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AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO TÉRMICA DO MONOETILENOGLICOL EM


SOLUÇÃO AQUOSA SALINA POR ANÁLISES TERMOGRAVIMÉTRICAS E FISICO-
QUÍMICAS

Conference Paper · September 2018


DOI: 10.5151/cobeq2018-PT.0047

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Mateus Monteiro Mário Hermes Moura-Neto


Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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G. M. Macedo D. J. Silva
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AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO TÉRMICA DO
MONOETILENOGLICOL EM SOLUÇÃO AQUOSA SALINA
POR ANÁLISES TERMOGRAVIMÉTRICAS E
FISICO-QUÍMICAS

MONTEIRO M.F.1, NETO M.H.M.1, MACEDO G.M.1, SILVA D.J.1, PEREIRA L.S.2,
NASCIMENTO J.F.2 e CHIAVONE-FILHO O.1
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Engenharia Química
2
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, (PETROBRAS/CENPES), RJ-Brasil
E-mail para contato: mateusfmonteiro@gmail.com

RESUMO – A unidade offshore de regeneração de monoetilenoglicol (MEG), inibidor de


hidrato de gás natural, inclui operações de aquecimento. Esse processo ocorre sucessivas
vezes, de modo que o tempo de exposição a temperaturas relativamente elevadas é uma
variável importante. A fim de simular as condições operacionais da planta de regeneração,
uma solução aquosa de MEG 89% m/m com uma concentração de cloreto de sódio variando
entre 0 e 5% m/m foi processada em um ebuliômetro de recirculação da fase vapor. Foram
coletadas amostras da fase líquida em tempos pré-determinados para realizar análises de
termogravimetria, pH, condutividade elétrica, densidade e espectrofotometria UV-VIS. Os
resultados mostraram que o tempo e o aumento da concentração de sal aceleram e
amplificam a degradação térmica do MEG em solução.

1. INTRODUÇÃO

Os hidratos são compostos cristalinos formados pela combinação de pequenas


moléculas de gás envoltas por água em condições de baixa temperatura e alta pressão
(HOVLAND, 2005). A formação de hidratos pode acarretar na obstrução de dutos, por isso
são utilizados inibidores na produção de gás natural (Arnold e Stewart, 1999). Esses podem
ser termodinâmicos ou cinéticos (CHANDRAGUPTHAN, 2011). O MEG, inibidor
termodinâmico mais utilizado, altera as condições de formação de hidrato na corrente
proveniente do poço produtor, reduzindo a atividade da água. Assim, a temperatura de
equilíbrio do sistema é reduzida, garantindo a não formação de hidratos de gás na tubulação,
ou seja, o escoamento de gás natural (LAFOND et al., 2012).

A regeneração do MEG tem como objetivo reduzir os custos operacionais. Além disso,
é necessário ter em mente o impacto ambiental de sua disposição (Psarrou et al., 2011). O
processo de regeneração consiste principalmente na separação da água e dos sais presentes na
solução constituída por MEG rico (Solução de MEG com elevada concentração de água). No
separador trifásico, primeiro equipamento do processamento, são separados os
hidrocarbonetos na forma gasosa e líquida. O funcionamento desse processo baseia-se na
diferença entre o ponto de ebulição da água e do MEG. Como existem sais dissolvidos na
água de formação, esses se concentram na solução até a saturação à medida que a água é
evaporada (FILHO, 2014).

Tendo em mente a decomposição térmica do MEG, a literatura disponível foca na


análise química, como Rossiter et al. (1985) que estudou os produtos ácidos de degradação do
MEG aquoso, na presença de alumínio e cobre, por meio da cromatografia de exclusão iônica
(ICE). A formação de ácidos orgânicos é corroborada pela redução do pH das soluções após o
período de aquecimento. Devido a esta decomposição, a quantidade de MEG na solução é
reduzida, o que implica a perda da capacidade de inibição da formação de hidrato, que
também demanda reposição do inibidor na plataforma de regeneração. O objetivo deste
trabalho é a quantificação da decomposição térmica do MEG em condições similares a plana
de regeneração em escala laboratorial e com técnicas distintas de avaliação, como a
termogravimetria e calorimetria exploratória diferencial.

