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Curso de Especialização em

Engenharia de Petróleo e Gás


Natural

Disciplina: Engenharia Gás Natural II


TRANSPORTE DO GÁS NATURAL

Eng. José Wellington de Paiva

Abril/2010
CAPÍTULO 1 TRANSPORTE DO GÁS NATURAL

1. Transporte do Gás Natural

1.1 Conceitos

A necessidade de transporte do gás natural surge no momento em que é


necessário interligar os Campos de produção gás às Plantas de Tratamento e Processo
como também aos Centros de consumo.

A definição do tipo de transporte a ser adotado é função de fatores complexos. O


potencial da reserva e sua capacidade de produção condicionam o fornecimento
enquanto que, a capacidade de absorção pelo mercado consumidor é fator mais
relevante do lado da demanda.

A existência ou não de infra-estruturas para distribuição do gás produzido aos


consumidores e a conveniência de se construir ou ampliar essas infra-estruturas também
influenciam na determinação do tipo de transporte mais apropriado a cada caso.

O consumo do gás natural está sujeito a variações sazonais importantes ao longo


do ano, principalmente em países de clima temperado.

Para se ter uma flexibilidade maior na operação dos sistemas de transporte do


gás natural é necessário a criação de meios reguladores, que vão desde a simples
manobras operacionais até a criação de centros de armazenagem de gás que permitem
garantir o fornecimento de gás independente das flutuações na demanda ou interrupções
na produção ou abastecimento.

1.2. Modos de transporte do Gás Natural

O Transporte do gás natural por meio de dutos é a forma mais amplamente


difundida nos países industrializados constituindo redes complexas transportando um
considerável volume de gás.

Do ponto de vista estratégico o Gás Natural Liquefeito (GNL) surge geralmente


como solução mais econômica e mais racional quando se trata de transportar grandes

Transporte do Gás Natural


CAPÍTULO 1 TRANSPORTE DO GÁS NATURAL

volumes de gás em grandes distâncias ou entre centros de produção e de consumo


separados por mar ou, ainda, quando se deseja criar ou preparar o mercado consumidor
para a utilização intensiva do gás antes da construção de redes de gasodutos, devido ao
caráter permanente e a flexibilidade limitada desses últimos.

O Transporte do gás natural pode ser efetuado com o fluido na Fase gasosa ou na
Fase líquida.

Na Fase Gasosa o gás é transportado por gasodutos ou em reservatórios


pressurizados.

Na Fase Líquida o gás é transportado em reservatórios criogênicos (temperatura


de -160°C) dispostos em navios metaneiros, trens ou caminhões.

1.3. Programação de Investimentos e Estimativas de Demanda

Um Projeto de transporte de gás caracteriza-se pelos altos investimentos iniciais


que só se justificam com um longo período de amortização e uma utilização plena das
instalações, ou que provoca, uma certa rigidez na operação dos sistemas. No caso dos
gasodutos essa rigidez é mais acentuada.

É nesse ponto que as estimativas de demanda tornam-se de importância


fundamental para o dimensionamento do projeto. Estudos de mercados são conduzidos
mas, raramente, conseguem abranger todo o universo dos consumidores potenciais, o
que limita a confiabilidade dos resultados.

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CAPÍTULO 1 TRANSPORTE DO GÁS NATURAL

Figura 1.1. Curvas de Demanda

No caso de previsões de consumo a médio e longo prazos, o risco é ainda maior e


mais crescente devido às incertezas cada vez maiores.

O comportamento futuro da demanda está sujeita a influência de diversos fatores,


muitas vezes imprevisíveis, e que poderiam vir a alterar as curvas de demanda prevista.

Estão listados a seguir alguns desses fatores:

FAVORÁVEIS:

‰ Política Tarifária
‰ Legislação mais rigorosa na proteção do meio ambiente
‰ Maior nível de oferta
‰ Maior Nível de conforto

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‰ Redução da dependência do Petróleo


‰ Menor oferta de petróleo
‰ Retomada da atividade industrial
‰ Novos mercados

DESFAVORÁVEIS:

‰ Concorrência energética
‰ Custos crescentes de abastecimento
‰ Baixa atividade econômica
‰ Uso de equipamentos mais eficientes

No caso de um projeto específico de dimensionamento de um gasoduto para


atender um determinado mercado, a escolha de um diâmetro de tubo em detrimento de
outro pode vir a influenciar de forma decisiva a rentabilidade do projeto.

Figura 1.2: Capacidade de atendimento de dois gasodutos em função da demanda

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CAPÍTULO 1 TRANSPORTE DO GÁS NATURAL

Para cada caso podem existir várias soluções perfeitamente viáveis do ponto de
vista técnico, como por exemplo o transporte a baixa pressão em tubos de grande
diâmetro ou a alta pressão em dutos menores. A solução a ser adotada depende do
comportamento do mercado consumidor e da estratégia que se pretende seguir para
atendê-lo.

O Dimensionamento de um gasoduto costuma ser feito a partir das previsões de


demanda de médio e longo prazo. Essas estimativas baseia-se geralmente em volumes
médios e não costumam considerar os efeitos horo-sazonais da demanda.

Figura 1.3: Operação de gasoduto

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CAPÍTULO 1 TRANSPORTE DO GÁS NATURAL

1.4 Estimativas de Demanda

No estudo da demanda é podem sem distinguidos dois casos:

1.4.1 Quando o mercado está implementado

Neste caso, estatísticas acumuladas ao longo dos anos permitem projetar


consumos futuros com razoável grau de confiabilidade.

1.4.2 Quando o emprego do gás é inexistente ou incipiente

Nessas condições, a dificuldade de se dimensionar um mercado consumidor e


tentar prever a sua evolução é ainda maior devido não existir dados históricos que
possam indicar um certo padrão de comportamento do referido mercado e sua
sensibilidade a determinados fatores.

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

2. O Transporte por Gasodutos

Os gasodutos, assim como os oleodutos, podem ser marítimos ou terrestres. É


uma modalidade de transporte amplamente difundida nos países industrializados
possuindo em alguns casos, redes de distribuição bastante complexas.

2.1. Construção de gasodutos

O Primeiro gasoduto de transporte foi construído em 1872, nos Estados Unidos


(Pensilvânia), Em 1912. Um gasoduto de 16” de diâmetro e 273 km de comprimento
foi construído em 86 dias, no Canadá, para abastecer a cidade de Calgary.

2.1.1. Estudo do Traçado

O Traçado do gasoduto é definido a partir de uma análise de mapas utilizando


os mais modernos recursos tecnológicos como, por exemplo, satélites. Leva-se em
conta as disponibilidades dos terrenos, a redução de passagens de rios e outros
obstáculos, a localização das Estações de Compressão e a Importância relativa dos
mercados potenciais de gás.

O Traçado em linha reta, do ponto de vista hidráulico, é sempre o traçado mais


econômico.

2.1.2. Estudos Hidráulicos

O Estudo hidráulico de um gasoduto permite distribuir, ao longo do traçado, os


diferentes componentes: tubos, as válvulas, as estações de compressão, etc.

A Espessura dos tubos depende da densidade populacional das regiões


atravessadas, da característica principal da região, dos obstáculos enfrentados, da
qualidade do aço empregado e do seccionamento previsto para os testes hidráulicos.

A Espessura nominal é dada pela fórmula:

e = PD/2tc; onde

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

P é a pressão máxima de serviço


D é o diâmetro nominal
t é o limite de elasticidade do aço
c é um coeficiente compreendido entre 0,40 e 0,72

Em condições particulares, de cruzamento de estradas ou ferrovias, os


gasodutos podem ser protegidos por um duto contra fatores externos. O duto deve ter
um diâmetro 100mm maior que o do gasoduto, ser ventilado e isolado eletricamente
do mesmo.

Para cada área, uma distância máxima entre válvulas é imposta por normas
para permitir um rápido isolamento. Esta distância pode variar de 8 a 30 km.

Se o gás é suscetível de conter líquidos (água ou condensados que se


depositam nas partes mais baixas da linha) reservatórios devem ser previstos para
recolhê-los.

2.1.3. Construção e Montagem

Quando o traçado e todos os equipamentos estão definidos, a Gerência do


Projeto contrata companhias para construir as linhas e os pontos particulares
(estações de compressão, passagens de rios, etc.)

2.1.4. Testes Hidrostáticos

Após conclusão do lançamento e enterramento (quando for o caso) de dutos,


as linhas devem ser submetidas a testes hidrostáticos para a detecção de defeitos e
alívio de tensões mecânicas. A pressão ou pressões de teste, bem como os pontos
para instalação de instrumentos registradores ou indicadores de pressão e
temperatura devem ser os indicados no projeto.

2.1.5. Pré-operação do gasoduto

2.1.5.1. Introdução

Após o teste hidrostático, começa uma fase do empreendimento chamada de


pré-operação.

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

A Pré-operação normalmente é coordenada pela Unidade responsável pela


operação do gasoduto, e executada com o apoio do órgão responsável pela obra e
empreiteiras envolvidas na construção.

Inicia-se, portanto, a remoção da água, a secagem e a purga de ar do gasoduto


que esteve submetido a um teste hidrostático. Após o teste hidrostático, esvaziamento
e limpeza em gasodutos. Uma certa quantidade de água sempre permanece na rede,
em particular nas partes inferiores das seções assim como nos interstícios naturais
das paredes da tubulação.

Quando se trata de gasodutos que irá operar com gás úmido, a secagem do
duto não se faz necessária. No entanto, quando se trata de transporte de gás seco,
toda a água deve ser removida antes da entrada em operação da rede de modo a
prevenir a formação de hidratos que podem vir a obstruir parcial ou totalmente a linha
ou danificar equipamentos do sistema, como válvulas, reguladores e medidores.

2.1.5.2 Planejamento dos procedimentos

Toda a operação deve estar sob o encargo de um profissional capacitado para


tal. Deve ser antes preparado um programa escrito, que deve depois ser distribuído
entre os envolvidos. Neste programa, devem ser definidas as responsabilidades de
levar adiante as operações até o seu final. Ele deve cobrir o maior número de detalhes
possível, além de conter uma lista de verificação (“check list”), e deve ser distribuído
com antecedência entre todos os envolvidos. A lista de verificação é um meio através
do qual o encarregado pode assegurar uma separação total anterior ao início das
operações da purga. Os itens a seguir estão entre os principais que devem ser
incluídos na lista de verificação.:

a) Verificar necessidade de existência de Licença de Operação;


b) Cuidados com a segurança devem ser tomados e supervisionados ao longo do
gasoduto;
c) Cuidados com o manuseio do desidratante, caso ele seja utilizado, incluindo as
operações de carga, transporte e descarga;
d) Volumes e vazões de desidratante, do nitrogênio e do gás a ser transportado devem
ser calculados;

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

e) Instalações adequadas de recebimento e despacho do desidratante nos pontos


terminais (entrada e saída) do gasoduto, quer sejam elas temporárias ou
permanentes;
f) Existência de algum tipo de instrumento de deteção confiável, a fim de evidenciar a
presença de gás durante e imediatamente após a operação de gaseificação;
g) Sistema adequado de comunicações ao longo do gasoduto;
h) Providências para que estejam à disposição equipamentos de combate a incêndio,
incluindo um caminhão com bomba e um certo suprimento de água;
i) Meios de acesso seguros para veículos pesados para os pontos inicial, final e
intermediários de supervisão;
j) Aviso, com antecedência, às autoridades locais, como polícia, bombeiros, prefeitura
e órgãos de proteção ambiental entre outras;
k) Uma equipe deve estar disponível para atender a necessidade de execução de
qualquer serviço de instalação e/ou reparo durante a pré-operação. Esta equipe deve
ser constituída por pessoas habilitadas e com equipamentos adequados para tais
serviços;
l) Existência de procedimento de lançamento/recebimento de raspadores/esferas.

