A pesquisa do documentário foi conduzida pela Papel Social, organização
especializada em investigar cadeias produtivas o apoio é do ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR, da associação Paranaense de Vítimas Expostas ao Amianto e aos agrotóxicos. (Apreas) da ACT da promoção da saúde. O contexto do documentário busca mostrar a realidade das famílias que trabalham nas lavouras, principalmente a da produção de fumo, em que centenas de pessoas tem acesso e contato diretamente com agrotóxicos, desencadeando doenças e até mesmo sequelas devido a nicotina acumulativa com o passar dos anos, iremos analisar na resenha, como era a vida dessas famílias e como as empresas negociavam os meios de produção. O documentário retrata o modo de vida de pessoas que trabalhavam na produção de fumo, na região sul do Brasil, referente as cadeias produtivas, agricultura e trabalho familiar, e subordinação de trabalho. A relação não capitalista no documentário visava os meios de produção dos agricultores e através destes pontos os donos das empresas dominavam as classes camponesas, mesmo o agricultor sendo autônomo e dependente, as empresas os contratavam, apesar de se serem bastantes exigentes, faziam acordo com esses camponeses por meio de um contrato. Os contratos tinham regras e termos, o dono de uma pequena propriedade por exemplo, que fosse suficiente de produzir para gerar lucros, já os interessava, então eles acabavam que assinando os contratos com a ilusão de melhorias de vida para suas famílias e através das plantações futuramente eles estariam bem financeiramente. Embora tudo ilusório, essas pessoas acabavam se tornando dependentes vitais dessas empresas, e aquela terra que era da família passava a ser dos empresários, com a falsa promessa de ofertas de emprego, os camponeses produtores de tabaco acabavam aceitando sem ao menos ler as permissões cedidas no contrato. Os produtores de tabaco contratado pelas empresas, trabalhavam em condições de perigo total, não recebiam assistência técnica e muito menos acessórios de seguranças e ficavam exposto ao contato com agrotóxicos e pela nicotina das folhas, eles ficavam vulnerável os produtos químicos, e muitos ficavam doentes e todos tinham os mesmos sintomas (desmaios, vômitos, tonturas, febre e depressão). Em 1980, as exposições de produtos químicos levaram muitos ao suicídio e os hospitais pelo contato acumulativo com os agrotóxicos. A renda familiar e a subordinação era existente na vida das famílias camponesas, os salários eram ilusórios porque as empresas tinham como mão de obra toda a família, as crianças também trabalhavam das sete as sete horas nas lavouras, eles colhiam as folhas até a estufa para os donos das empresas levarem, embora eles recebiam orientações para as crianças e adolescentes não trabalhar, mas as condições eram outras, as demandas eram grandes, as dívidas das famílias com as empresas só cresciam e o quanto mais produziam mas deviam, então essa condição era um forma de ampliar a colheita, antes da outra demanda. Se torna interessante que o que foi visto no documentário, e no livro de Jose Grazziano da Silva mostra que as relações não capitalistas estavam voltadas somente para a própria subsistência e consumo agrícola, como era as famílias que vivam antes da chega das empresas, uma comunidade por exemplo, que trabalhava apenas na agricultura, ou seja, relação do homem em meio ao feudalismo. O modo capitalista veio para desconfigurar como um todo, e o meio de vida dessas pessoas do campo, um desses modos foi a separação dos trabalhadores e dos meios de produção, como por exemplo? A subordinação, exploração, denominação de força de trabalho, ou seja, contradições. Os donos das empresas ou de grandes latifúndios tinham em suas propriedades pessoas assalariadas, mas isso não significava muito, eles não tinham os devidos direitos compridos, horas de trabalho extensas, demandas de produção inacabáveis e sem contar das dívidas dessas pessoas. As dividas internas desse familiar eram grandes e por isso tinham que ampliar a produção, e a subordinação de trabalho acontecia quando o complexo agroindustrial entra em ação, isso ocasiona a capital de apropriação, posse das terras dos camponeses, onde desestrutura toda renda do tralho familiar os chamados fumicultores, um exemplo do que foi visto no documentário, nas produções de tabacos. Então com todos esses aspectos históricos vem a modernização que é a saída da agricultura natural para a agricultura industrial que foi o momento da chegada das primeiras maquinas e a internacionalização do D1, ou seja, (agricultura, agricultura industrias, insumos e maquinas). A industrialização da agricultura em 1960 tem o papel do estado que chega para a renovação das estruturas de denominação, que são as cadeias intersectais, onde haver o trabalho do estado que vai servir para integrar a no circuito do produto que é a indústria de insumos e processamento- complexo Agro. O estado entra no quesito de políticas públicas e o governo incentiva estas integrações, o que antes era complexo rural passa a ser complexos agroindustriais, o estado entra com o capital financeiro (bancos) o chamado SNCR que é a base do crescimento da agricultura e o credito rural, com essas integrações capitais, vem a modernização, tecnologia e rupturas. Por fim entende-se que o documentário, o livro de José Grazziano, e as aulas do docente Lucas Gabriel mostram um panorama, quando se fala de condições de trabalho nos setores agrícolas, nota-se também os impactos sobre os relatos de exploração e dependência econômica das famílias, e como os contatos de integração com as empresas os afetavam, o trabalho infantil, os impactos ambientais e na saúde dos fumicultores e as propostas das empresas para controlar as decisões e influenciar a vida das famílias rurais e outros setores.
Referências: Livro e documentário “Vidas Tragadas” são lançados durante audiência coletiva sobre cadeias produtivas de tabaco – Curitiba – 21.out.2019