodos Participativos

Chuva de Ideias: A chuva de ideias é uma exploração de ideias e é uma forma excelente de
iniciar a discussão de um determinado tópico. Durante uma chuva de ideias, ninguém deve
julgar ninguém nem fazer juízos de valor sobre qualquer ideia que alguém dê. Cada ideia é
simplesmente registada numa folha de papel gigante, no quadro de parede ou em qualquer outro
meio em que todos possam ver. Esta actividade encoraja os participantes a alargar o seu leque
de ideias sobre um dado assunto e a olhar para um tópico a partir de ângulos e perspectivas
diferentes.

Discussão em Grupo: Discussão em grupo faz emergir as ideias dos participantes sobre um
tópico particular, e dá ao/à moderador/a oportunidade para ampliar o conhecimento sobre os
participantes ou de corrigir informações deturpadas que tenha à partida. A eficiência da discussão
em grupo depende muitas vezes da capacidade do/a moderador/a de utilizar perguntas abertas,
que são perguntas feitas pelo/a moderador/a que exigem mais do que uma simples resposta “sim”
ou “não”. Estas perguntas ajudam a verbalizar os sentimentos ou ideias sobre um tópico ou uma
actividade:

1. “O que é que aprendeste com esta actividade?” é uma pergunta aberta. “Diz-me de que maneira
é que esta actividade te afectou”, é outro exemplo de uma pergunta aberta. As perguntas
abertas começam geralmente por O Quê, Quando, Porquê e Como.
2. “Aprendeste alguma coisa?” não é uma pergunta aberta porque o participante pode responder
simplesmente “sim” ou “não”.

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Teatro: O teatro proporciona aos participantes uma oportunidade para experimentarem situações
da vida real, sem terem de correr os riscos da vida real. É importante que os/as moderadores/as
encorajem os participantes a representarem situações realistas e não situações ideais.

As regras do teatro são:

1. Discutam a situação no grupo.


2. Escolham uma história.
3. Concordem sobre aquilo que cada um vai fazer, envolvendo todos.
4. Ensaiem.
5. Façam uma representação perante o grupo.

Quebra-gelos: Antes ou durante cada sessão, os/as moderadores/as podem querer realizar
uma actividade de quebra-gelo com os participantes para os ajudar a relaxar, a divertirem-se e
a voltarem a comunciar uns com os outros. Os próprios participantes têm óptimas ideias para
actividades de quebra-gelo e de aquecimento. Pode pedir a um ou dois participantes em cada
sessão para serem responsáveis por uma curta actividade de aquecimento e por manterem o
grupo com energia ao longo das sessões.

Alguns exemplos de actividades de aquecimento são:

1. Quem é o/a líder?


• Os participantes fazem um círculo, em pé ou sentados. Uma pessoa voluntaria-se para
sair da sala.
• Depois de esta o fazer, o resto do grupo escolhe um/a líder.
• O/A líder integra o círculo onde realizará uma série de acções (tais como bater as palmas,
abanar um pé, fazer uma careta) que serão imitados pelo grupo todo.
• É pedido, então, à pessoa voluntária que regresse à sala, sendo convidada a ficar no meio
do círculo, sentada ou em pé. Ao/À voluntário/a é dada a tarefa de tentar identificar
quem é o/a líder.
• O grupo protege o/a líder não olhando para ele/ela e não mostrando que está a seguir
as acções dele/dela.
• Quando o/a voluntário/a identificar correctamente o/a líder (pode fazer várias tentativas)
o/a voluntário/a volta a integrar o grupo e o/a líder “apanhado/a” é o/a novo voluntário/a.
• Repita enquanto o grupo se mantiver animado.

2. Encenar uma mentira


• Peça aos participantes que formem um círculo.
• O/A líder começa a fazer a mímica de uma acção.
• Quando a pessoa que estiver à direita do/a líder perguntar “O que é que estão a fazer?”,
o/a líder deve responder que ele/a está a fazer algo completamente diferente daquilo
que está a fazer realmente. Por exemplo, o/a líder está a fazer a mímica de quem está a
nadar, mas diz “Estou a lavar o cabelo”.
• A pessoa à direita do/a líder tem, então, de fazer a mímica daquilo que o/a líder DISSE
que eles estavam a fazer (lavar o cabelo). A pessoa à sua direita pergunta, então: “O que
é que vocês estão a fazer?” e eles dizem estar a fazer algo completamente diferente.
• Dê a volta ao círculo desta maneira até toda a gente ter tido oportunidade de participar.

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3. Fazer chover
• Peça aos participantes para formarem um círculo.
• Peça aos participantes para repetirem os gestos do/a líder. Diga-lhes que cada pessoa
repetirá esse gesto à medida que você passa à volta do círculo, no sentido dos ponteiros
do relógio (os gestos são: juntar as palmas das mãos e esfregá-las uma na outra; estalar
os dedos; dar palmadas nas coxas; bater os pés).
• Lembre aos participantes que devem iniciar um novo gesto logo que a pessoa à sua
direita tenha começado a fazê-lo.
• O/A líder começa, juntando as palmas das mãos e esfregando-as uma na outra. O/A
líder deverá continuar com esse gesto até que toda a gente no círculo o esteja a imitar.
Uma vez chegados a esse ponto, o/a líder deverá iniciar um novo gesto. O movimento
contínuo vai produzir um som semelhando ao de um temporal.
• Dê a volta ao círculo algumas vezes.
• Quando o/a líder achar que o movimento energético deve cessar, colocará as suas mãos
ao lado do corpo. Este gesto percorrerá o círculo, da mesma maneira que os outros
gestos e fará retornar o silêncio.

4. Habilidades Necessárias e Dicas para a Moderação das Sessões Avante


Raparigas!

A moderadora deve, de preferência, ser mulher, e ter:

• Alguma formação prévia em métodos de ensino participativos;


• Conhecimentos sobre o género e as questões ligadas ao género; e
• A capacidade para reconhecer os seus próprios valores em relação aos jovens; é importante
que os/as moderadores/as trabalhem com os jovens a partir do ponto onde eles se encontram
e da forma como eles são, e não a partir de onde ou da forma como o/a moderador/a ache que
eles deviam ser.

Dicas para os/as Moderadores/as


Apresentamos, a seguir, algumas dicas e métodos para ajudar a capacitá-lo/a como Moderador/a:

Um/a bom/boa moderador/a:


• Vê os participantes como pessoas com informações e habilidades úteis para partilhar, em vez
de se ver a si mesmo/a como o/a único/a especialista na sala;
• Encoraja todos os participantes a aprenderem uns dos outros, e pensa em si mesmo/a como
orientador do processo em vez de pensar nos participantes como garrafas vazias que ali estão
apenas para serem enchidas com os conhecimentos do/a moderador/a;
• Acredita que todos aprendemos fazendo, experimentando, praticando e sentindo, em vez de
memorizar, repetir e gravar a informação;
• É organizado, mas flexível na alteração dos métodos, em função das necessidades dos
participantes;
• É entusiasta em relação ao tema e aos participantes;
• Cumpre as promessas que faz ao grupo – deixar os participantes falarem, fazer intervalos, etc.
• É paciente e é um/a bom/boa ouvinte;
• Sabe lidar com as emoções, se isto se revelar necessário.

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Lembretes para o/a moderador/a:
• Leia o manual inteiro, antes de começar a capacitação;
• Compreenda integralmente o conteúdo de todas as sessões e prepare os materiais
necessários antecipadamente;
• Adapte as actividades e as discussões de grupo para tornar as sessões mais adequadas à
idade e ao nível de instrução específico do seu grupo concreto de alunos;
• Pense e planeie quaisquer questões que possam surgir durante as sessões mais “difíceis”;
• Dê exemplos locais e torne as actividades relevantes para a vida e as preocupações quotidianas
dos participantes;
• Sempre que possível, comece pelos assuntos mais fáceis e vá gradualmente abordando os
mais difíceis;
• Crie um sistema para lidar com os assuntos que surgem ao longo de uma sessão, mas que não
são relevantes para os objectivos dessa mesma sessão. Poderá voltar a esses assuntos noutra
altura ou explique simplesmente no fim da capacitação que são assuntos importantes, mas
que estão fora do tópico da capacitação;
• Registe os pontos importantes no bloco gigante, para serem utilizados nas actividades de
síntese. Pode ser muito complicado liderar a sessão e ao mesmo tempo fazer a anotação dos
pontos importantes, por isso, pense em ter alguém para o/a ajudar a registar os pontos-chave;
• Termine as sessões com uma nota positiva, com uma mensagem clara para os participantes
reterem e levarem consigo. Quando se proporcione, identifique os próximos passos ou as
possíveis soluções para o problema;
• Verifique se não está a falar mais do que os participantes. Se constatar que está a fazer
demasiado uso da palavra, encoraje os participantes a responderem às questões uns dos
outros; por exemplo, se alguém fizer uma pergunta, remeta-a para os participantes,
perguntando: “Alguém tem uma resposta para esta questão?”;
• A sua postura influencia, de maneira efectiva, a moderação do grupo. Por exemplo, olhar
atentamente e acenar fá-los sentir que as suas contribuições são importantes. Olhar para
longe pode fazer com que as pessoas sentam que a sua contribuição não é importante. Olhe
sempre de frente para a pessoa com quem está a falar.
• Divirtam-se!

Falar sobre as Questões Sexuais


Muitos dos assuntos levantados neste Manual estão relacionados com o sexo, com os
relacionamentos e com o HIV, o que obriga o/a moderador/a e os participantes a discutirem acerca
de assuntos sensíveis. Alguns moderadores podem sentir que ao falarem sobre questões de sexo
e anticonceptivos com jovens estão a encorajá-los a manterem relações sexuais. No entanto, as
pesquisas mostram que, pelo contrário, falar com os adolescentes sobre estes tópicos e mostrar-
lhes os factos e as consequências, os encoraja a adiar o relacionamento sexual e a considerarem a
alternativa da abstinência. Os moderadores não devem partir do princípio de que os participantes
ainda não mantêm relações sexuais.

Vamos dar-lhe algumas dicas para fazer os participantes sentirem que você está à vontade para
falar sobre estes assuntos:
• Aceite os termos em calão. Mas não tenha receio de perguntar o que é que eles significam
se não o souber.

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• Diga que não sabe, se não souber. Mas diga-lhes que voltará a falar com eles para lhes dar a
resposta às questões por eles apresentadas; fale com um trabalhador da saúde ou com outro
especialista que lhe possa dar a resposta correcta e transmita-a ao grupo.
• Não emita juízos de valor. Atenha-se aos factos e não partilhe as suas próprias opiniões e
valores.
• Não responda a questões pessoais sobre a sua própria experiência sexual.
• Sinta-se confortável. Reveja minuciosamente estes materiais e discuta-os com os/as outros/
as moderadores/as da sua organização, de maneira a que se sinta seguro quando estiver a
discutir estes assuntos com os participantes.

Lidar com a Emoção


Os participantes podem ter manifestações emotivas durante o seminário. Os/As moderadores/
as têm de saber lidar com as emoções se elas ficarem descontroladas, para que as emoções
não extravasem e destruam o processo de grupo ou causem tensões desnecessárias para o
participante. Eis algumas maneiras através das quais o/a moderador/a pode lidar com as emoções:
mudar de assunto; relacionar o assunto em debate com uma anedota; fazer o debate avançar para
um novo tópico; fazer um intervalo.

Os participantes podem ficar perturbados em relação a alguns dos tópicos tratados no seminário.
Podem ter dúvidas sobre si próprios ou podem sentir-se desconfortáveis a falarem sobre assuntos
relacionados com sexo com outros adolescentes. Estas actividades de discussão podem fazê-los
recordar-se de situações que tenham sido desconfortáveis para eles mesmos antes do seminário,
nas suas casas ou na escola.

Se algum/a participante se mostrar perturbado/a com uma actividade, o/a moderador/a deve
tentar falar com ele/ela, em privado, para tentar saber o motivo pelo qual a pessoa se sente
desconfortável. O/A moderador pode sugerir que o/a participante se afaste do local do seminário.
O/A moderador/a não deve forçar o/a adolescente a falar sobre aquilo que o/a perturba. Oiça
aquilo que o/a participante está a dizer. O seu papel é oferecer-lhe compreensão, apoio e
assistência. Não tente dizer ao/à participante como é que ele/a se sente ou como é que acha
que ele/a se deve sentir. Assegure-lhe que é normal que se sinta perturbado/a. Nota: deve estar
preparado/a para dar informações sobre onde se pode obter aconselhamento psicológico no
caso de um/a participante ter sido vítima de abuso.

17
17
AVANTE RAPARIGAS!
Chave dos Símbolos
Ao longo deste Manual, aparecerão alguns símbolos que o/a ajudarão a decifrar rapidamente as
diferentes formas de informação:

Duração da sessão ou Actividade

Materiais e Preparação

Nota para o/a Moderador/a

Texto de Apoio ou Referência

18
18
AVANTE RAPARIGAS!

Actividades complementares das sessões 4, 11 a 13, e 13 a 21 adaptadas do manual do


PEPFAR “Prevenção primária da violência sexual e HIV entre crianças de 9-14 anos, 16
de Janeiro de 2019”

Módulo 1 - Compreendendo relacionamentos saudáveis e não saudáveis – para a sessão 4


Módulo 2 - Tomando decisões saudáveis sobre sexo: Qual é a Minha Escolha? – para as sessões 11
a 13
Módulo 3 - Quando falta o Consentimento, a resposta é “Não”! – para as sessões 13 a 21

Em resposta aos dados que examinam a prevalência da violência sexual contra raparigas
adolescentes e mulheres jovens e o início precoce da actividade sexual entre rapazes e raparigas,
o PEPFAR está a aumentar o seu foco na prevenção primária da violência sexual e do HIV entre
crinaças dos 9 aos 14 anos de idade. O PEPFAR espera que todos os países DREAMS assegurem
que a prevenção para este grupo etário seja apropriada para o seu desenvolvimento e informada
pelas melhores evidências disponíveis. Estes módulos destinam-se a ajudar as equipas dos países
a cumprir esse requisito. Devido à abordagem de desenvolvimento do PEPFAR, o foco para
crianças dos 9 aos 14 anos é a prevenção primária - que é a prevenir que o risco ocorra. Para estes
participantes mais jovens, há mais ênfase no atraso do início da actividade sexual e abstinência
do que entre os grupos etários mais velhos, mas não com a exclusão de lhes fornecer informação
para se protegerem quando são sexualmente activos.

O desenvolvimento destes módulos consistiu numa revisão de currículos baseados em evidências


contendo conteúdos sobre a compreensão das características de relações saudáveis ou pouco
saudáveis; a tomada de decisões sexuais; e a compreensão das características do consentimento
sexual; bem como um processo consultivo que procurou obter contributos de organizações
da sociedade civil, organizações baseadas na fé, actores que advogam estas recomendações,
funcionários de saúde globais, e pessoal de campo e da sede do PEPFAR.

A programação PEPFAR sobre este tópico deve ser sensível à prevalência da violência sexual
e outros factores que moldam os comportamentos sexuais dos adolescentes (ou seja, ritos de
iniciação, sexo forçado ou sexo transaccional para sobrevivência), especialmente entre as raparigas.
A escolha ou a ideia de que se pode escolher muitas vezes não existe, e os países devem assegurar
que a realização desta programação não envergonha ou culpa as participantes, nem as faz sentir-
se responsáveis por factores fora do seu controlo.

19
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 1
Avante Estudantes! - O que Esperar?

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os participantes agem como se fossem repórteres e entrevistam-se uns aos
outros a fim de determinar as suas expectativas em relação ao programa.
O/A moderador/a explica-lhes o propósito do Avante Estudantes! e os
participantes elaboram uma lista de regras básicas para estabelecerem as
bases para um ambiente de aprendizagem seguro e divertido.

Objectivos No fim desta sessão os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Explicar os objectivos do Avante Estudantes.
2. Definir as suas expectativas pessoais relativamente à Avante Estudantes.
3. Debater abertamente e concordar com as regras básicas do Avante
Estudantes.

Duração: 50 minutos

Materiais e • Quadro de parede/giz ou Bloco gigante/marcadores


Preparação: • Esteja familiarizado/a com o objectivo do programa Avante Estudantes
(veja abaixo).
• Escreva o objectivo programático do Avante Estudantes no quadro
de parede ou no bloco gigante.

Meta do Avante Estudantes!


“O objectivo do Avante Estudantes é proporcionar uma experiência de aprendizagem
segura e divertida em que os estudantes sejam dotados com habilidades para a vida e com
conhecimentos que os ajudem a manterem uma vida feliz e saudável, a permanecerem na
escola e a sentirem-se habilitados a protegerem-se a eles mesmos do HIV/SIDA”

Actividade 1: O que é que vai acontecer


durante Avante Estudantes!
20 minutos

1. Delineie o esquema do programa, incluindo os aspectos gerais de logística (i.e. onde é que
o grupo se reunirá, em que dias, por quanto tempo, etc.). Se for possível, escreva tudo isso e
afixe as informações na sala.
2. Descreva resumidamente o objectivo do Avante Estudantes! (ver a caixa em cima).

20 19
AVANTE RAPARIGAS!
3. Peça aos estudantes que se dividam em pares. Peça aos estudantes para agirem como
repórteres e colocarem ao/à seu/sua parceiro/a as seguintes questões:

• O que é que torna a aprendizagem divertida?


• O que é que esperas obter do Avante Estudantes!?

4. Depois de todos os estudantes terem tido a oportunidade de entrevistarem e de serem


entrevistados, peça aos estudantes para se sentarem em círculo.
5. Pergunte aos estudantes: o que é que, para a maior parte de vocês, faz com que a aprendizagem
seja divertida? O que é que vos faz terem vontade de participarem na aprendizagem?
6. Explique que as actividades do Avante Estudantes! são participativas e peça e encoraje os
estudantes a falarem, partilharem, discutirem e brincarem. Explique-lhes que mais tarde, nesta
sessão, irão estabelecer as regras básicas com vista a tornarem a participação mais segura e
divertida para eles.

Peça a cada participante que identifique aquilo que espera obter da sua participação no
programa. Registe o que eles disserem no quadro ou numa folha de papel gigante. Depois de
todos os estudantes terem respondido, reveja a lista e comente quais dessas expectativas são
resultados realistas do Avante Estudantes! e quais é que o não são.

Actividade 2: Regras básicas do Avante Estudantes


15 minutos

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


Regras básicas: As regras básicas são um conjunto de directrizes estabelecidas pelos
estudantes, com a assistência do/a moderador/a, para assegurar um ambiente
de aprendizagem seguro, respeitoso e encorajador. As regras básicas deverão
permanecer sempre afixadas na sala de aulas e os estudantes deverão sempre ser
recordados delas antes de cada sessão.

1. Pergunte aos estudantes se eles estão familiarizados com as regras básicas ou normas dos
grupos. Peça aos estudantes para discutirem a importância de estabelecer algumas regras
básicas num programa Avante Estudantes!
2. Explique que embora este seja um programa muito participativo, os estudantes não serão
forçados ou pressionados a participarem se não o quiserem fazer. Convide os estudantes a
desafiarem-se a si mesmos, mas que não participem se sentirem inseguros ou vulneráveis.
Encoraje os participantes a “assumirem riscos, estarem seguros e respeitarem os seus próprios
limites”. É para ajudar os participantes a sentirem-se seguros ao participarem que são
estabelecidas as regras básicas ou de grupo.

20 21
AVANTE RAPARIGAS!
3. Peça aos estudantes para debaterem abertamente as regras básicas. A sessão terminará com a
elaboração de uma proposta de regras a adoptar.
4. Registe as regras básicas numa folha de papel gigante ou no quadro de parede e mantenha-as
afixadas durante todo o programa.

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


Poderá ter de variar as regras básicas sugeridas em função dos estudantes com que
esteja a trabalhar, da sua idade e do relacionamento que eles têm uns com os outros.

Sessão de Encerramento
15 minutos

1. Revejam as regras básicas adoptadas.


2. Revejam o propósito do Avante Estudantes!
3. Agradeça aos estudantes pela participação deles nas actividades. Reconheça que para alguns
deles pode parecer um pouco estranho, ao princípio, participar de forma tão activa nas
actividades, mas que com a prática isso se vai tornar mais fácil e divertido.
4. Explique-lhes que todos os estudantes têm o direito de: não participar; sentir-se seguros; não
se sentirem pressionados; falarem com o professor; fazerem perguntas.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.
2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

22 21
AVANTE RAPARIGAS!
Proposta de Regras Básicas do Avante Estudantes!

• Confidencialidade: Aquilo que aqui for dito não será repetido em nenhum outro sítio.

• Participação : Desafiem-se a vocês mesmos de forma a participarem e a engajarem-se


activamente nas actividades e discussões. A regra da confidencialidade vai estimular nos
estudantes o desejo de participarem e de serem francos e honestos.

• Não fazer julgamentos: É correcto discordar, mas não é aceitável fazer julgamentos ou
rebaixar os outros devido aos seus sentimentos, opiniões ou experiências.

• Respeito: Isto pode ter diferentes significados para diferentes pessoas, mas significa
essencialmente ouvirmo-nos uns aos outros, não nos julgarmos e tratarmos os outros como
queremos que eles nos tratem a nós.

• Ouvir e não interromper: Ouvir os outros, dar-lhes toda a atenção e não interromper. Toda a
gente terá a oportunidade de participar.

• Toda a gente tem o direito de se recusar a participar: Embora este programa encoraje a
participação, é sempre aceitável que alguém não participe numa dada actividade ou que não
responda a uma pergunta que seja colocada.

• Não há perguntas absurdas ou estúpidas: Vale a pena fazer todas as perguntas. É muito
provável que outras pessoas tenham a mesma dúvida.

• Não fazer quaisquer assumpções: Os estudantes e os professores devem evitar tirar


conclusões sobre os sentimentos, valores, experiências de vida ou comportamento uns dos
outros.

22 23
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 2
Os Meus Pontos Fortes e as Minhas Metas

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Recorrendo a linguagem descritiva, os participantes reflectem sobre


as suas esperanças e sonhos para o futuro. O/A moderador/a guia os
participantes através de uma actividade estruturada de estabelecimento
de metas, para os ajudar a definirem uma meta específica para o futuro.

Objectivos No fim desta sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Enumerar as características de um processo efectivo de
estabelecimento de metas.
2. Estabelecer uma meta pessoal.
3. Definir uma estratégia para lidar com pessoas e situações que colocam
entraves às nossas metas.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Quadro de parede/giz ou bloco gigante/marcadores.


Preparação: • Um pedaço de papel para cada estudante.
• Escreva a descrição de uma meta alcançável no quadro de parede.

Actividade 1: A Minha Meta


40 minutos

1. Peça aos estudantes para pensarem nas seguintes questões:

• Um sucesso de que tenham o maior orgulho.


• Uma esperança/sonho pessoal para o futuro.

2. Peça aos estudantes que partilhem aquilo de que mais se orgulham. Peça aos estudantes que
batam as palmas depois de cada estudante ter partilhado aquilo de que mais se orgulha.
3. Faça notar claramente que os estudantes têm pontos fortes e qualidades, caso contrário não
teriam alcançado os sucessos de que mais se orgulham. Peça aos estudantes que alistem
alguns dos pontos fortes que os ajudaram a conseguir os seus sucessos. Alguns exemplos:
inteligência, paciência, maturidade, engenho, etc.
4. Peça a cada estudante que volte a pensar no sucesso de que mais se orgulha. Para alcançar
esse sucesso, tiveram que enfrentar algumas dificuldades ou obstáculos? Como é que lidaram
com isso? O que é que fez com que não tivessem desistido?

24 23
AVANTE RAPARIGAS!
5. Peça aos estudantes que fechem os olhos e pensem no seu futuro. Peça-lhes que se imaginem
a eles mesmos esta tarde, respondendo às seguintes questões:

• Onde é que estão?


• O que é que estão a fazer?
• Do que é que estão mais orgulhosos?
• Que mudanças fizeram nas vossas vidas?

6. Explique-lhes que para alcançarmos as nossas esperanças/sonhos para o futuro, temos de ter
um plano.
7. Explique o que é uma meta alcançável, como se segue:

Uma meta alcançável é:


• Realista: Estabeleçam uma meta que seja possível e realista. Não há nada de mal
em quereres tornar-te jogador/a profissional de futebol mas haverá alguma outra
meta que poderia ser alcançada mais cedo?

• Específica: Estabeleçam uma meta que seja específica e que possam atingir (por
exemplo, concluir a escola, ou ter 20 valores em matemática). Tentem manter-se
longe de metas que sejam demasiado gerais e difíceis de atingir (por exemplo, ser
bem sucedido, ser feliz ou seguir o meu sonho).

• Flexível: Identifiquem vários caminhos a seguir para alcançar a vossa meta.


Estejam preparados para enfrentarem obstáculos e recorrerem às vossas
qualidades e aos recursos à vossa disposição para superarem os obstáculos.
Confiem em vós; já lidaram com outros obstáculos antes.

• Excitante/Inspiradora: Escolham uma meta para a qual se sintam motivados a


trabalharem e não algo que seja desejado por outra pessoa qualquer, ou que seja
esperado de vós pela vossa comunidade ou pelo facto de vocês serem rapazes ou
raparigas.

8. Peça aos estudantes que levem cinco minutos a estabelecer uma meta pessoal, seguindo a
descrição do que é uma meta alcançável (ver a caixa acima). Circule à volta da sala, ajudando
os estudantes no seu exercício de estabelecimento de uma meta.
9. Peça aos estudantes para partilharem a sua meta numa única frase. Se a turma for muito
grande, pode preferir que os estudantes formem pequenos grupos para fazerem essa partilha.

24 25
AVANTE RAPARIGAS!

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


Alguns estudantes podem não conseguir definir uma meta imediatamente por
se sentirem impotentes ou desesperados. Terá de encorajá-los mais para os ajudar
a definirem uma meta que os entusiasme ou os inspire. Outros estudantes podem
enumerar como suas, as metas que se esperem deles, tais como casar-se. Encoraje
esses estudantes a definirem uma meta relacionada com a sua educação.
Escreva Declarações “A Minha Meta Pessoal é” (ver o nº8, acima) no quadro de parede.

10. Explique-lhes que lhes será pedido para se voltarem a referir às suas metas pessoais ao longo
do Avante Estudantes.
11. Lembre aos estudantes que eles têm a força necessária para enfrentarem quaisquer obstáculos
que encontrem e para alcançarem as suas metas.

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


É importante ajudar os estudantes a centrarem-se no estabelecimento de metas
realistas. Embora tornar-se um/a jogador de futebol ou um/a cantor/a famoso/a sejam
sonhos válidos, os estudantes devem estar preparados para procurarem alternativas
para o caso de não conseguirem atingir essa meta.

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Lembre aos participantes que eles já alcançaram metas em relação às quais se sentem
orgulhosos. Eles também já lidaram com obstáculos e desafios.
2. Sublinhe o facto de que eles estabeleceram uma nova meta como parte desta sessão e
identificaram as formas de lidar com os desafios que se coloquem para atingir essa meta.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.
2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

26 25
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 3
Dentro da Minha Caixa, Fora da Minha Caixa

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Servindo-se de caixas visuais, os estudantes identificam aquilo que a


sociedade espera deles como rapazes e como raparigas e o que é que a
sociedade desencoraja os rapazes e as raparigas de fazerem.

Objectivos No fim desta sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Identificar como é que as expectativas de género os podem limitar.
2. Criar estratégias para saírem dos papéis restritivos.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Desenhe duas caixas no quadro de parede ou no bloco gigante.


Preparação: Designe uma de “Rapaz” e a outra de “Rapariga”.
• Reveja a lista de exemplos de papéis de género no caso de os
estudantes terem dificuldades de elaborarem esta lista durante a
chuva de ideias (Veja a Actividade 1).

Actividade 1: Paródia Agir Como um


Rapaz/ Agir Como uma Rapariga
25 minutes

1. Divida a turma em dois grupos: um grupo de rapazes e outro de raparigas.

2. Peça aos rapazes para criarem uma paródia de cerca de 2 minutos, em que eles agem como
raparigas. Peça ao grupo das raparigas para fazer o mesmo, agindo como rapazes. As actuações
NÃO devem basear-se em nenhuma pessoa concreta da turma. Dê a cada grupo o tempo
suficiente para criar e ensaiar a sua paródia.

3. Peça a cada grupo para apresentar a sua paródia num tempo de 2 minutos.

4. Servindo-se das paródias como referência, peça aos estudantes para, numa chuva de ideias,
falarem sobre tudo o que lhes venha à cabeça em relação ao que as raparigas, por razões
ligadas à cultura, à nacionalidade, à comunidade a que pertencem, à família, aos pares, etc. são
“encorajadas a fazer” ou aquilo “que se espera que elas façam” e escreva-o no interior da caixa
“Rapariga” que preparou antes da sessão.

26 27
AVANTE RAPARIGAS!
5. A seguir, peça aos estudantes para, numa chuva de ideias, dizerem tudo aquilo que lhes venha
à cabeça em relação aquilo que as raparigas são “desencorajadas de fazer ou que não se espera
que façam” e escreva-o no exterior da caixa “rapariga”.

6. Os estudantes podem usar estas paródias para os ajudar a pensarem em alguns pontos, mas
deve encorajá-los a pensarem também em expectativas não cobertas pelas encenações, mas
que estejam presentes na vida real.

7. Repita o procedimento com a caixa designada de “rapaz”.

Por exemplo:

Rapaz Rapariga
Ser agresivo, trabalhar muito, ir à escolas, Ajudar em casa, ser passiva, ser dicreta,
lutar, fazer muitas perguntas, casar, ter ter fihlos, cuidar da família, cozinhar, não
muitos filhos, ser chefe, ser duro, beber argumentar, olhar para o chão quando
muito. fala, ser atraente.

Rapazes(na parte exterior da caixa): Raparigas(na parte exterior da caixa):


chorarem, educarem, cuidarem dos fihlos, Serem boas alunas, fazerem perguntas,
serem passivos. serem agressivas, serem espertas.

8. Explique que muitas vezes se espera que os rapazes e as raparigas se comportem de uma certa
maneira apenas por serem rapazes ou por serem raparigas.

9. Pergunte aos rapazes: há alguma coisa no interior da caixa das raparigas que gostariam que
estivesse no interior da caixa dos rapazes? Porquê? Há alguma coisa no interior da caixa dos
rapazes que gostassem que lá não estivesse? Porquê? Há alguma coisa no exterior da caixa
dos rapazes que gostassem que estivesse dentro dela?

10. Pergunte às raparigas: há alguma coisa no interior da caixa dos rapazes que gostariam que
estivesse no interior da caixa das raparigas? Porquê? Há alguma coisa no interior da caixa das
raparigas que gostassem que lá não estivesse? Porquê? Há alguma coisa no exterior da caixa
das raparigas que gostassem que estivesse dentro dela?

Actividade 2: Os Papéis de Género e Eu


15 minutos

1. Pergunte aos estudantes se, tal como nas caixas, alguma vez lhes foi dito para agirem/não
agirem de determinada maneira por pertencerem ao género masculino ou feminino. Peça-
lhes exemplos.

2. Pergunte aos estudantes como é que eles se sentiram ao ser-lhes dito para agirem de uma
determinada maneira por serem raparigas ou por serem rapazes.

28 27
AVANTE RAPARIGAS!
3. Peça aos estudantes para falarem sobre o que é que acontece se uma rapariga agir como se
fosse um rapaz. O que é que acontece se um rapaz agir como se fosse uma rapariga?

4. Conhece alguns nomes que se dão às pessoas que se comportam dessa maneira? Que nomes
são esses? Esses nomes são bons ou são maus?

5. O que é que pode haver de bom em agir da forma que se espera que os rapazes e as raparigas
ajam? O que é que pode haver de mal nisso?

6. Pergunte aos participantes se há alguma coisa que possamos fazer em relação às expectativas
que existem em relação a nós como rapazes e como raparigas, e com as quais nós não
concordamos. Podemos mudá-las? Podemos confrontá-las? Como?

7. Explique aos participantes que o propósito desta actividade não é culpar ninguém mas sim
ajudar os estudantes a decidirem: “quais destas expectativas são importantes para mim, como
rapaz ou como rapariga e que eu não quero mudar; e de que expectativas para mim, como
rapaz ou como rapariga, é que eu não gosto e desejo mudar”.

8. Pergunte aos estudantes se há alguma expectativa em relação aos rapazes ou às raparigas que
a turma inteira gostaria de desafiar ou de tentar mudar no contexto deste programa.

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Peça a alguns estudantes para dizerem ao grupo o que é que aprenderam durante esta sessão
sobre os papéis de género.

2. Peça a alguns estudantes para dizerem porque é que eles acham que é importante para a sua
vida estarem conscientes sobre os papéis de género.

3. Pergunte-lhes que impacto é que esta informação vai ter na vida quotidiana deles.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

28 29
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 4
Amizades Saudáveis

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Utilizando os cenários dos estudantes, procurar determinar as qualidades


da amizade e estabelecer os limites e as fronteiras da amizade.

Objectivos No fim desta sessão os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Enumerar as qualidades de uma relação de amizade boa ou saudável.
2. Descrever as fronteiras da amizade.
3. Demonstrar quais são os limites de uma amizade saudável.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Uma folha de papel em branco para cada estudante.


Preparação: • Pasta colante ou pinos.
• Escreva os Cenários da Amizade no quadro de parede (ver a Actividade 2).

Actividade 1: Procura-se Amigo/a


20 minutos

1. Peça aos estudantes para pensarem em alguém que considerem ser um/a bom/boa amigo/a
ou em alguém de quem gostariam de ser amigos/as.

2. Peça aos estudantes para pensarem na seguinte afirmação: “O/A meu/minha melhor amigo/a
é o/a meu/minha melhor amigo/a porque…”

3. Peça a cada estudante para nomear duas qualidades que o/a seu/sua melhor amigo/a tem e
registe as respostas deles no quadro de parede ou numa folha de papel gigante; por exemplo,
é estudioso/a, é animado/a, etc.

4. Agora, peça aos participantes para criarem um anúncio “Procura-se amigo/a”. O anúncio deve
referir-se aos interesses, passatempos, e às qualidades positivas que procuram num/a bom/
boa amigo/a.

5. Peça aos estudantes para afixarem os seus anúncios na parede, para debate. Faça as seguintes
perguntas aos estudantes:

30 29
AVANTE RAPARIGAS!
• Com base nos anúncios, quais são algumas das qualidades fundamentais que os
estudantes procuram?
• Quais são as qualidades “mais importantes”?
• Que qualidade é mais fácil de encontrar num/a amigo/a.
• Que qualidade é a mais difícil de encontrar num/a amigo/a?
• Procuram as mesmas qualidades nos amigos do sexo oposto?
• Acham que, em geral, os rapazes e as raparigas procuram as mesmas qualidades num/a
amigo/a?
• Que qualidades é que vocês oferecem numa amizade?
• As qualidades que os rapazes e as raparigas trazem a uma amizade são diferentes?

Actividade 2: O Que é Que eu Faria?


20 minutos

Cenários de Amizade

1. Se o/a meu/minha amigo/a me pedisse para eu beber uma cerveja, eu havia de…

2. Se o/a meu/minha amigo/a me pedisse para eu faltar a uma aula, eu havia de…

3. Se o/a meu/minha amigo/a me pedisse para eu o/a ajudar num exame, eu havia
de…

4. Se o/a meu/minha amigo/a me pedisse para eu roubar, eu havia de…

5. Se o/a meu/minha amigo/a me encorajasse a manter relações sexuais em troca


por dinheiro, eu havia de…

6. Se o/a meu/minha amigo/a me pedisse para eu mentir em favor dele/dela, eu


havia de…

7. Se o/a meu/minha amigo/a me pedisse para eu o/a ajudar a tomar conta do seu
irmãozinho, eu havia de…

8. Se o/a meu/minha amigo/a me dissesse que se eu não mantiver relações sexuais


não sou um/a verdadeiro/a homem/mulher, eu havia de...

9. Se o/a meu/minha amigo/a me pedisse para eu o/a ajudar a carregar um saco


pesado até ao bazar, eu havia de…

10. Se o/a meu/minha amigo/a me dissesse para eu deixar de fazer os trabalhos de


casa, eu havia de…

30 31
AVANTE RAPARIGAS!
1. Peça aos estudantes para formarem pares e escolherem alguns dos cenários de amizade e
discutirem como é que responderiam a cada um deles. Peça aos estudantes que sejam
honestos nas suas respostas.

2. Volte a reunir o grupo e discuta esta actividade com ele, servindo-se das seguintes questões
para discussão:

• Digam duas coisas que fariam com toda a certeza para ajudarem um/a amigo/a?
• Digam duas coisas que não fariam de maneira nenhuma, mesmo para ajudarem um/a amigo/a.
• Há coisas que em princípio não fariam, mas que se um/a bom/boa amigo/a vos pedisse,
fariam? Os estudantes não precisam de revelar que coisas são essas, mas procure compreender
porque é que uma pessoa aceitaria fazer algo que por princípio não faria: Porquê? Como é que
os alunos podem evitar uma situação como essa?
• Quando é que uma amizade deixa de ser boa ou saudável para vocês?

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Pergunte aos estudantes como conquistar amigos e manter amizades saudáveis que vão ao
encontro das exigências que eles escreveram na primeira actividade.

2. Recorde aos estudantes que as amizades saudáveis são importantes para os jovens, mas por
vezes elas precisam de ter limites. Diga-lhes que: “Por vezes os amigos podem pedir-vos para
fazerem coisas que não são do vosso interesse e vocês têm de ser fortes e fazerem aquilo que
é melhor para vocês”. Lembre-os da sessão de definição de metas, recordando as habilidades
e as qualidades que eles têm à sua disposição, que os podem ajudar nestas situações.

3. Pergunte aos alunos o que mais é que eles aprenderam nesta sessão e como é que isso os
pode ajudar no seu dia-a-dia.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão cobertos.

32 31
AVANTE RAPARIGAS!

Actividade complementar para a sessão 4 adaptada do manual do PEPFAR “Prevenção


primária da violência sexual e HIV entre crianças de 9-14 anos, 16 de Janeiro de 2019”

MÓDULO 1:
Compreendendo relacionamentos saudáveis e não saudáveis

Esta actividade deve levar 45 minutos a ser concluída

Objectivo do Módulo: Aumentar a consciência dos participantes sobre comportamentos de


relacionamentos saudáveis e não saudáveis

Materiais Papel de jornal / álbum seriado, marcadores, fita adesiva, papel de jornal,
necessários: lápis e papel para os participantes

NOTA do Moderador: Ao longo desta sessão, falamos sobre


relacionamentos românticos. Em diferentes países, as pessoas falam sobre
relacionamentos românticos de maneiras diferentes. Às vezes chamam
isso de namoro, sair, sair juntos, etc. Podem chamar a outra pessoa no
relacionamento de namorado, namorada, parceiro, etc. Nós encorajamos
que se fale dos relacionamentos românticos de uma forma apropriado
para o seu contexto cultural.

A discussão a seguir sobre relacionamentos pode trazer várias reacções dos participantes, variando
de risos por vergonha a expressões de ansiedade. É importante medir o nível de maturidade
dos participantes e falar sobre esse assunto delicado de uma forma adequada ao seu nível de
maturidade. Observe que relacionamentos românticos entre pessoas do mesmo sexo podem
surgir nos debates com os participantes do programa. Uma maneira de lidar com isso é falar sobre
relacionamentos de uma forma geral que não defina se é do mesmo sexo ou do sexo oposto.
Os conceitos apresentados neste módulo são relevantes para todos os tipos de relacionamentos.
Recomendamos que, ao final deste módulo, os Moderadores forneçam a todos os participantes
informações sobre os seguintes tópicos: lista de contactos da polícia, assistência jurídica, serviços
de saúde, incluindo de saúde mental, serviços de HIV, serviços de planeamento familiar e outros
serviços de apoio psicossocial que existam na sua comunidade. Fornecer esses recursos de
forma igual a todos os participantes evita destacar aquelas que você acha que podem ter riscos
específicos. Além disso, são recursos que podem usar no futuro ou partilhar com outras pessoas,
mesmo que elas próprias não precisem desses serviços no momento.

Devido à natureza deste módulo, os participantes também podem revelar questões delicadas aos
Moderadores, incluindo revelações de abuso - isso requer acompanhamento activo e referências.

33
AVANTE RAPARIGAS!
Os Moderadores devem agir para atender às necessidades dos participantes que denunciem
abusos; incluindo ajudá-las a obter serviços quando apropriado. Os Moderadores devem reportar
quaisquer incidentes às autoridades competentes. Recomendamos que os Moderadores tenham
disponível uma lista de recursos / referências para: polícia, assistência jurídica, serviços de saúde
incluindo saúde mental, serviços de planeamento familiar, e outros serviços de apoio psicossocial,
incluindo atendimento pós-violência. Também é muito importante que você avalie o contexto
em que está a trabalhar para saber para onde ir (e onde não ir) em questões sensíveis, como a
violência.

O Moderador DIZ: Hoje estaremos falando sobre todos os tipos de relacionamentos, incluindo
aqueles que você tem com amigos, colegas, familiares, professores e outros. Para a maioria
das pessoas, ter relacionamentos com outras pessoas é uma parte importante de ser feliz.
Os relacionamentos humanos podem cumprir vários aspectos emocionais, sociais, físicos e
necessidades intelectuais. Cada pessoa em cada sociedade tem muitos tipos diferentes de
relacionamentos. Isso inclui familiares, amigos, vizinhos, professores, colegas estudantes,
relacionamentos românticos e outros. Habilidades de relacionamentos saudáveis com todas
esseas ipessoas nos ajudarão a ter interacções e comunicar de forma saudável com todas as
pessoas que conhecemos e com quem nos preocupamos agora e no futuro. Hoje, queremos
debater e comparar as qualidades de relacionamentos saudáveis e não saudáveis. É importante
saber que cada um dos diferentes tipos de relacionamento pode ser saudável ou não saudável.

Relacionamentos Saudáveis e não Saudáveis


O Moderador DIZ: Para começar, vamos nos concentrar nas qualidades dos relacionamentos
saudáveis e pensar nas maneiras como bons amigos, cuidadores, família e membros da
comunidade se relacionam. Vamos fazer uma lista de maneiras como bons amigos, cuidadores,
família, vizinhos, professores e outros membros da comunidade se relacionam.

NOTA do Moderador: Afixa na parede, árvore ou outro sítio um papel gigante preparado com o
título “Características de Relacionamentos Saudáveis”. Permita que vários participantes respondam
e escrevam as respostas no papel gigante. Forneça ajuda conforme necessário e certifique-se de
que os exemplos abaixo sejam incluídos na conversa.

34
AVANTE RAPARIGAS!

Características de relacionamentos saudáveis

Ouvir os outros Apoiar / cuidar um do outro Tentar entender os


sentimentos um do outro

Ajudar aos outros a Poder discordar sem magoar Divertir-se juntos, fazer o
resolver problemas o outro outro rir

Ser honesto com o Ser paciente com o outro Manter a confiança quando
outro a outra pessoa pede

Tratar os outros como Confiar um no outro Ter expectativas


iguais compartilhadas
Comunicar-se (estar São confiáveis (podem Respeitar as coisas que
e falar com os outros) contar uns com os outros) são importantes para cada
de forma saudável pessoa (por exemplo,
escola, família, religião)
Fazer coisas juntos Fazer um ao outro se sentir Respeitar os limites / ou
e sozinhos ou com seguro coisas que a outra pessoa
outras pessoas não quer fazer

NOTA do Moderador: Certifique-se de que todas as respostas mostradas no quadro sejam


mencionadas na discussão, caso não sejam mencionadas pelos participantes.

O Moderador DIZ: Vocês fizeram uma óptima lista das várias coisas que constituem
relacionamentos saudáveis! Quando um relacionamento é saudável, os comportamentos de
ambas as pessoas apresentam essas características.

NOTA do Moderador: Afixe um papel gigante na parede, árvore ou outro sítiol preparado
com o título “Características de relacionamentos não saudáveis” e comece a discussão sobre
comportamentos de relacionamento não saudáveis.

O Moderador DIZ: Agora vamos discutir coisas que as pessoas fazem em relacionamentos
que não são saudáveis. Isso pode incluir comportamentos que magoam outras pessoas (mas
não necessariamente causam ferimentos) ou não mostram respeito, confiança ou comunicação
saudável e amigável. Quais são alguns dos comportamentos prejudiciais à saúde que às vezes
acontecem nos relacionamentos?

NOTA do Moderador:
• Permitir que vários participantes respondam
• Escrever as respostas no papel gigante
• Faz perguntas que podem ajudar a identificar os vários comportamentos não saudáveis:
- Como é que alguém pode magoar outras pessoas usando palavras? Ou pode magoar alguém
fisicamente?
- Que tipo de comportamento não saudável você vê na escola ou na sua comunidade / vila?
- Você já ouviu pessoas fazerem comentários maldosos sobre a aparência de alguém?

35
AVANTE RAPARIGAS!
• Gaste aproximadamente 5 minutos gerando esta lista
• As respostas possíveis incluem:

Características de relacionamentos não saudáveis

Dizer coisas maldosas Gritar muito com a outra Não se preocupar em


de propósito pessoa magoar os sentimentos da
outra pessoa

Bater ou magoar Mentir Fazer a outra pessoa chorar


fisicamente a
outra pessoa de
alguma forma

Não tratar a outra Ser desrespeitoso com a outra Fofocar sobre a outra pessoa
pessoa como igual pessoa

Pressionar a outra Envergonhar ou gozar coma Tentar controlar tudo que a


pessoa a fazer coisas outra pessoa outra pessoa faz
que ela não quer
Não ouvir a outra Não guardar segredo de Não fazer a outra pessoa se
pessoa algo que lhes foi dito em sentir segura
privado

Relacionamentos românticos saudáveis e não saudáveis


NOTA do Moderador: Esses tipos de relacionamento são chamados de coisas diferentes
em diferentes culturas (por exemplo, relacionamentos românticos, , namoro, sair, sair juntos).
Certifique-se de falar dos relacionamentos românticos da forma mais apropriada para o seu
contexto.

O Moderador DIZ: Você mencionou muitas características interessantes de relacionamentos


não saudáveis. Até agora temos pensado em todos os tipos de relacionamento: família, amigos,
professores, vizinhos, colegas estudantes e outros. Agora, vamos falar sobre relacionamentos
românticos.

Quando as pessoas crescem, elas começam a ter relacionamentos românticos. São relacionamentos
em que você e a outra pessoa se consideram mais do que amigos. Esse pode ser um relacionamento
sério, como um relacionamento em que duas pessoas estão se vendo/contactando regularmente;
ou casual, significando que duas pessoas estão apenas começando a se conhecer ou a passar
algum tempo juntas.

As pessoas nesses relacionamentos podem fazer actividades juntas que são planeadas com
antecedência ou podem se encontrar de forma mais casual, que podem estar também com um
pequeno grupo de amigos/social. Falar sobre relacionamentos românticos pode não ser importante

36
AVANTE RAPARIGAS!
para a sua situação atual, mas será no futuro, caso venha a ter esse tipo de relacionamento.
Queremos que você esteja preparado para lidar com os problemas que poderá enfrentar no futuro.

Vamos falar sobre como os relacionamentos românticos geralmente funcionam na sua comunidade.
Quantos anos tem a maioria das pessoas quando têm o seu primeiro relacionamento romântico
(namoro)? Que tipo de actividades fazem juntos? Passam mais tempo juntos sozinhos ou saem
com outros amigos?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam. Para além dos exemplos
que os participantes disserem diga à classe que dar uma caminhada, estudar juntos, ver um filme
juntos, comparecer a um evento ou festa juntos ou ouvir música juntos também podem ser coisas
que as pessoas em um relacionamento amoroso fazem às vezes.