2.1.5.3 Remoção da água do teste hidrostático

Para gasodutos longos, ou com perfil muito acidentado, a remoção da água


deve ser feita, preferencialmente por trechos, e logo após a realização do teste
hidrostático de cada trecho.

Este procedimento apresenta as seguintes vantagens:


a) Reduz a pressão necessária para o deslocamento da água;
b) Reduz a possibilidade de ocorrência do fenômeno “múltiplos tubos U” (bolsões de
água nos vales e ar nos picos do gasoduto);
c) Evita danos às válvulas da linha-tronco, que, normalmente nesta fase, ainda não
estão instaladas.

A remoção da água pode ser feita com ar comprimido, nitrogênio ou o próprio


gás, com o qual o gasoduto vai operar.

Os principais fatores que normalmente determinam o fluido a ser utilizado são:


pressão, vazão e volume necessários, tempo da operação e custo da operação,
corrosão, formação de hidratos e segurança operacional.

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Para maior eficiência da remoção da água, devem ser utilizados dois pigs
separadores, e a velocidade de deslocamento deve ser mantida entre 1,6 e 8 km/h ou
conforme orientação do fabricante.

A velocidade dos pigs pode ser controlada através do controle da vazão de


água que sai do gasoduto ou através da vazão do fluido que está promovendo o
deslocamento da água.

Não deve haver paralisação no deslocamento dos pigs.

O segundo pig só deve ser lançado quando o primeiro pig se encontrar a uma
distância de aproximadamente 1 km do lançador, à pressão na qual a operação estiver
sendo feita.
Deve ser evitado remover a água de um gasoduto com as válvulas da linha
tronco instaladas, pois isto pode provocar danos às válvulas.

Caso isto não possa ser evitado, devem-se tomar os seguintes


cuidados:
a) Durante a passagem da água pelas válvulas, estas não devem ser operadas,
devendo permanecer, totalmente abertas;
b) As tomadas de alimentação dos atuadores devem estar
desconectadas para evitar entrada de água;
c) As válvulas do contorno (“by-pass”) devem estar fechadas.

A água a ser removida do gasoduto deve ser descartada em locais de fácil


drenagem, através de um sistema de tubulação projetado e construído com esta
finalidade.

Previamente, deve-se fazer uma análise da qualidade e quantidade da água a


ser descartada, a fim de ser evitado qualquer impacto ambiental pela contaminação de
rios e mananciais.

2.1.5.4. Secagem

Deve-se fazer a secagem de um gasoduto quando suas condições de


operação indicarem a possibilidade de ocorrências de hidratos e/ou corrosão, quando
o gás é colocado em presença de água.

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Mesmo após a remoção da água livre, uma certa quantidade de água


permanecerá nas paredes dos tubos, a qual pode ser estimada através da expressão:

Água residual (litros/km)= 0,3666 x diâmetro interno do gasoduto (em mm)

Em linhas que não necessitem ser completamente secas, este procedimento


não deve ser considerado.

Secagem com agente desidratante

A secagem deve ser efetuada pela passagem de um arranjo de dois colchões


de um agente desidratante separados por um colchão de nitrogênio, estando os
colchões de desidratante contidos entre dois pigs separadores, conforme Figura 2.1.

Imediatamente antes da passagem dos colchões de desidratante, deve ser


passado um outro colchão de nitrogênio, que tem a finalidade de evitar a formação de
misturas explosivas durante a operação de secagem.

O agente desidratante utilizado deve ser o metanol, embora possam ser


utilizados outros, como o etanol, o glicol, etc.

Figura 2.1 - Arranjo sugerido para colchões de secagem

O arranjo dos colchões de secagem deve ser empurrado à frente no gasoduto


a uma velocidade de 10 a 13 km/h pela pressão do gás introduzido após o pig no 5.
Isso deve ser feito através do controle do gradiente de pressão ao longo da linha,
através da colocação de manômetros nos extremos.

No extremo final do gasoduto, o nitrogênio deve ser liberado para a atmosfera


e a mistura desidratante/água recolhida em tanques.

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Os teores de água e desidratante da mistura devem ser determinados pela


análise de amostras da mesma, e comparados com o dado obtido através do
conhecimento do volume de desidratante injetado e do volume de água contida no
gasoduto calculado inicialmente.

Pode-se assim, calcular a quantidade de água e de desidratante que foram


deixadas no gasoduto.

Devem ser retirados todos os equipamentos e dispositivos temporários


utilizados no processo, bem como devem ser tamponadas as conexões, antes do
gasoduto ser pressurizado nas condições de operação.

Purga de Ar

Este procedimento aplica-se aos casos em que a remoção da água do teste


hidrostático tenha sido feita com ar, e não seja necessária a completa secagem do
gasoduto. Neste caso, a fim de garantir uma purga segura e eficiente, toda a operação
deve ser cuidadosamente planejada e controlada continuamente, para reduzir a um
mínimo as interfaces entre as misturas ar/nitrogênio e nitrogênio/gás.

Admissão de Nitrogênio

Deve-se dispor de nitrogênio suficiente para garantir a introdução, no gasoduto,


de um colchão de tamanho adequado, para evitar a possibilidade da mistura do gás
com o ar. Normalmente, é conveniente que o colchão de nitrogênio tenha entre 400 a
600 m de comprimento.

O nitrogênio deve ser admitido na tubulação através de um tubo perpendicular


ao gasoduto imediatamente à frente da válvula de bloqueio fechada, que será utilizada
para admissão do gás no trecho a ser purgado, a uma vazão adequada, a fim de evitar
a mistura excessiva do nitrogênio com o ar.

Quando mais de um cilindro de nitrogênio é necessário para fornecer volume


suficiente e a uma certa vazão, os cilindros devem ser ligados a um distribuidor
(“manifold”).

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Devem ser providenciados manômetros, de modo que a pressão nos cilindros


possa ser conferida durante a operação. Também é necessário que seja feito um
ajuste rigoroso da vazão de nitrogênio que escoa para dentro do gasoduto. Um
método é usar-se uma válvula de controle, graduada e pré-calibrada, trabalhando sob
pressão constante a partir do(s) regulador(es) ligado(s) ao(s) cilindro(s).

Embora o nitrogênio engarrafado seja virtualmente seco, o bloqueio interno de


reguladores, válvulas, etc. pode ocorrer formação de gelo causado pelo considerável
resfriamento devido à expansão que ocorre nas conexões do cilindro. A possibilidade
de congelamento interno pode ser evitada pelo uso de um aquecimento adequado, e
isso também será útil para evitar o acúmulo externo de camadas de gelo, que pode
ocorrer no tempo frio e úmido.

2.1.5.5. Admissão de gás

O gás a ser transportado deve entrar no gasoduto à uma vazão controlada,


imediatamente após o colchão de nitrogênio, com o suprimento de gás colocado em
linha, logo após ser cortado o de nitrogênio.

Para ocorrer uma pequena interface ao longo do gasoduto, o fluxo deverá ser
contínuo e mantido a uma vazão que permita uma velocidade de 4 a 20 m/s. Para
garantir que a vazão de purga seja mantida dentro desses limites, geralmente é
suficiente regular o suprimento de gás para fornecer um gradiente de pressão
previamente calculado ao longo do gasoduto. Isso deve ser feito controlando-se a
pressão através de manômetros instalados nas extremidades do gasoduto.

Liberação para a atmosfera e teste

A instalação para se fazer a liberação para a atmosfera no fim do gasoduto


deve consistir de:

a) Um tubo de ventilação, ligado ao gasoduto através de uma válvula apropriada, e


uma descarga vertical a uma altura suficiente para garantir que o gás a ser
liberado só o será a uma altura acima das cabeças de pessoas que possam estar
nas vizinhanças. As dimensões do tubo de liberação para a atmosfera devem se
suficientes para liberar o ar ou o gás à vazão necessária e atender as condições
de segurança do local quanto à formação de misturas explosivas e toxidez;

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b) Uma pequena tomada para amostras colocada no tubo de liberação para a


atmosfera, para facilitar a tomada de amostras durante as operações de purga;

c) Um manômetro, instalado em uma tomada no gasoduto, de modo que sua leitura


não seja influenciada pelo escoamento no tubo de liberação para atmosfera. Caso não
seja possível, ele pode ser instalado na base do tubo de liberação para a atmosfera,
antes da válvula de controle de vazão.

Durante a purga, a válvula de controle de liberação para atmosfera deve ser


cuidadosamente operada, para se controlar a pressão na extremidade do gasoduto a
um valor predeterminado. Isso irá garantir que o operador que está no início do
gasoduto seja capaz de controlar efetivamente a vazão de purga, ajustando a válvula
de controle de admissão de gás, a fim de fornecer a pressão necessária.

Pode-se afirmar, com razoável precisão, que o final da purga foi alcançado
quando o gás estiver sendo liberado em regime de escoamento permanente. É
possível identificar a passagem de nitrogênio para gás pela mudança no som que é
emitido na extremidade do tubo. O final da purga deve ser confirmado pela utilização
de um aparelho de Orsat ou cromatógrafo, para testar se o gás está a 100% de
concentração.

Após a operação de purga, as conexões para o uso de nitrogênio, etc., devem


ser desmontadas e todos os flanges tamponados com segurança, antes do gasoduto
ser pressurizado à pressão de operação normal.

2.2. Estações de Compressão

A instalação de Estações de Compressão ao longo dos gasodutos é necessária


para assegurar a manutenção da pressão, podendo esta compressão ser efetuada por
compressores alternativos ou centrífugos.

Os compressores podem ser acionados por:

‰ Motores a combustão interna com gás natural


‰ Motores elétricos
‰ Motores a gás

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Geralmente um gasoduto é dimensionado para um programa de curto prazo e,


depois, ele é duplicado aumentando-se a capacidade de compressão a medida que o
programa vai sendo revisto. A figura a seguir ilustra essas alternativas:

Figura 2.2 - Fases de ampliação de um gasoduto

Uma Estação de compressores é composta dos seguintes sistemas:

‰ Sistema de depuração de gás


‰ Sistema de compressão de gás
‰ Sistema de gás combustível
‰ Sistema de segurança e tocha
‰ Sistema de utilidades (elétricas, ar instrumento e serviço, água de
resfriamento de máquinas, água de serviço, etc)
‰ Sistema de combate a incêndio

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2.3. Segurança dos Gasodutos

O Problema do risco de ruptura em gasodutos foi objeto de testes e estudos


sistemáticos. Além de um controle rigoroso no projeto e construção, os gasodutos
possuem dispositivos de proteção contra excesso de pressão ou sobrecargas.

A ruptura de um gasoduto provoca uma onda de pressão que se desloca a uma


velocidade da ordem da velocidade do som e provoca fenômenos de pressão e de
velocidade de curtíssima duração.

Esta onda pode ser detectada por medidas de:

‰ Pressão estática
‰ Pressão dinâmica
‰ Derivadas de pressão ou velocidade
‰ Variação de pressão
‰ Variação de vazão

2.4. Operação e Manutenção dos Gasodutos

Após a construção e pré-operação dos sistemas de transporte do gás, é


importante se preocupar com duas atividades: A operação e a manutenção.

