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PARTE II

REVISÃO DE CONCEITOS TOPOGRÁFICOS


PLANO TOPOGRÁFICO
ROSA-DOS-VENTOS
COORDENADAS
ÂNGULOS HORIZONTAIS
ÂNGULOS VERTICAIS
TRANSFORMAÇÕES ANGULARES
LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS

Elaborada pelo Prof. Marcelo L. Macedo.


REVISÃO DE CONCEITOS TOPOGRÁFICOS

Esta rápida revisão tem por objetivo rever alguns conceitos e operações básicas da teoria
topográfica, sem os quais, torna-se difícil o entendimento dos procedimentos utilizados nos cálculos
e no desenho topográfico.

PLANO TOPOGRÁFICO – Plano horizontal imaginário situado, normalmente, abaixo da


superfície do terreno, no qual são projetados ortogonalmente, todos os pontos relevantes do terreno
a ser descrito.

A, B, C e D  vértices do terreno (pontos localizados na superfície).


A’, B’, C’e D’  projeções dos vértices no plano topográfico (pontos localizados no plano
topográfico).
É sobre o plano topográfico, que são tomadas as distâncias horizontais, tanto lineares como
angulares.

Elaborada pelo Prof. Marcelo L. Macedo. 12


ROSA-DOS-VENTOS

São de interesse para a topografia,


a direção definida pelos pontos cardeais
Norte e Sul e as indicações dos quadrantes
definidas pelos pontos colaterais neles
contidos.

COORDENADAS POLARES – São assim denominadas as coordenadas que descrevem a


posição de um ponto, utilizando um ponto de origem denominado pólo, a distância entre o pólo e o
ponto descrito e o ângulo formado entre o seguimento de reta que liga o pólo ao ponto descrito e
uma direção de referência.

P  Ponto descrito
O  Origem do sistema (pólo)

OY  Direção de referência.
  Ângulo formado entre OY e OP .
d  distância entre o pólo e o ponto descrido.

Caso o pólo seja um ponto georreferenciado, as coordenadas são denominadas de absolutas,


caso seja um ponto com definição na própria localidade, as coordenadas são denominadas de locais,
e caso seja um ponto definido na própria área levantada, as coordenadas são denominadas de
relativas.
A direção de referência mais comumente utilizada é o meridiano verdadeiro, e neste caso o
ângulo formado pode ser um RUMO ou um AZIMUTE.

RUMO – assim é denominado o menor ângulo horizontal formado entre a direção de um


alinhamento e a direção do meridiano terrestre que passa pela extremidade do alinhamento. O seu
valor varia de 0o a 90o, e para sua completa definição é necessário a indicação do quadrante no qual
o mesmo está localizado, de acordo com o seu posicionamento na rosa-dos-ventos.

AZIMUTE – ângulo horizontal formado entre a direção de um alinhamento e a direção do


meridiano terrestre, que passa pela extremidade do alinhamento, medido a partir do norte no
sentido horário. O seu valor varia de 0o a 360o, e define inteiramente a posição do alinhamento, sem
a necessidade da indicação do quadrante.

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Obs: Um alinhamento qualquer admite a possibilidade de dois RUMOS, um “de vante” e
um “de ré”, sendo um deles medido em uma das extremidades do alinhamento, e o outro na
extremidade oposta, o mesmo acorrendo para Os AZIMUTES.
Quando vários alinhamentos possuem um pólo comum, para cada um destes alinhamentos,
os ângulos medidos nas extremidades localizadas no pólo são classificados como “de vante” e os
ângulos medidos nas extremidades opostas ao pólo são classificados como “de re”.
Quando vários alinhamentos são seqüenciados, formando uma linha poligonal, a
denominação “de vante” é atribuída aos ângulos medidos no sentido em que o caminhamento
percorre a linha poligonal, enquanto os ângulos medidos no sentido contrário ao do caminhamento
são classificados como “de re”.

Se o rumo AB for considerado como


rumo de vante, obrigatoriamente o rumo BA
será considerado rumo “de re”.

Observe que “o rumo de re difere do


rumo de vante, apenas quanto ao quadrante,
que passa a ser o quadrante diametralmente
oposto”.

Se o azimute AB for considerado


como azimute de vante, o azimute BA será
considerado azimute de re, e teremos então:

Az R  AzV  180o

Se o azimute BA for considerado


azimute de vante, o azimute AB será
considerado azimute de re, e teremos então:

Az R  AzV  180o

Generalizando para uma situação qualquer, teremos então que “em um alinhamento
qualquer o azimute de ré difere do azimute de vante em 180o”, significando matematicamente que:

Az R  AzV  180o

Usamos :
(+) caso AzV < 180o, e
(-) caso AzV > 180o.

