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EXERCÍCIO E AMBIENTES
EXTREMOS – STRESS TÉRMICO,
ALTITUDE, MERGULHO,
MICROGRAVIDADE E POLUIÇÃO
Ano letivo 2022/23
https://www.youtube.com/watch?v=tBCtVoHTMzU
https://www.youtube.com/watch?v=924HEMqUkqo
https://www.youtube.com/watch?v=rNd1JeiNPKY
FIGURA 25.10 O índice de queda da temperatura induzida pelo vento. A maneira apropriada de avaliar a “frialdade” de um ambiente. A figura mostra as temperaturas de
resfriamento induzido pelo vento para o risco relativo de queimadura pelo frio (frostbite) e os tempos previstos até o congelamento da pele facial exposta. A pele húmida exposta ao
vento sofrerá resfriamento ainda mais rápido e, se a pele estiver húmida e for exposta ao vento, a temperatura ambiente usada para o quadro do resfriamento induzido pelo vento
deve ser 10°C (50°F) mais baixa que a temperatura ambiente real. (Reproduzida, com autorização, de American College of Sports Medicine Position Stand. Prevention of cold
injuries during exercise. Med Sci Sports Exerc 2006;38:2012.)
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Índices térmicos
Wet bulb globe temperature (WBGT)
Predicted Heat Strain (PHS)
Universal Thermal Climate Index (UTCI)
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Ajustes Circulatórios
1. Os músculos utilizados precisam de fornecimento de sangue arterial (O2) para suportar o metabolismo
energético.
2. O sangue arterial necessário é conduzido para a periferia a fim de transportar calor metabólico para que ocorra
arrefecimento na superfície da pele; esse sangue não consegue fornecer o seu O2 aos músculos-esqueléticos
ativos.
O esforço submáximo produz débitos cardíacos semelhantes em ambientes quentes e frios. O volume de ejeção do coração
costuma ser mais baixo no calor, em proporção ao déficit de líquido e ao volume sanguíneo reduzido observados durante a
atividade física. Isso equivale a frequências cardíacas mais altas para todos os níveis submáximos de atividade física no calor. Em
contrapartida, o aumento compensatório reflexo na frequência cardíaca durante o esforço máximo não consegue contrabalançar a
redução do VS, portanto, o DC máximo diminui.
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https://www.facebook.com/FedPortCiclismo/videos/910131479542474
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Os maratonistas de elite
com frequência sofrem
perdas de líquidos
superior a 5 ℓ durante a
competição, o que
equivale a 6 a 10% do
peso corporal.
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Boa Aclimatação
Principais Conclusões
Redução da temperatura corporal (central e periférica)
Menor produção de ácido láctico
Menor dispêndio metabólico
Menor perda de volume plasmático
Menor pressão arterial
Maior estabilidade cardíaca
Mais glicogénio poupado
Maior eficiência energética
Maior capacidade para gerar trabalho
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Como esses mecanismos ou efetores de produção e conservação de calor são muitas vezes
inadequados, também devemos confiar em respostas comportamentais, como comportamento de
aglomeração (diminuindo a área de superfície corporal exposta), vestir mais roupas para ajudar a isolar
os tecidos profundos do corpo do ambiente, ou a procurar ambientes mais favoráveis.
A exposição humana ao frio extremo impõe desafios fisiológicos e psicológicos significativos.
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https://www.acsm.org/blog-detail/acsm-certified-
blog/2022/01/11/exercising-in-the-cold-chilled-not-shaking
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Figure 1. Wind Chill Temperature Index in ° F and ° C. Time is risk of cheek frostbite in the most susceptible 5 % of the population.
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Aclimatação ao Frio
Os seres humanos têm uma capacidade muito menor de
adaptação à exposição prolongada ao frio que para a
exposição prolongada ao calor.
