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A CONSTITUIÇÃO DISCURSIVA DAS
PERIODIZAÇÕES

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Brigitte Schlieben-Lange
UNIVERSIDADEDE TÜBINGEN

RESUMO: A história do pensamento lingüístico é normalmente concebida


como consistindo de períodos com rupturas mais ou menos bem definidas.
Quais são os critérios que levam a crer que um novo período começa, que se
pode identificar uma nova escola de pensamento? Uma nova época é definida
pelo progresso da ciência em si ou mais pela afirmação da novidade pelos
autores? De acordo com Sylvain Auroux, três componentes do processo
epistêmico, e como tais, critérios para subdividir esse processo em períodos,
são distintos: prático (isto é, condições de pesquisa políticas, históricas e
outras), social (isto é, interação com o grupo relevante) e interno (isto é, as
idéias e o modo como são classificadas). Com base em resultados de um
projeto de pesquisa maior, discute-se então como esses três grupos de critérios
podem permitir a identificação do grupo francês dos "ldéologues" como
uma nova escola de pensamento.
ABSTRACT.' The history of linguistic thought is normally thought to consist
of periods with more or less well-defined ruptures. What are the criteria that
lead us to believe that a new period begins, that we can identify a new school
of thought? ls a new epoch defined by the progress of scienCl; itself, or
rather by the authors' claim to novelty? Following Sylvain Auroux, three
components of the epistemic process, and hence for criteria to subdivide it
into periods, are distinguished: practical (i.e., political, historical and other
conditions of research), social (i.e., iJiteraction with the relevant group), and
internal (i.e., ideas and the way in which these are classified). Based on
findings from a larger research project, it is then discussed how these three
sets of criteria might allow us to identify the French group of "ldéologues"
I! as a novel school of linguistic thought.

Introdução
'I

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NO CAMPO da Teoria Literária, é óbvio que o desenvolvimento das


literaturas se dê por meio de sua divisão em épocas e períodos. Pertencem
11'
ao cotidiano da Teoria Literária perguntas do tipo: "Kle}st foi, realmente,
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I um romântico?"; "O período inicial do Romantismo não foi uma forma

,
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de Iluminismo tardio?"; "Como é que se estabelece a fronteira entre o na linguagem são, muito freqüentemente, feitas por literatos. Para eles,
Realismo e o Naturalismo?"; "Quantas maneiras existem de se a língua era primordialmente o instrumento que possibilitaria a elaboração
interpretarem os 'clássicos' modernos?" de textos: apenas por intermédio da língua suas intenções textuais
As Ciências da Linguagem tratam da divisão tradicional em períodos poderiam ser realizadas.
de maneira a considerá-Ia mais óbvia ainda, e raramente questionam os Somente nos últimos anos, a realidade da divisão das línguas em
seus fundamentos. De onde vem a nossa aceitação do fato de que o francês períodos se tornou, na história das idéias liT)güísticas,um tema central.
é a única língua românica para a qual introduzimos,ym período Não que não tenha existido uma divisão em períodos ant~riormente, mas
intermediário, denominado francês médio? Esse "médio" do francês a questão é que ela se tornou problemática apenas recentemente. Isso se
médio corresponderia ao médio do alemão e do inglês? Aparentemente, deu, por um lado, devido ao conceito de Kuhn de revoluções científicas, e
existe um outro "médio" na história do catalão e do occitânico, no qual o por outro, devido às reflexões desenvolvidas por Bachelard, Canguilhem
casamento da Idade Média é separado do Renascimento romântico por e, por fim, Foucault, a respeito das rupturas epistemológicas. Na verdade,
uma época denominada "Decadência". Ocasionalmente, tenta-se é indiferente se são as rupturas ou se são os centros epistemológicos ou
estabelecer os critérios que dão a base para que essas divisões em períodos paradigmáticos que são tomados como ponto de partida para as reflexões.
sejam feitas. Silva (1994), por exemplo, apresenta uma lista de critérios O importante é que se tenha clareza sobre os critérios adotados na divisão
fonológicos que serviriam de teste para avaliar se a divisão em períodos em períodos. .
do português apresenta contradições; Gabriele Eckert (1991) apresenta Que possibilidades de acesso temos para nos aproximar da nossa
uma lista de critérios internos para o francês médio, aos quais ela submete pergunta? Se partimos do pressuposto de que há aspectos diferenciados
os dados periféricos externos; eu mesma (1985) propus um catálogo de de processos científicos, então as diferentes perspectivas deveriam
critérios para o catalão e occitânico, que engloba a transição mediadora, permitir acessos diferentes ao nosso problema. A diferenciação feita por
as tradições discursivas e os empregos reflexivos de cada língua Sylvain Auroux (1987)em três componentes do processo científico parece
respectivamente. . ser apropriada: o prático (baseado em um conceito enfático de Práxis, ao
Para a maioria dos que fizeram questionamentos sobre a base da divisão qual todas as condições políticas, históricas do trabalho científico são
em períodos não se vislumbra uma resposta próxima: sabemos que há um submetidas), o social (isto é, no sentido restrito das instituições) e o
intervalo entre os textos do francês médio e textos renascentistas, porque componente interno.
isso nos foi dito por BeIlay com uma clareza incomum: ao rejeitar as Mas, mesmo que questionemos os nossos achados cuidadosamente
próprias tradições literárias francesas - considerando-as vieilles épiceries, em função desses critérios, as nossas primeiras intuições a respeito dos
e fazendo com que, com essa definição, elas lembrassem um tipo de gosto períodos não serão resolvidas. Pois já sabemos, antecipadamente, onde
envelhecido, um tempero forte, que deu lugar a um tempero moderado. E as rupturas estão e como os centros se definem. São novamente os próprios
mesmo que hoje um especialista do francês médio questionasse os limites autores que não deixam surgir dúvidas aqui. Com Nebrija começa a escrita
propostos entre o francês médio e o francês moderno, e se posicionasse da gramática dos novos tempos, tanto a latina (Institutiones latinae), como
a favor de uma delimitação na primeira metade do século XVI, a confiança a da língua popular (Grgmática Castellana). Sabemos, porque o próprio r
recairia sobre BeIlay.! Nebrija o disse claramente, que ele quer romper com a tradição. No !I
E é porque os renascentistas assim o ensinaram que a história da língua entanto, o que ele não disse é que estabiliza, sem promover desvios, um
catalã coloca rupturas entre a Idade Clássica (Idade Média), Decadência e percurso dessa tradição, a saber, a Prisciana, transmitida por meio do
Renascença. Levando em consideração o catalão, não faria mais sentido, Catholicon, de Balbi (confira Codoner/Gonzálea Iglesias 1994).Os
ao invés disso, fazer referência a séculos de linguagem ou a séculos gramáticos sensualistas, por volta de 1800, que serão tratados mais
literários? Eu vou retomar a essa questão oportunamente. Também aprofundadamente a seguir, enfatizam seu princípio semiótico novo e
insistimos que é importante relembrar que essas divisões em períodos desenvolvem - com outras nuances e focos - a tradição semiótica daDe