O Moderador DIZ: Nesta actividade fizemos quadros de maneiras saudáveis e não saudáveis
de como amigos, cuidadores, família e outros conhecidos às vezes se relacionam. Vamos falar
sobre comportamentos ou qualidades que você acrescentaria a essas listas ao pensar em como as
pessoas em relacionamentos românticos às vezes tratam umas às outras.

NOTA do Moderador: Volte ao papel gigante afixado sobre “Características de Relacionamentos


Saudáveis”

O Moderador PERGUNTA: Quais são as maneiras saudáveis de as pessoas em relacionamentos


românticos se tratarem umas às outras? O que você acrescentaria a esta lista? Podem não ser
coisas totalmente novas, mas podem ser novas maneiras de pensar sobre o que você já tem na
lista.

NOTA do Moderador: Escreva as respostas no papel gigante com um marcador de cor diferente.
Forneça ideias se necessário e tire dúvidas sobre os exemplos que não estiverem claros. Certifique-
se de que todas as respostas mostradas no quadro sejam mencionadas na discussão, se não forem
mencionadas pelos participantes.

As respostas possíveis incluem:

Características de relacionamentos românticos saudáveis

Ouvir um ao outro Apoiar um ao outro Tentar entender os


sentimentos um do outro

Ajudar um ao outro a Poder discordar sem magoar Divertir-se juntos


resolver problemas um ao outro

Ser honesto um com Ser paciente um com o outro Fazer um ao outro rir
o outro

37
AVANTE RAPARIGAS!

Características de relacionamentos não saudáveis

Tratar um ao outro de Confiar um no outro (isso Preocupar-se um com o


forma igual inclui confiar que as duas outro
pessoas acordaram entre si
se o seu relacionamento é
exclusivo ou não)

Comunicar-se (eestar Ser confiável (poder contar Respeite as coisas que são
e falar um com o um com o outro) importantes para cada
outro) de forma pessoa (por exemplo,
saudável escola, família, religião)

Fazer coisas juntos Ambas as pessoas estão Respeitar os limites /


e sozinhos ou com no relacionamento porque coisas que a outra pessoa
outras pessoas querem (a escolha é delas) não quer fazer (isso inclui
respeitar os limites sobre
comportamentos físicos,
como abraços ou beijos)

O Moderador DIZ: Existem diferenças entre relacionamentos saudáveis de família, amigos,


vizinhos, professores e colegas e relacionamentos românticos saudáveis? Não! Isso porque
muitas das qualidades de um relacionamento saudável são as mesmas em diferentes tipos de
relacionamento. E a base de um bom relacionamento romântico costuma ser uma boa amizade.

NOTA do Moderador: Agora no papel gigante sobre “Comportamentos em relacionamento não


saudáveis”.

O Moderador DIZ: Vamos fazer o mesmo com a lista de comportamentos de relacionamento


não saudáveis. Quais as maneiras não saudáveis pelas quais as pessoas em relacionamentos
românticos às vezes tratam umas às outras? O que você acrescentaria a esta lista? Lembre-se de
que podem não ser coisas totalmente novas, mas podem ser novas maneiras de pensar sobre o
que você já tem na lista.

NOTA do Moderador:
• Registe as respostas no papel gigante com um marcador de cor diferente
• Forneça ideias conforme necessário e tire dúvidas sobre os exemplos que não estiverem claros
• Gaste aproximadamente 5 minutos gerando esta lista. As respostas possíveis incluem:

38
AVANTE RAPARIGAS!

Características dos relacionamentos românticos não saudáveis

Dizer coisas maldosas Gritar muito com a outra Não se preocupar em


de propósito pessoa magoar os sentimentos da
outra pessoa

Bater ou magoar Mentir Fazer a outra pessoa chorar


fisicamente a outra
pessoa

Não tratar a outra Não ter respeito com a outra Fofocar sobre a outra
pessoa por igual pessoa pessoa com outras pessoas

Não manter a privacidade


de algo que eles disseram
em segredo

Pressionar ou forçar a Não permitir que a outra Tentar controlar para onde a
outra pessoa a fazer pessoa passe tempo com outra pessoa vai e o que ela
coisas que ela não certas pessoas faz
quer (isso pode incluir
comportamentos físicos
como beijar, tocar em
áreas privadas)

Uma pessoa não


quer estar no
relacionamento, mas
sente que não tem
escolha (está sendo
forçada, pressionada ou
sente que deve estar no
relacionamento para
obter as coisas de que
precisa para si mesma
ou para sua família)

39
AVANTE RAPARIGAS!
O Moderador DIZ: Vocês fizeram um ótimo trabalho pensando em relacionamentos românticos
saudáveis e não saudáveis! Uma característica importante dos relacionamentos não saudáveis
sobre a qual queremos falar é “pressionar a outra pessoa a fazer coisas que ela não quer fazer”.
Conforme você cresce, você pode enfrentar pressão de outras pessoas para fazer coisas que você
não quer ou coisas que você sabe que não deveria fazer. Essas pressões podem vir de outras
meninas ou meninos da sua idade, mas também de crianças mais velhas ou adultos.

As pessoas podem pressioná-la de diferentes maneiras. Podem-lhe oferecer presentes. Podem


fazer com que você sinta que deve fazer coisas que essas pessoas fazem se você quiser ser amiga
dessas pessoas. Podem lhe provocar e dizer que é hora de provar que você cresceu, ou podem-he
meter medo e ameaçar. Essa pressão pode deixá-la envergonhada ou com medo, mas se achar
que fazer algo é uma má ideia, é sempre melhor não fazê-lo. Confie nos sentimentos que lhe
dizem se algo é uma boa ou má ideia.

Conversar com seus pais/cuidadores ou outro adulto de confiança pode ajudar. Eles podem ajudar
a pensar sobre como evitar situações em que as pessoas a pressionam. Também podem ajudar a
imaginar como se sentirá se alguém tentar pressioná-la e a pensar no que você fará.

Pressão de Pares
Quando meninas ou meninos da sua idade ou apenas alguns anos mais velhos vos pressionam a
fazer coisas com as quais você se sente desconfortável, isso é chamado de “pressão de pares”. Os
amigos podem encorajá-la a fazer coisas perigosas ou arriscadas. Podem querer que você faça
coisas que são más para a sua saúde, como fumar, experimentar bebidas alcoólicas ou drogas.

O álcool e as drogas fazem você pensar com menos clareza e podem levá-la a fazer escolhas
arriscadas.

Os amigos também podem encorajá-la a fazer sexo, mesmo que você não se sinta pronta. Tanto
meninos quanto meninas podem se sentir pressionados a fazer sexo. Não pressione ninguém
para fazer sexo e não deixe ninguém pressioná-la a fazer sexo. Se uma pessoa disser Não ao sexo,
é importante parar e não fazer. Se alguém a pressionar, magoara ou ameaçar, conte logo a um
adulto em quem você confia.

Pressão de pessoas mais velhas


As pessoas podem tratá-la de maneira diferente conforme o seu corpo vai mudando. Por exemplo,
rapazes e homens mais velhos podem dar mais atenção às meninas. Podem pressionar as meninas
tocar nelas ou beijá-las. Podem até querer fazer sexo. Podem dizer que, se você os ama, irá a algum
lugar escondido com eles.

Alguns rapazes ou homens mais velhos podem oferecer presentes ou dinheiro às raparigas para
chamar a sua atenção. Os seus amigos podem dizer a você para aceitar os presentes ou deixar os
rapazes e os homens tocarem em você. Os presentes podem parecer seguros, mas a pessoa que
os dá pode pressioná-la a fazer algo sexual em troca.

40
AVANTE RAPARIGAS!
Existe algo chamado abuso sexual infantil que é importante que você saiba. Isso inclui quando um
adulto ou rapaz ou rapariga mais velho:

• Toca você de maneiras que a fazem sentir desconfortável, incluindo tocar nas suas partes íntimas
• Diz coisas a você que são sexuais
• Faz você tocar as suas partes íntimas
• A pressiona a fazer sexo

Às vezes, a pessoa que faz essas coisas é um estranho, ou às vezes uma pessoa que você conhece
bem. Isso pode fazer você se sentir mal, triste ou com raiva. É sempre importante contar aos seus
pais/cuidadores ou a outro adulto em quem você confia se alguém tentar fazer essas coisas com
você.

Você deve desenvolver relacionamentos com pessoas que a respeitem e façam com que se sinta
segura. Num relacionamento romântico saudável à medida que você cresce, se você ama outra
pessoa e deseja que os vossos corpos estejam próximos, você deve pedir permissão, assim como
os outros devem pedir a sua permissão. Se os outros disserem não, você deve respeitar. Você não
gostaria que alguém tocasse em você se você não gostasse. Você deve respeitar os desejos das
outras pessoas.

Vamos pensar sobre essas listas de comportamentos de relacionamento saudáveis e não saudáveis
enquanto fazemos a actividade a seguir, que nos ajudará a discutir mais sobre comportamentos
nos relacionamentos.

NOTA do Moderador: Vá para a próxima página onde está a Actividade das Cores.

Actividade das Cores - Vermelho, Amarelo, Verde


Objectivo da Actividade:

1) Continue a a escrever as diferenças entre comportamentos saudáveis e não saudáveis


2) Discuta quando comportamentos não saudáveis (comportamentos de luz amarela) ficam mais
graves e se tornam inseguros (comportamentos de luz vermelha)
3) Reforce que os comportamentos inseguros (luz vermelha) incluem comportamentos de
violência no relacionamento e exigem a ajuda de um adulto de confiança

Materiais necessários: Papel gigante; marcadores preto, verde, amarelo e vermelho

• Afixe 3 papéis gigantes na parede, árvore ou outro sítio, cada um preparado com um marcador
diferentediferente:
1) Marcador Verde (comportamento saudável) - CONTINUE!
2) Marcador Amarelo (comportamento não saudável) - CUIDADO! Este é um comportamento
preocupante em que você usaria as habilidades de comunicação saudáveis e / ou falaria com
um adulto de confiança
3) Marcador Vermelho (comportamento inseguro) - PARE! Obtenha ajuda de um adulto de
confiança.

41
AVANTE RAPARIGAS!
• Se você tiver marcadores verdes, amarelos e vermelhos, desenhe um círculo com essas cores
e com as palavras CONTINUE, CUIDADO, PARE, respectivamente. Pede aos participantes que
fiquem ao lado das suas escolhas para cada comportamento. Coloque os 3 papéis gigantes em
3 lugares diferentes.

O Moderador DIZ: Vocês fizeram um ótimo trabalho listando maneiras saudáveis e não saudáveis
sobre como as pessoas às vezes tratam umas às outras em vários relacionamentos! Agora vamos
fazer uma actividade chamada “Actividade das Cores”, que nos fará pensar mais sobre a diferença
entre comportamentos saudáveis, não saudáveis e inseguros. Às vezes, há uma diferença clara
entre comportamentos saudáveis, não saudáveis e inseguros. Por exemplo, sempre que alguém
tenta magoar outra pessoa de propósito, ameaça outra pessoa ou a força outra pessoa a fazer
algo que não quer, é um comportamento inseguro. Outras vezes, pode ser difícil decidir se o
comportamento de alguém não se considera saudável e deve ser identificado como não saudável
ou inseguro.

Vou ler sobre algumas situações, uma de cada vez. Quero que cada uma de vocês imagine que um
amigo ou irmão diz que isso aconteceu com ele ou ela. Em seguida, você precisará decidir se deve
dar conselhos sobre a luz amarela, vermelha ou verde ao seu amigo ou irmão. Depois de decidir
a cor do conselho que quer dar vá até ao papel gigante que tem a mesma cor do seu conselho.

NOTA do Moderador: Se não for possível que os participantes se levantem para ficarem perto
dos papéis gigantes com as cores que escolhem para cada conselho, tudo bem. Podem votar
levantando a mão para indicar a sua resposta para cada situação ou responder de outra forma
que seja apropriada para o espaço onde está a ser feita a actividade. Após cada afirmação, tenha
um debate com as participantes para elas explicarem a escolha dos seus conselhos e responda às
dúvidas que possam terter sobre as maneiras de avaliar os comportamentos dos relacionamentos.

O Moderador DIZ:
O Conselho verde é dado quando o comportamento é saudável e é para “continuar”.

O Conselho amarelo é dado quando o comportamento é preocupante - não é saudável, mas


ainda não é um comportamento inseguro. Nessas situações, você diria ao seu amigo ou irmão que
têm algumas das opções abaixo:
1) Podem usar as habilidades de comunicação saudáveis para explicar como se estão a sentir e o
que estão a pensar, ou
2) O seu amigo ou irmão pode falar com um adulto de confiança. Se esses comportamentos
continuarem e os deixarem numa situação desconfortável ou infeliz, quer dizer que esses
comportamentos mudaram para a corvermelha.

O Conselho vermelho é dado quando o comportamento é um risco para a saúde e inseguro.


Nessas situações, você diria ao seu amigo ou irmão para ter certeza de que estão seguros
e, em seguida, pedir ajuda a um adulto de confiança para discutir o assunto e a decidir como
permanecer seguro. Você os ajudaria a encontrar alguém com quem pudessem conversar, se eles
não soubessem a quem recorrer.

NOTA do Moderador: Leia a primeira situação e depois permita que os participantes escolham
a cor do conselho que querem dar, através do voto levantando a mão para a cor que escolheram

42
AVANTE RAPARIGAS!
ou indo até à folha de papel gigante que tem a cor do conselho que escolheram. Em seguida,
pergunte aos participantes por que escolheram o conselho amarelo, vermelho ou verde. Use o
texto abaixo como um guião para o debate. Repita o exercício para todas as situações.

O Moderador DIZ:

Situação # 1. Tenho saído com o meu namorado há algumas semanas. Discordámos sobre o que
íamos fazer na sexta-feira à noite, mas conversámos e fomos amigáveis um com o outro, embora
não estivéssemos de acordo.

Verde
Desentendimentos e conflitos acontecerão em todos os relacionamentos. O mais importante é
como gerimos esses conflitos. Nesta situação, parece que as duas pessoas permaneceram calmas
e usaram as habilidades de comunicação saudáveis (por exemplo, “conversar sobre isso” em vez
de gritar ou usar violência).

Situação # 2. Tive a minha primeira discussão com o meu namorado. Chamei-o de idiota, pedi
desculpas e prometi não fazer isso de novo.

Pode ser verde, amarelo ou vermelho

Chamar nomes é um exemplo de violência emocional. Este comportamento ultrapassou os limites


da segurança/do risco? Que outras informações você precisa saber para decidir?

É possível que esta seja uma situação de cor amarela na qual as habilidades de comunicação
saudáveis possam ser usadas, especialmente se isso nunca aconteceu antes. Também é possível
que esta seja uma situação de cor vermelha, especialmente se já aconteceu mais de uma vez e
outros tipos de comportamentos de risco / agressivos / violentos estão a ocorrer.

Situação # 3. O meu professor disse-me que se eu quiser tirar boas notas este ano, tenho de ficar
depois da aula para trabalhar com ele após os outros alunos irem embora.

Vermelho

Nos relacionamentos com pessoas mais velhas e com autoridade sobre você/com poder (podem
ser familiares, cuidadores, professores, polícias, líderes comunitários, entre outros), é muito
importante que se proteja e evite situações em que o comportamento do relacionamento se
pode tornar um risco para a saúde / segurança. Nesses casos, é importante ter a certeza de que
você não está sozinha com alguém que a faça sentir-se desconfortável ou insegura. Como lidaria
com esta situação para ter a certeza de que continua a ser uma situação de cor verde?

Situação # 4. O meu namorado e eu adoramos ficar juntos, mas não gostamos do mesmo tipo de
música.

43
AVANTE RAPARIGAS!
Verde
Em relacionamentos saudáveis, nem sempre é necessário concordar em tudo. No entanto, quando
duas pessoas discordam, é importante usar as habilidades de comunicação saudáveis e respeitar
as opiniões uma da outra.

NOTA do Moderador: Se os participantes disserem que ista situação é “amarela”, tente perceber
por que selecionaram essa cor. Os participantes podem pensar que não ter interesses ou valores
comuns é motivo para cor amarela. Certifique-se de validar as respostas delas (por exemplo, se
isso for importante para você, pode ser um motivo para não ter um relacionamento amoroso com
essa pessoa) e indique se o comportamento em si é um risco para a saúde ou inseguro.

Situação # 5. O meu namorado ameaçou matar-se se nós terminássemos.

Vermelho
Ameaças usadas para controlar outra pessoa em relacionamentos românticos são um exemplo de
violência emocional. Obter ajuda pode ser um apoio para os dois.

Situação # 6. Cada vez que visto uma determinada roupa, o meu namorado grita comigo, e me
chama de gorda e me diz para trocar. Parei de usar essa roupa porque tenho medo que o meu
namorado grite comigo de novo.

Vermelho
O zangar e o comportamento controlador são exemplos de violência emocional. Frequentemente,
esses tipos de comportamentos não param e até podem levar à violência física.

Situação # 7. A minha amiga, que está três classes acima de mim na escola, disse-me que se eu
quisesse continuar a ser amiga dela, teria de enganar uma outra rapariga de quem ela não gosta.
Ela quer envergonhar essa rapariga à frente dos nossos colegas da escola.

Vermelho
Sempre que uma amiga tenta convencê-la a fazer algo que você não quer ou que você acha que
não é certo para que possam permanecer amigas, é um comportamento coercivo e um exemplo
de manipulação emocional. Que acção que poderia mudar esse comportamento de cor vermelha
para um comportamento de cor verde?

NOTA do Moderador: Acrescenta uma ou duas situações de cor amarela, verde ou vermelha que
sejam relevantes para os participantes. Facilite um debate sobre essas situações.

O Moderador PERGUNTA: Há algo em comum entre os comportamentos inseguros da cor


vermelha?

44
AVANTE RAPARIGAS!
NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam e, em seguida, explique ou
resuma.

O Moderador DIZ: TODOS os comportamentos coercivos ou manipulativos, ou comportamentos


violentos emocionais, físicos e sexuais são de cor vermelha. Esses comportamentos são maus -
têm o potencial de ser imediatamente de risco.

O Moderador PERGUNTA: Há algo em comum entre os comportamentos preocupantes de cor


amarela?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam e, em seguida, explique ou


resuma.

O Moderador DIZ: Alguns comportamentos nos relacionamentos são claramente inseguros,


como o uso de violência física ou sexual. Mas pode ser um pouco mais difícil descobrir alguns
outros comportamentos. Às vezes, como já debatemos com os comportamentos de cor amarela,
podemos usar habilidades de comunicação saudáveis ou a ajuda de um adulto de confiança para
falar sobre a situação ou o problema. Mas, às vezes, isso não é suficiente. Às vezes, a outra pessoa
recusa-se a usar habilidades de comunicação saudáveis e os comportamentos não saudáveis
continuam até se tornarem inseguros. Se você não tiver certeza e estiver nessas situações, converse
com um adulto de confiança. Os relacionamentos são complicados e conversar com alguém pode
ajudá-la a tomar decisões sobre a melhor forma de manter a si mesma e aos outros seguros.

Resumo da Sessão
O Moderador DIZ: Como já discutimos, nenhum relacionamento é perfeito. Haverá momentos
em que você terá desentendimentos com amigos, familiares, pessoas em relacionamentos
românticos e outras pessoas na sua vida também. Tudo bem, desde que você seja capaz de resolver
esses conflitos de maneira calma e saudável. Mas, é muito importante pensar sobre o que é mais
importante para você nesses relacionamentos. Se a outra pessoa está a tratar-te de maneira não
saudável ou insegura, ou você não consegue resolver os conflitos de maneira saudável; você tem
algumas decisões a tomar sobre o relacionamento. Você pode decidir terminar o relacionamento
ou simplesmente não passar muito tempo com a pessoa.

Durante a maior parte desta actividade, falámos sobre relacionamentos em que duas pessoas
escolhem ter esse relacionamento ter. No entanto, nem sempre é assim. Você não pode controlar
o que as outras pessoas fazem. Esperamos que este conhecimento e essas dicas ajudem a mantê-
la segura. No entanto, se você ou alguém que você conhece já foi vítima de violência, existem locais
e pessoas que podem ajudar. Pense em quem são os adultos de confiança na sua vida e na sua
comunidade - quem você acha que poderia ajudar alguém que está numa situação de risco/insegura?

Nota do Moderador: Por causa do tema desta actividade, as adolescentes podem revelar questões
delicadas aos Moderadores que requerem acompanhamento e referências. Recomendamos que
os Moderadores tenham disponível uma lista de recursos / referências para: polícia, assistência
jurídica, serviços de saúde, como serviços de planeamento familiar, saúde mental e outros serviços
sociais, incluindo os cuidados pós-violência. Também é muito importante que se avalie o contexto
local para saber aonde ir (e não ir) em questões delicadas, como a violência.

45
1. Peça aos estudantes para formarem pares e escolherem alguns dos cenários de amizade e
discutirem como é que responderiam a cada um deles. Peça aos estudantes que sejam

AVANTE RAPARIGAS!
honestos nas suas respostas.

2. Volte a reunir o grupo e discuta esta actividade com ele, servindo-se das seguintes questões
para discussão:

• Digam duas coisas que fariam com toda aPara certezafazer em casa,
para ajudarem um/adepois
amigo/a?da sessão
• Digam duas coisas que não fariam de maneira nenhuma, mesmo para ajudarem um/a amigo/a.
• O Moderador
Há coisas que
DIZ:em Ao princípio não fariam,
reflectir sobre a nossa mas que se
discussão deum/a bom/boa
hoje, pense amigo/a
em duas vos pedisse,
coisas:
fariam? Os estudantes não precisam de revelar que coisas são essas, mas procure compreender
porque
1) como é que
você umaser
deseja pessoa aceitaria
tratada fazer algo
pelas pessoas que
nos por princípio não
relacionamentos quefaria:
você Porquê?
tem Como é que
os alunos
2) como vocêpodem
deseja evitar uma
tratar as situação
pessoas noscomo essa?
relacionamentos que você tem.
• 3) Escreva
Quando é que
duas uma
listas amizade
e fale sobredeixa de ser
elas com umboa ou saudável
amigo para
ou adulto emvocês?
quem você confia e respeita.

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Pergunte aos estudantes como conquistar amigos e manter amizades saudáveis que vão ao
encontro das exigências que eles escreveram na primeira actividade.

2. Recorde aos estudantes que as amizades saudáveis são importantes para os jovens, mas por
vezes elas precisam de ter limites. Diga-lhes que: “Por vezes os amigos podem pedir-vos para
fazerem coisas que não são do vosso interesse e vocês têm de ser fortes e fazerem aquilo que
é melhor para vocês”. Lembre-os da sessão de definição de metas, recordando as habilidades
e as qualidades que eles têm à sua disposição, que os podem ajudar nestas situações.

3. Pergunte aos alunos o que mais é que eles aprenderam nesta sessão e como é que isso os
pode ajudar no seu dia-a-dia.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão cobertos.

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46
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 5
Falar Alto! Comunicar com os Outros
Síntese da Sessão

Session Description: Os participantes assistem a uma demonstração de uma comunicação


assertiva (forte), passiva (fraca) e agressiva (belicosa), e depois praticam o
uso das habilidades assertivas.

Learning Objectives: No fim desta sessão, os estudantes deverão ser capazes de:
1. Definir o que é comunicação assertiva (forte), agressiva (belicosa) e
passiva (fraca).
2. Identificar e praticar as habilidades básicas de comunicação forte.

Time: 45 minutos

Materials and • Escreva as definições de comunicação forte, fraca e belicosa no quadro


preparation: de parede (ver a Actividade 1). Os estudantes podem achar confusas
as palavras “assertiva”, “passiva” e “agressiva”. Se assim for, use, em vez
delas, as palavras “forte”, “fraca” e “belicosa”.
• Os gestos e as palavras nesta sessão são exemplos possíveis a utilizar.
Encorajamo-lo/a a desenvolver exemplos que sejam relevantes para a
sua própria cultura e comunidade. O texto de apoio “Dizermos o que
queremos e como é que nos sentimos” que se encontra no fim desta
sessão pode dar algumas ideias de como adaptar exemplos à medida
da vossa comunidade e que ajudarão a melhor compreender os três
tipos de comunicação.

Actividade 1: Três Maneiras de Dizer a Mesma Coisa


15 minutos

1. Explique aos estudantes que vai mostrar algumas formas diferentes de comunicar, recorrendo
ao seu/sua co-professora ou um/a estudante para o/a ajudar. Peça aos estudantes para fazerem
de conta que você é um/a estudante que precisa de pedir a este/a outro/a colega para o/a
ajudar nos trabalhos de casa.

• Passiva/fraca: Sem olhar para o/a seu/sua parceiro/a, “seria realmente bom que alguém me
ajudasse a fazer o meu trabalho de casa, porque sem isso eu não vou conseguir fazê-lo”.

• Agressiva/belicosa: Olhar para o/a parceiro/a e, talvez, aproximar-se demasiado dele/a e


falar demasiado alto, e dizer: “Já que achas que és muito esparto/a, é melhor que me ajudes

32 47
AVANTE RAPARIGAS!
a fazer o meu trabalho de casa senão serás tu o/a responsável por eu não conseguir fazê-lo”.

• Assertiva/forte: Olhar para a pessoa, mas manter a distância e dizer: “Acho-te muito inteligente
e preciso de ajuda para fazer o trabalho de casa. Poderias ajudar-me a fazê-lo, hoje, depois das
aulas?”.

Pergunte aos estudantes o que é que eles acabaram de ver. Pergunte-lhes como é que teriam
reagido a cada uma das abordagens. Qual delas é que seria mais/menos provável fazê-los
sentirem-se seguros e respeitados? Porquê? Qual delas os poderia ter feito sentirem-se
ameaçados? Porquê?

2. Partilhe as três definições que se seguem sobre comunicação forte, fraca e belicosa. Pergunte
aos estudantes qual das formas demonstradas é que constitui um exemplo de comunicação
fraca? Ou belicosa? Ou forte?

Três Tipos de Comunicação e Definições

• Agressiva/belicosa: passar uma mensagem de forma impetuosa, sem pensar nos


sentimentos da outra pessoa; expressar-se de forma conflituosa. Comunicação
“belicosa”.

• Passiva/fraca: passar uma mensagem que não expressa as verdadeiras ideias e


sentimentos; ficar em silêncio, por vezes. Comunicação “fraca”.

• Assertiva/forte: passar uma mensagem de forma honesta expressando as ideias


e sentimentos que se tem; de forma clara e directa; respeito mútuo. Comunicação
“forte”.

3. Peça aos estudantes para darem exemplos de quando é que a comunicação belicosa e a
comunicação fraca podem ser apropriadas.

4. Faça notar que, como mostram os exemplos dos estudantes, há vezes em que a comunicação
belicosa e a fraca são apropriadas, mas que esta sessão se centrará no desenvolvimento da
habilidade de comunicação forte ou assertiva.

Actividade 2: Passos para a Comunicação Assertiva/Forte


10 minutos

Apresente e descreva os seguintes 4 passos da Comunicação Assertiva/Forte:

1. “I “Eu sinto…” - aqui os estudantes devem expressar a emoção que estão a sentir.

48 33
AVANTE RAPARIGAS!
2. “quando tu…” - aqui o/a estudante diz o que é que a outra pessoa fez que o/a fez sentir a emoção.
É importante notar que não se trata de culpar alguém mas sim de expressar sentimentos.
3. “Porque…” - o/a estudante explica porque é que uma determinada acção lhe fez sentir uma dada
emoção.
4. E eu gostaria/quero/preciso… - O que é que o/a estudante gostaria que tivesse acontecido para se
sentir melhor.

Alguns exemplos que pode dar:

a. Eu sinto-me magoado/a e traído/a…


quando me chamas bebé só porque
eu não quero fumar suruma ou manter relações sexuais com rapazes eu não o sei fazer…
e eu gostaria que respeitasses a maneira como eu me sinto em relação às drogas e ao sexo.

b. Eu fico assustado/a …
quando te aproximas demasiado de mim
porque isso é ameaçador …
e eu preciso que tu mantenhas uma maior distância entre nós.

c. Eu sinto-me abatido/a …
quando me dizes que eu não devo continuar na escola
porque acho que tu pensas que eu sou estúpido/a…
mas eu preciso que tu apoies a minha decisão de continuar na escola.

Actividade 3: O Que é Que eu Diria?


15 minutos

1. Peça aos estudantes que formem grupos de dois. Peça a cada par que responda, à vez, às
seguintes situações utilizando a comunicação assertiva/forte:

• Um/a rapaz/rapariga de quem vocês gostam pergunta-vos se vocês querem oferecer-


lhe uma cerveja.
• Alguém que vocês não conhecem vê-vos a caminhar pela estrada em direcção à escola
e oferece-vos uma boleia.

2. Reúna novamente o grupo todo e faça as seguintes perguntas aos estudantes:

• Como é que se sentiram ao praticar as habilidades de comunicação forte?


• Ouviram algumas afirmações fortes de que vocês próprios fariam uso? Quais foram?
• Essas afirmações fizeram-vos sentir-se confortáveis? Foi difícil confrontarem os vossos
pares? Porquê?

34 49
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Pergunte aos estudantes de que modo é que as habilidades assertivas os podem ajudar a
protegerem-se a eles mesmos e a outros estudantes.

2. Pergunte-lhes como é que as habilidades assertivas podem ajudar os estudantes a alcançarem


as suas metas para o futuro?

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


Explique que muitas vezes é mais difícil confrontar os nossos pares porque achamos
que temos alguma coisa a perder com isso, como a nossa popularidade, ou que vamos
ser gozados ou investigados. Explique que mais adiante, na capacitação, os estudantes
irão aprender habilidades adicionais para se comunicarem e para saberem negociar
em situações difíceis com os seus pares.

3. Diga aos estudantes que numa situação perigosa ou ameaçadora, se as pessoas estiverem fora
de si ou a consumir drogas ou bebidas alcoólicas, as habilidades de comunicação forte podem
não funcionar e que eles deverão, nesse caso, afastar-se da situação, com segurança.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

50 35
AVANTE RAPARIGAS!

Dizermos aquilo que queremos e como é que nos sentimos

Maneiras diferentes de nos comportarmos


As nossas famílias ensinam-nos como nos devemos comportar desde pequeninos. Há
várias maneiras possíveis de nos comportarmos numa dada situação, e a maneira como nos
comportamos vai determinar se as coisas correm bem ou correm mal.

Comportamo-nos de maneira fraca ou passiva quando:


• Não fazemos nada para nos afirmarmos.
• Cedemos àquilo que os outros querem.
• Permanecemos em silêncio quando não estamos de acordo ou nos sentimos insatisfeitos em
relação a alguma coisa.
• Suportamos tudo.
• Pedimos “desculpa” muitas vezes.
• Escondemos os nossos sentimentos.
• Não voltamos a tentar uma coisa depois de termos falhado.
• Deixamos que os outros tomem as decisões todas.
• Seguimos o grupo e cedemos à pressão dos nossos pares.

Temos um comportamento belicoso ou agressivo quando:


• Agimos sem pensar na outra pessoa.
• Ameaçamos fazer algum mal a uma pessoa para conseguirmos aquilo que queremos.
• Colocamo-nos a nós em primeiro lugar, mesmo sabendo que isso prejudica os outros.
• Fazemos exigências sem prestarmos atenção às ideias e às necessidades das outras pessoas.
• Ficamos zangados quando as outras pessoas discordam de nós.
• Gritamos, empurramos ou forçamos as pessoas.
• Fazemos as pessoas acharem que têm de se defender.
• Fazemos as pessoas parecerem pequenas para que nós possamos parecer grandes.

Mostramos um comportamento assertivo forte quando:


• Nos afirmamos a nós mesmos sem rebaixarmos os outros.
• Nos respeitamos a nós mesmos e à outra pessoa.
• Afirmamos as nossas ideias e sentimentos com clareza e honestidade; dizemos “Eu” acho e “Eu”
sinto.
• Mantemos os nossos valores e princípios.
• Fazemos as nossas palavras corresponderem à nossa linguagem corporal.
• Agimos com confiança, mas com respeito.
• Aceitamos elogios e sentimo-nos bem connosco mesmos.
• Aceitamos sugestões honestas que nos podem tornar melhores e nos permitem aprender
com elas.
• Dizemos “não” sem nos sentirmos mal por isso.
• Discordamos sem nos zangarmos.

36 51
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 6
Os Adultos como Apoiantes

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes passam em revista as características de um adulto


prestável. Os estudantes contam histórias que retratam as características
dos adultos prestáveis e dos adultos não prestáveis.

Objectivos No fim desta sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Explicar o que é uma relação saudável com um adulto.
2. Enumerar as características de um adulto prestável.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Pasta colante ou pinos


Preparação: • Copie a lista “Um Adulto Prestável”, abaixo, e afixe-a na sala, como um
cartaz ou no quadro de parede.

Um Adulto Prestável...

• Ouve os jovens.

• Acredita que os jovens têm pontos fortes e alguma coisa a dar à comunidade.

• Reconhece que os jovens têm direitos.

• Compreende que os jovens têm metas.

• Partilha recursos e ajuda os jovens a acederem a recursos.

• Respeita os jovens.

• Vê os jovens como um acervo de oportunidades, não como problemas.

• É flexível e aberto com os jovens.

• Serve como modelo de comportamento.

52 37
AVANTE RAPARIGAS!

Actividade 1: Características Úteis/Não Úteis


15 minutos

1. Peça aos estudantes para debaterem livremente as suas ideias sobre alguns dos benefícios de
terem adultos prestáveis nas suas vidas. Resuma.

2. Explique que, por vezes, os estudantes beneficiam de orientação, de apoio e de instrução por
parte dos adultos prestáveis. Às vezes esses adultos são chamados mentores. Pergunte que
outras designações é que se podem usar para descrever os adultos fiáveis, que dão apoio e
são prestáveis.

3. Peça aos estudantes para pensarem sobre alguma ocasião em que tenham beneficiado de
uma tal relação com um adulto. O que é que essa pessoa fez para os ajudar? O que é que essa
pessoa lhes ensinou? Que tipo de apoio emocional receberam dessa pessoa?

4. Divida os estudantes em dois grupos. Explique que para o propósito da próxima actividade
vamos designar essa influência adulta saudável na nossa vida por “adulto prestável”. Peça a um
grupo para debater livremente e registar em bloco gigante “Um adulto prestável é…”. Peça ao
outro grupo que faça o mesmo em relação a “Um adulto não prestável é…”

5. Afixe ambas as listas na parede ou no quadro de parede e debata-as.

6. Apontando para a lista “prestável”, pergunte aos estudantes porque é que essas são
características positivas de um adulto prestável. Como é que nós sabemos que esses são
traços positivos?

7. Apontando para a lista “não prestável”, pergunte aos estudantes porque é que essas são
características negativas, de um adulto não prestável. Como é que nós sabemos que esses são
traços negativos?

8. Pergunte aos estudantes se acham que os adultos não prestáveis alguma vez se consideram
adultos prestáveis. Porquê?

Actividade 2: Ouviram?
25 minutos

1. Peça aos estudantes para voltarem a formar os mesmos dois grupos de antes. Cada grupo
deve criar duas histórias distintas que depois irão contar aos outros. Explique-lhes que
ambas as histórias devem abarcar a mesma situação (inventada pelos estudantes), sendo que
uma versão deve demonstrar as características de uma boa ajuda e a outra demonstrar as
características de uma má ajuda.

38 53
AVANTE RAPARIGAS!
2. Peça aos estudantes para concordarem na “situação” que será utilizada como base para as
histórias. Por exemplo, um/a estudante vai ter com um adulto porque os outros estudantes
estão a ameaçar que lhe vão bater.

3. Permita que os estudantes trabalhem nas histórias que mais tarde irão contar aos seus colegas
de turma. As suas histórias devem apontar os detalhes, ser animadas, vivas e envolventes, à
maneira de como eles vêem os seus progenitores e avós a contarem histórias.

4. Volte a reunir o grupo todo e ponha os estudantes a contarem as suas histórias.

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


Muitos estudantes são seduzidos ou atraídos para relacionamentos sexuais com
adultos através de uma falsa impressão de uma relação de assistência legítima. Por
vezes, os adultos “ajudarão” os estudantes durante semanas ou mesmo meses, antes
de procurarem tirar vantagem dessa relação. Nessa altura os estudantes sentem-se
mal por confiarem nessa pessoa e muitas vezes culpam-se a si mesmos por aquilo que
aconteceu. É preciso comunicar este possível risco aos estudantes, dizer-lhes onde se
devem dirigir para obterem ajuda, e que o que lhes aconteceu não é culpa deles.

5. Depois de cada grupo ter contado a sua história, pergunte:

• O que é que ouviram nesta história que seja bom ou benéfico para o/a estudante que
está a ser ajudado/a?
• Nesta história, o que é que ouviram que foi mau e prejudicial para o/a estudante?
• Podem lembrar-se duma ocasião em que um adulto possa ter traído a confiança de
um/a estudante e tê-lo/a magoado de alguma maneira?
• O que é que deveriam fazer quando um adulto prestável trai a confiança de alguém e
o/a magoa de alguma maneira?
• Aonde é que se podem dirigir em busca de ajuda, se uma situação destas alguma vez
vos acontecer?

6. Dê sugestões sobre os locais onde os estudantes podem procurar apoio.

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Lembre aos estudantes as características de um adulto prestável efectivo.

2. Encoraje os estudantes a questionarem a relação no caso de essas características não estarem


presentes ou caso se sintam desconfortáveis. Lembre aos estudantes que devem seguir os
seus instintos.

54 39
AVANTE RAPARIGAS!
3. Lembre aos estudantes que no caso de um adulto abusar do seu poder tirando vantagens da
relação prestável jovem/adulto, isso constitui uma violação da confiança e dos direitos do/a
jovem e é inaceitável.

4. Pergunte aos estudantes, com base naquilo que aprenderam até agora, onde é que podem
procurar ajuda, caso isto aconteça. Reveja quem são as pessoas/locais onde podem dirigir-se
em busca de ajuda, no caso de um adulto abusar do seu papel como adulto prestável.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

40 55
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 7
O Meu Corpo Está a Mudar – Sou Normal? Parte 1

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes discutem as múltiplas alterações emocionais e físicas da


puberdade.

Objectivos No fim da sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Descrever as alterações emocionais e físicas da puberdade.
2. Reconhecer a normalidade das alterações emocionais e físicas da
puberdade.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Uma folha de papel em branco para cada grupo de 5 estudantes.


Preparação: • Rever e familiarizar-se com os textos de apoio sobre a puberdade nos
rapazes/raparigas e fazer cópias dele para cada estudante.
• Rever o recurso para os moderadores “Como falar com jovens sobre
sexo”, que se encontra no fim desta sessão.

Actividade 1: Puberdade – É Normal


40 minutos

1. Diga aos estudantes que a puberdade é um período da vida muito excitante, preenchido
por muito sentimentos e alterações positivas. Peça aos estudantes para pensarem na palavra
“puberdade”. O que é que essa palavra nos traz à mente? O que é que acontece durante a
puberdade? Registe as respostas dos estudantes em papel ou no quadro de parede.

2. Explique que estas alterações que têm lugar durante a puberdade são emocionais e físicas.
Peça aos estudantes que o ajudem a separar as respostas do passo 1 em duas categorias: a
física e a emocional.

3. Explique aos estudantes as seguintes mensagens físicas e emocionais da puberdade. À medida


que diz cada uma delas, assinale-a na lista dos estudantes ou acrescente-a se não estiver lá:

• A puberdade começa e termina em diferentes idades para diferentes pessoas (raparigas


e rapazes). Os estudantes passam por alterações (físicas e emocionais) relacionadas com

56 41
AVANTE RAPARIGAS!
a puberdade ao ritmo do seu próprio corpo. Isto é genético e não pode ser controlado.
Esta diversidade das alterações é normal.

• As raparigas começam geralmente as alterações da puberdade antes dos rapazes. Esta


diferença também é biológica e é, portanto, normal.

• Durante a puberdade, o corpo produz um aumento das hormonas que provocam


alterações físicas no corpo bem como nos sentimentos e no comportamento. É possível
a pessoa sentir-se muito enérgica num momento e cansada logo a seguir. Estas variações
emocionais são normais.

• Durante a puberdade, tanto as raparigas como os rapazes começam a sentir desejo


sexual. Este sentimento pode envolver alterações psicológicas, tais como um ritmo
acelerado de batimentos cardíacos e/ou rubor facial brusco ou nos órgãos genitais
quando são estimulados. Por vezes os rapazes têm excitação sexual durante o sono.
Isto nota-se geralmente devido à presença de uma substância húmida (ejaculação),
razão pela qual esta ocorrência é muitas vezes conhecida como “sonhos húmidos”. Esta
excitação sexual nocturna também acontece às raparigas, mas devido à ausência de uma
substância húmida, esta experiência não é visível. É importante ter em mente que estes
sentimentos de desejo e/ou excitação são normais e são sinais de um corpo saudável.

• Durante a puberdade, os rapazes e as raparigas podem sentir-se orgulhosos dos seus corpos
com novas características e querer exibi-los. As alterações corporais são sinais de maturidade
e é normal a pessoa sentir-se orgulhosa por estar a crescer. Os rapazes e as raparigas podem
também, por vezes, sentir-se desconfortáveis com os seus corpos, sentir-se desajeitados, ou
ter um alto nível de consciência de si próprios, devido às alterações rápidas e constantes nos
seus corpos. Estes sentimentos são muito comuns e acabam por passar.

• Durante a puberdade, ocorrem alterações físicas significativas nos rapazes e nas raparigas.
As raparigas já podem ficar grávidas e os rapazes já podem engravidar as raparigas. É
muito importante saber que estar-se fisicamente pronto e estar-se emocionalmente
pronto para a gravidez são duas coisas muito diferentes. Explique que a turma irá falar
mais sobre isto na sessão “Afinal, Como É Que a Gravidez Acontece?”.

4. Divida os estudantes em grupos de cinco, só de rapazes e só de raparigas. Dê a cada grupo


uma folha de papel em branco e peça a cada grupo que desenhe o corpo de um rapaz jovem
ou de uma rapariga jovem a passar pela puberdade. Devem apontar as alterações pelas quais
o corpo passa. Os grupos de rapazes devem desenhar um rapaz e os grupos de raparigas
devem desenhar uma rapariga. NOTA: se o grupo geral for composto apenas por rapazes ou
apenas por raparigas, nesse caso deve dizer a alguns grupos para desenharem um rapaz e a
outros para desenharem uma rapariga, para que ambos os sexos sejam desenhados.

5. Distribua os textos de apoio (anexos) “Alterações Físicas nas Mulheres durante a Puberdade”
e “Alterações Físicas nos Homens durante a Puberdade”. Peça aos estudantes para compararem
os seus desenhos com os desenhos dos textos de apoio. Explique que o/a segundo/a jovem
desenhado/a a contar da direita está em idade púbere. Pergunte aos estudantes se eles notam
as diferenças entre as quatro imagens.

42 57
AVANTE RAPARIGAS!
6. Pergunte aos estudantes se algumas das alterações enumeradas em baixo dos desenhos
podem ser embaraçosas. De que maneira é que essas alterações podem ser embaraçosas? Os
jovens costumam ser gozados por estarem a passar por essas alterações? Por quem? Porque
é que alguém há-de gozar outra pessoa por ela estar a passar por um processo que é normal?
Porque é que um/a jovem há-de gozar outro/a jovem que está, fundamentalmente, a passar
por uma situação igual ou semelhante à sua?

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Reforce a questão de que as alterações na puberdade são normais e reflectem um corpo


saudável e recorde aos estudantes que todos e cada um deles vai passar por essas alterações
ao seu ritmo individual.

2. Peça aos elementos do grupo que se comprometam a ajudar-se uns aos outros através deste
desafiador, mas muito excitante, período da puberdade.

3. Termine recordando aos estudantes os aspectos positivos da puberdade.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

58 43
AVANTE RAPARIGAS!

Como falar com Jovens sobre Sexo

1. Aceite os termos em calão. Mesmo se uma pergunta contiver termos em calão ou termos
errados, aceite a pergunta e, depois, reformule-a utilizando a terminologia correcta.

2. Diga que não sabe, se não souber. Se aparecer uma questão durante a sessão e/ou o/a
moderador/a não estiver seguro/a se a mesma é verdadeira ou falsa, reconheça que se trata
de uma questão válida e prometa procurar mais informação sobre esse tópico concreto, e na
sessão seguinte traga a resposta correcta para os estudantes.

3. Mantenha as coisas a um nível simples. Não tente impressionar ou intimidar os jovens.


Explique as coisas com termos que eles compreendam.

4. Procure chegar à questão real. Por vezes as perguntas pedem opiniões (i.e. “O que é que se
sente quando se beija alguém?”). Em vez de dar respostas que são difíceis de demonstrar ou
que talvez não sejam verdadeiras (i.e. “É sempre agradável”) procure responder à questão de
fundo (i.e. embaraço ou nervosismo) com um facto. Poderá dizer que é normal ter curiosidade
sobre as questões do sexo e da sexualidade e que a coisa mais importante a ter em mente é
que no sexo e nas manifestações sexuais:

a. Haja consenso (i.e. ambas as pessoas se queiram beijar);


b. Ambas as pessoas sejam maduras e estejam prontas (as pessoas muito jovens podem
ter curiosidade sobre o sexo e as manifestações sexuais, mas não estarem ainda prontas
para o fazerem);
c. Ambas as pessoas se preocupam uma com a outra.

5. Não faça juízos e tenha cuidado com as respostas com grande carga de valor. Atenha-se
aos factos e não partilhe as suas próprias opiniões e valores. Reveja a Introdução deste manual
no que se refere às formas como os moderadores podem conseguir não emitir juízos. Não faça
sentir culpa ou vergonha quando responde às perguntas, seja a pergunta qual for.

6. Não responda a questões pessoais. Atenha-se aos factos e não caia em situações em que
acabe por responder a assuntos pessoais sobre as suas experiências sexuais.

7. Sinta-se confortável. Se o/a moderador/a se sentir desconfortável ou revelar desconforto


através da linguagem não-verbal, os jovens aperceber-se-ão disso imediatamente. Se tratar de
um assunto sensível para o/a moderado/a debater, seja honesto/a. Diga aos jovens que se sente
um pouco nervoso/a em relação a certas questões e que, por vezes, o tópico da sexualidade
pode ser difícil de discutir, mas é um tópico que é importante discutir e em relação ao qual é
importante obter informação factual. Os jovens compreenderão.

8. Acolha as perguntas “E se”. Esta é uma idade cheia de curiosidade em relação à sexualidade e
muitos estudantes têm perguntas “E se”. Além disso, há muitos mitos em relação à puberdade.

44 59
AVANTE RAPARIGAS!
Algumas perguntas comuns que lhe podem ser feitas, são:

Q: Uma rapariga pode engravidar se o rapaz não ejacular?


A: Sim. Pode sempre libertar-se uma pequena quantidade de líquido que se liberta pelo
pénis antes da ejaculação. Este líquido contém espermatozóides; os espermatozóides
nadam para o óvulo da mulher e podem provocar gravidez.

Q: É verdade que a masturbação pode causar doenças ou cegueira?


A: A masturbação não causa qualquer tipo de doença.