2. METODOLOGIA

Foi utilizado um ebuliômetro Othmer modificado, aparato usado para a determinação de


dados de equilíbrio líquido-vapor para sistemas aquosos como apresentado por Oliveira
(1999). A solução aquosa de MEG 89 %, m/m com concentração de cloreto de sódio variando
de 0, 1, 3 e 5%, m/m foi colocada em recirculação no ebuliômetro por 56 horas e uma
alíquota da fase líquida foi retirada para as análises nos tempos de 0, 4, 8, 16, 32, 48 e 56
horas. As análises realizadas foram de densidade, espectrofotometria UV-VIS, pH,
condutividade elétrica, termogravimetria (TG) e calorimetria exploratória diferencial (DSC).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Embora tenha sido possível identificar a degradação da solução por meio de todas as
análises químicas e térmicas supracitadas, será discutido os resultados da termogravimetria
com caráter quantitativo da degradação do MEG. Os dados de densidade corroboram que não
houve perda de água no sistema e as medidas de pH confirmam a formação de ácidos
orgânicos, conforme descrito por Rossiter et al. (1983) e AlHarooni et al. (2015).
O percentual de decomposição foi determinado com base na área dos picos obtidos na
curva DTG (termogravimetria derivada), sendo o primeiro pico referente à desidratação e o
segundo a vaporização do MEG. Isso foi possível uma vez que área do segundo pico é
proporcional a concentração do MEG na amostra. O percentual de decomposição em função
do tempo para cada solução é visto na Figura 1. Também foi evidenciada, por análise de pH, a
formação de ácidos, como apresentado na Figura 2.

25.0
5% NaCl
Percentual de decomposição (%)

3% NaCl
20.0 1% NaCl
0% NaCl
15.0

10.0

5.0

0.0
0 10 20 30 40 50 60
Tempo (h)

Figura 1- Percentual de decomposição do MEG em meio aquoso salino no ebuliômetro, com


amostras avaliadas por termogravimetria derivada (DTG).

9.0
8.0
7.0
6.0
5.0
pH

4.0
3.0
2.0
0% NaCl
1.0 5% NaCl
0.0
0 10 20 30 40 50 60
Tempo (h)

Figura 2 – Medidas de pH em função do tempo de envelhecimento para as soluções de 0 e 5%


m/m NaCl
A Figura 1 mostra que o percentual de decomposição térmica aumenta tanto com o
tempo de aquecimento quanto com a concentração de NaCl, sendo esta preponderante.
Ademais, como visto nos dados de 0% NaCl da Figura 2, a redução de pH ao longo do tempo
de decomposição térmica mostra a formação de ácidos a medida que o MEG é aquecido. Já a
solução contendo 5% NaCl, também exemplificada na Figura 2, apresenta uma redução de pH
desde antes do aquecimento, indicando a preponderância do efeito de mistura na redução do
pH, para o sistema salino.Assim, como evidenciado na decomposição térmica, a concentração
de NaCl também atua fortemente acelerando a formação de ácidos.

4. CONCLUSÕES

As análises físico-químicas e térmicas permitiram observar que o NaCl tem grande


influência no aumento da decomposição do MEG. Em sistemas não salinos, os efeitos da
decomposição são evidentes após 44 horas de aquecimento, enquanto que para sistemas
contendo 5 % de NaCl, a termogravimetria registrou indícios de decomposição a partir
de 4 horas. Sendo assim, a concentração de NaCl é uma importante variável na
decomposição do MEG nas condições de regeneração. Cabe ainda destacar que ao longo
do tempo de processamento é recomendável uma avaliação do teor de decomposição do
MEG a fim de evitar a perda na capacidade de inibição da formação de hidrato de gás.

5. REFERÊNCIAS

ALHAROONI K., BARIFCANI A., PACK D., GUBNER R., GHODKAY V., Inhibition
effects of thermally degraded MEG on hydrate formation for gas systems, J. Petrol. Science
and Eng., 2015.

LAFOND, P. G. et al. Measurements of methane hydrate equilibrium in systems inhibited


with NaCl and methanol. J. Chem. Thermodyn, v.48, p.1-6, 2012.

MÁXIMO FILHO, D. H., Introdução ao Processamento e Tratamento do Gás Natural.


Manaus: Editora 2005.

OLIVEIRA, H. N. M. Determinação de dados de equilíbrio para sistemas aquosos com


eletrólitos. 1999. 166f. Dissertação (Msc. em Eng. Química) – CT, DEQ, PPGEQ, UFRN,
Natal.

ROSSITER W.J., BROWN P.W., GODETTE M., The Determination Of Acidic Degradation
Products In Aqueous Ethylene Glycol And Propylene Glycol Solutions Using Ion
Chromatograph, Solar Energy Materials, 1983.

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