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r
II

Doctrina Christiana. Os jovens gramáticos nos disseram claramente, em portádores de cultura" assumem a tradição cultural com uma "nova )1

seu manifesto de 1879, que eles querem fazer tudo diferente dos perspectiva", a saber, aquela formada sob as condições especiais di sua
gramáticos "velhos". Saussure (i.é., seus editores) e Chomsky também situação histórica, e que, com a "constante diminuição de antigos
redigiram os assim denominados discursos fundadores. portadores da cultura", necessariamente, ocorrem processos de
Não se deve afirmar, portanto, que a própria ciência não tenha sofrido esquecimento.3 Seria especialmente interessante refletir sobre a relação
modificações. A pergunta é feita para verificar se uma história das entre longa duração e gerações na história da ciência, pois os "novos
modificações factuais não seria uma história dos pequenos passos, das caminhos" referem-se provavelmente a apenas um recorte do estado do
transições graduais, ao invés de ser uma história das grandes mudanças. saber, enquanto outros são tratados como não-problemáticos. Também as
A partir dos Ideólogos darei um exemplo do problema da identificação rupturas podem, certamente, ser colocadas com ganhos em relação com
de grupos da ciência da linguagem, problemas decorrentes da divisão em recortes especiais de experiências de gerações. No mesmo "conjunto de
períodos, bem como do papel dos diferentes fatores que contribuíram gerações", podem se formar diferentes "unidades de geração", que jl
para essa identificação e divisão em períodos. Os ideólogos são interpretam as exigências e necessidades da situação histórica
considerados um grupo de pós-iluministas, desenvolveram uma teoria diferentemente.4
coerente e sensualista de sinais e da linguagem durante a Revolução Devido a essas reflexões, o grupo dosldeólogos poderia, certamente,
Francesa, e se tornaram muito importantes para a Itália e a Espanha na ser compreendido como uma geração com experiências de geração únicas,
primeira metade do século XIX.2 Nota-se, por essa definição, que não que seriam a da revolução e de seus excessos durante a ditadura dos
escapamos do círculo de enunciados que fazem divisões em períodos. Jacobinos. Se a experiência da ditadura dos Jacobinos consolidasse o grupo
Para que exista uma porta de entrada, não posso evitar o uso de como tendo uma orientação prospectivo-pedagógica, então o segundo
classificadores do tipo "Pós-Iluminismo", "Sensualismo", mesmQse tenho fracasso da revolução conduzida por Napoleão iniciaria uma segunda fase
a intenção de realocar os Ideólogos, colocando-os em outro grupo, a partir resignada de atividades ideológicas.
de uma redivisão de períodos. Serão analisados, a exemplo desse grupo, O conceito de geração torna-se problemático assim que nos
os diferentes critérios que podem exercer um papel determinante na divisão movimentamos para fora da França, pois então ele certamente não pode
em períodos. mais ser utilizado para estabelecer limites. Há a consolidação, sem dúvida,
'f de uma capacidade a partir de outra perspectiva: poderemos entender
1. O componente "prático": o problema das gerações melhor com esse pressuposto e em combinação com uma tradição nacional
(ou regional) por que determinados aspectos da teoria "ideológica" foram
Se abordarmos a nossa questão a partir do componente prático, a de maior interesse e outros foram relegados ao esquecimento.
similaridade das experiências históricas deveria ser decisiva para a divisão
em períodos e, com isso, haver um consenso sobre as tarefas e as condições 2. O componente "social": Salon e pedagogia
da ciência sobre aquilo que ela deve e pode fazer em uma situação histórica
concreta. Este é, a propósito, exatamente o caminho que historiadores da Tentemos delimitar os Ideólogos considerando-os um grupo social.
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arte, como WOlfling, seguiram, pois, ao escolherem o trabalho artístico e Aqui se oferecem, conforme apresentado acima, possibilidades de
histórico de K6nigsweg, atribuíram grande valor ao conceito de "Geração". identificação de duas conexões sociais. Por um lado, há aquela do Salon
de Mme. Helvétius e Mme. Condorcet em Auteil abordada conjuntamente ~I
Em 1928 Karl Mannheim problematizou o termo "Geração" como
conceito sociológico e contrapôs diferentes tradições de abordagem da com as atividades sociais que lhe são ligadas e, por outro lado, há as novas
problemática das gerações na Sociologia. "
instituições pedagógicas criadas de acordo com Thermidor: à frente de
Uma tese central que merece atenção é a de que a cultura só pode ser \ todas o Instituto Nacional, depois a Ecole Normale e, por fim, as Ecoles
tratada "em forma de geração". Isto quer dizer que constantemente "novos Centrales. Não deveria ser esquecido que' o grupo que nos interessa