Q: A rapariga pode engravidar logo da primeira vez que mantenha relações sexuais?
A: É possível engravidar logo da primeira vez que se mantêm relações sexuais. De todas as
vezes que a rapariga mantiver relações sexuais genitais com um rapaz ou com um homem,
corre o risco de engravidar. Engravidar é algo que tem a ver com a ovulação. Porque a rapariga
terá a sua ovulação exactamente antes de ter a sua primeira menstruação, é mesmo possível
engravidar antes da primeira menstruação. Sempre que uma rapariga mantiver relações
sexuais, ela pode, potencialmente, engravidar.

Q: Se um rapaz tiver uma erecção ou um sonho húmido e não mantiver relações


sexuais, ficará doente ou infértil?
A: Se um rapaz tiver uma erecção ou um sonho húmido, ele não tem de manter relações
sexuais ou de se masturbar. E se não o fizer, não ficará doente ou infértil. A erecção e os
sonhos húmidos são sinais de desenvolvimento normal e não um sinal de que se tenha de
manter relações sexuais imediatamente.

60 45
AVANTE RAPARIGAS!
Alterações Físicas nas Mulheres durante a Puberdade

• Crescem pêlos nas axilas e no púbis


• Há um crescimento acelerado
• O peso aumenta
• O corpo ganha formas
• As ancas alargam
• A cintura adelgaça
• Os seios crescem
• Tem início o período menstrual
• A pele torna-se oleosa e podem aparecer borbulhas
• A transpiração/o odor corporal aumenta

46 61
AVANTE RAPARIGAS!
Alterações Físicas nos Homens durante a Puberdade

• Crescem pêlos nas axilas, no púbis, no rosto e no peito


• Há crescimento acelerado
• O peso aumenta
• Os ombros alargam
• A massa muscular aumenta
• A voz engrossa
• O pénis aumenta de comprimento e alarga
• Os testículos crescem
• A pele torna-se oleosa e podem aparecer borbulhas
• A transpiração/o odor corporal aumenta
• A ejaculação começa/ocorrem sonhos húmidos

62 47
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 8
O Meu Corpo Está a Mudar – Sou Normal? Parte 2

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Esta sessão explora as alterações emocionais que os jovens vivem durante
a puberdade. Pede-se aos estudantes que identifiquem as formas como
se podem apoiar uns aos outros durante este período de mudança.

Objectivos No fim desta sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Identificar as necessidades emocionais durante a puberdade.
2. Estabelecer caminhos estratégicos para os estudantes se apoiarem
uns aos outros durante a puberdade.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Faça cópias do texto de apoio “Maneiras para desenvolverem auto-


Preparação: estima uns nos outros”, para cada estudante.
• Reveja as “Maneiras para desenvolverem auto-estima uns nos outros”
e esteja preparado/a com outras ideias de maneiras como estudantes
do mesmo ou de ambos os sexos se podem ajudar uns aos outros
durante a puberdade.
• Reveja e familiarize-se com o texto de apoio: “Como falar com jovens
sobre sexo”, em anexo no fim da sessão 7.

Actividade 1: O Que é Que Eu Sinto em Relação à Puberdade


30 minutos

1. Recorde aos estudantes a sessão anterior sobre a puberdade e todas as alterações físicas e
emocionais que ocorrem neste período excitante da vida. Por exemplo, falámos sobre o facto
de que essas alterações, apesar de normais, poderem ser embaraçosas. Falámos também
sobre a forma como, por vezes, os colegas de escola se gozam uns aos outros por causa dessas
alterações. Recorde-lhes que concluíram a sessão assumindo o compromisso de se apoiarem
uns aos outros durante a puberdade. Diga-lhes que esta sessão os vai ajudar, com ideias
práticas, a serem mais prestáveis.

48 63
AVANTE RAPARIGAS!
2. Divida o grupo em pequenos grupos do mesmo sexo, rapazes com rapazes e raparigas com
raparigas. Faça cada pequeno grupo debater:

• O que é que eles mais receiam dos rapazes e das raparigas da sua própria idade, em
relação à puberdade? (Entre as respostas possíveis incluem-se: medo de sujar o uniforme
escolar durante o período e ser gozada; medo de ter uma erecção perto das raparigas da
turma e ser gozado; etc.).
• O que é que é tão importante em relação a esta situação?
• O que é que pode ser tão embaraçoso em relação a esta situação?
• Concretamente, como é que os estudantes do sexo oposto os podem ajudar a passarem
por estas alterações?

3. Peça aos elementos de cada grupo pequeno para se porem em pé, juntos como grupo, e
apresentarem as suas constatações e pedidos aos seus pares do sexo oposto.

4. O/A moderador/a resumirá os aspectos comuns aos vários grupos, por exemplo:

• Não rir;
• Não gozar;
• Interiorizar que estão todos a passar pela mesma coisa, a puberdade, e se devem apoiar
uns aos outros.

5. Partilhe o texto de apoio “Como transmitir auto-estima uns aos outros”. Passe por cada um dos
exemplos.

Actividade 2: Compromisso
10 minutos

1. Volte a colocar os estudantes nos mesmos grupos de pessoas do mesmo sexo em que
estiveram anteriormente.

2. Com base nas discussões da Actividade 1, acima descrita, peça aos estudantes para elaborarem
e concordarem acerca de dois compromissos que eles tentarão ao máximo cumprir, para
tornar a puberdade menos embaraçosa ou assustadora para os seus pares do sexo oposto.

3. Peça a cada pequeno grupo do mesmo sexo para reportar ao grupo grande os seus dois
compromissos.

4. Agradeça aos estudantes pelo seu empenho em fazer progressos relativamente ao apoio
mútuo.

64 49
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Reforce a ideia de que as alterações da puberdade são normais e saudáveis e lembre aos
estudantes que todos e cada um deles vai passar por estas alterações ao seu próprio ritmo
individual.

2. Pergunte aos estudantes se se podem comprometer a apoiar-se uns aos outros, ao longo da
puberdade, servindo-se das suas novas habilidades.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

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AVANTE RAPARIGAS!

Como transmitir auto-estima uns aos outros

• Elogiamo-nos uns aos outros quando um de nós faz alguma coisa bem-feita e dizemos do que
é que gostamos uns nos outros.

• Descobrimos as coisas em que somos bons e recordamo-nos disso quando nos sentimos mal
connosco mesmos.

• Se os nossos amigos fazem alguma coisa de que não gostamos, nós dizemos-lhes como é que
queremos que eles mudem de forma prestável.

• Não somos demasiado duros para connosco próprios. Todos nós cometemos erros e podemos
aprender com eles.

• Ajudamo-nos e encorajamo-nos uns aos outros quando algum de nós não age correctamente.

• Partilhamos conhecimentos e ensinamo-nos uns aos outros a ler e a estudar matemática.

• Trabalhamos arduamente em cada disciplina.

• Não gozamos nem ridicularizamos as pessoas de maneira a fazê-las sentir-se tristes.

• Acreditamos em nós mesmos porque podemos conseguir muita coisa, passo a passo.

• Ouvimo-nos uns aos outros e aceitamo-nos uns aos outros como pessoas especiais.

• Pensamos nos sucessos da nossa vida até agora.

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AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 9
Afinal, Como é Que a Gravidez Acontece?

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes revêem os cartazes sobre a saúde reprodutiva e a gravidez.

Objectivos No fim desta sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Descrever como funcionam os sistemas reprodutores dos homens e
das mulheres.
2. Descrever como é que ocorre a concepção.
3. Descrever a menstruação.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Em função da disponibilidade de especialistas em saúde reprodutiva


Preparação: na comunidade, poderá pedir a um especialista externo para moderar
esta sessão. Contudo, assegure-se de que esse especialista seja de
facto especialista no conteúdo e esteja apto a lidar com jovens de
uma forma respeitosa e que não faça juízos de valor em relação aos
assuntos da sexualidade.
• Tenha os cartazes prontos. Se possível, dê um texto de apoio a cada
estudante. Familiarize-se bem e antecipadamente com os cartazes
sobre os sistemas reprodutores masculino e feminino e os seus
significados, para poder informar correctamente os estudantes sobre
a anatomia feminina e masculina e a forma como ocorre a gravidez e
a menstruação.
• Esteja preparado para partilhar com os estudantes recursos com os
quais eles possam aprender mais sobre a gravidez. Esses recursos
podem incluir material escrito ou o acesso a um/a adulto/a fiável com
informação correcta sobre o tópico.
• Há aspectos destas sessões que terão de se basear e ser ajustadas
às normas culturais. Por exemplo, muitos desses tópicos não são
debatidos em grupos que integram ambos os sexos. Ajuste as sessões
às normas culturais locais.

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AVANTE RAPARIGAS!

Actividade 1: Cartazes sobre a Reprodução


30 minutos

1. Lembre aos estudantes que durante a puberdade, as raparigas começam a ovular e começam
a ter menstruação, o que quer dizer que podem engravidar. Durante a puberdade, os rapazes
começam a produzir esperma e tornam-se capazes de engravidar uma mulher. Lembre aos
estudantes que estas são alterações normais na vida, tão normais quanto a passagem do
gatinhar ao andar, na infância. Lembre-lhes também que poder engravidar não significa estar-
se física, emocional ou financeiramente pronta para tal.

2. Pergunte aos estudantes se eles sabem como é que uma mulher engravida, ou como é que
são feitos os bebés.

3. Mostre-lhes o cartaz do Sistema Reprodutor Masculino e explique-o. Os elementos-chave


estão escritos na explicação que acompanha o cartaz.

4. Mostre-lhes o cartaz do Sistema Reprodutor Feminino explique-o. Os elementos-chave estão


escritos na explicação que acompanha o cartaz.

5. Mostre-lhes o cartaz da Menstruação e explique-o. Os elementos-chave estão escritos na


explicação que acompanha o cartaz.

6. Mostre-lhes o cartaz “Como Ocorre a Gravidez” e explique-lhes a gravidez. Os elementos-chave


estão escritos na explicação que acompanha o cartaz.

7. Dê tempo suficiente para as perguntas dos estudantes.

Actividade 2: Um Aspecto Sobre a Reprodução


10 minutos

1. Peça aos estudantes para formarem pares do mesmo sexo e partilharem um aspecto que
aprenderam hoje sobre a menstruação e a reprodução.

2. Peça aos estudantes para partilharem também com o/a seu/sua parceiro/a como é que esta
informação nova pode melhorar a saúde deles, agora ou no futuro.

3. Convide os estudantes a partilharem os comentários deles com o grupo grande. Não force
ninguém a fazer essa partilha; ela deve ser completamente voluntária.

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AVANTE RAPARIGAS!

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Agradeça aos participantes pela sua participação na discussão de um assunto muitas vezes
vergonhoso, mas normal e necessário.

2. Lembre aos estudantes que embora a gravidez seja normal e eles possam ser fisicamente
capazes de engravidar alguém ou de ficar grávidas, eles são demasiado jovens para se tornarem
progenitores responsáveis.

3. Diga aos estudantes que “O Vosso Corpo (cada centímetro) é vosso: Respeitem-no, Protejam-
no. E Respeitem e Protejam os Outros”.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

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AVANTE RAPARIGAS!

Sistema Reprodutor Masculino

Sistema Reprodutor Masculino

Órgãos Externos:
O pénis é uma estrutura tubular com a capacidade de endurecer e de amolecer; é muito sensível
ao estímulo. A cabeça do pénis, a glande, inclui a parte mais sensível do pénis e é coberta pelo
prepúcio, nos homens que não foram circuncidados. O pénis dá passagem tanto à urina como ao
sémen. O pénis coloca o esperma na vagina durante a relação sexual.

O escroto é um saco pendente exactamente por debaixo do pénis, que contém os testículos. O
escroto não só protege os testículos como controla a temperatura dos mesmos, a fim de manter a
temperatura óptima para a produção do esperma.

Órgãos Internos:
Os testículos são dois órgãos em formato de ovo, situados à frente e entre as coxas, e estão
localizados no saco escrotal. Cada testículo produz e armazena esperma, capaz de fertilizar o
óvulo da mulher, a partir da puberdade. Os testículos produzem testosterona, que é a hormona
responsável pelo desenvolvimento das características sexuais masculinas (a voz rouca do homem
e os pelos faciais) e pela vontade sexual (libido).

Os epidídimos são os dois tubos extremamente enrolados contra a parte de trás dos testículos
onde o esperma amadurece e é armazenado até ser descarregado durante a ejaculação. Os
canais deferentes são os tubos paralelos que transportam o esperma já amadurecido desde os
epidídimos até à uretra.

As vesículas seminais são um par de sacos glandulares que segregam uma parte do liquido
que compõe o sémen, o fluído branco leitoso em que os espermatozóides são transportados.
O líquido seminal proporciona ao mesmo tempo o meio para o transporte e o sustento dos
espermatozóides. A próstata é uma estrutura glandular do tamanho de uma noz que também
segrega fluidos que compõem o esperma. Um músculo na parte de baixo da glândula próstata
mantém o esperma afastado da uretra até que a ejaculação - o processo de libertação do sémen
- comece. Esse mesmo músculo impede também a urina de sair durante a ejaculação. A bexiga é
um órgão oco que retém a urina.

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AVANTE RAPARIGAS!
Sistema Reprodutor Masculino

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AVANTE RAPARIGAS!
Sistema Reprodutor Feminino

Órgãos Externos:
Os órgãos genitais externos femininos são chamados vulva. Ela inclui dois conjuntos de pele
chamados lábios, o clítoris e a vagina. A genitália externa, ou lábios, tem dois conjuntos de
dobras de pele arredondadas chamadas pequenos lábios (internos) e grandes lábios (externos).
Os lábios cobrem e protegem a abertura vaginal. Os grandes e os pequenos lábios encontram-se
na zona da púbis.

Perto da parte superior dos lábios, no interior das dobras, encontra-se um pequeno corpo cilíndrico
chamado clítoris. O clítoris é feito do mesmo tipo de tecido da ponta do pénis e é muito sensível.
O clítoris não tem outra função do que ajudar a mulher a ter prazer sexual.

A vagina é onde o homem coloca o pénis durante a relação sexual. Também o sangue menstrual
e os bebés saem pela vagina. A vagina é um músculo incrivelmente elástico que pode esticar o
suficiente para permitir a passagem de um bebé.

Órgãos Internos:
Todas as fêmeas nascem com milhares de óvulos nos seus ovários. Os óvulos são tão pequenos
que não podem ser vistos a olho nu. Os ovários também produzem hormonas que influenciam o
desenvolvimento do corpo feminino.

As trompas de Falópio ligam os ovários ao útero. Quando o óvulo é libertado do ovário, ele desloca-
se através da trompa de Falópio, onde pode ser fertilizado.

O útero é um órgão no qual o óvulo fertilizado se fixa depois de atravessar a trompa de Falópio.
O útero prepara-se para a chegada do óvulo desenvolvendo um forro espesso e macio como
uma almofada. Se a rapariga tiver mantido relações sexuais em dias recentes ou no dia a seguir à
ovulação, na altura em que o óvulo chega à trompa de Falópio, pode haver algum espermatozóide
à espera de se unir ao óvulo. Se o óvulo recém-chegado se unir ao espermatozóide (o que se
chama fertilização) o óvulo fertilizado prossegue até ao útero e fixa-se ao forro do útero (o que
se chama implantação) e começa a gravidez. Se o óvulo não for fertilizado, não há gravidez e,
por isso, o útero não precisa do forro espesso que fabricou para proteger o óvulo. Por essa razão,
desfaz-se do forro, juntamente com algum sangue, fluidos corporais e o óvulo não fertilizado.
Tudo isto flui através do cérvix saindo, depois, para fora da vagina. Este fluxo de sangue chama-se
“período” ou menstruação. O sangue e o tecido geralmente deixam o corpo lentamente ao longo
de três a sete dias. O cérvix é chamado de colo ou pescoço do útero. Ele liga o útero e a vagina.

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AVANTE RAPARIGAS!
Sistema Reprodutor Feminino

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AVANTE RAPARIGAS!
Processo de Menstruação

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AVANTE RAPARIGAS!
Menstruação

A menstruação ocorre para a maioria das mulheres uma vez por mês, e é por isso que é chamada
de “período mensal”. Em geral dura entre três e sete dias. É um sinal de que a rapariga ou mulher
pode engravidar se mantiver relações sexuais.

O que é que causa a menstruação? A menstruação ocorre quando uma rapariga ou mulher
NÃO está grávida. No fim de cada período menstrual, o forro do útero começa de novo a ser
construído, preparando-se para receber um óvulo fertilizado. Se o óvulo fertilizado não alcança o
útero após 2-3 semanas, então o forro do útero quebra-se cerca de uma semana depois e pedaços
de tecido (sangue) deixam o útero durante a menstruação (o período menstrual).

Tal como algumas raparigas iniciam a puberdade mais cedo do que outras, o mesmo
acontece com os períodos. Algumas raparigas podem começar a ter a menstruação aos nove ou
dez anos de idade, enquanto outras podem não ter o seu primeiro período até alguns anos mais
tarde. Uma mulher sabe que começou a ter o período quando lhe começa a sair um pequeno fio
de sangue pela vagina. O sangue não escorre como a água de uma torneira. Ele sai lentamente,
como um gotejar. Geralmente, quando ela sente uma humidade não habitual, a sua roupa interior
já absorveu qualquer sangramento que tenha ocorrido. É por isso que é importante antecipar
em que altura do mês é que ela começará a sangrar, para que possa usar um penso ou outra
protecção e evitar, assim, sujar a roupa interior.

O ciclo menstrual é o espaço de tempo que inicia no primeiro dia do período da mulher
e vai até ao dia anterior àquele em que começa o novo período. Uma vez que isto ocorre com
regularidade, é chamado “ciclo”. O espaço de tempo entre um período e o seguinte varia de mulher
para mulher. Para algumas o ciclo dura 21 dias (ou menos). Para outras, dura 35 dias ou mesmo
mais. Períodos irregulares são comuns nas raparigas que acabam de começar a menstruar. O
corpo pode levar algum tempo a ajustar-se a todas as alterações que estão a ocorrer. Por exemplo,
uma rapariga pode ter um ciclo com a mesma duração, depois falhar um mês, ou ter dois períodos
com poucos dias de espaço entre eles. O ciclo menstrual dela ir-se-á provavelmente tornando
mais regular, embora ela possa continuar a ter períodos irregulares mesmo já na idade adulta. Por
vezes ela pode ter alguma perda de sangue por um dia ou dois no meio do ciclo. Isto é normal, não
é nada com que ela tenha de se preocupar. A pressão ou as infecções podem perturbar um ciclo
menstrual regular.

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AVANTE RAPARIGAS!
Como é que a gravidez ocorre

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AVANTE RAPARIGAS!
Como é que a gravidez ocorre

A fertilização tem lugar quando uma célula do esperma masculino se une com o óvulo feminino.
São depositadas milhões de células na vagina durante o acto sexual. Depois de o homem colocar
o seu pénis na vagina e ejacular, os espermatozóides ejaculados nadam através do cérvix até ao
interior do útero. O corpo da mulher ajuda a guiar os espermatozóides através do útero até às
trompas de Falópio. Se estivar lá presente um (ou mais do que um, no caso de gémeos) óvulo
maduro, ocorre a fertilização. Embora estejam presentes milhares de espermatozóides, só uma
das células espermáticas consegue penetrar o óvulo. O espermatozóide pode fertilizar um óvulo
até sete dias após o acto sexual. Se o óvulo for fertilizado, mover-se-á da trompa de Falópio até ao
útero, onde crescerá.

A implantação tem lugar quando um óvulo fertilizado adere por si só ao forro do útero. Os
nutrientes no forro do útero são utilizados para apoiar a evolução do óvulo para feto e deste para
bebé. A mulher não tem períodos durante a gravidez porque o forro do útero, que normalmente
se solta durante a menstruação, não se solta durante a gravidez. O óvulo implantado cresce no
útero durante nove meses e torna-se um bebé. Sai, então, do corpo da mulher, através do processo
de nascimento.

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AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 10
O Saco Opaco do HIV

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Utilizando adereços criativos tirados de um saco opaco, os estudantes


trabalham em pequenos grupos para desfazerem mitos e reforçarem os
factos acerca do HIV.

Objectivos No fim desta sessão. Os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Identificar os factores de risco de HIV na juventude.
2. Descrever as formas de prevenção da infecção pelo HIV

Duração: 45 minutos

Materiais e • Recolha e coloque os seguintes adereços num saco: copo; fotografia


Preparação: de um homem e de uma mulher de mãos dadas; vasilhame de bebida
alcoólica; papel com a palavra “abstinência” escrita; preservativo
masculino ou embalagem do mesmo; boneco; dinheiro; pílulas anti-
conceptivas; repelente de insectos; bola de futebol ou de basquete;
telefone; diploma; aliança de casamento (pode ser feita de papel);
desenho de um símbolo de iniciação; imagem de uma mulher com
um olho negro.
• Se não dispuser de algum destes objectos, faça um desenho do
mesmo em vez dele.
• Acrescente objectos ao saco opaco que estejam ligados a mitos
comuns sobre o HIV. Por exemplo, em algumas comunidades pode
haver mitos em relação aos curandeiros e à sua relação com o HIV ou
sobre as formas (não reais) como se transmite o HIV.
• Reveja o texto de apoio sobre “Elementos do Saco Opaco e a sua
conexão com as ITS/HIV”, que se encontra no fim desta sessão.

Actividade 1: Adereços
40 minutos

1. Divida os estudantes em grupos de três ou quatro. Passe o saco opaco à volta. Peça a cada
pequeno grupo para vasculhar o interior do saco sem olhar lá para dentro, e retirar um objecto
do saco. Passe o saco a outro grupo e assim sucessivamente, até que todos os objectos tenham
sido retirados.

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AVANTE RAPARIGAS!
2. Peça a cada pequeno grupo que discuta durante 5-10 minutos o que é que o objecto que
retiraram tem a ver as infecções de transmissão sexual (ITS), incluindo o HIV.

3. Peça a cada pequeno grupo para apresentar o seu objecto à turma inteira e explicar-lhe o que
é que acha que o objecto tem a ver com as ITS/HIV.

4. Corrija qualquer informação errada (veja o texto de apoio “Elementos do Saco Opaco e a sua
conexão com as ITS/HIV” no fim desta sessão).

5. Agradeça a cada pequeno grupo, acrescente qualquer informação e reforce os aspectos-chave


sobre cada objecto (aproximadamente 3 minutos por cada objecto).

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


No fim desta sessão há uma explicação sobre cada objecto e a sua relação com o
HIV. Contudo, os jovens são muito criativos e é muito provável que apontem ligações
adicionais correctas e reais. Felicite-os pela criatividade deles.

6. Dê a conhecer aos estudantes outros recursos sobre as maneiras como eles podem aprender
mais sobre as ITS/HIV, tais como documentação sobre instituições de saúde a que eles se
podem dirigir e, se forem conhecidos, locais onde os jovens se possam dirigir para a testagem
e o tratamento de ITS e do HIV.

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Resuma os pontos-chave da sessão.

2. Diga aos estudantes que é normal que se sintam desconfortáveis ou envergonhados quando
discutem estes tópicos, mas que é importante obter informação correcta sobre a sexualidade,
independentemente do quanto vergonhoso isso possa ser.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

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AVANTE RAPARIGAS!

Os adereços e a sua conexão com as ITS/HIV

Copo; bola de futebol/basquetebol; telefone


• Não há risco de transmissão de ITS ou HIV através de um copo, da maçaneta de uma porta, do
uso do telefone, da actividade desportiva, etc. Estes são designados por contactos casuais. O
HIV e as outras ITS não são disseminados através do contacto casual, como por exemplo, um
abraço, sentar-se na mesma cadeira, etc.
• Os fluidos que transmitem o HIV são: o sangue, o sémen, as secreções vaginais e o leite de
peito. A saliva não transmite o HIV.

Imagem de um homem e uma mulher de mãos dadas


• Os membros do par nesta imagem reduziram grandemente o risco de contrair o HIV e outras
ITS ao manterem relações sexuais apenas um com o outro, enquanto estão juntos.
• Ter mais do que um/a parceiro/a sexual durante o período de namoro aumenta drasticamente
o risco de transmissão do HIV.

Vasilhame vazio de bebida alcoólica


• As bebidas alcoólicas e outras drogas podem debilitar grandemente a capacidade de julgamento e
de tomada de decisões, tendo o potencial de levar a pessoa a ter comportamentos que a colocam
em perigo, ou em risco de contrair o HIV ou outra ITS.
• As bebidas alcoólicas colocam as raparigas em risco de violência sexual. Mesmo que ela queira
dizer “não” a uma relação sexual com alguém, a bebida alcoólica torna difícil fazê-lo. Um homem
que esteja bêbado tem menos propensão a ouvir um “não” da rapariga.
• Os rapazes e as raparigas que se encontram sob a influência de bebidas alcoólicas podem tomar
decisões impulsivas e insensatas, que normalmente, sóbrios, não tomariam.
• O consumo de bebidas alcoólicas pode fazer com que uma pessoa se esqueça da informação que
possui sobre as ITS e o HIV, use o preservativo incorrectamente ou faça algo que se estivesse sóbria,
não faria.

Abstinência
• A abstinência da actividade sexual é uma escolha saudável e a mais apropriada para os jovens.
• A abstinência sexual total é 100% efectiva na prevenção da gravidez e das ITS/HIV.
• Contribui para que os jovens se concentrem nos seus estudos.
• Os jovens têm de estar certos de que estão aptos a manter relações sexuais.
• Os jovens devem encontrar outros jovens que apoiem a sua decisão de não manterem relações
sexuais. Eles também devem estar bem informados em relação ao sexo, à gravidez e às ITS, à
contracepção e à prevenção das ITS.
• Os jovens devem obter ajuda caso alguém os esteja a pressionar a manterem relações sexuais
ou a envolverem-se em comportamentos sexuais indesejados.

Preservativo masculino
• Reduz grandemente o risco de transmissão das ITS/HIV, quando usado de forma adequada
desde o princípio ao fim, sempre.
• O preservativo é seguro.

80 65
AVANTE RAPARIGAS!
Boneco
• A transmissão do HIV de mãe para filho acontece quando uma mulher que é HIV positiva
passa o vírus ao seu bebé. Isto pode ocorrer durante a gravidez, durante o parto ou durante
o aleitamento de peito. Quando uma mulher grávida toma drogas antiretrovirais, as
probabilidades de o bebé ser infectado pelo HIV são menores.
• A melhor opção para uma mãe infectada pelo HIV alimentar o seu bebé depende de
circunstâncias individuais, incluindo o seu estado de saúde e os serviços de saúde locais. A
amamentação de peito exclusiva é recomendada às mães infectadas pelo HIV nos primeiros
6 meses da vida do bebé, a não ser que alguma fórmula de substituição que use leite esteja
disponível e seja aceitável, exequível e sustentável para elas e para os seus bebés, antes de
atingir esse período. Quando a alimentação de substituição esteja disponível e seja aceitável,
exequível, sustentável e segura, recomenda-se às mulheres infectadas pelo HIV que evitem
completamente o aleitamento de peito.
• Há responsabilidades significativas em tornar-se pai enquanto ainda se frequenta a escola. Por
exemplo, um pai terá menos tempo para jogar futebol e terá de usar mais tempo a trabalhar
para poder produzir ou comprar comida, habitação, medicamentos, etc. para o bebé e para a
mãe do bebé.

Dinheiro
• As pessoas pobres podem assumir determinados comportamentos com o objectivo de
arranjar dinheiro que as podem colocar em risco em relação ao HIV, mas elas acham que não
têm alternativa. Por exemplo, uma rapariga jovem pode manter relações sexuais com um
homem mais velho ou manter relações sexuais sem preservativo ou trocar relações sexuais
por comida.
• Trocar relações sexuais por dinheiro ou por outra conveniência (i.e. roupa, sabão, favores,
trabalho, etc.) aumenta o risco devido à diferença que existirá em termos de poder para impor
uma relação sexual segura.
• Embora situações difíceis possam levar as pessoas a tomarem decisões desesperadas, outras
vezes as pessoas podem decidir trocar relações sexuais por necessidades que não são vitais.
Há perigos envolvidos na troca de relações sexuais por um telefone celular, umas tranças ou
por bebidas alcoólicas.

Contraceptivo Hormonal (pílulas anticonceptivas, injectáveis, etc.)


• Estes métodos funcionam muito bem na prevenção da gravidez, mas não previnem a disseminação
das ITS e do HIV.

Violência
• Por vezes, os jovens não tomam a decisão de manter uma relação sexual ou de utilizar o
preservativo, se for utilizada a força ou se abusaram de bebidas alcoólicas.
• Os jovens devem evitar os locais perigosos ou, no caso de lá irem, devem fazê-lo em grupos.
• Se um/a jovem sentir receio ou se se sentir pressionado/a por alguém, deve falar com um
adulto prestável sobre os seus receios.
• Os rapazes devem reflectir sobre a sua forma de agirem com as raparigas e com as mulheres.
Mesmo que tenham sido testemunhas de uma situação em que um homem que eles respeitam
agia violentamente contra uma rapariga ou contra uma mulher, os rapazes podem agir como
homens ainda mais fortes e quebrarem essa prática de violência.

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AVANTE RAPARIGAS!
• Se uma rapariga jovem for violada, ela deve pedir a um adulto que a leve ao centro de saúde.

Diploma
• Qualquer pessoa pode contrair o HIV, mesmo aqueles que têm alto nível de instrução.
• Permanecer na escola abre possibilidades futuras para obter um bom emprego e uma vida
melhor.
• O HIV, a gravidez ou tornar-se pai antes de estar apto, pode pôr fim a um sonho de educação.

Aliança de casamento
• O casamento pode proteger a pessoa do HIV se ambos os parceiros tiverem feito o teste e
tiverem tido resultado negativo, e permanecerem fiéis um ao outro.
• Para alguns, esperar até ao casamento para manter relações sexuais faz parte da sua religião.
• Outros podem achar que a relação sexual tem mais significado se se mantiver resguardada até
ao casamento.
• Pode haver discussão sobre se esperar pelo casamento é realista – esta discussão é útil e deve
ser bem acolhida.
• Para as raparigas jovens, o casamento prematuro pode significar o fim do seu percurso escolar
e das suas esperanças de um futuro melhor bem como uma exposição precoce ao vírus do HIV.

Símbolo de iniciação
• Em ritos de iniciação que envolvem cortes no corpo, o HIV pode ser transmitido de um iniciado
para o outro através do sangue, se por acaso for utilizado o mesmo instrumento em várias
crianças, sem ser adequadamente esterilizado entre cada uma delas.
• A circuncisão masculina, se for bem efectuada e adequada às condições culturais, pode reduzir
a disseminação da SIDA.
• As cerimónias de iniciação que encorajam os jovens a manterem relações sexuais quer com
adultos quer com outros jovens, ou a tomarem ervas para aumentarem o desejo sexual podem
disseminar a SIDA, ao encorajar os jovens a manterem relações sexuais antes de estarem
emocional ou fisicamente aptos.

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AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 11
Tomar as Decisões Certas

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes começam a ganhar confiança nas suas habilidades de


tomada de decisões, uma vez que lhes são recordadas as decisões do
seu quotidiano que eles já tomaram. Baseando-se nos instintos naturais
de tomada de decisões dos estudantes, tente levá-los, através de uma
actividade de desenvolvimento de habilidades, a verem mais de perto as
consequências negativas e positivas das decisões que tomam.

Objectivos No fim desta sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Reconhecer que tomamos decisões na nossa vida quotidiana.
2. Perceber que cada decisão tem consequências, sejam elas boas ou
más.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Leia a história da Beatrice e do Oto, na Actividade 2 e familiarize-


Preparação: se com os vários passos da tomada de decisões com que eles são
confrontados.

Actividade 1: Tomei Alguma Decisão Hoje?


10 minutos

1. Peça a cada estudante para pensar sobre o dia de hoje, desde que acordou até este momento.
Peça-lhes para pensarem em todas as decisões que tomaram.

2. Peça aos estudantes para enumerarem algumas dessas decisões. Escolha uma das decisões
para debater, com base na resposta mais comum. Por exemplo: o que vestir, o que comer, com
quem falar, que caminho tomar para a escola, etc.

3. Explique que todos os dias há “pontos de decisão” em que devemos escolher fazer uma coisa
ou outra.

4. Peça aos estudantes para considerarem o “ponto de decisão” do passo 2, acima. Por exemplo,
“Que caminho devo tomar para ir para a escola”. Pergunte aos estudantes que passos é que
deram para chegarem à decisão que tomaram. Algumas respostas possíveis são: qual dos
caminhos é mais rápido; o caminho pelo qual o/a meu/minha amigo/a preferiu vir; o caminho

68 83
AVANTE RAPARIGAS!
pelo qual venho sempre; escolhi este porque tinha de passar primeiro pelo mercado.

5. Faça notar que alguns estudantes tomaram uma decisão na base dos sentimentos (apeteceu-
me simplesmente seguir por esse caminho ou é o caminho que uso sempre), enquanto outros
estudantes tomaram uma decisão baseada na razão (eu sabia que estava atrasado e aquele era
o caminho mais rápido; eu precisava de passar pelo mercado e o mercado fica nesta direcção).
Peça aos estudantes para compararem e comentarem a tomada de decisão com base nos
sentimentos versus a tomada de decisão baseada da razão, isto é as decisões tomadas com o
coração versus decisões tomadas com a cabeça.

6. Explique que por vezes não importa se é o coração ou a cabeça a tomar a decisão – como é
o caso de o que é que se vai comer ao pequeno-almoço, mas que noutros casos isso é muito
importante, como é o caso da decisão de ir passear de carro com alguém, aceitar coisas bonitas
de um homem, ir a uma festa com alguém, manter relações sexuais com alguém, etc.

7. Quanto mais complicada é uma decisão, mais importante se torna envolver tanto os
sentimentos como as habilidades de raciocínio.

Actividade 2: Decisões e Consequências


30 minutos

1. Explique que a próxima actividade é um jogo de “pontos de decisão” e é uma oportunidade


para os estudantes praticarem a tomada de decisões baseadas nos sentimentos e na razão.

2. Explique que vai ler uma história sobre o Oto e a Beatrice. Sempre que você parar a história e
bater as palmas duas vezes (CLAP, CLAP) quer dizer que a Beatrice e o Oto têm de parar e tomar
uma decisão. Os estudantes agirão como grupo para tomarem uma decisão pela Beatrice e
pelo Oto.

3. Leia: ”Um rapaz, chamado Oto, pára o seu carro para falar com uma aluna chamada Beatrice e,
eventualmente ele pergunta-lhe se ela quer dar uma volta”.

4. PARE: bata as palmas duas vezes (CLAP, CLAP) e pergunte ao grupo:

• Que decisão é que o Oto tomou?


• Quais são as consequências positivas potenciais de a Betrice aceitar a sua oferta e dizer
“ sim” e ir a dar uma volta?
• Quais são as consequências negativas potenciais de dizer “sim” e ir dar uma volta?
• O que é que acham que os sentimentos dela dizem?
• O que é que acham que a razão dela diz?

5. Leia: “A aluna aceita ir dar uma volta e o rapaz propõe-lhe pararem num bar no caminho para casa
e oferece-lhe uma cerveja”

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AVANTE RAPARIGAS!
6. PARE: bata as palmas duas vezes (CLAP, CLAP) e pergunte ao grupo:

• Quais são algumas das consequências positivas para a rapariga de ela dizer “sim” à
paragem no bar para uma cerveja?
• Quais são algumas das consequências negativas de dizer “sim”?
• Se a rapariga tomar a decisão com base nos seus sentimentos, o que é que acham que
ela irá decidir?
• Se ela pensar nas consequências más/boas, o que é que acham que ela vai dizer?
• E o Oto? Que decisões é que ele tem de tomar? Quais são as consequências más/boas
dessas decisões?
• E se o Oto se arrepender de a convidar para dar uma volta com ele ou de lhe oferecer
uma cerveja? Porque é que ele se pode arrepender disso? O que é que ele pode fazer
agora?

7. Leia: “A aluna diz ao rapaz que ela vai ao bar com ele se ele concordar em tomar apenas uma
cerveja e depois a levar a casa. Ele aceita. Dentro do bar, ele manda vir uma cerveja para cada um
deles e, depois disso, várias outras para ele, até ficar bêbado. Ela tenta sair do bar, mas ele agarra-a
e impede-a de sair. Quando ela finalmente consegue escapar e sair do bar ela vê que já está escuro
e apercebe-se de que se encontra numa zona não segura. Ela tem de chegar a casa.”

8. PARE: bata as palmas duas vezes (CLAP, CLAP) e pergunte ao grupo:


• Com que ponto de decisão é a aluna confrontada agora?
• Quais são algumas das consequências más/boas dessas decisões.
• O que é que ela deveria fazer?
• O que é que vocês fariam?
• Porque é que de início acharam que o Oto era boa pessoa, e depois mudaram de opinião?
• Se vocês pudessem fazer o tempo voltar atrás para o Oto, que decisões poderia ele
repensar para que as coisas não acabassem da maneira como acabaram?
• De que forma é que o Oto poderia mudar o seu comportamento da próxima vez?

9. Pergunte aos estudantes:


• Quais foram os pontos de decisão nesta encenação?
• O que é que a Beatrice decidiu e quais foram as consequências das decisões dela?
• Porque é que acham que ela tomou estas decisões? Vocês teriam tomado decisões
semelhantes? Ela tomou decisões “pensadas” ou decisões “ sentidas”?
• O que é que o Oto decidiu e quais foram as consequências das decisões dele?
• Porque é que acham que ele tomou essas decisões? Teriam tomado decisões
semelhantes? Ele tomou decisões “pensadas” ou decisões “sentidas”?

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AVANTE RAPARIGAS!

Actividade complementar para a sessão 11 adaptada do manual do PEPFAR “Prevenção


primária da violência sexual e HIV entre crianças de 9-14 anos, 16 de Janeiro de 2019”

MÓDULO 2:
Tomando decisões saudáveis sobre sexo: Qual é a Minha
Escolha?

Este módulo deve levar de 75 a 90 minutos a ser concluído

Objectivo do Módulo: Os participantes compreenderão o que é sexo, por que as pessoas optam
por fazer sexo e por que optam por não fazer sexo. Aprenderão sobre:
as consequências negativas associadas ao início da actividade sexual
precoce, e que haverá três decisões que tomarão ao longo de suas vidas
sobre sexo (quando estiver sobre o seu controle): ATRASO, AUSÊNCIA,
PROTECÇÃO. Por fim, vão praticar habilidades para comunicar as suas
decisões.

Materiais Papel gigante, marcadores, fita cola ou Bostik para afixar papel gigante,
necessários: folhas/cartolinas de várias cores, lápis e papel para os participantes

NOTA do Moderador: Começa por preencher o Apêndice A: O Sistema Reprodutor com os


participantes antes de iniciar este módulo. Neste manual há várias informações de apoio sobre
o corpo humano e o sistema reprodutor do homem e da mulher. Garanta que as informações
partilhadas aos longo de todas as sessões se complementam entre si – as informações deste
módulo e as informações dos textos de apoio 1, 2 e 3 das sessões 8, 9 e 11 do manual.

O debate a seguir sobre relacionamentos pode trazer várias reacções dos participantes, variando
de risos por vergonha a expressões de ansiedade. É importante medir o nível de maturidade
dos participantes e falar sobre este assunto delicado de uma forma adequada ao seu nível de
maturidade. Observe que relacionamentos românticos entre pessoas do mesmo sexo podem
surgir nos debates Uma maneira de lidar com isso é falar sobre relacionamentos de uma forma
geral que não defina se é do mesmo sexo ou do sexo oposto. Os conceitos apresentados neste
módulo são relevantes para todos os tipos de relacionamentos. Recomendamos que, no final
deste módulo, os Moderadores forneçam a todos os participantes informações sobre os seguintes
tópicos: lista de contactos da polícia, assistência jurídica, serviços de saúde incluindo de saúde
mental, serviços de HIV, serviços de planeamento familiar e outros serviços de apoio psicossocial
locais. Fornecer esses recursos a todos os participantes evita destacar aquelas que você acha que
podem ter riscos específicos. Além disso, são recursos que elas podem usar no futuro ou partilhar
com outras pessoas, mesmo que elas próprias não precisem desses serviços no momento.

86
AVANTE RAPARIGAS!
Devido à natureza deste módulo, os participantes também podem revelar questões delicadas aos
Moderadores, incluindo revelações de abuso - isso requer acompanhamento activo e referências.
Os Moderadores devem agir para atender às necessidades dos participantes que denunciem
abusos; incluindo ajudá-las a obter serviços quando apropriado. Os Moderadores devem relatar
quaisquer incidentes às autoridades competentes. Recomendamos que os Moderadores tenham
disponível uma lista de recursos / refrências para: polícia, assistência jurídica, serviços de saúde,
incluindo consulta de planeamento familiar, saúde mental e outros serviços de apoio psicossocial,
incluindo atendimento pós-violência. Também é muito importante que você avalie o contexto
em que está a trabalhar para saber para onde ir (e onde não ir) em questões sensíveis, como a
violência.

O que é SEXO?
O Moderador DIZ: Vamos falar sobre sexo hoje (se os participantes se rirem deixe e dê-lhes
tempo de parar de rir). Em geral, o sexo tem a ver com a intimidade e com o que fazemos com
outra pessoa em privado, mas também com a forma como as pessoas que se preocupam umas
com as outras expressam esse carinho por meio do toque físico. Sei que parte do que vamos
falar pode ser constrangedor ou perturbador agora e pode não ser importante neste momento,
mas será em algum momento no futuro. Queremos que você esteja preparada para lidar com os
problemas que poderá enfrentar no futuro. Também pode ser útil caso você precise ajudar um
amigo a enfrentar esses mesmos problemas.

Sexo, actividade sexual e toque físico incluem muitos comportamentos, desde abraços, beijos,
toques nos órgãos genitais (ou partes íntimas) e relações sexuais. Alguns exemplos de actividade
sexual incluem sexo vaginal, anal e oral.

No sexo vaginal ou relação sexual vaginal, o homem coloca seu pénis na vagina da mulher.

No sexo anal, o homem coloca seu pénis no ânus, ou recto, do seu parceiro sexual.

No sexo oral, um parceiro coloca a boca ou língua nas partes íntimas do outro parceiro, o pénis ou
a vagina.

NOTA do Moderador: A próxima secção discute os motivos pelos quais os adolescentes optam
por fazer sexo e os motivos pelos quais os adolescentes optam por não fazer sexo. Ao discutir
por que os jovens escolhem fazer e não fazer sexo. É importante reconhecer que as situações em
que o sexo acontece sem ter sido por escolha da pessoa, estas situações geralmente são de risco.
Por exemplo: a pressão de pares, práticas e rituais tradicionais que motivem o início precoce da
actividade sexual, agressão sexual e sexo transaccional. É muito importante que a discussão abaixo
ocorra em uma “zona livre de julgamento”, pois isso permitirá que os participantes entendam que
têm a opção de escolher em se abster da actividade sexual quando possível/se assim quiserem e
de se protegerem quando decidirem fazer sexo..

Actividade CHUVA DE IDEIAS - Por que as pessoas fazem e não fazem sexo

O Moderador DIZ: Agora, vamos falar sobre os motivos pelos quais as pessoas da vossa idade
fazem sexo. Quais acham que são as razões?

87
AVANTE RAPARIGAS!
NOTA do Moderador: Permita que os participantes discutam as respostas. Se elas não disserem
os pontos abaixo, você deve trazer para a discussão:
• para se sentir mais perto do seu parceiro (namorado)
• porque gostam da sensação
• para se sentirem mais crescidos
• para conseguiram coisas de que precisam para sobreviver - dinheiro, comida, etc.
• para obterem presentes
• porque alguém os força / pressiona a isso

O Moderador DIZ: Obrigado - vocês fizeram um óptimo trabalho pensando nas razões pelas
quais algumas pessoas da vossa idade fazem sexo! Sexo é uma parte normal da vida. Pessoas de
todas as idades fazem sexo por muitos motivos - para expressar amor e carinho ou para ter filhos,
por exemplo. Mas, vocês provavelmente já ouviram ou foram informados de que pessoas da vossa
idade NÃO deveriam fazer sexo. Vocês já ouviram isso (pausa para os participantes reagirem/
responderem)? Por que é que vocês acham que - se sexo é uma parte normal da vida - por que é
que nós e outros adultos da vossa vida vos alertamos a NÃO fazer sexo agora?

NOTA do Moderador: Mais uma vez, permita que os participantes discutam as respostas. Se elas
não disserem as respostas abaixo, traga estas respostas para o debate:
• você pode engravidar
• você pode estar em risco de contrai o HIV e outras ITS (os participantes podem simplesmente
dizer doenças - tudo bem)
• para evitar sofrimento emocional
• esperar até que o casamento faça parte das minhas crenças pessoais / comunitárias / familiares
• porque os adultos não acham que estamos prontos

Actividade CHUVA DE IDEIAS - Possíveis riscos de uma vida sexual activa

O Moderador DIZ: É isso mesmo - todos esses são motivos pelos quais os adultos podem dizer
que não é uma boa ideia fazer sexo na vossa idade. Gravidez, infecções sexualmente transmissíveis
e HIV são coisas que podem acontecer. Os jovens que fazem sexo muito cedo costumam ter mais
parceiros sexuais durante a vida, têm maior probabilidade de faltar à escola e usar álcool e drogas.
Mas, vamos falar um pouco mais sobre uma das coisas que vocês disseram – gravidez. Como é que
ficar grávida pode afectar a sua vida nesta idade?

NOTA do Moderador: Permita que os participantes discutam as respostas. Se eaes não disserem
os pontos abaixo, traga-os para o debate:
• tornaria difícil permanecer na escola
• teria mais responsabilidades
• precisaria de mais dinheiro
• família pode expulsar de casa
• para raparigas, gravidez e parto podem resultar em mais complicações de saúde do que para
mulheres adultas

O Moderador DIZ: Agora, vamos falar sobre o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis
(ITS). ITS são infecções que vocês podem contrair se tiverem uma vida sexual activa. Por que é que
vocês se deveriam preocupar com isso?

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AVANTE RAPARIGAS!
NOTA do Moderador: Permita que os participantes discutam as respostas. Se elas não disserem
oa potnos abaixo, traga-os para o debate:

• Algumas infecções podem ter efeitos prejudiciais nocorpo.


• Algumas infecções, incluindo o HIV, não têm cura; tem de se lidar com o HIV para toda a vida.
• Você pode transmitir infecções a outras pessoas.
• Algumas ITS tornam mais fácil apanhar o HIV.
• Se tiver HIV, algumas ITS podem tornar mais fácil para você transmitir o HIV a outra pessoa.
• Para as raparigas, os vírus que causam o HIV têm maior probabilidade de infectar raparigas
mais novas do que raparigas mais velhas. Isso ocorre porque, quando as raparigas têm menos
de 20 anos, os seus corpos ainda estão se a desenvolver internamente e, portanto, são menos
capazes de se defender contra o HIV.
• Iniciar o sexo com menos de 15 anos aumentará a probabilidade de você ter mais parceiros
ao longo da vida. Quanto mais pessoas com quem você tiver relações sexuais durante a vida,
maior será a chance de ter HIV ou outras ITS.

Actividade Maria e Victor


(Adaptado com permissão de “It’s Your Game - Keep It Real!”) (10 minutos)

NOTA do Moderador: Para a actividade seguinte, o Moderador pode criar papéis gigantes com
base nos exemplos do Apêndice C, ou pode imprimir as folhas do Apêndice C e plastificar para
que possam ser reutilizadas nas próximas actividades..