A resposta básica de esquimós e lapões consiste em evitar o frio ou
em minimizar seus efeitos. A sua roupa proporciona um microclima
quase tropical; tipicamente, a temperatura dentro de um iglu é, em
média, de 15.6 ºC (60 ºF), não obstante as temperaturas externas
congelantes com fortes ventanias ou chuva congelante.
As seguintes respostas indicam uma leve aclimatação à exposição
crónica ao frio:
1. Os calafrios ocorrem com temperatura corporal mais baixa, pois
é gerado mais calor sem calafrios;
2. Maior capacidade de dormir ao frio;
3. A alteração na distribuição do fluxo sanguíneo periférico
conserva o calor na área central ou aquece as extremidades a
fim de prevenir lesão induzida pelo frio.
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Resumo
A vasoconstrição periférica diminui a transferência de calor da pele para o ar, diminuindo assim a perda de calor para o
ambiente. Esta é a primeira linha de defesa do corpo no frio.
A camada isolante do corpo consiste em duas regiões: a pele superficial e a gordura subcutânea e o músculo subjacente.
O aumento da vasoconstrição da pele, o aumento da espessura da gordura subcutânea e o aumento da massa muscular
inativa, especialmente nos membros, podem aumentar o isolamento total do corpo.
A termogénese sem tremores aumenta a produção metabólica de calor por meio da ativação do SNS e pela ação
hormonal. A termogénese trémula aumenta ainda mais a produção metabólica de calor para ajudar a manter ou
aumentar a temperatura corporal.
Existem três padrões distintos de adaptação à exposição repetida ao frio: habituação ao frio, aclimatação metabólica e
aclimatação isolante.
O tamanho do corpo é uma consideração importante para a perda de calor. Tanto uma maior relação área de superfície-
massa e uma menor massa muscular periférica ou gordura subcutânea aumentam a perda de calor corporal para o
ambiente.
Por terem mais gordura subcutânea isolante, as mulheres têm uma pequena vantagem sobre os homens durante a
exposição ao frio, mas a sua menor massa muscular limita a sua capacidade de gerar calor corporal.
O vento aumenta a perda de calor por convecção. O poder de resfriamento do ambiente, conhecido como windchill, é
normalmente expresso em temperaturas equivalentes.
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Resumo
A imersão em água fria aumenta tremendamente a perda de calor por convecção. Em alguns casos, o exercício pode gerar calor
metabólico suficiente para compensar parte dessa perda.
Quando o músculo é resfriado, é menos capaz de produzir força e a fadiga pode ocorrer mais rapidamente.
Durante o exercício prolongado no frio, como a fadiga diminui a intensidade do exercício, a produção metabólica de calor
diminui e os praticantes podem-se tornar suscetíveis à hipotermia.
O exercício desencadeia a libertação de catecolaminas, que aumentam a mobilização e o uso de AGL como combustível. Mas no
frio, a vasoconstrição prejudica a circulação para os depósitos periféricos de gordura, de modo que esse processo é atenuado.
O hipotálamo começa a perder a sua capacidade de regular a temperatura corporal quando a temperatura central cai abaixo de
cerca de 34.5º C (94.1º F).
A hipotermia afeta criticamente o nó sinoatrial do coração, diminuindo a FC, o que, por sua vez, reduz o DC.
Respirar ar frio não congela as vias respiratórias ou os pulmões porque o ar inspirado é progressivamente aquecido à medida
que se move pelo trato respiratório.
A exposição ao frio extremo diminui a frequência e o volume respiratório.
O congelamento ocorre como consequência da tentativa do corpo de evitar a perda de calor pela vasoconstrição da pele. Se a
vasoconstrição for prolongada, a pele esfria rapidamente e o fluxo sanguíneo reduzido, combinado com a falta de O2 e de
nutrientes, pode levar à morte do tecido cutâneo.
Como o ar frio é inerentemente seco, muitos atletas experimentam os sintomas da asma induzida pelo exercício durante
exercícios de alta intensidade em ambientes frios – tratamento com β-agonistas, e inaladores esteróides.