NOTA: Caso seja tomada a direção Norte-sul magnética como referência, é conveniente que
os valores angulares sejam convertidos de magnéticos para verdadeiros por ocasião dos cálculos.

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COORDENADAS PLANO-RETANGULARES – Neste sistema, cada um dos pontos é
representado por um par ordenado (x,y), cotados em um sistema de eixos ortogonais.
É conveniente que os eixos do sistema tenham posicionamentos paralelos às direções
definidas pelos pontos cardeais locais.
A origem do sistema de eixos pode ser coincidente com a origem do sistema UTM, e nesse
caso as coordenadas são denominadas de absolutas, caso coincida com um ponto de referência local
as coordenadas são denominadas de locais, e caso coincidam com um ponto definido no
levantamento são denominadas de relativas.

OY , OX  Eixos ortogonais.
x  Primeiro elemento do par ordenado,
equivalendo à distância entre a projeção do
ponto no eixo OX e a origem do sistema de
eixos.
y  Segundo elemento do par ordenado,
equivalendo à distância entre a projeção do
ponto no eixo OY e a origem do sistema de
eixos.
O  Origem do sistema de eixos.
P  Ponto descrito.

TRANSFORMAÇÃO DE COORDENADAS

POLAR EM RETANGULAR

x
sen Az OP   x  OP. sen Az OP
OP

y
cos Az OP   y  OP. cos Az OP
OP

RETANGULAR EM POLAR

OP  x 2  y 2

x x
tgROP   ROP  Arctg
y y

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TRANSFORMAÇÃO DE RUMO EM AZIMUTE

QUADRANTE NE

Az OB  ROB

QUADRANTE SE

Az OP  180o  ROP

QUADRANTE SO

Az OP  180O  ROP

QUADRANTE NO

Az OP  360O  ROP

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TRANSFERÊNCIA DE AZIMUTE

Em um levantamento topográfico por caminhamento, a direção Norte-sul é tomada como


direção de referência para medição angular apenas na primeira estação. A partir da segunda estação,
a direção de referência passa a ser a direção do segmento que une a estação anterior à estação atual.
Neste caso o ângulo lido passa a ser o ângulo “HORIZONTAL HORÁRIO” que, é medido a partir
do alinhamento anterior, no sentido horário. Há, portanto, a necessidade de converter os
posicionamentos dos novos alinhamentos para azimutes.



 

Az AB  Azimute de vante do alinhamento anterior.


  ângulo alterno interno com Az AB , sendo portanto numericamente igual a este.
Az BC  Azimute a ser determinado.
d ABC  Ângulo horizontal horário formado pelos dois alinhamentos.

Observe que:

Az BA  (  d ABC )  180o .

Como   Az AB podemos substituir  e assim teremos:

Az BC  ( Az AB  d ABC )  180o .

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Ocorre que a soma indicada entre parêntesis pode ser menor que 180o, o que tornaria o
resultado negativo. Neste caso teremos que adicionar 180o ao invés de subtrair. Ficando a equação
generalizada na forma como se segue:

Az BC  ( Az AB  d ABC )  180o

Usamos:
(+) caso Az AB  d ABC  180o , e
(-) caso AZAB + dABC > 180º
Nota – se após a operação do cálculo do azimute chegarmos a um valor superior a 360o
deveremos subtrair tantas voltas quanto necessário até obtermos um valor situado entre 0o

LEVANTAMENTOS PLANIMÉTRICOS

POR IRRADIAÇÃO – quando todos os pontos são levantados a partir de uma única
estação.

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LEVANTAMENTO POR CAMINHAMENTO – os pontos do terreno, são
levantados a partir de mais de uma estação, amarradas entre si por alinhamentos seqüenciados, que
constituem uma linha poligonal denominada de poligonal auxiliar ou de trabalho.
Se a primeira estação for visualizada a partir da última estação, o levantamento será
classificado como “caminhamento em linha poligonal fechada”, caso contrário, será classificado
como “caminhamento em linha poligonal aberta”.

CAMINHAMENTO EM LINHA POLIGONAL ABERTA

CAMINHAMENTO EM LINHA POLIGONAL FECHADA

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Em ambos os levantamentos, a obtenção das distâncias pode ocorrer por processos diretos
ou por processos indiretos.
Como processos indiretos, destacamos a estadimetria, a triangulação, a reflexão de ondas
eletromagnéticas (distanciômetros), enquanto que a leitura dos ângulos pode ser efetuada
zerando-se ou não o goniômetro segundo uma direção definida, e ainda ser uma leitura simples e
direta ou um conjunto de pares de leituras nos sentidos direto e inverso da posição da luneta.

Elaborada pelo Prof. Marcelo L. Macedo. 20

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