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também surgiu sob outras formas de organização: há a revista "Décade" e Nível da compilação Tradi.Ç.ão Estilo
a "Société des Observateurs de I'Homme". Esses diversos agrupamentos
não se recobrem; existe, contudo, um grupo central, que pertence a várias
dessas instituições. Isto quer dizer que, no caso dos "Ideólogos", podemos
partir de uma coerência social forte. Merece ser observado que as Interdiscurso
diferentes instituições pertencem, na verdade, a diferentes épocas: o Salon,
como uma forma social cortesã, pertence ao século XVI!.J; as revistas Nível das atividades
como formas de organização revolucionárias, reportando o futuro da
ciência; e as escolas, entrando no século XIX, como instituições Série
indicadoras de um estado nacional administrado centralmente.
A delimitação social, na tentativa de fazer constituir uma identidade
de agrupamentos "ideológicos" na Itália e Espanha, não vai longe. Contudo, 3.1 O programa de pesquisa
é visível que também tanto na Itália como na Espanha existe uma relação (I
clara entre orientações pedagógicas liberais e a aceitação de princípios No que diz respeito ao nível das atividades científicas, desenvolvemos
"ideológicos". Na Alemanha, este nexo é bloqueado não só por meio de para o nosso projeto um fio condutor de exploração que partiu das nossas
comprometimentos conteudísticos (imposição da filosofia idealística), intuições sobre o programa de pesquisas "ideológico". Nessa exploração,
mas também por meio de formas institucionais de ensino dialógicas (em os componentes decisivos são a teoria do reconhecimento, a semiótica, a
oposição às doutrinárias) em seminários e universidades. teoria da linguagem, sendo os três com orientação genética, e, finalmente,
aquilo considerado evidente na condição de meta-ciência.
3. O componente "interno": programas e classificações Complementamos esses componentes das atividades científicas,
retirados da nossa pré-compreensão, com possíveis conexões direcionadas
Voltemo-nos para os componentes internos, para verificar que à história, à variedade, à retórica e à economia, à moral e à ética.
possibilidades de delimitação de unidades surgem. É necessário que dois Acreditamos que dessa forma deveria ser possível abranger a consistência
níveis sejam distinguidos: o nível dos atos argumentativos, no qual poderia, de urn programa de pesquisa "ideológico". Com esse procedimento foram
ser provada uma certa unidade do programa de pesquisas; e o meta-nível, a previstas novas combinações, a saber:
partir do qual as atividades do primeiro nível seriam comentadas, 1- 6 + 7 (o programa central ideológico + história)
identificadas e classificadas. ou 1- 6 + 8 (o ... + retórica).
Se ficarmos apenas no nível dos atos argumentativos, cada um deles Foi dessa maneira que nasceu o fio condutor de exploração na forma
nos pareceria, na linearização cronológica, como série; na proximidade utilizada para o trabalho nos textos (conferir o esquema no final do texto).
sincrônica, como interdiscurso, sem que houvesse a possibilidade de, nesse Além disso, as remissões explícitas a outros autores deveriam ser
nível, serem estabelecidas as rupturas, limites ou identidades. Apenas a registradas, para ampliar o horizonte de retrospeção, de maneira a abranger
partir da perspectiva do meta-nível, que traça comentários e faz o programa de pesquisas também em sua dimensão histórica.
compilações, as séries se tornam tradições, os interdiscursos sincrônicos Fica, assim, rapidamente claro que também não se deixam estabelecer
se tornam manifestações de um estilo que também pode ultrapassar as limites seletivos sÇ>brea reconstrução do programa de pesquisa. Teria sido
fronteiras entre as diversas artes, entre arte e ciência, entre dÜrersas necessário esquematizar de maneira surpreendentemente semelhante muita
ciências. coisa da Psicologia Empírica alemã, segundo a tradição de Wolff,e também
algumas coisas na Filosofia da Linguagem romântica. A apresentação
genética' de conhecimentos de teorias da linguagem traz características