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O EXERCÍCIO E A ALTITUDE
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Os desempenhos mais precários de homens e mulheres na natação e corridas de média e longa distâncias
durante as Olimpíadas de 1968 na Cidade do México (altitude de 2.300 m) resultaram da pequena redução no
transporte de O2 a essa altitude.
Não foram estabelecidos novos recordes mundiais nas provas com duração superior a 2.5 min.
Uma exposição à altitude não afeta negativamente os desempenhos de alta velocidade e de potência de curta
duração (anaeróbios), que dependem quase inteiramente da energia proveniente dos fosfatos intramusculares
de alta energia e das reações glicolíticas.
A altitude não prejudica o sistema de energia anaeróbica a curto prazo numa elevação moderada
(armazenamento de glicogénio, vias de glicólise e atividade correspondente das enzimas fosforilase e
fosfofrutoquinase) nem o sucesso nas atividades de velocidade/potência, como sprint nas corridas,
patinagem de velocidade, ciclismo de pista, saltos e lançamentos.
O desempenho em sessões únicas dessas atividades costuma melhorar, porque a densidade do ar mais baixa
reduz a resistência do ar ou a força dinâmica mais na altitude que ao nível do mar.
A resistência do ar mais baixa, em virtude da redução de 24% na densidade do ar aos 2.300 m (7.546 pés),
aprimoraria também o desempenho no lançamento do peso, no lançamento do martelo e do dardo.
Um desempenho deteriorado foi relatado para os intervalos repetidos de produção de potência a curto prazo
(intervalos de treino de 15 s) em atletas de elite.
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O EXERCÍCIO E A ALTITUDE
A PO2 reduzida e a consequente hipoxia na altitude estimulam respostas fisiológicas e ajustes que
aprimoram a tolerância à altitude durante o repouso e o exercício. A hiperventilação e o maior débito
cardíaco submáximo em virtude de frequência cardíaca elevada proporcionam as respostas imediatas
primárias. Simultaneamente, outros ajustes de ação mais lenta ocorrem durante uma permanência
prolongada na altitude. Três importantes ajustes a longo prazo melhoram a tolerância à hipoxia relativa
das médias e grandes altitudes:
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FIGURA 24.3 Comparação do custo de oxigénio e da dificuldade FIGURA 24.4 Resposta generalizada a curta permanência em grande altitude
relativa do exercício submáximo ao nível do mar e a uma grande (4.300 m; 14.108 pés) sobre a norepinefrina e a epinefrina urinárias em 8
altitude. homens residentes ao nível do mar. (Adaptada, com autorização, de Surks
MJ et al. Changes in plasma thyroxine concentration and metabolism,
catecholamine excretion and basal oxygen uptake during acute exposure to
high altitude [14,100 ft.] J Clin Invest 1966;45:1442.)
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FIGURA 24.6 Dessaturação arterial em função do aumento da altitude e da correspondente deterioração (↓) de diversas
funções sensoriais e mentais. (Adaptada, com autorização, de Fulco CS, Cymerman A. Human performance and acute hypoxia.
In: Pandolf KB et al., eds. Human performance physiology and environmental medicine at terrestrial extremes. Carmel, IN:
Cooper Publishing Group, 1988.)
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Aclimatação:
As estratégias que combinam a aclimatação à altitude e a manutenção da intensidade do treino ao nível do
mar proporcionam benefícios sinérgicos para o desempenho de endurance ao nível do mar. A exposição ao treino
regular num meio ambiente próximo do nível do mar previne a deterioração na função sistólica (i. e., volume de
ejeção máximo e débito cardíaco reduzidos) observada tipicamente durante o treino em altitude. As capacidades
muscular e sistémica de manutenção dos equilíbrios de pH e K+ durante o esforço intenso permaneceram sem
modificações após uma exposição de 4 semanas a tal protocolo de treino.