Estas duas atividades devem procurar responder a dois critérios fundamentais:


Confiabilidade e Segurança independentemente das restrições técnicas e econômicas.

2.4.1. Definições

Cruzamento
Obra correspondente à passagem do duto por rodovias, ferrovias, outros dutos e/ou
instalações subterrâneas já existentes.

Travessia
Obra correspondente à passagem do duto através de rios, riachos, lagos, açudes e
regiões permanentemente alagadas.

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”Hot tapping machine”


Equipamento utilizado para realização de trabalho a quente de trepanação (HOT TAP),
em equipamentos de processo ou em dutos.

Raspador ou esfera (“Pig”)


Denominação genérica dos dispositivos que se fazem passar pelo interior dos dutos,
impulsionados por fluidos pressurizados, sendo
conforme a finalidade:
a) Separador: destinado a separar dois produtos distintos;
b) Calibrador: destinado a detectar reduções no diâmetro
interno do duto;
c) De Limpeza: destinado à limpeza interna do duto;
d) Instrumentado: destinado a detectar redução na espessura de parede do duto.

Lançador, Recebedor e Lançador-Recebedor


Instalação para lançamento, recebimento e lançamento e recebimento de “pig”.

"By-pass" do Pig
Volume de fluido que passa pelo pig, normalmente da parte traseira do pig para frente,
intencionalmente ou não.

Escova
Elemento de limpeza incorporado ao pig, utilizado para a remoção de depósitos mais
duros como asfaltenos, carbonatos, sulfatos, óxidos de ferro, coque, asfalto, e outros.

Esfera
Tipo de pig de formato esférico.

Furo do "By-pass"
Orifício feito no pig e que permite o "by-pass" intencional.

Pig de Espuma
São peças de espuma de poliuretano, normalmente em formato ogival, podendo ser
obtidos através de vazamento em moldes ou cortados de grandes blocos de espuma.
Apresentam como vantagens baixo custo de aquisição e a grande capacidade de
passagem em restrições como reduções, válvulas e outros.

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2.4.2. Limpeza de gasodutos

Critérios para utilização de Pigs

Todos os dutos que operam com petróleo, derivados e gás natural devem ser
limpos periodicamente com pigs. A periodicidade desses serviços pode ser definida
em função de testes freqüentes da eficiência do duto. Para tanto, os dutos devem
estar equipados com a instrumentação necessária para permitir uma avaliação correta
da necessidade do emprego de pigs de limpeza. Independente da avaliação citada no
parágrafo anterior, essa operação deve ser realizada pelo menos 1 (uma) vez por ano.
As linhas que apresentarem restrições que impeçam a passagem de um pig de disco
de alta interferência, devem ser limpas com pigs de espuma, utilizando-se uma
freqüência maior de passagem de pigs até que o problema seja corrigido.

Cuidados Especiais na Limpeza do Duto

Deve-se alertar que o nível de limpeza aceitável do duto não será conseguido
com apenas uma única passagem de um único tipo de pig de limpeza. O número de
pigs a serem utilizados nas operações de limpeza dependerá da freqüência com que
esta operação for realizada. Quanto mais freqüente for a operação de limpeza com
pigs, menos pigs serão utilizados em cada operação.

Sobre-diâmetro dos Pigs de Espuma

Os sobre-diâmetros dos pigs a serem utilizados devem ser calculados


conforme os valores abaixo::

DIÂMETRO NOMINAL (in) SOBRE-DIÂMETRO (in)


1a6 0,250
8 a 16 0,375 a 0,500
18 a 24 0,750 a 1,000
26 a 48 1,000 a 2,000

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Especificação dos Pigs

Deve ser exigido do fornecedor dos pigs que o material seja identificado com a
data de fabricação, nome do fabricante e prazo de garantia.

Densidades das Espumas de Poliuretano:


baixa densidade (15 a 60 kg/m3)
média densidade (aprox. 160 kg/m3)
alta densidade (240 - 320 kg/m3)

‰ diâmetro do pig, acrescido do respectivo sobre-diâmetro calculado


‰ comprimento do pig;
‰ informar se o pig deve ser fornecido com capa ou sem capa;
‰ informar se o pig é fornecido com escova, lixa ou sem esses acessórios;
‰ material da escova (plástico ou aço), quando utilizada;

Cuidados no Armazenamento

Os pigs devem ser estocados em ambientes fechados e arejados, nunca


expostos à luz solar, de acordo com as seguintes especificações:

temperatura - máxima: 30º C;


temperatura - mínima: 10º C;
umidade relativa: 60% - 70%(1)

IMPORTANTE: Caso não seja possível manter o ambiente onde os pigs são
armazenados com o teor de umidade recomendado anteriormente, para evitar a
redução da vida útil do material, os pigs devem ser armazenados envoltos em saco de
polietileno, preto, de baixa densidade, com espessura de 200 micra ou maior.

A exposição dos pigs a condições ambientais fora dos limites estabelecidos no


parágrafo anterior é aceitável desde que esta exposição se dê por curtos períodos de
tempo, como por exemplo, durante uma variação climática atípica.

O armazenamento do pig e seus componentes deve ser feito de modo a evitar


a deformação dos elementos poliuretano.

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Devem ser adotados os seguintes critérios:

‰ os copos dos pigs devem ser armazenados com as abas voltadas para cima
‰ pigs modulares de corpo metálico devem ser armazenados suportados pelo corpo
‰ pigs integrais ou pigs modulares com corpo não metálico devem ser suportados
pela base;
‰ pigs de grande diâmetro com corpo metálico devem ser armazenados
desmontados para evitar deformação dos acessórios.

Limpeza do Pig Após a Passagem

Os pigs devem ser limpos imediatamente após serem retirados do recebedor. Esta
recomendação é muito importante principalmente para linhas que operam com
produtos contendo H2S.

Para remoção de parafina e materiais orgânicos é recomendado o banho em água


aquecida em temperatura não superior a 70º C , não ultrapassando uma hora de
banho. Depois de remover a maior quantidade, utilizar jato de ar para retirar o
restante.

A utilização de vapor é permitida para limpeza das partes metálicas como


corpo, molas e escovas de aço, sendo a máxima temperatura permitida 80º C, não
ultrapassando 30 minutos.

A utilização de diesel ou querosene é aceita como alternativa para limpeza com


solvente. Os componentes de poliuretano podem ser imersos em solvente e
pincelados para facilitar a remoção.

Após a limpeza do pig é recomendado uma inspeção das partes metálicas para
verificar a necessidade de reparos de pintura nas partes afetadas. Escovas e molas
podem ser protegidas com uma pequena camada de lubrificante que podem ser
aplicadas com "spray" ou pincel tomando cuidado com as partes de poliuretano.

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

2.5. Planejamento e acompanhamento da passagem de pigs em dutos

Características da Linha

a) levantamento das características técnico-operacionais:

- nome e diâmetro da linha e/ou do trecho


- extensão
- espessuras
- raios de curvatura
- derivações (diâmetros e existência de barras de isolamento)
- verificar a distância entre derivações próximas
- menor diâmetro interno (considerar as válvulas)
- pressão (máxima, normal e mínima)
- vazão/velocidade (máxima, normal e mínima)
- temperatura (máxima e mínima)
- produtos bombeados
- tempo de operação da linha
- volume total da linha (m3)
- volume por metro (m3/m)
- condições internas da linha
- revestimento interno
- injeção de inibidor

NOTA: Verificar a possibilidade de ocorrer o aprisionamento das esferas na linha


tronco junto às derivações.

b) levantar o histórico de passagens de pigs e/ou esferas na linha; verificar se é feita


regularmente a passagem de pigs no duto ou se tal operação não é realizada
freqüentemente; se as passagens não são feitas de forma sistemática, esclarecer a
razão;
c) nos casos das linhas com passagens regulares, estabelecer a periodicidade
recomendada;
d) levantar o histórico de inspeção e manutenção do duto; relacionar os eventos
relevantes ocorridos na linha, que devem ser considerados para esta operação, tais

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

como: restrições de diâmetro, reparos efetuados, estado de limpeza da tubulação,


suspeitas de avarias, depósitos de parafina e outros;

Operacionalidade dos Canhões

a) verificar se os canhões têm sido operados regularmente e/ou se estão operando


sem problemas;
b) em canhões fora de operação por período prolongado, verificar a possibilidade de
simular suas operações antes da corrida do pig, principalmente quanto ao recebedor;
c) checar se a instrumentação está disponível e operando normalmente (manômetros,
termômetros, sinalizadores de pigs);
d) checar se as válvulas estão operando devidamente (abrindo e fechando
completamente - estanqueidade);

NOTA: Manter os dispositivos de indicação da situação das válvulas (isto é, se a


válvula está aberta ou fechada) perfeitamente aferidos de forma a evitar danos ao
pig/esfera ou às instalações, devido a válvulas parcialmente fechadas.

e) verificar se o sistema de drenagem dos canhões está operando normalmente


(escoamento), principalmente quando a drenagem é feita para uma caixa de coleta;
f) avaliar como a retirada de amostras sucessivas pode ser executada, para
acompanhar a aproximação do pig através da quantidade de material carreado;
g) checar se o sistema de combate à incêndio, próximo aos canhões está operando
sem problemas;
h) definir a responsabilidade das operações dos canhões, contatando o Órgão
competente (no caso do lançador ou recebedor estar em uma Refinaria), e
providenciar a mão-de-obra de apoio necessária;

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Desenho do Perfil da Linha

a) verificar se a linha passa por alguma estação intermediária e em que condições;


considerar a instrumentação, acessórios e acidentes (válvulas, derivações e outras
instalações);
b) levantar os pontos críticos à passagem do pig, tais como, válvulas, derivações,
trechos submarinos, curvas fechadas, travessias de rios, carretéis, locais com
possíveis amassamentos e outros;
c) verificar se existem provadores de corrosão instalados na linha e qual o tipo (haste
ou tangencial); programar suas retiradas ou substituições, se necessárias;

Planejamento da Corrida

a) definir o(s) técnico(s) e o(s) Órgão(s) responsável(is) pela coordenação e


planejamento da operação; relacionar também os outros Órgãos envolvidos na
execução dos serviços;
b) estabelecer:

- data de lançamento
- hora de lançamento
- data de recebimento
- hora de recebimento
- produto a ser bombeado durante a corrida
- vazão (velocidade)
- tempo de corrida estimado
- pressão
- temperatura

c) manter a velocidade do pig/esfera entre os limites máximo e mínimo estabelecidos


pelo fabricante e/ou estabelecido pelo procedimento de passagem;
d) evitar variações de vazão e paradas do bombeio;
e) definir a finalidade da operação, podendo ser: limpeza, secagem, separação e/ou
inspeção);

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Controle da Corrida

a) verificar a instrumentação e acessórios disponíveis para o controle e


acompanhamento da corrida, tais como:

- registrador de pressão
- registrador de vazão
- coleta de amostra do produto bombeado em pontos determinados da linha

b) elaborar planilha relacionando os pontos de acompanhamento, suas quilometragens


e os horários previstos de passagem por cada ponto, em função das vazões
instantâneas
c) realizar e registrar medições diretas do nível do tanque em intervalos regulares,
para controle do volume bombeado (vazão);
d) verificar necessidade e selecionar pontos para rastrear a corrida do pig/esfera;
e) se houver válvula(s) de bloqueio ou qualquer outro acidente relevante ao longo da
linha (pontos críticos), analisar a possibilidade de colocar um técnico para acompanhar
a passagem do pig/esfera nesses locais;
f) verificar a possibilidade de acompanhar a passagem do equipamento, antes e após
travessias de rios e trechos submarinos;

NOTA: Considerar que, pigs com copos de poliuretano sem escovas, flex-pigs, poli-
pigs ou esferas de borracha ou poliuretano, que não provocam contato metal/metal
com a tubulação, apresentam ruído muito baixo para ser ouvido sem instrumentos
acústicos.