O Moderador DIZ: Vamos fazer agora uma actividade que ajudará a ver as consequências do sexo
precoce numa situação real. Nesta actividade, ouviremos uma história sobre uma adolescente
chamada Maria e um adolescente chamado Victor. Enquanto vocês ouvem a história, pensem sobre
as diferentes consequências das acções da Maria e do Victor. Depois de eu ler a história, vocês vão
trabalhar em pequenos grupos para fazerem uma actividade sobre os dois adolescentes. Vamos
dividir o grupo em quatro subgrupos e cada um vai trabalhar numa parte diferente da actividade.

NOTA do Moderador: Se você tiver participantes chamados Maria ou Victor, enfatize que a Maria
e o Victor da história podem ser quaisquer adolescentes com qualquer nome.

Peça aos participantes que contem em voz alta (de um a quatro) até que todos sejam atribuídos a
um subgrupo. Cada subgrupo escolhe o lugar onde vai fazer a actividade. Dê papel gigante a cada
subgrupo enquanto explica o que vão ter de fazer para a actividade.

O Moderador DIZ: Subgrupos 1 e 2 - vão trabalhar no que acontecerá com a Maria ou o Victor no
dia seguinte depois da festa. Subgrupos 3 e 4 - vão trabalhar no que acham que acontecerá com a
Maria e o Victor um mês depois da festa. Depois de ler a história, vocês vão responder a algumas
perguntas sobre a Maria e o Victor preenchendo os círculos nas folhas que foram entregue a cada
um dos subgrupos.

Versão 1: Maria e Victor

O Moderador DIZ: Maria começou a escola secundaria há algumas semanas e ainda está um

89
AVANTE RAPARIGAS!
pouco nervosa porque não conhece muitas pessoas. A melhor amiga da Maria, a Rosa, soube que
todos iriam a festa da vila na sexta-feira à noite, e fizeram planos de ir para lá.

Quando a Maria e a Rosa chegaram, viram muitas pessoas da sua escola lá, incluindo raparigas
muito mais velhas que elas. Rosa e Maria ficaram aliviadas quando viram alguns rapazes que
conheciam da sua turma e começaram a conversar com eles. Alguns deles estavam a beber cerveja
e ofereceram-lhes um pouco. Maria e Rosa não tinham a certeza se queriam beber, mas aceitaram
mesmo assim. Maria estava animada porque gostava de um dos rapazes, o Victor, mas ela nunca
tinha falado com ele antes. Os amigos do Victor estavam a tentar exibir-se sobre a experiência
sexual que tinham e também perguntavam no grupo se algum deles iria fazer sexo naquela noite.
O Victor tinha beijado algumas raparigas antes, mas sentia-se estranho a falar sobre isso com os
amigos. Mesmo assim, quando começou a conversar com a Maria, sugeriu que fossem dar um
passeio sozinhos, porque queria impressionar os seus amigos.

A Maria ficou um pouco aborrecida porque os amigos do Victor riram-se e e trocaram olhares com
o Victor, quando ele disse que eles iam dar um passeio. Ela não tinha certeza do que se tratava,
mas estava feliz porque o Victor queria passar mais tempo com ela. Eles estavam a caminhar e a
conversar sobre as músicas de que gostavam, e o Victor perguntou se ela queria se sentar debaixo
de uma árvore e conversar mais um pouco. A Maria estava a divertir-se muito em conhecer o
Victor e achou que ele também estava a gostar de conhecê-la, então disse que sim.

Quando eles se sentaram, o Victor beijou a Maria - ela não conseguia acreditar que ele gostava
dela! Quando ele começou a tocá-la, foi bom, mas a Maria achou que eles deviam parar e conversar
sobre o que estava a acontecer. Ela não sabia o que dizer - ela não conseguia nem pensar com
clareza e não queria que o Victor pensasse que ela não gostava dele. O Victor estava realmente
nervoso também, mas não queria que a Maria soubesse disso, então ele apenas continuou a beijá-
la e a tocá-la. Nenhum deles sabia até onde o outro iria, mas o Victor e a Maria acabaram fazendo
sexo naquela noite.

NOTA do Moderador: Permita que os participantes trabalhem nos seus subgrupso por cerca de
10 minutos. Depois dos 10 minutos os subgrupos devem-se juntar ao grupo maior.

O Moderador DIZ: Gostaria que um participante de cada subgrupo partilhasse as respostas do


seu subgrupo com todos.

NOTA do Moderador: Peça a cada subgrupo que partilhe as respostas, um subgrupo de cada vez.

O Moderador DIZ: Existem muitas consequências que podem acontecer ao fazer sexo. Algumas
das coisas mencionadas são (resuma o que disseram, e garanta que é mencionado o HIV, outras
ITS, problemas de relacionamento com os pais/cuidadores). Todas essas são consequências que
podem afectar os sentimentos de uma pessoa, o seu corpo ou saúde e os seus relacionamentos.

O Moderador PERGUNTA: Que consequências de fazer sexo seriam as mais difíceis de lidar?
Porquê?

O Moderador DIZ: Esta história poderia ter terminado de muitas maneiras diferentes. Agora vou
ler a mesma história, mas com um fim diferente e vocês vão pensar sobre as consequências com

90
AVANTE RAPARIGAS!
base nesse novo final. Nesta versão da história, a Maria e o Victor ainda foram à festa. Beberam
cerveja e saíram para uma longa caminhada. LEIA a “Versão 2” para os participantes.

Versão 2: Maria e Victor


Quando eles se sentaram, o Victor beijou a Maria - ela não conseguia acreditar que ele gostava
dela! Quando ele começou a tocá-la, foi bom, mas a Maria achou que eles deviam parar e conversar
sobre o que estava a acontecer. Ela não sabia o que dizer - ela não conseguia nem pensar bem.
Ela decidiu ser honesta e dizer ao Victor que não estava pronta para fazer sexo. Ela não queria se
arrepender de nada. O Victor disse que estava aliviado, porque também não estava pronto. Ambos
se sentiram muito melhor depois de conversarem. Eles levantaram-se e decidiram ir procurar a
amiga da Maria, a Rosa, e o irmão do Victor, e todos voltaram para casa juntos em grupo.

O Moderador DIZ: (Distribua as folhas com a versão 2 da actividade à medida que explica o que
vai acontecer). Então, vocês ainda vão trabalhar nos mesmos subgrupos e responder a algumas
perguntas sobre esta versão da história preenchendo os círculos nas folhas de papel gigante que
dei a cada um dos subgrupos. Subgrupos 1 e 2, vão trabalhar no que acham que acontecerá com
a Maria ou o Victor no dia seguinte àfesta. Subgrupos 3 e 4 – vão trabalhar no que acham que vai
acontecer com a Maria e o Victor um mês após a festa. Lembrem-se, nesta versão, a Maria e Victor
tomaram a decisão de NÃO fazer sexo.

NOTA do Moderador: Permita que os participantes trabalhem por cerca de 10 minutos.

O Moderador DIZ: Por favor, retornem aos vossos lugares. Gostaria que um participante de cada
subgrupo partilhasse as respostas do seu grupo com todos.

NOTA do Moderador: Peça a cada subgrupo que partilhe as suas respostas, um de cada vez e
com uma sequência diferente da última vez.

O Moderador PERGUNTA: Que diferença fez nas consequências o facto de a Maria e o Victor
terem decidido não fazer sexo?

NOTA do Moderador: Permita que os participantes discutam as respostas. Se elas não disserem
os pontos abaixo, mencione:
• Não precisam se preocupar em engravidar ou ter um filho
• Não precisam se preocupar em contrair o HIV e fazer o tratamento para toda a vida.
• Nnão precisam se preocupar com nenhuma outra doença.
• Não terão que se preocupar em contar aos pais/cuidadores que a Maria está grávida.
Podem-se conhecer melhor sem se preocupar com todas essas outras coisas e tomar o seu
• tempo para decidir se querem ter um relacionamento amoroso e ou sexual.
• Eles começaram a sua amizade com uma comunicação aberta, em vez de ter medo de falar o
que pensam. Esta é uma boa base para um relacionamento saudável.

O Moderador DIZ: Como podemos ver nesta história sobre a Maria e o Victor, o sexo tem riscos,
especialmente quando vocês são jovens. O momento mais saudável para o sexo é quando se é
mais velho. O melhor momento para fazer sexo é num relacionamento seguro e saudável, onde

91
AVANTE RAPARIGAS!
cada pessoa tem a escolha sobre exactamente o que quer ou não, e se sente segura para falar com
a outra pessoa sobre isso porque sabe que as suas escolhas serão respeitadas.

Fazendo escolhas saudáveis sobre fazer sexo: adiar, abster-se ou proteger

NOTA do Moderador: O objectivo desta actividade é ajudar os participantes a compreender que


terão de tomar decisões sobre sexo ao longo das suas vidas e dar-lhes informações e habilidades
para tomarem decisões saudáveis e informadas.

O Moderador DIZ: Vamos falar um pouco mais sobre as escolhas quando se trata de sexo e
as coisas que vocês devem saber para tomar decisões saudáveis. Acabámos de ver que existem
razões muito importantes para adiar a actividade sexual e riscos claros para as pessoas que fazem
sexo cedo (antes dos 18 anos).

Sabemos que todos os dias pessoas da vossa idade têm dee tomar várias decisões sobre muitas
coisas. Quando se trata de actividade sexual, existem TRÊS grandes escolhas que vocês terão dee
fazer: ADIAR, ABSTER ou PROTEGER.

A melhor maneira de tomar decisões sobre o início da actividade sexual é pensar sobre que limites
se deseja manter, antes de chegar a uma situação em que se tenha de tomar decisões. Limites,
quer dizer que cada pessoa sabe o que está bem e o que não está. Vocês terão que decidir se vão
ADIAR, ABSTER ou PROTEGER e, conforme forem crescendo, as vossas decisões podem mudar.

Vamos falar sobre a primeira escolha que vocês têm: ADIAR O SEXO

Adiar a actividade sexual significa que você escolhe esperar para fazer sexo pela primeira vez e
evita a actividade sexual até ter mais idade e ter um relacionamento seguro e saudável. Não quer
dizer que você nunca deve fazer sexo. Sabemos que sexo é bom e prazeroso e que um dia você
fará sexo. Estamos a dizer que é mais saudável esperar.

A razão pela qual é mais saudável esperar é esta: começar a fazer sexo cedo aumenta a chance de
vocês contraírem o HIV - para rapazes e raparigas. Portanto, quanto mais vocês esperarem para
fazer o sexo, menor será o risco de contraírem o HIV.

Alguém nos pode lembrar o que significa ADIAR?


NOTA do Moderador: PERMITA QUE OS PARTICIPANTES RESPONDAM - Esclareça conforme
necessário e diga:

O Moderador DIZ: Está certo! Escolher adiar o início da actividade sexual até ficar mais velho é a
escolha mais saudável. Dessa forma, vocês protegem-sedo HIV, de outras ITS e da gravidez.

A segunda escolha que vocês têm é absterem-se do sexo. A abstinência pode ser uma palavra que
não se usa muito. Abstenção significa escolher não fazer algo, como por exemplo, podemo-nos
abster de coisas como fumar, intimidar outras pessoas e beber álcool.

Portanto, se falamos sobre a actividade sexual, o que significa Abstinência?

92
AVANTE RAPARIGAS!
A resposta deve incluir:
• Optar por não fazer sexo

Moderador DIZ: Isso mesmo - abstinência sexual significa apenas escolher não fazer sexo. Como
é que isso é diferente de ADIAR?

O adiar é apenas sobre a primeira vez que uma pessoa faz sexo. Portanto, a abstinência pode
fazer parte do adiamento, já que você se abstém até à primeira vez que faz sexo. No entanto,
a abstinência é mais do que um adiamento, porque a abstinência pode acontecer a qualquer
momento. Portanto, mesmo se alguém começou a fazer sexo muito cedo porque decidiu ou foi
forçado, ainda pode decidir parar de fazer sexo em vários intervalos ao longo de sua vida e ser
abstinente. A abstinência é a única forma 100% eficaz de prevenir o HIV, outras ITS e gravidez não
planeada.

A terceira escolha que você tem é PROTEGER-SE. Quando faz sexo, você precisa proteger AMBOS
(os dois parceiros) do HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis e de engravidar.

• Usar preservativos correctamente e todas as vezes que faz sexo é a melhor maneira de SE
PROTEGER do HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis.
• Usar contraceptivos correctamente (como a injecção ou pílulas) é a melhor maneira de
SE PROTEGER da gravidez, O uso preservativos correcto e todas as vezes também ajuda a
proteger-vos da gravidez.
• E a melhor maneira de SE PROTEGER do HIV, de outras ITS e de gravidez é usar preservativos e
contraceptivos-a chamada protecção DUPLA!
• Limitar o número de parceiros sexuais também as ajudará a PROTEGEREM-SE. É mais seguro
ter apenas um parceiro sexual e o menor número possível de parceiros sexuais ao longo da
vida.

Portanto, embora adiar e abstinência sejam as escolhas mais seguras, é importante saber que
o uso de preservativos e contraceptivos são maneiras muito boas de SE PROTEGEREM quando
se torna sexualmente activo. Ao se tornar sexualmente activo, deve-se falar com um adulto de
confiança e / ou ir aos Serviços Amigos dos Adolescentes e Jovens (SAAJ) para aconselhamento
sobre prevenção de gravidez, ITS e HIV, bem como fazer o teste de HIV.

Vocês terão de tomar decisões sobre ADIAR, ABSTER e PROTEGER por todas as vossas vidas - esta
não é uma decisão que acontece só uma vez na vida. Depois de tomarem algumas dessas decisões,
vocês poderão enfrentar situações em que terão de comunicar essa decisão. Se possível, vocês
devem evitar situações que tornem difícil cumprir com essa decisão. Mas lembrem-se de que às
vezes não podemos controlar o que outra pessoa faz connosco. Se outra pessoa vos FORÇAR a
fazer algo que vocês não querem, isso NUNCA é vossa culpa.

Habilidades de recusa – dizer não!


O Moderador DIZ: Hoje vamos aprender algumas técnicas para dizer não que vos ajudarão a agir
se a escolha for adiar ou absterem-se. Para colocarmos as nossas decisões em acção, temos de nos
certificar de que as pessoas entendem quais são os nossos limites ou limites em relação ao sexo. A
melhor maneira de fazer isso é transmitir uma mensagem muito clara.

93
AVANTE RAPARIGAS!
A habilidade de recusa mais comum é dizer “NÃO”, mas às vezes é preciso mais do que isso,
especialmente quando envolve amigos próximos e pessoas de quem vocês gostam. Veremos
algumas coisas que vocês podem fazer para dizer “NÃO” da forma mais clara possível.

NOTA do Moderador: Prepare o papel gigante com AO DIZER “NÃO” escrito para transmitir a
importância de dizer “NÃO” com palavras, corpo, linguagem, contacto visual e expressões faciais.
Use o exemplo do papel gigante no Apêndice C: “Ao dizer“ NÃO ”, diga em voz alta e clara” ou crie
umpapel gigante com as seguintes instruções:

• O título no topo AO DIZER “NÃO” - DIGA ALTO E CLARO


• # 1 - Diga NÃO com palavras (você poderia desenhar o rosto de uma pessoa com NÃO! saíndo
da sua boca)
• # 2 - Diga NÃO com a linguagem corporal (você poderia desenhar um sinal de pare com a
mão)
• # 3 - Diga NÃO com o posicionamento do seu corpo (você pode desenhar um boneco com as
mãos na cintura)
• # 4 - Diga NÃO com os olhos (você pode desenhar 2 rostos de lado olhando um para o outro
com uma linha tracejada entre os olhos ou um rosto com os olhos bem abertos)
• # 5 - Diga NÃO com as suas expressões faciais (você pode desenhar um rosto com uma linha
recta para formar uma boca)

Percorra os 5 pontos do papel gigante.

O Moderador DIZ: Nem sempre é fácil ter a certeza de que as pessoas escutam quando vocês
dizem NÃO. Se for alguém de quem vocês gostam ou respeitam ou alguém que tem autoridade
sobre vocês, pode ser difícil dizer NÃO comassertividade. Se vocês decidiram adiar ou abster,
ou simplesmente não querem ter um determinado comportamento com uma pessoa específica,
aqui estão algumas dicas para que de forma ASSERTIVA e CLARA a outra pessoa perceba que
vocês estão a DIZER NÃO.

NOTA do Moderador: Exemplos de “dizer NÃO com palavras” e de outras maneiras de dizer
‘NÃO’ são fornecidos aqui que o Moderador pode encorajar os participantes a usar durante as
encenações que irão fazer e em situações da vida real. Mostre o papel gigante “Dizer ‘NÃO’ com
palavras” (encontrado no Apêndice C) e leia cada frase com assertividade para demonstrar aos
participantes como dizer “NÃO” com clareza. Se o tempo permitir, você pode fazer com que os
participantes façam turnos a dizer as frases com assertividade.

Moderador DIZ: Hoje, todos vamos praticar dizer NÃO e vamos ver por nós próprios que
podemos fazê-lo quando quisermos! Então, depois disso, vamos representar algumas histórias
onde podemos praticar habilidades importantes de dizer não que estamos a aprender.

# 1 Aqui estão algumas maneiras de dizer “NÃO” com palavras e dizer “NÃO” com assertividade!
• Não! Ainda não estou pronta para fazer sexo!
• Não! Eu não quero fazer sexo!
• Não! Eu não quero tocar aí!
• Não! Eu não quero que me toques lá!
• Não! Eu não vou fazer sexo contigo!
• Não! Eu realmente quero dizer “NÃO”!

94
AVANTE RAPARIGAS!
• Não! Não estou pronta para esse tipo de contacto físico.
• Não! Eu quero terminar a escola antes de começar a fazer sexo.
• Não! Eu quero me abster, por enquanto.
• Não! Ainda não estou pronta para o sexo.
• Não! Eu quero me proteger não fazendo sexo.
• Não! Eu quero evitar o HIV e outras ITS.
• Não! Tenho toda a vida para experimentar sexo. Sou muito nova agora.
• Não! Ainda não estou pronta para ter filhos/engravidar.

# 2 é DIGA “NÃO” com a LINGUAGEM DO CORPO - usem a linguagem corporal para mostrar o que
vocês querem dizer! Vocês pode até usar a(s) vossa(s) mão(s) para sinalizar “PARE” e criar espaço
entre vocês e a outra pessoa!

# 3 é DIGA “NÃO” COM O POSICIONAMENTO DO SEU CORPO - Fiquem FIRMES e direitas com os pés
firmes no chão - vocês podem colocar as mãos na cintura!

# 4 é DIGA “NÃO” com os OLHOS - Façam contacto visual directo com a outra pessoa.

# 5 é DIGA “NÃO” com as suas EXPRESSÕES FACIAIS - Use expressões faciais que mostrem que
vocês estão a falar a sério.

NOTA para o Moderador: No final da revisão do papel gigante, é importante reconhecer que às
vezes, não importa o quão bom alguém seja em dizer “NÃO”, ele ou ela ainda pode sofrer abuso
por parte de um indivíduo de confiança ou de um estranho. Certifique-se de afirmar que isso
NUNCA é culpa da vítima!

O Moderador DIZ: Às vezes, mesmo quando vocês fazem de tudo possível para dizer a alguém
a vossa escolha, essa pessoa pode forçar-vos a fazer algo que vocês não querem. É importante
entender que não é vossa culpa!

NOTA do Moderador: Se as informações sobre o que fazer em caso de violência sexual - (ou seja,
não tomar banho, o que fazer com as roupas, etc.) não forem abordadas nalgum outro momento,
o Moderador deve discutir isso aqui.

Depois de preencher papel gigante Ao dizer “NÃO”, vá para a próxima página. Mostre o papel
gigante “Coloque as suas habilidades de dizer não em acção”. Uma cópia do papel gigante pode
ser encontrada no Apêndice C. Leia opapel gigante com os participantes e responda a qualquer
pergunta que elas tenham sobre o uso de habilidades de dizer não.

O Moderador DIZ: Até agora falámos apenas em dizer “NÃO”. Agora vamos falar sobre outras
maneiras de usar as habilidades de recusa. Vamos falar sobre como evitar uma situação e como
sair dessa situação quando acontecer. Lembrem-se de que, se possível, vocês devem evitar
situações que dificultem vocêscumprirem com a vossa decisão. Mas lembrem-se de que às vezes
não podemos controlar o que outra pessoa faz connosco. Se alguém vos FORÇAR a fazer algo que
vocês não querem, isso NUNCA é vossa culpa.

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AVANTE RAPARIGAS!
NOTA do Moderador: A próxima parte do módulo traz algumas perguntas para ajudar os
participantes a fazerem escolhas contínuas sobre as decisões sexuais. Elas deverão compreender
que são escolhas a serem feitas repetidamente ao longo das suas vidas, e não apenas uma vez ou
apenas enquanto são adolescentes.

O Moderador DIZ: Vocês podem ter de tomar essas decisões sobre sexo muitas vezes ao longo
da vida. Algum dia, vocês podem precisar de decidir como dizer ao vosso parceiro que desejam
adiar ou absterem-se do sexo. Conforme vocês forem crescendo, vocês podem querer dizer aos
vossos parceiros que se querem proteger durante o sexo. Muitas vezes, vocês podem não ter
muito tempo para pensar sobre o que devem fazer ou dizer. Sem um plano, é mais difícil tomar
decisões que previnam do HIV, outras ITS ou gravidez.

Hoje, falámos sobre as grandes decisões que todos devem tomar sobre fazer sexo: ATRASAR,
ABSTER OU PROTEGER. Agora falaremos sobre as etapas que vos ajudarão a fortalecer a vossa
decisão quando vocês estiverem numa situação difícil. Vejamos essas etapas.

Lembrem-se de que dissemos que ESCOLHA UM É ADIAR. Alguém se lembra do que isso significa?

NOTA do Moderador: PERMITA QUE OS PARTICIPANTES RESPONDAM E TIRE DÚVIDAS SE


NECESSÁRIO.

O Moderador DIZ: Isso significa esperar até CRESCER e ter um relacionamento seguro e saudável
para fazer sexo.

Há três etapas a serem seguidas se a nossa decisão for ADIAR:

1) PARE - PARAR é importante porque lhe dá o tempo de respirar fundo e se acalmar.


2) PENSE - PENSAR mantém vocês em controle da situação. As vossas emoções não vão atrapalhar.
Aqui estão algumas coisas que vocês devem pensar:
• O que é que vocês esteão a ser pressionadas / coagidos / forçadas a fazer?
• Quais são as vossas opções?
• Como é que vocês podem manter o controle da situação?
• Que alternativas vocês podem sugerir? O que vocês podem fazer em vez disso?
3) AJA - AGIR sobre a vossa decisão é o último passo. Quando estiverem calmas e tiverem pensado
sobre o que querem fazer, vocês devem agir com base no que sabem e no que acreditam ser a
decisão certa para vocês.

O que vocês precisam de fazer se decidirem ADIAR?

NOTA do Moderador: PERMITA QUE OS PARTICIPANTES RESPONDAM


As respostas devem incluir:
• Falar com o seu parceiro
• Ficar FIRME decisão tomada
• Dizer “NÃO” com a linguagem corporal e usar o contacto visual directo
• Dizer “NÃO - NÃO AGORA” com as vossas palavras
• Dizer “NÃO” com as vossas expressões faciais
• Evitar a situação

96
AVANTE RAPARIGAS!
• Sair ou acabar com a situação quando possível
• Sair ou Escapar se possível

O Moderador DIZ: Lembram-se de que dissemos que a ESCOLHA DOIS é ABSTER. Alguém se
lembra do que isso significa?

NOTA do Moderador: PERMITA QUE OS PARTICIPANTES RESPONDAM E TIRE DÚVIDAS SE


NECESSÁRIO.

O Moderador DIZ: Abstinência significa não praticar sexo, mesmo que vocês já tenham tido
relações sexuais no passado. Há três etapas a serem seguidas se a decisão for ABSTER:
• PARE - PARAR é importante porque lhe dá o tempo de respirar fundo e se acalmar.
• PENSE - PENSAR mantém vocês em controle da situação. As vossas emoções não vão atrapalhar.
Aqui estão algumas coisas que vocês devem pensar:
• O que é que vocês esteão a ser pressionadas / coagidos / forçadas a fazer?
• Quais são as vossas opções?
• Como é que vocês podem manter o controle da situação?
• Que alternativas vocês podem sugerir? O que vocês podem fazer em vez disso?
• AJA - AGIR sobre a vossa decisão é o último passo. Quando estiverem calmas e tiverem pensado
sobre o que querem fazer, vocês devem agir com base no que sabem e no que acreditam ser
a decisão certa para vocês.

O Moderador DIZ: O que vocês precisam de fazer se decidirem abster-se?

NOTA do Moderador: PERMITA QUE OS PARTICIPANTES RESPONDAM


As respostas devem incluir:
• Falar com o seu parceiro
• Ficar FIRME decisão tomada
• Dizer “NÃO” com a linguagem corporal e usar o contacto visual directo
• Dizer “NÃO - NÃO AGORA” com as vossas palavras
• Dizer “NÃO” com as vossas expressões faciais
• Evitar a situação
• Sair ou acabar com a situação quando possível
• Sair ou Escapar se possível

O Moderador DIZ: Lembram-se de que dissemos que a ESCOLHA TRÊS é PROTEGER. Alguém se
lembra do que isso significa?

NOTA do Moderador: PERMITA QUE OS PARTICIPANTES RESPONDAM E TIRE DÚVIDAS SE


NECESSÁRIO

O Moderador DIZ: Proteger significa usar preservativos e métodos contraceptivos, certificando-


se de que vocês e os vossos parceiros façam o teste do HIV e limitando o número de parceiros.

Existem três etapas a serem seguidas se a sua decisão for PROTEGER:


1) PARE - PARAR é importante porque lhe dá o tempo de respirar fundo e se acalmar.
2) PENSE - PENSAR mantém vocês em controle da situação. As vossas emoções não vão atrapalhar.

97
AVANTE RAPARIGAS!
Aqui estão algumas coisas que vocês devem pensar:
• O que é que vocês esteão a ser pressionadas / coagidos / forçadas a fazer?
• Quais são as vossas opções?
• Como é que vocês podem manter o controle da situação?
• Que alternativas vocês podem sugerir? O que vocês podem fazer em vez disso?
3) AJA - AGIR sobre a vossa decisão é o último passo. Quando estiverem calmas e tiverem pensado
sobre o que querem fazer, vocês devem agir com base no que sabem e no que acreditam ser a
decisão certa para vocês.

O que você precisa fazer se se decidir PROTEGER, mas a outra pessoa resistir a isso?

NOTA do Moderador: PERMITA QUE OS PARTICIPANTES RESPONDAM

As respostas devem incluir:


• Falar com o parceiro
• Ficar FIRME na decisão tomada
• Dizer “somente se nos protegermos “ com a linguagem corporal e o contacto visual
directo
• Dizer “somente se nos protegermos “ com as vossas palavras
• Dizer “somente se nos protegermos” vossas expressões faciais
• Evitar a situação
• Sair ou acabar com a situação quando possível
• Sair ou Escapar se possível

O Moderador DIZ: Agora que vocês entendem as escolhas que podem fazer, é importante
lembrar que essas não são escolhas feitas apenas uma vez. Essas são decisões MUITO importantes
e devem ser tomadas ao longo da vida, conforme vocês forem crescendo. É uma boa ideia tomar
essas decisões antes de entrar numa situação, mas lembrem-se de que vocês precisam de ter
uma boa comunicação com a outra pessoa no relacionamento para que possam tomar a melhor
decisão para vocês!

NOTA do Moderador: Para a actividade seguinte, o Moderador pode criar papéis gigantes com
base nos exemplos do Apêndice C, ou pode-se imprimir as folhas do Apêndice C e plastificar para
que possam ser reutilizadas noutras actividades.

Actividade EVITE uma situação


(Adaptado com permissão de “It’s Your Game - Keep It Real!”) (10 minutos)

O Moderador DIZ: Agora vocês terão a oportunidade de praticar como manterem as vossas
decisões sobre sexo ensaiando em pares em algumas encenações. É importante saberem quais
são os vossos limites ou antes de estarem numa situação. À medida que partilharmos com o
grupo essas encenações, pensem em como vocês teriam reagido nessa situação, mesmo que seja
diferente do que o vosso grupo decidiu fazer. Assim que vocês receberem as instruções para as
encenações que vão fazer, pensem ou escrevam o que vocês diriam. Ao pensarem em como vocês
responderiam, lembrem-se do que aprendemos sobre dizer “NÃO” e sobre colocar as habilidades
de recusa em prática. Tentem “PARAR”, “PENSAR” e “AGIR” para decidirem o que dizer.

98
AVANTE RAPARIGAS!
NOTA do Moderador: Consulte o Apêndice C para obter os materiais para as encenações.
Mantenha afixado os papéis gigantes Dizendo “NÃO” e Coloque as suas Habilidades de Dizer Não
em Acção durante a actividade de encenação para lembrar as definições, abordagens e acções
alternativas que os participantes podem tomar.

O Moderador DIZ: Nesta encenação chamada “Movendo-se muito rápido”, o personagem


seleccionou a regra pessoal de ADIAR e ESPERAR para fazer sexo, até crescer. Vocês devem usar
as habilidades que aprenderam, incluindo dizer “NÃO” e acções alternativas, para EVITAR uma
situação que possa desafiar os vossos limites pessoais sobre sexo.

NOTA do Moderador: Distribua as folhas plastificadas “ Movendo-se muito rápido” ou escreva em


papel gigante “Movendo-se muito rápido” e afixe na parede, árvore ou noutro sítio..

O Moderador DIZ: Para esta encenação, vocês vão imaginar que estão numa festa com alguns
amigos e percebem que uma pessoa de quem vocês gostam está lá. Mais tarde, essa pessoa
aproxima-se e começa a falar convosco. Vocês os dois estão felizes por estarem juntos, mas ele
sugere irem a algum lugar para ficarem sozinhos. Vocês pensam: “Uau, isto está a avançar muito
rápido... não estou pronta para isso...”

NOTA do Moderador: Lembre aos participantes de pensar ou escrever as suas respostas


individualmente. Após três minutos, peça aos participantes que formem pares.

Moderador DIZ: Troquem com o vosso par e leiam cada papel.

NOTA do Moderador: Ande entre os participantes para ter a certeza de que estão a fazer as
actividades e para dar apoio, se necessário. Após quatro minutos, peça aos participantes que
voltem aos seus lugares.

O Moderador PERGUNTA: Qual foi a sensação?

NOTA do Moderador: Permita que os participantes respondam, uma de cada vez.

O Moderador PERGUNTA: As linhas funcionaram bem?

NOTA do Moderador: Permita que os participantes respondam, um de cada vez. Peça a um grupo
que se ofereça para apresentar a sua encenação. Após a encenação, peça aos participantes que
aplaudam o grupo pelaencenação apresentada. Depois de cada grupo, analise a encenação com
todos os participantes, fazendo as seguintes perguntas, uma de cada vez, permitindo que alguns
participantes respondam a cada pergunta.

O Moderador PERGUNTA:
• O grupo usou um NÃO claro nas encenações? Quais foram as diferentes formas que o
grupo usou para dizer um NÃO claro?
• Que acções alternativas os personagens usaram para evitar a situação?
• Quais são algumas outras coisas que uma pessoa pode dizer ou fazer para evitar a
situação?

99
AVANTE RAPARIGAS!
NOTA do Moderador: Repita até que todos os grupos tenham feito a apresentação da sua
encenação.

O Moderador PERGUNTA: Alguém tem dúvidas sobre o uso de NÃO de forma assertiva e clara
ou acções alternativas para EVITAR uma situação? Responda às perguntas conforme necessário.

O Moderador DIZ: Obrigado a todas por apresentarem as vossas encenações.

NOTA do Moderador: Mantenha papéis gigantes onde está escrito Dizendo “NÃO” e Coloque
as suas habilidades de recusa em acção visíveis durante a próxima actividade de encenação para
lembrar as abordagens de definições e acções alternativas que os participantes podem realizar.

Actividade SAIA DE uma situação


(Adaptado com permissão de “It’s Your Game - Keep It Real!”) (10 minutos)

O Moderador DIZ: Na nossa próxima encenação, vamos praticar como manter os limites pessoais
sobre sexo, com novos pares numa encenação diferente para sair de uma situação. Lembrem-se
de que vocês deve usar as habilidades de recusa que aprendemos, incluindo um “NÃO” claro e
acções alternativas, para EVITAR uma situação que possa desafiar os vossos limites pessoais sobre
sexo.

Para esta encenação, o personagem ESCOLHEU a regra pessoal de fazer sexo apenas se usar
preservativo. Lembrem-se de que a regra pessoal usada nesta encenação não é necessariamente
aquela que vocês escolheriam para vocês. Estas encenações com estas regras estão a ser usadas
apenas para ajudar a praticar o uso de NÃO de forma clara e assertiva e acções alternativas.

Agora vamos praticara próxima encenação chamada “Uma Tarde”. Assim que vocês tiverem as
instruções da encenação, gostaria que trabalhassem individualmente e escrevessem o que diriam
em resposta às pressões da história.

NOTA do Moderador: Devido ao tópico sensível e à regra para esta encenação, certifique-se
de que os participantes entendem que essas não são necessariamente as regras de sexo que
elas escolheriam seguir. Se alguém disser que não se sente à vontade com uma das encenações,
ajude-o a mudar a regra para uma com a qual o participante se sinta confortável.

O Moderador DIZ: Para esta encenação, você deve usar as suas habilidades de recusa (limpar
“NÃO” e acções alternativas) para SAIR DE uma situação que possa desafiar esta regra pessoal
sobre sexo.

NOTA do Moderador - Distribua folhas plastificadas com a inscrição “Uma tarde” ou escreva no
papel gigante “Uma tarde”.

O Moderador DIZ: Nesta encenação chamada “Uma Tarde”, gostaria que vocês imaginassem que
já estão a namorar com um parceiro há alguns meses. Vocês escolheram uma regra pessoal sobre
sexo: vocês só terão relações sexuais se usarem o preservativo. Vocês conversaram com o parceiro
sobre sexo e partilharam as vossas regras pessoais. Num sábado à tarde vocês dois estão sozinhos

100
AVANTE RAPARIGAS!
e começam-se a beijar. As coisas começam a aquecer, então vocês dizem ao parceiro para comprar
um preservativo. O parceiro não quer e começa a inventar desculpas sobre o motivo de não querer
usar preservativo.

Lembrem-se de que, depois de pensarem ou escreverem as vossas próprias respostas, vocês


vão-se juntar em pares para apresentarem as encenações das vossas respostas. Enquanto vocês
estiverem agindo de acordo com vossas respostas, NÃO haverá contacto físico entre vocês e o
vosso par da encenação.

NOTA do Moderador: Após três minutos, peça aos participantes que formem pares com uma
pessoa diferente da última vez. Explique aos participantes que devem trocar entre os pares na
leitura de cada resposta/encenação. Ande entre os participantes para ter a certeza de que estão a
fazer as actividades e para dar apoio, se necessário. Após quatro minutos, peça aos participantes
que voltem aos seus lugares.

Explique a encenação, perguntando aos participantes as seguintes perguntas:

O Moderador PERGUNTA:
• Qual foi a sensação de dizer as escolhas pessoais sobre o sexo?
• As respostas funcionaram bem?

NOTA do Moderador: Peça a um grupo que se ofereça para apresentar a sua encenação para
todos. Ao terminar, peça aos participantes que aplaudam o grupo por apresentar a sua encenação.

Depois de cada grupo, analise a encenação com todos os participantes, fazendo as seguintes
perguntas, uma de cada vez, permitindo que alguns participantes respondam a cada pergunta.

O Moderador PERGUNTA:
• O grupo usou um NÃO claro e assertivo na encenação? Quais foram as diferentes formas
que o grupo usou para dizer um NÃO claro?
• Que acções alternativas o personagem usou para sair da situação?
• O que o personagem poderia ter feito para EVITAR completamente a situação?

O Moderador PERGUNTA: Alguém tem dúvidas sobre o uso de NÃOs claros e assertivos ou
acções alternativas para EVITAR uma situação? Responda às perguntas conforme necessário.

O Moderador DIZ: Obrigado a todas por apresentarem as encenações. Foi um ótimo trabalho de
colocarem as vossas habilidades de recusa em prática!

Ao colocar em prática as habilidades de recusa, vocês podem ter receio que vá magoar os
sentimentos de outra pessoa. No entanto, devem sempre lembrar-se dos limites que estabeleceram
para vocês e do que aprenderam sobre relacionamentos saudáveis. Se for um relacionamento
saudável, a outra pessoa respeitará os vossos limites e decisões.

Vocês realmente aprenderam muito! Nós praticámos as habilidades de recusa com as encenações
e vimos que vocês aprenderam algumas habilidades! Espero que se lembrem e usem estes

101
AVANTE RAPARIGAS!
conhecimentos e habilidades sempre que houver necessidade. Ao encerrarmos a sessão sobre
“Tomando decisões saudáveis sobre sexo: Qual é a Minha Escolha?”, vamos rever o que aprendemos
juntos.

Aprendemos sobre as três grandes escolhas. Podem me lembrar quais são essas três opções?

NOTA do Moderador: PERMITA A RESPOSTA DAS RAPARIGAS - Adiar, Abster, Proteger

O Moderador DIZ: Sim, ADIAR a actividade sexual significa que vocês escolhem esperar para fazer
sexo pela primeira vez e evitam a actividade sexual até crescerem e terem um relacionamento
seguro e saudável.

Lembrem-se de que a ABSTINÊNCIA pode acontecer a qualquer momento e mesmo que alguém
comece a fazer sexo muito cedo porque escolheu ou foi forçado, ainda pode decidir parar de fazer
sexo a qualquer momento e ser abstinente. Abstinência significa não ter SEXO ANAL, ORAL ou
VAGINAL. Lembrem-se também de que dissemos que a abstinência é a única forma 100% eficaz
de prevenir o HIV, outras ITS e a gravidez não planeada.

Lembrem-se de que na nossa primeira actividade com a Maria e o Victor, ela praticou as suas
habilidades de recusa - PARAR, PENSAR e AGIR. Ela e o Victor conversaram sobre a decisão da
Maria de adiar o sexo.

Na nossa segunda actividade, “Movendo-se Muito Rápido”, vocês praticaram as vossas próprias
habilidades de recusa e como PARAR, PENSAR e AGIR para que possam adiar a actividade sexual,
se essa for a vossa escolha.

Lembrem-se de que dissemos que a terceira opção que vocês têm é PROTEGER. Dissemos que
a melhor maneira de se protegerem tanto do HIV quanto da gravidez é usarem preservativos e
contraceptivos – a dupla protecção. Também dissemos que é mais seguro ter apenas um parceiro
sexual de cada vez e ter o menor número possível de parceiros sexuais ao longo da vida. Lembrem-
se de que na nossa encenação “Uma Tarde”, vocês praticaram as habilidades para dizerem a
umparceiro que desejam PROTEGER-se!

Em cada uma destas actividades, vocês usaram as habilidades que aprendemos em PARE, PENS e
AJA.

Ao PARAR, vocês encontram o tempo para se acalmarem e respirarem para que possam cumprir
com a vossa decisão. Ao PENSAR, vocês confirmam que pensam sobre as vossas alternativas e

Ao AGIR, vocês transmitem a outra pessoa o que vocês acreditam ser a decisão certa para vocês!

Quero agradecer mais uma vez pela vossa participação e por fazerem um bom trabalho com as
encenações e colocarem em prática as habilidades de recusa – de dizer Não!

Quero que todos vocês se lembrem de que essas decisões sobre sexo - isto é, adiar, abster ou
proteger - não são tomadas apenas uma vez na vida. Vocês terão de tomar essas decisões várias
vezes ao longo da vida. Lembrem-se de que é importante fazê-lo antes de entrarem numa situação.

102
AVANTE RAPARIGAS!
Cada vez que vocês enfrentarem uma dessas decisões, isso vos ajudará a PARAR, PENSAR e depois
AGIR!

Vocês vão precisar de ter uma boa comunicação com a outra pessoa se quiserem ter um
relacionamento seguro e saudável. Também é importante lembrar que às vezes não temos escolha
sobre o que nos acontece, porque não podemos controlar as outras pessoas. Mas, espero que
vocês sempre tentem tomar decisões saudáveis sempre que possível!

Para fazer em casa, depois da sessão

O Moderador DIZ: Ao reflectir sobre a nossa discussão de hoje, pensem em duas coisas: Que
decisão vocês desejam tomar. Pensem em conversar com os vossos pais/cuidadores, outro adulto
de confiança ou um amigo sobre a vossa escolha e peçam que vos ajudem a cumprir com essa
decisão sempre que possível.

103
AVANTE RAPARIGAS!

Módulo 2:
Tomando decisões saudáveis sobre sexo: Qual é a Minha
Escolha?
APÊNDICES A, B, C

APÊNDICE A: O sistema reprodutor para participantes de 9 a 14 anos

O sistema reprodutor feminino e masculino


NOTA do Moderador: Dependendo da quantidade de tempo que você tem para esta parte da
sessão, você pode escolher usar as figuras dos sistemas reprodutores feminino e masculino sem
as legendas e fazer com os participantes o preenchimento das planilhas conforme a sessão vai
decorrendo ou você pode usar as figuras dos sistemas reprodutores feminino e masculino já com
as legendaspara ajudar na discussão. Visto que é provável que muito deste conteúdo seja novo
para os participantes, especialmente para as idades dos 9 aos11 anos, é importante que saiba que
os participantes devem-se sentir à vontade para interrompê-lo a qualquer momento durante a
actividade para fazer perguntas.

As figuras podem ser impressas e plastificadas para que possam ser usados várias vezes..

O Moderador DIZ: Gostaria que conversássemos um pouco sobre Reprodução. Alguém pode-
me dizer o que essa palavra significa?

NOTA do Moderador: PERMITIR QUE OS PARTICIPANTES RESPONDAM e tire dúvidas se necessário

O Moderador DIZ: Portanto, em seres humanos, a reprodução significa a capacidade do corpo


de fazer e dar à luz filhos.

O Moderador DIZ: Conforme vocês crescem, é importante entender o que é o vosso sistema
reprodutor e como funciona. Isso vai ajudar a que vocês percebam os tipos de actividades que
podem prejudicar o vosso sistema reprodutor e o vocês podem fazer para se manterem saudáveis.
Algumas de vocês podem já saber algumas coisas sobre o sistema reprodutor e isso é muito
bom! Algumas de vocês vão aprender pela primeira vez e isso é bom. Quero que vocês se sintam
confortáveis com esta discussão e façam quantas perguntas quiserem, porque todas as vossas
perguntas são importantes!

Primeiro, vamos passar algum tempo a aprender sobre o sistema reprodutor das raparigas e
mulheres, que é o sistema reprodutor feminino. Em seguida, vamos aprender sobre o sistema
reprodutor em rapazes e homens, que é o

104
AVANTE RAPARIGAS!
Sistema reprodutor masculino
Depois, vamos falar sobre como os sistemas reprodutores feminino e masculino funcionam juntos.
A puberdade ou adolescência é um momento em que o corpo das raparigas e dos rapazes cresce e
passa por mudanças. Quando as raparigas adolescentes chegam à puberdade podem engravidar
e ter um bebé. Quando os rapazes adolescentes chegam à puberdade, podem engravidar uma
rapariga e tornarem-se pais.

Sistema reprodutor feminino


O Moderador DIZ: Vamos começar com o sistema reprodutor feminino. Na mulher, o sistema
reprodutor está no interior do corpo, por isso é muito possível que vocês não saibam muito sobre
o vosso sistema reprodutor. Começaremos falando sobre os ovários - as mulheres têm dois ovários

NOTA do Moderador: Mostre os ovários na figura.

O Moderador DIZ: Quando uma adolescente atinge a puberdade (geralmente entre os 9 e os


14 anos), os seus ovários começam a produzir uma substância química especial (o hormónio)
chamado estrogénio. Esta substância química no corpo de raparigas adolescentes é responsável
pelas mudanças que vemos quando as raparigas começam a passam pela puberdade e se tornam
mulheres jovens.

Quais são algumas das mudanças pelas quais as raparigas passam durante a puberdade?

NOTA do Moderador: PERMITA QUE OS PARTICIPANTES RESPONDAM...


As respostas devem incluir:
1. Seios começam a crescer
2. Ancas ficam mais largas
3. Pêlos crescem na região do púbis
4. Pêlos crescem nas axilas (debaixo dos braços)
5. As raparigas agora podem engravidar se tiverem relações sexuais vaginais (sexo vaginal).
Após esta discussão, continue com a função dos ovários.

O Moderador DIZ: A outra coisa que acontece quando uma rapariga atinge a puberdade é
que um óvulo (ovo maduro) é libertado dos seus ovários a cada 28 dias. Quando uma rapariga
nasce, os ovários contêm muitos muitos muitos (centenas de milhares) óvulos, mas os óvulos não
fazem nada até a menina atingir a puberdade. Este processo continua até que a mulher alcance
a menopausa - o que geralmente acontece por volta dos 52 anos da mulher. São os óvulos que
permitem a uma rapariga/mulher engravidar. Falaremos mais sobre isso em alguns minutos.

O Moderador DIZ: Existem duas trompas de Falópio.

NOTA do Moderador: Aponte as duas trompas de falópio na figura.

O Moderador DIZ: As trompas de Falópio têm cerca de 10 centímetros de comprimento e quase


a largura de um pedaço de massa esparguete, são pequenos tubos Dentro de cada tubo existe

105
AVANTE RAPARIGAS!
uma passagem não mais larga do que uma agulha de costura. Os ovários fazem turnos a cada mês
para libertar um óvulo.

O Moderador DIZ: Uma vez que o ovo é libertado, leva cerca de 4 a 5 dias para percorrer o
comprimento da trompa de Falópio.

NOTA do Moderador: Siga o caminho do tubo da trompa de falópio com o dedo na figura.

O Moderador DIZ: O útero - tem a forma de uma pêra de cabeça para baixo.

NOTA do Moderador: Mostre o útero na figura.

O Moderador DIZ: O útero tem um revestimento grosso e paredes feitas de músculos muito
fortes que podem se esticar e se tornar grandes o suficiente para segurar um bebé durante a
gravidez e fortes o suficiente para empurrar o bebé para fora durante o trabalho de parto.

O Moderador DIZ: O endiométrio é o nome do revestimento do útero.

NOTA do Moderador: Mostre o endométrio na figura.

O Moderador DIZ: Quando uma rapariga atinge a puberdade durante o ciclo menstrual de cada
mês, o endométrio, ou o revestimento do útero, aumenta a cada mês até se formar uma camada
espessa que contém muitos vasos sanguíneos. Quando a mulher não engravida, acontece a
menstruação porque esta camada separa-se do útero durante o ciclo menstrual (ou período) de
cada mês e é por isso que as raparigas/mulheres sangram durante o período.

O colo do útero é a parte mais baixa do útero, onde se junta ao topo da vagina. Falaremos sobre a
vagina em apenas um minuto.

NOTA do Moderador: Mostre o colo do útero na figura.

O Moderador DIZ: Quando as mulheres jovens se tornam adultas, por volta dos seus 20 anos de
idade, o colo do útero ajuda a protegê-las contra o HIV ou outras ITS. Em mulheres mais jovens,
o tecido do colo do útero não é capaz de ajudar a prevenir a propagação do HIV ou outras ITS,
portanto, quando as mulheres jovens têm menos de 20 anos, correm maior risco de contrair o HIV.

O Moderador DIZ: Esta é a vagina ou canal vaginal

NOTA do Moderador: Mostre a vagina na figura.

O Moderador DIZ: A vagina é um tubo de músculos que vai desde a abertura vaginal até ao colo
do útero.

