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Duas Palavras 1

DUAS PALAVRAS

DANDO a público este modesto volume, pretendemos acrescentar


uma pequenina achega aos estudos que se têm feito sobre a inspiração
divina da Escritura. Fará esta jus à reivindicação de superioridade sobre
os volumes sagrados das religiões pagãs? Será inteligente e racional a fé
no Livro adotado pelo cristianismo, ou é preciso, para crer em seus
ensinamentos, abdicar de parte da nossa personalidade pensante, do são
raciocínio?
Acompanhe-nos o benévolo leitor através deste feixe de páginas em
que tratamos do magno assunto com uma concisão quase lacônica, e
ousamos acreditar tire algum proveito espiritual e encontre a resposta a
essas e outras perguntas, que preocupam a muito espírito nobre e
indagador.
Desistimos quase da tarefa que nos havíamos proposto, diante da
vastidão do tema e do caudal de matéria como que a sufocar-nos,
reclamando inclusão. O assunto, com efeito, não é para um livro destas
dimensões: pediria alentada série de volumes.
Evitamos a fraseologia rebuscada, usando linguagem mais do nosso
agrado, mesmo porque a presente obra se propõe a ser um trabalho de
vulgarização. Aliás, se é verdade, como disse Bacon, que o estudo
profundo da filosofia nos atrai a Deus, ao passo que o superficial dEle
nos afasta, por outro lado também é certo que, para nos capacitarmos
cabalmente da existência da Divindade e do cunho autêntico das
Escrituras, bastam dois dedos de boa vontade e uma atitude humilde,
despretensiosa. Dispensam-se os largos arremessos aos domínios da
metafísica, muitas vezes nebulosos e estéreis.
Vem-se observando, nestes últimos anos, verdadeiro e auspicioso
renascimento espiritual, em relação à Bíblia, à velha Bíblia, por tantos
anos relegada ao mofo das prateleiras abandonadas. Esse renascimento
deve-se em parte às muitas obras que sobre o assunto se têm escrito. O
que é muito de lamentar é que muitas delas, bem intencionadas embora,
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semeiam sutis e perigosas heresias, como essa, muito comum, de
desfazer nos milagres divinos, atribuindo-os a causas explicáveis por
fenômenos da Natureza.
Levar o espírito do leitor a desviar-se desses e de outros ardis
traiçoeiros, adotando um justo e edificante conceito do Livro dos livros,
eis nosso intuito.
Que Se digne o Senhor de abençoar a humilde tentativa, e estimule
o leitor a penetrar mais fundo na mina inexaurível, em busca de novos e
mais abundantes filões do ouro precioso.

O Autor.

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