Esse tipo de abordagem ao treino melhora também a economia da corrida e o impulso ventilatório hipóxico dos
corredores de longa distância de elite, juntamente com os benefícios dos aumentos induzidos pela hipoxia na
eritropoetina sérica (EPO – hormona que controla a produção de células vermelhas) e da eritropoese acelerada.
Para eliminar a inconveniência e o custo da estratégia de viver no alto – treinar no baixo, uma modificação fornece
oxigénio suplementar durante o treino na altitude.
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Aclimatação:
Em comparação com ensaios controles, o oxigénio suplementar eleva o seguinte:
A saturação arterial da oxihemoglobina.
O consumo de oxigénio durante o exercício.
A produção média de potência durante as sessões de trabalho de alta intensidade em uma altitude moderada.
Essa forma de treino permite aos atletas viverem na altitude, porém “treinando em baixo” efetivamente com
despesas e inconvenientes mínimos das viagens, e sem induzir o stresse oxidativo adicional por parte dos
radicais livres.
Para os atletas de endurance nativos de uma altitude moderada, a hemoglobina total e o volume sanguíneo aumentam
sinergicamente graças ao treino e à exposição à altitude em comparação com os atletas de endurance que treinam ao nível do
mar. Essa resposta adaptativa, ímpar para os atletas que nascem e vivem em grande altitude (p. ex., os corredores quenianos,
os ciclistas colombianos, os pedestres mexicanos), pode contribuir para o seu extraordinário desempenho de endurance. Os
ciclistas aclimatados à altitude por um período mais longo também mostram uma melhoria na capacidade aeróbia e na
produção máxima de potência durante as simulações com exercícios realizados ao nível do mar.
Nem todos os indivíduos são beneficiados no mesmo grau pela estratégia de viver no alto e treinar no baixo.
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Aclimatação:
Uma outra abordagem (mais cautelosa quando comparada com a dopagem sanguínea) segue a observação de que os
efeitos benéficos da altitude sobre a eritropoese e a capacidade aeróbia podem tornar necessária uma exposição
relativamente curta à hipoxia.
Por exemplo, as exposições diárias intermitentes de 3 a 5 h durante 9 dias a altitudes simuladas de 4.000 a 5.500 m (13.123
a 18.044 pés) numa câmara hipobárica conduzem a melhorias no desempenho, na contagem de hemácias e na concentração
de hemoglobina em alpinistas de elite.
Essa abordagem reduz também a velocidade de aparecimento do lactato durante o esforço intenso.
Esses efeitos podem depender do tempo e do protocolo, pois um esquema de 4 semanas de hipoxia normobárica
intermitente em repouso (uma razão de 5:5 min de hipoxia para normoxia durante 70 min, 5 dias por semana) não melhorou a
endurance nem aumentou os marcadores eritropoéticos em corredores treinados.
O treino hipóxico intermitente em condições normobáricas proporciona uma bonificação adicional com implicações clínicas e
cardioprotetoras – isso aumenta o efeito do treino sobre fatores de risco metabólicos e cardiovasculares selecionados.
Para tal tem-se recorrido a: (1) câmara hipobárica, (2) simular a altitude ao nível do mar aumentando o percentual de
nitrogénio do ar em recinto fechado, e (3) tenda de hipóxia.
Os resultados não são ainda consistentes, e as implicações pulmonares e hematológicas não reproduzem o treino em
altitude.
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Levine BD, Stray-Gundersen J. "Living high-training low": effect of moderate-altitude acclimatization with low-altitude
training on performance. J Appl Physiol (1985). 1997 Jul;83(1):102-12. doi: 10.1152/jappl.1997.83.1.102. PMID: 9216951.
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MERGULHO
A água é essencialmente
incompressível em virtude da sua
alta densidade relativa ao ar.