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também de filósofos da linguagem alemães, como Bernhardi, por exemplo. por meio do classificador seja utilizado como foÍma de orientação; mas
Ele poderia ser encontrado por meio de uma hierarquização das também há a possibilidade dos processos de compilação daquilo que é
características do programa de pesquisas, de tal maneira que as hipóteses considerado estranho, da hetero-identificação. Compilações são objeto
monísticas, sensualísticas da teoria do reconhecimento seriam elevadas de processos de ação; pode-se recusar hetero-identificações ou formular
ao nível mais alto de elemento definitório. No entanto, com esse condições para auto-identificações. O interacionismo simbólico e a li
procedimento, seriam criadas dificuldades com os Ideólogos franceses, etnometodologia colocam esse ato compilatório no centro de suas
pois muitos dentre eles (p. ex., Degérando) não são passíXeis de serem preocupações teóricas, os sociólogos Labelling avaliam as possibilidades
categorizados dessa maneira. da recusa de classificadores de maneira mais pessimista. Quando os
A problemática de criar um limite exclusivamente com base no classificadores são empregados em passagens de textos, poder-se-ia,
programa de pesquisas fica clara, se há preocupação em se definir o início seguindo Jens Lüdtke, falar de interpretadores. Nesses contextos de
de um movimento. Condillac e Locke, Beccaria e Genovese devem ser interpretação, ficam ampliadas as possibilidades de ação. No uso
considerados Ideólogos? interpretativo, os classificadores mudam. As expressões sobre as quais
Nós nos utilizamos no nosso projeto de uma possibilidade oferecida se fala aqui, expressões como "Ideólogos" e "Ideológico", "o romântico"
pela língua francesa, e fizemos referência aos Ideólogos "avant Ia lettre". e "romântico"(adj.) "ojovem-gramático" e "jovem-gramatical" podem ser
Dessa forma, não tínhamos apenas uma possibilidade prática de regular empregados de três maneiras:
um conflito permanente pela língua, como também trouxemos a - classificando (que diz respeito ao grupo),
problemática original para uma terminologia satisfatória. Pois a - identificando (que diz repeito a uma pessoa),
formulação "avant Ia lettre" significa o seguinte: que, apesar da - interpretando (relativo a textos e partes de textos).
harmonia no programa de pesquisas, pressupostos práticos Classificadores permitem a estruturação abreviada, por um lado, de
(experiências de geração) e institucionais para a cristalização do grupo atividades e, por outro, da observação histórica.
ainda não existiam, e que ainda não havia uma descrição classificatória Quando o continuum de possíveis atividades científicas é interrompido
à qual fosse possível fazer referência. pela ação classificadora e dividido em unidades separadas (tradições,
estilos, entre outros), o cientista pode localizar suas atividades de maneira
3.2 A classificação no meta-nível coordenada. Ele pode decidir trabalhar dentro de um programa de
classificação específico, ou também se estabelecer com seu trabalho fora
Chegamos, assim, novamente, ao segundo nível, ao qual já foi feita de programas que já foram denominados e correr o risco de uma
uma referência anteriormente, que é o nível dos comentários e da marginalização. A observação da história de uma ciência (de uma arte) ex
compilação. Trabalha-se muito, nesse nível, com expressões que gostaria post deixa-se guiar pela divisão em períodos dos classificadores, e
de denominar Classificadores (conf. Lüdtke). São expressões genéricas dificilmente toma conhecimento da ciência não-classificada.
que permitem incorporar atividades que possuem a mesma forma em um Observemos a história do classificador "ideologia". Trata-se de uma
grupo classificador. Essa necessidade de classificar, a propósito, tem raízes contribuição para a história da terminologia com duas especificações. Por
tão profundas que objetos e pessoas não-classificados não são facilmente um lado, precisa ser levado em consideração o pressuposto da semântica
aceitos. O problema da classificação foi identificado, nos últimos anos, estruturalista, segundo o qual os significados só ganham sua especificidade
pela ciência cognitiva, como chave para se compreender a maneira pela por meio da diferença, e, por outro, precisam ser reconstruídos
qual trabalha o pensamento humano. A Sociologia se ocupou do ~ssunto principalmente os atos de fala que ocorrem com a utilização de
com o nome de "Labelling". Existindo um Label, um classificador, outras "ideologia", ou seja, os atos de identificação, de distanciamento, de
compilações classificadoras se tornam passíveis de ocorrer. É possível 1 interpretação.
que o processo de auto-identificação de um grupo, que se tornou disponível