2.6. Operações de lançamento e recebimento de PIG

Cuidados Iniciais

Os serviços de lançamento e recebimento de pigs devem ser realizados


estando as instalações em perfeitas condições, isto é, sem estar ocorrendo passagem
de produto através das válvulas e com toda a instrumentação operando de forma
confiável.

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Caso alguma deficiência seja constatada, esta deve ser corrigida antes de se
iniciarem os serviços.

Providências para o lançamento

Os seguintes cuidados devem ser adotados antes de se iniciar a operação de


lançamento:

a) dispor de material de apoio (anel de vedação da tampa, alavanca e outros),


operadores e mão-de-obra de apoio para manuseio do canhão;
b) mobilizar pessoal, meios de comunicação e transporte para o rastreamento da
corrida, se realizado;
c) instalar instrumentação de apoio (registradores de pressão e vazão);
d) distribuir o pessoal de rastreamento da corrida nos pontos previamente
selecionados;
e) montar a dispositivo de apoio para o pig, se necessário;
f) acionar o sinalizador de pig;
g) fechar completamente a derivação após o lançador durante a operação, ou seja,
fazer com que todo o produto passe pelo canhão;
h) registrar:

- local do lançamento
- a data e o horário de lançamento
- a vazão/velocidade do bombeio
- tempo de corrida estimado
- pressão
- temperatura

i) assim que o pig for lançado, comunicar a hora do lançamento à Casa de


Controle/coordenador da corrida, para que seja feita uma medição do tanque que vai
receber o produto, para controle do volume bombeado;
j) levantar avarias e danos nas instalações para posterior comunicação de reparos à
manutenção;

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Procedimento de Lançamento

FIGURA 2.1 - Lançador de PIG

Figura 2.2 - Lançador de PIG instrumentado

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Acompanhamento da corrida

As seguintes providências devem ser adotadas durante o acompanhamento da


corrida:

a) manter o controle e o acompanhamento constante da pressão e da vazão;


b) registrar o horário de passagem do pig pelos locais selecionados para o
rastreamento;
c) realizar o acompanhamento no tanque do volume bombeado para controle da
vazão;

Providências para o recebimento de pigs

As operações de recebimento devem ser acompanhadas pelo pessoal do Órgão


responsável, e as retiradas dos equipamentos devem realizadas logo após a entrada
do pig no recebedor, a fim de evitar danos no equipamento, face à passagem de
produto pelo canhão também devem ser adotadas as seguintes providências:

a) dispor de material de apoio (anel de vedação da tampa, alavanca e outros),


operadores e mão-de-obra de apoio para manuseio do canhão;
b) acionar sinalizadores de pig;
c) proceder a retirada sucessiva de amostras para acompanhamento da aproximação
do pig, através do carreamento de material;
d) fechar completamente a derivação ("by-pass") antes do canhão, fazendo com que
todo o produto passe pelo recebedor;
e) proceder ao controle de amostragem do produto bombeado;
f) registrar:

- local do recebimento
- a data e o horário do recebimento
- a vazão/velocidade do bombeio
- produto
- pressão
- temperatura
- tempo de corrida

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g) retirar o pig ou isolar o canhão, assim que o equipamento chegar;


h) retirar amostra do produto carreado pelo pig/esfera para análise, quando cabível;
i) registrar as dimensões e o estado geral do pig, após a corrida; analisar
cuidadosamente o equipamento, com vistas a levantar se existem indícios de
amassamentos, reduções do diâmetro ou curvas fechadas;
j) levantar avarias e danos nas instalações para posterior comunicação de reparos à
manutenção.

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Procedimento de recebimento

Figura 2.3 - Recebedor de PIG

Figura 2.4 - Recebedor de PIG instrumentado

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

2.7. Inspeção em gasodutos

O Escopo da inspeção em gasodutos deve abranger a inspeção dos dutos,


faixas de domínio e estrada de acesso, compreendendo todos os equipamentos,
instalações e acessórios entre os lançadores e recebedores de pigs e esferas, inclusiv
e seus instrumentos.

Inspeção da Faixa de Domínio

Inspeção da Tubulação
Inspeção visual
Medição de espessura
Inspeção de revestimento
Pig instrumentado
Provador de corrosão

Inspeção do sistema de proteção catódica


Inspeção de válvulas de bloqueio
Inspeção de válvulas de alívio e/ou segurança
Inspeção dos instrumentos

2.8. Estação redutora de pressão e medição

As estações redutoras tem a finalidade de reduzir a pressão dos gasodutos de


transmissão para a pressão dos ramais de alta pressão e destes para as redes de
distribuição e ainda das redes de distribuição para os consumidores, sendo que, neste
caso, além da redução de pressão (controle), tem ainda a medição do gás fornecido.

Esquemas típicos das estações assumem configurações distintas em função


dos seguintes fatores:

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

‰ Norma de projeto
‰ Considerações de segurança
‰ Custos
‰ Regime de operação da industria
‰ Perfil do consumo da indústria

FIGURA 2.5 – Estação de regulagem e controle

Os equipamentos que compõem uma estação, com sua respectiva função, são
os seguintes:

Vasos e filtros

O sistema de filtragem depende sempre das impurezas, que estão contidas no


gás, em relação ao conteúdo de líquidos e sólidos.
No caso específico do Gasoduto Nordeste, pelo volume de gás movimentado e
sua composição após sua saída da UPGN, o gás transportado é do tipo seco. Assim,
levando em consideração essa premissa, é que numa operação anormal, como a
parada da UPGN, poderá originar o aparecimento de condensado, e que durante
algum tempo após o início de operação, é previsto a retirada de uma certa quantidade
de pó preto, optou-se pela instalação de vasos no início das estações redutoras, com
pequena capacidade de armazenamento. Os filtros estão alocados no início das
estações.

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CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Válvulas de bloqueio automático (ESDV)

A função das válvulas de bloqueio automático é de interromper o fluxo de gás,


na entrada das reguladoras, em caso de desvios da pressão de saída superior a
permitida.
São do tipo desarme por gatilho e rearme manual.

Válvulas de controle (PCV)

A função das válvulas de controle é de reduzir e estabilizar a pressão de saída


da estação de redução de pressão em qualquer vazão e pressão de entrada.

Válvulas de alívio (PSV)

Estas válvulas de segurança são utilizadas para proteger as instalações a


jusante das controladoras, quanto à falha simultânea das válvulas de controle e
bloqueio automático. São dimensionadas com capacidade para a condição máxima
vazão pela válvula de controle aberta com a pressão máxima a montante e a pressão
de abertura da válvula de alívio.

Disco de ruptura (PSE)

Rompe aliviando para a atmosfera no caso da PSV falhar e a pressão continuar


a subir.

Medição

Os sistemas de medição podem ser de vários tipos, tais como:


‰ Placa de orifício
‰ Medidor volumétrico
‰ Medidor tipo turbina

Os medidores tipo turbina e volumétrico são utilizados nas estações de


medição para consumidores industriais do gasoduto Nordeste e possuem correção e
pressão e temperatura.

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Os medidores volumétricos são empregados em consumidores até 2400 m³/dia


e as turbinas acima desse valor.

Funcionamento das Estações

Explicaremos o funcionamento de uma estação típica, que possui dois ramais.


O ramal principal opera com uma pressão de set point na válvula de controle (PCV)
superior a pressão ajustada na PCV do ramal alternativo. Em contrapartida, nos sets
das válvulas de bloqueio automático ocorre o inverso, ou seja, a ESDV do ramal
alternativo é ajustada para uma pressão de atuação superior em relação ao ramal
principal.

O set da PSE é superior ao da PSV, que por sua vez é regulado acima do set
das ESDV’s.

Por exemplo:

PCV principal (P): 30 kgf/cm²


PCV reserva (R): 27 kgf/cm²
ESDV principal (P): 33 kgf/cm²
ESDV reserva (R): 35 kgf/cm²
PSV: 38 kgf/cm²
PSE: 45 kgf/cm²

Conforme a demanda de gás das indústrias a PCV P modula abrindo e


fechando. Se a pressão a jusante da estação está diminuindo, a PCV abre para
aumentar o suprimento de gás. Caso contrário, a PCV fecha até que se atinja a
pressão de set point.

Se por algum motivo a pressão do sistema subir, quando esta alcançar o valor
regulado na ESDV P, esta desarma e corta o fluxo de suprimento de gás pelo ramal
principal. Assim, como set da ESDV R é maior que a ESDV P, a válvula reserva não
desarma e o ramal nessa situação está pronto para dar continuidade ao consumo de
gás. Portanto, a indústria continua suprida de gás, pois quando a pressão reduzir até o
valor setado na PCV R, a válvula abre permitindo a passagem de gás, restabelecendo-
se assim o consumo.

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 2 TRANSPORTE POR GASODUTOS

Caso a pressão suba a ESDV R desarma, cortando totalmente o fornecimento


de gás, e continuando gradualmente com a elevação da pressão a PSV alivia o gás
para a atmosfera. Se a atuação da PSV for deficiente ou insuficiente, para conter o
processo o disco de ruptura PSE rompe descartando o gás para a atmosfera.

O Rearme manual das ESDVs, principal e/ou reserva é executado durante as


rotinas periódicas.

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CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

3 - Gás Natural Liquefeito

3.1 - Introdução

A liquefação do gás natural foi a solução imaginada para transportar


economicamente grandes quantidades de gás natural para lugares distantes dos
países consumidores ou separados deles por barreiras geográficas.

O gás liquefeito é agora é disponível a partir de diversas fontes: Argélia, Líbia,


Indonésia, Malásia, EUA (Alaska), e Brunei. Este gás, transportado por navios
metaneiros é exportado para os principais mercados consumidores: Europa Ocidental,
EUA e Japão.

Chama-se de ciclo de liquefação as etapas do processo que permitem ao gás


passar para a forma gasosa à forma líquida a pressões muito próxima da pressão
atmosférica e temperatura de aproximadamente 160ºC negativos.

Figura 3.1 – Instalações de GNL em operação

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

3.2 - Cadeia de GNL

Um projeto de GNL é na realidade uma seqüência de atividades que vão desde


o reservatório de gás até o usuário final. Os principais elementos desta cadeia são:
produção do gás, liquefação, transporte marítimo, regaseificação no destino e
distribuição por dutos ou por caminhões.

Figura 3.2 - Cadeia de GNL

3.2 - Propriedades do Gás Natural Liquefeito

3.2.1. Propriedades do metano

As propriedades abaixo relacionadas referem-se ao metano, principal


componente do gás natural.