NOTA do Moderador: Aponte a abertura vaginal, colo do útero e útero na figura.

106
AVANTE RAPARIGAS!
O Moderador diz: A vagina tem cerca de 7 a 12 centímetros de comprimento em uma mulher
adulta. Os músculos da parede da vagina ajudam a expandir, ou ficar mais larga, e contrair ou ficar
mais estreita.

A vagina tem um revestimento denominado mucosa vaginal, que ajuda a proteger o sistema
reprodutor de danos. Assim como o colo do útero, a mucosa vaginal muda à medida que a
rapariga/mulher envelhece. Quando chega aos 20 anos, esse revestimento ajuda a proteger a
mulher do HIV e de outras ITS.

O Moderador diz: Esta é a abertura vaginal.

NOTA do Moderador: Mostre a abertura vaginal na figura.

O Moderador DIZ: A abertura vaginal permite que o sangue menstrual (menstruação) que desce
do útero saia do corpo. A abertura vaginal permite que os espermatozóides que saem do pênis do
homem durante a relação sexual vaginal possam chegar ao útero para fertilizar o óvulo. A abertura
vaginal também serve como uma via para o bebé sair do corpo da mulher durante o parto.

NOTA do Moderador: Certifique-se de que tirou todas as dúvidas antes de passar para o Sistema
Reprodutor Masculino.

Sistema reprodutor masculino


O Moderador DIZ: O sistema reprodutor masculino às vezes é mais fácil de entender para jovens
os rapazes porque uma parte pode ser vista do lado de fora do corpo, como o pénis.

NOTA do Moderador: Aponte o pénis na figura.

O Moderador DIZ: O pénis é composto por duas partes, o corpo e a glande. A glande é a cabeça do
pénis - em homens não circuncisados, a glande é coberta por um tecido rosa chamado mucosa. A
remoção desse tecido durante uma circuncisão médica (quando o médico retira cuidadosamente
o tecido que cobre a cabeça do pénis) reduz as chances de um rapaz ou homem contrair o HIV.

Vamos aprender mais sobre a glande. Vocês podem ver que há uma pequena abertura na glande,
por onde o sémen e a urina saem do corpo. Esta abertura na glande chama-se uretra.

NOTA do Moderador: Mostre a glande e a uretra na figura.

O Moderador DIZ: O interior do pénis é feito de tecido esponjoso que pode-se expandir (ficar
maior) e contrair (ficar menor). A seguir, vamos aprender sobre os testículos.

NOTA do Moderador: Mostre os testículos na figura.

107
AVANTE RAPARIGAS!
O Moderador DIZ: Quando um rapaz atinge a maturidade sexual (geralmente em torno
dos 12-16 anos), os dois testículos começam a produzir e armazenar muitos muitos muitos
(milhões) espermatozoides que são muito pequeninos. Os testículos são ovais e crescem cerca
de 5 centímetros de comprimento e cerca de 3 centímetros de largura. Os testículos também
produzem um hormónio, a testosterona, que é responsável pelas mudanças pelas quais os rapazes
adolescentes passam durante a puberdade.

Quais são algumas das mudanças pelas quais os rapazes passam durante a puberdade?

NOTA do Moderador: PERMITA QUE AS RAPARIGAS RESPONDAM.

As respostas devem incluir:


• ficam com as vozes mais grossas
• os músculos ficam maiores
• pêlos crescem no corpo e na zona do púbis
• pêlos crescem n acara (barba)

Após esta discussão, continue a explicar a função dos testículos.

O Moderador DIZ: Então, vamos ver o que acontece com todos os espermatozoides produzidos
nos testículos. Depois de os espermatozoides serem produzidos, movem-se dos testículos para o
epidídimo. O epidídimo é o local no corpo que guarda ou armazena os espermatozoides até que
estejam maduros e sejam capazes de fertilizar um óvulo feminino. O epidídimo fica bem no topo
dos testículos, dentro do escroto - ou saco escrotal.

NOTA do Moderador: Mostre o escroto na figura. Na próxima secção, você precisará avaliar o
conhecimento dos participantes e explicar o que é a urina, se necessário.

O Moderador DIZ: Quando um homem tem relações sexuais, os espermatozoides viajam para
fora do epidídimo por um longo tubo fino onde se misturam com o sémen que é um líquido (ou
fluído) esbranquiçado que ajuda os espermatozoides a viver fora do corpo do homem.

NOTA do Moderador: Use o dedo para mostrar o caminho dos espermatozoides na figura do
sistema reprodutor masculino.

O Moderador DIZ: Quando esses fluídos se misturam com os espermatozoides, temos o sémen. O
sémen é transportado para fora do corpo do homem através da uretra quando o homem ejacula.

NOTA do Moderador: Aponte para a uretra na figura.

O Moderador DIZ: Em rapazes e homens, a uretra também faz parte do sistema urinário (é o
sistema que nos permite eliminar os resíduos através da urina). A urina passa pela bexiga (aponte
para a bexiga na planilha), atravessa a uretra e sai pela abertura do pénis. Mas, o corpo tem uma
maneira especial de garantir que a urina e o sémen não saem do corpo ao mesmo tempo!

108
AVANTE RAPARIGAS!
Reprodução e contraceptivos
O Moderador DIZ: Uma parte muito importante da puberdade é que o sistema reprodutor
começa a amadurecer. O corpo torna-se capaz de se reproduzir (fazer bebés). Homens e
mulheres têm papéis diferentes a desempenhar na reprodução. O papel do homem é fornecer os
espermatozoides e o papel da mulher é fornecer o óvulo.

Agora vamos falar sobre a relação sexual vaginal. A relação sexual vaginal é quando o pénis de um
homem entra na vagina da mulher. Se uma mulher se envolve em sexo vaginal com um homem
no momento da ovulação, é aqui que o espermatozoide do homem se encontra com o óvulo.
Quando isto acontece dá-se a fertilização. E quando acontece a fertilização (o espermatozoide
encontra o óvulo), a mulher fica grávida.

Quando homens e mulheres decidem que vão fazer sexo, podem usar métodos contraceptivos
para prevenir a gravidez. Os preservativos são apenas um dos muitos métodos contraceptivos
que existem. No entanto, são o único método que pode prevenir eficazmente a transmissão de
infecções sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV. Outros métodos de proteção, como pílulas
contraceptivas, injecção (Depo-Provera) e implante, são eficazes apenas na prevenção da gravidez
e NÃO reduzem o risco de contrair o HIV.

109
AVANTE RAPARIGAS!
Sistema reprodutor feminino

A)

B)

D)
C)

E)

110
AVANTE RAPARIGAS!
Sistema reprodutor feminino com legenda

A) Trompas de Falópio

B) Útero com endométrio

D) Ovários
C) Colo do útero

E) Vagina e mucosa
vaginal

111
AVANTE RAPARIGAS!
Sistema reprodutor masculino

Coluna vertebral

E)

Próstata
A)

B)
Ânus
C)

D)

112
AVANTE RAPARIGAS!
Sistema reprodutor masculino com legenda

Coluna vertebral

E) Bexiga

Próstata
A) Pénis

B) Uretra
Ânus
C) Testículo

D) Escroto

113
AVANTE RAPARIGAS!

APÊNDICE B: Conhecimento sobre HIV para participantes de 9 a 14 anos de idade

HIV / AIDS

NOTA do Moderador: Se necessário, use as informações sobre o HIV das páginas seguintes para
debater os factos e mitos sobre o HIV. O objectivo desta actividade é desconstruir mitos sobre o
HIV e a SIDA e garantir que os participantes compreendam que o risco de contrair o HIV é real.
Isso ajudará os participantes a entender que existem acções que podem ser tomadas para reduzir
esse risco.

O Moderador DIZ: Gostaria que conversássemos um pouco sobre o HIV. Vocês podem ter ouvido
muitas informações sobre o HIV, algumas são verdadeiras, mas algumas provavelmente NÃO são
verdadeiras. Às vezes é difícil dizer o que é verdade e o que não é. É muito importante que vocês
saibam a verdade sobre o HIV, para que possam tomar decisões saudáveis e tentarem-se manter
seguras e livre do HIV.

NOTA do Moderador: Leia o papel gigante com os participantes perguntando se há alguma


pergunta enquanto se debate se as afirmações sobre o HIV são verdadeiras ou falsas .
Se os participantes não estiverem familiarizados com os termos HIV e SIDA, peça-lhes que repitam
o que as siglas representam até que estejam confiantes!

Explique o seguinte:
1) O HIV pode ser transmitido por sexo anal, oral e vaginal desprotegido
2) O HIV pode ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez
3) O HIV pode ser transmitido de mãe para filho durante a amamentação
4) Existem medicamentos que uma mulher pode tomar para prevenir a transmissão do HIV
para o seu bebé

Peça aos participantes para lhe dizerem algumas coisas que ouviram sobre o HIV e a SIDA. (isto
pode ser feito em plenária com todos os participantes como uma chuva de ideias).

O Moderador deve conduzir uma discussão sobre o que os participantes ouviram. O papel do
Moderador aqui deve ser orientar os participantes, como um grupo, para determinar se acreditam
que essas afirmações são verdadeiras ou falsas.

114
AVANTE RAPARIGAS!

HIV / SIDA
O HIV É UMA INFECÇÃO. A SIDA É A DOENÇA CAUSADA PELA INFECÇÃO POR HIV.

HIV significa Vírus da Imunodeficiência Humana. HIV é o vírus que causa a SIDA, a
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

O HIV pode ser transmitido através da actividade sexual, partilha de agulhas, e de mãe para
o filho durante a gravidez, parto e através da amamentação.

Quando alguém apanha o HIV, vai ter HIV para o resto da sua vida!

As pessoas podem evitar o HIV se praticarem abstinência e adiares o sexo até que tenham um
relacionamento seguro e saudável. Uma vez que uma pessoa é sexualmente activa, deve-se
proteger e conversar com um técnico de saúde sobre como fazer o teste de HIV.

Não é possível dizer que alguém tem HIV ou SIDA só de olhar para essa pessoa!

115
AVANTE RAPARIGAS!

Teste sobre o hiv: o que você precisa saber


O Moderador DIZ: A vossa saúde sexual é apenas uma parte do vosso bem-estar geral. Todos
deveriam fazer o teste do HIV pelo menos uma vez na vida. A única maneira de saberem com
certeza se vocês têm HIV é fazendo o teste.

Saber o vosso estado serológico fornece informações importantes para vos ajudar a tomar medidas
para manter vocês e e o(s) vosso(s) parceiro(s) saudáveis.

• Se o teste for positivo, pode-se tomar medicamentos para tratar o HIV para se manter saudável
por muitos anos e reduzir muito a chance de transmitir o HIV ao (s) parceiro (s) sexual (is).
• Se o teste for negativo, tem-se várias formas de prevenção disponíveis hoje em dia para
prevenir o HIV.
• Se a rapariga/mulher estiver grávida, deve fazer o teste do HIV para que possa começar o
tratamento imediatamente, caso seja seropositiva. Se uma mulher seropositiva for tratada
para o HIV no início da gravidez, a chance de transmitir o HIV ao bebé vai ser muito baixa.

Mesmo que todos os resultados sejam negativos, o teste não se faz apenas uma vez. Quando se é
sexualmente activo e se tem mais de um parceiro desde o último teste de HIV feito, deve-se fazer
o teste pelo menos uma vez por ano.

Um técnico de saúde pode sugerir fazer o teste a cada 3-6 meses quando se tem vários parceiros
ou não se sabe o estado dos parceiros.

Qualquer pessoa que foi abusada sexualmente ou teve uma exposição de alto risco ao HIV deve
considerar tomar a profilaxia pós-exposição (PEP) e obter um teste rápido do HIV que pode
detectar a infecção mais cedo do que o teste normal de anticorpos. A PEP pode prevenir a infecção
pelo HIV após possível exposição ao HIV, se for iniciada o mais rápido possível dentro de 3 dias
após a exposição ao HIV.

116
AVANTE RAPARIGAS!

APÊNDICE C: Papéis gigantes, actividades e informações para participantes de 9 a 14


anos de idade

Maria e Victor Actividade I - Versão 1 - Papel gigante # 1


GRUPO 1: MARIA - O DIA SEGUINTE

No dia seguinte, a Maria sentiu-se enjoada com a cerveja que tomou na festa. Ela lembra-se do que
aconteceu com o Victor - ela fez sexo com ele. Responda às perguntas preenchendo os círculos.

Como é que a Maria O que pode


se sente? acontecer ao corpo
ou à saúde da Maria?

O que pode
acontecer ao
relacionamento da
Maria?

117
AVANTE RAPARIGAS!

Papel gigante: VERSÃO 1

GRUPO 2: VICTOR - O DIA SEGUINTE


No dia seguinte, o Victor sentiu-se enjoado com a cerveja que tomou na festa. Ele lembra-se do que
aconteceu com a Maria - ele fez sexo com ela. Responda às perguntas preenchendo os círculos.

Como é que oVictor O que pode


se sente? acontecer ao corpo
ou à saúde do
Victor?

O que pode
acontecer com o
Victor?

118
AVANTE RAPARIGAS!

Papel gigante: VERSÃO 1

GRUPO 3: MARIA - UM MÊS DEPOIS


A menstruação da Maria está atrasada. Ela encontra-se com o Victor depois da escola e conta-lhe.
Responda às perguntas preenchendo os círculos.

Como é que a Maria O que pode


se sente? acontecer ao corpo
ou à saúde da Maria?

O que pode
acontecer aos
relacionamentos
da Maria?

119
AVANTE RAPARIGAS!

Papel gigante: VERSÃO 1

GRUPO 4: VICTOR - UM MÊS DEPOIS


A menstruação da Maria está atrasada. Ela encontra-se com o Victor depois da escola e conta-lhe.
Responda às perguntas preenchendo os círculos.

Como é que o O que pode


Victor se sente? acontecer ao
corpo ou à saúde de
Victor?

O que pode
acontecer aos
relacionamentos
do Victor?

120
AVANTE RAPARIGAS!

Actividade I - Versão 2 - Papel gigante # 2

GRUPO 1: MARIA - O DIA SEGUINTE


No dia seguinte, a Maria sentiu-se enjoada com a cerveja que tomou na festa. Ela lembra-se do
que aconteceu com o Victor - ela não fez sexo com ele. Responda às perguntas preenchendo os
círculos.

Como é que a Maria O que pode


se sente? acontecer ao
corpo ou à saúde da
Maria?

O que pode
acontecer com os
Relacionamentos
da Maria?

121
AVANTE RAPARIGAS!

Actividade I - Versão 2 - Papel gigante # 2

GRUPO 2: VICTOR - O DIA SEGUINTE


No dia seguinte, o Victor sentiu-se enjoado com a cerveja que tomou na festa. Ele lembra-se do
que aconteceu com a Maria - ele não fez sexo com ela. Responda às perguntas preenchendo os
círculos.

Como é que o O que pode


Victor se sente? acontecer ao
corpo ou à saúde do
Victor?

O que pode
acontecer aos
relacionamentos
do Victor?

122
AVANTE RAPARIGAS!

Papel gigante: VERSÃO 2

GRUPO 3: MARIA - UM MÊS DEPOIS


A Maria e o Victor encontram-se noutra festa. Eles realmente não conversaram desde a noite da
primeira festa. Responda às perguntas preenchendo os círculos.

Como é que a Maria O que pode


se sente? acontecer ao
corpo ou à saúde da
Maria?

O que pode
acontecer aos
relacionamentos
da Maria?

123
AVANTE RAPARIGAS!

Papel gigante: VERSÃO 2

GRUPO 4: VICTOR - UM MÊS DEPOIS


A Maria e o Victor encontram-se noutra festa. Eles realmente não conversaram desde a noite da
primeira festa. Responda às perguntas preenchendo os círculos.

Como é que o O que pode


Victor se sente? acontecer ao
corpo ou à saúde do
Victor?

O que pode
acontecer com os
relacionamentos
do Victor?

124
AVANTE RAPARIGAS!

AO DIZER “NÃO” - DIGA DE FORMA ASSERTIVA E CLARA

1) Diga “NÃO” com palavras - use voz ASSERTIVA e CLARA para dizer “NÃO!”

2) Diga “NÃO” com LINGUAGEM CORPORAL - use a linguagem corporal e as suas palavras para
dizer e mostrar o que você quer dizer!

Use a(s)sua (s) mão(s) para sinalizar “PARE” e criar um espaço


entre você e a outra pessoa!

125
AVANTE RAPARIGAS!
3) DIGA “NÃO” COM O POSICIONAMENTO DO SEU CORPO

Fique com os pés FIRMES no chão e direito/a - você


pode colocar as mãos na cintura!

4) DIGA “NÃO” com os seus OLHOS

Faça contacto visual directo com a pessoa com quem


está a falar.

126
AVANTE RAPARIGAS!
5) Diga “NÃO” com as suas EXPRESSÕES FACIAIS

Use expressões faciais


sérias que mostrem que
você está sério/a.

Dizer “NÃO” com palavras e dizer “NÃO” com assertividade!

• Não! Ainda não estou pronta para fazer sexo!


• Não! Eu não quero fazer sexo!
• Não! Eu não quero te tocar aí!
• Não! Eu não vou fazer sexo contigo!
• Não! Eu realmente quero dizer “NÃO”!
• Não! Eu não quero que você me toque!
• Não! Não estou pronta para que o nosso relacionamento seja tão físico!
• Não! Eu quero terminar a escola antes de começar a fazer sexo.
• Não! Eu quero me abster, por enquanto.
• Não! Ainda não estou pronta para fazer sexo.
• Não! Eu quero-me proteger não fazendo sexo.
• Não! Alcançar os meus objectivos futuros é mais importante do que fazer sexo agora.
• Não! Eu quero evitar o HIV e outras ITS.
• Não! Tenho toda a minha vida para experimentar sexo. Eu sou muito jovem agora.
• Não! Ainda não estou pronta para ser mãe.

127
AVANTE RAPARIGAS!

Coloque as suas habilidades de recusa em práctica

DIGA NÃO”
1. Moderador DIZ: SEJA FORTE e FAÇA UMA DECLARAÇÃO DE RECUSA usando a palavra
“NÃO;” use também a linguagem corporal, o posicionamento do corpo, os seus olhos e
as suas expressões faciais para dizer “NÃO”.
Exemplos:
a) “Não, não me sinto confortável com isso.”
b) “Não, vamos parar antes de irmos longe demais!”
c) “Não! Ainda não estou pronta para fazer sexo!”

“Evite uma situação”


2. Moderador diz: MANTENHA O RELACIONAMENTO SE FOR APROPRIADO. TERMINE O
RELACIONAMENTO OU DEIXE SE NECESSÁRIO
Deixe a situação:
a) “Não quero fazer isso e também não acho que seja saudável para você. Eu vou
sair agora. ”
Término de relacionamento:
b) Este relacionamento não vai funcionar; você não respeita as minhas decisões
sobre o meu corpo. ”

“Saia da situação”
3. Moderador DIZ: TERMINE A SITUAÇÃO RAPIDAMENTE. Sugira uma atividade
alternativa para sair da situação.
Exemplos:
a) “Na realidade, eu tenho de me ir embora.”
b) “Vamos fazer outra coisa ou vou-me embora.”

128
AVANTE RAPARIGAS!
Informações: Actividade de Encenação II

MOVENDO-SE MUITO RÁPIDO!

Contexto: Para esta encenação, vocês vão imaginar que estão numa festa com
alguns amigos e a a pessoa de quem vocês realmente gostam está
na festa. Mais tarde, essa pessoa aproxima-se e começa a conversar
com você. Vocês os dois estão a divertir-se juntos, mas ele sugere que
vocês vão a algum lugar para ficarem sozinhos. Vocês pensam: “Uau,
isso está a avançar muito rápido... não estou pronta para isso...”

Instruções: Preencha as linhas “Você”, usando instruções claras que indicam


NÃO, acções alternativas ou uma combinação das duas para EVITAR
a situação.

Preparando a Vocês estão numa festa com alguns amigos e a a pessoa de quem
apresentação da vocês realmente gostam está na festa. Mais tarde, essa pessoa
encenação: aproxima-se e começa a conversar com você. Vocês os dois estão a
divertir-se juntos, mas ele sugere que vocês vão a algum lugar para
ficarem sozinhos. Vocês pensam: “Uau, isso está a avançar muito
rápido... não estou pronta para isso...”

O seu parceiro: O que está a acontecer? Por que é você não vem comigo?

Você:

O seu parceiro: Nós vamos apenas sair para conversar...

Você:

O seu parceiro: Mas está alto aqui e eu realmente quero conhecer-teo melhor.

Você:

129
AVANTE RAPARIGAS!
Informações: Actividade de Encenação III

UMA TARDE

Instruções: Preencha as linhas “Você”, usando instruções claras que indicam


NÃO, acções alternativas ou uma combinação das duas para SAIR DA
situação.

Preparando a Vocês estão a namorar com o vosso parceiro há alguns meses. Vocês
apresentação da escolheram uma regra pessoal sobre sexo: vocês só vão fazer sexo
encenação: se usarem preservativo. Vocês conversaram com os vossos parceiros
sobre sexo e partilharam as vossas regras pessoais. Num sábado
à tarde vocês os dois estão sozinhos e começam a namorar. As
coisas começam a aquecer, então vocês dizem aos vossos parceiros
para comprar um preservativo. Os vossos parceiros não querem e
começam a dar desculpas para não usar o preservativo ...

O seu parceiro: Vamos fazer sem camisinha, só desta vez.

Você:

O seu parceiro: Oh vamos lá, você sabe que quer.

Você:

O seu parceiro: Talvez você não me ame tanto como eu te amo.

Você:

130
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Peça aos estudantes para partilharem aquilo que aprenderam nesta actividade. Recorde-os
de que a tomada de decisões, mais do que sentimentos, envolve também a razão. Implica
considerar as potenciais consequências boas/más de cada decisão. Implica ter em consideração
os resultados que estão para além do nosso controle (por exemplo, se ele vai beber demasiado
ou não).

2. Pergunte aos estudantes como é que eles vão aplicar aquilo que aprenderam à sua vida.

3. Peça a cada estudante que assuma um compromisso de parar (CLAP, CLAP) e considerar as
potenciais consequências boas/más de cada ponto de decisão na sua vida.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

71
131
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 12
O Que é Que eu Faço com Estes Sentimentos?

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes discutem a conexão, ou falta dela, entre o amor e o sexo.
O estudantes debatem livremente uma lista de coisas que uma pessoa
pode fazer para mostrar a outra que a ama para além da relação sexual.

Objectivos No fim da sessão, os estudantes deverão ser capazes de


da Aprendizagem: 1. Discutir a diferença entre sexo e amor.
2. Identificar várias formas de se manifestar amor para além da relação
sexual.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Familiarize-se com a história da Martina e do Moffat, na Actividade 2.


Preparação: • Se o nível de instrução dos estudantes for elevado, escreva as histórias
de Tim/Mary; Martina/Moffat; e James/Gertrude no quadro de parede
(ver a Actividade 1).
• Estes dois amam-se e mantêm relações sexuais um com o
outro.
• Estes dois mantêm relações sexuais um com o outro mas não
se amam.
• Estes dois amam-se, mas não mantêm relações sexuais.

Actividade 1: Amor ou Sexo


15 minutos

1. Leia as seguintes histórias curtas aos estudantes ou escreva-as no quadro de parede se o nível
de leitura dos estudantes for alto:

• O amigo do Tim goza-o porque ele nunca manteve relações sexuais. A Mary foi iniciada
e quer testar se consegue dançar bem na cama. O Tim vê a Mary a caminhar para casa
vinda da escola e propõe-lhe que tenham uma relação sexual. Ela concorda.
• A Martina e o Moffat amam-se e concordaram em esperarem até se casarem para
manterem relações sexuais. Eles encontram muitas maneiras de mostrarem um ao outro
que se amam sem manterem relações sexuais.
• O James e a Gertrude amam-se mas ainda não podem casar-se. Eles querem gozar a sua
vida sexual um com o outro agora e concordaram em utilizar o preservativo sempre que
mantiverem relações sexuais.

72
132
AVANTE RAPARIGAS!
2. Depois de ler as histórias, leia as afirmações que se seguem ou escreva-as em folhas de papel
gigante ou no quadro de parede, se o nível de leitura dos participantes for elevado. Peça aos
estudantes para relacionarem cada história com uma das seguintes afirmações:

• Estes dois amam-se e mantêm relações sexuais protegidas um com o outro.


• Estes dois mantêm relações sexuais um com o outro, mas não se amam.
• Estes dois amam-se, mas não mantêm relações sexuais um com o outro.

3. Agora, faça aos estudantes as seguintes perguntas:

• É possível manter relações sexuais sem amor?


• É possível estar apaixonado mas não manter relações sexuais?
• Qual é a diferença entre amor e sexo?
• Como é que o James e a Gertrude demonstraram o seu amor um ao outro?

Actividade 2: A Lista Mais Longa


25 minutos

1. Divida os estudantes em grupos do mesmo sexo: rapazes com rapazes e raparigas com
raparigas.

2. Leia: “A Martina e o Moffat amam-se mas não mantêm relações sexuais. Eles dizem que
encontraram outras maneiras de mostrarem o seu amor um pelo outro. Tal como a Martina e o
Moffat, vocês podem, um dia, ter sentimentos fortes em relação a alguém e querer mostrar-lhe o
vosso amor de outras formas que não sejam através da relação sexual”.

3. Peça cada grupo para fazer uma lista de coisas que se podem fazer para mostrar a alguém que
é amada/o, que não envolvam a relação sexual. Cada grupo deve competir para ver qual dos
grupos – rapazes ou raparigas – consegue fazer a lista mais longa. Eis alguns exemplos:

• Dar à pessoa que se ama o último rebuçado que se tem


• Dizer “ Amo-te”
• Confortar a pessoa quando ela está aborrecida
• Cumprimentar a pessoa
• Escrever-lhe um poema ou uma canção
• Nunca mentir à pessoa

4. Volte a reunir os rapazes e as raparigas e peça-lhes que partilhem as suas listas, fazendo-os
dizer, à vez, uma coisa de cada lista, alternando os rapazes e as raparigas, até ter sido dito tudo.

5. Faça as seguintes perguntas para debate:

• Que coisas foram mencionadas tanto pelos rapazes como pelas raparigas?
• Que coisas são diferentes para os rapazes e para as raparigas?

73
133
AVANTE RAPARIGAS!
• De qual das manifestações as raparigas preferem?
• De qual das manifestações os rapazes preferem?
• Como é que se sentiriam se alguém vos fizesse essas coisas?

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Actividade
Diga: complementar
• “Durante
De qual a puberdade
das
para podem
vocês
manifestações
a sessão 12. Para esta
ter sentimentos
as raparigas preferem?
actividade,
muito por favor
fortes em relação use a As
a alguém.
actividade
pessoas complementar,
podem dizer módulo
que quando vocês 2 – Tomando
se sentem decisões saudáveis sobre sexo: Qual é
assim em relação a alguém devem ter relações
• De
asexuais
Minhacom qual das manifestações
Escolha? pessoa
- que está os rapazes preferem?
• Como éessa parano
que se sentiriam
final da sessão 11
lhe
se demonstrarem o vosso
alguém vos fizesse amor.
essas Se alguém lhe disser isso, essa
coisas?
pessoa estará, provavelmente, confusa quanto à diferença entre amor e sexo. Lembram-se de
Moffat e de Martha? Eles estão apaixonados mas não o “provam” mantendo relações sexuais. E o
Tim e a Mary demonstram que as relações sexuais também não provam o amor uma vez que eles
mantiveram relações sexuais mas não estavam apaixonados”.Sessão de Encerramento

5 minutos
2. A partir deste momento, vocês conhecem muitas, muitas maneiras diferentes de mostrarem
o vosso amor por alguém sem ser através de relações sexuais. Parabéns por todas as vossas
1. Diga: “Durante
boas ideias.” a puberdade vocês podem ter sentimentos muito fortes em relação a alguém. As
pessoas podem dizer que quando vocês se sentem assim em relação a alguém devem ter relações
sexuais com essa pessoa para lhe demonstrarem o vosso amor. Se alguém lhe disser isso, essa
pessoa estará, provavelmente, confusa quanto à diferença entre amor e sexo. Lembram-se de
O mantendo
Moffat e de Martha? Eles estão apaixonados mas não o “provam” Que é Que se sexuais.
relações Segue? Eo
Tim e a Mary demonstram que as relações sexuais também não provam o amor uma vez que eles
1. mantiveram
Agradeça aosrelações
estudantes pela
sexuais suanão
mas participação.
estavam apaixonados”.
2. A
2. Discuta
partir com
desteeles as questões
momento, logísticas
vocês conhecem do próximo encontro:
muitas, muitas maneiras diferentes de mostrarem
o vosso amor por alguém sem ser através de relações sexuais. Parabéns por todas as vossas
• ideias.
boas QUANDO” é a próxima sessão;
• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão aboredados.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela sua participação.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão aboredados.

74
134
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 13
Estou Pronto/a para a Actividade Sexual?

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Através de encenações e debates, os estudantes aprendem a parar e


pensar sobre se devem ou não manter relações sexuais, contrapondo as
consequências a longo prazo com as emoções de curto prazo.

Objectivos No fim desta sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Compreender as razões pelas quais os jovens se envolvem em relações
sexuais.
2. Compreender as consequências do relacionamento sexual

Duração: 55 minutos

Materiais e • Folhas de papel e lápis para os estudantes usarem na Actividade 1,


Preparação: passo 2. Se não houver papel ou lápis, os alunos deverão simplesmente
recordar-se das suas perguntas.
• Leia a sessão toda e familiarize-se com as qualidades de uma boa
pergunta da Actividade 1, passo 2, e com as perguntas da Actividade
2, passo 4.
• Antes de começar a sessão, pergunte a dois estudantes – um rapaz
e uma rapariga – se eles estariam dispostos a encenar uma situação
de um casal que está a tentar decidir se deve manter ou não relações
sexuais. Se não houver estudantes dispostos a fazê-lo ou se achar que
isso é demasiado embaraçoso para os estudantes, então, peça por
favor a dois adultos para o fazerem.

Actividade 1: O que É Que Eu Devo Ter Em


Conta Antes de Manter Relações Sexuais?
15 minutos

1. O par que vai fazer a encenação deve deixar o grupo para se preparar para os seus papéis.
Entre os aspectos que eles devem discutir incluem-se os nomes das suas personagens, há
quanto tempo elas se conhecem, como e onde é que se conheceram, o que é que eles sentem
um em relação ao outro e porque é que eles estão a pensar manter relações sexuais.

75
135
AVANTE RAPARIGAS!
2. Enquanto este par prepara a sua encenação, o resto do grupo deve separar-se em pares do
mesmo sexo e imaginar que são um/a jovem que está a pensar em manter relações sexuais
com alguém. Que questões é que os ajudariam a tomar a decisão certa? Por exemplo: “Porque
é que eu quero ter relações sexuais com esta pessoa?”. Que questões é que os vão ajudar
a avaliarem as consequências da sua decisão? Por exemplo: “O que é que vais fazer se ela
engravidar?”. Cada par deve escrever as suas questões, para as poder colocar ao par que vai
fazer a encenação, quando este se voltar a reunir ao grupo.

• Tenham cuidado em fazerem perguntas abertas e que não sugiram ao par as respostas
que vocês querem ouvir. Por exemplo:
NÃO PERGUNTEM: Não acham que é errado manter relações sexuais antes do
casamento?
PERGUNTEM: O que é que vocês pensam sobre a questão de ter ou não ter relações
sexuais antes do casamento?

• Tentem fazer perguntas que dêem continuidade à pergunta feita anteriormente. Por
exemplo: “Queres ter um filho com essa pessoa?”
RESPOSTA: “NÃO”
“Então, o que é que vais fazer para evitar a gravidez se vocês tiverem uma relação sexual?”

Actividade 2: Devemos ou Não Devemos?


20 minutos

1. Chame os membros do par que vai fazer a encenação para retornarem ao grupo. Lembres-lhe
que eles se encontram num ponto importante da tomada de decisão – CLAP! CLAP! – e devem
ter em consideração todas as consequências possíveis da sua decisão. Diga-lhes que os colegas
de turma os vão ajudar a tomarem a decisão sobre se devem ou não manter relações sexuais,
fazendo-lhes algumas perguntas. Os colegas vão ajudá-los a tomar uma decisão “pensada” e
não apenas uma decisão “sentida”.

2. Peça ao par para se apresentar, dizendo apenas os nomes dos seus membros. Eles devem
continuar a representar os seus papéis enquanto o grupo lhes faz perguntas.

3. Diga aos estudantes para fazerem as perguntas tanto ao rapaz como à rapariga, uma vez que
eles devem ter tomado a decisão juntos.

4. Quando o grupo tiver acabado de fazer perguntas, acrescente qualquer das perguntas que
apresentamos a seguir, que ainda não tenham sido feitas:

• Porque é que estás a pensar em ter relações sexuais com esta pessoa?
• Se estás a pensar em ter relações sexuais como forma de mostrar o teu amor, já pensaste
em todas as outras maneiras para além do sexo através das quais podes demonstrar o
teu amor?
• Falaste com essa pessoa em relação à questão de manter relações sexuais?

76
136
AVANTE RAPARIGAS!
• Sentes-te pressionada pela outra pessoa para teres relações sexuais?
• Estás sóbrio/a ou consumiste drogas ou bebidas alcoólicas? Se consumiste, achas que
quererias ter relações sexuais igualmente se estivesses sóbrio/a?
• Vocês vão manter-se juntos como namorados ou vão casar-se?
• Se vocês não querem ter um filho, o que é que vão fazer para evitarem a gravidez?
• Que mudanças terão lugar na vossa vida se tiverem de educar um filho agora? Acham
que vão conseguir continuar a estudar?
• O que é que vão fazer para se protegerem das ITS/HIV? Acham que estarão seguros?

Actividade 3: Tomar uma Decisão Pensada


15 minutos

1. Quando os membros do par tiverem acabado de responder a todas as perguntas, eles afastam-
se por cinco minutos e discutem:

• Depois de tudo aquilo que ouviram, as suas personagens vão decidir manter relações
sexuais ou não?
• Quais são as consequências positivas e negativas desta decisão?
• Quais são os factores que mais influenciaram a decisão deles?
• A decisão que tomaram foi “pensada”, “sentida” ou ambas as coisas?

2. Enquanto o par se mantem afastado, a turma discute as mesmas questões e vota se o par
deverá manter relações sexuais ou não.

3. O par regressa e apresenta a sua decisão e as razões para ela. O grupo informa-o sobre o
resultado da sua votação.

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Quais são as razões mais persuasivas que ouviram a favor de se manterem relações sexuais?

2. Quais são as razões mais persuasivas que ouviram contra o facto de se ter relações sexuais?

3. Acham que a maior parte dos jovens param (CLAP! CLAP!) e se colocam estas perguntas a si
mesmos?

4. De que maneira é que esta discussão pode influenciar a tomada de decisões?

5. Agradeça ao par que apresentou a encenação pelo seu desempenho.

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137
AVANTE RAPARIGAS!

Actividades complementares para a sessão 13. Para estas actividades, por favor use a
actividade complementar, módulo 2 – Tomando decisões saudáveis sobre sexo: Qual é
a Minha Escolha? - que está no final da sessão 11 e a actividade do módulo 3 abaixo -
Quando falta o Consentimento, a resposta é “Não”!

Actividade complementar para a sessão 13 adaptada do manual do PEPFAR “Prevenção


primária da violência sexual e HIV entre crianças de 9-14 anos, 16 de Janeiro de 2019”

Módulo 3:
Quando falta o Consentimento, a resposta é “Não”!

Esta actividade deve levar 45 minutos para ser concluída

Objectivo do Módulo: Para explicar o que significa consentimento, o que é violência em


relacionamento sexual e como o consentimento e a violência em
relacionamentos estão ligados. Desenvolver habilidades para reconhecer
quando o consentimento está presente e quando falta.

Materiais Papel gigante, marcadores, fita cola ou Bostik para afixar o papel gigante
necessários: na parede, numa árvore ou noutro sítio.

NOTA do Moderador: Ao longo desta sessão, falamos sobre relacionamentos românticos. Em


diferentes países, as pessoas falam sobre relacionamentos românticos de maneiras diferentes.
Às vezes chamam isso de namoro, sair, sair juntos, etc. Podem chamar a outra pessoa no
relacionamento de namorado, namorada, parceiro, etc. Nós encorajamos que se fale dos
relacionamentos românticos de uma forma apropriado para o seu contexto cultural.

A discussão a seguir sobre relacionamentos pode trazer várias reacções dos jovens, variando
de risos por vergonha a expressões de ansiedade. É importante medir o nível de maturidade
dos participantes e falar sobre esse assunto delicado de uma forma adequada ao seu nível de
maturidade. Observe que relacionamentos românticos entre pessoas do mesmo sexo podem
surgir nos debates com os participantes do programa. Uma maneira de lidar com isso é falar sobre
relacionamentos de uma forma geral que não defina se é do mesmo sexo ou do sexo oposto. Os
conceitos apresentados neste módulo são relevantes para todos os tipos de relacionamentos.
Recomendamos que, ao final deste módulo, os Moderadores forneçam a todos os participantes
informações sobre os seguintes tópicos: lista de contactos da polícia, assistência jurídica, serviços
de saúde, incluindo de saúde mental, serviços de HIV, serviços de planeamento familiar e outros
serviços de apoio psicossocial que existam na sua comunidade. Fornecer esses recursos de

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AVANTE RAPARIGAS!
forma igual a todos os participantes evita destacar aquelas que você acha que podem ter riscos
específicos. Além disso, são recursos que podem usar no futuro ou partilhar com outras pessoas,
mesmo que elas próprias não precisem desses serviços no momento.

Devido à natureza deste módulo, os participantes também podem revelar questões delicadas aos
Moderadores, incluindo revelações de abuso - isso requer acompanhamento activo e referências.
Os Moderadores devem agir para atender às necessidades dos participantes que denunciem
abusos; incluindo ajudá-las a obter serviços quando apropriado. Os Moderadores devem reportar
quaisquer incidentes às autoridades competentes. Recomendamos que os Moderadores tenham
disponível uma lista de recursos / referências para: polícia, assistência jurídica, serviços de saúde
incluindo saúde mental, serviços de planeamento familiar, e outros serviços de apoio psicossocial,
incluindo atendimento pós-violência. Também é muito importante que você avalie o contexto
em que está a trabalhar para saber para onde ir (e onde não ir) em questões sensíveis, como a
violência.

O Moderador DIZ: Hoje vamos falar mais sobre relacionamentos - incluindo sexo nos
relacionamentos. Os temas de que vamos falar vão incluir algo chamado consentimento sexual,
bem como violência nos relacionamentos. Ao falarmos desses temas, falaremos principalmente
sobre relacionamentos românticos. São relacionamentos em que vocês e a outra pessoa se
consideram mais do que amigos. Este poderia ser um relacionamento que é sério, em que duas
pessoas assumiram um compromisso entre si; ou casual, significando que duas pessoas estão
a começar a se conhecer ou a passar algum tempo juntas. As pessoas nesses relacionamentos
podem fazer actividades juntas que são planeadas com antecedência ou podem se encontrar de
forma mais casual, que podem estar também com um pequeno grupo de amigos/social. Assim
como todos os relacionamentos que vocês têm com colegas da escola, amigos, pais/cuidadores,
professores e outras pessoas, os relacionamentos românticos podem ser saudáveis ou não.

Falar sobre relacionamentos românticos pode não ser importante para a vossa situação actual,
mas será no futuro, quando vocês tiverem este tipo de relacionamentos. Queremos que vocês
estejam preparadas para lidar com os problemas que poderão enfrentar no futuro. Também pode
ser útil caso vocês precisem de ajudar um amigo a enfrentar esses mesmos problemas.

Consentimento Sexual
O Moderador DIZ: Ao desenvolver relacionamentos românticos, vocês vão passar por muitos
sentimentos e reacções diferentes. É sempre importante decidir quais relacionamentos são
saudáveis e fazem vocês sentirem-se seguras, bem como aqueles que podem incomodar-vos.

Com o tempo, num relacionamento romântico, os dois parceiros podem sentir que desejam
experimentar mais formas físicas dos seus sentimentos um pelo outro. Essa é uma reacção normal
a um relacionamento romântico. Mas um aspecto muito importante desse desenvolvimento num
relacionamento romântico é a questão do consentimento. O consentimento está relacionado aos
comportamentos que vocês e os vossos parceiros românticos determinam como aceitáveis para
os dois, e não o que um parceiro deseja fazer e o outro não.

139
AVANTE RAPARIGAS!
A intimidade física na forma de abraços, beijos ou sexo não deve acontecer sem consentimento.
Outra coisa muito importante, é que nenhuma expressão física dos vossos sentimentos um pelo
outro deve acontecer sem o consentimento total. Beijos, abraços ou sexo nunca devem acontecer,
a menos que AS DUAS pessoas se queiram envolver nessas actividades físicas. Isto é chamado de
“consentimento sexual”. Se alguém se envolve em intimidade física na forma de abraços, beijos ou
sexo sem consentimento de forma clara, isso está errado. Se o sexo acontece sem consentimento
claro, ou alguém é forçado a fazer sexo, é violência sexual.

Ao tomar decisões sobre sexo, ajuda sempre pensar sobre o que é certo para vocês antes de
chegarem a uma situação em que tenham de decidir rapidamente. Vocês podem pensar sobre
quais os limites que desejam manter. Por limites, quero dizer vocês saberem o que vocês aceitam/
querem fazer e o que não querem/aceitam fazer. Não é suficiente apenas decidir quais são os limites
- tem de haver comunicação sobre os limites entre vocês e a outra pessoa num relacionamento.
Essa comunicação sobre limites é o ponto de partida para o consentimento.

Consentimento significa dar permissão ou concordar com algo. Quando se trata de situações
sexuais, consentimento significa que todas as pessoas envolvidas concordaram e se sentem
confortáveis em se envolver num comportamento sexual específico (por exemplo, beijar, tocar,
fazer sexo). Também significa que cada pessoa escuta e respeita a outra pessoa quando essa pessoa
diz o que não quer fazer. Vamos passar algum tempo a aprender sobre os 4 Cs do consentimento
sexual. Num relacionamento saudável, as pessoas não pressionam umas às outras para fazer coisas
que não querem. Quando falta o consentimento, a resposta é NÃO!

NOTA do Moderador:
• À medida que você conversa com os participantes, afixe as folhas de papel gigante na
parede, árvore ou noutro sítio onde estão escritos os 4 Cs.
• Prepare as folhas de papel gigante com descrições dos 4 Cs, que serão usadas para
explicar os 4 Cs mais detalhadamente na actividade seguinte.
• Afixe o papel gigante para apresentar os 4 Cs aos participantes, sabendo que haverá
muito mais descrição detalhada a seguir.
• Prossiga para a próxima página para a actividade.

SE VOCÊ NÃO TIVER TODOS OS 4 Cs DE CONSENTIMENTO, VOCÊ DEVE PARAR!

NOTA do Moderador: Por favor, afixe os papéis gigantes com as informações da tabela abaixo
para ajudar aorientar a discussão.

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AVANTE RAPARIGAS!

1. Livre de COERÇÃO ou FORÇA ou Pressão

• A coerção tira a capacidade de uma pessoa consentir.


• Um adulto fazer sexo com uma criança é coerção.
• A coerção pode envolver o uso de uma posição de poder sobre a outra pessoa para
levá-la a fazer algo sexual.
• Sempre que ocorre a COERÇÃO “C”, a resposta é “Não”.

2. CLARO
• A pessoa sabe para que acto sexual está consentindo.
• A ausência de “Não” não significa “Sim”. Apenas “sim” significa “sim”.
• Cada pessoa no relacionamento é igualmente responsável por dar e receber
consentimento claramente.
• Quando este “C” CLARO está a faltar, a resposta é “Não”.
3. CONTÍNUO

• Estar num relacionamento amoroso requer uma comunicação clara e contínua.


• Consentir com um comportamento - como beijar - NÃO significa que a pessoa
concorda automaticamente com qualquer outro comportamento sexual.
• Concordar com um comportamento uma vez não significa consentir com o mesmo
comportamento noutro momento!
• Quando este CONTÍNUO ‘C ”está a faltar, a resposta é“ Não ”.
4. CONSCIENTE

• Isso significa que é preciso estar totalmente desperto, alerta e compreender o que
está sendo solicitado para dar o consentimento.
• O consentimento NÃO PODE ser dado se uma pessoa está dormindo ou intoxicada
devido à influência de álcool ou drogas.
• Se qualquer um dos indivíduos na situação não estiver CONSCIENTE, a resposta é
“não”.

NOTA do Moderador: A discussão a seguir irá explicar melhor os 4 Cs do consentimento. Reserve


um tempo para ler as informações abaixo para explicar aos participantes todos os critérios do
consentimento.

SE VOCÊ NÃO TEM TODOS OS 4 Cs DE CONSENTIMENTO, VOCÊ DEVE PARAR!

NOTA do Moderador: Comece a conversa sobre consentimento com base no resumo apresentado
no papel gigante, enquanto traz mais detalhes da informação abaixo.

O Moderador DIZ: (conforme você analisa o que está no jornal): O primeiro C é que o consentimento
deve estar livre de coerção ou força ou pressão. Às vezes, uma pessoa tenta usar a pressão para
fazer a outra pessoa aceitar algo sexual que ela não quer. Vocês podem ter ouvido isto a ser
chamado de coerção sexual. Esse aspecto do consentimento pode não ser óbvio, mesmo para a

141
AVANTE RAPARIGAS!
pessoa que está a ser pressionada. Vejamos alguns exemplos de como alguém pode pressionar
ou coagir outra pessoa a fazer algo sexual. Por exemplo, o parceiro pode pedir com insistência
alguma coisa ou encorajar a outra pessoa a beber álcool ou drogas para diminuir a sua força de
dizer não. Conseguem pensar em outros tipos de pressão ou coerção?

NOTA do Moderador: Afixe na parede, árvore ou noutro sítio os papéis gigantes com alguns
exemplos dos tipos de pressão usados na coerção sexual e, em seguida, acrescente o que os
participantes dizem (veja a tabela de pressão abaixo).

O Moderador DIZ: Vamos falar sobre os tipos de pressão que podem ocorrer se um indivíduo
quiser convencer outro a fazer algo que ele não quer. Veja a lista abaixo.

NOTA do Moderador: Leia o papel gigante Pressão.

Pressão

• Cansar alguém (pedir repetidamente, insistir ou implorar)


• Ameaçar usar força
• Ameaçar terminar o relacionamento
• Zangar
• Gritar
• Fazer promessas falsas e dizer mentiras
• Enganar
• Culpar
• Intimidar
• Usando o poder sobre a outra pessoa (por exemplo, um professor só dá boas notas
em troca de favores sexuais)
• Humilhar, fazendo alguém se sentir mal
• Oferecer um presente que pode ser do interesse da criança, mas acarreta expectativas
de actividade sexual que a criança não deseja ter
Exemplos:
“Por favor, por favor, não me faça parar. . . . ” “Se me amas, vais ter sexo comigo”.
“Vou comprar comida para a sua família e o seu material escolar se você fizer sexo comigo”.

O Moderador DIZ: Alguém tem outros exemplos de pressão que podem ocorrer nesta situação?

NOTA do Moderador: Dê alguns minutos para que os participantes respondam e escreva as


respostas no papel gigante.

O Moderador DIZ: Agora vamos falar com mais detalhes sobre os 4 Cs do consentimento.