Consequentemente, a sua pressão
contra o corpo de um mergulhador
aumenta diretamente com a
profundidade do mergulho. Duas
forças produzem o aumento da
pressão externa (hiperbaria) no
mergulho:
1. O peso da coluna de água
imediatamente acima do
mergulhador, pressão
hidrostática.
2. O peso da atmosfera (ata ou
bar) na superfície da água.
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MERGULHO
A lei de Boyle estabelece que, a uma temperatura constante, o volume de determinada massa de gás varia
inversamente com sua pressão.
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MERGULHO
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MERGULHO
Snorkel
O seu comprimento e volume são limitados por: 1) Maior pressão hidrostática sobre
a cavidade torácica ao descer sob a água; e 2) Maior espaço morto pulmonar ao
aumentar o volume do snorkel.
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MERGULHO
Mergulho em apneia
A duração de um mergulho em apneia depende de dois fatores:
1. Duração da apneia até que a pressão do dióxido de carbono alcance o ponto de ruptura da apneia.
2. Relação entre a capacidade pulmonar total (CPT) do mergulhador e o volume pulmonar residual (VPR).
Uma inspiração plena de ar ambiente faz com que 1 ℓ de oxigénio penetre nas vias respiratórias e nos pulmões.
Com a apneia, 650 mℓ de oxigénio apoiam o metabolismo antes de as pressões parciais do oxigénio arterial
(PO2) e do dióxido de carbono (PCO2) assinalarem a necessidade de retomar a respiração. Com alguma prática, a
maioria das pessoas consegue ficar em apneia por até 1 min, com 2 min representando um limite superior típico.
Durante esse período de tempo, a PO2 arterial cai para 60 mmHg, enquanto a PCO2, que é o fator mais
importante do controle da apneia, sobe para 50 mmHg, assinalando a necessidade urgente de respirar. A
atividade física reduz grandemente o tempo de apneia, pois o consumo de oxigénio e a produção de dióxido de
carbono aumentam com a intensidade do exercício.
A hiperventilação antes do mergulho em apneia prolonga o período de apneia; ao mesmo tempo, o risco
para o mergulhador aumenta grandemente.
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MERGULHO
Bradicardia
Débito cardíaco reduzido
Vasoconstrição periférica aumentada
Acúmulo de lactato no músculo
precariamente profundido
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MERGULHO
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MERGULHO
Narcose induzida pelo nitrogênio | “Êxtase das profundezas” resulta do acúmulo de nitrogénio dissolvido nos
líquidos corporais e nos tecidos, produzindo um efeito narcótico caracterizado por um estado geral de euforia
semelhante à intoxicação alcoólica, e pode provocar um efeito de entorpecimento e anestésico sobre o SNC em
níveis mais elevados.
O Mal da descompressão ocorre quando o nitrogénio dissolvido sai da solução e forma bolhas nos tecidos e líquidos
corporais.
Descompressão
A descompressão por etapas exige que o mergulhador faça uma ou mais paragens durante a
ascensão para a superfície.
O tempo necessário para que o compartimento tecidual mais lento perca nitrogénio suficiente para permitir a
subida para a próxima profundidade determina a duração dessas pausas (denominadas paragens para a
descompressão por etapas).
Por exemplo, um mergulho até 30 m (98 pés) por 50 min torna necessária uma paragem para descompressão de 2
min aos 6 m e uma paragem de 24 min aos 3 m. A descompressão no estágio de superfície envolve a transferência
do mergulhador da água (após várias paragens na água) para uma câmara de descompressão na superfície.
Uma abordagem conservadora recomenda que o mergulhador desportivo não deve ultrapassar a profundidade de
20 a 25 m (66 a 82 pés) (máximo de 30 m [98 pés]).
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MERGULHO
FIGURA 26.8 Limites de descompressão zero. Qualquer mergulho isolado que se enquadre no lado esquerdo da curva não exige
descompressão, desde que a taxa de ascensão não ultrapasse os 60 pés por minuto (m = pés × 0,34048). Os mergulhos no lado
direito da linha precisam de um período de descompressão especificado pelas tabelas padrão de descompressão. (Reproduzida de U.S.