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"C'est ce développement (de la pensée, des


Enquanto o discurso fundador trabalha com oposições, os "Elémens sensations aux activités rendues possible par les
d'ldéologie" contêm, posteriormente, afirmações positivas daquilo que é signes) dont s'occupe l'idéologie." (Mongin, S.54)
ideologia. No lugar do discurso que enfatiza as diferençaspara especialistas
e correligionários,entra um discurso totalizadorda apresentaçãopara leigos,
para as "jeunes gens", aos quais os "Elémens" se dirigem. 3.2.2 Hetero-Identüicação: Distanciamento, Renomeação/Aniquüamento
Em um momento seguinte, também aparecem com força em primeiro
plano procedimentos tradicionais de definição, que trabalham com genus A existência do classificador também pode levar a um possível
proximum e diferentia specifica, ou seja, estabelecem hierarquias e distanciamento entre a formulação de uma contraposição e a polêmica
especificidades. distorcida. Dois casos de identificaçãoque ocorrem com um distanciamento
"L'idéologie est une partie de Ia zoologie" está escrito, de maneira serão discutidos brevemente a seguir.
hierarquizadora, logo na primeira página dos "Elémens". Algumas páginas Mercier desenvolve, em 1801, aquilo que considera a língua
mais adiante ela é colocada lado a lado com outras ciências, de maneira a "selvagem", que seria aquela atravessada pelo espírito, repleta de
identificá-Ia, ciências que apenas se diferenciam dela com respeito a suas imagens, e sem sintaxe, claramente em oposição aos Ideólogos. Com
perspectivas específicas. base nesse distanciamento, ele estrutura seu longo prefácio à obra
"Cette science peut s' appeler idéologie si I'on ne Néologie. Tal distanciamento ocorre, entretanto, explicitamente em
apenas um lugar. O autor refere-se aos Ideólogos e modifica
fait attention qu'au sujet; grammaire générale, si
l' on n' a égard qu' au moyen; et logique, si l' on
« polemicamente os nomes: "je dis idiologues au lieu d'idéologues
pour me moquer de leur déplorable doctrine" (Mercier 1801, S. LII).
considere que le but." (...) .
Tendo em vista o significado atribuído ao nome por ambos os lados,
"Idéologie me parait le terme générique, parce que por Mercier como se fosse exercido por meio de força divina, pelos
ta science des idées renfermecelle de leur expression, Ideólogos como base de seu reconhecimento, esse ato de modificação
et celle de leur combinaison." (Destutt, 1801, S. 19) ofensiva do classificador ganha um peso especial. Logo a seguir ocorre o
distanciamento do conteúdo: "Les idiologues, en niant le souffle divin,
Nos demais volumes se sucedem, então, especificações positivas: "Ia ou en le soumettant à une multitude d'opérations matérielles (...)"
~ science de nos perceptions" (III,IV), "Ia science de l'entendement" (III, (Mercier 1801, S. LU)
148). Com esse enunciado, ele faz referência a dois elementos do discurso
Mais e mais aumenta6, na lógica, o peso das asserções afirmativas e fundador, que seriam a rejeição da metafísica e a operacionalidade da
1,1
totalizantes da ideologia considerando-a "philosophie premiere" (III, 81, ideologia, e se distancia de ambos.
397, 521), "base de I'édifice philosophique" (III, 397), teoria científica. O distanciamento político de Napoleão dos Ideólogos, que
. No discurso fundador de Destutt o foco em operações do pensamento e primeiramente o acompanharam a Termidor, considerando-o salvador da
seu processo posteriorde execuçãojá haviasido notadona análise.A definição. revolução, para depois criticá-Io e considerá-Io traidor da revolução, foi
IIIII em um Ideólogo de segunda geração, Mongin, é totalmente processual e mais bem-sucedido. Não se tratava aqui de uma formulação polêmica de
novamente no sentido duplo, de que tanto o próprio objeto de investigaçãoé uma contraposição, que objetivava promover um distanciamento, mas sim
dinâmico como também a análise,que se ocupa dessas operações. da difamação política por um lado, e da modificação do significado do
(...) "on voit les idées de Ia sensation se dégager classificador por outro. Ocupemo-nos a princípio do primeiro aspecto:
insensiblement de ce qu' elles avaient de matériel, et quando um grupo, definido de uma determinada maneira, é declarado não-
prendre ces formes intellectuelles qu 'on désigne sous { desejável, ele certamente não é encorajado a cometer atos de auto-
les noms générales de pensée." (Mongin I, S. 25) identificação. 'Quando muito, o programa de pesquisas terá continuidade;