Densidade do líquido no ponto de ebulição a 1 atm 425,6 Kg/m³


Ponto de Ebulição a 1 atm - 161,49ºC
Ponto de fusão a 1 atm - 182,61ºC
Temperatura crítica - 82,10ºC
Pressão crítica 46,40 bar
Razão entre volume de gás a 1 atm e líquido saturado a 1 atm 625

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CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

Calor latente de vaporização a 1 atm 510 KJ/kg


Poder calorífico superior 37691 KJ/kg
Poder calorífico inferior 33934 KJ/kg

3.2.2. Fatores de conversão

1 ton/ano GNL = 3,6 Nm³/dia gás


1 ton GNL = 1300 Nm³ gás
1 m³ GNL = 590 Nm³ gás
1 ton GNL = 52 milhões BTU
densidade GNL = 0,454

3.3 - Liquefação do gás natural

Para proceder a liquefação do gás natural deve-se remover a umidade, o gás


carbônico , e o gás sulfídrico, se existente, para evitar a condensação destes nos
trocadores de calor e corrosão nos equipamentos.

Quanto aos outros componentes não é necessária sua remoção, pois, tanto o
etano quanto o propano não se solidificam à temperatura de liquefação do metano. Os
hidrocarbonetos mais pesados são retirados antes de se proceder a liquefação.

A unidade de liquefação é o elemento central de um projeto de GNL, onde a


temperatura do gás natural é reduzida a -160º C, ponto em que ele se torna líquido.
Esta instalação, construída em locais de bom calado (mínimo 14 m), em baía abrigada
e o mais próximo possível dos campos produtores, compõe-se basicamente, de uma
unidade de tratamento, do conjunto de trocadores de calor e dos tanques de
armazenagem.

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

Figura 3.3 - Desenho esquemático de uma usina de liquefação

Diversos ciclos termodinâmicos são empregados na liquefação do gás natural,


a seguir descreveremos os principais.

3.3.1 - Ciclo Joule-Thomson

O gás natural após purificação é comprimido a pressões em torno de 200 bar, o


calor da compressão é retirado em um resfriador posteriormente empregando água, a
seguir sua temperatura é reduzida por troca térmica com a corrente de gás natural frio,
que retornará a sucção do compressor, passando então por uma expansão
isoentálpica onde uma fração (y) é liquefeita. A fração não liquefeita é usada para
retirar calor, retornando a seguir para a sucção do compressor, conforme já
mencionado.

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CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

Figura 3.4 – Ciclo Joule-Thomson para liquefação de gás

3.3.2 - Ciclo em Cascata

O ciclo termodinâmico denominado ciclo em cascata é uma variação do ciclo


Joule-Thomson. Neste ciclo, o metano após compressão e purificação sofre 3 ou mais
estágios de resfriamento (água, amônia e etileno, por exemplo), sendo a seguir
expandido e liquefeito.

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CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

Figura 3.5 – Ciclo de liquefação em cascata

3.3.3 - Ciclo MRL (mixed refrigerant loop)

Esse ciclo é um aperfeiçoamento do ciclo em cascata. No caso atinge-se


eficiências energéticas da mesma ordem do ciclo em cascata, mas utiliza-se apenas
um compressor, o que simplifica sua operação.

Nesse ciclo, o refrigerante é uma mistura de metano, etano, propano e butano,


que é comprimido em um único compressor. Os Estágios da cascata são formados no
trocador de calor, pela condensação seletiva da mistura.

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CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

Figura 3.6 – Ciclo MRL com adição de solvente para remoção do gás carbônico

3.3.4 - Ciclo aberto de expansão

Esse ciclo é particularmente adequado para localizações onde existe a


transferência de gás natural de um gasoduto de alta pressão, acima de 10 bar, para a
rede de distribuição de baixa pressão.

A energia de expansão, normalmente perdida na válvula redutora de pressão,


pode ser usada para liquefazer uma fração do gás, cerca de 10%. Assim, pode-se
produzir gás natural liquefeito sem consumo energético.

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CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

Figura 3.7 – Ciclo aberto de expansão

3.3.5 - Ciclo fechado de expansão

Esse ciclo utiliza um circuito fechado de refrigeração que emprega a


compressão e expansão de nitrogênio seco.

Embora não seja tão eficiente quanto o ciclo MRL, esse ciclo apresenta outras
vantagens, tais como ser mais compacto e dispensar o uso de vários fluidos
refrigerantes, o que é importante no caso de plantas transportáveis. Exige ainda
menores cuidados de manutenção, e garante uma operação mais segura.

3.3.6. Comparação entre os ciclos

Ciclo Vantagens Desvantagens Cons.


energético
(Kwh/Nm³)
Simplicidade. Alto consumo energético. 1,2 a 1,6
Joule-Thomson Operação simples Trocador opera em alta
pressão.
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CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

Em cascata Alta eficiência Complexidade operacional 0,6


energética.
Equipamentos
padronizados.
MRL Alta eficiência Controle rígido da mistura de 0,6
energética. refrigerantes
Operação simples
Ciclo fechado Único refrigerante Consumo energético 0,7
de Expansão (inerte). ligeiramente superior
Operação simples
Ciclo aberto de Sem consumo Limitado a situações 0
Expansão energético. específicas
Operação simples

3.4 – Transporte do Gás Natural Liquefeito

O transporte do gás natural liquefeito pode ser feito por navios, balsas, trens ou
caminhões.

O Transporte marítimo do gás liquefeito é tradicionalmente conhecido, existindo


hoje uma frota em operação de mais de 50 navios metaneiros. O Transporte marítimo
é empregado para exportações em larga escala deste combustível.

Em geral, os navios para transporte de gases liquefeitos são divididos em 3


grandes grupos:

‰ Navios totalmente pressurizados: transportam carga a temperatura


ambiente.
‰ Navios totalmente refrigerados: transportam carga a pressão atmosférica.
‰ Navios semi-refrigerados: Transportam a pressão e temperatura
intermediária.

Os Navios totalmente refrigerados para transporte de gases cuja temperatura


de ebulição a pressão atmosférica é muito baixa, requerem a utilização da tecnologia
criogênica na sua construção.

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CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

Os navios para transportar GNL são atmosféricos com capacidade na faixa de


40.000 m³ a 130.000 m³, temperatura de projeto de até -165ºC. São refrigerados com
isolamento térmico e em geral não possuem instalação para liquefação a bordo e
consomem o “boil-off”como combustível na máquina propulsora. Existem também
alguns navios para transporte de GNL que também podem transportar GLP. Os tipos
mais utilizados de navios para transporte de GNL são:

‰ Com tanques retangulares independentes


‰ Com tanques esféricos independentes (MOSS ROSENBERG)
‰ Com tanques de sistema de membrana. (TECHNIGAZ e GAS
TRANSPORT).

Os primeiros transportes de GNL em larga escala aconteceram entre a Argélia


e a França e a Inglaterra.

Um metaneiro opera a uma temperatura de -160ºC e uma pressão em torno de


1060 mbar, com um máximo de 1200 mbar.

Um metaneiro conserva na volta uma carga de GNL para manter seus


reservatórios frios.

O esfriamento é a operação que consiste em pulverizar GNL nos reservatórios


para estabelecer uma temperatura interna igual a temperatura de carregamento do
GNL. Ela dura cerca de 10 horas e consome menos de 1000 m³ de GNL.

O carregamento e o descarregamento são previstos para durar de 12 a 16


horas, aproximadamente.

3.5 – Terminais Metaneiros

A função essencial do terminal metaneiro é permitir a estocagem, a curto


prazo, do GNL – gás natural liquefeito – para permitir o fornecimento de gás
continuamente aos consumidores entre a chegada de dois navios.

O terminal pode ter função também de ajustar o poder calorífico ou de proceder


a odorização do gás por razões de segurança na distribuição.

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

3.6 – Terminal de regaseificação

Os terminais para desembarque do gás situam-se junto aos centros de


consumo, em locais de águas profundas e abrigadas. Seus principais
elementos são os tanques de estocagem e os regaseificadores, além dos
equipamentos complementares, conforme representado no esquema.

Figura 3.8 – Terminal de regaseificação

Os regaseificadores podem usar água do mar para reaquecer o GNL, ou


vapor quando há uma termelétrica nos arredores, como é muito freqüente.
Neste caso, a expansão do gás ao se vaporizar poderá acionar turbinas,
capazes de adicionar alguma potência à termelétrica. Há ainda uma
possibilidade de usar o frio liberado na regaseificação para indústria de
alimentos.

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 3 GAS NATURAL LIQUEFEITO

3.7. O Transporte a grandes distâncias: GNL versus Gasoduto

Os fatores que direcionam o mercado internacional para uma maior


participação do GNL.

‰ Aumento nas distâncias geográficas entre as reservas e o mercado.


‰ Gasodutos existentes de países exportadores nos limites de capacidades.
‰ Países importadores desejam diversificar suas fontes de suprimento.
‰ O aumento das instabilidades políticas afetando o fornecimento por
gasodutos.
‰ Mercados remotos distantes das redes de gasoduto favorecem o
estabelecimento de terminais.
‰ A maior capacidade das centrais de geração de energia para comprar gás a
um preço mais alto e significantes volumes.

3.8 – Recuperação do frio do GNL

Num complexo industrial a utilização do frio do GNL podem ser esquematizados nas
seguintes etapas:

‰ O GNL é armazenado a - 160ºC e as evaporações são recicladas.


‰ O GNL é bombeado para dar início ao ciclo de regaseificação. Há um aumento de
temperatura (perda de frio) de - 160ºC até -148ºC que corresponde ao aumento do
aquecimento devido ao aumento de pressão de GNL por bombas criogênicas de
alta pressão.
‰ Entre –148 ºC e -100ºC as frigorias são utilizadas na produção de oxigênio e
nitrogênio, sob a forma líquida e gasosa.
‰ Entre -100ºC e - 50ºC a energia das frigorias serve para suprir instalações
frigoríficas e para liofilização, como o processo de conservação de alimentos.
‰ De - 50ºC até a temperatura ambiente , o GNL é aquecido pelos fluidos quentes
industriais (circuitos de resfriamento), e em temperaturas intermediárias permite a
obtenção do gelo.

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 4 ARMAZENAMENTO DO GAS NATURAL

4 - Armazenamento de gás natural

O armazenamento de gás natural permite modular o fornecimento de gás aos


consumidores para atender a momentos críticos da demanda.

Nos períodos em que ocorre queda no consumo de gás, o gás é armazenado,


que pode ser na forma gasosa ou liquefazendo-o em unidades “peak-shaving”.

4.1 – Armazenamento na forma gasosa

4.1.1 – Armazenamento a baixa pressão

Antes do advento das linhas de transmissão de gás a alta pressão,


reservatórios de baixa pressão eram utilizados para atender, exclusivamente, os picos
diários de demanda.

Com o advento do gás natural a alta pressão esses tipos de reservatórios não
são mais utilizados, a não ser em situações particulares.

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 4 ARMAZENAMENTO DO GAS NATURAL

Figura 4.1 – Reservatório de baixa pressão com pistão

Figura 4.2 – Reservatório de baixa pressão vedado com água (gasômetro)


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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 4 ARMAZENAMENTO DO GAS NATURAL

4.1.2 – Armazenamento a alta pressão

Essas instalações compreendem geralmente uma série de vasos cilíndricos,


interligados entre si, com dimensionamento estabelecido em função do volume a ser
armazenado e da pressão de projeto.

Durante os períodos de pico de demanda, o gás é previamente aquecido para


evitar problemas de condensação. Nos períodos “off-peak” uma parte do gás da rede é
desviada e comprimida nos reservatórios.

Uma alternativa de custo ligeiramente superior consiste em substituir a bateria


de vasos de pressão por longas tubulações chamadas “nest-of-pipes” que são
projetadas para pressões bem mais elevadas: normalmente entre 70 e 80 bars.