NOTA do Moderador:
• Use os papéis gigantes e marcadores para escrever cada “C” com mais detalhes.
• Depois de debater cada “C”, certifique-se de que os participantes não tenham dúvidas
antes de passar para o próximo “C”.

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AVANTE RAPARIGAS!

4 Cs de consentimento
1. Livre de COERÇÃO ou FORÇA ou Pressão

• A coerção,a força e a pressão tiram a capacidade de consentimento de uma pessoa.


• A coerção envolve o uso de pressão verbal ou física para levar alguém a fazer algo
sexual que não deseja. (Como pedir com insistência para cansar a outra pessoa;
encontrar alguém sozinho e não permitir que saia/se vá embora; ou ameaçar magoar
a si ou a outra pessoa de quem gosta).

Nota do Moderador: É importante que vocês saibam a idade de consentimento em


Moçambique. Mas também é muito importante compreender que a idade de consentimento
não significa necessariamente que é a idade em que se deve ter relações sexuais. Devemos
estar estar prontos(tanto a nível do desenvolvimento do nosso corpo, como mentalmente/a
nossa maturidade), num relacionamento seguro e dar consentimento, conforme vamos
aprender com estas informações.

• Um adulto fazer sexo com uma criança é coerção. Crianças muito pequenas não
são capazes de consentir em fazer sexo porque podem não entender o que está a
ser pedido a elas. As crianças mais velhas podem entender, mas o adulto tem mais
dinheiro e poder do que a criança, portanto, mesmo as crianças mais velhas podem
na6o estar prontas para dizer não. Por causa disso, um adulto fazer sexo com uma
criança é contra a lei na maioria dos países.
• A coerção pode envolver o uso de uma posição de poder sobre a outra pessoa para
levá-la a fazer algo sexual (exemplos: um professor dizendo que dará a aluna uma
boa nota se ela fizer algo sexual com ele; um tio dizer que vai contar aos pais de uma
criança que ela se comportou mal se a criança não fizer algo sexual com ele; um adulto
oferece presentes ou outros benefícios para seduzir a pessoa a fazer algo sexual que
não faria sem o presente; convencer uma pessoa com uma deficiência cognitiva e
que não entende o que é sexo ou que estará a fazer algo sexual). O consentimento
NÃO foi dado se a outra pessoa estiver com muito medo ou sentir que a situação é
muito perigosa para dizer “NÃO”, ou se não puder entender o conceito de sexo ou
consentimento.
• Força significa fazer com que a outra pessoa faça algo sexual ou usar uma arma para
levá-la a fazer algo sexual contra a sua vontade.
• Sempre que ocorre o “C” de COERÇÃO, a resposta é “NÃO”.

1. Livre de COERÇÃO ou FORÇA ou Pressão

• A pessoa sabe exactamente para que acto sexual está a consentir. Se alguém dá
consentimento para dar as mãos ou beijar, isso não significa que ele / ela está a dar
consentimento para fazer outra coisa.
• A ausência de “NÃO” não significa “SIM”. Somente “SIM” significa “SIM”.
• Cada pessoa no relacionamento é igualmente responsável por dar e receber
consentimento claramente.
• Quando este “C” de CLARO falta, a resposta é “NÃO”.

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AVANTE RAPARIGAS!

3. CONTÍNUO

• Estar num relacionamento amoroso requer uma comunicação clara e contínua.


• Consentir com um comportamento - como beijar - NÃO significa que a pessoa
também concorda com qualquer outro comportamento sexual. O consentimento
deve ser pedido e dado em cada momento.
• Consentir com um comportamento num momento/num dia não significa que a
pessoa consente com o mesmo comportamento em outro momento/noutro dia!
• Quando este “C” de CONTÍNUO está a faltar, a resposta é “NÃO”.

4. CONSCIENTE

• Isso significa que é preciso estar totalmente ciente e alerta para dar consentimento.
• O consentimento NÃO PODE ser dado se a pessoa estiver a dormir ou sob a influência
de álcool ou drogas.
• Se algum dos indivíduos na situação não estiver CONSCIENTE, a resposta é “NÃO”.

O Moderador DIZ: Todos nós já passámos por situações, que não precisam de ser sexuais, em que
acabámos fazendo algo que não queríamos porque sentimos pressão. Pensem numa situação em
que vocês acabaram fazendo algo que não queriam. Como é que vocês se sentiram?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam.

O Moderador DIZ: É importante lembrar os sentimentos da outra pessoa que seria ferida/
magoada por esse tipo de pressão. O primeiro “C” é que o consentimento deve estar livre de
coerção. Isso significa que ninguém envolvido usou força, pressão, álcool ou drogas, para levar
alguém a fazer algo sexual. O consentimento não foi dado se a outra pessoa tiver medo de dizer
não.

O segundo “C” é que o consentimento deve ser claro. Isso significa que a pessoa sabe exactamente
com que comportamento sexual está a concordar e afirma claramente com palavras que
está a consentir/a aceitar esse comportamento específico. Às vezes, as pessoas assumem o
consentimento pelos motivos errados - por exemplo, assumem que se uma rapariga está vestida
de determinada maneira (por exemplo, usa uma saia curta), essa rapariga está a consentir com
o sexo. O que alguém veste, onde anda ou como age não tem nada a ver com consentimento. A
única coisa que é consentimento CLARO é um “SIM” CLARO.

Q. Se alguém fica em silêncio e não diz nada, isso significa que concorda e dá consentimento?
R. Não! Somente quando se diz “SIM” significa “SIM”. Lembrem-se, “quando falta dizer “SIM”,
a resposta é NÃO!”

Q. Se alguém disser: “Não sei se devemos” ou “talvez mais tarde”, isso significa que concorda e dá
consentimento?
R. NÃO! Novamente, apenas quando se diz “SIM” é que significa “SIM”.

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AVANTE RAPARIGAS!
NOTA do Moderador: Verifique se os participantes entenderam estas informações. Responda a todas
as perguntas e dúvidas dos participantes. Continue até ao terceiro “C” para Contínuo.

O Moderador DIZ: O terceiro “C” é que o consentimento deve ser contínuo. Isso não acontece apenas
uma vez. As duas pessoas num relacionamento amoroso precisam conversar continuamente e ouvir
uma à outra para dar ou receber consentimento SEMPRE que surge a questão do comportamento
sexual. Existem três coisas importantes para lembrar com este “C”:

1. Consentir com um comportamento, como beijar, NÃO significa que uma pessoa também concorda
com qualquer outro comportamento, como a relação sexual.
2. O consentimento deve ser pedido a cada momento. Se a outra pessoa não concordar com um
comportamento em qualquer momento, o consentimento não está presente e deve-se parar!
3. Consentir num momento/num dia não significa que a pessoa consentiu para outros momentos/
outros dias. Cada pessoa tem o direito de decidir se e quando terá um comportamento. Uma
pessoa pode consentir ou concordar em beijar em uma ocasião, mas não deseja beijar em outra
ocasião. Não importa se o comportamento aconteceu há algumas horas, semana passada ou seis
meses atrás. Não importa se duas pessoas estão num relacionamento que tem pouco tempo ou
se é um relacionamento antigo. Se a outra pessoa não concordar com um comportamento em
qualquer momento, o consentimento não está presente e deve-se parar!

NOTA do Moderador: Verifique se os participantes entenderam estas informações. Responda a todas


as perguntas e dúvidas. Continue até ao quarto “C” - Consciente.

O Moderador DIZ: O quarto “C” é que as duas pessoas envolvidas devem estar conscientes. É
preciso estar totalmente ciente e alerta, e não se pode dar álcool ou drogas à outra pessoa para dar
consentimento. O consentimento NÃO foi dado se alguém estiver a dormir, desmaiado ou de alguma
forma física ou cognitivamente deficiente e não for capaz de dar consentimento. NÃO foi dado
consentimento se alguém disse sim numa hora, mas depois, mesmo que seja alguns minutos depois,
está a dormir ou desmaiado.

NOTA do Moderador: Verifique se os participantes entenderam estas informações. Responda a todas


as perguntas. Resuma os 4 Cs do consentimento.

O Moderador DIZ: Se TODOS os 4 Cs de consentimento NÃO estiverem presentes, vocês devem parar
e não deve haver actividade sexual! Não apenas 1, 2 ou 3 - TODOS OS 4 Cs DEVEM estar presentes para
obter consentimento. Pedir e receber consentimento mostra que vocês têm respeito por vocês e pelo
parceiro. E lembrem-se, quando falta o consentimento, a resposta é NÃO!

NOTA do Moderador: Prossiga para a próxima página para a Actividade de Verificação de


Consentimento.

Actividade de verificação de consentimento


O Moderador DIZ: Vamos fazer uma actividade chamada Verificação de Consentimento. Vamos ler
algumas situações em voz alta e decidir juntos se os 4 Cs do consentimento foram atendidos.

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AVANTE RAPARIGAS!
Nota do Moderador: Você pode pedir a voluntários que leiam as situações de consentimento,
se os participantes puderem ler. Se os nomes nas situações abaixo não fizerem sentido para as
comunidades em que você trabalha, sinta-se à vontade para mudar os nomes.

O Moderador DIZ (ou um participante lê):

Situação # 1: O José e a Rosa estão a namorar há algumas semanas. Um dia, quando


estavam a caminhar juntos, ele agarrou a Rosa beijou-a. Ele pensou que ela
estava de acordo com isso, já que ela claramente gosta dele e eles estavam
a caminhar sozinhos. Ele disse-lhe que, por gostar tanto dela, iria comprar
um par de sapatilhas que ele sabia que ela iria gostar.

O Moderador DIZ: Vamos examinar os 4 Cs. O José teve os 4 Cs de consentimento (Livre de


Coerção, Claro, Contínuo e Consciente)?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam e, em seguida, explique ou


resuma.

O Moderador DIZ: NÃO. Primeiro, houve coerção, porque José agarrou a Rosa para beijá-la sem
saber se ela se sentia bem em ser beijada. Em segundo lugar, o consentimento não foi contínuo. A
Rosa apenas consentiu em andar sozinha com ele. Ela não consentiu que ele a tocasse ou beijasse.
Não importa que ela tenha concordado em ficar sozinha com ele. Vamos falar sobre como esta
situação poderia ter sido diferente.

Opção1. O que o José deveria ter feito de maneira diferente?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam. Explique ou resuma. Se


disserem coisas que não resolvem a situação, oriente para o que seria apropriado na situação.

O Moderador DIZ: O José deveria ter perguntado à Rosa se consentia que ele a beijasse e devia
terouvido e respeitado a resposta da Rosa.

Opção2. Na situação em que o José não perguntou à Rosa e beijou a Rosa à mesma, como
poderia a Rosa responder?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam. Explique ou resuma. Se os


participantes disserem coisas que não resolvem a situação, oriente para o que seria apropriado na
situação.

O Moderador DIZ: Se a Rosa não quisesse aceitar o beijo do José, ela poderia usar uma
comunicação CLARA e dizer-lhe “NÃO, eu não quero que me beijes”. Ela também pode usar isso
como uma oportunidade para sugerir que falem sobre os seus limites e o que cada um deles se
sente confortável em fazer ou não fazer. Se ela se sentir desconfortável ou ele insistir, ela pode
deixar a situação se achar que pode fazê-lo com segurança (por exemplo, se ela estiver num lugar
onde seja mais seguro caminhar sozinha do que continuar a caminhar com ele). Se ela se sentir
insegura com o José depois desta situação, ela pode falar com um adulto de confiança.

146
AVANTE RAPARIGAS!
Mesmo que a Rosa queira beijar o José e aceite beijá-lo, ela ainda pode usar isso como uma
oportunidade para sugerir que falem sobre seus limites e o que cada um deles se sente confortável
em fazer ou não fazer.

Opção3. Se a Rosa disser não ao José, como é que ele deve responder?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam. Explique ou resuma. Se os


participantes disserem coisas que não resolvem a situação, oriente para o que seria apropriado na
situação.

O Moderador DIZ: O José devia pedir desculpa à Rosa por ter assumido que ela consentia o beijo
só porque eles estavam a caminhar sozinhos, e também por a ter agarrado. O José poderia dizer:
“Isso foi errado da minha parte e eu sinto muito” e dizer à Rosa que vai sempre verificar com ela
sobre o que ela quer fazer ou não se sente confortável e fazer e respeitará os seus limites.

O Moderador DIZ (ou um participante lê):

Situação # 2: O Isaque sabe que a Elsa queria namorar com ele há muito tempo, mas ele
não gosta dela da mesma maneira. Uma noite, eles estavam numa festa em
casa de um amigo (os pais do amigo não estavam em casa). A Elsa ofereceu
cerveja ao Isaque e ele decidiu beber. Ao longo da noite, a Elsa continuou
a oferecer mais bebida ao Isaac. A Elsa disse que a cerveja era para ele ficar
mais animado, para que ele se divertisse. Naquela noite, a Elsa agarrou o
Isaque e começou a beijá-lo.

O Moderador DIZ: A Elsa teve os 4 Cs de consentimento?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam. Explique ou resuma. Se os


participantes disserem coisas que não resolvem a situação, oriente para o que seria apropriado na
situação.

O Moderador DIZ: NÃO! A Elsa usou a coerção - especificamente, ela usou o álcool para influenciar
o comportamento dele, o que fez com que o Isaque fosse incapaz de consentir. Imaginemos vocês
na casa de um amigo e um dos vossos amigos está bêbado e vocês o vêm esse amigo a beijar
uma pessoa e a sair da casa com essa pessoa. O que vocês poderiam fazer para ajudá-los a ficarem
seguros?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam. Explique ou resuma. Se os


participantes disserem coisas que não resolvem a situação, oriente para o que seria apropriado na
situação.

O Moderador DIZ: O álcool prejudica a nossa capacidade de tomar decisões seguras/sem riscos.
Isso torna muito difícil pensar com clareza e tomar decisões saudáveis e seguras. Podemos fazer
coisas - incluindo nos colocarmos em situações que podem ser perigosas - que não faríamos se
estivermos sóbrios. Nessa situação, vocês podem chamar o vosso amigo e conversar com ele.
Vocês tambémm pode falar com a outra pessoa e, se estiverem à vontade, podem explicar que
uma pessoa embriagada não pode dar consentimento e pode haver problemas quando se tira

147
AVANTE RAPARIGAS!
proveito de uma pessoa bêbeda. Se precisar, vocês podem pedir a alguns dos vossos amigos para
vos ajudar.

O Moderador DIZ (ou um participante lê):

Situação # 3: A Cidália e o Victor estão num relacionamento romântico há algumas


semanas. Quando eles estavam numa reunião comunitária, o Victor
aproximou-se da Cidália e disse: “As raparigas que conhecemos mostram
que gostam dos seus namorados beijando-os e fazendo sexo - não gostas
de mim? Nunca fazes algo que me agrade, e não quero ter de dizer a todos
que és matreca. Mas posso dizer…” Victor então colocou a mão na coxa
da Cidália. Ela congelou. Ela estava com muito medo e nervosa para dizer
alguma coisa, mesmo que ela não quisesse beijar ou fazer sexo com o Victor.

O Moderador DIZ: O Victor teve os 4 Cs do consentimento? O que ele deveria ter feito de forma
diferente? Como a Cidália poderia responder nesta situação?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam e, em seguida, explique ou


resuma.

O Moderador DIZ: NÃO! O Victor não obteve consentimento. O Victor usou coerção. Ele pressionou
e ameaçou a Cidália, e ela estava com muito medo de dizer não, embora não quisesse beijá-lo ou
fazer sexo com ele. Se o Victor gostasse da Cidália como namorada, ele deveria ter perguntado se
ela queria beijar em vez de a forçar a beijá-lo. Ele deveria ter ouvido a vontade dela e respeitado
os seus limites. Nesta situação, a Cidália poderia dizer que ela não está pronta para beijar ou fazer
sexo. A Cidália deveria se afastar do Victor e falar com um amigo ou adulto de confiança para se
livrar da pressão do Victor.

O Moderador DIZ (ou um participante lê):

Situação # 4: O melhor amigo da Guida é o Anacleto, e eles têm 13 anos. Eles vão juntos
à escola, ao mercado, aos eventos do bairro juntos e passam tempo com a
família um do outro. O irmão mais velho do Anacleto, Roberto, tem 19 anos.
O Roberto conhece a Guida há muitos anos, mas recentemente percebeu
que a Guida mudou; ela está a passar de uma menina para uma mulher
jovem e ele quer passar algum tempo sozinho com ela. Uma tarde, quando
ela se foi encontrar com o Anacleto em casa, ela encontrou o Roberto fora
da casa e ele pediu para se sentar com ela debaixo de uma árvore. O Roberto
ficou muito perto dela e coloca o braço em volta do ombro da Guida. No
início, a Guida não teve medo porque conhece o Roberto há muito tempo.
Mas quando ele começou a dizer o quanto gosta dela e a queer beijá-la, ela
fica chocada. Ela nunca tinha pensado no Roberto dessa forma antes, e não
quer a sua atenção. O Roberto disse que se preocupa com ela e gostaria
de lhe dar um telefone novo que ele sabe que a Guida quer. Ela levanta-se
imediatamente e afasta-se do Roberto e diz-lhe que não quer esse tipo de
relacionamento com ele. Sem dar ao Roberto tempo de responder, a Guida
entra em casa para encontrar o Anacleto.

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AVANTE RAPARIGAS!
O Moderador DIZ: O Roberto obteve consentimento?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam e, em seguida, explique ou


resuma.

O Moderador DIZ: NÃO! Roberto não obteve consentimento. A Guida usou as suas habilidades
de recusa para se proteger de uma situação em que se sentia sexualmente insegura. E se a Guida
tivesse dito sim, isso é consentimento? Nesta situação NÃO é consentimento, porque ela é muito
nova para dar consentimento e o Roberto é um adulto. O Roberto tem muito mais poder do que a
Guida por ser adulto e por isso esta situação é coerciva tanto por causa da sua idade mas também
por causa da oferta de um presente para favores sexuais.

O Moderador DIZ (ou um participante lê):

Situação # 5: A Miriam tem 17 anos e acaba de concluir o ensino médio. A sua mãe
precisa de ajuda para ganhar dinheiro para sustentar a Miriam e os seus
quatro irmãos e irmãs mais novos, já que o trabalho da sua mãe não paga
o suficiente para cobrir a renda, as propinas escolares e a alimentação.
Não há muitos empregos, mas a Miriam consegue encontrar um numa
alfaiataria local trabalhando para o Sr. Banze, um homem muito respeitado
na comunidade e que ela conhece desde criança. A Miriam está muito
feliz porque encontrou um emprego que ajudará a sua mãe e família.

Depois de algumas semanas a aprender o trabalho, o Sr Banze começa a


dar tarefas especiais à Miriam, que às vezes significa que ela tem de ficar
até tarde no trabalho depois dos outros trabalhadores irem para casa. Ela
está feliz pelo trabalho extra, mas logo começa a se sentir desconfortável
perto do Sr. Banze porque ele lhe dá muita atenção. Então, uma noite,
quando ela estava a trabalhar até tarde, ele senta-se ao lado dela,
passa o braço em volta dos ombros dela e tenta beijá-la. Ela levanta-se
imediatamente e diz que precisa ir para casa. Mas o Sr. Banze diz à Miriam
que se ela quiser manter o emprego, terá de ser boa com ele, beijá-lo e
fazer o que ele pede que ela faça. Ela pensa na sua família e no quanto
eles precisam do dinheiro extra que ela está a ganhar e não sabe como
responder ao Sr. Banze.

O Moderador DIZ: O Sr. Banze obteve consentimento?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam e, em seguida, explique ou


resuma.

O Moderador DIZ: Não, o Sr. Banze não obteve consentimento. Como seu chefe, ele estava numa
posição de poder sobre a Miriam e usou ameaças e coerção para tentar fazer com que ela fizesse
o que ele queria. E se a Miriam tivesse dito sim? Isso é consentimento? Nesta situação NÃO é
consentimento porque a Miriam trabalha para o Sr. Banze e ele tem poder sobre a sua capacidade
de ganhar dinheiro. Além disso, ele é um adulto e ela não. Por isso, a situação é coerciva. O que a
Miriam poderia fazer nesta situação? Ela poderia falar com a sua mãe ou outro adulto de confiança.

149
AVANTE RAPARIGAS!
O Moderador RESUME: Vocês fizeram um óptimo trabalho ao aplicar os 4 Cs do consentimento a
essas situações. Lembrem-se de que não importa ser rapaz ou rapariga, mais velho ou mais novo,
ter menos poder / estatuto do que a outra pessoa, ou estar a vestir algo que outras pessoas não
aprovam. TODOS em CADA SITUAÇÃO têm o direito de estabelecer os seus próprios limites e fazer
com que sejam respeitados.

NOTA do Moderador: Prossiga para a próxima secção para ver a informação sobre violência nos
relacionamentos.

Violência no relacionamento
O Moderador DIZ: Falámos muito sobre relacionamentos românticos. Isso é uma parte natural
do crescimento e deve ser divertido, mas também deve ser seguro. Nem sempre temos controle
sobre o que as outras pessoas fazem. Às vezes, as pessoas se envolvem em comportamentos que
não são saudáveis nem seguros - incluindo forçar ou pressionar alguém para uma actividade
sexual - não importa o que a outra pessoa diga ou faça. Isso é errado e um crime!

Infelizmente, em muitos países ao redor do mundo, raparigas e rapazes relatam que a primeira
experiência sexual foi FORÇADA ou COAGIDA. Sexo forçado é um tipo muito grave de violência
sexual e apresenta muitos riscos emocionais e de saúde. Estudos sobre isto mostraram que quando
os jovens sofrem violência sexual, são menos capazes de usar preservativo de forma consistente nas
suas relações sexuais, têm mais probabilidades de contrair o HIV e outras infecções sexualmente
transmissíveis (ITS), têm mais probabilidades de ter múltiplos parceiros sexuais, gravidez precoce,
fazer sexo sob a influência de álcool ou drogas, entre outros riscos para a saúde e emocionais.

Agora vamos falar sobre os tipos de violência que podem ocorrer nos relacionamentos para
que vocês possam aprender a identificar os tipos de violência, entender o os vossos direitos,
protegerem-se dos vários tipos de violência quando puderem e onde obter ajuda se acontecer
convosco ou com um amigo.

Para começar discussão nossa conversa, vamo-nos concentrar no que entendemos por violência
no relacionamento, incluindo violência sexual.

• A violência no relacionamento é o uso de violência física, sexual ou emocional num


relacionamento romântico. Pode resultar em ferimentos, morte, consequências indesejáveis
para a saúde (como doenças), gravidez precoceou danos emocionais.
• A violência no relacionamento pode acontecer presencialmente ou electronicamente (por
exemplo, por meio de mensagens de texto e e-mail).
• Pode ocorrer em qualquer relacionamento romântico, incluindo casual e casamento, e pode
ocorrer com um namorado/namorada actual ou anterior. Pode também ocorrer depois de as
pessoas se casarem.

Vamos rever alguns exemplos de violência no relacionamento das categorias de violência física,
sexual e emocional.

NOTA do Moderador: Prepare um papel gigante com os três tipos de violência e os exemplos
para cada tipo usando a tabela abaixo. Deixe algum espaço no final de cada coluna, para o caso
de os participantes apresentarem outros exemplos que não estão na tabela.

150
AVANTE RAPARIGAS!

Violência física Violência sexual Violência emocional


• Bater • Forçar alguém a ter • Insultar
• Empurrar contacto sexual (por • Usar palavras negativas
• Beliscar exemplo, beijar, tocar, para magoar/humilhar a
• Asfixiar fazer sexo), segurando outra pessoa
• Cuspir emagoando/ferindo a • Criticar as crenças
• Morder pessoa ou opiniões da outra
• Agarrar com força • Coagir alguém a pessoa, em vez de
• Puxar o cabelo ter contacto sexual, discutir debater ideias
• Atirar coisas à outra ameaçando magoar/ferir de maneira respeitosa
pessoa essa pessoa ou outras • Não deixar a outra
• Apontar uma arma a pessoas de quem se gosta pessoa ver ou falar com
outra pessoa • Ter contacto sexual outras pessoas
com alguém que está • Espalhar rumores/
desmaiado ou muito mentiras sobre a outra
embriagado pessoa
• Ter contacto sexual com • Não deixar a outra
alguém que é muito pessoa tomar as suas
jovem para dar permissão próprias decisões ou
(consentimento) tentar controlar a outra
• Usar pressão ou álcool / pessoa
drogas para levar alguém • Humilhar
a fazer algo sexual intencionalmente
• Mostrar as partes íntimas a outra pessoa em
a alguém sem permissão/ público ou privado
sem que a outra pessoa • Ameaçar fazer algo
queira ver prejudicial para outra
• Mostrar a alguém fotos ou pessoa, seus familiares
imagens sexuais que essa ou amigos
pessoa não quer ver • Fazer a outra pessoa
• Tirar fotos sexuais de sentir que tudo de mau
alguém sem permissão que acontece é culpa
dela
Dicas de segurança para relacionamentos românticos

• Antes de se envolverem com alguém, pensem sobre os vossos próprios limites em


relação ao contacto sexual. É o vosso corpo, é vossa escolha. Definam os vossos
limites. E comuniquem claramente esses limites aos vossos parceiros. É mais fácil
pensar sobre os nossos limites quando estamos sozinhos e não numa situação de risco
ou em que estamos desconfortáveis
• Façam coisas em grupos. Se vocês estão a começar a conhecer um namorado /
namorada façam programas em grupo até conhecerem este parceiro muito bem. Se
vocês combinarem um programa a dois, combinem ir para algum lugar público onde
haja outras pessoas por perto.

151
AVANTE RAPARIGAS!

• Digam a alguém (um pai/cuidador, um adulto de confiança, um amigo) os 4 Qs quando


saírem de casa: Com QUEM vocês vão sair, onde é QUE vocês vão, o QUE vocês vão fazer e
QUANDO é que vocês vão voltar para casa.

• Se vocês tiverem um telefone celular, verifiquem que levam o telefone, com crédito
suficiente para ligar a um amigo, pai/cuidador ou adulto de confiança se vocês estiverem
numa situação em que precisam de ajuda.

• Não consumam drogas nem álcool. O consumo de álcool só é legal/permitido depois


dos 18 anos. Evitem consumir drogas porque é ilegal e por causa dos efeitos negativos
que têm sobre a vossa saúde e capacidade de tomar decisões. É proibido consumir álcool
antes dos 18 anos. Deve-se adiar o consumo de álcool para depois dos 18 anos e, mesmo
assim, deve-se ter muito cuidado com o álcool.
• As drogas e o álcool podem comprometer a vossa capacidade de tomar decisões
saudáveis e seguras e de sair de situações de risco.

• Lembrem-se de que vocês não têm nenhuma obrigação para com outras pessoas!
Mesmo que os vossos parceiros vos comprem um presente ou uma refeição, vocês não
precisam de fazer nada sexual com os parceiros

• Confiem nos vossos instintos. Se algo vos estiver a incomodar, saiam dessa situação
assim que se sentirem seguras. Numa situação em que vocês se sentem inseguras, não
é errado usarem alguma desculpa e dizerem que se sentem doentes e precisam de ir
embora, ou que precisam de usar a casa de banho para terem uma maneira de se irem
embora de uma situação de risco.

152
AVANTE RAPARIGAS!
O Moderador DIZ: Vocês têm mais alguma ideia para acrescentar a esta lista de Dicas de segurança
para relacionamentos românticos? Por que é que vocês acham que essas dicas são importantes?

NOTA do Moderador: Permita que vários participantes respondam. Se ninguém disser a


informação abaixo acrescentem:

• Devem ter a certeza de que conhecem os vossos limites e os vossos parceiros também. Isso
reduz a probabilidade de haver uma falha de comunicação sobre o consentimento e reduz a
probabilidade de alguém se aproveitar de vocês, pressionar-vos ou forçar-voso a fazer algo
que vocês não querem.

O Moderador DIZ: Lembrem-se - não importa o que uma pessoa faça ou deixe de fazer, se ela
for vítima de violência sexual, NUNCA é sua culpa. Então, se eles esquecem de seguir essas dicas e
alguém os obriga a fazer sexo, a culpa é da pessoa que obrigou. Se alguém bebe e se torna vítima
de violência sexual, a culpa ainda não é dela - a culpa é da pessoa que foi sexualmente violenta.

Você não pode controlar o que outras pessoas fazem. Esperamos que esse conhecimento e essas
dicas ajudem a mantê-lo seguro. No entanto, se você ou alguém que você conhece já foi vítima de
violência, existem organizações e pessoas que podem ajudá-lo.

NOTA do Moderador: Devido à natureza deste módulo, os participantes podem revelar questões
delicadas aos Moderadores que requerem acompanhamento e referências. Recomendamos que
os Moderadores tenham disponível uma lista de recursos / referências para: polícia, assistência
jurídica, serviços de saúde incluindo saúde mental, serviços de planeamento familiar, e outros
serviços de apoio psicossocial, incluindo atendimento pós-violência. Também é muito importante
que você avalie o contexto em que está a trabalhar para saber para onde ir (e onde não ir) em
questões sensíveis, como a violência.

Resumo da Actividade
O Moderador DIZ: Lembrem-se sempre de que vocês merecem ter relacionamentos seguros
e saudáveis, livres de violência e coerção. É vossa decisão se e quando fazer sexo. Pratiquem as
habilidades que debatemos sobre relacionamentos saudáveis e não saudáveis / inseguros, o
significado do consentimento e como ter controle sobre as vossas decisões e os vossos corpos e
como prevenir a violência. Vocês têm o poder de determinar a vossa segurança, saúde e o vosso
futuro.

Para fazer em casa, depois da sessão


Pensem sobre o que vocês desejam que sejam os vossos limites. Pratiquem comunicar esses
limites, usando as habilidades de recusa e dizendo “NÃO” a coisas que vocês não querem fazer.
Conversem com um amigo próximo, pai/cuidador ou uma pessoa de confiança sobre esses limites
e habilidades. Além disso, conversem com adultos de confiança que vos possam ajudar e orientar
sempre que precisarem.

153
2. Enquanto o par se mantem afastado, a turma discute as mesmas questões e vota se o par
deverá manter relações sexuais ou não.

AVANTE RAPARIGAS!
3. O par regressa e apresenta a sua decisão e as razões para ela. O grupo informa-o sobre o
resultado da sua votação.

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Quais são as razões mais persuasivas que ouviram a favor de se manterem relações sexuais?

2. Quais são as razões mais persuasivas que ouviram contra o facto de se ter relações sexuais?

3. Acham que a maior parte dos jovens param (CLAP! CLAP!) e se colocam estas perguntas a si
mesmos?

4. De que maneira é que esta discussão pode influenciar a tomada de decisões?

5. Agradeça ao par que apresentou a encenação pelo seu desempenho.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles. 77
2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


GoStudents_PortugueseFINAL_Rev1.indd 77 4/26/2011 5:35:28 PM

• ONDE é a próxima sessão; e


• QUE tópico(s) serão abordados.

154
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 14
Dizer “Não” às Relações Sexuais
Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes discutem sobre as consequências negativas de se manter


relações sexuais precocemente e praticam habilidades de comunicação
assertiva para conseguirem dizer “não” às relações sexuais.

Objectivos No fim desta sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Desenvolver estratégias para resistirem à pressão para se envolverem
em relações sexuais.
2. Demonstrar habilidades para dizer “não”.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Prepare duas folhas de papel gigante (ou desenhe duas colunas no
Preparação: quadro de parede) – uma onde escreva “bom” e a outra onde escreva
“mau.”

Actividade 1: Prós e Contras da Abstinência


10 minutos

1. Peça aos estudantes para recordarem a última sessão e todas as consequências possíveis que
resultam da decisão de manter relações sexuais. Diga-lhes que hoje eles vão falar sobre as formas
de dizer não ou de se absterem de ter relações sexuais até estarem prontos para assumirem
com responsabilidade essas mesmas consequências. Lembre-lhes que a abstinência significa
não manter relações sexuais. Lembre-lhes que uma relação sexual ocorre quando um homem
coloca o seu pénis na vagina de uma mulher.

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


É importante lembrar que os rapazes também se podem sentir pressionados a manter
relações sexuais quando na verdade eles podem não querer fazê-lo. Os rapazes podem
sentir-se envergonhados em dizer que não, pelo que você poderá desempenhar
um papel importante ao encorajá-los a serem abertos acerca dos seus sentimentos.
Lembre-lhes que acreditar que “os homens a sério têm/querem relações sexuais” é
uma outra forma de ser posto numa “caixa”, ou seja a sentir-se obrigado a fazer aquilo
que se espera de si. Diga-lhes que homens a sério dizem que “não” às relações sexuais
quando o querem fazer.

79
155
AVANTE RAPARIGAS!
2. Peça aos estudantes para debaterem livremente as ideias sobre o que é que há de bom em
dizer não a ter relações sexuais. Escreva o que eles disserem no papel ou no quadro de parede
intitulado “bom”. Depois de eles terem terminado, reveja a lista deles e acresça qualquer dos
elementos seguintes que não tenha sido coberto:

• Numa relação de amor com alguém em quem confiamos podemos esperar para iniciar
as relações sexuais.
• Se esperarmos até estarmos prontos, a nossa primeira relação sexual tenderá a ser
melhor porque estaremos preparados e poderemos apreciá-la melhor.
• Correremos menos perigo de sermos mal tratados ou de ser usados.
• É menos provável que nos arrependamos de ter mantido relações sexuais com alguém
que não nos ama.
• Dizer “não” às relações sexuais é a única maneira 100% efectiva de evitar a gravidez e de
nos protegermos das ITS, incluindo o HIV. Os preservativos são cerca de 90% seguros
se forem utilizados sempre que tenhamos relações sexuais e forem correctamente
aplicados. Por vezes eles podem romper-se e nenhum anticonceptivo é 100% seguro.
Se nos abstivermos de termos relações sexuais, não teremos quaisquer preocupações
relativamente a estes problemas.
• Se valorizarmos as relações sexuais como um aspecto que só deve ocorrer depois do
casamento, sentir-nos-emos felizes connosco próprios por respeitarmos os nossos
valores.
• Se os nossos progenitores e amigos valorizarem as relações sexuais como aspecto que
só deve ocorrer depois do casamento, eles vão achar que nós somos boas pessoas.
• Se dissermos “não”, teremos mais tempo e energia para dedicar à nossa educação, aos
estudos ou à formação em habilidades.

3. Agora peça aos estudantes para debateram livremente as suas ideias sobre as consequências
negativas de se dizer não às relações sexuais. Escreva as respostas deles nas folhas de papel
gigante ou no quadro de parede sob “mau”. Entre as respostas possíveis a acrescentar quando
os estudantes tiverem terminado, incluem-se:

• Vamos perder o prazer das relações sexuais.


• Podemos sentir-nos tristes e abandonados se todos os/as nossos/as amigos/as tiverem
relações sexuais e só nós é que não.
• Podemos ter medo de que o/a nosso/a namorado ou namorada nos deixe se dissermos
que não às relações sexuais.
• Não queremos ferir os sentimentos do nosso namorado ou namorada.
• Os nossos pares podem insultar-nos.
• Os rapazes podem ver as raparigas que se recusam a manter relações sexuais como um
desafio e forçá-las a manterem relações sexuais.
• Podemos sentir que ainda não somos suficientemente crescidos/as se não tivermos
relações sexuais.

4. Agradeça aos estudantes pela sua participação e pela grande lista que eles produziram. Diga-
lhes que irão utilizar essa lista na próxima actividade.

80
156
AVANTE RAPARIGAS!

Actividade 2: Praticar o
Dizer que “Não” às Relações Sexuais
30 minutos

1. Diga aos estudantes para se recordarem aquilo que aprenderam sobre os passos da
comunicação forte ou assertiva.

• “Eu sinto …” - aqui o/a estudante deve exprimir a emoção que está a sentir.
• “quando tu …” - aqui o/a estudante diz o que é que a outra pessoa fez que o/a fez sentir
essa emoção. É importante notar que não se trata de culpar alguém mas apenas de
exprimir sentimentos.
• “Porque…” - o/a estudante explica porque é que uma determinada acção o fez sentir
uma dada emoção.
• E eu gostaria/quero/preciso… - o que é que o/a estudante gostaria que tivesse
acontecido para que se sentisse melhor?

2. Como é que esta comunicação forte pode ser utilizada para dizer “que não” à actividade sexual?
Conduza os estudantes através de um exemplo:

• Eu sinto-me infeliz
• quando tu dizes que eu não te amo porque não quero ter relações sexuais contigo
• porque eu amo-te
• e quero conversar e abraçar-te em vez disso.

• Eu fico zangado/a
• quando não queres ouvir que eu estou a dizer que “não”
• porque tu sabes que eu acredito que as relações sexuais são parte do casamento
• e por isso vou para casa.

3. Diga-lhes que chegou o momento de praticar o uso da comunicação assertiva para manter-
nos firmes quando os outros nos pressionam para termos relações sexuais quando nós não o
queremos fazer.

4. Divida o grupo em pares. Uma das pessoas de cada par será a pessoa que diz “não” às relações
sexuais. Ela seguirá os passos da comunicação assertiva forte para dizer “não”. Ela poderá
recorrer à lista de “coisas boas de dizer que “não” às relações sexuais” para melhor argumentar.

5. O outro membro do par será a pessoa que vai propor, ou pressionar, ou tentar persuadir a
outra a manter relações sexuais. Ele/a pode recorrer à lista “mau” em busca de argumentos.
Eles podem agir como quiserem para serem persuasivos.

6. Entre os cenários possíveis que os estudantes podem utilizar, incluem-se:

• A rapariga quer ter relações sexuais, mas o rapaz não quer.


• O rapaz quer ter relações sexuais, mas a rapariga não quer.

81
157
AVANTE RAPARIGAS!
• Pessoas de idades diferentes; por exemplo, um homem mais velho quer ter relações
sexuais com uma estudante.
• O jovem casal está apaixonado.
• Uma mulher oferece dinheiro a um rapaz para que ele tenha relações sexuais com ela.

Como moderador/a, deve considerar outros cenários possíveis que os estudantes


• Pessoas de
provavelmente idades diferentes;
encontrarão por exemplo, um homem mais velho quer ter relações
na sua comunidade.
sexuais com uma estudante.
7. DepoisOde
• jovem casalalgumas
encenar está apaixonado.
destas situações, peça aos elementos dos pares para trocarem de
• Uma
papel e o/amulher oferece dinheiro
comunicador/a a um rapaz
forte tornar-se para que elee tenha
o/a proponente relações sexuais com ela.
vice-versa.

Como moderador/a,
8. Mande deve aconsiderar
toda a gente voltar reunir-se eoutros
peça acenários possíveis
alguns pares quevoluntariem
que se os estudantes
para
provavelmenteasencontrarão
apresentarem na suaao
suas encenações comunidade.
grupo.

7. Depois de encenar algumas destas situações, peça aos elementos dos pares para trocarem de
papel e o/a complementar
Actividade comunicador/a forte
paratornar-se
a sessãoo/a14.
proponente e actividade,
vice-versa.
Para estaSessão de Encerramento
por favor use a
actividade complementar, módulo 3 – Quando falta o Consentimento, a resposta é
8. “Não”-
Mande toda
que
5 minutos a gente
está voltar
no final a reunir-se
da sessão 13 e peça a alguns pares que se voluntariem para
apresentarem as suas encenações ao grupo.
1. Depois agradeça aos actores e pergunte ao grupo:

• O que é que influenciou positivamente a possibilidadeSessão de Encerramento


de manter a sua decisão de se
absterem das relações sexuais?
5• minutos
A quais dos argumentos apresentados pelo/a proponente, foi difícil de resistir?
• Quais foram as melhores formas de lhes resistir?
1. Depois agradeça aos actores e pergunte ao grupo:
2. Faça um resumo, lembrando os estudantes que eles agora dispõem de boas habilidades para
• O que
dizerem queé“não”
que influenciou
às relações positivamente
sexuais mas quea possibilidade
os argumentosde manter
utilizadosa sua
peladecisão de se
outra parte
também absterem
podemdasserrelações sexuais?
fortes. Outro aspecto que pode ajudar a manterem-se fortes face aos
• A quaispersuasivos
argumentos dos argumentos apresentados
é apoiarem pelo/a
a decisão proponente,
uns dos outros de foi difícil que
dizerem de resistir?
“não”.
• Quais foram as melhores formas de lhes resistir?

2. Faça um resumo, lembrando os estudantes que eles agora dispõem


O QuedeéboasQuehabilidades
se Segue?para
dizerem que “não” às relações sexuais mas que os argumentos utilizados pela outra parte
também podem
1. Agradeça ser fortes.
aos estudantes Outro
pela aspecto deles.
participação que pode ajudar a manterem-se fortes face aos
argumentos persuasivos é apoiarem a decisão uns dos outros de dizerem que “não”.
2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão; O Que é Que se Segue?


• ONDE é a próxima sessão; e
1. Agradeça
• QUEaos estudantes
tópico(s) serãopela participação deles.
abordados.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

82
158
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 15
Eu Não Quero Ter Relações Sexuais

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes aprendem que há diferentes tipos de poder que podem
ser usados para forçar os estudantes a manterem relações sexuais
indesejadas, quer eles dêem ou não o seu consentimento. Eles aprendem
que as relações sexuais indesejadas não são culpa deles e aprendem
como e onde é que podem obter ajuda.

Objectivos No fim da sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Compreender que as relações sexuais obtidas através da força física
ou de coerção emocional/mental são relações sexuais indesejadas.
2. Conhecer a idade do consentimento prescrita pela lei do seu país.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Terá de identificar antecipadamente lugares e pessoas a que os


Preparação: estudantes possam recorrer em busca de ajuda, caso sejam vítimas
de relações sexuais indesejadas ou coercivas. Verifique aa nível da sua
escola que recursos é que podem estar disponíveis em situações de
violência sexual.
• Reveja a “Informação Importante para Lidar com Jovens que Foram
Vítimas de Violência Sexual ou de Relações Sexuais Indesejadas” que
se encontra no fim desta sessão.
• Reveja as questões ligadas à idade de consentimento para o seu país.
Isto quer dizer a idade em que um/a jovem pode legalmente dizer
que “sim” a uma relação sexual ou a uma prática perigosa (Veja a nota
para o/a moderador/a: no fim da Actividade 2).

Actividade 1: Quem Tem o Poder?


25 minutos

1. Escreva a palavra “Poder” no quadro de parede.

2. Pergunte aos estudantes o que é que significa poder. Peça exemplos de pessoas com poder.
Porque é que o poder é importante? Como é que o poder pode ser usado?

3. Peça aos estudantes para se levantarem.

83
159
AVANTE RAPARIGAS!
4. Crie uma escala de poder no chão da sala de aulas ou na parede com o número um (1) numa
ponta da escala, o número cinco (5) no meio e o número dez (10) na ponta oposta da escala.

5. Leia cada uma das histórias que se seguem. Depois de cada história peça aos estudantes para
classificarem quanto poder tem cada uma das pessoas da situação, utilizando uma escala de 1
a 10 (sendo 1 nenhum poder e 10 todo o poder).

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


Se não houver tempo para utilizar todas as histórias, seleccione uma história em que seja
usada a força física (Martha, Sara) e uma história em que seja usada a coerção (Lucy, Peter).

Por exemplo, na história (a), numa escala 1-10 (sendo 1 poder nenhum e 10 todo o poder) quanto
poder é que a Martha tem? Peça aos estudantes para se colocarem em pé sobre a escala, sobre o
valor que melhor representa o poder da Martha. A seguir, peça aos estudantes para se colocarem
em pé sobre o ponto da escala do poder que representa o poder que têm os estudantes mais
velhos. Pergunte aos estudantes quem tem mais poder: a Martha ou os estudantes mais velhos?
Peça aos estudantes que expliquem as suas respostas.

Siga este mesmo procedimento em relação a todas as histórias.

As histórias:

a. A Martha estava a ir da escola para casa, seguindo um atalho através dos campos de
milho alto. Quando ela estava a passar pelo sítio onde o milho era mais alto e mais
denso, um rapaz da escola, maior e mais alto do que ela, interceptou-a e arrastou
a Martha para dentro do milho. Ele ordenou-lhe que não fizesse barulho. Ele disse-
lhe que ela tinha tanto orgulho por ser virgem e que precisava de aprender que
não podia dizer que “não” aos homens. E em seguida violou-a.

b. A Lucy tem 14 anos de idade e 4 irmãos e irmãs mais novos. O pai dela não tem
emprego e a mãe dela está grávida outra vez. A Lucy ajuda a mãe indo ao mercado
todos os dias para vender e comprar produtos. No caminho para o mercado
aproxima-se dela o dono de um bar local, que lhe propõe fazer amor com ela. Ele
é mais velho e está muitas vezes doente. A mãe e a tia dela dizem-lhe que é uma
honra receber a atenção deste homem e ordenam-lhe que ela converse com ele. A
Lucy recusa-se a fazê-lo porque o homem é velho e porque ela não gosta dele. O
pai e o tio dela insistem que ela visite o bar dele e que deixe de ser tão orgulhosa.
Ela vai visitar o bar e o dono propõe-lhe que façam amor e promete à Lucy dar-lhe
dinheiro e cerveja para ela levar para casa, para o pai e para o tio dela. Ela concorda
e chora silenciosamente enquanto partilha a cama dele.

84
160
AVANTE RAPARIGAS!

c. A mãe do Peter tem uma amiga viúva que sempre mostrou interesse pelo trabalho
da escola e os estudos dele. Num momento em que os pais dele não puderam
pagar as propinas de um semestre, essa amiga ofereceu-se para lhas pagar, caso
ele a ajudasse a cuidar do jardim. O Peter aceitou. No início corria tudo bem mas a
certa altura ela começou a perguntar-lhe coisas muito pessoais sobre as namoradas
dele e sobre aquilo de que ele gostava. Numa das visitas ela começou a tocar-lhe.
Quando ele se queixou, ela disse-lhe que se ele queria algum dia tornar-se um
“homem a sério” ele teria que praticar relações sexuais com uma mulher madura.
Ela prometeu-lhe também que pagaria as propinas dele do semestre seguinte. O
Peter não queria manter relações sexuais com a amiga da mãe dele mas queria
continuar a ir à escola. Agora, o Peter mantém relações sexuais regularmente com
a viúva mas continua a não se sentir bem com isso.

Um dia o professor da Sara pediu-lhe que ela lhe carregasse os livros para casa depois
das aulas. Quando ela chegou a casa dele, ele estava sozinho lá dentro. Ele propôs-lhe
fazerem amor. Ela disse que “não” e que isso não era certo porque ele era o professor
dela e muito velho. Ele arrastou-a, começou a tocar-lhe e tentou levá-la para a cama.
Ela começou a gritar e ele largou-a. Ela fugiu.

6. Peça aos estudantes para dizerem algumas das razões pelas quais as pessoas nestas histórias
têm poder. Eis alguns exemplos:

• Ser maior e fisicamente mais forte.


• Ser alguém a quem é confiado o cuidado de uma pessoa, como um/a amigo, um familiar
ou um/a professor/a.
• Ter dinheiro.
• Ser professor, que é uma pessoa com autoridade.
• A viúva, que pagou as propinas escolares e pode influenciar o futuro do Peter.
• Os homens que geralmente são física, financeira e culturalmente mais poderosos
do que as mulheres. Em geral os homens ocupam papéis de maior poder do que as
mulheres na sociedade: por exemplo, como líderes locais, no governo, no exército, nas
igrejas e nos negócios. Recorda-se das caixas da sessão 3? Espera-se que os homens
desempenhem papéis mais fortes, mas já as raparigas e as mulheres são desencorajadas
de desempenhar tais papéis.

85
161
AVANTE RAPARIGAS!