57
li 56

Q ~
o classificador, que havia possibilitado uma atuação estruturante distanciamento. Desde o início ocorre uma dinâmica de compilação. Dois
pedagógica e científica, será evitado. Essa incursão na história da ideologia, tipos de processo que exercem um papel importante nessa dinâmica serão
através da qual uma identificação positiva fica dificultada, se não contemplados mais de perto, a saber:
impossibilitada, era conhecida pelos contemporâneos, pelos intelectuais processos de aceitação/recusa da aceitação do classificador,
da primeira metade do século XIX: processos de modificação de significado.
"Gli studii di filosofia in [talia, nella prima ventina Mencionamos aqui que os processos de resenha dos contemporâneos
deI secolo nostro, erano (...) piu che trasandàti são fontes excelentes de dados, pois, nesse contexto, as divisões em
períodos, os pontos de referência, os valores históricos, são apontados
inviliti, quasi fossero stati incolti anch' essi
abertamente. Eles têm a função que as entrevistas intensivas têm na
nell'anatema che per ragioni politiche, aveva
pesquisa empírica social, que seria o de abrir caminho ao objeto de estudos
fulminato in Francia contro gl'ideologi il
em "members categories" e, dessa forma, ajudar o pesquisador a relativizar
conquistatore delle piramidi." (Baldassare Poli in
sua categorização pré-concebida.
Giornale Euganeo 1847, IV, S. 278).
Também foi bem-sucedida a modificação do significado, que Aceitação vs recusa
possibilitou a identificação da ideologia com a metafísica. Essa Caso os classificadores preencham sua função como ponto de
modificação foi aniquiladora por negar exatamente a diferenciação, referência fixo para o discurso científico, e se, com isso, funcionarem
fundadora para o estabelecimento da ideologia: r como estabilizadores de programas de pesquisa, eles precisam ser aceitos.
C'est à l'idéologie, à cette ténébreuse A utilização hetero-identificadora confirma, mesmo causando
métaphysique, qui, en cherchant avec subtilité les distanciamento ou sendo polêmica, a existência do programa de pesquisas
causes premieres, veut sur ces bases fonder Ia indicado pelo classificador e também constitui, na negação, sua
législation des peuples, au lieu d'approprier les legitimidade. Mas quando a utilização do classificador é recusada, o
lois à Ia connaissances ducoeur humain et aux reconhecimento do programa de pesquisas na condição de "escola
leçons de l'histoire, qu'il faut attribuer tous les mencionável" é negado, o que, em última instância, se equipara a uma
malheurs de notre belle France. negação de dignidade e legitimidade. Essa negação pode se dar devido a
diversas motivações, como a um desinteresse real, por exemplo, como se
A nova definição de ideologia feita por Napoleão teve conseqüências: diz ter ocorrido .na Alemanha, por volta de 1800, quando as reflexões
o termo ideologia marxista, crítico, parte dessa redefinição de ideologia, decorrentes da filosofia kantiana ganharam espaço. O resenhista do "Neuen
considerando-a praticamente uma teorização sem efeitos, enquanto que Leipziger Literaturzeitung" de 1804 (p. 1527) escreve o seguinte a respeito
os próprios Ideólogos haviam enfatizado exatamente a fundamentação do
reconhecimento na experiência e a orientação prático-pedagógica dessa
da "Philosophie élémentaire" de Mongin:
"O único meio que resta ao professor de não excluir
l
~
nova filosofia. ~
totalmente da aula a filosofia dos objetos, caída
3.2.3 A dinâmica em desgraça, é o amálgama da lógica com a
gramática, tão querido pelo governo francês, e
que, aparentemente, também permitiu a existência
Vimos que os classificadores atuam de maneira estruturante nos dessa obra."
processos científicos. Eles são inseridos em um discurso fundador e
convidam à auto-identificação, estabilizando e promovendo a implantação i Por vezes não é possível evitar-se a impressão de que o classificador
de um programa de pesquisas. Mas, uma vez existentes, eles também é negado exatamente na consciência da função esquematizada. Se a linha
convidam à hetero-identificação, que geralmente ocorre com um