Figura 4.3 – Sistema de armazenagem do tipo “Nest of pipes”

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 4 ARMAZENAMENTO DO GAS NATURAL

4.2 – O armazenamento subterrâneo na fase gasosa

Vários fatores tornam necessário recorrer às estocagens subterrâneas para


poder assegurar da maneira a mais econômica possível a adaptação da produção ao
consumo do gás (gás natural ou gás liquefeito de petróleo).

As capacidades de estocagem do gás a prever dependem das flutuações do


consumo e da produção. Quando é necessário estocar grandes volumes a estocagem
convencional na superfície não é mais econômica. Deve-se então estocar em
subterrâneo, escolhendo para cada caso e em função das possibilidades geológicas,
as técnicas mais apropriadas.

A Estocagem subterrânea possui, além do interesse econômico quando as


quantidades estocadas são altas, uma grande vantagem em relação à superfície: a
segurança.

Existem dois grandes tipos de estocagem subterrânea do gás:

A Estocagem em meio poroso, que consiste em utilizar os vazios


microscópicos existentes em certas rochas porosas para ali estocar o gás no estado
gasoso e sob pressão.

A Estocagem em cavernas, especialmente criadas para isto ou já existentes,


para a estocagem do gás no estado gasoso sob pressão ou no estado líquido.

4.2.1 – A Estocagem do gás em meio poroso

4.2.1.1 – A Estocagem do gás em terrenos aquíferos

Consiste em criar artificialmente uma jazida de gás num reservatório poroso,


deslocando a água ali contida e substituindo-a pelo gás.

O gás deve ser injetado sob pressão de maneira a expelir a água. O


reservatório poroso é penetrado pelo gás a estocar. O tipo de estocagem mais usual é
o anticlinal. Esse tipo de reservatório deve ser estanque, isto é, a rocha-reservatório
porosa deve ser recoberta por uma camada impermeável ao gás, no mínimo até uma

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 4 ARMAZENAMENTO DO GAS NATURAL

certa pressão correspondendo à pressão máxima necessária ao gás para poder


deslocar a água no reservatório.

4.2.1.2 – A Estocagem do gás em jazidas esgotadas

Esse método é estreitamente ligado à estocagem em meio aquífero e utiliza,


como esta última, estruturas comportando uma rocha reservatório e uma rocha de
cobertura.
Como se trata de reutilizar os vazios deixados pela produção de óleo e/ou gás
de um gás de um campo em curso de produção ou já abandonado, as informações
essenciais sobre a estrutura do reservatório já são conhecidas devido à exploração e à
produção que já foram realizadas e também os riscos geológicos assim como o custo
de exploração são consequentemente muito mais reduzidos.

4.2.2 – A Estocagem do gás em cavernas salinas

A estocagem do gás em cavernas salinas consiste em criar grandes cavernas


subterrâneas dissolvendo com água doce ou com água do mar formações salíferas
mais ou menos puras.

O sal é apropriado para a estocagem do gás devido a sua perfeita


impermeabilidade ao gás. A dissolução do sal com água doce ou água do mar,
chamada “lavagem” é efetuada a partir de um poço perfurado até a formação salífera,
por intermédio de equipamentos tubulares descidos neste poço.

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 4 ARMAZENAMENTO DO GAS NATURAL

Figura 4.5 – Reservatório de gás em cavernas salinas

4.3 – O Armazenamento na fase líquida

A estocagem de GNL a baixa temperatura é geralmente realizada à pressão


atmosférica em reservatórios de superfície ou semi-enterrados.

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Transporte do Gás Natural
CAPÍTULO 4 ARMAZENAMENTO DO GAS NATURAL

Figura 4.6 – Reservatório de GNL semi-enterrado

_____________________________________________________________________
Transporte do Gás Natural
Bibliografia

1. Paul Poulallion, Manual do Gás Natural, 1986

2. Cícero Sena, Apostila de Transporte de Gás Natural, 2000

3. Norma Petrobrás N-2246, Pré-operação, Operação de Gasodutos Terrestres

4. Alberto de Sousa Brito, Gás Natural Liquefeito: Produção e Aplicações,


Seminário de Gás Natural, 1986
Anexo #1 : Estações de regulagem e medição de Gás Natural

Configurações típicas de Estações de Regulagem e medição de Gás


Natural

1. Estações de regulagem e/ou medição

As Estações de regulagem e/ou medição se destinam ao controle automático


da pressão de gás, à segurança contra o excesso de pressão dos sistemas instalados
à jusante e à medição dos volumes de gás transferidos a outros sistemas e/ou
companhias.

2. Normas

A Norma ABNT NBR 12712 que trata dos sistemas de transmissão e


distribuição de gás combustível, é essencialmente baseada na ANSI B 31.8, na DIN
3380 na DIN 3381, na IGE/.TD/9 e na IGE/TD/10.

No tocante às Estações de Regulagem e/ou Medição de Gás Natural podemos


afirmar que, os aspectos relativos à regulagem de pressão e segurança são
influenciados pelos padrões Europeus enquanto que os relativos à medição de vazão
e cálculos de volume de gás são definidos pelos padrões dos EUA.

1
Anexo #1 : Estações de regulagem e medição de Gás Natural

3. Simbologia

2
Anexo #1 : Estações de regulagem e medição de Gás Natural

4. Configurações típicas de regulagem e Segurança

As configurações básicas dos conjuntos de regulagem e segurança estão


definidas na norma ABNT NBR-12712, onde também deve ser verificada a estratégia
de segurança a ser adotada. O número e os tipos de dispositivos de segurança
dependem, essencialmente, da diferença absoluta e da relação entre as pressões de
entrada e saída.

Configuração Simples

A configuração simples é a adotada para usuários cujos processos não


requeiram a garantia da continuidade de fornecimento de gás e que admitem parada
para manutenção.

3
Anexo #1 : Estações de regulagem e medição de Gás Natural

Configuração Monitor Ativo

A configuração monitor ativo é a adotada para usuários cujos processos requeiram a


garantia da continuidade de fornecimento de gás porém, admitem paradas não
programadas para manutenção.

Configuração Bypass

A configuração bypass é a adotada para usuários cujos processos requeiram a


garantia da continuidade de fornecimento de gás e não admitem paradas não
programadas para manutenção.
Esse tipo de configuração é adotada para consumidores industriais e
companhias de distribuição de gás.

4
Anexo #1 : Estações de regulagem e medição de Gás Natural

5. Configurações típicas de Medição de Gás natural

Medição com placa de orifício

Medição com Turbina

5
Anexo #1 : Estações de regulagem e medição de Gás Natural

Estação Típica com Placa de Orifício

Estação Típica com Turbina

6 - Equipamentos e Materiais

6.1 - Geral
Os equipamentos e materiais de tubulação utilizados em Estações de
Regulagem e/ou Medição de Gás Natural devem seguir o estipulado na N-76.

6.2 – Válvulas de Bloqueio

Válvulas do tipo esfera devem ser utilizadas para a função de bloqueio.


Quando utilizadas imediatamente a montante de medidores de vazão, devem ser do
tipo passagem plena, no mesmo diâmetro do medidor para evitar distúrbios no fluxo de
gás.
6
Anexo #1 : Estações de regulagem e medição de Gás Natural

Válvulas do tipo macho, que utilizem graxa para garantir a estanqueidade, não
devem ser utilizadas tendo em vista os danos provocáveis pela graxa em reguladoras
e medidores.

Válvula borboleta não são utilizadas para bloqueio, somente nos casos de
baixa pressão diferencial.

6.3 – Atuadores de válvulas de bloqueio

Sempre que necessário a atuação remota devem ser utilizados atuadores


pneumáticos, comandados por solenóides, alimentados pelo gás natural.

6.4 – Válvulas de retenção

São utilizadas, na configuração bypass, para atuarem na seletividade dos


dispositivos de segurança da estação de modo a não permitir o bloqueio simultâneo
das válvulas de bloqueio de emergência. Devem ser do tipo portinhola de baixa
pressão diferencial e alta estanqueidade.

6.5 – Equipamentos de Filtragem e separação

Os contaminantes sólidos, “poeira”, apresentam uma proporção elevada de


óxidos de ferro de várias origens. Depósitos de “poeira” podem ser encontrados
“distribuídos” ao longo dos sistemas de transporte e processamento e são deslocados
quando a velocidade do gás atinge valores críticos. A presença de água, Dióxido de
carbono e compostos de enxofre provoca a corrosão interna, gerando a formação de
óxidos de ferro (pó preto).

Os contaminantes líquidos podem ser originados, também, de várias formas.


Falhas na separação gás/líquido, gás mais rico do que o especificado para o projeto,
óleo lubrificante de compressores alternativos e outros.

6.6 - Cromatógrafo

7
Anexo #1 : Estações de regulagem e medição de Gás Natural

Sempre que houver correntes distintas de gás natural fluindo para um ponto de
entrega (venda) e/ou o volume medido justificar, deverão ser instalados cromatógrafos
dedicados para gás natural.

6.7 – Reguladores de Pressão

Tem a finalidade de reduzir pressões variáveis de entrada a uma pressão


constante de saída, dentro de uma faixa de vazões.

6.8 – Válvulas de Bloqueio automático

É um equipamento projetado para fechar rapidamente no evento de uma


condição anormal no processo. Podem provocar a interrupção da corrente gasosa por
alta vazão, baixa pressão ou alta pressão. Usualmente são empregadas para proteção
contra alta pressão, provocada por defeito na reguladora de pressão correspondente.

6.9 – Válvulas de segurança e alívio

6.10 – Medidores

“Um contrato para compra ou venda de gás deve fazer muito mais do que
simplesmente estabelecer o preço unitário. Ele deve abordar todos os assuntos
referentes à maneira de executar a medição, considerando os limites técnicos e
contábeis de uma medição comercial. Ele deve, tanto quanto possível, prevenir as
disputas garantindo um perfeito entendimento entre comprador e vendedor e, também,
ser aplicável como base para as eventuais disputas que possam surgir”.
(Principles and Pratice of Flow Meter Engineering – L. K. Spink

Um dos aspectos mais importantes em sistemas de medição comercial é a


capacidade da “demonstração” da correção dos resultados.

Em sistemas com placas de orifício esta demonstração é feita através de


cálculos normalizados pela ANSI/API 2530 (AGA3) e pela calibração dos instrumentos
primários e secundários.

8
Anexo #1 : Estações de regulagem e medição de Gás Natural

No caso de sistemas que utilizam medidores tipo turbina esta “demonstração”


só poderá ser efetuada através de provadores. Na configuração apresentada para
medição com turbina está prevista a utilização de provador do tipo “master meter”.

9
Anexo #2 do Curso Transporte do Gás Natural

Estação de Compressores

Compressão adiabática ideal

k= CP/CV = constante

pvk = cte.

T2/T1 = (P2/P1)(k-1)/k

Pvn = constante

Características do sistema

• Pressão de sucção (p1) • Vazão de operação


• Temperatura de sucção (t1) • Potência de compressão
• Natureza molecular do gás • Temperatura de descarga
• Pressão de descarga (p2) • eficiência

Controle de capacidade

O controle de capacidade pode ser modulado por:


• Pressão de sucção
• Pressão de descarga
• Vazão

Classificação quanto a concepção

Volumétricos Alternativos

Rotativos (Palhetas, Parafusos, Lóbulos)

Dinâmicos Centrífugos

Axiais

1 __________________________________________________________________
Anexo #2 do Curso Transporte do Gás Natural

Controle e Proteção de compressores alternativos

O controle de capacidade pode ser de modo contínuo ou por degraus.