Navy Diving Manual, Vol. 5, Superintendent of Documents, U.S. Government Printing Office, Washington, DC 20402, 2008.)
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MERGULHO - RESUMO
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MERGULHO - RESUMO
O aparelho autónomo (SCUBA) fornece misturas respiratórias nas grandes profundidades e pressões.
Perigos específicos do dispositivo autónomo resultam da equalização inadequada das pressões nos pulmões, nos seios da face
e nos espaços da orelha média com a pressão externa da água. Os perigos importantes incluem embolia gasosa, pneumotórax,
compressão da máscara e da orelha média e aerossinusite.
Os gases inalados sob altas pressões atravessam a membrana alveolar para se dissolver e equilibrar nos líquidos de todos os
tecidos.
As altas pressões teciduais do oxigénio e do nitrogénio exercem profundos efeitos negativos sobre a função fisiológica.
A profundidade máxima recomendada do mergulho por inalação de ar comprimido é de aproximadamente 30 m (98,4 pés).
A inalação prolongada de um gás com uma PO2 acima de 2 atmosferas eleva a suscetibilidade do mergulhador à intoxicação
pelo oxigénio.
Os sistemas autónomos (SCUBA) de circuito fechado que utilizam oxigénio puro restringem acentuadamente a profundidade e a
duração do mergulho.
Formam-se bolhas de nitrogénio nos tecidos quando o excesso de nitrogénio não consegue sair pelos pulmões se a ascensão
progride com rapidez excessiva. Mal da descompressão (bends) é o nome dessa condição dolorosa.
Os mergulhos até profundidades superiores a 60 fsw tornam necessária a inalação de misturas gasosas comprimidas. O
controle preciso das concentrações de oxigénio torna-se uma consideração primária.
A inalação de misturas de hélio e oxigénio (heliox) permite realizar mergulhos até profundidades de 2.000 fsw. O mergulho com
heliox elimina o risco da narcose induzidas pelo nitrogénio e minimiza o risco de intoxicação pelo oxigénio.
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Estatura Discreto aumento durante a primeira Aumentada durante as primeiras 2 A altura retorna ao normal em R+0
semana de voo (cerca de 1.3 cm); RPB semanas do voo (máximo de 3 a 6
de 1 dia cm); estabiliza-se a seguir
Massa corporal As perdas ponderais após o voo são, em As perdas ponderais durante o voo Aumento rápido durante os primeiros
média, de aproximadamente 3.4%; são, em média, de 3 a 4% durante os dias de voo, principalmente por
cerca de 66% da perda são devidos à primeiros 5 dias; daí em diante, o reposição do líquido; aumento mais
perda de água, com o restante sendo peso declina ou aumenta para o lento do peso de R+5 dias e R+2 ou 3
devido à perda de massa corporal restante da missão; as perdas iniciais semanas; a perda ponderal após o voo
magra e de gordura durante o voo são causadas está relacionada inversamente à
provavelmente por perda de líquido; ingestão calórica durante o voo
as perdas subsequentes são
metabólicas
Síntese Proteica Elevada em 40% do dia 8 do voo (SLS-1),
sugerindo uma “resposta ao stress”
Composição corporal A gordura está provavelmente a
substituir o tecido muscular; a massa
muscular é preservada parcialmente,
na dependência do esquema de
exercícios
RPB (return to preflight baseline) = retorno ao valor basal pré-voo; SLS = Spacelab Life Science; R = retorno à Terra; EMG = eletromiografia.