Actividade 2: Consentimento, Coerção e


Relações Sexuais Indesejadas
15 minutos

1. Diga: “Em cada uma destas histórias, o/a estudante não tinha o mesmo poder que a outra
pessoa tinha”. Pergunte-lhes: ”O/A estudante, em cada uma destas histórias, deu o seu
consentimento àquilo que lhe aconteceu? Por consentimento quer-se dizer que o/a estudante
dizer que “sim” à experiência”. Pergunte:

• A Martha disse “sim” a manter relações sexuais com o estudante mais velho?
• O Peter disse “sim” a ter relações sexuais com a amiga da mãe dele?
• A Sara disse “sim” a ser tocada/ter relações sexuais com o professor dela?
• A Lucy disse “sim” a ter relações sexuais com o proprietário do bar?

2. A Martha e a Sara não disseram “sim”. O estudante mais velho e o professor usaram de força
física para ter relações sexuais com a Martha, um e outro para tocar na Sara.

3. Diga: “Parece que o Peter e a Lucy disseram que “sim” a ter relações sexuais ou que, pelo menos,
não disseram que “não”. Mas parece-vos que a Lucy e o Peter estejam felizes por terem tido
relações sexuais? Porque é que sim ou porque é que não?”

• Não. A Lucy chorou quando o dono do bar teve relações sexuais com ela.
• Não. O Peter não se sentia bem por manter relações sexuais com a viúva.
• Não. Ambos resistiram a terem relações sexuais por muito tempo antes de cederem.

4. Pergunte aos estudantes: “Se o Peter e a Lucy não queriam mesmo dizer que “sim”, porque é
que o fizeram?”. Os estudantes devem ser capazes de nomear as seguintes razões:

• A Lucy por causa da insistência da mãe, da tia, do pai e do tio dela.


• O Peter porque precisava do dinheiro para ir à escola.

5. Diga: ”O que aconteceu à Sara, à Martha, à Lucy e ao Peter foram, em todos os casos, “relações
sexuais indesejadas”, o que quer dizer que a Sara, a Martha, a Lucy e o Peter não queriam,
nenhum deles, manter relações sexuais.

• A Sara e a Martha foram forçadas fisicamente a terem contactos sexuais: uma a ter
relações sexuais, e a outra a ser tocada.
• A Lucy e o Peter não queriam dizer que “sim”, mas acharam que não tinham escolha.
• Os jovens que mantêm relações sexuais indesejadas são forçados ou coagidos a manter
relações sexuais por pessoas mais poderosas através de ameaças e de manipulação até
dizerem que “sim”, porque não são capazes de dizer que “não” ou porque acham que a
outra pessoa não vai aceitar o seu “não”.
• Nenhum/a jovem que pratica relações sexuais indesejadas pode ser culpado/a ou
perturbado/a.
• Aquilo que aconteceu à Martha, Sara, Peter e Lucy não é culpa deles.

86
162
AVANTE RAPARIGAS!
6. No nosso país, as crianças com idade menor de (ver a NOTA PARA O/A MODERADOR/A) não são
consideradas legalmente capazes de dizer “sim” ou de dar consentimento a relações sexuais.
Isto significa que qualquer pessoa que mantenha relações sexuais com uma criança com idade
menor de (ver a NOTA PARA O/A MODERADOR/A) está a violar a lei. O nosso governo reconhece
que os adultos têm mais poder do que as crianças e que não lhes deve ser permitido que usem
esse poder para forçarem crianças a manterem relações sexuais.
6. No nosso país, as crianças com idade menor de (ver a NOTA PARA O/A MODERADOR/A) não são
consideradas legalmente capazes de dizer “sim” ou de dar consentimento a relações sexuais.
NOTA PARA
Isto significa O/A MODERADOR/A:
que qualquer pessoa que mantenha relações sexuais com uma criança com idade
menor de (ver a NOTAidade
No Malawi, a PARAde consentimento
O/A MODERADOR/A) é aos
está13 anos.aEm
a violar Moçambique
lei. O a idade
nosso governo de
reconhece
que osconsentimento
adultos têm mais é aos 19 anos.
poder do queNoasBotswana
crianças eaque
idade
nãode consentimento
lhes é de 16
deve ser permitido anos.
que usem
Isto significa que nenhuma criança abaixo desta
esse poder para forçarem crianças a manterem relações sexuais.idade pode legalmente dar o seu
consentimento ou dizer sim a relações sexuais ou a práticas perigosas. Se um adulto
se envolver em relações sexuais com uma criança abaixo desta idade estará a cometer
o crimePARA
NOTA de violação/estupro e estará sujeito a pena de prisão.
O/A MODERADOR/A:
No Malawi, a idade de consentimento é aos 13 anos. Em Moçambique a idade de
consentimento é aos 19 anos. No Botswana a idade de consentimento é de 16 anos.
Isto significa que nenhuma criança abaixo desta idade pode legalmente dar o seu
consentimento
Actividade ou dizerpara
complementar sim a relações sexuais
sessão 15. ParaouestaSessão
a práticas de por
Encerramento
perigosas.
actividade, Se um use
favor adulto
a
se envolver
actividade em relaçõesmódulo
complementar, sexuais com uma criança
3 - Quando faltaabaixo desta idade estará
o Consentimento, a cometer
a resposta é
“Não” o- crime de violação/estupro
que está
5 minutos no final da sessãoe estará
13 sujeito a pena de prisão.

1. Reveja aquilo que os estudantes que tenham sido vítimas de violação ou de relações sexuais
indesejadas, podem fazer para obter ajuda.
Sessão de Encerramento
2. Lembre aos participantes que as relações sexuais indesejadas não são culpa do/a jovem.
5 minutos
3. Diga aos estudantes que na sessão 21 “Usar a Comunicação para nos Protegermos a Nós
1. Mesmos”, eles que
Reveja aquilo irão os
aprender o queque
estudantes podem fazer
tenham para
sido se protegerem
vítimas a siou
de violação próprios.
de relações sexuais
indesejadas, podem fazer para obter ajuda.

2. Lembre aos participantes que as relações sexuais indesejadasOnão


Que é Que
são culpa sejovem.
do/a Segue?
3. Agradeça
1. Diga aos estudantes quepela
aos estudantes na sessão 21 “Usar
participação a Comunicação para nos Protegermos a Nós
deles.
Mesmos”, eles irão aprender o que podem fazer para se protegerem a si próprios.
2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão; O Que é Que se Segue?


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUEaos
1. Agradeça tópico(s) serãopela
estudantes abordados.
participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

87
163
AVANTE RAPARIGAS!

Informação Importante sobre


Como Lidar com Jovens Vítimas de Violência
Sexual ou de Relações Sexuais Indesejadas

É de prever que alguns estudantes que participam no Avante Estudantes tenham sido vítimas de
coerção e/ou violência sexual. Outros podem ter sido objecto de assédio sexual ou de alguma
forma de violência, sem nunca a terem identificado como violência sexual. Uma vez que a coerção
e a violência sexual são prevalecentes em muitas sociedades, participar nestas sessões pode trazer
à tona dor e sofrimento profundamente enraizados. A seguir apresentam-se algumas estratégias
que os professores podem usar para confortar os estudantes. Para além destas estratégias, os
professores têm de identificar recursos que possam apoiar e assistir os estudantes no seu processo
de cura, tais como o acesso a um conselheiro, a um/a enfermeiro/a, a um/a líder religioso/a ou
a um/ ancião/anciã, de preferência um/a que tenha sido capacitado para lidar com a violência
sexual.

Acções que confortam:


1. Estar disponível imediatamente para prestar assistência e apoio aos estudantes.

2. Levar o/a estudante para um lugar seguro, fora da sala de aulas, longe dos seus pares.
Assegure-se de que o lugar é seguro e que não é visto pelo/a estudante como uma ameaça.

3. Centre-se no/a estudante. Pergunte à/ao estudante o que é que ele/a gostaria de fazer
naquele momento (por exemplo, ir para casa, não participar na sessão, mas permanecer na
sala de aulas, não participar na sessão e ficar sentado/a lá fora ou noutro local da escola, falar
com um/a conselheiro/a ou com outra pessoa prestável, imediatamente ou no dia seguinte,
etc.). Ajude o/a estudante a fazer o que quer que ele/a decida.

4. Não faça juízos. Dê apoio e informação à/ao estudante independentemente dos seus próprios
sentimentos, crenças ou atitudes pessoais.

5. Não sobrecarregue o/a estudante com informações, perguntas ou conselhos. Não assuma
que o/a estudante esteja pronto/a para todos os recursos/ajuda/informações que lhe pode
prestar.

6. Oiça aquilo que o/a estudante está a dizer. O seu papel é oferecer-lhe compreensão, apoio e
assistência. Não tente dizer à/ao estudante como é que ela/e se está a sentir ou como é que
acha que ela/e se devia estar a sentir. Diga-lhe que é normal que se sinta perturbado/a.

7. Seja flexível de forma a ir ao encontro das necessidades dele/a. Os professores devem estar
preparados para chamar um/a professor/a de apoio, para fazer um intervalo mais longo ou
para chamar um/a professor ajudante se as necessidades emocionais de um/a estudante
fizerem com que o/a professor/a tenha de sair da capacitação.

88
164
AVANTE RAPARIGAS!
8. Faça sempre o acompanhamento do caso com o/a estudante. Isso mostrar-lhe-á que você se
preocupa com ele e está dedicado/a à sua recuperação e bem-estar.

9. Tenha sempre um/a conselheiro/a ou pessoa qualificada disponível para ajudar os estudantes
a falarem sobre os seus sentimentos em privado.

10. Se houver muitos estudantes perturbados, pense no facto de que a sua turma pode não estar
preparada para o nível das emoções associadas com a sessão e considere o adiamento da
mesma até mais tarde ou considere mesmo ter de excluir a sessão no seu todo.

Acções QUE NÃO confortam:

1. Não interrompa, ridicularize, ou envergonhe o/a estudante.


2. Não critique nem culpe o/a estudante.
3. Não interrogue o/a estudante.
4. Não julgue o/a estudante.
5. Não ignore o/a estudante.
6. Não minimize os sentimentos dele/dela.
7. Não coloque o/a estudante numa situação ainda mais ameaçadora.
8. Não tente distrair o/a estudante ou desviar-lhe a atenção dos seus sentimentos.
9. Não lhe diga como é que ele/s se deve sentir.
10. Não discuta a situação dele/dela com outras pessoas.

89
165
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 16
Falar com os Adultos sobre Sexo

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes identificam as características dos adultos fiáveis com quem
eles podem falar sobre sexo e praticam formas de começar conversas
difíceis.

Objectivos No fim desta sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Identificarem adultos fiáveis com quem eles possam conversar sobre
puberdade/crescimento/sexo.
2. Desenvolverem estratégias para falar com adultos sobre sexo.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Prepare o quadro de parede ou o bloco de papel gigante com as


Preparação: “Maneiras de Começar uma Conversa sobre Sexo com um Adulto” que
se encontram na Actividade 2, passo 2.

Actividade 1: Com Que Adulto É Que Eu Posso Conversar?


15 minutos

1. Diga aos estudantes que você tem dois amigos jovens que precisam de ajuda para encontrarem
alguém com quem possam falar. Partilhe as seguintes histórias usando nomes usuais na sua
comunidade:

• Um amigo do pai da Beatrice disse-lhe que ela está a ficar bonita e que a quer levar a sair
para lhe proporcionar uns bons momentos. Ela não quer ser rude para com um homem
mais velho, por isso ela, educadamente, decide aceitar. Ele disse-lhe que vai pedir
autorização ao pai dela, mas o pai dela não lhe falou do assunto. Ela está preocupada
porque ela não conhece bem aquele homem e não sabe o que é que ele quer dela.
Chega o dia e ela não sabe o que é que há-de fazer.
• Uma noite o Zikane teve um sonho erótico com uma mulher que o amava. Ele sentiu-
se muito bem e, então, ao acordar, apercebeu-se de que a cama dele estava húmida e
que colava. O que é que pode ter acontecido? Ele sentiu-se muito culpado por causa do
sonho e achou que Deus o tinha castigado com uma doença terrível. Ele não sabia o que
é que havia de fazer.

90
166
AVANTE RAPARIGAS!
2. Pergunte aos estudantes se, no caso de serem amigos da Beatrice ou do Zikane, com quem é
que lhes diriam para eles irem falar. Não se pretende que os estudantes digam o nome de um
indivíduo em concreto mas sim que descrevam o papel ou tipo de relacionamento com essa
pessoa, como: tia, tio, melhor amigo/a, irmã/o mais velha/o, trabalhador da saúde, professor,
conselheiro escolar, pastor, mulher que trabalha no mercado, etc. E que tal alguns dos adultos
prestáveis mencionados na Sessão 6? Escreva todas as sugestões que eles derem.

3. Percorra a lista de pessoas que os estudantes recomendaram com quem o Zikane e a Beatrice
falassem. Pergunte-lhes se não haverá outras pessoas que deveriam ser adicionadas à lista.
Uma vez que os estudantes considerem que a lista está completa, peça-lhes para reflectirem
nas pessoas que foram referidas, ao mesmo tempo que lhes pergunta:

• O que é que estas pessoas têm, que vos faz pensar que elas serão boas pessoas para se
dialogar sobre sexo?
• Que características é que elas têm, que vos faz pensar que seriam boas pessoas para
falar?

A ideia é que os estudantes mencionem traços de carácter que lhes venham à ideia quando
pensam sobre tal pessoa.

Registe as respostas dos estudantes no bloco gigante ou no quadro de parede.

4. Depois de eles terem terminado todas as suas sugestões, compare a lista deles com a lista de
características de um adulto fiável que se segue e acrescente-lhe quaisquer traços adicionais.
Lembre-se que os estudantes podem ter as mesmas ideias mas exprimi-las por palavras suas,
o que é bom. Deixe as características ficarem registadas na linguagem dos estudantes.

Um Adulto Fiável…

• É empático: Ele/a tenta genuinamente colocar-se na situação do/a estudante.


• É respeitador: Ele/a age sempre guiado/a pelo respeito pelas escolhas, desejos,
direitos e dignidade do/a estudante.
• Não emite juízos: Ele/a presta apoio, dá atenção positiva e presta assistência sem
emitir juízos, desaprovar ou depreciar.
• Garante confidencialidade: Ele/a mantém as conversas confidenciais, excepto se
houver abuso infantil ou perigo para a própria pessoa ou para terceiros.
• É seguro: Ele/a “não prejudica”. Ele/a não dá conselhos que não sejam no melhor
interesse do/a estudante.
• É atencioso: Ele/a oferece compreensão, apoio e encorajamento à/ao estudante.

91
167
AVANTE RAPARIGAS!
5. Peça aos estudantes para reverem estas características e pergunte-lhes:

• Há alguém que tenha todas estas características?


• Se não, acham que algumas destas características são mais importantes do que outras?
Quais são?
• Peça-lhes que comparem a lista deles de características de um adulto fiável com a lista
deles sobre possíveis pessoas com quem falar. Há alguém que gostassem de remover da
lista? Há alguém que gostassem de acrescentar a ela?

Actividade 2: Formas de Começar uma Conversa sobre Sexo


25 minutos

1. Pergunte aos estudantes se acham que será fácil ou difícil para o Zikane ou para a Beatrice
falarem com os seus adultos fiáveis sobre a sua situação. Porque é que sim ou porque é que
não?

2. Diga aos estudantes que é normal que os jovens se sintam nervosos, estranhos ou mesmo
assustados em falar com um adulto sobre sexo. Pergunte aos estudantes se eles têm alguma
sugestão sobre a maneira como o Zikane ou a Beatrice podem iniciar uma tal conversa. Percorra
devagar e com clareza a lista “Formas de Começar Uma Conversa Sobre Sexo com um Adulto”,
cobrindo os exemplos e assinalando aqueles que correspondam àqueles que os estudantes
tenham referido.

“Formas de Começar uma Conversa Sobre Sexo com um Adulto”

a. A Abordagem “Directo ao Ponto”:


“Podemos conversar? Eu tenho uma questão sobre uma coisa que estudámos na
nossa aula de habilidades para a vida”.

b. A Abordagem “Indirecta”:
“Eu ouvi um programa de rádio, com alguns amigos, sobre pessoas que tiveram
bebés e as raparigas tinham apenas 13 anos de idade. Acha que os adolescentes
podem ser bons progenitores?”.

c. A Abordagem “Eu Duvido Que”:


“Eu duvido que uma pessoa possa ficar grávida logo da primeira vez que tenha
relações sexuais”

d. A Abordagem “Ouvi Dizer Que”:


“Ouvi dizer que se disseres “não” às relações sexuais a pessoa de quem gostas vai cortar
a relação contigo. Como é que se diz “não” a alguém sem ferir os seus sentimentos?”.
“Ouvi dizer que muitos rapazes e raparigas tiveram relações sexuais na 5ª classe. Será
apenas um rumor?”.

92
168
AVANTE RAPARIGAS!
3. Peça aos estudantes que formem pares do mesmo sexo. Em cada par, os estudantes assumirão,
à vez, um o papel de adulto e o outro, o papel de um/a jovem à procura de conselho sobre
uma situação. A pessoa que faz de jovem pode trazer o seu próprio assunto sobre o qual
queira falar ou usar o exemplo da Beatrice ou do Zikane. O assunto deve ser sobre sexo ou
sobre a puberdade. Eles permutarão, utilizando as 4 maneiras de começar uma conversa com
um adulto até que cada uma delas tenha sido utilizada uma vez.

4. A pessoa que faz de adulto deve rever a lista de traços que um adulto fiável deve ter e tentar
3. Peça aos estudantes
demonstrar quedurante
esses sinais formemapares do mesmo sexo. Em cada par, os estudantes assumirão,
encenação.
à vez, um o papel de adulto e o outro, o papel de um/a jovem à procura de conselho sobre
5. uma
Mande situação. A pessoa
os estudantes que fazade
voltarem jovem pode
juntar-se todos trazer o seu próprio
e coloque-lhes assuntoquestões
as seguinte sobre o para
qual
queira
debate:falar ou usar o exemplo da Beatrice ou do Zikane. O assunto deve ser sobre sexo ou
sobre a puberdade. Eles permutarão, utilizando as 4 maneiras de começar uma conversa com
um• adulto atéfoi
Que tal que cada
estar nouma delas
papel tenha
de um sidofiável?
adulto utilizada
Foiuma
fácil?vez.
Ou difícil?
• Que traços foi fácil lembrar ou demonstrar?
4. A pessoa
• Queque faz foi
traços de difícil
adultolembrar
deve rever a lista de traços que um adulto fiável deve ter e tentar
ou demonstrar?
demonstrar
• Que tal esses sinais
foi ser o/adurante a encenação.
estudante que vai à procura de um adulto em busca de conselho
sobre sexo? Como é que se sentiram?
5. Mande os estudantes
• Houve voltarem
alguma maneira deacomeçar
juntar-seuma
todos e coloque-lhes
conversa as seguinte
que foi mais questões
fácil? E mais difícil? para
debate:

• Que tal foi estar no papel de um adulto fiável? Foi fácil? Ou difícil?
• Que traços foi fácil lembrar ou demonstrar?
Sessão de Encerramento
Actividade complementar para a sessão 16. Para esta actividade, por favor use a
• Que traços foi difícil lembrar ou demonstrar?
5 minutos
actividade complementar, módulo 3 - Quando falta o Consentimento, a resposta é
• Que tal foi ser o/a estudante que vai à procura de um adulto em busca de conselho
“Não” - que está no final da sessão 13
sobre sexo? Como é que se sentiram?
1. Resuma alguns dos sentimentos que os estudantes referiram quando estavam a encenar a
• Houve alguma maneira de começar uma conversa que foi mais fácil? E mais difícil?
abordagem dos jovens aos adultos: nervosismo, medo, etc. Agradeça aos estudantes pela
disponibilidade deles para discutirem coisas difíceis.

2. Faça os estudantes recordarem os seus sentimentos quando Sessão


estavamdea Encerramento
encenar o papel de
adulto fiável e faça notar como eles são similares aos dos próprios estudantes: nervosismo por
5 minutos
não ter as respostas certas, desconforto, etc.

1.
3. Resuma alguns
Lembre-lhes dos sentimentos
o traço da empatia da quelista
os de
estudantes
traços dereferiram
um adultoquando
fiável. estavam
Empatia asignifica
encenarsera
abordagem dos jovens
capaz de imaginar comoaos adultos:
é que nervosismo,
a outra medo,e etc.
pessoa se sente Agradeça
pôr-se aos estudantes
a si mesmo/a pela
no lugar do/a
disponibilidade delesvez
outro/a. Da próxima para discutirem
que coisasfalar
eles quiserem difíceis.
com um adulto sobre sexo, devem lembrar-
se que o adulto irá provavelmente estar tão nervoso e desconfortável como eles e que eles
2. Faça
podemos ajudá-lo
estudantes recordarem
aplicando osnovas
as suas seus sentimentos quando
habilidades para daremestavam
início àa conversa.
encenar o papel de
adulto fiável e faça notar como eles são similares aos dos próprios estudantes: nervosismo por
não ter as respostas certas, desconforto, etc.

3. Lembre-lhes o traço da empatia da lista de traços de um adulto fiável. Empatia significa ser
capaz de imaginar como é que a outra pessoa se sente e pôr-se a si mesmo/a no lugar do/a
outro/a. Da próxima vez que eles quiserem falar com um adulto sobre sexo, devem lembrar-
se que o adulto irá provavelmente estar tão nervoso e desconfortável como eles e que eles
podem ajudá-lo aplicando as suas novas habilidades para darem início à conversa.

93
169
AVANTE RAPARIGAS!
O Que é Que se Segue
1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

94
170
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 17
Ter Relações Sexuais com Homens Mais Velhos

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes discutem as consequências das relações sexuais entre


raparigas jovens e homens mais velhos e identificam formas de evitar ou
de reduzir os riscos.

Objectivos No fim da sessão, os estudantes deverão ser capazes de


da Aprendizagem: 1. Explicar porque é que por vezes as raparigas mantêm relações sexuais
com homens mais velhos.
2. Identificar os riscos que implica ter relações sexuais com homens mais
velhos.
3. Criar um plano para reduzir o risco deles se envolverem em relações
sexuais com homens mais velhos.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Imagem de uma rapariga e de um homem mais velho, que se encontra


Preparação: no fim desta sessão1
• Esta sessão pode ser difícil. Terá de rever os conceitos de poder e de
coerção da sessão 15; “Eu Não Quero Ter Relações Sexuais”.
• Terá de saber a idade de consentimento no seu país. Precisará disso
para o passo 2, na Sessão de Encerramento, abaixo (ver a Nota para
o/a Moderador/a na Sessão de Encerramento).

Actividade 1: Um/a Diz “Sim” e o/a Outro/a Diz “Não”


30 minutos

1. Mostre a imagem da rapariga e do homem que se encontra no fim desta sessão e discuta-a,
perguntando aos estudantes…

• O que é que está a acontecer nesta imagem?


• Isto acontece na nossa comunidade?
• Porque é que acontece?

1
Imagem reimpressa da Aliança Internacional contra o HIV/SIDA. (2008) Sexualidade e Habilidades para a Vida: Actividades Participativas sobre
Saúde Sexual e Reprodutiva com Jovens. Brighton, Reino Unido.

95
171
AVANTE RAPARIGAS!
• De que maneira é que a rapariga beneficia com esta situação?
• De que maneira é que o homem beneficia com esta situação?

2. Divida o grupo em dois. Diga a ambos que eles vão contar a história de duas raparigas que eles
conhecem da escola.

3. Diga aos grupos que as histórias deles devem ser detalhadas, animadas, vivas e envolventes,
assim como eles vêem os progenitores e os avós a contarem histórias.

4. Peça a um dos grupos para imaginar a vida de uma colega da escola, a Mary, que vai aceitar a
proposta de uma relação de amor feita por um homem mais velho. Ao inventarem a história
de aceitação da relação de amor do homem mais velho pela Mary, o grupo deve discutir as
seguintes questões:

• Como é que é a Mary?


• Ela é boa aluna?
• Quais são as consequências positivas para a Mary de ela aceitar a proposta?
• Quais é que podem ser as consequências negativas para a Mary?
• Quem é que tem o controle/ poder nesta situação? Que alternativas é que a Mary tem?
• Como é que a Mary pode minimizar os seus riscos, uma vez que ela aceita o convite?
• Como é que a Mary poderia recusar-se a manter relações sexuais ou insistir no uso de
preservativo?

5. Diga ao outro grupo que ele vai contar a história de uma colega de escola, a Josephine, que
vai rejeitar a proposta de uma relação de amor que lhe é feita por um homem mais velho. Ao
criar a história de rejeição da proposta de uma relação de amor com um homem mais velho
pela Josephine, o grupo deve discutir as seguintes questões:

• Como é que é a Josephine?


• Ela é boa aluna?
• O que é que ajudou a Josephine a rejeitar a proposta do homem?
• Quem é que tem o controle/o poder nesta situação? Que alternativas é que a Josephine
tem?
• Quais são as consequências positivas da rejeição da Josephine?
• Quais são as consequências negativas da rejeição da Josephine?
• Como é que a Josephine pode lidar com as consequências negativas de ter rejeitado a
proposta do homem?
• De que maneira é que a Josephine pode reduzir ainda mais os riscos que corre?

6. Diga a ambos os grupos que se devem preparar para regressarem e partilharem a história da
sua colega na actividade que se segue, assegurando-se que dão resposta a cada uma destas
questões. Se eles não quiserem contar a história, eles podem, em vez disso, encená-la, se assim
o preferirem. Dê aos dois grupos o tempo suficiente para criarem as suas histórias.

96
172
AVANTE RAPARIGAS!

Actividade 2: O Que É Que o Futuro


Reserva à Mary e à Josephine
10 minutos

Actividade
1. Volte a reunir os dois grupos e peça a cada um 2: O Que
deles para partilhar É Queprimeiro
a sua história: o Futuro
a da
Mary e depois a da Josephine. Reserva à Mary e à Josephine
2. Pergunte aos estudantes:
10 minutos

• aOreunir
1. Volte que éosque
doisvocês
grupospodem
e peçafazer para
a cada umajudarem
deles paraapartilhar
Mary, depois de ela ter
a sua história: aceitado
primeiro a daa
proposta do homem?
Mary e depois a da Josephine.
• O que é que vocês podem fazer para ajudarem a Mary a rejeitar a proposta do homem?
• O que
2. Pergunte aoséestudantes:
que vocês podem fazer para ajudarem a Josephine a rejeitar a proposta do
homem?
• O que éé quequevocês
vocêspodem
podemfazer
fazerpara
paraajudarem
ajudarema Josephine, depois
a Mary, depois dede
elaela
terteraceitado
rejeitadoa
aproposta
propostadodohomem?
homem?
• O que é que vocês podem fazer para ajudarem a Mary a rejeitar a proposta do homem?
3. Peça
• aos estudantes
O que parapodem
é que vocês imaginarem um fim
fazer para para a ahistória
ajudarem de cada
Josephine uma adas
a rejeitar raparigas.
proposta do
Pergunte:
homem?
• O que é que vocês podem fazer para ajudarem a Josephine, depois de ela ter rejeitado
• O que se vaido
a proposta passar
homem?a seguir com a Mary? Onde é que ela vai estar daqui a 5 anos? O que
é que ela estará a fazer?
• O que
3. Peça aos se vai passar
estudantes paraa imaginarem
seguir com aumJosephine?
fim paraOnde é quede
a história elacada
vai estar
umadaqui a 5 anos?
das raparigas.
O que é que ela estará a fazer?
Pergunte:

• O que se vai passar a seguir com a Mary? Onde é que ela vai estar daqui a 5 anos? O que
Actividade
é quecomplementar para a sessão 17. Para estaSessão
ela estará a fazer? actividade, por favor use a
de Encerramento
actividade
• O que se vai passar a seguir com a Josephine? Onde é que ela vai estar adaqui
complementar, módulo 3 - Quando falta o Consentimento, resposta é
a 5 anos?
“Não” -Oque
queestá
5 minutos noela
é que final da sessão
estará a fazer?13

1. Nesta sessão discutimos porque é que algumas raparigas têm relações sexuais com homens
mais velhos, as consequências (boas e más) de manter relações Sessão de Encerramento
sexuais com homens mais
velhos e, por fim, como reduzir os riscos.
5 minutos
2. Diga aos estudantes que para além de serem arriscadas, as relações sexuais entre um adulto e
1. uma
Nestacriança
sessãopodem também
discutimos ser écontra
porque a lei. Recorde
que algumas aos estudantes
raparigas que
têm relações no nosso
sexuais compaís a lei
homens
diz que
mais uma criança
velhos, menor de (veja
as consequências (boasa Nota
e más)paradeo/a Moderador/a)
manter não pode
relações sexuais legalmente
com homens dizer
mais
“sim” a manter
velhos relações
e, por fim, como sexuais
reduzir com quem quer que seja. Se a criança nesta imagem for menor
os riscos.
de (veja a Nota para o/a Moderador/a), o homem estará a violar a lei ao ter relações sexuais
com ela.
2. Diga aos estudantes que para além de serem arriscadas, as relações sexuais entre um adulto e
uma criança podem também ser contra a lei. Recorde aos estudantes que no nosso país a lei
diz que uma criança menor de (veja a Nota para o/a Moderador/a) não pode legalmente dizer
“sim” a manter relações sexuais com quem quer que seja. Se a criança nesta imagem for menor
de (veja a Nota para o/a Moderador/a), o homem estará a violar a lei ao ter relações sexuais
com ela.

97
173
AVANTE RAPARIGAS!

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


No Malawi, a idade de consentimento são os 13 anos. Em Moçambique a idade de
consentimento são os 19 anos. No Botswana a idade de consentimento são os 16
anos. Isto significa que nenhuma criança abaixo desta idade pode legalmente dar
o seu consentimento ou dizer sim a relações sexuais ou a práticas perigosas. Se um
adulto se envolver em relações sexuais com uma criança abaixo desta idade estará a
cometer o crime de violação/estupro e será punido nos termos da lei.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.
2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

98
174
AVANTE RAPARIGAS!

99
175
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 18
Os Meus Valores, o Meu Dinheiro

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Através do debate e do exercício da árvore do dinheiro, os estudantes


identificam os seus valores e se as formas como ganham e como gastam
dinheiro estão em conformidade com esses valores.

Objectivos No fim da sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Identificar valores pessoais.
2. Analisar criticamente o valor atribuído ao consumo de bens e o “custo”
de os obter.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Uma folha de papel e um lápis/marcador por cada estudante (outra


Preparação: opção: usar paus e desenhar na areia).

Actividade 1: Quais São Os Meus Valores?


20 minutos

1. Pergunte aos estudantes o que é que significa a palavra “valores” para eles. Dê a volta à
sala perguntando quem é que quer partilhar a sua opinião, reafirmando frases ou palavras
importantes. Sublinhe que os valores:

• São princípios, crenças, ideais, metas ou padrões importantes.


• Ajudam-nos a decidir aquilo que fazer ou que não fazer.
• São moldados pelas nossas famílias, comunidades, grupos étnicos, religiões, em função
do género, da classe e da sociedade, etc.
• São diferentes de pessoa para pessoa.

2. Dê alguns exemplos de valores possíveis e de comportamentos com eles relacionados que as


pessoas podem ter:

• Honestidade: dizer sempre a verdade.


• Família: Tomar conta dos meus progenitores ou casar.
• Religião: rezar regularmente.
• Lealdade: ser um/a bom/a amigo/a.

100
176
AVANTE RAPARIGAS!
• Riqueza: ter muito dinheiro.
• Saúde: cuidar do corpo.
• Educação: passar de classe, não desistir da escola.
• Tradições Culturais: respeitar os mais velhos, participar nos ritos de iniciação.

3. Peça aos estudantes para formarem pares e discutirem quais são os seus valores mais
importantes.

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


É importante que nenhum estudante se sinta julgado pelos seus valores. O propósito
do exercício não é julgar os valores de ninguém mas, antes, fazer os estudantes
pensarem sobre quais podem ser os seus valores.

4. Depois de 5 minutos, volte a juntar os estudantes e peça-lhes para dizerem quais são os seus
valores. Pode escrever esses valores no quadro de parede ou no bloco gigante, fazendo traços
em frente àqueles que são referidos várias vezes. Pergunte:

• Há valores que são partilhados por vários estudantes?


• Há valores que foram mencionados apenas por alguns estudantes?
• Foi fácil ou difícil debater os vossos valores com os vossos pares?

Actividade 2: A Árvore do Dinheiro


20 minutos

1. Recorde aos estudantes as suas definições de valores e lembre-lhes que os nossos valores
afectam as decisões que tomamos. Diga aos estudantes que agora eles vão ver como é que os
seus valores podem afectar as decisões que eles tomam sobre a maneira de ganharem e de
gastarem dinheiro.

2. Peça aos estudantes para desenharem uma árvore (na sua folha de papel ou, se não houver
papel, que o façam no chão). Explique-lhes que cada árvore deve ter 8-10 folhas grandes e
5-8 raízes grandes. O tronco da árvore pode ser pequeno. Explique que as folhas da árvore
representam aquilo em que eles gastam dinheiro. Peça a cada estudante que despenda
alguns minutos a escrever (nas folhas) aquilo em que gasta o dinheiro. Cada coisa deve ser
escrita numa folha diferente. As raízes da árvore representam todas as formas pelas quais eles
ganham dinheiro. Peça aos estudantes para demorarem alguns minutos a escreverem (nas
raízes) como é que eles ganham dinheiro ou as fontes de onde obtêm dinheiro.

101
177
AVANTE RAPARIGAS!
3. Faça as seguintes perguntas aos estudantes:

• O que é que eles aprenderam ao desenharem a árvore?


• Existem formas pelas quais vocês podem reduzir os vossos gastos ou alterá-los, de
maneira a que gastem o vosso dinheiro de forma mais inteligente?
3. Faça as
• Quaisseguintes perguntas
das folhas aos estudantes:
se referem a elementos de que vocês precisam?
• Quais das folhas se referem a elementos de que vocês não precisam, mas que querem
• O que éde
apesar que eles aprenderam ao desenharem a árvore?
tudo?
• • Existem formas pelas quais
Porque é que os querem? vocês podem
- Categorize reduzirdeles,
as respostas os vossos gastos “porque
por exemplo, ou alterá-los,
os meusde
maneira
amigos osa que
têm”,gastem
“porque o eles
vossome dinheiro
dão uma decerta
formaimagem”,
mais inteligente?
etc.
• Quais das folhas se referem a elementos de que vocês precisam?
• aos
4. Diga Quais das folhas
estudantes se olharem
para referem apara
elementos de que
as suas listas devocês não
valores. precisam, mas que querem
Pergunte-lhes:
apesar de tudo?
• • Porque é que
As razões osquais
pelas querem? - Categorize
vocês as respostas
querem comprar essas deles,
coisaspor exemplo,
reflectem os “porque os meus
vossos valores?
• amigos
Quais? os têm”, “porque eles me dão uma certa imagem”, etc.
• Elas contrariam ou vão contra os vossos valores? Quais?
4. Diga aos estudantes para olharem para as suas listas de valores. Pergunte-lhes:
5. Peça aos estudantes que pensem nas maneiras como ganham dinheiro. Faça-lhes as seguintes
• As razões pelas quais vocês querem comprar essas coisas reflectem os vossos valores?
perguntas:
• Quais?
• • Elas contrariam
As formas comoou vão ganham
vocês contra osdinheiro
vossos valores? Quais?
reflectem os valores que vocês afirmaram?
• Haverá maneiras de ganhar dinheiro que vocês não utilizariam? Quais? Porquê?
5. Peça
• aos estudantes
O que que pensem
é que acontece se umanaspessoa
maneiras como
tiver doisganham dinheiro.
valores que Faça-lhes
pareçam as seguintes
contradizer-se ou
perguntas:
opor-se um ao outro? Por exemplo, uma rapariga valoriza o ter muita roupa mas também
o ter uma vida saudável e longa. Irá ela manter relações sexuais com um homem mais
• As formas
velho paracomo
ganharvocês ganham
dinheiro, dinheiro reflectem
arriscando-se os valores
a ser infectada pelo que
HIV?vocês
O queafirmaram?
é que ela pode
• Haverá maneiras
fazer para deambos
respeitar ganharos dinheiro que vocês não utilizariam? Quais? Porquê?
seus valores?
• • O que ééque
Porque queacontece
por vezessenós
umanãopessoa tiver os
honramos dois valores
nossos que pareçam contradizer-se ou
valores?
opor-se um ao outro? Por exemplo, uma rapariga
• Que papel jogam os nossos amigos na mudança dos nossos valoriza o ter muita roupa
valores masfazer-nos
ou em também
o ter uma vidaou
abandoná-los saudável e longa. Irá ela manter relações sexuais com um homem mais
esquecê-los?
• O que é que podemos fazer arriscando-se
velho para ganhar dinheiro, a seraos
para sermos fiéis infectada
nossos pelo HIV? O que é que ela pode
valores?
fazer para respeitar ambos os seus valores?
• Porque é que por vezes nós não honramos os nossos valores?
• Que papel
Actividade jogam os nossos
complementar para aamigos
sessãona18.
mudança
Para estados actividade,
nossos valoresporoufavor
em fazer-nos
use a
abandoná-los ou esquecê-los? Sessão de Encerramento
actividade complementar, módulo 3 - Quando falta o Consentimento, a resposta é
• -Oque
“Não” queestá
é quenopodemos fazer para
final da sessão 13 sermos fiéis aos nossos valores?
5 minutos

1. Felicite os estudantes pela sua participação e por aquilo que aprenderam nesta sessão.
Sessão de Encerramento
2. Encoraje os estudantes a falarem com as suas famílias sobre os seus valores.
5 minutos
3. Recorde aos estudantes o papel importante que eles podem jogar no apoio mútuo à
1. Felicite os estudantes
manutenção dos seus pela sua participação e por aquilo que aprenderam nesta sessão.
valores.
2. Encoraje os estudantes a falarem com as suas famílias sobre os seus valores.

3. Recorde aos estudantes o papel importante que eles podem jogar no apoio mútuo à
manutenção dos seus valores.

102
178
AVANTE RAPARIGAS!

O Que é Que se Segue?

1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

103
179
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 19
Ter Relações Sexuais Apenas Um com o Outro

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes examinam o quão realista é, para jovens de 14 anos de


idade, prometerem ter relações sexuais apenas uns com os outros e
identificam as consequências de não manterem essa promessa.

Objectivos No fim da sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Descrever os riscos que implica ter mais do que um parceiro sexual.
2. Identificar formas de manter a decisão tomada de ter apenas um
parceiro sexual.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Desenhe uma caixa no chão (ou ponha papel no chão) em frente à
Preparação: sala, com aproximadamente 2 metros por 2 metros.

Actividade 1: Eu Prometo, Mas e Se …?


40 minutos

1. Peça a um rapaz e a uma rapariga que se voluntariem para virem à frente da turma.

2. Diga aos estudantes que estes dois voluntários são estudantes de 14 anos de idade: a Mary e
o seu namorado, Kwame. Eles declararam que estão apaixonados e que decidiram ter relações
sexuais. Eles dizem que vão manter relações sexuais apenas um com o outro.

3. Peça aos voluntários para se posicionarem no quadrado e diga aos estudantes que o quadrado
representa a cama do Kwame e da Mary.

4. Peça aos estudantes para discutirem:

• O que é que vai ajudar o Kwame e a Mary a manterem relações sexuais apenas um com
o outro?
• O que é que pode tornar isso difícil?

5. Peça ao grupo para imaginar que o Kwame e a Mary têm relações sexuais apenas um com o
outro. Faça-lhes as seguintes perguntas:

104
180
AVANTE RAPARIGAS!
• Quantas pessoas estão na cama? (Resposta: duas pessoas).
• Qual é que pode ser o efeito disso nas vidas delas?
• O que é que ajudou a que o Kwame e a Mary mantivessem relações sexuais apenas um
com o outro?
• Que risco é que eles correm em relação ao HIV e a outras ITS?
• Será realista pensar que dois jovens de 14 anos de idade vão manter sempre relações
sexuais apenas um com o outro?
• O que é que a Mary e o Kwame deviam fazer se não forem capazes de manter relações
sexuais apenas um com o outro?

6. Agora peça ao grupo para imaginar que o Kwame ou a Mary tiveram relações sexuais com outra
pessoa. Peça aos estudantes para pedirem ao Kwame ou à Mary para irem escolher um/a colega
para se juntar a ele/a na cama. Pergunte:

• Quantas pessoas estão na cama? (Resposta: 3).


• Quais podem ser as razões pelas quais o/a Kwame/Mary teve relações sexuais com outra
pessoa?
• Quais são agora os riscos em relação ao HIV e a outras ITS?
• Quais são as consequências deste comportamento?
• Que responsabilidade tem a pessoa (o Kwame ou a Mary) que está a ter relações sexuais
com outra pessoa em relação à pessoa que não está a ter relações sexuais com outra
pessoa?
• O que é que eles devem fazer agora?

7. Peça aos estudantes para imaginarem que tanto o Kwame como a Mary estão a ter relações
sexuais com outras pessoas. A pessoa que não foi escolhida no passo anterior, o Kwame ou a
Mary, deve ir agora escolher um/a colega para se juntar a eles na cama. Pergunte:

• Quantas pessoas é que estão na cama agora? (Reposta: quatro).


• Quais podem ser as razões pelas quais tanto o Kwame como a Mary mantêm relações
sexuais com outras pessoas?
• Quais é que podem ser as consequências para os dois?
• Quais são agora os riscos em relação ao HIV e a outras ITS?
• O Kwame e a Mary estão a ser honestos um com o outro?
• Que responsabilidades têm a Mary e o Kwame um para com o outro?
• O que e que eles devem fazer a seguir?

8. Agora peça aos estudantes para imaginarem que os dois estudantes a quem a Mary e o Kwame
convidaram para se juntarem a eles na cama também mantêm relações sexuais com outros
parceiros. Peça-lhes que escolham dois colegas para se juntarem a eles na cama da Mary e do
Kwame. Pergunte:

• Quantas pessoas estão na cama do Kwame e da Mary? (Resposta: 6 pessoas)

9. Peça aos estudantes para imaginarem que esses dois colegas também mantêm relações
sexuais com outros. Peça a esses dois que vão buscar dois colegas para se juntarem a eles na
cama do Kwame e da Mary.

105
181
AVANTE RAPARIGAS!
10. Continue a pedir aos novos parceiros para irem buscar dois colegas para se juntarem ao grupo
na cama até que todos os colegas se tenham reunido à Mary e ao Kwame na cama. Este deve
ser um exercício divertido para os estudantes, que se riem e se acotovelam enquanto tentam
caber todos no quadrado. Depois de um pouco de diversão, pergunte:

• Quantas pessoas estão agora na cama do Kwame e da Mary?

11.
10. Diga
Continueaos aestudantes que, infelizmente,
pedir aos novos parceiros paraum/a
irem deles
buscartem
doisHIV e um/a
colegas deles
para tem uma
se juntarem aoITS. Tal
grupo
como
na na até
cama vidaque
real, não os
todos se colegas
consegue dizer quem
se tenham são os
reunido que estão
à Mary doentes,
e ao Kwame nasó olhando
cama. para
Este deve
eles. Pergunte aos estudantes:
ser um exercício divertido para os estudantes, que se riem e se acotovelam enquanto tentam
caber todos no quadrado. Depois de um pouco de diversão, pergunte:
• Quais são os riscos de HIV e ITS agora?
• • Algum/a dos colegas
Quantas pessoas estãoestá a ser
agora honesto/a
na cama para com
do Kwame e da os outros, se tiverem prometido
Mary?
manter relações sexuais apenas com os respectivos parceiros?

11. Diga aos Queestudantes
responsabilidades é que os colegas
que, infelizmente, um/a têm
delesuns
tempara
HIVcom os outros?
e um/a deles tem uma ITS. Tal
• O
como naque é que
vida real,eles
nãodevem fazer adizer
se consegue seguir?
quem são os que estão doentes, só olhando para
eles. Pergunte aos estudantes:

• Quais são os riscos de HIV e ITS agora? Sessão de Encerramento


Actividade complementar para a sessão 19. Para esta os
• Algum/a dos colegas está a ser honesto/a para com outros, se por
actividade, tiverem prometido
favor use a
5 manter
minutos relações sexuais apenas com os respectivos parceiros?
actividade complementar, módulo 3 - Quando falta o Consentimento, a resposta é
• -Que
“Não” queresponsabilidades é que os
está no final da sessão 13colegas têm uns para com os outros?
• aos
1. Peça O que é que eles
estudantes devem
para fazer a seguir?
identificarem um aspecto que viveram ou aprenderam durante esta
sessão, que faça sentido para eles.

2. Lembre aos estudantes a sessão sobre a tomada de decisões Sessão dedurante


em que, Encerramento
a encenação,
batíamos as palmas duas vezes (CLAP, CLAP) sempre que chegávamos a um ponto de decisão.
Peça aos estudantes para analisarem e pesarem cada ponto de decisão em relação a ter um/a
5 minutos
ou mais do que um/a parceiro/a sexual. Quais são algumas das consequências negativas de
1. ter
Peçamúltiplos parceiros
aos estudantes sexuais?
para identificarem um aspecto que viveram ou aprenderam durante esta
sessão, que faça sentido para eles.
3. Diga aos estudantes que embora possa parecer divertido ter vários parceiros, isso pode ter
2. consequências muito sérias.
Lembre aos estudantes a sessão sobre a tomada de decisões em que, durante a encenação,
batíamos as palmas duas vezes (CLAP, CLAP) sempre que chegávamos a um ponto de decisão.
4. Lembre
Peça aosaos estudantes
estudantes paraa sessão em que
analisarem eles discutiram
e pesarem outras
cada ponto deformas deem
decisão mostrarem
relação aamor uns
ter um/a
aos outros,
ou mais do para além das
que um/a relações
parceiro/a sexuais.
sexual. Peçasão
Quais aosalgumas
estudantes para mencionarem
das consequências algumas
negativas de
dasmúltiplos
ter formas pelas quais sexuais?
parceiros a Mary e o Kwame poderiam ter mostrado o amor um pelo outro, para
além das relações sexuais.
3. Diga aos estudantes que embora possa parecer divertido ter vários parceiros, isso pode ter
consequências muito sérias.

4. Lembre aos estudantes a sessão em que eles discutiram outras formas de mostrarem amor uns
aos outros, para além das relações sexuais. Peça aos estudantes para mencionarem algumas
das formas pelas quais a Mary e o Kwame poderiam ter mostrado o amor um pelo outro, para
além das relações sexuais.

106
182
AVANTE RAPARIGAS!

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

107
183
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 20
As Consequências do Abuso de Bebidas Alcoólicas

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes examinam as maneiras pelas quais as bebidas alcoólicas


podem constituir uma obstáculo às suas metas e identificam os pontos
críticos de decisão para evitar o abuso de bebidas alcoólicas.

Objectivos No fim da sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Explicarem as leis sobre bebidas alcoólicas que se aplicam ao seu
grupo etário.
2. Identificarem as razões porque é que algumas pessoas bebem.
3. Descreverem algumas consequências do consumo de bebidas
alcoólicas.
4. Desenvolverem uma estratégia para evitarem o consumo/mau uso de
bebidas alcoólicas.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Reveja as leis nacionais e locais relativas à idade exigida para o consumo
Preparação: de bebidas alcoólicas e algumas das consequências da violação dessas
leis, para os jovens e/ou os seus progenitores, proprietários dos bares,
etc.