Métodos de controle de capacidade

• Parada e partida do acionador


• Recirculação
• Variação de rotação
• Estrangulamento na sucção
• Alívio das válvulas de sucção
• Variação do volume morto

Presença de líquido no interior dos cilindros

A formação de líquido não está associada à compressão do gás.

O aparecimento de líquido no interior do cilindro é motivada por:

• Arraste da corrente gasosa devido ao mau funcionamento do separador de


umidade.
• Formação de líquido por condensação quando a temperatura de operação das
paredes do cilindro for inferior a temperatura de sucção.

Limites Operacionais de Compressores Centrífugos

Os limites são limitados por dois fenômenos:

• Surge
• stonewall

2 __________________________________________________________________
Anexo #2 do Curso Transporte do Gás Natural

Controle de capacidade em compressores centrífugos

• Variação de rotação
• Estrangulamento na sucção
• Mudança no ângulo das pás guias

3 __________________________________________________________________
Anexo 3: DIMENSIONAMENTO DE
GASODUTOS
Chapter I I

Transportation

11.1 Introduction

Unlike other products that are packaged and transported by vehicles,


commercial natural gas is continuously transported through pipelines. The
transmission of natural gas to the consumer may be divided into three dis-
tinct pipeline units: the gathering system, the main trunk line, and the dis-
tribution lines. This chapter focuses on design and operation of natural
gas pipelines in onshore and offshore fields.

11.2 Pipeline Design

Many factors must be considered in the design of long-distance gas pipe-


lines. These include the nature and volume of the gas to be transmitted,
the length of the line, the type of terrain to be crossed, and maximum ele-
vation of the route. After a gas compression station is located and sized,
the gathering system is designed. This involves the location of the wells,
the ability of right of way, the amount of gas to be handled, the distance to
be transported, and the pressure difference between the field and the main
transmission line. The gas wells are generally located in groups around a
geological structure or within the defined limits of a pool or gas reservoir.
In a new field, the gather system must be large enough to handle the pro-
duction of additional leases. The gathering system is made up of branches
that lead into trunk lines. The trunk line is small at the most distant well
and, as more wells along the line are attached to it, the line must be larger
to accommodate the greater volume of gas. In addition to the gathering
system and major trunk pipelines, there is also a network of smaller-
diameter feeder and transmission mains that may carry gas to consumption
centers. In addition, complex systems of still smaller-diameter distribu-
tion piping run to individual homes, shops, and factories.
A successful design of a transmission system requires a team of well-
trained and experienced engineering and legal staff. Complex engineering
studies are needed to decide on diameter, yield strength, and pumping
horsepower required to give the optimum results for any particular pipe-
line transmission system. Computer programs that enable high-pressure
gas transmission networks to be dynamically simulated on a digital com-
puter have been developed and are used by gas pipeline operating compa-
nies and service companies. Several designs are usually made so that the
economical one can be selected. The maximum capacity of a pipeline is
limited by its initial parameters of construction. In general, the tendency
is to use higher transmission pressures and strong materials of construc-
tion. For economic operation, it is important to preserve full pipeline
utilization.

11.2.1 Sizing Pipelines

The capacity of gas transmission of a pipeline is controlled mainly by its


size. Complex equations have been developed for sizing natural gas pipe-
lines in various flow conditions. The Weymouth equation, the Panhandle
equation, and the Modified-Panhandle equation are used for relating the
volume transmitted through a gas pipeline to the various factors involved,
thus deciding the optimum pressure and pipe dimensions. From equations
of this type, various combinations of pipe diameter and wall thickness for
a desired rate of gas throughout can be calculated. An optimum balance is
sought between pipe tonnage and pumping horsepower.

11.2.1.1 Definition of Friction Factor

In addition to the size of a pipeline, the pressure and capacity of gas trans-
mission of a pipeline are primarily limited by the resistance to flow from
the pipe wall. Flow of natural gas in pipelines always results in some
mechanical energy being converted into heat. The so-called lost work,
represents all energy losses resulting from irreversibilities of the flowing
stream. In the case of single-phase gas flow in a pipe, these irreversibili-
ties consist primarily of friction losses: internal losses due to viscosity
effects and losses due to the roughness of the inner wall of the pipeline.
Under turbulent flow conditions that always exist in natural gas transmis-
sion pipelines, nature does not allow the energy losses of actual systems
to be predicted theoretically; they must be determined by actual experi-
ment and then correlated as some function of the flow variables. The lost
work is usually calculated using a friction factor by dimensional analysis.
It can be shown that the friction factor is a function of the Reynolds
number and of the relative roughness of pipe.
The first law of thermal dynamics (conservation of energy) is the theoret-
ical basis of most fluid flow equations. Under steady-state fluid and heat
flow conditions, the conservation of energy gives the expression for the
pressure gradient due to viscous shear or frictional losses as (Ikoku 1984;
Katz and Lee 1990):

(11.1)

where
pressure, lbf/ft

fluid density, lbm/ft3


mechanical energy (loss of work) converted to heat, ft-lbf/lbm
pipe length, ft

The equation that relates lost work per unit length of pipe and the flow
variables is (Ikoku 1984; Katz and Lee, 1990):

(11.2)

where
flow velocity, ft/sec
gravitational conversion factor = 32.17 lb m ft/lbf sec2
pipe diameter, ft
Moody friction factor
Substituting Equation (11.2) into Equation (11.1) gives:

(11.3)

which is a differential equation governing frictional pressure drop in a


pipe. It must be noted that fluid density and velocity are functions of local
pressure. A similar equation, using the Fanning friction factor,/', is

(11.4)

11.2.1.2 Reynolds Number

The Reynolds number (NRe) is defined as the ratio of fluid momentum


force to viscous shear force. The Reynolds number can be expressed as a
dimensionless group defined as

(11.5)

where
pipe ID, ft
fluid velocity, ft/sec
fluid density, lbm/ft3
fluid viscosity, lbm/ft-sec

The Reynolds number can be used as a parameter to distinguish between


laminar and turbulent fluid flow. The change from laminar to turbulent
flow is usually assumed to occur at a Reynolds number of 2,100 for flow
in a circular pipe. If U.S. field units of ft for diameter, ft/sec for velocity,
lbm/ft for density and centipoises for viscosity are used, the Reynolds
number equation becomes

(11.6)
If a gas of specific gravity yg and viscosity ju (cp) is flowing in a pipe with
an inner diameter D (in) at flow rate q (Mcfd) measured at base conditions
of Tb (0R) and pb (psia), the Reynolds number can be expressed as:

(11.7)

As Tfr is 520 0R and pb varies only from 14.4 psia to 15.025 psia in the
United States, the value of IWpblTb varies between 19.69 and 20.54. For
all practical purposes, the Reynolds number for natural gas flow problems
may be expressed as

(11.8)

where
gas flow rate at 60 0 F and 14.73 psia, Mcfd

gas-specific gravity (air = 1)

gas viscosity at in-situ temperature and pressure, cp


pipe diameter, in

11.2.1.3 Relative Roughness

The frictional losses of fluid energy and pressure depend on the roughness
of the inside wall of a pipe. Wall roughness is a function of pipe material,
method of manufacture, and the environment to which it has been
exposed. From a microscopic sense, wall roughness is not uniform, and
thus the distance from the peaks to valleys on the wall surface will vary
greatly. The absolute roughness,^, of a pipe wall is defined as the mean
protruding height of relatively uniformly distributed and sized, tightly
packed sand grains that would give the same pressure gradient behavior
as the actual pipe wall.
Analysis has suggested that the effect of roughness is not due to its abso-
lute dimensions, but to its dimensions relative to the inside diameter of
the pipe. Relative roughness, eD, is defined as the ratio of the absolute
roughness to the pipe internal diameter:

(11.9)

where £and D have the same unit.


The absolute roughness is not a directly measurable property for a pipe,
which makes the selection of value of pipe wall roughness difficult. The
way to evaluate the absolute roughness is to compare the pressure gradi-
ents obtained from the pipe of interest with a pipe that is sand-roughened.
If measured pressure gradients are available, the friction factor and Rey-
nolds number can be calculated and an effective eD obtained from the
Moody diagram. This value of eD should then be used for future predic-
tions until updated. If no information is available on roughness, a value of
8= 0.0006 inches is recommended for tubing and line pipes.

11.2.1.4 Equations for Friction Factor

Fluid flow ranges in nature between two extremes: laminar or streamline


flow and turbulent flow. Within this range are four distinct regions: laminar,
critical, transition, and turbulent flow. Figure 11-4 is a Moody friction
factor chart covering the full range of flow conditions. It is a log-log graph
of (log/) versus (log NRe). Due to the characteristics of the complex nature
of the curves, the equation for the friction factor in terms of the Reynolds
number and relative roughness varies for each of the four regions.

11.2.1.4.1 Laminar Single-Phase Flow

The friction factor for laminar flow can be determined analytically. The
Hagen-Poiseuille equation for laminar flow is

(11.10)
Relative Roughness

Turbue
l nt Fo
lw
Friction Factor

Lamn
i ar
Fo
lw

Reynolds Number
Figure 11-1 Moody friction factor chart (Moody 1944).

Equating the frictional pressure gradients given by Equation (11.3) and


Equation (11.10) gives

(11.11)

which yields

(11.12)

11.2.1.4.2 Turbulent Single-Phase Flow

Studies of turbulent flow have shown that the velocity profile and pressure
gradient are very sensitive to the characteristics of the pipe wall, that is, the
roughness of the wall. Although a number of empirical correlations for
friction factors are available, only the most accurate ones are presented.
For smooth wall pipes in the turbulent flow region, Drew, Koo, and
McAdams (1930) presented the most commonly used correlation:

(11.13)

which is valid over a wide range of Reynolds numbers,

For rough wall pipes in the turbulent flow region, the effect of wall rough-
ness on friction factor depends on the relative roughness and Reynolds
number. Nikuradse (1933) friction factor correlation is still the best one
available for fully developed turbulent flow in rough pipes:

(11.14)

This equation is valid for large values of the Reynolds number where the
effect of relative roughness is dominant. Guo and Ghalambor (2002)
showed that the Nikuradse friction factor correlation is also valid for gas
flows with solid particles and liquid mist.
The correlation that is used as the basis for modern friction factor charts
was proposed by Colebrook (1938):

(11.15)

which is applicable to smooth pipes and to flow in transition and fully


rough zones of turbulent flow. It degenerates to the Nikuradse correlation at
large values of the Reynolds number. Equation (11.15) is not explicit in/.
However, values of/can be obtained by an numerical procedure such as
Newton-Raphson iteration. An explicit correlation for friction factor was
presented by Jain (1976):

(11.16)
This correlation is comparable to the Colebrook correlation. For relative
roughness between 10~6 and 10~2 and the Reynolds number between
5 x 103 and 108, the errors were within ±1.0% when compared with the
Colebrook correlation. Therefore, Equation (11.16) is recommended for
all calculations requiring friction factor determination of turbulent flow.

