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A Peste

Albert Camus
O absurdo e a revolta
O pensamento camusiano passa por duas fases: a do
Em ‘’ A Peste’’, Camus propõe uma filosofia que absurdo e da revolta. ‘’ A Peste’’ se posiciona na
dialogo conceitos de luta contra a morte, separação transição entre estas duas fases, quando o ponto de
solidariedade e ‘’exilio do amor’’ enfoque de Camus passa da perspectiva do ‘’eu’’ para
a noção de ‘’nós’’.

Entretanto , Camus tinha como última fronteira de “ Extraio então do absurdo três consequências que
sua filosofia, a fase do amor. O amor seria o fim são minha revolta, minha liberdade e minha paixão.
evidente do absurdo e da revolta, sendo que no final Como o puro jogo da consciência, transformo em
de ambos estes destinos, se encontraria na essência regra de vida o que era convite à morte’’ (Camus,
do ser o impulso da fraternidade e da solidariedade. 1942)
A revolta coletiva

• O sofrimento coletivo é o que une todos os personagens ao decorrer da


trama
• O autor irá focar em delinear três tipos de relação que exemplificarão a
moral da obra: a romântica, a materna, a religiosa, e por fim, a fraterna
• ‘’ Já não havia então destinos individuais, mas uma história coletiva
que era a peste e sentimentos compartilhados por todos’’ (Camus, 1947,
p. 149)

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND


O Sisifo Coletivo
• “É dessa solidariedade que pode surgir a felicidade, desse amor tão bruto quanto a peste, “uma felicidade que não nasce da
sublimação do sofrimento, mas da obstinação dos homens a mitigá-la lado-a-lado, sem ilusão e sem desespero”, lutando
continuamente com suas vidas para afastar o flagelo “injusto” e “incompreensível” com suas “armas modestas” e “jamais mortíferas”
("A peste": debate entre Roland Barthes e Camus, 2010 apud LEVAN; FURLAN, “A peste” – a solidariedade entre a vida e a morte)
• “ Sem memória e sem esperança os cidadãos se instalaram no presente, numa sonolência de mortos-vivos; acontece que para o
amor e para a amizade, se exige sempre um pouco de futuro (Camus, 1947/sem data, p. 161).”
• “ Em suma, nesse momento, tinham memória, mas uma imaginação insuficiente. Não que tivessem esquecido esse rosto, mas o que
vem a dar no mesmo, ele perdera a carne. Já não o sentiam no interior de si próprios” (Camus, 1947/sem data, pp. 159-160).”
• “ (...)o nosso amor, sem dúvida, estava presente ainda, mas simplesmente era inutilizável, pesado, inerte, estéril, como o crime ou a
condenação. Não era mais que uma paciência sem futuro e uma espera obstinada” (Camus, 1947/sem data, p. 163).”
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Bibliografia
• LEVA, Gabriel; FURLAN, Reinaldo. ‘’ A peste’’ – a solidariedade entre a vida e a morte (Periodicos UFJF,
Psicologia em Pesquisa, volume 17, 2022)
• CAMUS, Albert “ A Peste’’

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