Actividade 1: As Bebidas Alcoólicas e as Nossas Metas


10 minutos

1. Peça aos estudantes para descreverem a primeira coisa que lhes venha à cabeça quando você
diz a palavra álcool (use também palavras locais). Escreva essas palavras no quadro de parede
ou no bloco gigante.

2. Desenhe a imagem de um estudante num lado do quadro de parede. Escreva as palavras “A


vossa meta” no outro extremo do quadro de parede.

3. Explique que quando consumimos bebidas alcoólicas, tendemos a fazer coisas que
normalmente não faríamos. A nossa tomada de decisões não é tão perspicaz quando
consumimos bebidas alcoólicas. Peça aos estudantes: “Mencionem algumas actividades
que as pessoas realizam, quando têm álcool no seu sangue, que não fazem quando não
têm álcool no sangue”. Peça-lhes exemplos. Pergunte-lhes de que maneira é que essas

108
184
AVANTE RAPARIGAS!
actividades podem constituir barreira às metas deles. Se necessário, dê o exemplo de se ter
relações sexuais protegidas ou desprotegidas. As relações sexuais desprotegidas podem
constituir um obstáculo às metas deles porque podem levar a uma gravidez indesejada, à
infecção pelo HIV, etc.

4. Para cada exemplo dado pelos estudantes, pergunte como é que isso pode constituir um
obstáculo ao alcance das suas metas. Depois de cada aluno ter respondido, faça-o/a desenhar
uma barreira entre a imagem e a sua meta.

5. Depois de todos aqueles que o tenham querido fazer terem desenhado uma barreira, peça
aos estudantes que contem as barreiras no quadro e que digam: “Sem dúvida, as bebidas
alcoólicas criam barreiras entre nós e as nossas metas”. Com base nesta observação visual que
têm à frente deles, pergunte aos estudantes: “Se as bebidas alcoólicas servem de barreira às
nossas metas, porque é que os jovens bebem?”.

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


As actividades e debates nesta sessão podem ser adaptados para abordar a suruma e
outras drogas.

Actividade 2: Pensar Antes de Agir


30 minutos

Explique que a próxima actividade se vai centrar mais nos “porquês”, contando uma história. Leia
a história da Lute em voz alta:

A História da Lute
A Lute começou a beber vinho doce quando ela se encontrou com outras jovens no
velório de uma familiar dela que faleceu. Enquanto os adultos se mantiveram perto da
casa, partilhando a comida e contando histórias, os jovens afastaram-se para o escuro
para ouvirem música e beberem vinho. Havia sempre vinho nos muitos velórios
que havia. De início a Lute disse “não” a beber vinho, mas as amigas dela gozaram-
na chamando-lhe bebé. Ela queria enquadrar-se e ser mais crescida, e as jovens mais
velhas, que ela admirava, estavam a beber, por isso ela acabou por dizer “sim”. No
princípio ela gostava da sensação que o vinho lhe dava – sentia-se quente e popular
e sexy – mas depois ela sentia-se doente do estômago e da cabeça. A Lute jurou que
nunca mais voltaria a beber. Mas, no funeral seguinte, um rapaz mais velho de quem
ela gostava – o Mapi – ofereceu-lhe vinho e tratou-a como se ela fosse especial. E, por
isso, ela disse “sim”. Ela e o Mapi beberam o seu vinho e afastaram-se dos outros para
conversarem e beberem em privado. A Lute não se lembra o quanto é que bebeu
nem exactamente do que é que aconteceu a seguir, mas ela acha que ela e o Mapi
mantiveram relações sexuais – embora ela ache que disse “não”.

109
185
AVANTE RAPARIGAS!

1. Mencionem algumas das consequências ou potenciais consequências do consumo de bebidas


por parte da Lute. Entre as possibilidades podem incluir-se: doença do estômago/cabeça,
violação, eventual gravidez, ITS/HIV, perda de respeito por si própria, etc.

2. Porque é que a Lute decidiu beber? Entre as razões podem incluir-se: porque ela queria sentir-
se enquadrada num grupo, porque ela não queria ser gozada, porque ela queria que o Mapi
gostasse dela, etc.

3. Agora que identificámos algumas das razões que levaram a Luti a consumir bebidas alcoólicas,
vamos ajudá-la a voltar atrás e considerar os resultados positivos e negativos de cada ponto
de decisão.

4. Lembre aos estudantes a sessão sobre a tomada de decisões em que, durante a encenação
batíamos palmas duas vezes (CLAP, CLAP) sempre que havia um ponto de decisão (decisão
a ser tomada). Peça aos estudantes que considerem os pontos de decisão pelos quais a Lute
teve que passar durante o percurso. (Por exemplo, beber depois de ter sido gozada; não voltar
a beber, depois de se ter sentido doente; beber quando o Mapi lho pediu, afastar-se sozinha
com ele; etc.).

5. Vamos ajudar a Lute fazendo de conta que podemos voltar atrás com o relógio e mudar
aquilo que aconteceu. Vamos analisar cada ponto de decisão e (CLAP, CLAP) tentar analisar as
consequências negativas/positivas da sua decisão.

6. Olhando para cada ponto de decisão, que estratégias é que ela pode estabelecer para evitar o
risco do consumo/abuso de bebidas alcoólicas associadas a cada questão (porquê).

Por exemplo:

Porque é que ela bebeu?


Ela não queria ser gozada.
CLAP, CLAP
Estratégia em vez de beber
Ficar a ouvir música com os outros jovens, mas sentar-se com uma amiga que também não bebe
e prometerem apoiar-se uma à outra na decisão de não beberem.

Porque é que ela bebeu?


Ela não queria ser gozada.
CLAP, CLAP
Estratégia em vez de beber
Usar Comunicação Assertiva
“Eu sinto-me triste quando me gozam porque isso me faz sentir como se eu não pertencesse ao
grupo e por isso gostaria que parassem de o fazer agora mesmo”.

Porque é que ela bebeu?


Ela queria impressionar o Mapi.
CLAP, CLAP

110
186
AVANTE RAPARIGAS!
Estratégia em vez de beber
Convidar o Mapi para se juntar a ela e à amiga dela para conversarem em vez de beberem.

Sessão de Encerramento
Actividade complementar para a sessão 20. Para esta actividade, por favor use a
actividade complementar, módulo 3 - Quando falta o Consentimento, a resposta é “Não”
5 minutos
- que está no final da sessão 13
1. Recapitule a sessão recordando que o consumo de bebidas alcoólicas tem consequências que
constituem obstáculos às nossas metas. Peça aos estudantes para darem exemplos. Se a Lute
Estratégia em vez
ficar grávida elade beber
pode não conseguir concluir os estudos, por exemplo.
Convidar o Mapi para se juntar a ela e à amiga dela para conversarem em vez de beberem.
2. Recorde que todas a gente tem uma razão (“porquê”) para o consumo de bebidas alcoólicas.
Peça aos estudantes para pensarem em privado na Lute e alguns dos “porquês” dela (não
queria ser gozada, queria sentir-se enquadrada, queria queSessão de Encerramento
o Mapi gostasse dela).

3. Reveja com os estudantes as leis locais relativas ao consumo de bebidas alcoólicas.


5 minutos

1. Recapitule a sessão recordando que o consumo de bebidas alcoólicas tem consequências que
constituem obstáculos às nossas metas. Peça aos estudantesO Que
para é Que
darem se Segue?
exemplos. Se a Lute
ficar grávida ela pode não conseguir concluir os estudos, por exemplo.
1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.
2. Recorde que todas a gente tem uma razão (“porquê”) para o consumo de bebidas alcoólicas.
2. Peça
Discutaaoscom
estudantes para pensarem
eles as questões logísticasemdoprivado
próximona Lute e alguns dos “porquês” dela (não
encontro:
queria ser gozada, queria sentir-se enquadrada, queria que o Mapi gostasse dela).
• QUANDO é a próxima sessão;
3. Reveja com os
• ONDE é aestudantes as leiselocais relativas ao consumo de bebidas alcoólicas.
próxima sessão;
• QUE tópico(s) serão abordados.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

111
187
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 21
Usar a Comunicação para nos Protegermos a Nós Mesmos

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes aprendem diferentes tipos de habilidades de comunicação


que lhes permitem manter-se afastados, a si mesmos e aos outros, de
situações arriscadas.

Objectivos No fim da sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Explicar cinco maneiras de usar a comunicação para reforçar a sua
segurança.
2. Utilizar as habilidades de comunicação para reduzirem o seu risco de
serem vítimas de violência sexual.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Familiarize-se com os tipos e de comunicação e correspondentes


Preparação: exemplos (ver a Actividade 1).

Actividade 1: Grita! Regateia! Foge!


40 minutos

1. Diga aos estudantes que eles vão aprender uma forma de lidarem com situações potencialmente
perigosas.

2. Percorra os cinco tipos de comunicação usando o cenário e os exemplos que se seguem: “No
caminho da escola para casa, um aluno está a pressionar a Chrissie para ela ter relações sexuais com
ele. A Chrissie não quer ter relações sexuais porque é virgem”.

112
188
AVANTE RAPARIGAS!

Tipo de comunicação Como Exemplos

Ser assertivo/a Usar a seguinte fórmula para Eu sinto-me pressionado/a


exprimir sentimentos: quando insistes para que tenha
Eu sinto que… relações sexuais contigo porque
quando tu … quero manter-me virgem até ao
porque… casamento, é a minha religião e eu
e eu gostaria/quero/preciso… gostaria que tu parasses de o fazer.

Recusar Dizer que não com firmeza. Não! Já disse que não!
Utilizar o não como uma frase Não, eu não vou ter relações
complete. sexuais contigo!

Adiar Não te posso dar uma resposta


Protelar uma decisão até ter hoje porque tenho de conversar
tempo de pensar sobre o com o meu pastor sobre o que é
assunto ou até sair de uma que eu devo fazer. Vou perguntar-
situação de perigo. lhe no próximo Domingo.

Regatear Tentar tomar uma decisão que Eu nunca vou poder ter relações
convém a ambos. sexuais contigo mas podes ir à igreja
comigo e com a minha família.

Fugir/Evitar Sair rapidamente de uma Se o rapaz estiver a ameaçar


situação que pode ser perigosa fisicamente a Chrissie, ela deve
ou conduzir a um perigo. ir-se embora sem lhe responder.
Ou voltar à escola e pedir ajuda à/
ao professor.

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


Reitere que nem todos os tipos de comunicação são realistas ou práticos em todas
as situações. Avaliem a situação. Não se sintam culpados/as por não “negociarem
ou regatearem”. Se houver perigo ou hipótese disso, afastem-se rapidamente.
Lembre aos estudantes que quando estão a “regatear” e/ou a “adiar”, nem todo
aquilo que dizem tem de ser verdade. Para escapar ao perigo, é aceitável mentir. Peça
exemplos de mentiras criativas úteis para fugir a situações potencialmente perigosas.

3. Estão disponíveis mais exemplos de comunicação no fim desta sessão, se for necessário.

4. Divida os estudantes em cinco grupos. Cada grupo deve incluir rapazes e raparigas.

5. Dê a cada um dos grupos um dos cenários e tipo de comunicação que se encontram no texto
de apoio no fim desta sessão.

113
189
AVANTE RAPARIGAS!
6. Cada grupo irá preparar e apresentar uma encenação que demonstre o tipo de comunicação
que lhe foi atribuído e a maneira como esse tipo de comunicação vai ajudar os seus membros
a lidarem com a situação da história.

7. Dê tempo aos estudantes para prepararem e praticarem as suas encenações.

8. Volte a reunir os grupos. Peça aos cinco grupos para apresentarem as suas pequenas peças
teatrais até que os cinco tipos de comunicação tenham sido demonstrados.

9. Depois de todos terem concluído as suas apresentações, pergunte:

• O que é que os grupos acharam fácil e difícil na preparação destas encenações e na


representação dos diferentes tipos de comunicação?
• Qual dos tipos de comunicação preferem como estratégia? Porquê?
• Qual dos tipos de comunicação vos saiu mais facilmente? Porquê?
• Que tipos de comunicação são melhores perante uma situação muito perigosa?
• Que tipos de comunicação não são bons numa situação perigosa?

10. Pergunte o que é que os rapazes podem fazer quando vêem outros rapazes ou homens a
comportar-se mal ou a fazer pressão sobre raparigas para terem relações sexuais com elas?

11. O que é que os estudantes podem fazer para se apoiarem uns aos outros?

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Diga aos estudantes que usando estes tipos de comunicação, eles podem desenvolver
estratégias para lidarem com situações de risco.

2. Enfatize o facto de que numa situação realmente perigosa, o/a estudante deve fazer tudo o
que for necessário para se afastar e procurar ajuda.

3. Encerre lembrando aos estudantes que eles são o melhor apoio uns para os outros. Eles podem
praticar juntos, aquilo que aprenderam e andarem juntos para se poderem proteger uns aos outros.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

114
190
9. Depois de todos terem concluído as suas apresentações, pergunte:
AVANTE RAPARIGAS!

O que é que os grupos acharam fácil e difícil na preparação destas encenações e na
representação dos diferentes tipos de comunicação?
• Qual dos tipos de comunicação preferem como estratégia? Porquê?
• Qual dos tipos de comunicação vos saiu mais facilmente? Porquê?
• Que tipos de comunicação são melhores perante uma situação muito perigosa?
Actividade complementar para a sessão 21. Para esta actividade, por favor use a
• Que tipos de comunicação não são bons numa situação perigosa?
actividade complementar, módulo 3 - Quando falta o Consentimento, a resposta é “Não”
- que está no final da sessão 13
10. Pergunte o que é que os rapazes podem fazer quando vêem outros rapazes ou homens a
comportar-se mal ou a fazer pressão sobre raparigas para terem relações sexuais com elas?

11. O que é que os estudantes podem fazer para se apoiarem uns aos outros?

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Diga aos estudantes que usando estes tipos de comunicação, eles podem desenvolver
estratégias para lidarem com situações de risco.

2. Enfatize o facto de que numa situação realmente perigosa, o/a estudante deve fazer tudo o
que for necessário para se afastar e procurar ajuda.

3. Encerre lembrando aos estudantes que eles são o melhor apoio uns para os outros. Eles podem
praticar juntos, aquilo que aprenderam e andarem juntos para se poderem proteger uns aos outros.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

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191
AVANTE RAPARIGAS!

Cenários para a Actividade 1

a. A Martha estava a ir da escola para casa através de um atalho que atravessa os campos de
milho. Quando ela passava pela zona onde o milho estava mais alto e mais denso, um colega da
escola, maior e mais velho do que ela barrou-lhe o caminho. Ele disse-lhe para que não fizesse
barulho. E, depois, disse-lhe que ela era orgulhosa demais por ser virgem e que precisava de
aprender que ela não podia dizer “não” aos homens. O que é que a Marha deveria dizer ou
fazer para se proteger? Tipo de comunicação – Fugir/Evitar.

b. O vizinho da Esme disse que precisava que ela fosse a casa dele para o ajudar com os trabalhos
domésticos. Ele disse-lhe que uma vez que ele e o pai dela eram amigos ela o devia tratar
como se fosse da família e chamar-lhe “Tio”. A Esme não gostava deste tio porque se sentia
sempre desconfortável e com medo quando estava perto dele. Algumas outras raparigas
murmuravam sobre o facto de que este “tio” às vezes as tocava. O que é que a Esme pode dizer
a este “Tio”? Tipo de comunicação – Adiar.

c. A mãe do Peter tem uma amiga viúva que sempre se interessou pelo trabalho e pelos estudos
dele. Quando os pais dele não conseguiram pagar as propinas dele num dado semestre, esta
amiga ofereceu-se para pagá-las se ele lhe desse ajuda nos trabalhos domésticos. O Peter
concordou. De início ia tudo bem mas a certa altura ela começou a fazer-lhes perguntas
pessoais sobre as namoradas dele e sobre aquilo de que ele gostava. Numa outra visita ela
começou a tocar-lhe. O que é que o Peter pode dizer à viúva? Tipo de comunicação – Regatear.

d. Um dia o professor da Sara pediu-lhe para ela lhe levar os livros a casa depois das aulas.
Quando ela chegou a casa dele, ele estava lá dentro sozinho. Ele propôs-lhe que fizessem
amor e convidou-a a entrar em casa dele. O que é que a Sara deveria dizer ao professor? Tipo
de comunicação – Recusar.

e. A Seodi adora estudar mas ela tem pouco tempo para o fazer porque ela tem cinco irmãos e
irmãs mais novas. Quando ela termina os seus trabalhos domésticos e acaba de fazer a limpeza
depois do jantar resta pouco tempo para fazer os trabalhos para casa e ela está exausta. Ela
hoje ficou muito orgulhosa na aula de matemática quando o professor a chamou porque ela
achava que sabia a resposta. Mas ela estava errada. O professor riu-se dela e disse que toda a
gente sabe que as raparigas não são boas a matemática. Ela devia antes arranjar um homem
a quem tornar feliz e casar-se com ele, e deixar de desperdiçar o tempo dela nas aulas dele. O
que é que o Paul, colega e amigo da Seodi, deveria dizer ao professor? Tipo de comunicação
– Assertividade.

192 115
AVANTE RAPARIGAS!

Mais Exemplos De Comunicão

Cenário: “Um professor que é conhecido por manter relações com alunas jovens pediu a uma
aluna da 4ª classe para lhe levar os livros a casa.”

Tipo de comunicação Como Exemplos

Ser Assertivo/a Usar a seguinte fórmula para Eu sinto-me desconfortável


exprimir sentimentos: quando me pede para ir a
Eu sinto que… sua casa, professor, porque
quando tu … eu sou sua aluna e não é
porque… correcto eu ir a sua casa, e
e eu gostaria/quero/ gostaria que não me voltasse
preciso… a colocar nesta situação.

Recusar Dizer que não com firmeza. Não! Já disse que não!
Utilizar o não como uma Não, eu não vou acompanhá-
frase completa. lo a sua casa!

Adiar Obrigada por me convidar a


Protelar uma decisão até ter acompanhá-lo a sua casa, mas
tempo de pensar sobre o primeiro tenho que pedir à
assunto ou até sair de uma minha mãe. Eu vou pedir-lhe e
situação de perigo. dou-lhe a resposta amanhã.

Regatear Eu nunca vou poder


Tentar tomar uma decisão acompanhá-lo a casa porque os
que convém a ambos. meus pais não o vão permitir,
mas posso acompanhá-lo até ao
fundo do quintal da escola.

Fugir/Evitar Vão-se embora sem


Sair rapidamente de uma responderem ao convite dele.
situação que pode ser Ou acompanhem o professor,
perigosa ou conduzir a um mas logo que chegarem à sua
perigo. porta/casa, fujam.

116 193
AVANTE RAPARIGAS!
Cenário: “Um homem adulto de carro aproxima-se de uma aluna da 5ª classe que vai a caminho da
escola e diz-lhe que se ela entrar no carro dele, ele lhe oferecerá uma cerveja e lhe dará dinheiro”.

Tipo de comunicação Como Exemplos

Ser Assertivo/a Usar a seguinte fórmula para Eu sinto-me desconfortável


exprimir sentimentos: quando me pede para apanhar
Eu sinto que… a sua boleia porque eu não o
quando tu … conheço e gostaria que não
porque… voltasse a fazer-me essa proposta.
e eu gostaria/quero/preciso… Não!

Recusar Dizer que não com firmeza. Já disse que não!


Utilizar o não como uma Não, não vou apanhar a sua
frase completa. boleia!

Adiar Protelar uma decisão até ter Obrigada por me oferecer


tempo de pensar sobre o boleia, mas tenho que pedir
assunto ou até sair de uma autorização aos meus pais
situação de perigo. para isso.

Regatear Tentar tomar uma decisão Esta é uma situação muito


que convém a ambos. perigosa, pelo que regatear
não é uma boa opção. É melhor
mentirem, de maneira que
possam fugir. Saiam dali e contem
imediatamente a um adulto fiável.

Fugir/Evitar Sair rapidamente de uma Saiam dali sem responder ao


situação que pode ser convite dele. Corram para um
perigosa ou conduzir a um lugar seguro, como a escola,
perigo. por exemplo.

194 117
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 22
Respeitar o Passado, Preservar o Nosso Futuro

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes examinam criticamente as tradições culturais e o grau de


risco que elas apresentam.

Objectivos No fim da sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Identificar as práticas tradicionais que aumentam o respeito próprio,
o respeito pelo próprio corpo e pelos outros.
2. Identificar as práticas tradicionais que podem ser perigosas e colocar
a pessoa em risco.

Duração: 45 minutos

Materiais e Nenhum.
Preparação:

Actividade 1: A Minha Cultura Diz-me Para o Fazer


25 minutos

1. Comece por colocar aos estudantes as seguintes perguntas:

• Mencionem algumas das tradições da nossa cultura.

• Algumas dessas tradições são úteis? (Por exemplo, como a tradição de cuidar dos
membros da família alargada e dos órfãos).

• Algumas tradições são prejudiciais? (Por exemplo, os homens mais velhos terem relações
sexuais com raparigas para as fazerem amadurecer).

• As tradições mudam algumas vezes ou permanecem sempre as mesmas? Algumas


tradições funcionavam no passado, mas os tempos mudaram e elas têm de ser
adaptadas ou eliminadas. Por exemplo, ensinar às raparigas como ter relações sexuais
com um homem logo que elas tenham a primeira menstruação funcionou bem quando
as raparigas se casavam nessa altura e não havia HIV. Agora, as raparigas têm de ir à
escola, casam-se mais tarde e correm o risco de contraírem o HIV se puserem em prática
aquilo que aprenderem na iniciação.

118 195
AVANTE RAPARIGAS!
2. Diga aos estudantes que a cultura está permanentemente a mudar em todas as sociedades. Isto
é bom porque o ambiente à nossa volta está permanentemente a mudar e os seres humanos
precisam de se adaptar, para sobreviverem e melhorarem a sua vida.

3. Diga aos estudantes que temos de pensar como manter e reforçar as coisas boas das práticas
tradicionais e mudar ou eliminar aquelas que são prejudiciais.

4. Divida os estudantes em pequenos grupos do mesmo sexo e idade semelhante. Peça a cada
grupo para elaborar uma lista de costumes e conselhos que os jovens recebem dos velhos em
relação ao crescimento e à sexualidade e sobre o que se deve fazer para se ser um homem “a
sério” ou uma mulher a “sério”.

5. Cada grupo deve seleccionar um ou dois costumes ou conselhos e fazer uma lista daquilo
que, se é que há alguma coisa, é bom em relação aos mesmos, e uma lista sobre aquilo que, se
houver alguma coisa, é mau ou prejudicial em relação a esses costumes ou conselhos.

Actividade 2: Hábitos Que Eu Manteria…


Hábitos Que Eu Abandonaria
15 minutos

1. Se for culturalmente apropriado, volte a reunir o grupo para discutirem os costumes. Se isso
não for apropriado, então precisará de um professor para o grupo das raparigas e de outro
para o grupo dos rapazes.

2. Com o grupo grande, discuta as listas dos efeitos bons e dos efeitos prejudiciais de cada
costume. Diga ao grupo que eles irão votar sobre cada um dos costumes e que os votos dos
rapazes e das raparigas serão registados. Para cada costume, pergunte:

• Quantos de vocês acham que o costume se deve manter o mesmo?


• Quantos de vocês acham que o costume deve ser eliminado?
• Quantos de vocês acham que o costume deve mudar?
• Se pretenderem alterar o costume, de que modo é que gostariam de fazê-lo?

3. Para aqueles estudantes que acham que alguns costumes precisam de ser eliminados ou
mudados: o que é que eles acham que eles, estudantes, podem fazer para provocar essa
mudança?

4. Sugira que os estudantes conversem com amigos, familiares ou vizinhos sobre as ideias que
têm quanto a esse costume.

5. Os estudantes devem ser lembrados de que falar sobre costumes como a iniciação pode ser
matéria muito sensível, pelo que devem estar cientes de que pode haver alguém que não
queira falar e de que eles devem respeitar a opinião de todos.

196 119
AVANTE RAPARIGAS!

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


Falar sobre costumes como os ritos de iniciação pode ser um assunto muito sensível,
por isso o/a professor/a deve determinar previamente se é seguro para os estudantes
fazê-lo.

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Aplauda o bom trabalho e a disponibilidade dos estudantes para discutirem estes assuntos.

2. Recorde aos estudantes que a cultura está sempre a mudar e que, ao mesmo tempo que
precisamos de respeitar o nosso passado, devemos também preservar o nosso futuro.

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados

120 197
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 23
Estou em Risco?

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Os estudantes identificam as actividades que as raparigas e os rapazes


gostam de realizar em conjunto e classificam o risco de cada uma delas.

Objectivos No fim da sessão, os estudantes deverão ser capazes de:


da Aprendizagem: 1. Identificar as práticas pessoais que comportam o risco de transmissão
do HIV.
2. Desenvolver estratégias para reduzirem o risco.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Para a Actividade 1, tenha em mente vários exemplos de actividades


Preparação: masculinas/femininas que sejam relevantes para a vida dos estudantes
e utilize a linguagem deles. Pense nas sessões anteriores e naquilo
que sabe sobre os estudantes para identificar esses exemplos. O que
é que os estudantes da sua escola fazem para se divertirem?

Actividade 1: Isto É Divertido, Mas Será Arriscado?


40 minutos

1. Divida os estudantes em dois grupos distintos, um de rapazes e outro de raparigas.

2. Peça a cada grupo para pensar em todos os tipos de actividades, incluindo sexuais, que os
homens e as mulheres podem realizar para se divertirem. Peça-lhes para se recordarem de
tudo aquilo que discutiram nas sessões anteriores. Dê alguns exemplos aos estudantes. Por
exemplo:

• Jogarem futebol ou outro jogo local.


• Caminharem para casa com amigos.
• Beijarem-se.
• Terem relações sexuais com preservativo.
• Terem relações sexuais sem preservativo.
• Ouvirem música juntos.
• Conversarem com amigos.

198 121
AVANTE RAPARIGAS!
• Irem aos ritos de iniciação juntos.
• Beberem cerveja local e estarem no bar a conversar.
• Fazerem compras no mercado.
• Terem relações sexuais com pessoas mais velhas.
• Irem à mesquita/igreja.

3. Diga a cada grupo para mencionar as suas actividades enquanto as vai escrevendo no quadro.
Depois de todas as actividades estarem listadas no quadro, atribua uma actividade a cada
estudante. Esteja preparado/a para acrescentar actividades, de maneira a que cada pessoa
tenha uma actividade.

4. Desenhe uma linha no chão. Numa das suas extremidades escreva “alto risco” ou coloque ali
um objecto que expresse o alto risco de infecção pelo HIV. A meio da linha escreva “baixo risco”
ou coloque ali um objecto que expresse o baixo risco de infecção, e na outra extremidade da
linha escreva “sem risco”, ou coloque lá um objecto que mostre que não há risco de infecção
pelo HIV.

5. Peça a cada um dos estudantes para pensar sobre a actividade que lhe foi atribuída e se
perguntarem a si próprios:

• Essa actividade representa um risco alto, médio ou nenhum risco de infecção pelo HIV?
• Por que razões é que penso isso?

6. Peça que cada estudante, à vez, se posicione sobre a linha, no local que representa o nível de
risco da sua actividade ou para colocar aí o seu pedaço de papel.

7. Depois pergunte ao estudante: “Porque é que te posicionaste aí? Quais são as tuas razões?”

NOTA PARA O/A MODERADOR/A:


Durante esta actividade é importante deixar claro que os estudantes não estão
necessariamente a apresentar ou a defender actividades que eles realizam. Em vez de
perguntar “Porque é que fazes isso?” pergunta “Porque é que achas que um estudante
pode fazer isso?

8. Pergunte aos outros estudantes se eles concordam e, se não, a razão do seu desacordo.
Encoraje uma discussão/debate vivo. Assegure-se de que a informação que é partilhada é
correcta. Deve procurar maneiras discretas de acrescentar informação que não tenha sido
apresentada pelos estudantes. Procure em particular ligações escondidas entre actividades e
o risco de HIV que elas representam. Por exemplo:

• Consumir bebidas alcoólicas pode não causar infecção pelo HIV directamente, mas pode
perguntar: “O que é que acham que acontece quando homens e mulheres se embebedam
em conjunto? É mais difícil ou mais fácil manter uma decisão de abstinência sexual? Irá
um homem bêbado, que ofereceu algumas cervejas a uma rapariga, ficar zangado se ela
disser que “não” a relações sexuais? O que é que pode acontecer?”.

122 199
AVANTE RAPARIGAS!
• Se a actividade for comprar alguma coisa ou sair par ir fazer alguma coisa que custa
dinheiro, poderá perguntar: “Onde é que um/a estudante pode arranjar dinheiro para
comprar/fazer isto?”.
• Algumas actividades podem ser usadas para encobrir encontros combinados entre
rapazes e raparigas para terem relações sexuais. Por exemplo, as raparigas podem dizer
que “vão à moagem para comprarem grão de milho” como encobrimento para se irem
encontrar com os seus namorados. É útil que esteja consciente sobre essas desculpas de
encobrimento que os estudantes usam.

9. Depois de terem discutido completamente a actividade, o/a estudante deve mudar de lugar,
se estiver em local errado. Quando houver acordo sobre qual é o lugar correcto, então o/a
estudante deve sentar-se sobre a linha nesse lugar.

10. Continue até toda a gente se encontrar sobre a linha. Acrescente algumas actividades
importantes, especialmente as de natureza sexual, em que eles não tenham pensado.

11. Pergunte aos estudantes:

• Que actividades representam o maior risco?


• Que actividades oferecem o menor risco?
• Que actividades é que parecem ter pouco ou nenhum risco mas têm o potencial para se
tornarem de alto risco? Por exemplo, consumir bebidas alcoólicas.
• Que actividades é que não oferecem risco nenhum? De que actividades é que se pode
desfrutar e que não colocam ninguém em risco de infecção pelo HIV?

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Enfatize que é importante para os rapazes e as raparigas terem coisas que possam fazer juntos,
que os divirta e ao mesmo tempo evite o HIV.

2. Pergunte aos estudantes o que é que eles podem fazer para se apoiarem uns aos outros a
realizarem actividades divertidas que não apresentem risco de infecção pelo HIV.

3. Pergunte aos estudantes que lições é que eles tiraran da actividade e o que é que eles estão
dispostos a fazer para se apoiarem uns aos outros.

200 123
AVANTE RAPARIGAS!

O Que é Que se Segue?


1. Agradeça aos estudantes pela participação deles.

2. Discuta com eles as questões logísticas do próximo encontro:

• QUANDO é a próxima sessão;


• ONDE é a próxima sessão; e
• QUE tópico(s) serão abordados.

124 201
AVANTE RAPARIGAS!

Sessão 24
Planear a Minha Meta

Síntese da Sessão

Descrição da Sessão: Com base nas lições aprendidas e na participação deles neste programa,
os estudantes estabelecem uma meta pessoal.

Objectivos No fim da sessão, os estudantes deverão capazes de:


da Aprendizagem: 1. Explicar e utilizar uma abordagem simples para o estabelecimento de
metas.
2. Apontar uma meta para o futuro.

Duração: 45 minutos

Materiais e • Uma folha de papel e um lápis/esferográfica por cada estudante.


Preparação: • A Actividade 1 implica fazer perguntas aos estudantes sobre o
estabelecimento de metas. Os moderadores podem decidir escrever
previamente essas perguntas no quadro de parede se a linguagem
corresponder ao nível de instrução dos estudantes.

Actividade 1: Passos para o


estabelecimento da minha Meta
40 minutos

1. Lembre aos estudantes que quando eles iniciaram Avante Estudantes! aprenderam como
estabelecer uma meta (ver a Sessão 2). Peça-lhes que recordem algumas das metas pessoais
que foram discutidas nessa sessão inicial.

2. Peça aos estudantes para pensarem numa meta que gostariam de alcançar agora. Pode ser a
mesma que tinham em mente durante a Sessão 2 ou uma completamente diferente, talvez
alguma que lhes tenha aparecido como resultado da sua participação no Avante Estudantes!

3. Dê uma folha de papel a cada estudante. Peça aos estudantes para escreverem ou desenharem
as suas metas no lado direito da folha de papel. No lado esquerdo da folha de papel, peça aos
estudantes para escreverem os nomes deles ou fazerem um desenho de si próprios.

4. Peça aos estudantes para fazerem de conta que existe um pequeno lago entre eles e as suas
metas. Do que é que eles precisam para construírem uma ponte ou colocarem um trilho de

202 125
AVANTE RAPARIGAS!
pedras entre eles e as suas metas. Permita-lhes que debatam livremente as ideias deles.

5. Felicite os estudantes pela troca de ideias que realizaram e peça-lhes para desenharem três
pedras grandes para se caminhar, entre eles e as suas metas.

6. Com base nas ideias trocadas pelos estudantes, acompanhe os estudantes na elaboração das
suas três pedras para caminhar:

• Pedra 1: Porque é que esta meta vos excita? Será difícil atravessarem o lago até às
vossas metas a não ser que estejam motivados. Peça aos estudantes para pensarem
naquilo que os motiva em relação a essas metas e desenhem ou escrevam as respostas
a esta questão na primeira pedra entre eles e as metas delas.
• Pedra 2: Quem/Que recursos me ajudarão a atingir a minha meta? Será mais fácil
atravessar o lago com a ajuda de outras pessoas, grupos ou organizações. Quem são
eles? Peça aos estudantes para pensarem quem são essas pessoas e escreverem ou
desenharem as imagens delas na segunda pedra, entre eles e as suas metas.
• Pedra 3: Que passos específicos daremos para alcançarmos as nossas metas? Será
mais fácil alcançar as nossas metas se tivermos um plano e os passos para lá chegar
definidos. Devem ser passos que eles possam assinalar e celebrar ao longo do percurso.
Peça aos estudantes para escreverem ou desenharem alguns desses passos na terceira e
última pedra, entre eles e as suas metas.
• Outras pedras: Há outras pedras, que foram identificadas ao longo do debate
livre de ideias entre os estudantes, que também são importantes para cada aluno
individualmente. Convide os estudantes a acrescentarem outras pedras até às metas
deles neste momento.

7. Faça pequenos grupos de 3 ou 4 estudantes cada um e peça aos estudantes para, um de cada
vez, apresentarem os seus planos/imagens aos outros elementos.

Sessão de Encerramento
5 minutos

1. Disponibilize aos estudantes os recursos que achar melhores para os ajudar a alcançarem as
suas metas, mais especificamente as metas relacionadas com a escola, como não desistirem
da escola ou voltarem a ela.

2. Agradeça aos estudantes pela participação deles no Programa de Habilidades para a Vida
Avante Estudantes!

126 203
AVANTE RAPARIGAS!

Glossário
Abstinência – a abstinência sexual é a escolha de não ter actividade sexual. As razões para escolher
a abstinência podem ser morais, religiosas, legais ou por motivos de saúde e segurança. Uma vez
que as infecções de transmissão sexual, incluindo o HIV, podem ser transmitidas através de sexo
oral, anal e genital, a abstinência refere-se a não manter relações sexuais orais, anais ou genitais.
A abstinência é o único método 100 por cento efectivo de evitar uma gravidez indesejada e as
infecções de transmissão sexual, incluindo o HIV.

Agressividade – transmitir uma mensagem brutalmente, sem pensar nos sentimentos da outra
pessoa; expressar-se de uma maneira que provoca desconforto.

Ameaça – constituir uma fonte de perigo, ou intimidar alguém dizendo-lhe que enfrentará
consequências negativas ou perigosas caso não obedeça.

Assédio – criar uma situação desagradável ou hostil através de um comportamento verbal físico
indesejado ou inconveniente.

Assédio sexual – qualquer atenção de cariz sexual repetitiva, indesejada e não solicitada, tal como
provocar, tocar ou insultar.

Assertividade – transmitir uma mensagem expressando honestamente os pensamentos e os


sentimentos; ser-se claro e directo sem atentar contra os direitos dos outros; mostrar respeito
mútuo.

Coerção – a coerção pode ser de natureza física, emocional ou económica. Inclui a intimidação,
ameaças, a perseguição, a instigação ou a promessa de benefícios para obter alguma coisa de uma
pessoa mais fraca ou vulnerável. A coerção é usada para levar alguém a fazer alguma coisa contra
a sua vontade.

Consentimento – significa dizer “sim” ou concordar com alguma coisa. O consentimento é


concordar em fazer alguma coisa livremente sem qualquer elemento de força, fraude, engano ou
pressão, seja ela de natureza física, emocional, económica ou social. Mesmo que alguém diga “sim”
não será um verdadeiro consentimento se tiver sido dito sob pressão, se o perpetrador tiver usado
qualquer tipo de força para levar a vítima a obedecer. As crianças são menores e nunca podem dar
consentimento a um relacionamento sexual com um adulto. As duas componentes necessárias
ao consentimento são que ele seja informado e voluntário, o que quer dizer que a pessoa deve
compreender ao que é que está a dizer “sim” e que não tenha sido usada força ou coerção.

Contraceptivos – são métodos de prevenção da gravidez. Isto pode ser obtido através de
medicamentos, de um dispositivo ou bloqueando o processo de reprodução.

Dispositivo Intra-uterino (DIU) – um pequeno dispositivo de plástico que é inserido no


útero por um clínico. Uma vez inserido, o DIU torna-se imediatamente efectivo. Os DIU
contêm cobre ou hormonas que impedem o espermatozóide de se unir ao óvulo evitando

204 127
AVANTE RAPARIGAS!
assim que este fique fertilizado e se implante no útero. As mulheres que colocam o DIU
podem ter sangramentos irregulares e manchas nos primeiros meses.
Os DIU não protegem contra as ITS, incluindo o HIV. Tal como sucede com muitos
contraceptivos hormonais, algumas mulheres podem sofrer efeitos secundários, incluindo
alterações de disposição, acne, dores de cabeça, amolecimento dos seios e náuseas.

Injectáveis – a hormona injectável chamada progestina constitui a base de um método


anticonceptivo reversível e efectivo. Um profissional de medicina ou um trabalhador
comunitário de saúde administrará a injecção no músculo da parte superior do braço, na
nádega ou na coxa da mulher. A injecção dura três meses, tempo após o qual ela deve receber
outra injecção para que o efeito anticonceptivo se mantenha. Este método é plenamente
efectivo 24 horas depois da injecção. Os injectáveis não protegem contra as ITS, incluindo o
HIV. Eles podem provocar períodos menstruais irregulares, dores de cabeça e aumento de
peso.

Pílula anticonceptiva – também conhecida como “contraceptivo oral” é um método


temporário de controlo de nascimentos. É uma pílula hormonal combinada (geralmente
de progestina sintética e estrogénio) ou apenas de progestina que é tomada diariamente.
As hormonas impedem a ovulação (a libertação de um óvulo pelos ovários) e aumentam
o muco cervical que bloqueia o esperma e cria um ambiente uterino delicado. A pílula
não protege contra as ITS, incluindo o HIV e deve ser tomada todos os dias à mesma hora.
Algumas mulheres podem sofrer efeitos secundários, incluindo alterações de disposição,
acne, dores de cabeça, amolecimento dos seios e náuseas.

Preservativos – uma membrana de poliuretano ou de látex que cobre o pénis; alguns vêm
com lubrificante ou espermicida. O preservativo é colocado no pénis erecto antes da relação
sexual. O preservativo evita a gravidez ao bloquear a passagem do esperma. O preservativo
proporciona a melhor protecção contra as ITS, incluindo o HIV.

Género – papéis, responsabilidades e comportamentos socialmente estabelecidos. Esses papéis


são culturalmente estabelecidos e aprendidos, mudam com o tempo e variam entre culturas.

HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) – é o vírus que causa a SIDA. O HIV transmite-se através
do sangue, do sémen, dos fluidos vaginais, e do leite de peito. O HIV PODE ser evitado e não se
transmite através de contactos casuais (abraçar, partilhar o lavatório de casa, jogar futebol, etc.).

• O HIV transmite-se:
• Através das relações sexuais genitais, anais ou orais com um/a parceiro/a infectado/a.
• Homem para mulher, mulher para homem, homem a homem, mulher a mulher.
• Através do contacto com uma pessoa infectada.
• Através da partilha de agulhas e do uso de drogas intravenosas.
• Em práticas que envolvam incisões (cortes), como a circuncisão, o HIV pode ser transmitido
através do sangue de um iniciado para o do outro se for utilizado o mesmo instrumento
sem ser devidamente esterilizado entre um e outro.
• De mãe para filho: durante a gravidez, ao nascer ou através do aleitamento de peito.

128 205
AVANTE RAPARIGAS!
• O HIV NÃO se transmite:
• A conversar, apertar as mãos ou através de outro contacto casual.
• A abraçar ou beijar (há um risco mínimo de que o beijo profundo - “Beijo Francês ou Beijo
de Língua “- possa provocar a infecção, se houver golpes abertos nos lábios, na língua ou
na boca)
• A tocar nas paredes, maçanetas, utensílios de escrita, lavabos, computadores, telefones.
• Por picadas de mosquitos, moscas ou outros insectos.

A ÚNICA maneira de se saber se está infectado é fazer-se o teste do HIV. O teste vai diagnosticar
com segurança se a pessoa está infectada ou não. O corpo leva aproximadamente 2 meses para
desenvolver anticorpos suficientes para serem detectados no teste de anticorpos ao HIV. Por essa
razão, é importante fazer o teste 2 meses depois do comportamento de risco (partilhar agulhas de
qualquer tipo, relações sexuais genitais, anais ou orais), com vista a obter um resultado preciso do
teste. Ademais, é muito importante usar preservativo de todas as vezes que a pessoa mantenha
relações sexuais enquanto espera por ser testada, uma vez que o período imediatamente a seguir
aquele em que a infecção ocorre é aquele que oferece o maior risco de contaminação.

Hormonas – substâncias químicas produzidas por uma glândula que medeia actividades
noutras partes do corpo. As hormonas viajam pelo corpo na corrente sanguínea para regularem
a actividade de certos órgãos, incluindo o sistema reprodutivo. Certas hormonas jogam um papel
nos sentimentos de natureza sexual e no desenvolvimento sexual.

Infecções de Transmissão Sexual (ITS) – infecções que são transmitidas através do contacto
sexual: anal, oral ou genital. As ITS dividem-se, em geral, em duas categorias: bacterianas (p.ex.
gonorreia, clamídia e sífilis) e virais (p.ex. verrugas genitais, herpes, hepatite e HIV). As infecções
bacterianas são relativamente fáceis de curar, se forem detectadas a tempo. As infecções virais são
incuráveis mas os seus sintomas são controláveis se forem detectadas a tempo.

Menstruação – o ciclo durante o qual o endométrio (o forro do útero) cresce, engrossa e se mantém
até à ovulação, e depois se desprende. Este desprendimento é chamado o período menstrual ou
menstruação. A duração média do ciclo, desde o primeiro dia de sangramento de um ciclo ao
primeiro do ciclo seguinte, é de 28 dias e um período dura em média 5 dias. Contudo, a duração e
o padrão do ciclo variam grandemente de mulher para mulher.

Meta - um objectivo, propósito ou resultado desejado. É algo em que a pessoa se concentra e


trabalha para alcançar.

Normas – regras ou expectativas sociais.

Papéis de género – comportamentos que se espera que os rapazes e as raparigas (e os homens e


as mulheres) tenham por serem masculinos ou femininos.

Puberdade – quando as crianças começam a amadurecer emocional e fisicamente. Este período


é quando o corpo da criança desenvolve as características que a definem sexualmente. Quer os
corpos masculinos quer os femininos adquirirão uma forma diferente uma vez que as raparigas
começam a tornar-se mulheres e os rapazes a tornar-se homens. Cada pessoa amadurece de
maneira diferente e a um ritmo distinto.

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AVANTE RAPARIGAS!
Relação sexual – uma variedade de contactos sexuais e íntimos, incluindo a relação genital, anal
e oral.

Relacionamento saudável – as relações saudáveis caracterizam-se pelo respeito, pela partilha e


pela confiança. Elas baseiam-se na crença de que ambos os parceiros são iguais e de que o poder
e o controle na relação são partilhados por igual. Algumas das características de uma relação
saudável são:
• Respeito – ouvirem-se um ao outro, valorizando a opinião um do outro, e ouvindo sem
emitir juízos de valor.
• Confiança e apoio – apoiar as metas de vida um do outro e respeitar o direito um do outro
a ter os seus próprios sentimentos, opiniões, amizades, actividades e interesses.
• Honestidade e responsabilidade – comunicar com abertura e confiança, admitindo erros
ou enganos, e aceitando a responsabilidade dos próprios erros.
• Responsabilidade partilhada – tomar as decisões da relação em conjunto, chegando a um
acordo mútuo sobre uma distribuição de trabalho que seja justa para ambos os parceiros.
• Negociação e justiça – estarem dispostos a comprometerem-se, a aceitarem a mudança e
a procurarem soluções mutuamente aceitáveis para os conflitos.
• Comportamento não ameaçador – falar e agir de uma maneira que promova o sentimento
de segurança de ambos os parceiros na relação. Ambos se devem sentir confortáveis e
seguros para expressarem e se envolverem nas actividades que escolher.

Respeitoso – ouvir os outros, ser atento, cuidadoso ou sensível aos seus sentimentos, crenças,
necessidades e opiniões e escutar sem emitir juízos de valor.

Saúde reprodutiva – a “Saúde reprodutiva é um estado de bem-estar físico, mental, e social


completo e não apenas a ausência de doença ou enfermidade, em todas as questões relacionadas
com o sistema reprodutor e com as suas funções e processos”.1

Sexo – biológico e universal (os elementos são os mesmo no mundo inteiro). O sexo é determinado
ao nascimento e em geral não muda, a não ser com recurso a cirurgia. O sexo não varia entre ou
dentro das culturas. A pessoa nasce ou homem ou mulher.

Violência em Função do Género – é um padrão de comportamentos abusivos, física, sexual e/ou


emocionalmente usados por um indivíduo para afirmar o seu poder ou manter o controlo sobre
outra pessoa, em função do seu sexo ou género. A VFG inclui as relações íntimas conjugais, bem
como as relações de namoro. O abuso cai geralmente numa ou mais das seguintes categorias:
espancamento físico, assalto sexual e abuso emocional ou físico.

Violência sexual – qualquer forma de actividade sexual indesejada ou forçada em que não tenha
havido consentimento, em que não seja possível haver consentimento ou em que tenha sido usado
poder ou intimidação para coagir o acto sexual. A violência sexual e o abuso incluem o contacto
físico directo, como o toque indesejado de qualquer tipo, ou a violação, que também é conhecida
como “profanação” no caso de se tratar de alguém abaixo da idade legal de consentimento.

2
Nações Unidas. Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, Cairo. Nova York: Nações Unidas; 1994.

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AVANTE RAPARIGAS!
Independentemente da idade legal de consentimento, a actividade sexual entre um professor e
uma estudante é considerada abuso por causa das diferenças de idade e de poder entre ambos.
A violência sexual pode ser perpetrada verbalmente. A violência ou abuso sexual pode ter efeitos
devastadores, de longa duração nas crianças, incluindo o risco de aumento dos danos sociais,
emocionais e psicológicos, aumentando o risco de abuso substantivo, de problemas sociais e de
saúde, tais como a gravidez indesejada, infecções de transmissão sexual, incluindo o HIV/ SIDA,
bem como efeitos negativos no desempenho escolar.

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Fichas de Monitoria AR
Instrumento 1. Registo de Participação nas Habilidades para a Vida na Escola

Moderador: Escola: Comunidade:

Presenças (por favor, marque com ‘x’ para indicar a presença em, cada sessão)

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Nome Sex0 M/F Idade Classe Sessões
em que
participou
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