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Volume corporal total Diminuído após o voo O centro de massa desvia-se na Reduzido após o voo
direção da cabeça
Volume dos membros O volume dos MI durante o voo diminui O mesmo das missões curtas no início Aumento no volume dos membros
exponencialmente durante o primeiro do voo; o volume dos MI continua inferiores imediatamente após o voo,
dia do voo; daí em adiante, o ritmo da diminuindo ligeiramente durante toda seguido por RPB lento
redução declina e alcança um plateau a missão; o volume dos membros
dentro de 3 a 5 dias; reduções após o superiores diminui ligeiramente
voo no volume dos MI de até 3%;
aumento rápido imediatamente após o
voo, seguido por RPB mais lento
Força muscular Reduzida durante e após o voo; RPB de Redução pós-voo na força dos músculos
1 a 2 semanas dos MI, particularmente os extensores;
a maior utilização do exercício durante
O músculo esquelético adapta-se um voo parece reduzir as perdas da
rapidamente à exposição à força depois do voo,
microgravidade, com perda significativa independentemente da duração da
da área transversal, na atividade missão; a força dos MS é normal ou
enzimática selecionada e na ligeiramente reduzida depois do voo
capilarização das fibras musculares, e
estas respostas variam em função da
aptidão física anterior ao lançamento
RPB (return to preflight baseline) = retorno ao valor basal pré-voo; SLS = Spacelab Life Science; R = retorno à Terra; EMG = eletromiografia.
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RPB (return to preflight baseline) = retorno ao valor basal pré-voo; SLS = Spacelab Life Science; R = retorno à Terra; EMG = eletromiografia.
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RPB (return to preflight baseline) = retorno ao valor basal pré-voo; SLS = Spacelab Life Science; R = retorno à Terra; EMG = eletromiografia.
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https://www.nasa.gov/mission_pages/station
/research/news/b4h-3rd/hh-preventing-
bone-loss-in-space/
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POLUIÇÃO
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POLUIÇÃO
Respostas Fisiológicas
As respostas fisiológicas a esses poluentes estão relacionadas à quantidade, ou “dose” recebida. Os
principais fatores que determinam a dose são a concentração do poluente, a duração da exposição ao
poluente e o volume de ar inspirado (concentração × tempo × VE).
Este último fator aumenta durante o exercício e é uma razão pela qual a atividade física deve ser
reduzida durante os momentos de pico dos níveis de poluição.
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POLUIÇÃO
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POLUIÇÃO
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POLUIÇÃO
Seong Rae Kim, Seulggie Choi, Kyuwoong Kim, Jooyoung Chang, Sung Min Kim, Yoosun Cho, Yun Hwan Oh, Gyeongsil Lee, Joung Sik Son, Kyae Hyung
Kim, Sang Min Park, Association of the combined effects of air pollution and changes in physical activity with cardiovascular disease in young adults,
European Heart Journal, 2021;, ehab139, https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehab139
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POLUIÇÃO
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POLUIÇÃO
Recomendações
Reduza a exposição ao poluente antes do exercício porque os efeitos fisiológicos dependem
do tempo e da dose.
A atividade física e o exercício está associada a um risco menor de desenvolver doenças
cardíacas e dos vasos sanguíneos entre os adultos jovens. No entanto, quando os níveis de
poluição do ar são altos, o exercício além da quantidade recomendada pode compensar ou
até mesmo reverter os efeitos benéficos.
Fique longe de áreas onde você possa receber uma dose “bolus” de CO: áreas para
fumantes, áreas de alto tráfego, ambientes urbanos.
Não programe atividades para horários em que os poluentes estejam nos seus níveis mais
altos (7–10 da manhã e 4–7 da tarde) devido ao tráfego.
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POLUIÇÃO
O Índice de Qualidade do Ar
(AQI) é uma medida da
qualidade do ar para os cinco
principais poluentes do ar
regulamentados pela Lei do
Ar Limpo: ozono ao nível do
solo, partículas e materiais
particulado, monóxido de
carbono, dióxido de enxofre
e dióxido de nitrogénio.
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BIBLIOGRAFIA
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