11.2.1.5 Theoretical Pipeline Equations

Designing a long-distance pipeline for transportation of natural gas


requires knowledge of flow formulas for calculating capacity and pres-
sure requirements. There are several equations in the petroleum industry
for calculating the flow of gases in pipelines. In the early development of
the natural gas transmission industry, pressures were low and the equa-
tions used for design purposes were simple and adequate. However, as
pressure increased to meet higher capacity demands, more complicated
equations were developed to meet the new requirements. Probably the
most common pipeline flow equation is the Weymouth equation, which is
generally preferred for smaller-diameter lines (D < 15 in). The Panhandle
equation and the Modified Panhandle equation are usually better for
larger-sized transmission lines.
Based on the first law of thermal dynamics, the total pressure gradient is
made up of three distinct components:

(11.17)

Q
where —psin# is the component due to elevation or potential energy
Sc
change; — — is the component due to frictional losses; and Pu u is the
2gcD gcdL
component due to acceleration or kinetic energy change.
The elevation component is pipe angle dependent. It is zero for horizontal
flow. The friction loss component applies to any type of flow at any pipe
angle and causes a pressure drop in the direction of flow. The acceleration
component causes a pressure drop in the direction of velocity increase in
any flow condition in which velocity changes occurs. It is zero for
constant-area, incompressible flow.
Equation (11.17) applies for any fluid in steady-state, one-dimensional
flow for which /?, /, and u can be defined. It is in differential equation
form and would have to be integrated to yield pressure drop as a function
of flow rate, pipe diameter, and fluid properties.
Consider steady-state flow of dry gas in a constant-diameter, horizontal
pipeline. The mechanical energy equation, Equation (11.3), becomes

(11.18)

which serves as a base for development of many pipeline equations. The


difference in these equations originated from the methods used in
handling the z-factor and friction factor. Integrating Equation (11.18)
gives

(11.19)

If temperature is assumed to be constant at average value in a pipeline, T,


and gas deviation factor, ~z , is evaluated at average temperature and
average pressure, p , Equation (11.19) can be evaluated over a distance L
between upstream pressure, pu and downstream pressure, p2:

(11.20)

where

gas gravity (air= 1)


gas flow rate, MMscfd (at 14.7 psia, 60 0F)

average temperature, 0R

gas deviation factor at T and p

{px+p2)l2
pipe length, ft
D = pipe internal diameter, in.
/ = Moody friction factor

Equation (11.20) may be written in terms of flow rate measured at arbi-


trary base conditions (Tb andpb):

(11.21)

where C is a constant with a numerical value that depends on the units


used in the pipeline equation. If L is in miles and q is in scfd, C = 77.54.
The use of Equation (11.21) involves an iterative procedure. The gas
deviation factor depends on pressure and the friction factor depends on
flow rate. This problem prompted several investigators to develop pipe-
line flow equations that are noniterative or explicit. This has involved
substitutions for the friction factor/. The specific substitution used may
be diameter-dependent only (Weymouth equation) or Reynolds number
dependent only (Panhandle equations).

11.2.1.5.1 Weymouth Equation for Horizontal Flow

Equation (11.21) takes the following form when the unit of scfh for gas
flow rate is used:

(11.22)

where I— is called transmission factor. The Moody friction factor may


VJ
be a function of flow rate and pipe roughness. If flow conditions are in the
fully turbulent region, Equation (11.16) degenerates to

(11.23)
where/depends only on the relative roughness, eD. When flow conditions
are not completely turbulent,/depends on the Reynolds number also:

(11.24)

Therefore, use of Equation (11.22) and Equation (11.24) requires a trial-


and-error procedure to calculate qh . To eliminate the trial-and-error pro-
cedure, Weymouth proposed that / vary as a function of diameter in
inches as follows:

(11.25)

With this simplification, Equation (11.22) reduces to

(11.26)

which is the form of the Weymouth equation commonly used in the nat-
ural gas industry.
The use of the Weymouth equation for an existing transmission line or for
the design of a new transmission line involves a few assumptions
including no mechanical work, steady flow, isothermal flow, constant
compressibility factor, horizontal flow, and no kinetic energy change.
These assumptions can affect accuracy of calculation results.
In the study of an existing pipeline, the pressure-measuring stations
should be placed so that no mechanical energy is added to the system
between stations. No mechanical work is done on the fluid between the
points at which the pressures are measured. Thus, the condition of no
mechanical work can be fulfilled.
Steady flow in pipeline operation seldom, if ever, exists in actual practice
because pulsations, liquid in the pipeline, and variations in input or output
gas volumes cause deviations from steady-state conditions. Deviations
from steady-state flow are the major cause of difficulties experienced in
pipeline flow studies.
The heat of compression is usually dissipated into the ground along a
pipeline within a few miles downstream from the compressor station.
Otherwise, the temperature of the gas is very near that of the containing
pipe and, as pipelines usually are buried, the temperature of the flowing
gas is not influenced appreciably by rapid changes in atmospheric
temperature. Therefore, the gas flow can be considered isothermal at an
average effective temperature without causing significant error in long-
pipeline calculations.
The compressibility of the fluid can be considered constant and an average
effective gas deviation factor may be used. When the two pressures p^ and
P2 lie in a region where z is essentially linear with pressure, then it is accu-
rate enough to evaluate z at the average pressure P =(p\ +P2)Il. One can
also use the arithmetic average of the z with z = (z\ + z2)/2 where z\ and
Z2 are obtained at ^ 1 and p2, respectively. On the other hand, should /J1
and p2 lie in the range where z is not linear with pressure (double-hatched
lines), the proper average would result from determining the area under
the z-curve and dividing it by the difference in pressure:

(11.27)

where the numerator can be evaluated numerically. Also, z can be evalu-


ated at an average pressure given by

(11.28)

Regarding the assumption of horizontal pipeline, in actual practice, trans-


mission lines seldom, if ever, are horizontal, so that factors are needed in
Equation (11.26) to compensate for changes in elevation. With the trend
to higher operating pressures in transmission lines, the need for these fac-
tors is greater than is generally realized. This issue of correction for
change in elevation is addressed in the next section.
If the pipeline is long enough, the changes in the kinetic-energy term can
be neglected. The assumption is justified for work with commercial trans-
mission lines.
Third trial:

which is close to the assumed 1,186,759 cfh

B. Using the Weymouth equation:

To speed up trial-and-error calculations, a spreadsheet program,


PipeCapacity.xls, was developed. The solution given by the
spreadsheet is shown in Table 11-1.

11.2.1.5.2 Weymouth Equation for Nonhorizontal Flow

Gas transmission lines are often nonhorizontal. Account should be taken


of substantial pipeline elevation changes. Considering gas flow from
point 1 to point 2 in a nonhorizontal pipe, the first law of thermal
dynamics gives:

(11.29)

Based on the pressure gradient due to the weight of gas column

(11.30)

and real gas law, Weymouth (1912) developed

the following equation:

(11.31)

where e = 2.718 and

(11.32)

and Az is equal to outlet elevation minus inlet elevation (note that Az is


positive when outlet is higher than inlet). A general and more rigorous
form of the Weymouth equation with compensation for elevation is

(11.33)

where Le is the effective length of the pipeline. For a uniform slope, Le is


defined as
(11.34)

For a nonuniform slope (where elevation change cannot be simplified to a


single section of constant gradient), an approach in steps to any number of
sections, n, will yield

(11.35)

where

(11.36)

11.2.1.5.3 Panhandle A Equation—Horizontal Flow

The Panhandle A pipeline flow equation assumes the following Reynolds


number dependent friction factor:

(11.37)

The resultant pipeline flow equation is thus

(11.38)

where q is the gas flow rate in cfd measured at Tb and pb, and other terms
are the same as in the Weymouth equation.
11.2.1.5.4 Panhandle B Equation—Horizontal Flow (Modified Panhandle)

Panhandle B equation is the most widely used equation for long transmis-
sion and delivery lines. It assumes that/varies as:

(11.39)

and it takes the following resultant form:

(11.40)

11.2.1.5.5 Clinedinst Equation—Horizontal Flow

The Clinedinst equation rigorously considers the deviation of natural gas


from ideal gas through integration. It takes the following form:

(11.41)

where
volumetric flow rate, Mcfd
pseudocritical pressure, psia
pipe internal diameter, in
pipe length, ft
pseudoreduced pressure

average flowing temperature, 0R


Yg = gas gravity, air =1.0
Zb = gas deviation factor at Tb and/?£, normally accepted as 1.0

Based on Equation (2.5) for pseudocritical pressure (Wichert and Aziz

1972), the values of the integral function J —dpr have been calculated
o z
for various gas-specific gravity values. The results are presented in
Appendix B.

11.2.1.6 Practical Pipeline Equations

11.2.1.6.1 Pipeline Efficiency

All pipeline flow equations were developed for perfectly clean lines filled
with gas. In actual pipelines, water, condensates, and sometimes crude oil
accumulate in low spots in the line. There are often scales and even
"junk" left in the line. The net result is that the flow rates calculated for
the 100 percent efficient cases are often modified by multiplying them by
an efficiency factor E. The efficiency factor expresses the actual flow
capacity as a fraction of the theoretical flow rate. An efficiency factor
ranging from 0.85 to 0.95 would represent a "clean" line. Table 11-2 pre-
sents typical values of efficiency factors.

Table 11-2 Typical Values of Efficiency Factors


Type of Line Liquid Content (gal/MMcf) Efficiency E
Dry-gas field 0.1 0.92
Casing-head gas 7.2 0.77
Gas and condensate 800 0.6
11.2.1.6.2 Transmission Factor

In addition to the pipeline efficiency E9 the transmission factor I— in

Equation (11.22) is used for further tuning the theoretical pipeline flow
equations. The transmission factor has long been the most difficult to
evaluate. Thus, the literature contains many different empirical transmis-
sion factors that have been used to meet the needs of pipeline engineers.
Table 11-3 presents some transmission factors that are the most signifi-
cant and have either best stood the test of usage or have strong founda-
tions in basic flow theories.
Table 11-3 Transmission Factors for Pipeline Flow Equations

Flow Equation Transmission Factor

Smooth pipe (laminar flow)

Weymouth

Panhandle A

Panhandle B

Rough pipe (fully turbulent flow)

11.2.1.6.3 Empirical Pipeline Equation

A general noniterative pipeline flow equation is written as


(11.42)

where the units are q in cfd measured at Tb and/?^, T in 0R, p in psia, L in


miles, and D in inches. The values of the constants are given in Table 11^4-
for the different pipeline flow equations.
Table 11-4 Constants for Empirical Pipeline Flow Equations

Equation a1 a2 a3 a4 a5

Weymouth 433.5 1 O5 O5 2.667


Panhandle A 435.87 1.0788 0.5394 0.4604 2.618
Panhandle B 737 1.02 0.51 0.49 2.53

11.2.1.7 Series, Parallel, and Looped Pipelines

It is often desirable to increase the throughput of an existing pipeline by


gathering gas from new gas wells. A similar type of problem may arise
when an existing pipeline must be "pressure derated" because of age (cor-
rosion, etc.) but this pipeline is desired to maintain the same throughput.
A common economical solution to these problems is to place one or more
lines in parallel, either partially or throughout the whole length, or to
replace a portion of the line with a larger one. This requires calculations
involving flow in series, parallel, and series-parallel (looped) lines. The
philosophy involved in deriving the special relationships used in the solu-
tion of complex transmission systems is to express the various lengths and
diameters of the pipe in the systems as equivalent lengths of common
diameter or equivalent diameter of a common length, there equivalent
means that both lines will have the same capacity with the same totally
pressure drop. For simplicity, illustrative examples will be based on the
Weymouth equation.

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