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Práticas etnográficas no

Moçambique e Pós-Colonial

Reflexão baseada em:


TEIXEIRA, José P. (2007). O deslustre
da antropologia (em Moçambique).
Maputo, UEM.
Práticas etnográficas no Moçambique
Pós-colonial
• O contexto sócio-histórico de Moçambique no
período em referência é adverso.
• Regista-se a saída massiva da população colona;
• Abandono das instituições públicas e privadas;
• Nacionalização das instituições de ensino nas
mãos das missões;
• Centralização das mesmas nas mãos únicas do
Estado/partido de Orientação socialista e de
ideologia marxista – leninista.
Práticas etnográficas no Moçambique
Pós-colonial
• Controlo Ideológico do ensino, com pretextos
de combate ao capitalismo, a vida burguesa e
de pressupostos coloniais e formação do
Homem Novo, o homem moderno, livre as
ideias coloniais e formado na forja do
socialismo.
• Isso implicou a censura do trabalho científico
o que colocou em causa a Antropologia, logo à
priori conotada uma ciência colonial e
responsável pelos contornos do regime no
país.
Práticas etnográficas no Moçambique
Pós-colonial
• Isso torna escasso os trabalhos antropológicos
• A Antropologia portuguesa outrora praticada no
país, não legou uma linha de actuação disciplinar.
• No esforço, “Então exigiu-se às ciências sociais o
empenhamento político, investigando modalidades
de reprodução da exploração internacional e
formando técnicos desenvolvimentistas, aspirando
socialização da produção, eixo polarizado no
Centro de Africanos Estudos” (TEIXEIRA, 2007).
Práticas etnográficas no Moçambique
Pós-colonial
• Portanto, o marxismo introduzido no país era
contra o colonialismo e ideologia ocidental.
Então, a Antropologia conotada como uma
ciência colonialista, ficou ofuscada. O foco foi
criar bases ideológicas do materialismo histórico,
entendido como ciência da revolução.
• O foco é, igualmente, a criação de um Estado-
nação livre das ideologias ocidentais, não só que
se diferenciasse das suas políticas, mas que
também as combatesse.
Práticas etnográficas no Moçambique
Pós-colonial
• O marxismo e as suas teorias anti-classistas e
a guerra civil limitaram o avanço de um
processo nacional inicial das correntes
contemporâneas designadas de pós-coloniais,
escasseando ainda mais os estudos na
Antropologia;
• Neste caso, como disse Sartre, o intelectual
ou era revolucionário, ou não era intelectual.
Práticas etnográficas no Moçambique
Pós-colonial
• Os novos rumos político/democráticos
permitiram a retoma dos estudos específicos;
• A ampliação do campo de estudos sociais, a
formação de intelectuais em diversas escolas
de pensamento igualmente social (ocidentais),
permitiu a retoma no país de estudos
antropológicos ;
Práticas etnográficas no Moçambique
Pós-colonial
• “No país temos vindo a ser arrastados para o
exercício, certo que livre mas nada autónomo,
da função de intelectual especialista agendas
desenvolvimentistas, académicas ou não,
nacionais ou internacionais, cristalizam
modalidades de acção antropológica
(problemáticas, métodos e técnicas, conceitos
e, claro, conclusões” (PIMENTAL, 2007; p. 18).
Práticas etnográficas no Moçambique
Pós-colonial
• “Tentar perspectivar o exercício da antropologia
no país actual obriga a olhar a sua imagem
pública mas, acima de tudo, a sua imagem no
seio dos agentes das ciências sociais” (PIMENTAL,
2007, p. 19)
• Alguns nomes
• Christian Geffray -
• “Trabalho e Símbolo na Sociedade dos Macua
(1987); Nem pai, nem mãe (2001); A Causa das
• Armas” (1993).
Práticas etnográficas no Moçambique
Pós-colonial
• Outras contribuições importantes
• MEDEIROS, Eduardo (2007) Os senhores da
floresta;
• MASRTINEZ, Francisco L: Religiões africanas Hoje.
• Hoje há bastante contribuição no campo
etnográfico, mercê dos trabalhos de jovens
intelectuais formados no país e além-fronteiras e
de “exploradores” académicos internacionais,
fascinados pelas realidades socioculturais do país.

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