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AUTOMAÇÃO / Manutenção
16/05/2012 16:07:47
As intercorrências que envolvem problemas em motores elétricos são várias, mas a situação mais
grave é quando um motor se queima, ou seja, sofre total incapacidade de permanecer ou voltar a
operar normalmente.
Quando um motor desempenha função vital na máquina e acaba se queimando, sua substituição
inevitável pode provocar várias horas sem produção ou metas comprometidas.
• Instalação;
• Utilização;
• Manutenção.
A figura 1 mostra a interação das necessidades para prover requisitos mínimos que garantem
operacionalidade adequada aos motores elétricos.
As condições da instalação tratam de aspectos como presença de gases, fumaça, vapores,
umidade, calor, vibrações, enfim, agentes físicos que podem agredir o motor quando instalado num
ambiente. Também estão contempladas nos itens das condições da instalação a integridade do
acionamento elétrico, proteções do painel, e a qualidade da energia elétrica. O conjunto de
dispositivos que manobra, protege e monitora com energia adequada o motor, representa as
condições da instalação.
A condição de utilização de um motor refere-se à maneira de operá-lo e como utilizá-lo. São fatores
que normalmente nascem com a especificação do projeto-base, indicando o ciclo de operação, os
limites e os parâmetros normais para o bom funcionamento do motor e da máquina.
Metodologia 6 Sigma
Contando atualmente com mais de 3.700 motores elétricos instalados, o parque industrial de
motores na Unidade Suzano tem sua composição destacada na figura 3.
A etapa “Definir” do DMAIC permite determinar de forma precisa o escopo do projeto, e com isso é
possível elaborar o “Project Charter”.
Com base em fatos e dados confiáveis, temos na figura 4 os registros com o histórico de queima
de motores elétricos na unidade Suzano. A variabilidade e o número de motores queimados no
período sugerem ações de processo que têm grande potencial de eliminar as perdas com máquina
parada e custos com manutenção.
Motores elétricos queimados constituem um típico problema indesejável. Seus transtornos não só
afetam a disponibilidade operacional das máquinas como também o custo de manutenção. A
figura 5 mostra os impactos que os motores causaram com sua parada súbita.
Determinar a localização ou foco do problema representa a etapa “Medir” do DMAIC. Como exemplo
das análises que foram feitas, temos na figura 7, a área de celulose, onde 13% das queimas de
motores aconteceram no setor da Central de Lavagem, representando nove equipamentos
avariados no período analisado.
A análise também aponta investigações para outros setores com índices menores de ocorrências,
contudo não foram priorizados por não causarem descontinuidade na linha de produção.
O setor da Central de Lavagem foi explorado, e é possível identificar o foco de ocorrências no local
de aplicação conforme a figura 8, e as avarias observadas nos motores queimados estão
destacadas na figura 9.
As causas de avarias nos motores queimados do Fundo do Reator de Oxigênio aparecem na figura
10. Na figura 11 é mostrado o equipamento em questão. No posto do Fundo do Reator de Oxigênio,
5 motores de 40 CV já sofreram queima em 3 anos e 9 meses, com uma média de pelo menos um
motor queimado por ano.
Considerando que a vida útil de um motor, que esteja operando dentro de suas características de
placa e passando pelas devidas manutenções, ultrapasse os doze anos (segundo o artigo “Vida
Útil do Motor Elétrico”, fabricante WEG, maio/2007), a partir do qual seu desempenho comece a cair
“naturalmente” e seu bobinado possa ficar sujeito a uma “queima natural”, ações prioritárias
justificam a eliminação das causas das falhas.
Foi utilizado o “Diagrama de Causa e Efeito” (espinha de peixe) e aplicado a “técnica dos porquês”
para chegar à causa-raiz do problema com as queimas de motores no Fundo do Reator de
Oxigênio. Na tabela 2 temos a causa fundamental, a qual será foco no plano de ação, ou seja, trata
da etapa “Melhorar” no DMAIC, onde é possível propor, avaliar e implantar soluções para cada
problema prioritário.
A metodologia também foi replicada para a área de papel e seguiu-se o mesmo raciocínio com o
método DMAIC. Na figura 12, é possível verificar que as ocorrências estão distribuídas por vários
equipamentos na máquina B6. Dos equipamentos analisados na máquina B6, 48% indicam
queima dos motores que acionam bombas, sendo que as bombas centrífugas aparecem com
61,5% nas ocorrências, ou seja, 8 equipamentos falharam no período analisado.
Plano de ação
Com as causas fundamentais identificadas, o plano de ação 5W1H foi elaborado pela equipe de
trabalho do projeto e pode ser verificado na figura 13.
Atacar as causas prioritárias é fundamental para se eliminar as fontes geradoras dos problemas.
Na figura 14 temos o Pareto com as avarias nos motores, mas a causa-raiz é desconhecida.
Em 51% dos casos com falhas dos motores, no período de jan/2007 a set/2010, a avaria que é
observada, com o motor desmontado em oficina, é o “curto contra massa”. Consultando os
fabricantes de motores, este tipo de dano no enrolamento mostra defeitos de isolamento,
causados, caracteristicamente por contaminações, abrasão ou oscilação de tensão.
As variáveis críticas, que exercem grande efeito no problema e, aquelas que não podem ou não são
controladas, foram priorizadas.
Com isso, para suportar as demandas mapeadas no plano de ação, as equipes multidisciplinares,
executantes e operacionais foram treinadas na análise e detecção dos sintomas relacionados no
diagrama de causa e efeito. Treinamentos específicos de normas e padrões técnicos foram
aplicados a equipe de manutenção e também novos instrumentos foram adquiridos.
Um exemplo dos resultados positivos após a aplicação do plano de ação, pode ver visto na figura
16, onde a temperatura do motor teve seu valor reduzido após a remoção da obstrução na entrada
de ar.
A importância da temperatura na vida de um enrolamento do motor é fator fundamental. Para um
motor com classe de isolação “F” (padrão de isolação que é utilizado nos motores da Suzano), a
vida da isolação dobra ou diminui à metade para cada decréscimo ou acréscimo, respectivamente,
de 11 °C na temperatura - segundo a "Curvas de vida útil do isolamento" (IEEE 275).
Controle e resultados
Na fase “Controlar” é preciso garantir a manutenção dos resultados. Portanto, algumas ações
foram implantadas de forma sistemática.
Para garantir a execução dos trabalhos e uniformidade das ações de manutenção em campo ou
em oficina, foram implantados:
c) Controle do Fluxo de Motores na Oficina: o controle de queima dos motores passou a ser
monitorado semanalmente, com o auxílio da planilha Excel de lançamento das entradas dos
motores na Oficina Elétrica.
Na figura 17 podemos ver os resultados com motores removidos do local de instalação antes de
queimarem. As anomalias nesses motores foram detectadas pela equipe de sensitiva em campo.
Os ganhos acumulados na manutenção com motores não queimados estão destacados na figura
18.
Conclusão