58 59
!~I

de pesquisa fosse citada, ela receberia urna legitimação. Assim, por dall'Ontologia ovvero dalla Ideologia e dalla Psicologia debbano
exemplo, no trabalho teórico de Manzoni, nunca aparece o classificador cominciare le filosofiche ricerche" (Manfredini, Giornale Euganeo III,
ideologia, embora esse trabalho só possa ser lido, em várias de suas partes, 1846, S. 598).
se ele for entendido corno urna discussão com esse classificador não- Esse procedimento tem duas funções: urna de tradução e urna de
mencionado. nivelamento. A nova linha de pesquisa e seus interesses devem ser tornados
Urna outra forma da não-aceitação de um classificador pode ocorrer, aceitáveis e compreensíveis na terminologia de sua própria tradição. Com
não quando se questiona o sentido do princípio da pesql!.isa;mas quando isso também ocorrem perdas na precisão das delimitações e na potência
se prescinde da aceitação do classificador, urna vez que se parte do para a nova estruturação das ciências.
pressuposto, de que as mesmas questões podem ser classificadas Urna manifestação especial da equiparação é encontrada na Itália. Pois
adequadamente com outra etiqueta. Sendo assim, na Alemanha e na Itália, nesse país a equiparação anda, freqüentemente, lado a lado com urna
o programa de pesquisas dos Ideólogos, ou algumas de suas partes, nos revalorização, e urna revalorização relacionada a um eixo temporal:
parece ir contra interesses, sendo, contudo, anexado às disciplinas metafísica e ideologia são idênticas em sua base; contudo, ideologia é o
estabelecidas da psicologia empírica. termo mais novo, mais moderno e, portanto, avaliado positivamente. Seu
emprego atualiza a conotação de modernidade e empresta ao usuário a
Queremos, em todos os lugares que o Sr. Cabanis a aura de progressividade: "La scienza un dí appelata metafisica, e che
utiliza, traduzir a palavra Filosofia para Psicologia oggi appelasi ideologia." (Antonio Sareo, 1845, BI XI, 329). A ideologia
Empírica, e não entender nada de grandioso ou de se torna, no caminho dessa revalorização conotativa, geralmente urna
novo sob essa rubrica. (de: Rez. Cabanis Rapport. E, ~
designação para a Filosofia moderna.
Gott. GeL Anz. 31. Juni 1803, S. 187).
De longe, o acontecimento mais comum é a generalização do
Nesse caso, as questões são aceitas, mas incorporadas dentro de urna classificador. Isso pode ser encontrado na Alemanha, quando Baader faz
outra tradição científica, de tal maneira que a função estruturante, referência a urna ideologia platônica, mas ocorre principalmente na Itália,
formadora de urna tradição do classificador, não entra em jogo. quando a referência é feita à ideologia di Aristotele ou, com referência a
Kant, quando se fala da ideologisti Tedeschi. III
A modificação do significado do classificador
Tornamos conhecimento acima dos procedimentos da mudança de 4. História da ciência pluridimensional I

significado a exemplo da polêmica de Napoleão com os Ideólogos. Um I


procedimento adotado por Napoleão foi a redefinição, isto é, a introdução Pudemos observar que nenhum dos critérios discutidos é suficiente,
de novas diferenças, no caso de Napoleão, a contraposição de teoria por si só, para identificar e delimitar um grupo de cientistas. No decorrer
(Ideólogos) e prática (Napoleão). das nossas considerações, a questão da delimitação foi dinamizada. Trata-
Outro procedimento pérfido, de especial grande alcance, foi, a se de reconstruir como e sob quais condições os grupos científicos e
~
equiparação da ideologia com a metafísica, porque, dessa forma, foi negado suas questões se impõem, são modificados e esquecidos, para
exatamente o .atode posicionamento que Destutt havia tornado. compreendermos melhor as condições sob as quais nossa atuação
Essas identificações ocorrem freqüentemente no decorrer da história científica se dá no momento presente.
da recepção, corno por exemplo, a equiparação explícita de ideologia e Sem dúvida, nessa dinâmica, os processos no meta-nível, processos
psicologia, na forma em que ambas são definidas corno sendo consideradas de classificação, de escritura (seja identificatório, ou distanciador), de
scienza delle operazioni mentali. Outro caso é a aproximação àfilosofia recusa e reclassificaçãoexercem um papel importante. Nesse nível, as
razionale ou até mesmo a equiparação com a antologia: "(...) atividades científicas são agrupadas e pontuadas, retardadas e apressadas.
1) Que atividades e classificações (excluamos aqui os componentes

60 61
.-

práticos e sociais e sua dinâmica) ocorram no mesmo ritmo deveria, ao


C .
menos nas Ciências Humanas, ser a exceção:
A .
C

A IID c 5) Também é possível, sistematicamente e na história, que atividades


específicas, com a mesma linha, não sejam diferenciadas por meio de um
único classificador. Elas surgem então como desdobramentos de linhas
de pesquisa já existentes e identificáveis; quando se fala delas é necessário
Quando um progr~ma de pesquisas pode ser identificado como tal por trabalhar com paráfrases complicadas. Provavelmente, esse caso não é
um período mais longo temos um paradigma "forte": A ideologia foi do comum; a falta de um classificador não enfraquece as possibilidades de
~ ano IV até 1803 um paradigma com essa força. ) uma imposição agressiva do programa de pesquisas não-classificado.
2) Também pode-se pensar em outros casos, e nos deparamos com
C (falta)
eles na nossa reconstrução da história do classificador ideologia:

C A .
A . Pode-se lamentar que muitos textos excelentes nas Ciências da
Linguagem não se tenham tornado historicamente fortes. Isso talvez tenha
Esse seria o caso no qual o programa de pesquisas teria uma ocorrido por não terem surgido no Duktus de discurso fundador e não
continuidade. Contudo, esse não sob o classificador ideologia, que é terem proporcionado nenhum classificador: seria possível pensarmos na
desclassificado ou apresentado com o nome de psicologia empírica, por obra Sprachlehre de Bernhardis (1801/1803) ou na Sprachtheorie de
I,°111
meio do qual outros recortes de disciplinas e agrupamentos se dão. Bühler. É condição do pensamento humano, sem descartar aqui o
3.) Existiria um outro caso, no qual o classificador ideologia continua pensamento científico, a tendência de reduzir a complexidade. As
a ser utilizado, mas as atividades científicas são totalmente modificadas, atividades pré-existentes são agrupadas e os pontos de cristalização são
apesar da aparente continuidade. Esse é o caso que caracteriza a situação desfeitos. Cada geração de cientistas e de historiadores da ciência faz
italiana em algumas fases. novas reduções, promove esquecimentos, deslocamentos. Mas, mesmo
onde há recordações, e novas análises do pré-existente são feitas a partir
~I
C . de novos pontos de relevância, os cientistas já são pegos nas malhas das
categorizações transmitidas historicamente. Algumas categorizações dos
A contemporâneos podem ter perdido a sua força geradora diferencial,
especialmente aquelas que diferenciam correntes paralelas. Mas as
4) O caso mais normal nas Ciências Humanas nos aparenta ser aquele diferenciações no tempo, os conflitos de gerações e os assassinatos do
I~I no qual as atividades e classificações contrapostas temporalmente pai ficam visíveis. Dessa forma, a história de nossas ciências, nossas
desenvolvem uma certa dinâmica. literaturas e nossas línguas é levada a uma seqüência linear de períodos,
Em processos de escritura e interpretação, os dois níveis são referidos que fez com que a sua pluridimensionalidade fosse perdida, e não deixa
mutuamente e paralelizados, para então novamente desenvolverem sua nenhum espaço para diretrizes sem um classificador.
própria dinâmica.
i~ Tradução: Carmen Zink

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Notas Epochenstrukturen im Diskurs der Literatur- und Sprachhistorie,


Frankfurt a.M., S. 324-340.
1 Compare com as discussões feitas em Wunderli a respeito da delimitação de um dicionário do SCHLIEBEN-LANGE, Brigitte (1989): "Überiegungen zur
francês médio (1982).
Sprachwissenschaftsgeschichtsschreibung", in: dies. u.a. (org.):
2 Desenvolvi um projeto de pesquisa abrangente a respeito da recepção dos Ideólogos, cuja
primeira intenção e cujos resultados estão publicados em 4 volumes (Schlieben-Lange et alii.
Europiiische Sprachwissenschaft um 1800. Methodologische und
(Orgs.) 1989-1994). Os colaboradores dessa pesquisa foram: Roland Bemecker, Hans-Dieter historiographische Beitriige zum Umkreis der" idéologie", Bd. I,
Driixler, Bona Pabst, Elisabeth Volck -Duffy, Isabel Zollna. Münster, S. 11-23.

,
, 3 Também seria interessante a tentativa de confrontar o conceito de "geração" da Sociologia
com as novas pesquisas
da teoria de princípios
em variação
e parâmetros
lingüística.
para a ciência
Estou pensando
da linguagem
principalmente
de Lightfoot
na transferência
e Roberts.
SCHLIEBEN-LANGE, Brigitte (1990): "Mongin, Idéologue de Ia
Meurthe", in: Hans-Josef Niederche/Konrad Koerner (org.): History
ti

4 Mannheim (1928) comenta o contraste das conseqüências românticas e liberais a partir da


and Historiography of Linguistics, Bd. 2, Amsterdam, S. 541-557.
mesma experiência de geração. SCHLIEBEN-LANGE, Brigitte, DRAXLER, Hans-Dieter, KNAPSTEIN,
~
5 Lehre: (teoria/ciência). Franz-Josef, VOLCK-DUFFY, Elisabeth e ZOLLNA, Isabel (orgs.)
verschieben: atribui-se?
6
(1989-1994): Europiiische Sprachwissenschaft um 1800.
Methodologische und historiographische Beitriige zum Umkreis der
Bibliografia "idéologie", 4 Bde., Münster.
SILVA, Rosa Virgínia Mattos e (1944): "Para uma Caracterização do
AUROUX, Sylvain (1987): "Histoire des sciences et entropie des sistemes Período Arcaico do Português", in: D.E.L.T.A. - Revista de
scientifiques. Les horizons de rétrospection", in P. Schmitter: Zur
Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, voI.
Theorie und Methoden der Geschichtsschreibung der Linguistik. 10, 1994.
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